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TEXTO 1 Rio Abaixo Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga. Quase noite. Ao sabor do curso lento Da água, que as margens em redor alaga, Seguimos. Curva os bambuais o vento. Vivo, há pouco, de púrpura, sangrento, Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga A derradeira luz do firmamento. Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga. Um silêncio tristíssimo por tudo Se espalha. Mas a lua lentamente Surge na fímbria do horizonte mudo: E o seu reflexo pálido, embebido Como um gládio de prata na corrente, Rasga o seio do rio adormecido. Olavo Bilac TEXTO 2 XXXI Longe de ti, se escuto, porventura, Teu nome, que uma boca indiferente Entre outros nomes de mulher murmura, Sobe-me o pranto aos olhos, de repente... Tal aquele, que, mísero, a tortura Sofre de amargo exílio, e tristemente A linguagem natal, maviosa e pura, Ouve falada por estranha gente. Porque teu nome é para mim o nome De uma pátria distante e idolatrada, Cuja saudade ardente me consome: E ouvi-lo é ver a eterna primavera E a eterna luz da terra abençoada, Onde, entre flores, teu amor me espera. Olavo Bilac 1. Diferentemente do Romantismo, o Parnasianismo se distinguiu pelo aprimoramento formal e pelo emprego de uma linguagem sofisticada. a. Nos textos 1 e 2, Bilac utilizou um tipo refinado de composição poética. Observe a organização dos versos nas estrofes, faça a escansão dos primeiros versos dos poemas e responda: Qual é o nome desse tipo de composição? Qual é a métrica empregada? b. A fim de garantir a métrica, o ritmo e a rima, o poeta realizou, ainda, inversões na ordem direta das palavras nas frases. Identifique um exemplo desse procedimento em cada um dos poemas em estudo. c. Identifique em cada um dos textos uma palavra que exemplifique o elevado nível vocabular cultivado pelo poeta parnasiano. Respostas a- Ambos são sonetos. Os verbos são decassílabos, ou seja, tem dez sílabas métricas. b- No texto 1: Curva os bambuais ao vento, no texto 2: Teu nome, que uma boca indiferente entre outros nomes de mulher murmura. c- No texto 1: fímbria e no texto 2: mavioso. 2. No texto 1, o eu lírico descreve a cena da natureza. a. Qual é o tema da cena descrita? Que elementos da natureza compõem tal cena? b. O eu lírico está ausente ou presente na cena descrita? Justifique sua resposta com elementos do texto. c. O título do poema confirma a resposta do item anterior? Respostas a- O tema do texto Rio Abaixo do escritor e poeta Olavo Bilac trata-se da natureza, mais especificamente do curso do rio e seus acontecimentos durante a noite. Ao dizer que “desmaia o acaso” e “a noite apaga a derradeira luz” o autor nos mostra que refere-se de um do percurso das águas e da calmaria do rio durante a noite. Os elementos da natureza presentes no texto são, primeiramente, o rio como tal, seu curso, as águas e as margens, a escuridão dos céus e o horizonte. b- Sim, o eu-lírico está presente na cena. c- Podemos dizer que o título do poema confirma a presença do eu lírico na execução dos fatos narrados porque a expressão "rio abaixo" que encabeça o texto sinaliza por onde percorreu o eu poético. Rio Abaixo 1. Diferentemente do Romantismo, o Parnasianismo se distinguiu pelo aprimoramento formal e pelo emprego de uma linguagem sofisticada. a. Nos textos 1 e 2, Bilac utilizou um tipo refinado de composição poética. Observe a organização dos versos nas estrofes, faça a escansão dos primeiros versos dos poemas e responda: Qual é o nome desse tipo de composição? Qual é a métrica empregada? b. A fim de garantir a métrica, o ritmo e a rima, o poeta realizou, ainda, inversões na ordem direta das palavras nas frases. Identifique um exemplo desse procedimento em cada um dos poemas em estudo.