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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO PENAL - 
PARTE ESPECIAL
Dos Crimes contra a Administração 
Pública - Parte I
Livro Eletrônico
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Dos Crimes contra a Administração Pública - Parte I 
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Leonardo Castro
Sumário
Dos Crimes contra a Administração Pública – Parte I ............................................................ 9
1 Peculato .......................................................................................................................................... 9
Peculato Próprio e Peculato Impróprio .................................................................................... 10
Objetividade Jurídica .................................................................................................................... 10
Sujeito Ativo ................................................................................................................................... 10
Condutas .......................................................................................................................................... 11
Elemento Subjetivo ........................................................................................................................12
Consumação e Tentativa ..............................................................................................................13
Ação Penal .......................................................................................................................................13
Jurisprudência Correlata ............................................................................................................. 14
Legislação Correlata .....................................................................................................................15
Classificação Doutrinária .............................................................................................................16
2 Peculato Mediante Erro de Outrem ........................................................................................16
Objetividade Jurídica .....................................................................................................................16
Sujeito Ativo ....................................................................................................................................16
Sujeito Passivo ............................................................................................................................... 17
Conduta ............................................................................................................................................ 17
Elemento Subjetivo ........................................................................................................................ 17
Consumação e Tentativa ............................................................................................................. 18
Ação Penal ...................................................................................................................................... 18
3 Inserção de Dados Falsos em Sistema de Informações .................................................... 18
Objetividade Jurídica .....................................................................................................................19
Sujeito Ativo ....................................................................................................................................19
Sujeito Passivo ...............................................................................................................................19
Conduta ............................................................................................................................................19
Elemento Subjetivo ........................................................................................................................19
Consumação e Tentativa ..............................................................................................................19
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Dos Crimes contra a Administração Pública - Parte I 
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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Ação Penal .......................................................................................................................................19
4 Modificação ou Alteração não Autorizada de Sistema de Informações ........................20
Objetividade Jurídica ....................................................................................................................20
Sujeito Ativo ...................................................................................................................................20
Sujeito Passivo ...............................................................................................................................21
Conduta ............................................................................................................................................21
Elemento Subjetivo ........................................................................................................................21
Consumação e Tentativa ..............................................................................................................21
Ação Penal .......................................................................................................................................21
Menor Potencial Ofensivo ............................................................................................................21
Aumento de Pena .......................................................................................................................... 22
5 Extravio, Sonegação ou Inutilização de Livro ou Documento .......................................... 22
Objetividade Jurídica .................................................................................................................... 22
Sujeito Ativo ................................................................................................................................... 22
Sujeito Passivo .............................................................................................................................. 23
Conduta ........................................................................................................................................... 23
Elemento Subjetivo ....................................................................................................................... 23
Consumação e Tentativa ............................................................................................................. 23
Ação Penal ...................................................................................................................................... 23
Crime de Médio Potencial Ofensivo .......................................................................................... 23
Subsidiariedade ............................................................................................................................. 23
6 Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas .............................................................24
Objetividade Jurídica ....................................................................................................................24
Sujeito Ativo ................................................................................................................................... 25
Sujeito Passivo ..............................................................................................................................25
Conduta ........................................................................................................................................... 25
Elemento Subjetivo ....................................................................................................................... 25
Consumação e Tentativa ............................................................................................................. 25
Ação Penal ...................................................................................................................................... 25
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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Menor Potencial Ofensivo ........................................................................................................... 25
7 Concussão ................................................................................................................................... 26
Pacote Anticrime ........................................................................................................................... 26
Objetividade Jurídica .................................................................................................................... 27
Sujeito Ativo ................................................................................................................................... 27
Sujeito Passivo .............................................................................................................................. 27
Conduta ........................................................................................................................................... 27
Elemento Subjetivo .......................................................................................................................28
Consumação e Tentativa .............................................................................................................28
Ação Penal ......................................................................................................................................28
Jurisprudência Correlata ............................................................................................................. 29
Jurisprudência Correlata ............................................................................................................. 29
8 Excesso de Exação .................................................................................................................... 30
Conduta ........................................................................................................................................... 30
Sujeito Ativo ................................................................................................................................... 30
Sujeito Passivo .............................................................................................................................. 30
Elemento Subjetivo ....................................................................................................................... 30
Consumação e Tentativa ..............................................................................................................31
Ação Penal .......................................................................................................................................31
Qualificadora...................................................................................................................................31
9 Corrupção Passiva ......................................................................................................................31
Objetividade Jurídica .....................................................................................................................31
Sujeito Ativo ................................................................................................................................... 32
Sujeito Passivo .............................................................................................................................. 32
Conduta ........................................................................................................................................... 32
Elemento Subjetivo ....................................................................................................................... 33
Consumação e Tentativa ............................................................................................................. 33
Ação Penal ...................................................................................................................................... 33
Causa de Aumento de Pena ......................................................................................................... 33
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Corrupção Passiva Privilegiada .................................................................................................34
Menor Potencial Ofensivo ...........................................................................................................34
Jurisprudência Correlata .............................................................................................................34
10 Facilitação de Contrabando ou Descaminho ..................................................................... 35
Objetividade Jurídica .................................................................................................................... 35
Sujeito Ativo ................................................................................................................................... 36
Sujeito Passivo .............................................................................................................................. 36
Conduta ........................................................................................................................................... 36
Elemento Subjetivo ....................................................................................................................... 36
Consumação e Tentativa ............................................................................................................. 36
Ação Penal ...................................................................................................................................... 36
Princípio da Especialidade .......................................................................................................... 37
11 Prevaricação ..............................................................................................................................38
Objetividade Jurídica ....................................................................................................................38
Sujeito Ativo ...................................................................................................................................38
Sujeito Passivo ..............................................................................................................................38
Conduta ...........................................................................................................................................38Elemento Subjetivo .......................................................................................................................38
Consumação e Tentativa .............................................................................................................38
Ação Penal ...................................................................................................................................... 39
Menor Potencial Ofensivo ........................................................................................................... 39
12 Prevaricação Imprópria .......................................................................................................... 39
Objetividade Jurídica ....................................................................................................................40
Sujeito Ativo ...................................................................................................................................40
Sujeito Passivo ..............................................................................................................................40
Conduta ...........................................................................................................................................40
Elemento Subjetivo .......................................................................................................................40
Consumação e Tentativa .............................................................................................................40
Ação Penal ......................................................................................................................................40
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Menor Potencial Ofensivo ........................................................................................................... 41
13 Condescendência Criminosa .................................................................................................. 41
Objetividade Jurídica ....................................................................................................................42
Sujeito Ativo ...................................................................................................................................42
Sujeito Passivo ..............................................................................................................................42
Conduta ...........................................................................................................................................42
Elemento Subjetivo .......................................................................................................................42
Consumação e Tentativa .............................................................................................................42
Ação Penal ......................................................................................................................................42
Menor Potencial Ofensivo ...........................................................................................................42
14 Advocacia Administrativa ......................................................................................................43
Objetividade Jurídica ....................................................................................................................44
Sujeito Ativo ...................................................................................................................................44
Sujeito Passivo ..............................................................................................................................44
Conduta ...........................................................................................................................................44
Elemento Subjetivo .......................................................................................................................44
Consumação e Tentativa .............................................................................................................44
Ação Penal ......................................................................................................................................44
Qualificadora..................................................................................................................................44
Menor Potencial Ofensivo ...........................................................................................................44
15 Violência Arbitrária .................................................................................................................. 45
Revogação Tácita .......................................................................................................................... 45
Objetividade Jurídica .................................................................................................................... 45
Sujeito Ativo ...................................................................................................................................46
Sujeito Passivo ..............................................................................................................................46
Conduta ...........................................................................................................................................46
Elemento Subjetivo .......................................................................................................................46
Consumação e Tentativa .............................................................................................................46
Ação Penal ......................................................................................................................................46
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Concurso Material Obrigatório ..................................................................................................46
Crime de Médio Potencial Ofensivo .......................................................................................... 47
16 Abandono de Função ............................................................................................................... 47
Objetividade Jurídica .................................................................................................................... 47
Sujeito Ativo ................................................................................................................................... 47
Sujeito Passivo ..............................................................................................................................48
Conduta ...........................................................................................................................................48
Elemento Subjetivo .......................................................................................................................48
Consumação e Tentativa .............................................................................................................48Ação Penal ......................................................................................................................................48
Menor Potencial Ofensivo ...........................................................................................................48
Qualificadoras ...............................................................................................................................48
17 Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou Prolongado .........................................49
Objetividade Jurídica ....................................................................................................................49
Sujeito Ativo ................................................................................................................................... 50
Sujeito Passivo .............................................................................................................................. 50
Conduta ........................................................................................................................................... 50
Elemento Subjetivo ....................................................................................................................... 50
Consumação e Tentativa ............................................................................................................. 50
Ação Penal ...................................................................................................................................... 50
Menor Potencial Ofensivo ........................................................................................................... 50
18 Violação de Sigilo Funcional ...................................................................................................51
Objetividade Jurídica .....................................................................................................................51
Sujeito Ativo ................................................................................................................................... 52
Sujeito Passivo .............................................................................................................................. 52
Conduta ........................................................................................................................................... 52
Elemento Subjetivo ....................................................................................................................... 52
Consumação e Tentativa ............................................................................................................. 52
Ação Penal ...................................................................................................................................... 52
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Figuras Equiparadas ..................................................................................................................... 52
Qualificadora.................................................................................................................................. 53
Menor Potencial Ofensivo ........................................................................................................... 53
19 Violação do Sigilo de Proposta de Concorrência ............................................................... 53
20 Conceito de Funcionário Público .......................................................................................... 54
Conceito .......................................................................................................................................... 54
Equiparação.................................................................................................................................... 54
Aumento de Pena .......................................................................................................................... 55
Jurisprudência Correlata ............................................................................................................. 55
Resumo ............................................................................................................................................ 56
Questões de Concursos ...............................................................................................................60
Gabarito ........................................................................................................................................... 81
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – 
PARTE I
Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração em Geral
• O conceito de funcionário público pode ser extraído do art. 327 do CP.
• O Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) modificou a pena da concussão (art. 316).
1 Peculato
PECULATO
(ART. 312 DO CP)
Simples (caput)
Peculato
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Peculato-furto (art. 312, § 1º)
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, 
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valen-
do-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo (art. 312, § 2º)
Peculato culposo
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Extinção da punibilidade / Diminuição de pena (art. 312, § 3º)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extin-
gue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
GLOSSÁRIO
Peculato apropriação: apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo (art. 312, caput, 
primeira parte).
Peculato desvio: desviá-lo (bem móvel, público ou particular), em proveito próprio ou alheio 
(art. 312, caput, segunda parte).
Peculato malversação: quando o peculato tem por objeto material patrimônio de particular 
custodiado à Administração Pública.
Peculato furto: quando o funcionário público não tem a posse da coisa, mas tira proveito da 
qualidade de funcionário para subtrai-la (art. 312, § 1º).
• Peculato estelionato: é o crime do art. 313 do CP.
• Peculato eletrônico: é o delito do art. 313-A do CP.
Peculato
próprio
Peculato
impróprio
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Dos Crimes contra a Administração Pública - Parte I 
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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Peculato PróPrio e Peculato imPróPrioPECULATO PRÓPRIO
Expressão utilizada em referência às condutas do caput do art. 312 do CP: peculato apropriação 
e peculato desvio.
PECULATO IMPRÓPRIO
Faz alusão à conduta do § 1º do art. 312 do CP: o peculato furto.
CRIME FUNCIONAL PRÓPRIO
É aquele que, ausente a condição de funcionário público, a conduta se torna atípica. Exemplo: 
excesso de exação (CP, art. 316, § 1º).
Excesso de exação
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, 
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
CRIME FUNCIONAL IMPRÓPRIO
É o delito que, se retirada a condição de funcionário público, a conduta permanece típica, 
embora configure outro crime. Exemplos: o peculato apropriação (art. 312, caput), em relação à 
apropriação indébita (art. 168), e peculato furto (art. 312, § 1º), quanto ao furto (art. 155).
Art. 312. […]
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, 
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valen-
do-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
objetividade jurídica
O bem jurídico tutelado é a Administração Pública, tanto em relação ao patrimônio, público 
ou particular (peculato malversação), quanto à moralidade administrativa.
Sujeito ativo
O peculato é crime próprio, que somente pode ser praticado por funcionário público – o 
conceito está no art. 327 do CP. No entanto, e se for auxiliado por particular, como deve ocorrer 
a punição? Ex.: Mário, funcionário público, valendo-se do seu cargo, adentra em repartição pú-
blica fora do horário de expediente para a subtração de computadores. Todavia, como os equi-
pamentos são pesados, Mário é auxiliado por Joaquim, seu irmão, que conhece sua condição 
de funcionário público. Ambos devem ser responsabilizados por peculato furto. O fundamento 
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está no art. 30 do CP. Se não existisse a exceção legal, Mário responderia por peculato furto 
(art. 312, § 1º) e Joaquim por furto (art. 155).
Peculato por prefeitos
Nas hipóteses de peculato-apropriação e peculato-desvio, deve o prefeito responder pelo crime 
do art. 1º, I, do DL n. 201/1967, e não pelo peculato do art. 312, caput, do CP. No entanto, não 
existe figura análoga ao peculato-furto (art. 312, § 1º) e ao peculato-culposo (art. 312, § 2º) na 
norma especial, devendo ser aplicado o disposto no CP.
PREFEITOS
PECULATO CULPOSO
PECULATO-FURTO
PECULATO-DESVIO
PECULATO-APROPRIAÇÃO
CP, ART. 312, § 2º
CP, ART. 312, § 1º
DL N. 201/1967, ART. 1º, I
DL N. 201/1967, ART. 1º, I
Sujeito PaSSivo
O sujeito passivo principal ou imediato é o Estado. Pode ocorrer de outra pessoa ser atingida 
pela conduta – por exemplo, o particular que tem sem bem apropriado por funcionário público.
condutaS
1 Peculato apropriação (art. 312, caput) – Peculato próprio
Forma especial do crime de apropriação indébita (CP, art. 168), consiste na conduta em que 
o funcionário público se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
2 Peculato desvio (art. 312, caput, in fine) – Peculato próprio
A conduta se dá pelo desvio, em proveito próprio ou alheio, de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.
O dolo exigido para a incidência do peculato-desvio é a consciência e a vontade definitiva de desviar 
a coisa (dinheiro, valor ou qualquer outra coisa móvel) pertencente ao Poder Público de sua finalida-
de. O elemento subjetivo especial do tipo ou do injusto é o de que que se faça o desvio em proveito 
próprio ou alheio. (STJ, APn 629/RO)
Não se configura o delito de peculato-desvio quando o agente público destina verba pública para 
outro elemento que o determinado por Lei. 2. Verba para o FUNDEF que foi emprestada ao Estado 
para resolver déficit de caixa. 3. Ausência de configuração do tipo previsto na parte final do art. 312 
do CP. 4. Denúncia rejeitada. (STJ, APn 391/MS)
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3 Peculato furto (art. 312, § 1º) – Peculato impróprio
A conduta consiste em subtrair, tomar algo de alguém, como ocorre no furto e no roubo. 
Não se confunde com o peculato-apropriação, em que o funcionário público recebeu a coisa 
em razão do exercício das suas funções. No crime do § 1º, o agente pratica um furto (subtrair), 
mas não responde pelo crime do art. 155 do CP por ter tirado proveito de facilidade proporcio-
nada pela condição por ele ostentada – ser funcionário público. Ex.: Tício, funcionário público, 
valendo-se de sua função pública, adentra em repartição pública fora do horário de expediente 
para a subtração de um notebook que está em seu interior.
4 Peculato culposo (art. 312, § 2º)
O funcionário público, ao não observar o dever de cuidado com a coisa móvel da Admi-
nistração Pública ou sob sua vigilância, viabiliza a prática de delito doloso por terceiro, que 
tira proveito da facilidade proporcionada pelo funcionário. Ex.: Sérgio é responsável pelo setor 
de TI de determinada repartição pública. Em sua sala, há uma porção de equipamentos de 
relevante valor econômico – notebooks, HDs portáteis, peças de manutenção etc. Por isso, 
sempre que deixa o setor, deve trancar a porta. No entanto, em certa oportunidade, por estar 
atrasado para um compromisso, ele esquece de chavear a porta. Carlos, funcionário de outro 
setor, ao perceber a porta destrancada, subtrai alguns bens do interior da sala de Sérgio. Carlos 
deve ser responsabilizado por peculato furto e Sérgio por peculato culposo. No entanto, aten-
ção: a atitude descuidada do funcionário tem de influenciar na prática do delito por terceiro. 
Em nosso exemplo, se um ladrão entrasse na sala por arrombamento de uma janela, sem que a 
porta destrancada facilitasse a prática do delito, Sérgio não responderia por peculato culposo.
O funcionário 
público...
Por negligência,
imprudência ou
imperícia...
Contribui para
que terceiro...
Pratique crime
contra a
Administração
Pública.
Cuidados!
1º. A conduta culposa do agente público deve, de fato, contribuir para a prática criminosa.
2º. O funcionário público somente responderá pela culposa se o crime doloso praticado por 
terceiro se consumar.
elemento Subjetivo
O peculato apropriação, o peculato desvio e o peculato furto são crimes dolosos. No pecu-
lato apropriação, além do dolo, tem de estar presente um especial fim de agir (dolo específico), 
consistente no animus rem sibi habendi, a vontade de se tornar dono da coisa. O denominado 
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peculato de uso é atípico, exceto quando praticado por prefeitos (DL n. 267/61, art. 1º, II). Quan-
to ao peculato desvio e ao peculato furto, também deve estar presente finalidade especial: a 
intenção de desviar ou subtrair a coisa em proveito próprio ou alheio.
conSumação e tentativa
PECULATO – CONSUMAÇÃO
Crime material: a consumação depende da produção de resultado naturalístico. É 
prescindível a obtenção de vantagem indevida.
Peculato apropriação: consuma-se quando o agente passa a se agir como proprietário da 
coisa móvel (ex.: alienando-a). É compatível com a tentativa.
A consumação do crime de peculato-apropriação (art. 312, caput, 1.ª parte, do Código 
Penal) ocorre no momento da inversão da posse do objeto material por parte do funcio-
nário público. (STJ, AgRg no AREsp 1.341.836/RN)
Peculato desvio: consuma-se no instante em que o funcionário público confere à 
coisa móvel destinação diversa da legalmente prevista. É prescindível a obtenção da 
vantagem indevida. É compatível com a tentativa.
A consumação do crime de peculato-desvio (art. 312, caput, 2ª parte, do CP) ocorre 
no momento em que o funcionário efetivamente desvia o dinheiro, valor ou outro bem 
móvel, em proveito próprio ou de terceiro, ainda que não obtenha a vantagem indevida. 
(Informativo 526 do STJ)
Peculato furto: o crime se consuma na forma da Súmula 582 do STJ, editada para o 
crime de roubo. A redação do enunciado: consuma-se o crime de roubo com a inversão 
da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve 
tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, 
sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. É compatível com a tentativa.
ação Penal
O peculato é crime de ação penal pública incondicionada.
• REPARAÇÃO DO DANO
Após o trânsito em julgado:
reduz a pena de metade.
Antes do trânsito em julgado:
extingue a punibilidade.
Reparação do dano.
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Dos Crimes contra a Administração Pública - Parte I 
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Leonardo Castro
Se culposo o peculato, a reparação do dano, se anterior ao trânsito em julgado da sentença 
condenatória, extingue a punibilidade; se posterior, reduz a pena de metade. O § 3º fala em 
sentença irrecorrível. Em ambos os casos, a reparação do dano deve ser completa e não afasta 
eventual sanção administrativa contra o funcionário público. A reparação do dano pode mani-
festar-se sob duas formas:
(a) devolução do objeto material do crime;
(b) ressarcimento do prejuízo causado ao ofendido.
E, no campo do peculato culposo, sua eficácia é bastante relevante.
• Arrependimento posterior
O § 3º não é aplicável ao peculato doloso. No entanto, se, antes do recebimento da denúncia, 
o agente, por ato voluntário, reparar o dano ou restituir a coisa, a pena será reduzida de um a 
dois terços (CP, art. 16).
juriSPrudência correlata
SÚMULA 599 DO STJ
O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública.
INFORMATIVO 666 DO STJ
Configura o crime de peculato-desvio o fomento econômico de candidatura à reeleição 
por Governador de Estado com o patrimônio de empresas estatais.
INFORMATIVO 664 DO STJ
Pratica o crime de peculato-desvio o Governador que determina que os valores 
descontados dos contracheques dos servidores para pagamento de empréstimo 
consignado não sejam repassados ao banco, mas sim utilizados para quitação de dívidas 
do Estado.
INFORMATIVO 623 DO STJ
O depositário judicial que vende os bens sob sua guarda não comete o crime de 
peculato.
INFORMATIVO 526 DO STJ
A consumação do crime de peculato-desvio (art. 312, caput, 2ª parte, do CP) 
ocorre no momento em que o funcionário efetivamente desvia o dinheiro, valor 
ou outro bem móvel, em proveito próprio ou de terceiro, ainda que não obtenha a 
vantagem indevida.
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Dos Crimes contra a Administração Pública - Parte I 
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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INFORMATIVO 479 DO STJ
A elementar do crime de peculato se comunica aos coautores e partícipes estranhos ao 
serviço público.
INFORMATIVO 712 DO STF
Analogamente ao furto de uso, o peculato de uso também não configura ilícito penal, tão 
somente administrativo. Todavia, o peculato desvio é modalidade típica, submetendo o 
autor do fato à pena do art. 312 do Código Penal.
STJ – AgRg no AREsp 1.341.836/RN
A consumação do crime de peculato-apropriação (art. 312, caput, 1.ª parte, do 
Código Penal) ocorre no momento da inversão da posse do objeto material por 
parte do funcionário público.
STJ – RHC 120.906/BA
A reparação do dano antes do recebimento da denúncia não exclui o crime de peculato 
doloso, diante da ausência de previsão legal, podendo configurar arrependimento 
posterior, nos termos do art. 16 do CP.
STJ – HC 166.089/ES
A instauração de ação penal individualizada para os crimes de peculato e sonegação 
fiscal em relação aos valores indevidamente apropriados não constitui bis in idem.
STJ – CC 121.022/AC
Compete à Justiça Federal o julgamento do crime de peculato se houver 
possibilidade de utilização da prova do referido delito para elucidar sonegação fiscal 
consistente na falta de declaração à Receita Federal do recebimento dos valores 
indevidamente apropriados.
legiSlação correlata
DL N. 201/1967 (Responsabilidade dos Prefeitos e 
Vereadores)
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Muni-
cipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, indepen-
dentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:
I – apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em 
proveito próprio ou alheio;
Il – utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, 
de bens, rendas ou serviços públicos;
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Dos Crimes contra a Administração Pública - Parte I 
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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claSSificação doutrinária
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O peculato é crime:
• simples (atinge um único bem jurídico);
• próprio (o sujeito ativo tem que ser funcionário público);
• material (o tipo contém conduta e resultado naturalístico, exigindo este último para sua consumação);
• de dano (reclama a efetiva lesão do bem jurídico);
• de forma livre (admite qualquer meio de execução);
• comissivo (regra) ou omissivo (impróprio, espúrio ou comissivo por omissão, quando pre-
sente o dever de agir);
• usualmente, instantâneo (consuma-se em momento determinado, sem continuidade no 
tempo), mas excepcionalmente permanente (exemplo: funcionário público que desvia ener-
gia elétrica da repartição pública para sua casa);
• normalmente unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (praticado por uma única 
pessoa, mas admite concurso), e plurissubjetivo, plurilateral ou de concurso necessário, na 
hipótese do peculato furto em que o funcionário público concorre para a subtração do bem; e
• quase sempre, plurissubsistente (a conduta é fracionada em diversos atos que, somados, 
provocam a consumação)(a conduta pode ser fracionada em diversos atos).
2 Peculato mediante erro de outrem
PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM
(ART. 313 DO CP)
Peculato mediante erro de outrem
Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por 
erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
objetividade jurídica
Tutela-se a Administração Pública.
Sujeito ativo
Crime próprio, tem de ser praticado por funcionário público pode praticá-lo. O particular 
pode ser responsabilizado em razão da exceção trazida no art. 30, parte final, do CP.
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando ele-
mentares do crime.
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Sujeito PaSSivo
O sujeito passivo é o Estado (sujeito passivo principal) e, eventualmente, quem sofre preju-
ízo em razão da conduta criminosa (sujeito passivo secundário).
conduta
Conhecido, na doutrina, como peculato estelionato, tem por conduta a apropriação de di-
nheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, o funcionário público recebeu por erro 
de outrem. Embora a doutrina fale em peculato-estelionato, o peculato mediante erro de outrem 
é semelhante ao delito de apropriação de coisa havida por erro, do art. 169, caput, do CP. Em 
ambos os crimes, a coisa chega às mãos do criminoso sem que este tenha influenciado e a 
vítima em erro. Entenda:
a) Com o objetivo de pagar fiança em benefício de um amigo, particular (extraneus) se diri-
ge até a prefeitura, onde deixa quantia equivalente à arbitrada ao funcionário público da recep-
ção. Posteriormente, o funcionário percebe o erro, mas decide se apropriar do valor, quando 
deveria restitui-lo. Crime: peculato estelionato (CP, art. 313).
b) Particular se dirige à prefeitura para depositar fiança em benefício de um amigo seu, 
preso em flagrante. O funcionário público da recepção, ao perceber o erro, afirma ser sua atri-
buição o recebimento, e, em seguida, recolhido indevidamente o valor, dele se apropria. Crime: 
estelionato (CP, art. 171).
O STJ entende pela possibilidade do concurso material entre peculato mediante erro de outrem 
e apropriação indébita (CP, art. 168).
Não há constrangimento ilegal na denúncia do paciente pela prática, em tese, de peculato median-
te erro de outrem, pois, embora não fosse funcionário público, a condição da ex-mulher – por ser 
elementar do crime – foi a ele comunicada. O concurso material dos crimes de peculato e de apro-
priação indébita é, em princípio, neste caso específico, possível – pois os autos revelam que a conta 
onde foram depositados os valores indevidos permaneceu na titularidade conjunta do paciente e 
sua ex-esposa, funcionária pública, durante um período, e na titularidade exclusiva do paciente, du-
rante outro período. (STJ, RHC 12.506/MG)
elemento Subjetivo
É o dolo, mas superveniente, pois surge após o bem se encontrar na posse do funcionário 
público, que deve ter ciência do erro da vítima. Não é admitida a modalidade culposa.
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conSumação e tentativa
Crime material, consuma-se com a apropriação, quando o funcionário público, ao receber 
o dinheiro ou utilidade econômica mediante o erro de outrem, passa a agir em relação ao bem 
como se fosse seu legítimo dono, dele dispondo, destruindo-o, alienando-o etc. A tentativa 
é possível.
ação Penal
A ação penal é pública incondicionada.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O peculato mediante erro de outrem é crime:
• simples (atinge um único bem jurídico);
• próprio (o sujeito ativo tem que ser funcionário público);
• material (o tipo contém conduta e resultado naturalístico, exigindo este último 
para a consumação);
• de dano (reclama a efetiva lesão do bem jurídico);
• de forma livre (admite qualquer meio de execução);
• usualmente, comissivo;
• instantâneo (consuma-se em momento determinado, sem continuidade no tem-
po);
• normalmente unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (praticado por 
uma única pessoa, mas admite concurso); e
• quase sempre, plurissubsistente (a conduta é fracionada em diversos atos que, 
somados, provocam a consumação) (a conduta pode ser fracionada em diversos 
atos).
3 inSerção de dadoS falSoS em SiStema de informaçõeS
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES
(ART. 313-A DO CP)
Inserção de dados falsos em sistema de informações
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alte-
rar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de 
dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para 
outrem ou para causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
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objetividade jurídica
Tutela-se a Administração Pública – mormente, quanto à segurança de informações cons-
tantes em seus sistemas informatizados ou bancos de dados.
Sujeito ativo
É o funcionário público autorizado a realizar as operações nos sistemas de informatização 
ou de banco de dados da Administração Pública (crime próprio). Caso não esteja autorizado, 
pode ficar configurado o crime de prevaricação (CP, art. 319). Em razão da ressalva trazida na 
parte final do art. 30 do CP, é possível o concurso em pessoas com particulares,
Sujeito PaSSivo
O sujeito passivo é o Estado. Também pode figurar como sujeito passivo o particular even-
tualmente atingido pela conduta.
conduta
O crime consiste em inserir (introduzir) ou facilitar (auxiliar), o funcionário autorizado, a in-
serção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informa-
tizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida 
para si ou para outrem ou para causar dano. A doutrina adota o nomen juris peculato-eletrônico.
elemento Subjetivo
É o dolo. Exige-se um especial fim de agir – com o fim de obter vantagem indevida para si 
ou para outrem ou para causar dano. A modalidade culposa é atípica.
conSumação e tentativa
Crime formal, o crime se consuma quando o funcionário público insere ou facilita a inser-
ção de dados falsos por terceira pessoa, ou altera ou exclui indevidamente dados corretos nos 
sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública, com o fim de obter 
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. É possível a tentativa.
ação Penal
A ação penal é pública incondicionada.
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CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O crime de inserção de dados falsos em sistema de informações é:
• simples (atinge um único bem jurídico);
• próprio (o sujeito ativo tem que ser funcionário público autorizado);
• formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado (o tipo contém conduta e resultado na-
turalístico, dispensando este último – vantagem indevida ou dano a outrem – para a consumação);
• de dano (reclama a efetiva lesão do bem jurídico);
• de forma livre (admite qualquer meio de execução);
• usualmente, comissivo;
• instantâneo (consuma-se em momento determinado, sem continuidade no tempo);
• unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (praticado por uma só pessoa, mas admite 
concurso);
• e, quase sempre, plurissubsistente (a conduta é fracionada em diversos atos que, somados, 
provocam a consumação) (a conduta pode ser fracionada em diversos atos).
4 modificação ou alteração não autorizada de SiStema de informaçõeS
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO
AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES
(ART. 313-B DO CP)
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informá-
tica sem autorização ou solicitação de autoridade competente:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Aumento de pena (parágrafo único)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alte-
ração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.
objetividade jurídica
Tutela-se a Administração Pública, em especial quanto à segurança de seus sistemas de 
informações e programas de informática.
Sujeito ativo
É o funcionário público (crime próprio). No art. 313-B, o legislador não falou em funcionário 
autorizado, como o fez no art. 313-A. Portanto, pode ser qualquer agente público, sem qualquer 
outra característica pessoal.
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Sujeito PaSSivo
O sujeito passivo é o Estado. O particular eventualmente prejudicado também pode ser 
considerado, de forma mediata, sujeito passivo do delito.
conduta
Pratica o delito quem modifica ou altera, sem autorização ou solicitação da autoridade compe-
tente (elemento normativo do tipo), sistema de informações ou programa de informática. O crime 
teve por episódio mais célebre, provavelmente, o caso conhecido como Crise do Painel do Senado.
Supressão de documento (CP, art. 305). Violação do painel do Senado. A obtenção do extrato de 
votação secreta, mediante alteração nos programas de informática, não se amolda ao tipo penal 
previsto no art. 305 do CP, mas caracteriza o crime previsto no art. 313-B da Lei n. 9.989, de 14-7-
2000. Impossibilidade de retroação da norma penal a fatos ocorridos anteriormente a sua vigência 
(CF, art. 5º, XL). Extinção da punibilidade em relação ao crime de violação de sigilo funcional (CP, art. 
325). Denúncia rejeitada por atipicidade de conduta. (STF, Inq. 1879/DF).
elemento Subjetivo
É o dolo, sem qualquer finalidade específica. O sujeito ativo age com vontade, livre e cons-
ciente, de modificar ou alterar sistema de informações ou programa de informática. Não é 
admitida a modalidade culposa.
conSumação e tentativa
A consumação ocorre no momento da modificação ou alteração do sistema de informa-
ções ou programa de informática pelo funcionário público. No entanto, isso não faz com que o 
crime seja material, pois o resultado naturalístico da conduta é a lesão à Administração Públi-
ca ou terceiros. Portanto, é crime formal. A tentativa é possível.
ação Penal
A ação penal é pública incondicionada.
menor Potencial ofenSivo
Punido com pena máxima de dois anos, é crime de menor potencial ofensivo – exceto 
se presente a causa de aumento de pena do parágrafo único -, de competência do Juizado 
Especial Criminal, devendo tramitar pelo rito sumaríssimo (Lei n. 9.099/1995, art. 61). Admite 
transação penal e suspensão condicional do processo (idem, arts. 76 e 89).
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aumento de Pena
A pena deve ser aumentada, de um terço até a metade, se da modificação ou alteração 
resultar dano para a Administração Pública ou para o administrado.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O crime de modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações é:
• simples (atinge um único bem jurídico);
• próprio (somente pode ser cometido por funcionário público);
• formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado (consuma-se com a realização 
da conduta criminosa, mas a superveniência do resultado naturalístico – dano à Adminis-
tração Pública ou ao administrado – configura uma causa de aumento da pena);
• de dano (reclama a efetiva lesão do bem jurídico);
• de forma livre (admite qualquer meio de execução);
• usualmente, comissivo;
• instantâneo (consuma-se em momento determinado, sem continuidade no tempo);
• unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (praticado por uma só pessoa, mas admite 
concurso);
• e, quase sempre, plurissubsistente (a conduta é fracionada em diversos atos que, somados, 
provocam a consumação) (a conduta pode ser fracionada em diversos atos).
5 extravio, Sonegação ou inutilização de livro ou documento
EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO
(ART. 314 DO CP)
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; 
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
objetividade jurídica
Tutela-se a Administração Pública.
Sujeito ativo
Crime próprio, tem de ser praticado, necessariamente, por funcionário público, mas não 
qualquer um. Tem de ser aquele que tem a guarda do livro ou documento em razão do cargo.
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Sujeito PaSSivo
O sujeito passivo é o Estado. Também pode ser sujeito passivo o particular eventualmente 
prejudicado pela conduta.
conduta
O delito pode ser praticado das seguintes maneiras: extraviar, fazer com que se perca; so-
negar, não apresentar; e, ainda, inutilizar, tornar imprestável, total ou parcialmente, livro oficial 
ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo.
elemento Subjetivo
Crime doloso, sem qualquer finalidade especial buscada pelo agente. A tentativa é possível.
conSumação e tentativa
Crime formal, consuma-se no instante em que o objeto material é extraviado ou inutilizado. 
Na hipótese da sonegação, a consumação ocorre quando o funcionário público tem o dever de 
apresentar olivro ou documento, mas não o faz. A tentativa é possível no extravio e na inutili-
zação. Na sonegação, crime unissubsistente, não.
ação Penal
A ação penal é pública incondicionada.
crime de médio Potencial ofenSivo
Por ter pena máxima superior a dois anos, não é crime de menor potencial ofensivo. No 
entanto, a pena mínima – de até um ano – permite a suspensão condicional do processo (Lei 
n. 9.099/96, arts. 61 e 89).
SubSidiariedade
Fica caracterizado o crime do art. 314 do CP quando não configurar delito mais grave, 
conforme expressa previsão trazida no preceito secundário. Portanto, infração penal expres-
samente subsidiária.
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CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento é 
crime:
• simples (ofende um único bem jurídico);
• próprio (somente pode ser cometido pelo funcionário pú-
blico que tem a guarda do livro oficial ou documento em 
razão do cargo);
• formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado 
(consuma-se com a realização da conduta criminosa, sendo 
prescindível a produção do resultado naturalístico);
• de dano (depende da efetiva lesão do bem jurídico);
• de forma livre (admite qualquer meio de execução);
• usualmente, comissivo;
• instantâneo (consuma- se em momento determinado, sem 
continuidade no tempo);
• unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (pratica-
do por um só agente, mas admite o concurso);
• e, quase sempre, plurissubsistente (a conduta é fracionada 
em diversos atos que, somados, provocam a consumação) 
(a conduta pode ser fracionada em diversos atos).
6 emPrego irregular de verbaS ou rendaS PúblicaS
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS
(ART. 315 DO CP)
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da 
estabelecida em lei:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
objetividade jurídica
Tutela-se a Administração Pública, em especial quanto ao seu patrimônio, aqui representa-
do por suas verbas e rendas.
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Sujeito ativo
Crime próprio, o sujeito ativo é o funcionário público que tem por atribuição dispor de verbas ou 
rendas públicas. Se a conduta for praticada por prefeito, o crime será o do DL n. 201/1967, art. 1º, III.
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder 
Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: […]
III – desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas;
Sujeito PaSSivo
É o Estado, assim como a entidade de direito público prejudicada pelo desvio do numerário.
conduta
Norma penal em branco, a conduta consiste em dar às verbas ou rendas públicas aplicação 
diversa da estabelecida em lei. Não há, portanto, a apropriação, como ocorre no peculato (art. 
312). As verbas ou rendas são empregadas em prol da própria Administração Pública, mas em 
desconformidade com a lei.
elemento Subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo, sem qualquer finalidade específica. Não há necessidade do 
intuito de lucro. A modalidade culposa é atípica.
conSumação e tentativa
Crime material, a consumação ocorre com a efetiva aplicação das verbas ou rendas públi-
cas em finalidade diversa da que a lei estabelece. Contudo, é prescindível o efetivo prejuízo à 
Administração Pública. A tentativa é possível.
ação Penal
A ação penal é pública incondicionada.
menor Potencial ofenSivo
Punido com pena máxima de três meses, é crime de menor potencial ofensivo, de compe-
tência do Juizado Especial Criminal, devendo tramitar pelo rito sumaríssimo (Lei n. 9.099/1995, 
art. 61). Admite transação penal e suspensão condicional do processo (idem, arts. 76 e 89).
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Dos Crimes contra a Administração Pública - Parte I 
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Leonardo Castro
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O emprego irregular de verbas ou rendas públicas é crime:
• simples (ofende um único bem jurídico);
• próprio (somente pode ser cometido pelo funcionário público que tem 
a gestão das verbas ou rendas públicas);
• material (consuma-se com a produção do resultado naturalístico, con-
sistente no efetivo desvio, em prol da Administração Pública, das ver-
bas ou rendas públicas);
• de dano (depende do prejuízo à regularidade da Administração Pública);
• de forma livre (admite qualquer meio de execução);
• usualmente, comissivo;
• instantâneo (consuma-se em momento determinado, sem continuida-
de no tempo);
• unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (praticado por um só 
agente, mas admite o concurso);
• e, quase sempre, plurissubsistente (a conduta é fracionada em diver-
sos atos que, somados, provocam a consumação) (a conduta pode ser 
fracionada em diversos atos).
7 concuSSão
CONCUSSÃO
(ARTIGO 316 DO CP)
Concussão
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Pacote anticrime
A Lei n. 13.964/2019 aumentou a pena máxima do delito: de oito para doze anos. A mudan-
ça era necessária, afinal, na corrupção passiva, conduta menos gravosa, a pena máxima é de 
doze anos desde 2003, quando entrou em vigor a Lei n. 10.753. Por se tratar de novatio legis in 
pejus, a nova pena não retroage para fatos anteriores ao dia 23 de janeiro de 2020, quando o 
Pacote Anticrime entrou em vigor.
• As penas mais graves entre crimes funcionais (em ordem decrescente):
ALTERADO PELO
PACOTE ANTICRIME
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Leonardo Castro
1º Pena máxima de doze anos: peculato (art. 312); peculato eletrônico (art. 313-A); concussão (art. 
316); corrupção passiva (art. 317); excesso de exação qualificado (art. 316, § 2º).
2º Pena máxima de oito anos: excesso de exação (art. 316, § 1º); facilitação de contrabando ou des-
caminho (art. 318). Obs.: os crimes dos artigos 316, § 1º, e 318 têm a pena mínima mais alta entre 
os delitos comparados: três anos.
3º Pena máxima de seis anos: violação de sigilo funcional qualificado (art. 325, § 2º).
4º Pena máxima de quatro anos: peculato mediante erro de outrem (art. 313); extravio, sonegação 
ou inutilização de livro ou documento (art. 314).
5º Pena máxima de três anos: abandono de função qualificado (art. 323, § 2º).
6º Pena máxima de dois anos: modificaçãoou alteração não autorizada de sistema de informações 
(art. 313-B); violação de sigilo funcional (CP, art. 325).
7º Pena máxima de até um ano: peculato culposo (art. 312, § 3º); emprego irregular de verbas ou 
rendas públicas (art. 315); corrupção passiva privilegiada (art. 317, § 2º); prevaricação (art. 319); 
prevaricação imprópria (art. 319-A); condescendência criminosa (art. 320); advocacia administrativa 
(art. 321); abandono de função (art. 323, caput e § 1º); exercício funcional ilegalmente antecipado ou 
prolongado (art. 324).
objetividade jurídica
Tutela-e a Administração Pública.
Sujeito ativo
É o funcionário público (crime próprio), ainda que fora da função (ex.: férias) ou antes de 
assumi-la (ex.: nomeado, mas que ainda não entrou em exercício). É possível que particular 
pratique o delito, desde que em concurso com o agente público (CP, art. 30, parte final). O delito 
não pode ser praticado por quem já se aposentou.
Sujeito PaSSivo
É o Estado, sujeito passivo principal, e o particular, sujeito passivo secundário, vítima da 
exigência.
conduta
O crime consiste em exigência de vantagem, para si ou para outrem, por parte de funcio-
nário público. O ato de exigir pode se dar na presença da vítima ou por intermédio de outra 
pessoa, bem como de forma explícita ou implícita.
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CONCUSSÃO E CORRUPÇÃO PASSIVA
Distinção
Na concussão, o funcionário público exige a vantagem indevida. Na corrupção 
passiva (CP, art. 317), ele solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem.
Características comuns
(1) Vantagem indevida: é o objeto material. A vantagem não precisa ser, ne-
cessariamente, econômica. Pode ser sexual, sentimental etc.;
(2) Crime formal: pouco importa o efetivo recebimento da vantagem para a 
consumação. Os crimes se consumam no instante em que o funcionário exige 
(concussão), solicita, recebe ou aceita promessa (corrupção passiva) de van-
tagem indevida;
(3) Tentativa: é possível, desde que viável o fracionamento da execução dos 
delitos. Ex.: funcionário público faz a exigência (concussão) por carta, que não 
chega ao destinatário por ter sido interceptada no caminho;
(4) Momento: podem ser praticados fora da função ou antes de assumi-la. Ex.: 
ao ser nomeado para determinado cargo, o agente solicita (corrupção pas-
siva) vantagem indevida da vítima para a prática de ato futuro, quando em 
exercício da função
elemento Subjetivo
É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de exigir, em razão da função, vanta-
gem indevida, acrescido de um especial fim (para si ou para outrem). Se a vantagem for para a 
Administração, poderá ficar caracterizado o delito de excesso de exação (CP, art. 316, § 1º). É 
necessário que o agente tenha ciência de que a vantagem exigida não é autorizada por lei, do 
contrário, poderá haver erro de tipo (CP, art. 20)
conSumação e tentativa
Crime formal, consuma-se com a simples exigência da vantagem indevida. A efetiva ob-
tenção é mero exaurimento do delito. Em regra, não admite tentativa, salvo se a exigência se 
der por escrita. Quando a conduta se dá por meio verbal, a tentativa não é admitida por não ser 
possível o fracionamento dos atos executórios – não há meio-termo entre falar ou não falar.
ação Penal
A ação penal é pública incondicionada.
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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juriSPrudência correlata
STJ – EREsp 1.417.380-RJ (INFORMATIVO 631)
A aplicação da agravante genérica prevista no art. 70, II, “l”, do Código Penal Militar não configura 
bis in idem pelo crime de concussão, quando praticados por militar em serviço.
juriSPrudência correlata
STJ – EREsp 1.417.380-RJ (INFORMATIVO 631)
A aplicação da agravante genérica prevista no art. 70, II, “l”, do Código Penal Militar não configura 
bis in idem pelo crime de concussão, quando praticados por militar em serviço.
STJ – 1.196.136/RO (INFORMATIVO 608)
A obtenção de lucro fácil e a cobiça constituem elementares dos tipos de concussão e 
corrupção passiva (arts. 316 e 317 do CP), sendo indevido utilizá-las para aumentar a 
pena-base alegando que os “motivos do crime” (circunstância judicial do art. 59 do CP) 
seriam desfavoráveis.
STJ – HC 266.460 (INFORMATIVO 564)
No crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-se pela exigência – e não pela 
entrega – da vantagem indevida. Isso porque a concussão é crime formal, que se consuma com 
a exigência da vantagem indevida. Assim, a eventual entrega do exigido se consubstancia mero 
exaurimento do crime previamente consumado.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
A concussão é crime:
• pluriofensivo (ofende mais de um bem jurídico);
• próprio (somente pode ser cometido pelo funcionário público);
• formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado (consuma-se com a exigência 
de vantagem indevida, independentemente do seu recebimento);
• de dano (causa prejuízo à regularidade da Administração Pública);
• de forma livre (admite qualquer meio de execução);
• usualmente, comissivo;
• instantâneo (consuma-se em um momento determinado, sem continuidade no tempo);
• unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (normalmente praticado por um só agen-
te, mas admite o concurso);
• e unissubsistente ou plurissubsistente (a conduta é fracionada em diversos atos que, soma-
dos, provocam a consumação) (conforme a conduta seja exteriorizada em um ou mais atos 
de execução).
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8 exceSSo de exação
EXCESSO DE EXAÇÃO
(ART. 316, § 1º E § 2º, DO CP)
Excesso de exação
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, 
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Qualificadora (§ 2º)
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para 
recolher aos cofres públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
conduta
O § 1º do art. 316 traz figura autônoma em relação à do caput (concussão). Não se trata de 
simples qualificadora, mas de tipo penal fundamental. A conduta é praticada pelo funcionário 
público que exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando 
devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. A pena é de 
reclusão, de três a oito anos, e multa.
• Exigir: o funcionário público determina o pagamento de tributo ou contribuição social 
que sabe ou deveria saber indevido.
• Meio vexatório: o funcionário público emprega meio escandaloso e/ou humilhante, não 
autorizado em lei, ao cobrar tributo do contribuinte.
• Meio gravoso: ao cobrar o tributo, o funcionário público emprega meio gravoso, que gera 
à vítima

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