Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
– – Semana 3 Farmacologia: Ansioliticos e Hipnoticos Definições importantes Os sedativos causam depressão no sistema nervoso central a ponto de ter perda de consciência (grogue) pode ser sedativo hipnótico ou sedativo ansiolítico. Os hipnóticos são indutores do sono e os ansiolíticos são calmantes (poder de deprimir menor). Os anestésicos podem causar indução do sono que responde ou não a estímulos externos. Os indutores de coma são importantes para coma induzido. Podem ser letais (barbitúricos é mais letal que os benzodiazepínicos). Poder depressor do SNC: ansiolítico < sedativo < hipnótico < anestésico < indutor de coma < letal. Gaba É um NT inibitório que age em receptores GABA-A e GABA-C: ionotrópicos – influxo de íon cloreto – efeito direto rápido – hiperpolarização. GABA-B: metabotrópicos – fecha canais de Ca – efluxo de potássio – efeito indireto lento – hiperpolariza- ção. Classes de fármacos que agem nos receptores Gaba Inibidores do metabolismo do Gaba A tiagabina age inibindo GAT (receptação), já a vigabatrina inibe a quebra pela GABA-T (gaba transaminase). Agonistas e antagonistas do receptor Gaba- A Muscimol e Gaboxadol são agonistas do GABA (competitivos ou não), por isso ligam-se ao mesmo sítio de ligação do GABA. Eles aumentam a frequência de abertura do canal. Biculina e gabazina são antagonistas e bloqueiam o mesmo sítio de ligação que o GABA iria se ligar. Causam excitação e, clinicamente, não têm indicação. Agonistas do receptor Gaba-B Baclofeno é utilizado como relaxante muscular, para espasticidade e esclerose múltipla. Age ligando-se ao sitio de ligação do GABA no GABA-B, mais lento, menos depressivo, causa relaxamento muscular mais prolongado. Moduladores dos receptores Gaba-A Benzodiazepínicos e barbitúricos ligam-se a lítios alostéricos próprios e – – modulam o receptor GABA-A, inclusive aumentando sua afinidade pelo GABA endógeno. Uso de substâncias sem prescrição Álcool age tanto em receptores GABA como de glutamato. Dessa forma, o uso de fármacos da via gabaérgica junto ao consumo de álcool potencializa o efeito depressor do fármaco, diminuído sua dose letal. Benzodiazepínicos Seu mecanismo de ação aumenta a frequência de abertura dos canais de cloreto e, consequentemente, potenciali- za o GABA endógeno (aumenta afinidade, mas necessita do GABA para abrir os canais). Agem em receptores GABA-A e possuem um sítio próprio, que possui subunidades: α1: sedação, amnésia anterógrada (não lembra do que vai acontecer após o uso do fármaco, mas responde a estímulos) e anticonvulsivante. α2: ansiolítico e relaxante muscular. α3. Atenção! No SNC, existem mais alfa 1 normalmente, mas também existem alfa 2. Tem agonista indireto e antagonista (bloqueiam o sítio de ligação do benzodiazepínico – flumazenil – não tem eficácia com o GABA endógeno). Não é primeira escolha para tratar ansiedade, nem convulsão, nem relaxante muscular vastas reações adversas e risco de dependência alto. Farmacocinética Via oral, IM e IV. Metabolização hepática e excreção renal. Absorção rápida e ampla ligação a proteínas plasmáticas. Cetoconazol, antibióticos macrolí- deos (azitromicina) intensificam os efeitos. Rifampicina, omeprazol, nifedipino podem reduzir a eficácia (indutores enzimáticos). Associar com o álcool aumenta o poder letal. Meia-vida curta: anestesia (retor- nar mais rápido da infusão contínua). - Menor sedação diurna e acumulação. - Tomadas frequentes (dessensibili- za o receptor mais facilmente). - Síndromes de abstinência (agitação, taquicardia...) mais frequentes e severas. - Insônia de rebote e amnésia anterógrada. Meia-vida intermediária e longa: epilepsia, ansiedade, insônia (intermediária). Fármacos para ansiedade Alprazolam: ação intermediária. 1ª escolha. Tratamento de fobias. – – Não é contraindicado em lactantes. Pode causar constipação, retenção urinária, aumento da pressão intraocular (contraindi- cado em casos de glaucoma). Propranolol ajuda a diminuir fobia. O midazolam pode ser usado para fobias em tratamentos de crises. Lorazepam: ação intermediária. 2ª escolha. Pode ser usado no tratamento de estado de mal epiléptico (2ª escolha) e para abstinência do álcool (3ª escolha). Menos potente que diazepam e clonazepam, porem causa menor acúmulo. Clonazepam: ação longa. Pode ser usado no tratamento de convulsões (tratamento a longo prazo), síndrome das pernas inquietas e transtornos de humor. Mais potente que o diazepam, porém causa mais reações adversas. É preferível para idosos quando comparado ao diazepam, embora os dois causem problemas e não sejam ideais. Diazepam: ação longa (maior). Uso em tratamento de estado do mal epiléptico, relaxante muscular, anestesia e abstinên- cia do álcool (2ª escolha - devido a meia-vida longa e poder fazer a retirada gradativa). Clordiazepóxido: ação longa. 1ª escolha para associação com abstinência de álcool. Clorazepato: ação curta. Trata convulsões. É um pró-farmaco, que é metabolizado a nível estomacal no metabolito ativo do diazepam (nordazepam). Omeprazol diminui sua ação. Fármacos para insônia Triazolam: ação curta. Usado quando tem dificuldade de começar a dormir não mantém o sono. Muito potente maior risco de causar insônia de rebote. Termazepam e estazolam: ação intermediária. Usado quando há dificuldade de manter o sono e iniciar o sono somente se tomar 2h antes de deitar. Demora cerca de 1 a 3 horas para atingir seu efeito. Flurazepam: ação longa. Raramente usado sedação diurna excessiva e acumulação, especialmente em idosos. Quazepam: ação longa. Mais sedação diurna e acumulação. – – Outros fármacos para insônia (não BZD – só agem na insônia) Zolpidem: 1ª escolha para qualquer tipo de insônia menos risco de dependência/tolerância, menos reações adversas começa a fazer efeito com 30 min e dura até 5h. Zaleplona: Eficaz para começar a dormir (dura 3h). Eszoplicona: É um melhoramento do zolpidem e da zaleplona (dura 7h), porém só tem estudos de eficácia em até 6 meses de uso. Ramelteona: Agonista nos receptores de melatonina. Não precisa de reter receita. Aumenta PRL – amenorreia, ginecomastia, infertilidade. Fármacos para anestesia Midazolam: ação curta. Usado para pré-anestesia e anestesia geral. Contraindicado em gestantes, no momento do parto e em lactantes. Neuroproteção. Reações adversas Sedação e queda da produtividade. Amnésia anterógrada. Síndrome de abstinência com a retirada abrupta: ansiedade e insônia de rebote. Confusão mental e risco aumentado de quedas e fraturas de quadril principalmente em idosos. TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA. Antagonista Flumazenil: início rápido e duração curta (1h – fazer infusão contínua). Antagonista do sitio alostérico dos BZD em receptores GABA- A. Pode precipitar abstinência e causar agitação, tonturas e náuseas. Barbitúricos Seu mecanismo de ação aumenta o tempo de abertura dos canais de cloreto (não dependem do GABA para abrir) e bloqueia receptores glutamatérgicos excitatórios (AMPA/Cainato). Possuem um sítio especifico, mas não possuem antagonistas. Tem maior poder letal que os benzodiazepínicos. Farmacocinética Via oral, IM e IV. Tem efeito depressor e letal potencializado pelo uso concomitante com álcool. Não pode associar a benzodiazepínicos (potencializa o efeito). – – Ligação ampla a proteínas plasmáticas. Deve reduzir a dose em idosos e pacientes com doença hepática erenal grave. Fármacos Tiopental: ação ultracurta. Indução da anestesia geral. Pode causar broncoespasmos. Usado para induzir coma. Fenobarbital: ação longa. Uso antiepiléptico e na profilaxia de crises febris. Pode causar déficit cognitivo em crianças e má formação em fetos. Metoexital: ação ultracurta. Indução da anestesia geral. Pentobarbital: ação curta. Indução da anestesia geral. Secobarbital e amobarbital: ação curta. Sedativo – hipnótico. Atenção! Neuroproteção: reduz o consumo de oxigênio e fluxo sanguíneo cerebral para proteger esse órgão de condições de redução do suprimento de oxigênio reduzem ativação de AMPA/Cainato. Reações adversas Depressão respiratória e do SNC. Tolerância/dependência. Abstinência. Indução enzimática. Coma. Morte. Como reverter os efeitos? Como são fármacos ácidos, usa-se bicarbonato de sódio IV. Antidepressivos Primeira escolha para tratar ansiedade. Classes farmacológicas IMAO Tricíclicos: inibem a recaptação de serotonina, noradrenalina e dopamina. Inibidor seletivo da recaptação de serotonina e noradrenalina: aumentar a serotonina e a noradrenalina na fenda. Inibidor seletivo da recaptação de serotonina: 1ª escolha para ansiedade. (Fluoxetina). Atenção! O problema dos antidepressivos é que o efeito demora até 6 semanas. Então, os benzodiazepínicos são utilizados nesse período de latência em associação com o antidepressivo. Após as 6 semanas, faz o desmame dos BZD.
Compartilhar