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Letícia Huguenin Saúde do Adulto Noções Básicas de Eletrocardiograma ELETRICIDADE E CORAÇÃO Existem 3 grupos de células fundamentais para o desempenho da atividade cardíaca: ▪ Células marca-passo: ✓ Função de automatismo, produzindo o estímulo elétrico ✓ Capazes de gerar eletricidade espontaneamente → dotadas de automatismo ✓ Não precisam de nenhum estímulo para gerar energia elétrica ▪ Células especializadas na condução elétrica: ✓ Conduzem a energia elétrica gerada no coração ✓ Transporta energia gerada pelas células marca-passo até o músculo cardíaco ▪ Fibras musculares contráteis: ✓ Responsáveis pela função de bomba ✓ Transformar energia elétrica em mecânica para realizar contração ECG: capta energia que é transportada pelo coração, através de eletrodos, e transforma em ondas ANATOMIA DO CORAÇÃO Localização: ▪ Retroesternal ▪ Um pouco desviado para o tórax esquerdo ▪ Discretamente girado para trás e para esquerda Dessa forma, na parte mais anterior encontram-se as cavidades direitas e na parte posterior as cavidades esquerdas ✓ Anterior: VD e AD ✓ Posterior: VE e AE CONDUÇÃO ELÉTRICA DO CORAÇÃO LEMBRAR: qualquer célula do coração pode ser automatizada, porém somente as células do nó sinusal consegue emitir eletricidade com maior frequência, ou seja, dispara mais vezes por minuto Por isso, em condições normais, o marca-passo natural é o nó sinusal Localização do nó sinusal: porção superior e posterior do átrio direito, próximo a desembocadura da veia cava superior Estímulo nasce no nó sinusal e é transportando dentro do átrio direito pelos três feixes internodais Feixes internodais → liga o nó sinusal ao nó atrioventricular Estímulo elétrico desce pelo átrio, realizando a despolarização e, por consequência, a contração atrial Da mesma forma., existe um feixe, chamado de feixe de Bachmann, que vai para o lado esquerdo para realizar a despolarização e contração atrial Feixe de Bachmann → sai do nó sinusal e vai em direção ao átrio esquerdo para realizar a despolarização e, consequentemente, a contração atrial Uma vez que o átrio foi despolarizado e contraiu, o estímulo chega no nó atrioventricular Localização do nó atrioventricular: assoalho entre o átrio e o ventrículo direito Após o nó atrioventricular, o estímulo segue pelo feixe de His, que se divide em ramo esquerdo e ramo direito Por fim, o estímulo chega até as fibras de Purkinge Feixes Internodais Feixe de Bachmann Pelas fibras de Purkinge, o estímulo chega até as células musculares cardíacas para realizar a despolarização e, por consequência, a contração ventricular RESUMO DA CONDUÇÃO VELOCIDADE DA CONDUÇÃO Células especializadas em condução elétrica são consideradas especializadas porque elas são capazes de transportar energia elétrica em alta velocidade Quando a energia sai do nó sinusal, a velocidade é relativamente baixa, sendo em cm/s À medida que chega nos feixes internodais, a velocidade aumenta, passando a ser em m/s No entanto, ao chegar no nó atrioventricular a velocidade desacelera, voltando a ser cm/s RESUMO: nasce lento, ganha velocidade, torna-se lento novamente no nó atrioventricular A partir do nó atrioventricular, a velocidade vai aumentando novamente pelos feixes de His, até chegar à velocidade máxima nas fibras de Purkinge IMPORTANTE: ✓ No nó atrioventricular há uma desaceleração no transporte da energia NÓ SINUSAL (NSA) ▪ Localização: subepicárdica na porção posterior do átrio direito ▪ Células P de condução lenta: originam o impulso elétrico ▪ Em 60% dos casos, o NSA é irrigado pela artéria coronária direita o Exemplo prático: infarto de coronária à direita ✓ Paciente apresentará bradicardia ✓ Coronária ocluída, impede que o nó sinusal emita os impulsos da maneira correta ▪ Disfunção NSA: bradicardia, pausas, bloqueios, morte súbita NÓ ATRIOVENTRICULAR (NAV) A condução lenta do NAV ocorre por dois motivos: 1. Anatomia: ▪ Feixes precisam perfurar o assoalho atrioventricular ▪ Ao perfurar, ocorre enovelamento das fibras elétricas ▪ Esse enovelamento, por si só, já diminui um pouco a velocidade de condução 2. Formação celular: ▪ Células de condução lenta Nó sinusal Feixes Internodais Feixes de Bachmann Nó atrioventricular Feixe de His ramo direito Feixe de His ramo esquerdo Fibras de Purkinge Fibras de Purkinge Fisiologicamente, esse atraso é importante por dois motivos: 1. Aumenta tempo de enchimento ventricular ✓ Proporciona mais tempo de enchimento ventricular para que uma maior quantidade de sangue chegue aos ventrículos e, assim, melhora a performance cardíaca 2. Proteção contra arritmias atriais ✓ Permite filtrar batimentos atriais anormais e, assim, impedir que ocorra fibrilação atrial e arritmias → mecanismo de proteção A irrigação do nó atrioventricular ocorre em 90% dos casos pela artéria coronária direita CONCEITOS FUNDAMENTAIS ▪ O coração é capaz de produzir energia elétrica. ▪ A energia elétrica pode ser captada na superfície do corpo por eletrodos. ▪ A energia captada pode dar informações sobre a anatomia e o funcionamento do coração POTENCIAL DE REPOUSO Primeiro, é importante entender que o coração é capaz de produzir energia elétrica Uma célula em repouso é considerada uma célula polarizada Célula em repouso = polarizada Meio intracelular: muito potássio Meio extracelular: muito sódio Como existe muitos maios íons de sódio que de potássio, de forma relativa, o meio extracelular é positivo e o meio intra celular é negativo Quando o galvanômetro, aparelho que mede a diferença de voltagem entre dois pontos, é colocado no meio extracelular e no meio intracelular haverá uma diferença de potencial medida em -90mV em REPOUSO ▪ Potencial de repouso: -90mV ▪ Célula Polarizada: Negativo no intracelular, positivo no extracelular POTENCIAL DE AÇÃO Potencial de ação das células contráteis (fibras de Purkinge) ▪ FASE 0 Quando ocorre um estímulo elétrico chega até uma célula em repouso (polarizada), haverá a abertura rápida dos canais de sódio Por difusão o sódio entra na célula (do meio extracelular para o intracelular), tornando o meio intracelular positivo Logo, o potencial de ação, que era -90mV, torna-se positivo A partir desse momento, a célula é chamada de despolarizada, uma vez que as cargas estão invertidas ▪ FASE 1 Canais de sódio se fecham e abrem-se os canais de potássio Logo, o potássio sai do meio intracelular para o meio extracelular Sendo assim, a célula vai deixando se ser positiva e aproximando-se do zero (0mV) ▪ FASE 2 O potássio continua saindo, no entanto, os canais de cálcio se abrem Sendo assim, o potássio (+) sai e o cálcio (+) entra → os íons se contrabalanceiam Fase do platô ▪ FASE 3 Canais de cálcio se fecham e o potássio continua saindo, fazendo com que a célula volte a ficar negativa ▪ FASE 4 Célula vai voltando a ficar negativa, chegando novamente ao - 90mV Nesse instante, a célula é chamada de CÉLULA REPOLARIZADA, uma vez que o intracelular é negativo e o extracelular é positivo É chamada de repolarizada e não polarizada, visto que o interior possui íons de sódio e o exterior íons de potássio Através dos canais de sódio e potássio ATPase, haverá a troca dos íons e, assim, a célula volta a ficar polarizada Esse trânsito de elétrons que vai gerar a eletricidade captada pelos eletrodos, durante o ECG POTENCIAL DE AÇÃO Potencial de ação das células de resposta lenta (NSA e NAV) As células do nó sinusal têm um automatismo maior, ou seja, disparam de forma espontânea e em uma frequência maior, porque o potencial de açãoNÃO é isoelétrico e, sim, ascendente → existe um fluxo contínuo de cálcio para dentro da célula Isso faz com que o linear de disparo seja menor Logo, é mais fácil o nó sinusal disparar que uma célula de Purkinge → dispara mais vezes, frequência maior Por isso, essas células são capazes de gerar eletricidade em uma frequência maior TEORIA DO DIPOLO Dipolo: duas cargas iguais, em módulos, com sinais contrários e separados por uma distância Representado por um vetor: ▪ Origem do vetor (bundinha da seta): carga negativa ▪ Extremidade do vetor (ponta da seta): carga positiva APLICAÇÃO Chega um estímulo elétrico em uma célula e inicia a despolarização Despolarização não acontece de forma uniforme por toda célula de uma hora para outra A despolarização ocorre na forma de onda, de forma que as cargas vão trocando Logo, se tem uma carga positiva e uma carga negativa, haverá um dipolo, que será representado por um vetor CAPTAÇÃO DA ENERGIA E TEORIA DO DIPOLO + - d vetor A energia elétrica gerada pelo coração pode ser captada na superfície do corpo por eletrodos Célula em repouso: ▪ Não há trânsito de elétrons ▪ Eletrodo não capta nada ▪ Logo, NÃO haverá onda Célula começa a ser despolarizada: ▪ Sódio começa a entrar, despolarizando a célula ▪ Haverá cargas positivas e negativas, logo, haverá um dipolo → vetor ▪ Sentindo da despolarização: ENDOCÁRDIO → EPICÁRDIO ▪ Quando o eletrodo assiste o vetor de costas → gera deflexão negativa ✓ Toda onda negativa de um eletro significa que o vetor está fugindo da derivação (eletrodo) ✓ Dipolo caminha contra o eletrodo, afastando-se do eletrodo ✓ Quando o eletrodo assiste o vetor de frente → gera deflexão positiva ✓ Toda onda positiva de um eletro significa que a energia elétrica está indo em direção aquela derivação (eletrodo) ✓ Dipolo caminha em direção ao eletrodo Dessa forma, só haverá 4 formas de onda no ECG: ✓ Onda negativa: eletrodo vendo o vetor de costas ✓ Onda positiva: eletrodo vendo o vetor de frente ✓ Complexo isoelétrico: eletrodo vendo o vetor perpendicularmente ✓ Não vê a energia ✓ Traçado linear ✓ Complexo isodifásico: eletrodo vendo o vetor perpendicularmente ✓ Eletrodo dá uma onda positiva e uma onda negativa iguais ✓ Fase positiva e fase negativa iguais COMPONENTES DO ECG DESPOLARIZAÇÃO ATRIAL: ONDA P Todo o processo, que vai desde o estímulo gerado pelo nó sinusal até a contração atrial, é representado no ECG pela onda P Logo, a onda P do ECG nada mais é que a despolarização dos átrios O estímulo inicial para despolarização atrial inicia-se no nó sinusal, localizado posteriormente e superiormente em relação ao átrio direito Portanto, para despolarizar todas as células do átrio direito, o sentindo da despolarização (vetor) será para baixo e de trás para frente ✓ Despolarização do átrio direito: vetor de cima para baixo e de trás para frente Levando-se em consideração que o coração é discretamente girado para trás, o átrio esquerdo encontra-se posterior em relação ao átrio direito Sendo assim, para representar a despolarização do átrio esquerdo em um único vetor, o sentindo será da direita para esquerda e para trás ✓ Despolarização do átrio esquerdo: vetor da direita para esquerda e de cima para baixo Através da soma vetorial, é possível representar a despolarização atrial direita e esquerda por apenas um vetor Dessa maneira, para representar toda despolarização atrial o vetor terá o seguinte sentindo: ✓ Para baixo, da direita para esquerda, quase paralelo ao plano frontal VETOR DA DESPOLARIZAÇÃO ATRIAL: ▪ Vetor SaP: de cima para baixo, da direita para esquerda e paralelo ao corpo ALÇA VETORIAL A velocidade de despolarização atrial é virtualmente simultânea, no entanto, sabe-se que há um pequeno atraso em relação a despolarização direita e esquerda Como a despolarização acontece de forma contígua e o nó sinusal encontra-se do lado direito, a despolarização do lado direito ocorrerá primeiro e depois o lado esquerdo Dessa forma, o estímulo formará uma alça, da seguinte forma: ▪ Estímulo nasce no nó sinusal, desce para o átrio direito, volta para o átrio esquerdo e vai para trás IMPORTÂNCIA: Como o átrio direito é despolarizado primeiro e a onda P representa toda a despolarização atrial (tanto direita como esquerda), a primeira parte da onda representará a despolarização do átrio direito, enquanto a parte final representará a despolarização do átrio esquerdo Quando se somam, formam a onda P APLICAÇÃO CLÍNICA Paciente que apresenta um aumento do átrio direito, apresentará um vetor de despolarização atrial direita aumentado Sendo assim, a amplitude da onda P será maior Paciente que apresenta um aumento do átrio esquerdo, apresentará um vetor que cresce para trás Sendo assim, fará com que a onda P seja mais longa LEMBRAR: ▪ Onda P com amplitude maior: crescimento do AD ▪ Onda P com comprimento maior: crescimento do AE VETOCARDIOGRAMA Existem dois planos de análise do ECG: 1. Frontal: ▪ Como se estivesse vendo de frente ▪ Analisa o que é em cima, embaixo, direita e esquerda ▪ Eletrodos colocados nos membros 2. Horizontal: ▪ Como se estivesse cortando o corpo ▪ Analisa o que é anterior, posterior, direita e esquerda VETOR DA ONDA P NO PLANO FRONTAL: de cima para baixo e da direita para esquerda ATENÇÃO: Se o vetor da onda P não estiver nesse sentindo o ritmo NÃO é sinusal VETOR DA ONDA P NO PLANO HORIZONTAL: DERIVAÇÃO V1 Nessa imagem V1 representa uma derivação no plano horizontal Quando se divide a derivação no meio (tracejado), tudo o que está na direção da seta é concordante a derivação, ou seja, será positivo, e tudo o que está na parte de trás será negativo Alça vetorial: AD para frente, para esquerda e depois para trás em direção à AE Sendo assim, em V1, a onda P terá 2 componentes: ▪ Positivo: AD ▪ Negativo: AE Único ponto em que a onda P será bífida: nas outras derivações a onda é toda positiva ou toda negativa Essa derivação (V1) é utilizada para visualização de aumento dos átrios, pois é possível analisar ambos simultaneamente ............................................................................................................................. ........................................................................................................... ....................................................................................................................... . CHEGADA DO ESTÍMULO AO NAV: INTERVALO PR Relembrando: estímulo sai do nó sinusal, despolariza o átrio, formando a onda P Próximo passo: estímulo chegar ao nó atrioventricular No NAV, a condução elétrica é muito lenta, com isso, praticamente, não gera energia, logo, será gerado um traço isoelétrico → segmento PR de traçado reto ▪ Intervalo PR: ✓ Da onda P ao complexo QRS ✓ Significa o tempo que o estímulo leva para chegar ao NAV ............................................................................................................................. ........................................................................................................... ....................................................................................................................... . DESPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR: COMPLEXO QRS COMO OCORRE: Estimulo sai do NAV, desce pelo feixe de HIS, ganha ramo esquerdo e ramo direito Primeiro, o ramo esquerdo começa a despolarizar a parte alta do septo, logo, o vetor será da esquerda para direita Estímulo desce para despolarizar a parte baixa do septo, gerando um vetor de cima para baixo Depois, a despolarização ocorreránas partes livres dos ventrículos Como a massa do ventrículo esquerdo é muto maior que a massa do ventrículo direito, os vetores comecem a se desviar para esquerda Em seguida, haverá a despolarização das partes basais LEMBRAR DA ANATOMIA PARA ENTENDER! A ativação (despolarização) dos ventrículos é dividida em quatro vetores: ▪ VETOR 1: despolarização do septo alto ✓ Sentido: da esquerda para direita, de cima para baixo ▪ VETOR 2: despolarização do septo baixo ✓ Sentido: de cima para baixo, da direita para esquerda ✓ Começa a desviar para esquerda ▪ VETOR 3: despolarização das paredes livres dos ventrículos ✓ Sentindo: para esquerda e para trás ✓ Vetor do ventrículo esquerdo e direito acontece ao mesmo tempo, no entanto, a soma vetorial aponta para o lado esquerdo (maior massa) ▪ VETOR 4: despolarização das partes basais ✓ Sentido: de baixo para cima, para trás, podendo ser para direita ou esquerda ALÇA VETORIAL: ▪ Vetor sai do septo e vai para direita, depois desce para o septo baixo e desvia para esquerda, desce para o ventrículo esquerdo, vai para trás e depois vai para parte basal ▪ Pra direita, pra baixo e pra esquerda, para esquerda e para trás e, por sim, para cima Despolarização dos ventrículos em relação às derivações primordiais: ▪ V1: lado direito ✓ V1: derivação que vem de trás para frente (seta vermelha) ✓ A derivação é cortada ao meio (traçado preto) → o que está para baixo é positivo, o que está para cima é negativo ✓ Tudo que está na parte positiva de V1 gera uma onda positiva, tudo que está na parte negativa gera uma onda negativa ✓ V1 e V2 tá na parte positiva, logo, gera uma onda positiva ✓ V3 e V4 tá na parte negativa, logo, gera uma onda negativa ✓ Como V3 e V4 são maiores, irá gerar uma onda positiva pequena e uma onda negativa grande ✓ Complexo RS: onda R pequena, onda S grande EXEMPLO PATOLÓGICO: Jogador Eriksen (jogador que teve morte súbita no campo) ▪ O jogador possuía cardiopatia septal hipertrófica, ou seja, possui o septo interventricular hipertrofiado ▪ Como o septo é hipertrofiado, o vetor 1 será maior ▪ Logo, a onda R positiva será muito maior em V1 + - ▪ V6: lado esquerdo ✓ V6: derivação que vem da esquerda para direita (seta vermelha) ✓ A derivação é cortada ao meio (traçado preto) → o que está para esquerda é positivo, o que está para direita é negativo ✓ Tudo que está na parte positiva de V6 gera uma onda positiva, tudo que está na parte negativa gera uma onda negativa ✓ V1 e V4 tá na parte negativa, logo, gera uma onda negativa ✓ V2 e V3 tá na parte positiva, logo, gera uma onda positiva ✓ Como V2 e V3 são maiores, irá gerar uma onda positiva grande e uma onda negativa pequena ATENÇÃO: o início do QRS é o septo, o meio são as partes livres e o final as partes basais! NOMENCLATURA DO COMPLETO QRS ▪ Onda positiva → R ▪ Onda negativa que precede R → Q ▪ Onda negativa que sucede R → S Onda R: toda onda positiva do complexo QRS. Se existir uma segunda onda, está se chamará R’ Onda S: onda negativa que sucede a onda R Onda Q: onda negativa que precede QRS Onda QS: quando o complexo é inteiramente negativo Onda Q patológica: duração ≥ 1,0mm (indica área de necrose) Vetor 1: início de QRS Vetor 2 e vetor 3: parte mais ampla de QRS Vetor 4: final de QRS Complexo QRS: RESUMO ▪ O complexo QRS é a representação elétrica da despolarização ventricular e corresponde à sístole cardíaca. ▪ É normalmente composto por 3 ondas ▪ A onda Q é a deflexão negativa que acontece antes do QRS e corresponde ao vetor da despolarização do septo interventricular ▪ A onda R é a primeira deflexão positiva e corresponde ao vetor resultante da despolarização das paredes livres dos ventrículos, especialmente o esquerdo ▪ A onda S é a deflexão negativa após a onda R e corresponde à despolarização das regiões basais dos ventrículos. - + REPOLARIZAÇÃO ARTIAL: ONDA Ta A repolarização também acontece no sentido: ENDOCÁRDIO → EPICÁRDIO No entanto, o vetor está indo do epicárdio para o endocárdio Logo, na derivação a repolarização é representada por uma onda negativa: onda Ta Por possuir uma atividade elétrica muito baixa frente ao complexo QRS, a Ta não irá aparecer ✓ Em condições normais, não é possível ver a onda Ta (repolarização atrial) no ECG REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR: ONDA T Na repolarização, o sentindo é: EPICÁRDIO → ENDOCÁRDIO Quando o coração entra em sístole, contrai, aumentando a pressão dentro da cavidade Como o fluxo sanguíneo das coronárias (epicárdio) para dentro estará reduzido (devido à alta pressão), ocorrerá uma ISQUEMIA FISIOLÓGICA Essa isquemia impede que as células se repolarizem De forma com que a repolarização começa do epicárdico para o endocárdio Conforme as cargas vão trocando, percebe-se que os vetores de despolarização e repolarização tem o mesmo sentindo, só que um anda em um sentindo e outro como se estivesse de ré → eletrodos vêm a ponta dos dois vetores no mesmo sentindo Logo, QRS positivo irá gerar onda T positiva, já QRS negativo irá gerar onda T negativa LEMBRAR: ▪ QRS positivo = Onda T positiva ▪ QRS negativo = Onda T negativa ONDA T: RESUMO A onda T é a representação vetorial da repolarização ventricular. Diferentemente da despolarização, o sentido é do epicárdio para endocárdio - isquemia fisiológica. Normalmente, tem a mesma polaridade do complexo QRS. ............................................................................................................................. ...................................................................................... ............................................. ................................................................................................ RESUMO GERAL