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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - UEPB CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL – ESA COMPONENTE CURRICULAR: PROJETO DE ETE DOCENTE: JOSÉ TAVARES DE SOUSA DISCENTE: NATÁLYA FERREIRA SILVA EXERCÍCIO 1 CAMPINA GRANDE - PB 2021 NATÁLYA FERREIRA SILVA Trabalho apresentado como requisito para obtenção de nota do componente curricular Projeto de Estações de Água e Esgoto, do Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Estadual da Paraíba, Campus Campina Grande. EXERCÍCIO 1 – QUESTÃO 1 CAMPINA GRANDE- PB 2021 1. QUESTÃO 1 Apresentar os critérios básicos necessários para elaboração de um projeto de um sistema de tratamento unifamiliar para as residências da população rural: a) Tanque séptico seguido de sumidouro; Tratamento Critérios (NBR 7229/1993) Tanque séptico seguido de sumidouro • Número de pessoas atendidas ou unidades de contribuição; • Contribuição de despejo; • Período de detenção; • Taxa de acumulação de lodo digerido; • Contribuição de lodo fresco. Dimensionamento de um tanque séptico seguido de um sumidouro O tanque séptico é uma unidade cilíndrica ou prismática de fluxo horizontal, para tratamento de esgotos por processos de sedimentação, flotação e digestão (NBR 7229/1993). O dimensionamento segue a NBR 7229/1993. Sendo o volume útil calculado a partir da equação abaixo: 𝑉 = 1000 + 𝑁 𝑥 (𝐶 𝑥 𝑡 + 𝐿𝑓 𝑥 𝐾) Onde, V = volume útil (L); N = número de pessoas ou unidades de contribuição (Adotou-se uma unidade familiar composta por 5 pessoas); C = contribuição de esgoto (NBR 7.229/93 recomenda um valor de 100 L/hab.dia para residência de baixo padrão); t = tempo de detenção hidráulica dos despejos (Para uma contribuição diária de até 1500L/d, a Norma recomenda um tempo de detenção de 24 horas, ou seja, 1 dia); Lf = contribuição de lodo fresco (Considerou-se um valor de 1 L/hab.dia); K = taxa de acumulação de lodo (Para um intervalo de limpeza do tanque a cada cinco anos em temperaturas acima de 20 °C, tem-se o valor de K = 217). Tabela 1: Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante. Tabela 2: Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária. Tabela 3: Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio Cálculo da população, considerando uma unidade familiar composta por 5 habitantes, para 35 habitações temos 175 pessoas. Assumindo um sistema de 5 fossas sépticas seguidas de sumidouro. Assim, 𝑉 = 1000 + 5 ℎ𝑎𝑏 𝑥 (100 𝐿 ℎ𝑎𝑏 𝑥 𝑑𝑖𝑎 𝑥 1 𝑑𝑖𝑎 + 1,0 𝐿 ℎ𝑎𝑏 𝑥 𝑑𝑖𝑎 𝑥 217) 𝑉 = 2585 𝐿 ≅ 2,585𝑚3 Considerando o volume útil e a tabela 4, também presente na NBR 7229/1993, temos que para volume útil de até 6m² temos que a profundidade mínima é de 1,20 m e a profundidade máxima é de 2,20 m. Tabela 4: Profundidade útil mínima e máxima, por faixa de volume útil. Com formato prismático/retangular o tanque séptico terá dimensões utilizando a relação empírica comprimento/largura entre 2:1. Será considerada a relação da área para descobrir as dimensões de comprimento (C) e largura (L), utilizando uma profundidade de 1,60 m, a partir das equações: - Área: 𝐴 = 𝑉 𝐻 𝐴 = 2,585 𝑚3 1,60 𝑚 = 1,61 𝑚2 - Comprimento e largura: 𝐴 = 𝐿 𝑥 𝐶 𝐴 = 𝐿 𝑥 2𝐿 𝐴 = 2𝐿2 = 𝐿 = √ 1,61 2 = 𝐿 = 0,89 𝑚 𝐶 = 1,79 𝑚 A carga de DBO do sistema foi calculada adotando o valor de 54 g.hab-1.dia-1. 𝐷𝐵𝑂5 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎 𝑥 𝑁 𝐷𝐵𝑂5 = 54 𝑔/ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎 𝑥 5 ℎ𝑎𝑏 𝐷𝐵𝑂5 = 270 𝑔 𝐷𝐵𝑂/𝑑𝑖𝑎 Considerando que a eficiência do pré-tratamento através de fossa séptica foi de 50% é possível estimar a carga de DBO afluente: 𝐶𝑎 = 𝐷𝐵𝑂5𝑥 (1 − 𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑚𝑜çã𝑜 (%) 100 ) 𝐶𝑎 = 270 𝑔. 𝑑𝑖𝑎 −1𝑥 (1 − 50% 100 ) = 135 𝑔 𝐷𝐵𝑂. 𝑑𝑖𝑎−1 O sumidouro é a unidade de depuração e de disposição final do efluente de tanque séptico verticalizado em relação à vala de infiltração. Devido a esta característica, seu uso é favorável somente nas áreas onde o aquífero é profundo, onde possa garantir a distância mínima de 1,50 m (exceto areia) entre o seu fundo e o nível aquífero máximo (NBR 13969/97). A construção de um sumidouro começa pelo teste de percolação, realizado por técnico responsável. Após isso tem-se a escavação de um buraco, com distância de cerca de 3 m da fossa séptica e em nível mais baixo, para facilitar o escoamento dos efluentes por gravidade. A profundidade do buraco deve ser de 70 cm maior que a altura final do sumidouro. Isso permite a colocação da camada de brita, no fundo do sumidouro, para infiltração mais rápida no solo e de uma camada de terra, de 20 cm, sobre a tampa do sumidouro (ERVAL, 2018). O sumidouro deverá ser construído em uma escavação cilíndrica, observando sempre a capacidade de infiltração do solo daquela região e o número de habitantes contribuintes, sendo locado com afastamento de 3 vezes o diâmetro, ou no mínimo a 3 m do conjunto séptico, distante a 1,5 m de qualquer obstáculo. As paredes do sumidouro deverão ser executadas em alvenaria de blocos cerâmicos 10 x 20 x 20 com os furos dispostos radialmente, permitindo a infiltração do efluente da fossa séptica no terreno sem que haja o desmoronamento das paredes do sumidouro. A área útil de infiltração estimada, ou área total necessária ao sumidouro, é calculada a partir da equação abaixo: 𝐴 = 𝐶 𝑥 𝑁 1000 𝑥 𝑇𝑥 Onde A = área de infiltração necessária, que considera as superfícies laterais e de fundo situadas no nível inferior ao tubo de distribuição do afluente, em m²; C = contribuição de esgoto proveniente do tanque séptico, em L/hab.dia; N = número de habitantes; Tx = taxa máxima de aplicação diária, convertida da taxa de percolação, em m³/m².dia; Foi adotada a taxa máxima de aplicação de 0,065 m³/m².dia o que corresponde à uma taxa de percolação de 400 min/m. Conforme for a taxa de percolação medida no local as dimensões do sumidouro deverão ser alteradas. Tabela 5: Conversão de valores de taxa de percolação em taxa de aplicação superficial. 𝐴 = 100 𝐿 ℎ𝑎𝑏 𝑥 𝑑𝑖𝑎 𝑥 5 ℎ𝑎𝑏 1000 𝑥 0,065 m3 m2. dia = 7,69 m2 Tendo a área, realiza-se o calculo da profundidade. 𝐴 = 𝜋 𝑥 𝐷 𝑥 𝐻 + 𝜋 𝑥 ( 𝐷 2 ) 2 Para se obter a profundidade do sumidouro, atribui-se um valor para o diâmetro na equação anterior. O menor diâmetro interno de um sumidouro deve ser de 0,30 m e a sua altura útil deve ser determinada de modo a manter distância vertical mínima de 1,50 m entre o fundo do poço e o nível máximo do aquífero. Considerando um diâmetro igual a 1m, a altura (H) será de: 7,69 m2 = 𝜋 𝑥 1 𝑥 𝐻 + 𝜋 𝑥 ( 1 𝑚 2 ) 2 𝐻 ≅ 2,20 𝑚 Figura: Fossa séptica seguida de sumidouro. Fonte: autor. b) Tanque séptico seguido de Filtro anaeróbio; Tratamento Critérios (NBR 13969) Tanque séptico + Filtro anaeróbio • Número de pessoas atendidas ou unidades de contribuição; • Contribuição de despejo; • Período de detenção; • Temperatura; • Tipo e altura da camada de meio de suporte; • Taxa de aplicação superficial; • Carga orgânica volumétrica. Deve-se levar em consideração que após passar pelo filtro anaeróbio, o esgoto ainda pode passar por um tratamento complementar para melhorar a remoção de matéria orgânica e nutrientes. A limpeza do filtro não tem uma frequência estabelecida. O excesso de lodo deve ser removido através da tubulação de limpeza, quando for observada o entupimento do material filtrante. Os filtros anaeróbios apresentam efluentes clarificados e com baixa concentração de matéria orgânica. Não consomem energia, removem matéria orgânica dissolvida, têm baixaprodução de lodo, a água tratada presta-se para disposição no solo, resistem bem às variações de vazão afluente, a construção e operação são simples, não necessitam de lodo inoculador nem recirculação de lodo. Entre as desvantagens citam-se a produção de um efluente rico em sais minerais e risco de entupimento (NATURALTEC) O dimensionamento inicia-se com o cálculo do volume útil (Vu), a seguir: 𝑉𝑢 = 1,6 𝑥 𝑁 𝑥 𝐶 𝑥 𝑇 𝑉𝑢 = 1,6 𝑥 5 𝑥 100 𝑥 1 𝑉𝑢 = 800 𝐿 = 0,8 𝑚³ Onde: Vu = volume útil (L); N = número de habitantes/unidades de contribuição; C = contribuição de despejos (litro/hab.dia) (de acordo com a tabela 3); T = tempo de detenção hidráulica (dias) (de acordo com a tabela 4). De acordo com a norma o volume útil mínimo permitido é de 1 m³, portanto esse valor foi adotado inicialmente. A altura do leito filtrante (h), já incluindo a altura do fundo falso, deve ser limitada a 1,2 m. A altura do fundo falso deve ser limitada a 0,60 m, já incluindo a espessura da laje. Com esses valores é possível calcular a área do filtro, com a equação abaixo: 𝐴 = 𝑉𝑢 ℎ = 1 𝑚3 1,2 𝑚 = 0,833 𝑚2 Dessa forma, foi admitido um diâmetro de 1,1 m, com esse diâmetro calcula-se o raio que tem 0,55 m. Totalizando um volume útil = 1,14 m3, acima do valor útil necessário para critério de segurança e perspectiva futuras do empreendimento, portanto o volume útil considerado é esse. O modelo escolhido é circular de fluxo ascendente, com fundo falso e como material filtrante a brita 4. As paredes e lajes serão em concreto armado. A laje do fundo falso será composta por furos de 2,5 centímetros com espaçamentos de 15 centímetros. Para a limpeza e manutenção, o filtro possui uma entrada de 80 centímetros e dois tubos guias de 200 milímetros. Sempre que ocorrer a obstrução do leito filtrante, será necessário fazer a limpeza do filtro, utilizando-se uma bomba de recalque, introduzindo-se o mangote de sucção pelos tubos-guia. Semelhante ao tanque, é sugerido que o material retirado na limpeza seja encaminhado à estação de tratamento e jamais descartado em corpos hídricos. Figura: filtro anaeróbio. c) Tanque séptico seguido de Filtro anaeróbio mais sumidouro Tratamento Critérios Tanque séptico + Filtro anaeróbio + Sumidouro • Número de pessoas atendidas ou unidades de contribuição; • Contribuição de despejo; • Período de detenção; • Taxa de acumulação de lodo digerido; • Contribuição de lodo fresco; • Taxa de absorção do solo; • Temperatura; • Tipo e altura da camada de meio de suporte; • Taxa de aplicação superficial; • Carga orgânica volumétrica. O desempenho do sumidouro depende das características do solo, especialmente seu grau de saturação por água; A construção desta unidade não é adequada em solos arenosos/ muito permeáveis; O uso do sumidouro é recomendado somente nas áreas onde o lençol freático é profundo. É necessário garantir a distância mínima de 1,50 m entre o fundo do sumidouro e o nível máximo do lençol freático. Em locais onde o nível do lençol freático não é muito profundo devem ser adotados vários sumidouros, pouco profundos. A distância mínima entre as paredes dos poços múltiplos deve ser de 3,0 m. d) Tanque séptico seguido de filtro de areia O filtro de areia pode ser preenchido de areia e outros meios filtrantes, com fundo drenante e com esgoto em fluxo descendente, onde ocorre a remoção de poluentes, tanto por ação biológica quanto física. O dimensionamento da área superficial do filtro de areia será realizado em função da taxa de aplicação superficial (TAS). A Norma NBR 13.969/1997 recomenda a taxa de até 100 L/dia.m2, quando os efluentes provêm do tanque séptico. 𝑄 = 𝑁 𝑥 𝐶 = 5 ℎ𝑎𝑏 𝑥 100 𝐿 ℎ𝑎𝑏 𝑥 𝑑𝑖𝑎 = 500 𝐿/𝑑𝑖𝑎 𝐴 = 𝑄 𝑇𝐴𝑆 = 500 𝐿/𝑑𝑖𝑎 100 𝐿/𝑑𝑖𝑎. 𝑚2 = 5 𝑚2 Admitindo que o filtro terá forma circular, a diâmetro do filtro será dada por: 𝐴 = 𝜋 𝑥 ( 𝐷 2 ) 2 → 𝐷 = √ 4 𝐴 𝜋 ≅ 2,52 𝑚 A NBR 13969/1997 especifica unicamente 0,70 m como a única profundidade a ser utilizada para o leito de areia. Portanto, o volume útil é de 3,5 m3. A Norma também determina uma aplicação do efluente a cada 6 h, no máximo. Além da intermitência do fluxo de efluente, deve ser prevista a alternância de uso do filtro de areia para permitir a digestão do material retido no meio filtrante e remoção dos sólidos da superfície do filtro de areia. Para tanto, devem ser previstas duas unidades de filtro, cada uma com capacidade plena de filtração. Após passar pelo tanque séptico, o efluente será bombeado até uma caixa de armazenamento com capacidade para 500L. Figura: Filtro de areia. QUESTÃO 2 Para e multifamiliar considerando povoado de 35 habitações cerca de 175 habitantes. a) Tanque séptico seguido de Wetland; b) UASB seguido de Wetland; c) Custo estimado do sistemas de tratamento Wetland Dimensionamento do wetland: 1) Vazão = 0,1620 L/s ou 13,99 m3/dia. Considerar a concentração de DBO do esgoto bruto = 450 mg/L e a Carga afluente de DBO do esgoto bruto = 54 kg DBO/dia. 2) Assumir a eficiência de remoção de DBO de 70% no processo anterior. 3) Concentração de DBO afluente aos wetlands: 𝐶𝐷𝐵𝑂𝑊𝑒𝑡𝑙𝑎𝑛𝑑𝑠 = 𝐶𝐷𝐵𝑂𝑒𝑓 ∗ (1 − 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎) = 450 𝑚𝑔 𝐿 ∗ (1 − 0,7) = 135 𝑚𝑔 𝐿 4) Carga de DBO afluente aos wetlands: 𝐶𝐷𝐵𝑂𝑊𝑒𝑡𝑙𝑎𝑛𝑑𝑠 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂𝑒𝑓 ∗ (1 − 𝐸) = 54 𝐾𝑔 𝑑𝑖𝑎 ∗ (1 − 0,7) = 16,2 𝐾𝑔 𝐷𝐵𝑂 𝑑𝑖𝑎 𝐶𝐷𝐵𝑂𝑊𝑒𝑡𝑙𝑎𝑛𝑑𝑠 = 16200 𝑔𝐷𝐵𝑂 𝑑𝑖𝑎 5) Área superficial do wetland: Adotando-se uma taxa de aplicação orgânica (TAOs) de 7 g BDO/m2.dia. 𝐴 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 𝑇𝐴𝑂𝑠 = 16200 𝑔𝐷𝐵𝑂 𝑑𝑖𝑎 7 𝑔𝐷𝐵𝑂 𝑚2. 𝑑𝑖𝑎 = 2314,286 𝑚2 Dessa forma, para encontrar a área superficial útil do leito filtrante, temos: 𝐴𝑠ú𝑡𝑖𝑙 = 𝐴 𝑝𝑜𝑝 = 2314,286 𝑚2 175 ℎ𝑎𝑏 = 13,22 𝑚2 ℎ𝑎𝑏 6) Número de unidades em paralelo Por flexibilidade, adotar 6 unidades em paralelo (n = 6). Portanto, a área superficial em paralelo para cada unidade será: 𝐴𝑠𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 2314,286 𝑚2 6 = 385,71 𝑚2 7) Determinação das dimensões de cada unidade Adotando-se uma relação comprimento: largura (C:L) igual a 2:1, tem-se: 𝐴 = 𝐶 ∗ 𝐿 Com C/L = 2, temos: - Largura: 𝐿 = √ 385,71 2 = 13,887 𝑚 - Comprimento: 𝐶 = 2 ∗ 𝐿 = 2 ∗ 13,887 = 27,775 𝑚 Admitindo-se, a altura útil da lâmina d’água (Hútil) igual a 0,80 m e Altura total do meio suporte (Htotal) de 0,7 m. 8) Volume total do meio suporte: 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑜𝑚𝑒𝑖𝑜𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒 = 𝑛 ∗ (𝐶 ∗ 𝐿 ∗ 𝐻𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑜𝑚𝑒𝑖𝑜𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒 = 6 ∗ (27,775 𝑚 ∗ 13,887 𝑚 ∗ 0,7 𝑚) = 1620 𝑚 3 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑜𝑚𝑒𝑖𝑜𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒 = 4,05 𝑚3 ℎ𝑎𝑏 9) Verificação da taxa de aplicação hidráulica superficial resultante: 𝑇𝐻𝐴𝑠 = 𝑣𝑎𝑧ã𝑜 á𝑟𝑒𝑎 = 13,99 𝑚3 𝑑𝑖𝑎 2314,286 𝑚2 = 0,006 𝑚3 𝑚2. 𝑑𝑖𝑎 10) Verificação da taxa de aplicação orgânica na seção transversal: - Carga de DBO aplicada a cada wetland: 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂𝑊𝑒𝑡𝑙𝑎𝑛𝑑𝑠 = 16200 𝑔𝐷𝐵𝑂 𝑑𝑖𝑎 6 = 2700 𝑔𝐷𝐵𝑂 𝑑𝑖𝑎 - Área da seção transversal de cada unidade: Á𝑟𝑒𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 = 𝐿 ∗ 𝐻ú𝑡𝑖𝑙 = 13,887 𝑚 ∗ 0,8 𝑚 = 11,109 𝑚 2 - Taxa de aplicação orgânica resultante: 𝑇𝐴𝑂𝑠𝑒çã𝑜𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 = 11,109 𝑚2 2700 𝑔𝐷𝐵𝑂 𝑑𝑖𝑎 𝑇𝐴𝑂𝑠𝑒çã𝑜𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 = 243,028 𝑔𝐷𝐵𝑂 𝑚2. 𝑑𝑖𝑎 A taxa de aplicação orgânica na seção transversal máxima recomendada é de 250 g DBO/m2.dia. Este valor visa minimizar o potencial de colmatação prematura da unidade, reduzindo o aporte de matéria orgânica que gerará sólidos biológicos que formarão um biofilme no entorno dos grãos do meio suporte, causando aumento da perda de carga. Portanto, o valor obtido encontra-se dentro do valor recomendado.Reator UASB As diretrizes para projeto de reatores UASB encontram-se estabelecidas na NBR 12.209 (ABNT, 2011). Dados para dimensionar um reator UASB: • População contribuinte: P = 400 hab; • Per capita de água: QPC = 100 𝐿 ℎ𝑎𝑏.𝑑 ; • Coeficiente de retorno de esgoto/água: CR = 0,80; • Coeficientes de reforço: K1 = 1,20; K2 = 1,50; K3 = 0,50; • Vazão de infiltração: 𝑄𝑖𝑛𝑓 = 1% da vazão doméstica média; • Concentração média de DQO afluente ao reator UASB: 𝑆0−𝑈𝐴𝑆𝐵−𝐷𝑄𝑂 = 0,9 g/L; • Concentração média de DBO afluente ao reator UASB: 𝑆0−𝑈𝐴𝑆𝐵−𝐷𝐵𝑂 = 0,45 g/L; • Temperatura do esgoto: T = 25ºC; • Coeficiente de produção de sólidos: Y = 0,18 𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇 𝑘𝑔𝐷𝑄𝑂 ; • Concentração esperada para o lodo de descarte: 𝐶𝑙𝑜𝑑𝑜 = 0,04; • Densidade do lodo: 𝛾 = 1,020 𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇 𝑚³ ; Dimensionamento do reator UASB: 1) Vazão doméstica média: 𝑄𝑑 = 𝑃 ∗ 𝑄𝑃𝐶 ∗ 𝐶𝑅 86400 = 400 ∗ 100 ∗ 0,8 86400 = 0,3704 𝐿 𝑠 2) Vazão de infiltração (𝑄𝑖𝑛𝑓): 𝑄𝑖𝑛𝑓 = 0,01 ∗ 𝑄𝑑 = 0,01 ∗ 0,3704 𝐿 𝑠 = 0,0037 𝐿 𝑠 3) Vazão média total (𝑄𝑚é𝑑): 𝑄𝑚é𝑑 = 𝑄𝑑 + 𝑄𝑖𝑛𝑓 = 0,3704 𝐿 𝑠 + 0,0037 𝐿 𝑠 = 0,3741 𝐿 𝑠 4) Vazão máxima horária (𝑄𝑚á𝑥−ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎): 𝑄𝑚á𝑥−ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎 = (𝑄𝑑 ∗ 𝐾1 ∗ 𝐾2) + 𝑄𝑖𝑛𝑓 = (0,3704 𝐿 𝑠 ∗ 1,20 ∗ 1,50) + 0,0037 𝐿 𝑠 𝑄𝑚á𝑥−ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎 = 0,6704 𝐿 𝑠 5) Carga afluente média de DQO (𝐶𝑂𝐴−𝑈𝐴𝑆𝐵−𝐷𝑄𝑂): 𝐶𝑂𝐴−𝑈𝐴𝑆𝐵−𝐷𝑄𝑂 = 𝑆0−𝑈𝐴𝑆𝐵−𝐷𝑄𝑂 ∗ 𝑄𝑚é𝑑 = 0,9 𝑔 𝐿 ∗ 0,3741 𝐿 𝑠 𝐶𝑂𝐴−𝑈𝐴𝑆𝐵−𝐷𝑄𝑂 = 29,09 𝐾𝑔𝐷𝑄𝑂 𝑑𝑖𝑎 6) Tempo de detenção hidráulica (TDH) adotado: TDH = 8 horas 7) Volume total dos reatores (𝑉𝑡): 𝑉𝑡 = 𝑄𝑚é𝑑 ∗ 𝑇𝐷𝐻 = 0,3741 𝐿 𝑠 ∗ 1𝑚3 1000𝐿 ∗ 8ℎ ∗ 3600𝑠 1ℎ = 10,77𝑚³ Vamos adotar apenas 1 reator para o projeto (𝑁𝑟 = 1). 8) Volume de cada reator (𝑉𝑟): 𝑉𝑟 = 𝑉𝑡 𝑁𝑟 = 10,77𝑚³ 1 = 10,77𝑚³ Adotamos um volume de 11m³. 9) Determinação da área de cada reator (𝐴𝑟): Para esse cálculo adotamos uma altura útil (𝐻𝑢) de 5,0m. 𝐴𝑟 = 𝑉𝑟 𝐻𝑢 = 11,0𝑚³ 5,0𝑚 = 2,15𝑚² Vamos adotar um reator retangular de 2,5m x 1,0m (A=2,5m²) 10) Verificação do TDH corrigido: 𝑇𝐷𝐻𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜 = 𝑉𝑡 𝑄𝑚é𝑑 = 10,77𝑚³ 0,3741 𝐿 𝑠 ∗ 3,6 = 8 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠. 𝑂𝐾 11) Verificação da carga orgânica volumétrica (COV): 𝐶𝑂𝑉 = 𝑆0−𝑈𝐴𝑆𝐵−𝐷𝑄𝑂 ∗ 𝑄𝑚é𝑑 𝑉𝑡 = 29,09 𝐾𝑔𝐷𝑄𝑂 𝑑𝑖𝑎 10,77𝑚³ = 2,70 𝐾𝑔𝐷𝑄𝑂 𝑚3. 𝑑𝑖𝑎 12) Verificação das cargas hidráulicas volumétricas (CHV): Para 𝑄𝑚é𝑑: 𝐶𝐻𝑉 = 𝑄𝑚é𝑑 𝑉𝑡 = 0,3741 ∗ 86,4 11 = 3,0 𝑚³ 𝑚3. 𝑑 Para 𝑄𝑚á𝑥−ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎: 𝐶𝐻𝑉 = 𝑄𝑚á𝑥−ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎 𝑉𝑡 = 0,6704 ∗ 86,4 11 = 5,37 𝑚³ 𝑚3. 𝑑 As cargas hidráulicas volumétricas encontradas estão de acordo com os valores permitidos. 13) Estimativa das concentrações de DQO e DBO no efluente final: Para as condições de temperatura e tempo de detenção hidráulica adotadas no exercício, vamos adotar eficiências de remoção de 65% para DQO e 70% para DBO. 𝑆𝑈𝐴𝑆𝐵−𝐷𝑄𝑂 = 𝑆𝑜 − (𝐸 ∗ 𝑆𝑜) 100 = 900 − (65 ∗ 900) 100 = 315 𝑚𝑔𝐷𝑄𝑂 𝐿 𝑆𝑈𝐴𝑆𝐵−𝐷𝑄𝑂 = 𝑆𝑜 − (𝐸 ∗ 𝑆𝑜) 100 = 450 − (65 ∗ 450) 100 = 135 𝑚𝑔𝐷𝑄𝑂 𝐿 14) Produção de lodo: 𝑃𝑙𝑜𝑑𝑜 = 𝑌 ∗ 𝐶𝑂𝐴−𝑈𝐴𝑆𝐵−𝐷𝑄𝑂 = 0,18 ∗ 29,09 = 5,23 𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇 𝑑 𝑉𝑙𝑜𝑑𝑜 = 𝑃𝑙𝑜𝑑𝑜 (𝛾 ∗ 𝐶𝑙𝑜𝑑𝑜) = 5,23 (1,020 ∗ 0,04) = 0,128 𝑚³ 𝑑 15) Dimensionamento dos leitos de secagem: Para esta etapa vamos precisar adotar os seguintes dados: • Ciclo de operação dos leitos de secagem: 𝑡𝑐= 20 d; • Taxa de aplicação de sólidos nos leitos: 𝑇𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜= 10 𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇 𝑚² ; - Massa de lodo retirada (𝑀𝑐) dos reatores: 𝑀𝑐 = 𝑃𝑙𝑜𝑑𝑜 ∗ 𝑡𝑐 = 5,23 ∗ 20 = 104,72 𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇 -Volume de lodo retirado (𝑉𝑐) dos reatores: 𝑉𝑐 = 𝑉𝑙𝑜𝑑𝑜 ∗ 𝑡𝑐 = 0,128 ∗ 20 = 2,57 𝑚³ - Área necessária de leitos (𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜) de secagem: 𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = 𝑀𝑐 𝑇𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = 104,72 10 = 10,47𝑚² - Altura da lâmina de lodo (𝐻𝑙𝑜𝑑𝑜), após a carga nos leitos: 𝐻𝑙𝑜𝑑𝑜 = 𝑉𝑐 𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = 2,57 10,47 = 0,245𝑚 REFERÊNCIAS NBR 13969. Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. São Paulo, ABNT. 1997. NBR 7229. Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. São Paulo, ABNT. 1993 VON SPERLING, M.; Sezerino, P.H. Dimensionamento de wetlands construídos no Brasil. Boletim Wetlands Brasil, Edição Especial, dezembro/2018. 65 p. ISSN 2359- 0548. Disponível em: <http://gesad.ufsc.br/boletins/> VON SPERLING, M. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos. 3. ed. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2005. DORNELAS, F. L. Avaliação do desempenho de Wetlands horizontais subsuperficiais como pós-tratamento de efluentes de reatores UASB. Dissertação (Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – UFMG, Belo Horizonte, 2008. WEBER, C. F.; PRADO, M. R.; KAICK, T. S. v. Dimensionamento de wetlands construídos em sistemas individuais de tratamento de esgoto sanitário. 2º Simpósio Brasileiro sobre Wetlands Construídos, Curitiba, v. 1, jun. 2015. TEIXEIRA, J. P. Construção e aplicabilidade do sistema wetland construído de fluxo subsuperficial horizontal no tratamento de água cinza para reúso não potável. 2018. 55 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Ciência e Tecnologia Ambiental, CEFET, Belo Horizonte, 2018. TONETTI, A. L. et al. Tratamento de esgotos domésticos em comunidades isoladas: referencial para a escolha de soluções. Campinas, SP.: Biblioteca/Unicamp, 2018.
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