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QUESTÕES UNIOESTE I

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QUESTÕES UNIOESTE I
Leia atentamente o poema que se segue
para responder às questões de 01 a 09.
BUSCANDO A CRISTO
A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.
A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.
A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me.
A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.
MATOS, Gregório de.
01. Marque a alternativa CORRETA que
melhor expressa o desejo do eu lírico no
último terceto.
A) A consciência de que Deus está à sua
espera para que haja remissão dos
pecados.
B) A união espiritual com Cristo
representado pelo desejo de união física.
C) A proximidade de se estar perto de
uma cruz quando acometido por
problemas.
D) A necessidade do castigo para que os
pecados sejam perdoados.
E) A busca do perdão enquanto se está no
plano terreno para a salvação da alma.
02. Assinale a alternativa INCORRETA:
A) O último verso exemplifica o desejo de
união espiritual com Cristo, ou seja, da
manifestação do desejo humano de
ligar-se a Deus.
B) O poema apresenta, de acordo com o
estilo barroco, situações ambivalentes, o
que se observa em relação aos braços e
aos pés de Cristo.
C) O sangue vertido adquire sentido
simbólico, pois é através dele que o
pecador será salvo.
D) O texto é feito basicamente de
metonímias, o que permite ao eu lírico não
mencionar o nome de Cristo, deixando
implícita, no entanto, a sua presença.
E) O soneto é feito em versos
decassílabos heróicos, com o seguinte
esquema de rimas: ABBA / ABBA / CDC /
DCD.
03. De acordo com a leitura do poema, o
eu lírico
a) reclama da situação em que vive.
b) Tem consciência dos seus pecados.
c) não mostra arrependimento por seus
erros.
d) não é um homem de muita fé.
04. A voz que interpela Cristo no primeiro
verso é de alguém que
a) implora perdão por seus erros.
b) Pede para confiarem nele.
c) corre em busca de seus objetivos na
vida.
d) precisa de uma palavra amiga.
05. No verso “A vós, divinos olhos,
eclipsados”, a palavra destacada significa
a) fechados.
b)escuros.
c) encobertos.
d) abertos.
06. A voz poética revela nos últimos
versos do soneto o desejo de
a) está sempre junto de Cristo.
b) tornar-se um religioso.
c) não ser condenado.
d) conseguir manter-se firme em suas
decisões.
07. A zeugma é uma figura de linguagem
que se caracteriza pela omissão de um ou
mais elementos de uma oração, já
expressos anteriormente. Temos zeugma
em:
a) “Nessa cruz sacrossanta descobertos”.
b) “A vós, pregados pés, por não
deixar-me”.
c) “De tanto sangue e lágrimas abertos”.
d) “A vós, correndo vou, braços sagrados”.
08. O texto acima se enquadra em que
vertente poética do autor?
a) Poesia lírica.
b) Poesia sacra.
c) Poesia satírica.
d) Poesia pornográfica.
09. Marque a alternativa em que as
palavras não têm semelhança com o
sentido apresentado no poema.
a) Verter – Derramar.
b) Ungir – Abençoar
c) Sacrossanto – Sagrado e Santo
d) Cravos – Flor do Craveiro
Leia atentamente o poema que se segue
para responder às questões de 10 a 18.
DESCREVE O QUE ERA NAQUELE
TEMPO A CIDADE DA BAHIA
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem frequente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para levar à praça e ao terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia,
Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.
10. De acordo com os versos da primeira
estrofe, o seu lírico considera os
governantes da Bahia
a) bons administradores.
b) corruptos.
c) incompetentes.
d) capacitados.
11. No verso “Que nos quer governar
cabana e vinha”, o sentido dado pelo eu
lírico as palavras sublinhadas são
respectivamente:
a) Esposa e filhos.
B) Casa e trabalho.
c) Casa e amigos.
d) Amigos e trabalho.
12. A expressão “o mundo inteiro” no
quarto verso refere-se
a) ao Brasil colonial.
b) o planeta Terra.
c) a Bahia.
d) o Nordeste açucareiro.
13. Nos versos “Não sabem governar sua
cozinha” e “E podem governar o mundo
inteiro”, encontramos três figuras de
linguagem que são:
a) Paradoxo – metáfora – hipérbole.
b) Antítese – metáfora – hipérbato.
c) Metáfora – paradoxo – metonimia.
d) Paradoxo – metonímia – hipérbole.
14. Nos versos da segunda estrofe, o eu
poético destaca
a) o desejo exacerbado de poder e riqueza
dos governantes da Bahia.
b) o controle que o poder exercia sobre a
vida particular dos moradores da Bahia.
c) a degradação moral da sociedade
baiana.
d) a desonestidade das autoridades da
Bahia.
15. Pela leitura do poema, é falso afirmar
que
a) o eu lírico sustenta que só quem furta
deixa de ser pobre.
b) o eu lírico se coloca como conhecedor
das pessoas e dos costumes da Bahia.
c) o eu lírico enfatiza o desejo exacerbado
dos comerciantes locais por poder e
riqueza.
d) o eu lírico aprecia a esperteza dos
mulatos, no trato com os homens nobres.
16. Todas as alternativas abaixo
apresentam sinônimos de “picardia”,
exceto
a) desconsideração.
b) Desfeita.
c) velhacaria.
d) preconceito.
17. O texto acima se enquadra em que
vertente poética do autor?
a) Poesia lírica.
b) Poesia sacra.
c) Poesia satírica.
d) Poesia pornográfica.
18. A partir do soneto de Gregório de
Matos, pode-se compreender que
I. o poema se centra em dualidades, traço
típico do Barroco.
II. na terceira estrofe, a crítica do poeta
aos “mulatos” pode ser entendida como
preconceituosa, pois os toma como
enganadores.
III. na última estrofe, o poeta revela a
Bahia como um lugar em que são ricos
apenas os que roubam.
Está correto o que se afirma
a) apenas na proposição III.
b) apenas na proposição II.
c) apenas na proposição I.
d) apenas em II e III.
e) nas proposições I, II e III.
19. (UFSM) Assinale a alternativa
INCORRETA a respeito de Cláudio
Manuel da Costa.
a) Além da produção lírica, escreveu um
poema de caráter épico que se intitula
"Vila Rica".
b) Sob o pseudônimo árcade de Glauceste
Satúrnio, compôs uma poesia em que é
marcante a imagem da pedra.
c) Compôs poemas marcados pela
condição do pastor que procura a
natureza como refúgio.
d) Cultiva a forma do soneto em que
explora temas como a infelicidade
amorosa.
e) Sua produção poética costuma ser
dividida pela crítica em lírica, satírica e
religiosa.
20. (Enem 2008)
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença
Filho. A poesia dos inconfidentes.
Considerando o soneto de Cláudio
Manoel da Costa e os elementos
constitutivos do Arcadismo brasileiro,
assinale a opção correta acerca da
relação entre o poema e o momento
histórico de sua produção.
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados
na primeira estrofe, são imagens
relacionadas à Metrópole, ou seja, ao
lugar onde o poeta se vestiu com traje
“rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a
Metrópole, como núcleo do poema, revela
uma contradição vivenciada pelo poeta,
dividido entre a civilidade do mundo
urbano da Metrópole e a rusticidade da
terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do
poema é elemento estético do Arcadismo
que evidencia a preocupação do poeta
árcade em realizar uma representação
literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana”sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é
formulação literária que reproduz a
condição histórica paradoxalmente
vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e
econômico do Brasil Colônia está
representada esteticamente no poema
pela referência, na última estrofe, à
transformação do pranto em alegria.
À respeito do poema “O canto do Piaga”
responda às questões de 21 a 28.
21. A temática abordada no poema é
a) A guerra entre as nações indígenas
b) Os perigos existentes nas matas
brasileiras.
c) O processo de colonização e a tragédia
do povo Tupi.
d) A maldição dos deuses que se abaterá
sobre os Tupis.
22. O Piaga era o intermediário entre a
tribo e o mundo sagrado. O verso que
comprova essa função é
a) “Frio vento no rosto senti”
b) “O meu sangue gelou-se nas veias”
c) “Falam deuses nos cantos do Piaga”
d) “Abro os olhos inquieto, medroso”
23. O Piaga tinha dificuldades para
perceber os sinais, pois
a) Anhangá o impedia de percebê-los.
b) Ele estava assustado com o fantasma.
c) ele estava com sono.
d) Anhangá lhe embriagou.
24. A segunda parte do poema fala dos
sinais de desgraça que o Piaga não havia
percebido. Que sinais foram mencionados
no poema?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
25. O verso “basta selva, sem folhas”
refere-se
a) aos lugares onde os Tupis viviam.
b) aos navios portugueses.
c) aos bosques.
d) ao sertão.
26. A visão do processo de colonização
transmitida pelo texto é de
a) um processo tranqüilo, mas mesmo
assim temido pelos nativos.
b) um processo de progresso, apesar de
pouco compreendido pelos nativos.
c) um processo aguardado e bastante
harmônico.
d) um processo opressivo de destruição
da civilização indígena.
27. Leia o poema a seguir, de Gonçalves
Dias, e assinale a alternativa
INCORRETA:
a) O “monstro” dos versos é a nau
europeia, do homem branco que vem para
terras brasílicas roubar pessoas e
riquezas.
b) O poema pertence à temática indianista
própria do Romantismo brasileiro.
c) O poema evidencia o quanto a chegada
do homem branco iria profanar toda a
cultura dos povos indígenas.
d) A linguagem do poema é compatível
com a escrita produzida no Realismo
brasileiro.
e) Conforme canta o poema, a vinda do
"homem branco" obrigou os índios do
litoral brasileiro a se refugiarem no sertão.
28.
“Canto do Piaga” – Gonçalves Dias.
Não sabeis o que o monstro procura?
Não sabeis a que vem, o que quer?
Vem matar vossos bravos guerreiros,
Vem roubar-vos a filha, a mulher!
Neste fragmento de “Canto do Piaga”
todos os versos obedecem ao mesmo
esquema rítmico. Neste caso temos
versos de:
a) dez sílabas.
b) nove sílabas.
c) oito sílabas.
d) sete sílabas.
29. (UFPR) O lirismo amoroso também
aparece na obra de Gonçalves Dias, poeta
romântico da 1ª geração. A exemplo, o
poema Se se morre de amor, que
substancialmente configura-se como:
a) Uma espécie de profissão de fé a
respeito dos limites entre a paixão e o
amor, apontando diferenças,
estabelecendo parâmetros e, enfim,
trazendo à tona a emoção sem se
distanciar da razão.
b) Uma confissão de amor feita por
alguém que não tem seus sentimentos
correspondidos e, portanto, despreza o
fato de amar.
c) Uma canção de amor feita e oferecida a
alguém distante, que jamais poderá
corresponder a esse sentimento.
d) Uma situação de amor correspondido,
porém impossível de ser vivido, tendo em
vista a correria cotidiana e a falta de
tempo para amar.
e) Uma declaração que revela o seguinte:
amar não faz bem à saúde, por isso
muitas pessoas matam e morrem por
amor.
A partir do texto do poeta romântico Luís
Gama, julgue os itens 30 à 32, quanto à
representação literária dos tipos sociais e
dos costumes da sociedade burguesa no
Brasil do século XIX.
30. Ao recorrer a recursos estilísticos
antirromânticos, como a referência à
mitologia clássica, o poeta assume a
postura de observador distanciado da
realidade brasileira oitocentista.
a) Certo
b) Errado
31. A força satírica do poema está
concentrada na desmistificação cômica da
presença do racismo em uma sociedade
tão miscigenada como a brasileira.
a) Certo
b) Errado
32. O ritmo do poema e a lista de
enumerações burlescas dos tipos sociais
conferem ao poema o colorido mestiço da
realidade nacional da época.
a) Certo
b) Errado
33. (FUVEST)
"Já da morte o palor me cobre o rosto;
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!"
No fragmento acima, pertencente a um
poema de Álvares de Azevedo, notam-se
características de qual tendência
romântica?
A) Mal-do-século
B) Bucolismo
C) Poesia Condoreira
D) Nacionalismo
E) Indianismo
34. (Enem -2010)
Soneto
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!… já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece…
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
(AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 2000)
O núcleo temático do soneto citado é
típico da segunda geração romântica,
porém configura um lirismo que o projeta
para além desse momento específico. O
fundamento desse lirismo é
a) a angústia alimentada pela constatação
da irreversibilidade da morte.
b) a melancolia que frustra a possibilidade
de reação diante da perda.
c) o descontrole das emoções provocado
pela autopiedade.
d) o desejo de morrer como alívio para a
desilusão amorosa.
e) o gosto pela escuridão como solução
para o sofrimento.
Leia os fragmentos do poema “Amor e
medo”, do livro As primaveras, de
Casimiro de Abreu, e do romance A
confissão, de Flávio Carneiro.
35. (UFG)
Amor e medo
I
Quanto eu te fujo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, oh! bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
“ - Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!”
[...]
II
[…]
Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço
Anjo enlodado nos pauis da terra.
[...]
Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo.
Se de ti fujo é que te adoro e muito,
És bela – eu moço; tens amor – eu, medo!...
[...]
ABREU, Casimiro de. As primaveras. São
Paulo: Martin Claret, 2009. p. 119, 121.
[...]
Uma das garotas queria escrever um musical
um dia, quando desse, já tinha a ideia toda do
roteiro, uma história de amor e medo, ela
disse, alguém lembrou que existia um poema
com esse título, amor e medo, de um poeta do
romantismo, não se lembrava do nome, tinha
o livro em casa, pegaria para ela […]
CARNEIRO, Flávio. A confissão. Rio de Janeiro:
Rocco, 2006. p. 200.
No trecho transcrito do romance A
confissão, o protagonista remete a um
poema de Casimiro de Abreu, o qual
tematiza a relação amor e medo. Diante
do desejo pela mulher amada, o que
aproxima o eu lírico do poema e o
protagonista do romance é a
a) vontade mórbida de atrair e subjugar
mulheres.
b) ânsia de corromper a inocência da
amada.
c) falta de escrúpulos no jogo da sedução.
d) consciência dos efeitos da realização
amorosa.
e) satisfação momentânea do prazer
erótico.
36. Casimiro de Abreu pertence à geração
dos poetas que morreram prematuramente,
na casa dos vinte anos, como Álvares de
Azevedo e outros, acometidos do “mal”
byroniano. Sua poesia, reflexo autobiográfico
dos transes, imaginários e verídicos, que lhe
agitaram a curta existência, centra-se em dois
temas fundamentais: a saudade e o lirismo
amoroso. Graças a tal fundo de juvenilidade e
timidez, sua poesia saudosista guarda um não
sei quê de infantil.
(Fonte: Massaud Moisés. A literatura brasileira
através dos textos, 2004. Adaptado.)
Os versos de Casimiro de Abreu que se
aproximam da ideia de saudade, tal como
descrita por Massaud Moisés,encontram-se em:
a) Se eu soubesse que no mundo / Existia
um coração, /Que só por mim palpitasse /
De amor em terna expansão; / Do peito
calara as mágoas, / Bem feliz eu era
então!
b) Oh! não me chames coração de gelo! /
Bem vês: traí-me no fatal segredo. / Se de
ti fujo é que te adoro e muito, / És bela –
eu moço; tens amor, eu – medo!...
c) Naqueles tempos ditosos / Ia colher as
pitangas, / Trepava a tirar as mangas, /
Brincava à beira do mar;/ Rezava às
Ave-Marias, / Achava o céu sempre lindo,/
Adormecia sorrindo / E despertava a
cantar!
d) Minh’alma é triste como a flor que
morre / Pendida à beira do riacho ingrato;
/ Nem beijos dá-lhe a viração que corre, /
Nem doce canto o sabiá do mato!
e) Tu, ontem, / Na dança / Que cansa, /
Voavas / Co’as faces / Em rosas /
Formosas / De vivo, / Lascivo / Carmim; /
Na valsa / Tão falsa, / Corrias, / Fugias, /
Ardente, / Contente, / Tranquila, / Serena, /
Sem pena / De mim!
37. O poema “O adeus de Teresa” de
Castro Alves manifesta uma concepção de
mulher
a) idealizada, fruto do amor platônico do
eu lírico.
b) real e próxima, objeto de desejo do eu
lírico.
c) sensual e querida, mas como desejo
utópico.
d) concreta, tratada sem encantamento e
ternura.
e) divinizada, levada à condição espiritual
e religiosa.
38. (UFRGS) Leia as afirmações abaixo
sobre Sousândrade.
I. Trata-se de um autor maranhense do
século XIX, cujo nome verdadeiro é
Joaquim de Sousa Andrade, quase
desconhecido dos contemporâneos
românticos;
II. “O Guesa“ é um longo poema narrativo,
composto sobre uma lenda quíchua que
narra o sacrifício de um jovem imolado
por sacerdotes;
III. O poema “O Guesa“ traz para a
literatura brasileira temas do capitalismo
mundial, entre os quais, o da Bolsa de
Nova Iorque.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
39. (UFAM 2009)
Leia os versos abaixo:
As balseiras na luz resplandeciam —
oh! que formoso dia de verão!
Dragão dos mares, — na asa lhe rugiam
Vagas, no bojo indômito vulcão!
Sombrio, no convés, o Guesa errante
De um para outro lado passeava
Mudo, inquieto, rápido, inconstante,
E em desalinho o manto que trajava.
O nome do personagem e as imagens
arrojadas para a época indicam que o seu
autor é:
a) Gonçalves Dias
b) Gonçalves de Magalhães
c) Castro Alves
d) Bento Teixeira
e) Sousândrade
40. A relação de sentido estabelecida
entre o título e as ideias do poema “O
poeta hediondo” de Augusto dos Anjos se
evidencia no
a) último terceto, que revela “o poeta do
hediondo” como aquele que canta “a
poesia de tudo quanto é morto”.
b) primeiro terceto, que traduz “o poeta do
hediondo” como aquele que é incapaz de
compreender as dores do mundo.
c) segundo quarteto, que descreve o
poeta como um portador da palavra
sagrada.
d) primeiro quarteto, que constitui uma
metáfora do poeta como um ser
iluminado.
Leia atentamente o poema que se segue
para responder às questões 41 e 42.
POEMINHO DO CONTRA
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
Fonte: QUINTANA, Mário. Caderno H. 9 ed.
São Paulo: Globo, 2003, p. 28.
41. Em relação ao texto, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) O eu-lírico, por meio da aproximação
das palavras “passarão” e “passarinho”,
estabelece uma relação de oposição entre
si e os outros.
b) A metáfora do passarinho, no poema,
representa não só a leveza, mas também
a capacidade de superar os obstáculos.
c) O eu-lírico se expressa por meio da
exploração do sentido literal das palavras,
criando uma relação de oposição entre o
aumentativo “passarão” e o diminutivo
“passarinho”.
d) O poema explora o duplo sentido
criado pela palavra “passarão”, que pode
se referir ao verbo passar (3ª pessoa do
plural no futuro do presente) ou ao
aumentativo de “pássaro”.
42. Sobre o terceiro verso do Poema
acima, podemos afirmar que:
A) o autor utilizou uma metáfora para se
referir àqueles que sairão de seu caminho.
B) a ambiguidade é intencional, utilizada
de forma brilhante pelo autor.
C) há uma hipérbole, dado o exagero da
palavra “passarão” e das reticências.
D) há o uso da antítese para se opor ao
“passarinho” do verso seguinte.
E) a metáfora, mãe de todas as figuras de
linguagem, predomina nesse verso.
43. (ENEM - 1999) Leia o que disse João
Cabral de Melo Neto, poeta
pernambucano, sobre a função de seus
textos:
"Falo somente com o que falo: a linguagem
enxuta, contato denso; Falo somente do que
falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; Falo
somente por quem falo: o homem sertanejo
sobrevivendo na adversidade e na míngua.
Falo somente para quem falo: para os que
precisam ser alertados para a situação da
miséria no Nordeste."
Para João Cabral de Melo Neto, no texto
literário,
a) A linguagem do texto deve refletir o
tema, e a fala do autor deve denunciar o
fato social para determinados leitores.
b) A linguagem do texto não deve ter
relação com o tema, e o autor deve ser
imparcial para que seu texto seja lido.
c) O escritor deve saber separar a
linguagem do tema e a perspectiva
pessoal da perspectiva do leitor.
d) A linguagem pode ser separada do
tema, e o escritor deve ser o delator do
fato social para todos os leitores.
e) A linguagem está além do tema, e o
fato social deve ser a proposta do escritor
para convencer o leitor.
44. (EPCAR) Sobre o texto
“Vozes-Mulheres”, só NÃO se pode inferir
que
a) à medida que as mulheres da família
vão sendo apresentadas, o contexto
vivido por elas vai sofrendo alterações
históricas.
b) as estrofes revelam cinco gerações de
mulheres que, literalmente, viveram a
escravidão.
c) na “voz da filha”, vê-se o reflexo de
vozes ancestrais.
d) o eu-lírico é uma voz ressentida com a
violência que a escravidão representou.
45. Sobre o poema Vozes-Mulheres,
assinale a alternativa INCORRETA:
a) reflete sobre a história das mulheres
negras numa sociedade que as silencia.
b) apresenta uma gradação de falas que
ecoam de diferentes modos ao longo do
tempo.
c) fala de gerações de mulheres negras
que resistiram para mudar o destino de
suas descendentes.
d) mostra que as vozes das mulheres
negras não conseguem ultrapassar as
barreiras sociais para as gerações futuras.
46. Podemos afirmar, com relação ao
poema Dor elegante, de Paulo Leminski:
I – o eu-lírico apresenta-se como alguém
que cultiva uma dor, com o intuito de se
diferenciar dos demais indivíduos;
II – a grande preocupação do eu-lírico
refere-se ao fato de que ele precisa de um
antídoto para sua dor;
III – a dor, para o eu-lírico do poema, é
uma espécie de deferência, algo que lhe
confere dignidade e experiência;
IV – o objetivo do eu-lírico é falar aos
demais sobre sua dor, a fim de que eles
não a repitam.
Sobre as proposições acima, pode-se
afirmar que
a) apenas I está correta.
b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas I e III estão corretas.
d) apenas II e IV estão corretas.
e) I, II, III e IV estão corretas.
47. O poema “Um homem com uma Dor”,
trata a dor individual como
a) Um trabalho forçado.
b) Um produto do mercado.
c) Uma obra de arte.
d) Uma obra de engenharia.
48. A obra de Paulo Leminski costuma ser
associada ao seguinte movimento
literário:
a) Poesia Marginal.
b) Tropicalismo.
c) Modernismo.
d) Tendências contemporâneas.
e) Neoconcretismo.
49. Paulo Leminski foi um dos poetas mais
expressivos de sua geração. Sua obra é
marcada pela irreverência e pela descontração
poética, elementos que fizeram dele um dos
escritores mais populares do Brasil. Sobre
Leminski, estão corretas as seguintes
proposições, exceto:
a) Subverteu a forma, brincou com a
poesia visual, resgatou o haikai (poemas
pequenos, com métrica e moldes
orientais) e incorporou elementos da
publicidade, da música, do cartum e do
humor na construção de uma prosa e
poesia marcadas por seu incontestável
poder de síntese.
b) Embora a linguagem enxuta, cada
palavra na obra de Leminski é repleta de
significação e capaz de provocar reflexão
e conquistar o leitor.
c) A gíria, o palavrão e a dicção urbana
também são frequentes em sua obra.
d) Sua poesiaé antilírica, presa ao real e
direcionada ao intelecto, não às emoções.
e) A prosa de ficção de Leminski inclui os
romances Catatau (1976), Agora É que
São Elas (1984), Metaformose (1994) e o
livro de contos O Gozo Fabuloso (2004).
50. Sobre a letra da canção “A Carta”,
famosa na interpretação de Erasmo
Carlos e Renato Russo no disco Homem
de Rua, de Erasmo, de 1992, assinale a
alternativa CORRETA a respeito do texto.
a) A letra da canção usa, tal como na
estrutura comum do gênero carta, a 3ª
pessoa.
b) O texto enfatiza o caráter genérico do
discurso amoroso e a subjetividade é logo
abandonada ao longo da letra; o que
importa, portanto, é a mensagem em si,
objetiva e direta, caracterizando o uso da
função referencial.
c) A letra da canção é um longo pedido de
desculpas pelas possíveis falhas no
relacionamento do eu-lírico com seu(sua)
interlocutor(a).
d) Por abordar um gênero textual da
prosa, a carta, a letra da canção acaba por
abandonar a estrutura do gênero lírico.
e) No texto, o protagonismo da
mensagem é dado ao emissor, que expõe
seus sentimentos e seu subjetivismo,
como uma carta costuma ser apresentada;
sendo assim, pode-se dizer que a função
da linguagem que melhor cabe ao texto é
a função emotiva.
GABARITO
01) B
02) B
03) B
04) A
05) C
06) A
07) B
08) B
09) D
10) C
11) B
12) C
13) D
14) B
15) D
16) D
17) c
18) E
19) E
20) B
21) C
22) C
23) A
24) O sacro instrumento já começara a
vibrar, um negrume aparece no céu, a
coruja pia durante o dia, as copas das
árvores curvam-se sem vento e a lua
nasceu vermelha.
25) B
26) D
27) D
28) B
29) A
30) B
31) A
32) A
33) A
34) B
35) D
36) C
37) B
38) E
39) E
40) A
41) C
42) B
43) A
44) B
45) D
46) C
47) C
48) A
49) D
50) E

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