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ANALISE A PESCPECTIVA FREIRIANA PARA A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES

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ANALISE A PESCPECTIVA FREIRIANA PARA A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES, DESTACANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS DESENVOLVIDOS PELO AUTOR
Pensar a formação dos professores em nossa sociedade brasileira e latino-americana, a partir dos pressupostos da pedagogia de Paulo Freire, “referência para os educadores” (APOLUCENO, MARCONDES, SANTOS, 2020)), e cujas contribuições são valorizadas mundialmente (CANDAU, 2020), é pensar em uma formação docente que considere a necessidade de construção de um projeto educacional voltado para a emancipação do homem e para a inclusão das diferenças sociais, demanda essa, imprescindível para um contexto socioeducativo marcado por hegemonias.
Com base na perspectiva de Soares (2016), a história da educação no Brasil e na América Latina está caracterizada pela “opressão e subjulgo ao modelo europeu norte e norte americano”. Dessa forma, vemos nossa sociedade, introjetada pelo ideário liberal, passar por processos transformativos seguindo as ideologias do capitalismo contemporâneo e, consequentemente, a escola pública, situada nesse contexto, tende a acompanhar as orientações do sistema capitalista, objetivando um ensino que viabilize os elementos norteadores desse modelo econômico. À prova disto, vê-se o movimento em torno das reformas curriculares, cuja proposta da Base Nacional Comum Curricular evidencia um ideário educativo pautado no desenvolvimento de competências e habilidades com foco nas exigências do mercado de trabalho. (MALACHEM e SANTOS, 2020)
 Dessa forma, estando a educação brasileira situada nesse cenário em que a formação escolar é fundamentada e direcionada por interesses empresariais que não buscam a emancipação humana, conforme nos alertaram Malachen e Santos (2010), encontramos nos princípios da pedagogia freriana aparatos teóricos que nos auxiliam no processo de repensar a política de formação de professores. Consideramos ser necessário refletir e evidenciar quais as bases teóricas metodológicas que tem influenciado as práticas docentes e quais os desafios que perpassam por suas atuações profissionais, além disso, cabe também examinar de que forma os cursos de formação de professores tem se atualizando em discussões que tornem possível problematizar e propor soluções para esta problemática tão maléfica do ponto de vista freiriano.
A despeito dessas problemáticas, Malanchen e Santos (2010), destacam que ao discutirmos currículo debatemos sobre qual tipo de indivíduo, qual projeto educacional e qual sociedade almejamos. Nesse sentido, ao pensarmos o currículo dos cursos de formação de professores à luz da pedagogia de Paulo Freire, compreendemos que o indivíduo que queremos formar é o crítico e autônomo, consciente de si e de sua realidade como historicamente oprimido; entendemos também o projeto educacional que almejamos: essencialmente dialógico, pautado na aprendizagem mútua de aluno e professor, um aprende com o outro, e o conhecimento se constrói na interação entre mundo vivido dos alunos com os eixos do conhecimento, e por isso, a formação é contínua e inacabada e ensinar passa a ser essencialmente um ato político. (SOARES, 2016).
É pautado nestes conceitos que questionamos: até que ponto, os cursos de formação de professores têm promovido um projeto educacional ancorado na criticidade, na relação dialógica e na ação reflexiva? Tem sido provocado no docente em formação a criticidade, a problematização, a educação humanizadora e libertadora ou tem-se apenas reproduzido conteúdo? É importante colocar em evidencia tais questionamentos, haja visto que, é na formação de professores que examinamos quanto aos saberes necessários para a prática docente. 
No entendimento de Soares (2016), a formação do professor deve ser uma formação humana com o outro e com o mundo para a transformação social e emancipação humana, condição a ser atualizada nas práticas pedagógicas tão cheias de influencias mercadológicas e preconceitos, frutos de uma sociedade invadida de cultura dominante e opressora. Além disso, pensar na formação dos projetos e na prática pedagógica dentro dos pressupostos freirianos, é abrir espaços para as diferenças, que em geral, são tratadas como um problema para os educadores e a escola. É preciso abrir possibilidade para práticas educativas que reconheçam as diferenças que existem na sala de aula, e enxergá-las como riquezas capazes de ampliar as experiências educacionais. (CANDAU, 2020) 
Dessa forma, ao pensarmos o homem como ser social e plural determinamos nossa luta contra a dominação e em favor da autonomia percebendo o quão importante é preciso criar aparatos que possibilitem o progresso em nossa razão, por meio de um conhecimento crítico, que permeia o âmbito educacional e nos dá condições de ultrapassar as barreiras da injustiça e opressão. Sendo a sociedade autônoma e consciente de si mesma, poderá reconstruir e transformar as ideologias vigentes e massificadoras.
Diante disso, percebe-se que a contribuição da perspectiva de Paulo Freire na formação e prática docente, pois tem como objetivo uma educação libertadora, que através de uma prática pedagógica dialógica, pode desvelar as ideologias e construir sociedades com mais justiça social, igualdade e inclusão. (OLIVEIRA, MARCONDES E SANTOS, 2020)
Portanto, consideramos que os pressupostos teóricos, políticos e metodológicos freirianos são necessários tanto no ensino superior quanto no ensino básico, principalmente na realidade oprimida do povo latino americano. Acreditamos, assim como Apoluceno, Marcondes e Santos (2010) que através da Pedagogia da pergunta, da criticidade aliada a problematização da realidade, e da ação reflexiva e dialógica poderemos ver a educação dando origem a um sonho comum de Paulo Freire e de tantos outros educadores: a desalienação, libertação e emancipação do sujeito promovendo a transformação social.

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