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✓ Benzodiazepínicos ✓ Glicocorticoides ✓ Antieméticos ✓ Opióides ✓ Antifúngicos ✓ Antialérgicos Farmacologia V - Xilofone sexta-feira, 25 de setembro de 2020 23:47 Farmacologia V Page 1 Na farmacologia, quando se pensa em prescrever um medicamento e prosseguir em uma terapia, temos que pensar como uma farmacologia integrada, entendendo o paciente como um todo, seja em pré operatório, durante operação ou pós-operatório. Toda vez que um tecido é cortado ou lesionado, verificamos as caracteristicas basicas da inflamação. Por outro lado, quando pensamos em pré-operatório, pensamos em toda análise sobre as condições do paciente que possibilitem um tratamento adequado. Nisso, temos a famosa anamnese, onde obtemos todos os dados essenciais, como por exemplo a idade (cuidado com os extremos, que influenciam na funcionalidade sistemica), condições dos rins (dosagem de creatinina) e fígado (TGO/AST e TGP/ALT); tempo de coagulação e tempo de protrombina), hemograma completo (série branca, vermelha e plaquetas), coagulograma (tempo de coagulação, tempo de protombina, Ptta, tempo de sangramento e INR). Se temos uma fase pré-operatória, devemos obter uma anamnese bem feita, para que nenhuma condição que não seja do conhecimento do dentistia atrapalhe na operação, seja as condições de pressão arterial, diabetes, dificuldades de coagulação e os medicamentos atualmente utilizados, que podem interagir com os prescritos pelo CD, gravidez ou lactação e Alergias, seja a penicilinas e cefalosporinas, AAS e dipirona, sulfas, anestésicos e rifocina e históricos de cirurgia. Devemos considerar que grande parte da população tem pavor dos dentistas, podendo ser regulada a ansiedade por medicação pré- operatória. Além disso, o tipo de procedimento deve ser analiseado e considerado, visto seu nível de agressão e consequente inflamação, com fortes dores e edema, o que pode ser reduzido por medicação pré-operatória. Portanto, nesse semestre focaremos nesses medicamentos que poderão ser aplicados em pré-operatório na atenuação do medo, da dor (das moderadas às fortes) e edema. Por muito tempo a dor - e mais precisamente a dor de dente - tem sido comum, e por muito tempo nós humanos buscamos tratá-la, desde as poções medievais aos remédios mais modernos. A dor tem sido definida como reação inevitável dos nervos sensoriais ao dano tecidual, mas essa definição deixa para trás muitos pontos importantes, como o fator emocional, o componente afetivo, um importante modulador da dor, podendo variar muito de pessoa para pessoa, provocando níveis diferentes para cada pessoa. Essa variação foi colocada como um limiar de dor, que pode variar. Além disso, experiências passadas são importantes no limiar da dor, o que pode causar certas ansiedades por gerar esses gatilhos emocionais, fazendo-o sofrer por antecipação. Portanto, ansiedades e expectativas do tratamento em si poderão causar alteração desse limiar. As diferenças genéticas e variações anatomicas, conforme diferenças no componente físico poderão causar alterações de sensibilidade de pessoa para pessoa. A associação internaional de estudo da dor deu uma nova definição à dor, diferente da enunciada anteriormente, dizendo que "dor é a experiência sensorial e emocional desagradável associado com o dano tecidual ou potencial. Se pensarmos que dor possui duas vertentes, emocional e física, os remédios para tal estão divididas em ambas vertentes, como farmacos para dores emocionais e dores físicas. Portanto, para dores emocionais, ansiedades, trabalharemos com drogas ansiolíticas e hipnóticas (hipnose = provocar sonolência; além de reduzir ansiedade, provocarão sono no paciente). Por reduzir ansiedade, poderá provocar sono - esse mecanismo é importante que observamos, visto que o fato de causar sonolência, poderá causar ansiedade. A pessoa que está ansiosa não conseguirá dormir, e a pessoa que não dorme se tornará mais ansiosa - alguns pacientes não conseguem dormir ou descansar pela ansiedade, sendo necessário recomendar uma dose dessa droga ansiolítica uma noite antes para que o paciente possa enfrentar o dia com mais tranquilidade, tomando outra dose ao acordar, antes de ir ao consultório - deve ser levado ao consultório, visto a presença do sono que o impede de dirigir. Esse procedimento de deixá-lo mais relaxado é conhecido como sedação consciente, estando sedado, hipnotizado, mas ainda consciente, porque a pessoa pode ser acordada facilmente. Os ansiolíticos são em si sedativos. Um paciente calmo significa uma cirurgia mais tranquila, com menor necessidade de anestésicos e antiinflamatórios, reduzindo todo o estresse. Para pacientes tarquicardicos e portadores de outras alterações cardiovasculares também recomendamos para evitar que passem por situações estressantes. Portanto, Diabetes e cardiopatias não são contraindicações para esses medicamentos, mas sim os pacientes alvo dessas prescrições. Por mais que o paciente queira o procedimento e seu resultado, sabe que vai pagar um preço pra isso, sabe ou estipula a dor e estresse que pode sentir, o que pode gerar esse conflito. Contudo, com o uso de um ansiolítico, o conflito não existe e o problema não o causa ansiedade. As drogas direcionadas para tal efeito são os benzodiazepinicos. São considerados uma das classes mais importantes de ansiolíticos, tratando ansiedade e insônia. Antes desses, existia um grupo de remédios denominados barbitúricos, obsoletos desde o surgimento dos benzodiazepinicos - o uso causava um sono profundo de 12 horas, mas acordando com a sensação de não ter dormido, por ser um sono sem o REM, sem qualidade do sono. O sono causado pelos benzodiazepinicos é de melhor qualidade, próximo ao sono normal. O segundo defeito dos barbituricos é a taquifilaxia aka tolerância, ou seja, quanto maior tempo de utilização, menor o tempo de sono, sendo necessário o uso de maior dose do remédio com o tempo. Outra falha do grupo é a depressão dos neurônios do bulbo, que controlam a respiração (efeito não reduzido pela taquifilaxia, ou seja, quanto mais utilizada para dormir, o efeito aumenta no bulbo, matando em parada respiratória se misturado com alcool) Com benzodiazepinicos, independente da dose do diazempan, o paciente continua vivo. Há outras drogas em outros grupos: hidrato de cloral não é mais utilizado por seu efeito amnésico, sendo muito utilizado em crimes, sendo tirado do mercado. O Dramin (dimenidrinato - não é benzodiazepinico) é bem utilizado para náuseas, bastante aplicado em crianças. Este não acalma, apenas causa sono - seguramente Um evento externo poderá nos causar medo, de modo a gerar comportamentos defensivos, prestando atenção em tudo a sua volta, seja os instrumentos, estruturas e saídas, reações e reflexos criados pelos sistema autonomico simpático, com o corpo considerando o CD e qualquer outra pessoa como ameaça. Além disso apresentará reflexos autonômicos simpáticos, preparando o corpo para luta ou fuga (o paciente se apresenta esbranquiçado por acumulo do sangue na região dos músculos, taquicardia para aumentar a circulação sangúinea - adrenalina e noradrenalina). O cortisol é secretado pela suprarrenal nas reações do sistema nervoso autonomo sendo considerado o hormônio do estresse (marcador do estresse), sendo responsável pelo despertar, deixando o corpo desperto e alerta em frente a ameaças, o que pode arruinar uma noite de sono. O estado de alerta e secreção de corticosteroides somados a essas emoções negativas tem interferencia com as atividades produtivas, sendo quase impossivel que o dentista trabalhe com esse paciente e que ele consiga realizar outras atividades. O cortisol aumentará a glicemia para fornecer energia aos músculos - temos que ter muito açucar no sangue para sustentar contrações musculares. Portanto, é uma condição não desejada para diabéticos (ansiolíticos são bem indicados para este). Benzodiazepínicos sexta-feira, 14 de agosto de 2020 16:48 Farmacologia V Page 2 benzodiazepinico) é bemutilizado para náuseas, bastante aplicado em crianças. Este não acalma, apenas causa sono - seguramente utilizado na gravidez, ao contrário dos benzodiazepínicos. Screen clipping taken: 14/08/2020 18:44 As moléculas são muito semelhantes, apesar de nomes diferentes. Isso significa que possuem o mesmo receptor. Portanto, independente de qual for usada, o efeito é o mesmo. O Diazepan é o comumente indicado. Se o paciente faz uso de outro remédio da mesma classe, seja clonazepan ou rivotril, não se interrompe o uso para que possa prescrever o diazepan pelo baixo risco de superdose. Os anéis de benzeno (aromático) tornam a molécula lipossolúvel. Se uma droga é extremamente lipossoluvel, essa tem uma grande facilidade para entrar e sair de qualquer célula, podendo entrar em todas as células do sistema nervoso central - deve agir nesses neurônios que causam a ansiedade. Se consegue passar a barreira hematoencefálica, poderá atravessar a placenta, chegando ao sangue e por todo corpo do bebê até o cérebro. Portanto são formamente contraindicados na gravidez, causando muitas sindromes e malformações como fendas e fissuras palatinas. Nesses casos receitamos um dramin Essas áreas do cérebro marcadas em azul terão os receptores. É a região cujas estruturas estão envolvidas no sistema limbico, ligado a nossa memória, emoções e afetividade. Alguns lóbulos cerebrais e outras regiões terão porções envolvidas nesse processo de ligação com os benzodiazepnicos Na membrana dos neurônios teremos canais que conectam porções interiores as exteriores, com transporte de sódio e potássio. O sódio é mais concentrado na porção exterior, enquanto o potássio é mais concentrado na porção interior. A concentração grande de Cl- fora da célula indica que o canal que o transporta para dentro está trancado Nos canais de cloro dos neuronios do sistema limbico podemos perceber que temos receptores a esses benzodiazepinicos. Esses canais enquanto fechados mantém o cloro em alto volume fora da célula. A ligação quimica do receptor com o farmaco não abre a porta completamente, mas a modificação da estrutura da proteína . O GABA (acido gama aminobutirico) é "conhecido" e reconhece a mudança na proteina feita pela ligação fármaco-receptor, fazendo com que o canal de cloro se abra. Por ter carga negativa, o cloro começa a entrar e tornar o interior da célula mais negativo, tornando a diferença de potencial mais negativo, ficando muito longe do limiar de disparo do impulso, sendo dificil dispará-lo e diminuindo a possbilidade de ser excitado. Toda essa região do sistema limbico age menos por esses efeitos de hiperpolarização dos neurônios. Portanto, podemos entender que é uma ação indireta - nao abre o Mecanismo de ação Farmacologia V Page 3 a diferença de potencial mais negativo, ficando muito longe do limiar de disparo do impulso, sendo dificil dispará-lo e diminuindo a possbilidade de ser excitado. Toda essa região do sistema limbico age menos por esses efeitos de hiperpolarização dos neurônios. Portanto, podemos entender que é uma ação indireta - nao abre o canal de cloro, mas facilita a ação do GABA, molécula que realmente abre o canal de cloro. No caso dos barbituricos, estes abrem a porta e atrai o GABA. O álcool também se liga onde temos os canais de cloro. Onde tiver esses canais, o álcool se liga. A modificação na conformação da proteina atrai o GABA para abertura dos canais. Portanto, podemos ver que os efeitos são semelhantes - toda vez que são consumidos juntos, a porta se abre com maior efeito para o cloro, que entra em maior volume tornando a celula muito hiperpolarizada a nível de não conseguir se polarizar, apagando o indíviduo, bem como sua memória e emoções. Os neurônios do bulbo espinhal controlam nossa respiração. A ligação do GABA em excesso por uso concomitante de alcool e benzodiazepinicos poderá cessar a excitabilidade dos neuronios desse bulbo, parando a respiração e matando a pessoa. Efeitos farmacológicos Clinicamente, os efeitos farmacológicos são observado na redução de ansiedade e agressividade, sedação (sendo clinicamente utilizado em quadros de insônia; idosos tomam regularmente para dormir bem e assim controlar a hipertensão). Outro efeito clínico fantástico é o relaxamento muscular esquelético (bom para paciente com trismo) e perda de coordenação motora (explicar esse efeito para o paciente, para que não busque dirigir ou realizar qualquer tarefa que exija tal acuidade motora). O Clonazepan, diazepan e rivotril são bons anticonvulsivos, uma ampola de Valium (diazepam) cessa imediatamente uma crise epiléptica. Uma amnésia anterograda ocorre, fazendo com que o paciente esqueça de tudo o que fez enquanto sob efeito da droga. Esses efeitos são ótimos para ambitos hospitalares, principalmente a amnésia, de modo que o paciente nunca lembre o que viu no hospital, o que não gera uma experiencia negativa que cause ansiedade. É um remédio que conduz ao sono, de maneira geral, não significando que deve ser utilizado apenas em ambiente hospitalar só por causa de seu uso pré-operatório que usa seu efeito de amnésia. Todos os benzodiazepinicos são muito parecidos do ponto de vista estrutural, de maneira que o receptor que está no canal de cloro é o mesmo para todos. Portanto darão o mesmo efeito, com rarissimas excessões para alguns que tem um teor anticonvulsivante um pouco maior. A amnésia é comum quando admnistrado por via endovenosa, o que não é no caso dos CD, a não ser que o paciente estea convulsionando. As diferenças no perfil de ação farmacológica dos diversos benzodiazepinicos são muito pequenas, apenas o clonazepan parece apresentar maior ação anticonvulsivante que os demais (sendo inclusive o mais utilizado para tal. Benzodiazepínicos são ativos quando ingeridos por via oral e diferem especialmente na duração do efeito farmacológico, tendo remédios divididos em três grupos, de efeito e ação curta, moderada e longa, variando de efeito de 3h, efeito de 8 a 10h e remédios que duram 24h. Agentes de curta duração (3horas) são utilizados apenas em pré-operatórios, visto a necessidade de um medicamento que surte efeito mais rápido e dure o suficiente para um procedimento. Este que é mais utilizado em pré-operatórios hospitalares, aplicado endovenoso ou via oral para colonoscopia e endoscopia. A este grupo temos o midazolan (dormonid). Não deve ser aplicado uma noite anterior ao procedimento, visto o curto efeito do medicamento. Agentes de média duração (8 a 12h) são melhores para casos de insônia, melhorando a noite de sono do paciente para que passe pelo procedimento com melhores condições. Os agentes de longa duração (24h) são empregados nos estados de ansiedade e seu metabolito é farmacologicamente ativo (Nordiazepan). O Diazepan, considerado o padrão dos Benzodiazepinicos, é um remédio bem conhecido desse grupo. A ação do Diazepan em idosos é mais duradoura, visto a demora para filtração e eliminação desse fármaco de seu sangue, sendo contraindicado para pessoas com mais de 60 anos. Uma ótima vantagem é o baixo preço desses medicamentos. Alguns são utilizados por via intravenosa, como o diazepan (crises convulsivas) e o midazolan (em anestesia cirúrgica; pré- operatória). Todos são absolutamente seguros, mesmo em superdosagem. Suas desvantagens são a interação com o álcool, efeito de ressaca prolongada, a síndrome de retirada (se interrompe o uso repentinamente, pode ter dependencia) e a dependencia psíquica (são vendidos sob receita especial, pois são de tarja preta - dependencia psíquica significa que o paciente se sente mal por não ter tomado o remédio e não consegue dormir, sente um necessidade grande de utilizar para que possa dormir, mas mesmo que não use, eventualmente vai dormir; não existe paciente que fique literalmente viciado, sendo uma dependencia leve apenas para dormir). Existe o dependente e existe o adicto, que está totalmente viciado, e pode roubar e matar para ter o remédio, o que não acontecede maneira alguma com os benzodiazepínicos. Superdoses não são perigosas, fazendo apenas prolongar o sono. O tempo prescrito é muito curto para que ocorra alguma dependencia. O unico problema é o paciente querer fazer qualquer atividade que depende de habilidades motoras. O glaucoma de ângulo fechado é um problema evidenciado no uso crônico desse remédio.. No geral são medicamentos totalmente seguros para uso. Benzodiazepínicos Diazepan; Dienpax ®, Valium® (mais recomendado) - não se faz necessário comprar os genéricos Esses se apresentam em comprimidos de 5 (comprar esse) a 10mg; ampolas de 10mg. Na terapêutica, deve-se usar 10mg na noite anterior ao procedimento e 5mg uma hora antes. O CD compra a caixa, e da cartela entrega 3 comprimidos de 5mg ao paciente, descrevendo em uma receita branca as instruções de uso. O paciente não deverá comprá-los, nem receber a receita para comprá-lo, pois poderá tomar mais frequentemente que o necessário. A maior vantagem desse medicamento é sua duração longa, sendo a medicação padrão. A desvantagem é que seu efeito leva de 1 a 2h para inícios de efeito ansiolítico; não devemos utilizar em idosos (metabólito farmacologicamente ativo). Caso se faça necessário um efeito mais rápido, recomendamos um Midazolan Midazolan: Dormonid ® Apresentado em comprimidos de 7,5 a 15mg; ampolas de 5, 15 e 50mg. Na terapêutica, aplicamos comprimidos de 7,5mg de 20 a 30 min de antecedência. Se necessário use 15mg. Sempre iniciamos com uma dose menor, que fará o efeito desejado. Sua vantagem é rápido início de ação e curta duração, com efeito sedativo de 3h. Portanto, esse será próprio para uso pré-operatório. A desvantagem é que não resolve o stress da noite anterior, não devendo ser utilizado para tal em função da sua curta duração; já foram observados casos de parada respiratória quando utilizado por via IV. A via de adminstração é importante para conhecer a magnitude de efeito - 7,5mg por via oral sofre muita alteração de biodisponibilidade, sendo assim garantindo segurança do medicamento; é necessário apenas um comprimido de 7,5mg. Bromazepan: Lexotan ®; comprimidos de 3 a 6mg. Utilizar 6mg na noite anterior e 3mg uma hora antes Lorazepan: Lorax® muito utilizado por CD Farmacologia V Page 4 Lorazepan: Lorax® muito utilizado por CD Apresentado em comprimidos de 1 a 2mg; compramos o de 1mg para o paciente. O esquema terapeutico é para uso 2mg na noite anterior e 1mg uma hora antes. Sua vantagem envolve indicação para pacientes idosos (com mais de 65 anos) por ser metabolizado mais facilmente. A duração do efeito ansiolítico é de 8 a 12 horas. A desvantagem envolve a demora até começar o efeito, podendo tomar até 1 ou 2 horas para inicio, não tendo ação imediata. Clonazepan: Rivotril ® Esse possui todas as formas de apresentação o possível. É apresentado em comprimidos SL de 0,25mg; comprimidos de 0,5 a 2mg (caixa com 20); gotas de 2,5mg/ml (1 gota = 0,1mg). Esse pode ser indicado para crianças. Seu efeito começa muito rápido em razão das vias de absorção. É o único em SL e forma de gotas. Para preparar um adulto uma noite antes, o esquema terapeutico é de 1mg na noite anterior, e 1h antes da operação toma 0,5mg; pode também ser utilizado somente no dia do procedimento ( de 10 a 20 gotas) = 1 a 2mg. Ou 2 a 3 comprimidos SL) pois apresenta início rápido de ação (30 a 40 minutos). Para uso em crianças, 0,05 a 0,3mg/Kg/dia, divididas em doses. Para crianças com 20Kg (6 anos) = de 1 a 6mg diários divididos em doses. Use metade da dose do adulto, isto é, de 0,25mg ou 1 comprimido SL de 30 a 40 minutos antes do procedimento. Aproximadamente 3 gotas. A segurança é tanta que uma criança de 6 anos poderá tomar 6mg. Alprazolam: Frontal ® Comprimidos de 0,25, 0,5 , 1 a 2mg. Usar 1mg na noite anterior e 0,5mg uma hora antes do procedimento. Nos EUA é conhecido como XANAX. Clordiazepóxido (Benzodiazepinico + antidepressivo): Psicocedin ®, Limditrol ® Flurazepan: Dalmadorm® (utilizado em clínicas de sono, para que pacientes que tem insonia pesada consigam dormir.) Flunitrazepam: Rohypnol (clínicas de reabilitação). Anxiety control in the dental pacient Este artigo traz certas definições quanto ao controle de ansiedade dos pacientes. Primeiramente, a sedação é usada como artificio usado para reduzir ansiedade, irritabilidade ou agitação, pela admnistração de drogas sedativas, para facilitar o procedimento dental planejado. Isso terá o propósito de permitir o dentista trabalhar de forma mais efetiva e ajudar o paciente a ficar mais relaxado e confortável o quando possível. A sedação é uma mínima depressão do nível de consciência produzida por método farmacológico, que conserva a habilidade do paciente de manter sua vias aéreas livres, de forma independente e contínua, sem parar de respirar. O uso do farmaco permite também ao paciente que responda normalmente aos estímulos táteis e verbais, sempre que estimulado. Ainda que as funções cogniticas e a coordenação sejam modestamente prejudicadas, as funções ventilatórias e cardiovasculares não serão afetadas. Não é necessário equipamento de monitorização tipo hospitalar, devendo-se apenas monitorizar constantemente a oximetria de pulso, frequência cardiaca e pressão arterial. A oximetria de pulso mede saturação de oxigenio sanguíneo, com valores normais Para que o CD seja permitido comprar esses remédios, que não devem ser comprados diretamente pelo paciente, deverá ter em mãos uma receita especial, de cor azul (Receita B). Para obtê-la o CD deverá apresentar RG, CPF, CRO, Comprovante de residência do consultório e da residência para a vigilância sanitária. A requisição de receita assinada pela Anvisa será entregue à gráfica que produzirá as receitas. É importane assinar e carimbar no campo "Emitente". No nome do paciente colocaremos o nome da secretária, que comprará o produto. Além disso, devemos preencher os campos preenchidos acima É importante ressaltar que essa receita é retida pelo farmacêutico. Valium 60 comp. Comp. 5mg 1 comp./dia SP Jean Lucas Gimenes Andrade CROSP: XXXXXXX Farmacologia V Page 5 pulso, frequência cardiaca e pressão arterial. A oximetria de pulso mede saturação de oxigenio sanguíneo, com valores normais acima de 96%. Com a sedação oral, apnea é raramente observada quando se utilizam doses convencionais de benzodiazepinicos, na ausência de obstrução ventilatória. Mesmo que isso ocorra, a situação pode ser facilmente manejada com estímulos, pressão ventilatória positiva e admnistração suplementar de oxigênio. Como grupo, os benzodiazepinicos podem ser considerados como os sedativos mais seguros e mais efetivos que existem. Necessidade de reversão com flumazenil (antagonista) nunca foi reportada quando se utilizou doses padrão de benzodiazepinicos em adultos. Os sinais mais comuns de superdosagem são sonolência, confusão, alucinações e reflexos reduzidos. Existem mínimos efeitos sobre a respiração, pulso e pressão arterial, a menos que a superdosagem seja extrema. Prestar atenção em gripes e resfriados que comprometam as vias aéreas superiores. Hipersecreção e edema associados podem diminuir dramaticamente a capacidade respiratória da criança, especialmente se ela tiver recebido um sedativo. Sedação com óxido nitroso também teria pouco efeito quando as vias aéreas estiverem obstruidas. Postergar o tratamento por duas semanas até cessarem os sintomas. Crianças em crises epilépticas podem tomar até 6mg da droga, o que mostra seu nível de segurança. Existem crianças que têm muito medo de dentista, sendo bem indicado o rivotril para acalmá-la. Crianças agressivas e hiperativas não são acalmadas pelos benzodiazepínicos, sendo importante aplicar as drogas antipsicóticas. Drogas antipsicóticas São outro grupo de drogas aplicadas para sedar e acalmar o paciente. São comprados normalmente com receitas simples carbonada em duas vias, bem como receitas de antibióticos. Geralmente recomendamos doses baixas para crianças. Essas drogas comumente tratavamloucura, pacientes psicóticos. Com o tempo desvendaram a estabilidade que envolve nosso sistema nervoso, tratando esses pacientes com choques elétricos, outros tratamentos envolviam a aplicação de insulina (causava hipoglicemia), mas ambas opções não são aplicáveis nos dias de hoje. Egas moniz percebeu que a remoção do lobo frontal de ratos curava neurose. Outros doutores como walter freeman realizavam a lobotomia em pacientes que sofrem de certas condições, seccionando uma porção do lobo frontal, o que nem sempre funcionava. A Clorpromazina (Thorazine) foi a primeira droga antipsicótica, que reduziu a necessidade de internação em hospícios. Para ansiedade, loucura e outros problemas eram acalmados com a droga. Em humanos, produz um estado de apatia e redução da iniciativa. O indivíduo demonstra poucas emoções, fica mais lento responder a estímulos externos e tende a ficar mais sonolento. Mesmo assim, pode ser facilmente acordado e responder corretamente a questões propostas. Essas drogas causam grande inibição de tendencias agressivas. Esses medicamentos são antagonistas multiplos, funcionando em muitos receptores como serotonina, dopamina e entre outros. Forma comercial: Amplictil ® (cloridrato de clorprozamina), frasco com 20ml de solução (1gota=1mg) (R$8,63) (sujeita a receita de controle especial em duas vias) Dose sedativa para adultos: de 12 a 15mg (12 a 15 gotas). Dose pediátrica para tratamento odontológico; de 4 a 6 miligramas por via oral (regra geral: 1 gota para cada ano de idade, até atingir a dose do adulto). Dose recomendada para crianças: 0,5mg/Kg - peso (em Kg) = quantidade em mg (número de gotas); 2 a 3 horas antes do procedimento. O único efeito colateral é o sono, mas mesmo assim nunca deixe na mão da mãe a caixa de remédio. Crianças a partir de um ano de idade podem utilizar esse remédio. A dose inicial é pequena e vai aumentando, conforme a necessidade, podendo chegar de 50 a 200 gotas para crianças mais velhas e de alterações comportamentais mais graves. São doses aplicáveis tanto para crianças quanto para adultos A sedação oral em crianças poderá ter certas reações adversas. A mais séria é o comprometimento respiratório, que pode levar à hipóxia tecidual, predispondo a criança a uma série de condições deletérias. Diante disso, é imperativo que, durante a anamnese, especial atenção seja dada ao sistema respiratório do paciente. Esses remédios não podem ser deixados em responsabilidade da mãe ou responsável, visto que o uso é apenas quando necessário, visto que seu uso excessivo pode causar danos no desenvolvimento. Farmacologia V Page 6 Na aula anterior nós estudamos como preparar um paciente para a situação estressante que é um procedimento odontológico. Deve mos sempre estar atentos que todo procedimento odontológico causará dor e inflamação sobre os tecidos trabalhados - o inchaço e a dor incomoda muito o paciente. Não há medicamentos que possam previnir a dor, mas temos aqueles que tratam a dor. O edema apenas pode ser previnido com antiinf lamatórios, sejam esses AINES (ação boa contra edema e dor) ou os antiinflamatórios esteróides. A diferença dos esteroidais para os nao -esteroidais está na estrutura química. A ação desses esteroidais são excepcionais para edema, mas de efeito muito fraco para dor e febre, tratados pelos A INES. Esses remédios são incluidos no grupo dos glicocorticoides, conhecidos como corticoides ou Antiinflamatórios hormonais. O "co rticóides" mostra origem de córtex, nesse caso do córtex da suprarrenal. Na farmaco II estudamos a medula da suprarrenal, que recebe nervos do simpáti co para que essas celular produzam adrenalina e noradrenalina para lançar na circulação. Essa glândula é muito bem irrigada, é uma glandula end ocrina. Os glicocorticoides se assemelham a hormonios produzidos no córtex O cortisol fabricará açucar em casos onde não se possui reservas de glicogenio, podendo quebrar os lipídeos e musculos para o bter açucar - neoglicogenese. O dexametasona, utilizado para não inchar, terá mesma função do cortisol, também apresentando fator hiperglic emiante, o que poderia ser uma grande contraindicação para diabéticos. As células mais internas do cortex produzem os androgenios e estrogenios (hor monios sexuais); androesteronios são 80% dos hormonios produzidos. A camada mais externa e roxa produzem hormonios diferentes da porção intermediária e mais diferentes das celulas da camada mais interna do cortex. As celulas da porção mais externa produzem um mineralocorticoide denominado aldosterona - atua no rim para retenção de sais e consequentemente retendo água. É importantissimo que mantenhamos os niveis de sódio e hidratação. Os glicocorticoides, como o cortisol, é produzido nessa região intermediária mais clara; cortisol é hormonio do stress, preparando o corpo para essas situações de fuga ou enfrentamento (atenção e alerta). A dexametasona, um glicocorticoide, agirá como o cortisol, mantendo o paciente com insônia. Além disso, se parece estruturalmente com o cortisol (por isso denominado como um antiinflamatório hormonal), sendo assim bem semelhante a um hormonio. O cortisol aumenta a glicemia no sangue para a contratura muscular, mesma função realizada pela dexametasona, quebrando as reservas de glicogenio. Como podemos observar, as estruturas são bem semelhantes, com pequenas diferenças. Se o paciente se vê em situação de stress em consultório, aumenta sua produção de cortisol para 10x mais do que o normal - se ele ja está produzindo uma estrutura semelhante, por que aplicar a dexametasona? Apesar da produção grande de cortisol, precisamos de uma dose grande de dexametasona, sendo de 15 a 20 vezes mais do que produzida habitualmente pelo organismo. Pelo uso elevado do farmaco, essas moleculas de glicocorticoides podem começar agir como aldosterona em seus receptores nos rins, retendo o sódio e água, o que pode a largo prazo causar inchaço - esse inchaço não se relaciona de maneira alguma aos inchaços inflamatórios, visto que age em todo o corpo por retenção de liquido e não localmente como inflamações. Com o aumento do volume de liquidos corporais, a volemia (do sangue!) aumenta e com ela a pressão arterial, sobrecarregando o coração. Sua semelhança com a androsterona pode induzir seus efeitos, alterando caracteristicas em mulheres, que apresentarão mais pelos e voz grossa, além de estar mais desperta e agressiva - são efeitos de seu uso continuado e prolongado. Glicocorticóides sábado, 22 de agosto de 2020 11:44 Farmacologia V Page 7 Os glicocorticoides são potentes supressores da inflamação e seu uso, numa grande variedade de doenças inflamatórias e auto -imunes, coloca-os dentre as classes de drogas prescritas com maior frequência. São medicamentos controversos e complicados, que nem médicos pod eriam utilizar esses remédios, visto que nem sempre são utilizados com atenção a seus efeitos adversos. Todos os corticoides tem uma grande ação imunossupressora, atenuando efeito dos linfócitos. Portanto, essa droga pode ser utilizada em situações de orgãos transplanta dos e outras situações autoimunes. Não podemos separar esse efeito do efeito antiinflamatórios. Devemos ter cuidado com a presença de bactérias no local da lesão, que podem ser nocivas se temos nossa imunidade suprimida. Portanto, devemos cuidar para que o paciente tome pelo menos a dose profilática do antibiótico. Pelo fato de exercerem seus efeitos em praticamente todos os sistemas organicos, o uso clinico e a retirada dos corticosteroi des são complicados por um grande numero de reações adversas sérias, algumas das quais colocam o paciente em risco de vida. Observe a cessação de def esas contra infecções e contaminações, que poderá enfraquecer as defesas dos individuos e matá-lo. Pelo uso prolongado, a glandula poderá produzir todos os hormonios corticais visto que "não precisa mais". Sendo assim, interromper abruptamente o uso desse medicamento pode causar a cessação deprodução de hormonios importantes na suprarrenal. Dessa forma, a decisão de instituir terapia com corticosteroides sempre requer consideração cuidadosa dos relativos riscos e beneficios para cada paciente. Nao atuam sobre a causa da doença mas, têm enorme utilidade clínica por erradicarem o processo inflamatório. Têm imenso papel terapeutico no controle das reações imunes indesejadas, desde uma simples urticárias (mediada por anticorpos) até uma rejeição de transplant e (mediada por linfócitos T). Ações antiinflamatórias e imunossupressoras estarão íntima e inevitavelmente ligadas, pois ambas envolvem inibição de leucóci tos. Mecanismo dos Glicocorticóides O cortisol que dá feedback negativo ao hipotálamo. Se há muito cortisol, sinaliza-se ao hipotálamo para parar de produzir o ACTH, inibindo o cortex da adrenal. Dependendo do tempo de uso, mais tempo o cortex da adrenal tem a função reduzida. O corticoide diminui atividade de osteoblastos e aumenta atividade de osteoclastos, de maneira a acentuar a reabsorção óssea. Esses pacientes terão uma maior tendencia à fraturar a cabeça do fêmur. Quando temos uma ferida, a inflamação é importantissimo ao reparo. Dessa forma, a dexametasona e outros glicocorticoides podem atrasar o reparo. A ação antiinflamatória e imunossupressora alteram profundamente a resposta imune de linfócitos, podem prevenir ou suprimir a resposta inflamatória induzida por diversos fatores (mecânicos, térmicos, químicos, radiantes, infecciosos e imunológicos). Evita-se usar esses medicamentos em áreas contaminadas e mesmo que não esteja é importante utilizar a profilaxia antibiótica. Por essa razão utilizamos o otosporin apenas quando é uma biopulpectomia. Ao lado podemos verificar um esquema elucidando uma célula a ser agredida. Como um glicocorticoide pode ser usado para tratar o edema causado por uma celula agredida ou para previnir o edema, utilizaremos o exemplo a seguir para uma célula que será agredida. Logo após a absorção e distribuição, a dexametasona (S) chegará à célula e entrará com facilidade pela quantidade de esteroides de membrana e se ligará ao GR, um receptor de glicocorticoide. Essas duas moléculas unidas vão ao núcleo e se encontram com o DNA, na porção dos genes/elementos que respondem aos glicocorticoides. Com essa ligação poderão ocorrer 2 coisas: pode haver o estimulo para a transcrição daquele gene na forma de um RNA mensageiro. Esse RNA mensageiro é produzido mais e chega ao lisossomo para a síntese de algumas proteinas codificadas nesse gene. Da mesma forma, a ligação do complexo S-GR poderá inibir a transcrição do gene que responde aos glicocorticoides. A produção por lipocortina por ação desse mecanismo terá uma excelente ação antiinflamatória. Dessa forma, temos uma ação antiinflamatória indireta Farmacologia V Page 8 produção por lipocortina por ação desse mecanismo terá uma excelente ação antiinflamatória. Dessa forma, temos uma ação antiinflamatória indireta A lipocortina terá uma importante ação antiinflamatória. Isso ocorre em razão por que inibe a fosfolipase A2. Os fosfolipídeos são proteínas de membrana liberadas para o meio toda vez que temos uma lesão que rasgue tecido e destrua os componentes celulares - as fosfolipase A2 são outras proteínas de membrana liberadas, proteína essa que quebra os outros lipideos de membrana em ácido aracdonico e o Liso-PAF (fator de ativação de plaquetas); PAF é um grande fator no edema. O ácido aracdonico é cortado em outros componentes pelo COX estudado anteriormente. A inibição de fosfolipases A2 cessa a produção do PAF e ácido aracdonico. As prostaglandinas, fatores importantes da inflamação, precisam de ácido aracdonico para ser produzido, o que não ocorrer se as lipocortinas agem. Da mesma forma, os glicocorticoides regulam negativamente a expressão de alguns genes e, dentre eles se incluem os genes para a COX-2, para a NO2S (sintase induzida do óxido nítrico - mediador inflamatório) e para diversas citocinas inflamatórias. Dessa forma, não tem COX nem ácido aracdonico, bem como nenhum mediador ou quimiocina, reduzindo a inflamação a níveis muito baixos. A literatura diz que não interferem com a expressão da COX-1 (teoricamente não interfere com a produção de prostaglandinas "fisiológicas"). Na resposta inflamatória, antigenos não conhecidos pelo nosso organismo são apresentados aos linfocitos TCD4 para produção de an ticorpos por linfocitos B. Esses anticorpos são proteínas provenientes de resposta humoral. Os linfócitos TCD8 se diferenciam para formar celulas T killer, que destroem células contaminadas por vírus, células estranhas e transplantadas. Um glicocorticoide na imunidade humoral e celula r não permite o reconhecimento do antigeno, interrompendo a ação de IL-2 e IL-4 - função imunossupressora, citocinas das imunidades ficam inativa, individuo mais disposto a morrer por septicemia. Os glicocorticoides reduzem a liberação de substancias vasoativas e quimiotáticas, diminuem a secreção de enzimas lipoliticas e proteolíticas e diminui a migração de leucócitos para área inflamada e diminui a produção e liberação de citocinas, tendo como consequencia ao final de tudo a diminuição da fibrose cicatricial (pessoas que tomam os corticoides com frequencia enfrentam dificuldades para cicatrizar - se não tem inflamação, não tem reparo). Portanto, de todos esses fatores combinados temos a diminuição da resposta inflamatória. O uso crônico de dexametasona podem causar inchaço do rosto (rosto de lua cheia) por retenção de liquido, bem com edemas de extremidades e barriga, além de rompimento de pequenos vasos. As coxas finas são explicadas pela alta glicemia no sangue - músculos esqueléticos são reservas de açucar, onde o cortisol causa a glicogenólise e neoglicogenese; na ausencia de gordura para formar açucar faz com que os própios músculos sejam utilizados para formar açucar, fazendo com que a pessoa perca massa muscular e se enfraqueça. Em mulheres, o uso crônico causa crescimento de pelos na barba e sobrancelhas. A toxicidade está em duas categorias de efeitos tóxicos, tais como os resultantes de interrupção e retirada do medicamento e resultantes da terapia continuada com doses farmacológicas. Ambas são extremamente perigosas e apresentam risco de vida Usos terapeuticos A utilização dos glicocorticoides é bastante empirica, dependendo muito de nossa experiência profissional, com bastante crité rio de utilização, escolhendo bem a dose que cada paciente deve receber - decisão da terapia é bem criteriosa, pesando e avaliando os riscos e beneficios. As doses adequadas a cada paciente são estabelecidas por tentativa e erro e reavaliadas periodicamente - começando com doses menores e ir adequando com a resposta do paciente. Farmacologia V Page 9 a resposta do paciente. Uma dose única de glicocorticoides, mesmo que muito alta, é virtualmente desprovida de reações adversas perigosas. Ninguém morre por seu uso único ou a curto prazo, como normalmente utilizados para a odontologia - o grande problema no diabetes é a hipoglicemia, não a hiperglicemia causada pelo uso constante de corticoides. Diabéticos que tomam insulina podem controlar um pouco mais a glicemia durante os 3 dias de tratamento. O único problema é o uso de corticoides aonde tem infecção, contaminação, visto a queda da imunidade; se possivel, aplicar do se profilática de antibiótico se há risco de infecç]ap. A terapia por curto periodo de tempo (até 1 semana) provavelmente não deixa nenhuma sequela perigosa. Quanto mais demora o tr atamento, maior o número de reações adversas e sua gravidade, algumas até potencialmente letais. Para seu uso, tempos alguns principios gerais, bem como: Glicocorticoides apenas promovem o alívio dos sintomas e dor, em função das suas ações antiinflamatórias e imunossupressoras. Não são específicos ou curativos para doença algumas. Interrupção da terapia prolongada jamais poderá ser abrupta, pela possibilidade de insuficienciaaguda da adrenal, que pode ser fatal. Se necessário, pode-se admnistrar mais 4mg ao final da cirurgia, em casos de procedimentos traumáticos. Poucas doses já são o suficiente na resolução da inflamação, segurando bem o edema inicial - duração de 3 dias. O duo-decadron é utilizado para intra-articular ou IM, com fosfato e acetato de dexametasona, o que possui ação prolongada, portanto não recomendada. O sal de acetato é insolúvel ou pouco solúve l, tomando 28 dias para ser totalmente absorvido - favorável para manter-se dentro da sinóvia e articulações, mas não há razões para seu uso em odontologia. Não se recomenda o uso do soluspan na clinica odontológica por seu longo periodo de efeito, totalmente desnecessário para nossa profissão. Dose usual antiinflamatória = 4mg, normalmente em única tomada, duas horas antes do procedimento, sendo que o efeito surtirá ocorrerá 2 a 3 horas depois do procedimento cirurgico. Dose usual antiinflamatória = 2 a 4mg, admnisrados antes ou após os procedimentos cirúrgicos - potencia é a mesma. A celestone soluspan, diprospan, é veiculado em ampolas IM de liberação lenta - fosfato de betametasona e acetato de betametasona. Dose usual de 20 mg por via oral, administrada 2 horas antes do procedimento. Em casos muitos traumáticos, pode-se administrar mais um comprimido ode 20mg ao final do procedimento ou no dia seguinte Farmacologia V Page 10 Hoje discutiremos sobre a aplicação de drogas contra o enjôo causado por drogas ou pelo procedimento. Além disso, é importante no tratamento no enjoo e náusea, vômito da ressaca. A náusea e o vômito, na odontologia, pode ser causado por medicamentos como a cefalexina, antifúngicos e derivados da morfina (opióides). O metronidazol é um dos outros medicamentos que podem causar vômitos e náusea. Se o paciente apresenta reação de vômito e náusea, ou tem muita propensão a vomitar, poderá ser utilizado os antieméticos. A reação do võmito ocorre no momento que o estômago se apresenta muito cheio, a ponto de sensibilizar as aferencias vagais que chegam ao bulbo, numa região mais conhecida como o centro do vômito. Além desses estimulos de estomago muito cheio, temos outros irritantes ao estômago, como uso do álcool. O centro do vomito auxiliará na expulsão do componente não aceito. Muitos dos medicamentos terão a função de aumentar o peristaltismo e facilitar o transporte do bolo alimentar ao duodeno e intestino delgado, tirando essa sensação ruim de "estomago cheio" e evitando o estimulo vagal do centro do vomito. Ainda perto do centro do vomito no bulbo, temos uma zona do gatilho quimioreceptor, que pode disparar o centro do vômito e desencadear tal reação - algumas substancias como a morfina e a codeína conseguem atingir esse gatilho após atravessar a barreira hematoencefálica, causando muita náusea. A náusea e o vômito é um reflexo de proteção, servido para limpar o estômago e inteestino de substancias potencialmente tóxicas. Uma causa muito conhecida de náusea e Vômito é a cinetose, como um enjôo causado pelo balançar do carro ou do navio. Isso ocorre pelo sistema vestibular do ouvido, com canais semicirculares cheios de liquidos que situam o ser humano no espaço - qualquer perturbação pode causar o vômito. Além disso, viroses, hiperemise gravídica, cirurgias intestinais, medicamentos, dor intensa, exercicios e o estresse. São várias áreas que conseguem ativar o centro do vômito, como a zona quimiorreceptora, núcleo do trato solitário do nervo vago, aparelho vestibular e vísceras e tronco cerebral. Assim, muitas condições podem influenciar a reação emética, chegando como um estimulo vagal ao gatilho e centro do vomito. Centro do vômito pode ser estimulada por agonistas muscarinicos e histamina, de maneira que antagonistas desse sistema podem frear a reação. Dessa maneira, todos os anti-eméticos serão antagonistas dos receptores de dopamina, serotonina, acetilcolina, histamina, opióide ou substância P. Os agentes antieméticos agem nos estimmulos da zona de gatilho, no centro do vomito e no controle das funções viscerais e somáticas envolvidas no vômito. Quando temos aquele primeiro estimulo vagal para expulsão do conteúdo estomacal para sua limpeza, iniciamos a reação de vômito. O võmito tem uma fase inicial de pré-ejeção, onde o estômago relaxa e o retroperistaltismo se inicia. O esfincter esofágico ainda está fechado na pré- ejeção. A fase da náusea contém contrações rítmicas dos músculos respiratórios, abdominais e intercostais, contra a glote ainda fechada. Na fase de ejeção, há uma intensa contração dos músculos abdominais e intercostais, com relaxamento do esfincter esofágico superior, fazendo com que tudo o que esteja no estomago seja liberado. Se ocorrer um episódio desses, temos medidas de apoio, recomendamos se alimentar um pouco menos, focar em dietas liquidas e se hidratar bastante, de modo a evitar vômitos durante a terapia com medicamentos que os causem. Alguns fenomenos autônomos podem acompanhar a reação, como salivação, tremores e alterações vasomotoras, o que em periodos prolongados pode have alterações comportamentaismarcantes como letargia, depressão e retração. Medicamentos Dentro da seleção de drogas utilizadas para esse efeito, temos alguns que ajudam no envio do bolo alimentar ao intestino para evitar que estimulos cheguem ao centro do vomito. Esses são conhecidos como antieméticos de agentes pró-cinéticos, com antagonismo aos receptores dopaminérgicos D2 na zona de gatilho quimioreceptora, aliviando a náusea e vômito, aumenta o peristaltismo para esvaziar o trato GI, além de atuar muito bem no aparelho vestibular (cinetose). A Metoclopramina, conhecida como Plasil, apresenta um complexo mecanismo de ação, agindo especialmente pelo antagonismo dos receptores D2 de Dopamina. Este é apresentado em gotas, comprimidos e ampolas (10mg). A dopamina apresenta ações inibitórias da motilidade GL. Portanto os AE irão aumentar o peristaltismo. Assim aliviam as náuseas e võmito por antagonizar os receptores D2 na zona quimiorreceptora do gatilho. Assim a maior motilidade mandam o bolo alimentar para frente, aliviando náusea e vômito. A primeira dose é sempre injetável para evitar que seja vomitado. Geralmente é utilizado a cada 8 horas, 10mg. Por agir no SNC pode causar tontura. É usado o tempo que for necessário Outro pro-cinético é a Bromoprida, ou Plamet, que não tem tanta ação central quanto o plasil e é um pouco mais caro. Sua ação é semelhante ao metroclopramida. Antagoniza receptores D2 da dopamina, aumentando o peristaltismo e acelrando o esvaziamento gástrico. Plamet vem em comprimidos, cápsulas e ampolas de 10mg, utilizados a cada 8h. A Domperidona, ou motilium é um antiemético encontrado apenas em comprimidos, o que impede seu uso em caso de crise. A domperidona antagoniza receptores D2 da dopamina. Este não cruza barreira hematoencefálica, apreentando ações mais periféricas. No entanto, atinge áreas do SNC desprovidas da barreira, tais como o centro do vômito, áreas de controle de temperatura e de liberação de prolactina. Este também é apresentado em solução oral de 1mg/mL além dos comprimidos de 10mg, sendo tomado a cada 8 horas. Esse é muito bom para empurrar o conteudo estomacal, sem ação central. A injeção é no quadrante superior externo do glúteo. Antieméticos sábado, 29 de agosto de 2020 15:18 Farmacologia V Page 11 empurrar o conteudo estomacal, sem ação central. Reações adversas Dentro das reações adversas, podemos citar o aumento do peristaltismo e portanto a incidencia de diarreia. Além de efeitos extra-piramidais (plasil), onde há distonia, conhecido como espasmo em músculos da língua, face e pescoço (ação central dos medicamentos); dicatisias são os movimentos descoordenados e contínuos, movendo-se o tempo todo. A rigidez e tremores serão reações adversas denominadas parkisonismo, fruto do uso contínuo do medicamento, onde começa a faltar a dopamina (apenas em altas doses e por muito tempo, comum em crianças eidosos que usam plasil constantemente). A galactorreia é a secreção de leite, que pode ocorrer em homens e mulheres - a dopamina geralmente inibe a prolactina, que determina produção e secreção de leite; com o uso prolongado dos medicamentos, a prolactina não é inibida e o leite é produzido e secretado (extremamente raro). Em pequenas doses é dificil que esses efeitos ocorram; o motilium é o que menos apresenta esses efeitos adversos. Um outro antiemético é a ondansetrona, introduzida no começo da década de 90. É antagonista dos receptores 5-HT3 largamente utilizados nos casos de náusea e vômito induzidos pela quimio e rádioterapia. Antagoniza receptores serotoninérgicos pressentes na mucosa intestinal (impede a estimulação do vago feita pelas drogas da quimioterapia), bem como nos receptores centrais da área pstrema e NTS. Não funciona em cinetose. Esse é vendido como comprimido sublingual com nome de Vonau Flash I4 a 8 mg). Esse deve ser usado de 1 a 2 vezes ao dia por ter um efeito prolongado - ótimo para pacientes que vomitam com o dique de borracha. Todos esses anteriores servem para muitos casos, menos para cinetoses. Os medicamentos não pró-cinético. O primeiro é o Dimenidrinato, Dramin, um anti-histaminico, bloqueador dos receptores centrais H1 (antagonista da histamina), usado na profilaxia das náuseas por cinetose, bem como durante a gravidez. Esse pode ser usado em casos de alergias. O dramin vem em comprimidos de 100mg; solução oral de 12,5mg/mL, usando esses 100mg a cada 6 ou 8 horas (adultos). Esse medicamento age no cerebelo, onde a informação gerada no canal semicircular da orelha chega. O maior efeito colateral é sono. É uma ótima opção para gravidas e crianças. A meclizina, ou Meclin, é um antihistaminico que bloqueia a nausea e não dá sono, sendo consumidos em comprimidos de 25mg, com uso em adultos e adolescentes de 25 a 50mg ao dia. Na prescrição de cefalexina (nauseante), podemos prescrever junto Vonau e trocar o medicamento que causa a náusea. Caso tenha mais de um medicamento em uso e não se saiba quem causa a náusea, interrompe-se o uso de todos. Farmacologia V Page 12 Estamos acostumados a prescrever medicamentos que ajudam no tratamento de dores agudas geradas por trauma e inflamação. Contudo, há dores como os sintomas de DTM que são dores crônicas, sem origem definida, que podem ser tratadas com analgésicos de outras classes, como os opióides. A dor não é simplesmente uma resposta de um nervo sensorial a um dano tecidual. A dor tem muito componente subjetivo, relacionado a outras experiencias, componentes afetivos e de ansiedade e expectativas. Além disso, as diferenças anatomicas e genéticas podem modular a interpretação da dor. A dor tem o lado emocional ja tratado pelos benzodiazepinicos, mas também temos o lado físico, causado pelo dano tecidual e inflamação. Além da dor esse dano tecidual temos a perda de função como componente da inflamação. Grande parte dos antiinflamatórios não agem apenas sobre a dor, mas sobre a maioria dos componentes da inflamação - analgésicos são bem mais específicos para a dor. O AINE é de utilidade para começar o tratamento, mas chegamos em situações que apenas um AINE chegando em dose máxima não resolve. Temos que dar um remédio que tenha uma ação analgésica que não seja um AINE - um opióide! Utilizado para dores que AINES não conseguem eliminar. Screen clipping taken: 29/08/2020 18:12 Para percepção e interpretação da dor, teremos o caminho da dor, este é representado pelo esquema ao lado. O estimulo iniciado é conduzido por um neurônio aferente até o ganglio da raiz dorsal, onde está o corpo celular desse neuronio aferente primário, de caráter pseudounipolar, conduzindo estimulo até o neuronio espinotalamico no corno dorsal, com corpo celular na medula (corno dorsal), emitindo axonios que cruzam ao lado oposto e acompanham outro nervo até o cérebro, em uma área conhecida como tálamo, onde há sinapses que excitam um terceiro neurônio que se liga ao cortex celular (neuronio talamo-cortical) A região do cortex serve para localizar aonde a dor ocorre, enquanto o tálamo será importante na identificação do estimulo. Uma opção para eliminar a dor, é bloquear o tálamo - pensando em medicamentos, temos que impedir que a dor chegue ao tálamo. A dor deve ser tratada inicialmente por medicamentos mais leves e que tratem a dor sem grandes efeitos adversos. O primeiro estímulo pode gerar dor para mais dias, visto o processo inflamatório, que pode sim ser tratado pela opção inicial: AINES. Contudo, aumentar doses de AINES para dores incessantes pode ser nocivo aos rins. Dessa forma, devemos interromper a dor em seu ceminho até o tálamo, interromper já no estímulo, sem interromper os mecanismos de COX. A diferença entre outros estimulos sobre a pele de um estimulo sobre os dentes, é que esses periféricos são espinhais, enquanto os dentes possuem nervos cranianos, que se ligam ao núcleo sensorial do trigêmeo. Dessa vez, do trigêmeo se direcionam ao tálamo, pelasvias trigêmeo talâmicas, mas da mesma forma, indicamos os opióides e analgésicos no bloqueio do caminho da dor. Drogas opióides São drogas parecidos com o ópio, produto do bulbo da papoula, antigamente utilizado pelos gregos no controle da dor. Desse mesmo "suco", podem ser extraidos diversos tipos de componentes controladores da dor. Os analgésicos "raíz" seguem esse princípio e ligam nos mesmo receptores de bloqueio de dor, enquanto outras drogas apresentam apenas efeito analgésico, mas não pertence ao seu grupo. Temos que lembrar que dor não é necessariamente uma resposta, mas uma experiência, visto que é guardada em memórias ruins e geram má expectativas em situações semelhantes, sendo assim, portanto, uma experiencia subjetividade.. A dor também será uma resposta direta a evento asociado com dano tecidual, tais como injúria, inflamação e câncer. A dor também pode ocorrer sem causa aparente que esteja ligada a um dano tecidual (neuralgia do trigêmeo) ou pode persistir após o reparo de uma área lesada (dor fantasma). Portanto, há muitas dores que não respondem aos AINES, visto que possuem origens desconhecidas não ligadas à sequência inflamatória. Nociceptores são tipos definidos de terminação nervosa ativadas por estimulos suficientes para causar dano tecidual. Se são ativados por lesão tecidual, estes possuem um alto limiar, respondendo a estimulos fortes o suficiente para causar danos teciduais. A dor é o efeito da interpretação desse estimulo nocivo. Nas fibras mielinizadas, a bainha acelerará o estimulo, com maior velocidade de condução do pulso, enquanto as fibras não mielinizadas transportam o estímulo mais lentamente.. Nocicepção é uma coisa, dor é outra. Quando o estimulo nocivo de lesão tecidual se desperta na periferia, este é enviado ao tálamo e córtex, onde é interpretada como dor. Além disso, nociceptores são polimodais, sendo estimulados de modos diferentes, seja por calor, ácido, perfurações e batidas ou até por congelamento. Os nervos aferentes primários desses nociceptores são mais finos, compostas de fibras C ou fibras Aδ, que conduzem mais lentamente o estimulo. O nervo espino-talamico ou o trigeminotalâmico são tipos de vervos que se ligam ao pericário do nervo aferente primário e se projetam até o tálamo, sendo assim denominados neurônios de projeção - que passam o estimulo nociceptivo. Fibras Aδ e Fibras C são bem diferentes. Fibras Aδ são ligadas a mecanorreceptores, mielinizadas e se estimuladas provocam dor aguda e bem localizadas. Fibras C são ligadas a nociceptores -outros estimulos que não táteis; não mielinizadas e se estimuladas, provocam dor difusa, em queimação. Entre o aferente primário e o motor na porção anterior, temos um nervo de associação, que envia o estímulo reflexo aos musculos (arco reflexo). Antes de sentir a dor, imediatamente tiramos nossa mão do perigo. Nessa imagem podemos observar o aferente primário como unipolar, tendo uma mão na periferia e outro em centro,enquanto o corpo celular esta na ganglio da raiz dorsa. O estimulo se inicia na periferia pelos nociceptores, entregando ao outro lado do neuronio aferente, o estimulo nocivo aos neurônios que sobem para o tálamo. Esse estímulo é passado pela liberação e comunicação com substancias químicas Opióides sábado, 29 de agosto de 2020 17:49 Farmacologia V Page 13 O estimulo se inicia na periferia pelos nociceptores, entregando ao outro lado do neuronio aferente, o estimulo nocivo aos neurônios que sobem para o tálamo. Esse estímulo é passado pela liberação e comunicação com substancias químicas (peptídeos), sejam essas a substância P, CGRP ou glutamato. O mediador principal é o glutamato, agindo diretamente em canais de sódio e disparando o potencial de ação do segundo neurônio. As outras duas substancias também realizam essa função, mas não tão rápido. A substancia P e CGRP abrem mais lentamente os canais de sódio para despolarizar o segundo neurônio, como se prepara-se o neurônio para o estímulo de glutamato. Conhecendo as substâncias envolvidas, podemos escolher os antagonistas corretos para impedir a ação desses neurotransmissores. Assim como essas substancias facilitam o estimulo de um segundo neuronio, podem facilitar o inicio do estimulo em nociceptores, de maneira que os estimulos nocivos periféricos ocorrem com maior facilidade. O corno dorsal da medula foi dividida em 6 diferentes fatias, denominadas lâminas. Em cada uma dessas fatias recebem-se terminações nervosas de fibras Aδ e fibras C, ambas carregando nociceptores. Os nociceptores carregados por fibras Aδ chegam à lâmina I eV, enquanto os nociceptores de fibras C chegam às lâminas I e II. Portanto, em lâminas I, II e V chegam os nociceptores que se ligam aos espino talamicos, cruzando para o outro lado e subindo ao tálamo Resumidamente, a dor chegará por nociceptores aos neurônios espinotalâmicos da lâmina I e V, a partir do qual se cruza ao outro lado e sobe para o tálamo e cortex, onde identificará o estímulo doloroso. A Lâmina II, nesse processo, age com seus neurônios na produção de endorfinas que serão lançadas sobre os neurônios de projeção (espinotalâmicos) das lâminas I e V. Esse neurônio de projeção, o espinotalâmico, recebe neurotransmissores glutamato, substancia P e CGRP dos nociceptivos e impulsos dos neurônios da lâmina II, que o transmitem a endorfina, substância dada como inibitória - ao mesmo tempo, neuronios de projeção são estimuldos e inibidos. Foi observado que o neurônio espinotalâmico é o ponto chave nessa corrente. Portanto, em 1965 desenvolveram a "teoria do portão", que anuncia que o neurõnio de projeção serve como um portão para informação nociceptiva. O portão aberto significa o estímulo desse neurônio, levando a informação ao talamo, enquanto o fechamento do portão significa o bloqueio do estímulo nociceptivo Foi observado que os neurônios espinotalâmicos estão na lâmina I e lâmina V apenas, enquanto na lâmina II podemos observar um neurônio que exibe seus prolongamentos para lâminas I e V, com corpo celular em II. A região demarcada em II preenchida de corpos celulares foi nomeada como substância gelatinosa, região que abriga muitos peptídeos e receptores opióides. Genericamente, as morfinas endógenas são chamadas de endorfinas, são peptídeos que se ligam nos receptores opióides (da morfina). Dessa forma, podemos dizer que essa lâmina II é preenchida de neurônios ricos em peptídeos opióides, ou seja, eles fabricam endorfinas. Se esses neurônios da lâmina II fabricam endorfina e as mandam para lâminas I e V com seus axônios, significa que estão liberando endorfinas junto com neurônios espinotalâmicos. Assim, vemos que o II envia informações e peptídeos para I e V e esses cruzam e chegam ao tálamo. A dor sentida já está amenizada, inibida por um interneurônio. Esta deveria ser maior do que é percebida, mas temos um interneurônio inibitório que produz endorfinas. Isso significa que os neurõnios espino-talâmicos apresentam receptores para as endorfinas, receptores estes que sofrerão ação dos opióides. Esse receptor é o primeiro local onde encontramos a ação das morfinas, que "imitam" o efeito das endorfinas liberadas pelo interneurônio. Os mediadores marcados em (+) na imagem ao lado agem na despolarização dos neurõnios em questão, enquanto os mediadores em (-) hiperpolarizam os neurônios com o objetivo de cessar os estímulos. A informação quando chega no tálamo prosseguirá ao córtex e outras áreas, dentre essas podemos citar as vias descendentes inibitórias, localizadas na base do cérebro, que atuam para ajudar na atividade do interneurônio inibitório. A via descendente inibitória produzirá mediadores para despolarizar os interneurônios da lâmina II ou para hiperpolarizar diretamente o neurônio de projeção. No tálamo, a informação nociceptiva é direcionada a um núcleo mais anterior. Os neurônios que passam pelo tálamo são redirecionados ao córtex, no córtex sensorial primário (porção alaranjada no esquema). No córtex temos regiões diferentes com neurônios diferentes que remetem a diferentes partes do corpo. Podemos notar no esquema ao lado que há mais neurônios para sensibilidade para as as mãos do que para os pés. Muitos neurônios trabalham na localização e sensibilidade em face, com grande sensibilidade na boca e lingua. Tem outras regiões no cérebro com as quais o córtex sensorial primário faz associações, importantes na interpretação do estímulo - e é isso que chamamos de dor. Numa pesquisa realizada, perceberam um alto estímulo do giro cíngulo no registro e interpretação da dor, sendo uma área que fica ao redor do corpo caloso e não no córtex sensorial primário, mostrando a distribuição da informação com áreas de associação. Nessa área ao redor do corpo caloso podemos encontrar nosso sistema límbico, área em que se concentram nossas emoções e memória Farmacologia V Page 14 Numa pesquisa realizada, perceberam um alto estímulo do giro cíngulo no registro e interpretação da dor, sendo uma área que fica ao redor do corpo caloso e não no córtex sensorial primário, mostrando a distribuição da informação com áreas de associação. Nessa área ao redor do corpo caloso podemos encontrar nosso sistema límbico, área em que se concentram nossas emoções e memória Um esquema um pouco mais desenvolvido pode mostrar de maneira mais precisa em questão anatomo-fisiológica, quando um estímulo emitido a partir do neurônio de projeção chega no tálamo, ele já passou pelo núclo reticular paragigantocelular, e chegará estimulos á área cinzenta periaquedutal (PAG), uma área importantissima no controle da dor que excita o núcleo magno da rafe, centro inibitório para fibras espinotalamicas e excitatório para o neuronio intermediário. A "cruz" representada pelo núcleo magno da rafe, locus coeruleus e núcleo reticular paragigantocelular formam as vias descendentes inibitórias. Os neurônios provenientes do núcleo magno da rafe liberarão encefalinas sobre o neuronio espino talâmico, assim como outros desses inibidores produziram endorfinas, bem como serotoninas (5-HT). Outra via represenada, o locus coeruleus, sendo ativado pelo córtex ou tálamo embora não esteja representado dessa forma no esquema, possui uma quantidade elevada de corpos celulares, assim como as outras áreas demarcadas em amarelo e com letra vermelha no esquema ao lado. Esses corpos celulares exibirão axônios que se extendem ao corpo celular dos neurônio de projeção, liberando um componente inibitório denominado norepinefrina, que hiperpolariza o neurônio que comunica. Como podemos observar, há a presença de encefalinas, serotoninas e noradrenalinas na hiperpolarização e inibição de impulso, diminuindo a excitabilidade de transmissão. No tratamendo de dores em função de DTMs, o mais comum é a utilização de antidepressivos tricíclicos que inibem as proteínas de recaptação de neurotransmissores na fenda sináptica que é liberada a noradrenalina. Como nessa áreanão tem enzimas para lisar os neurotransmissores que terminaram sua ligação com o neuronio seguinte, esses dependem das proteinas de recaptação para não continuar ligando com seureceptor. No uso de antidepressivos triciclicos, essa proteína é inibida e o neurotransmissor permanece na fenda, e quanto mais permanece na fenda, melhor no controle de dor. Portanto, a maior ação dos antidepressivos é sobre o corno dorsal ou nucleo sensorial do trigemeo. No neuronio de projeção, portanto, se encontram os receptores opióides que se ligam aos neurotransmissores citados. A analgesia pode também ser alcançada pela presença de receptores opióides em núcleo reticular paragigantocelular e PAG. O PAG é uma das áreas mais importantes no controle da dor, sendo impulsionado pelo tálamo e age sobre a medula espinhal. Outras áreas como giro cíngulo, córtex e hipotálamo exercem influencia sobre esse núcleo. No controle inibitório por via descendente, o PAG exibe um alto volume de neurônios contendo peptídeos opióides endógenos. Estímulos térmicos e mecanicos excessivos poderão causar estimulos nociceptivos. Caso a dor seja persistente, inflamatória ou isquêmica, temos alterações do ambiente químico dos terminais nociceptivos. Diversas substâncias geradas na periferia serão capazes de iniciar o estimulo do neuronio aferente primário, bem como favorecer e intensificar esse estimulo. Nos terminais nociceptivos polimodais e de alto limiar, temos pequenos canais iônicos, receptores. A capsaicina, um principio ativo na pimenta, se liga a um receptor vanilóide (TRPV1) nos terminais de fibras C - esse receptor TRPV1 é um pedaço de canal de íons positivos que entram sódio e cálcio para promover a despolarização O canal de cátion onde estão os vanilóides também é aberto ao calor (>45°) e pH<5,5. Em um estudo acerca da capsaicina e vanilóides, a remoção do gene que expressa TRPV1 em camundongos foi capaz de resultar em uma menor sensibilidade ao calor e ausência de hiperalgesia inflamatória com alterações térmicas. Pode-se constatar que durante o processo inflamatório há um aumento de expressão de receptores de TRPV1, sendo um possivel mecanismo de hiperalgesia. A capsaicina é um dos mais potentes agonistas destes receptores vanilóides. Com a abertura dos canais de cátions, ocorre grande influxo de Ca++ para o terminal nociceptivo, que resulta na liberação de substancia P e CGRP para a periferia (liberação de histamina e vasodilatação) - da mesma forma que é liberada na parte mais central, é liberada na porção periférica quando há estimulo. A substancia P liberada na periferia se liga a seus receptores nos mastócitos, assim como o CGRP é um potente vasodilatador. A histamina dispersa no conjuntivo é responsável pela vasodilatação e aumento de permeabilidade em vasos, alémde causar dor difusa e prurido em nervos. Dessa forma, denominamos esse fenomeno como inflamação neurogenica, amplificando e mantendo reação inflamatória bem como ativando fibras nociceptivas. Assim observamos um feedback positivo de estimulo-inflamação. O excesso do incurso de cálcio pode degenerar o terminal nociceptivo, dessa forma gerando menos estimulos nociceptivos da próxima vez. E o uso terapeutico desse princípio é utilizado em cremes de capsaicina, para dessensibilizar com o uso intenso do agonista dos receptores. Os canais das vias aferentes de nociceptores aceitam influencia de sódio e cálcio e tornar os potenciais de membrana menos negativos. Quando ocorre a inflamação, nossos vasos se dilatam e ganham permeabilidade, de maneira que proteinas que circulam pelo sangue conseguem atingir o tecido. Umas dessas proteinas são o fator de hageman (fator XII da coagulação), pré-calicreína e cininogênio de alto peso molecular. Quando essas proteínas encontram o tecido, encontram o colágeno: uma molécula de superfície carregada negativamente. Quando o fator XII encontra o colágeno, sendo modificada e ativado, ganhando um caráter enzimático que transforma a pré-calicreína em calicreína, que age sobre o cininogênio, tirando uma pequena porção denominada bradicinina, componente fortemente algico, causando uma dor intensa. A presença de cininases no tecido desativam as bradicinina - mesmo assim ainda efetiva seu potencial algico enquanto ativa. Receptores B2 (acoplados a proteina G) nos terminais nociceptivos recebem as bradicininas e kalidinas e desencadeiam uma reação de proteina G, ativando uma enzina denominada proteina kinase c (PKC) que leva um radical PO4 (fosfato - fosforilação) para o receptor TRPV1 (nos terminais nociceptivos nos canais de sódio), facilitando a abertura dos canais de cátions e facilitando o estímulo. Além disso, a ligação das bradicininas aos seus receptores libera prostaglandinas. Quando ao mecanismo dessas bradicininas e prostaglandinas, em sua Farmacologia V Page 15 kalidinas e desencadeiam uma reação de proteina G, ativando uma enzina denominada proteina kinase c (PKC) que leva um radical PO4 (fosfato - fosforilação) para o receptor TRPV1 (nos terminais nociceptivos nos canais de sódio), facilitando a abertura dos canais de cátions e facilitando o estímulo. Além disso, a ligação das bradicininas aos seus receptores libera prostaglandinas. Quando ao mecanismo dessas bradicininas e prostaglandinas, em sua concepção, devemos considerar que todas as células de todos os tecidos são compostas de lipídeos (fosfolipídeos) com proteínas incrustadas e dispersas em suas superfícies. Uma dessas proteínas é a fosfolipase A2. Toda vez que há uma lesão tecidual, essa fosfolipase é ativada pela ligação das bradicininas aos fibroblastos. A fosfolipase A2 quando ativada transforma fosfolipideos em PAF (fator de ativação de plaquetas, componente da inflamação) ou ácido araquidônico, que sofrerá lise pelas COX e LOX. Os glicocorticoides estimulam a produção da lipocortina que inibe a fosfolipase A2. A ação da COX e da LOX transformará o ácido araquidonico em compostos diferentes. As COX produzirão prostaglandinas e tromboxanas, enquanto a LOX produzirá leucotrienos e lipoxinas. O mais importante no raciocinio apresentado é como as prostaglandinas são produzidas,a partir de uma cascata estimulada pela bradicinina. Os AINES serão responsaveis pelo bloqueio dessa COX e freio da dor e inflamação nesse ponto. As prostaglandinas, como "fermento da dor", atuarão no terminal nociceptivo potencializando a ação da bradicinina e outros mediadores algicos. Nesses terminais também tem receptores para a prostaglandinas, denominados prostanóides, que instiga o fechamento de canais de potássio ou facilitar a abertura dos canais de cátions (TRPV1), de modo que o terminal fica parcialmente despolarizado e portanto mais facilmente excitável. Portanto, as prostaglandinas não geram ou fazem a dor sozinhas, mas ajudam na abertura dos canais TRPV1 dos nociceptores. As prostaglnadinas, além de facilitar a entrada de cátions calcio e sódio, fecham os canais de potássio para impedir a saída deste, que começa acumular no interiorda célula. Em área agredida ou isquêmica há outros componentes como a serotonina, histamina, ácido lático, ATP e potássio que tem a habilidade de excitar o terminal nociceptivo, tendendo a despolarizar a área. A prostaglandina também se utiliza da PKA para fosforilar os canais de sódio voltage gated e facilitar a entrada do sódio. Entre outros mecanismos, temos o NGF (nerve growth factor) atuando no estímulo à expressão dos receptores TRPV1, também aumentando a expressão do canal de sódio voltage gated. Mais adiante daremos atenção aos receptores opióides, canabinóides e de noradrenalina que podem atuar nos canais de potássio. Todos esses componentes de recepção de bradicininas, prostaglandinas, ópios, TRPV1 e canais de sódio são componentes dos nervos periféricos. Os receptores opióides em periferia para inibição de estímulo é descoberta recente. Esse neuronio aferente primário produzirá a substância P e a transmitirá oara o neurônio dorsal, que contem seus receptorespara tal. Esse neurônio dorsal não possui a capacidade de gerar um estimulo completo sozinho, dependendo da substância P para lentamente se aproximardo potencial de ação, se tornando cada vez mais despolarizado e diminuindo o limiar par excitação. Quanto maior o estímulo nociceptor, maior produção da substância P, que permanece por mais tempo em maior quantidade na sinapse e deixando o neuronio dorsal mais proximo do limiar, um caráter de hiperalgesia. Durante o processo inflamatório, produz-se muito o NGF, que estimula a produção de canais de cálcio TRPV1 e canais de sódio voltage gated, facilitando o disparo desse estimulo, também aumentando a quantidade de substância P nos neurônios nociceptivos, aumentando aresposta excitatória lenta na medula espinhal, o que causará a hiperalgesia. Foi observado que o processo inflamatório que provoca um estímulo das células do sistema imune que é responsável pela produção de opióides endógenos (endorfinas) que agem nas áreas mais centrais. Esses opióides endógenos apresentarão função inibitória sobre os terminais nociceptivos, com ação de hiperpolarizar essa célula, tornando-a mais negativa e diminuindo sua excitabilidade. Dessa forma, os opióides podem atuar tanto no sistema nervoso central quanto na periferia. Screen clipping taken: 22/09/2020 21:07 Como vimos, o neurônio aferente primário é responsável pela produção de substancia p e CGRP para estímulo do neuronio de espinotalamico e o glutamato para o "chute" de transmissão rápida de impulso para esse segundo neurônio. Saindo do aferente primário e conectando-se ao neuronio de transmissão, temos um interneuronio curto inibitório, que recebe estimulos rápidos do glutamato para produzir uma quantidade razoável de endorfinas sobre o neuronio espinotalamico, para tentar controlar e atenuar o estimulo inserido. O terminal do neurônio aferente composto pelos nociceptores é estimulado por diversos componentes mas também inibido por alguns componentes. A partir do primeiro neurônio, podemos notar um segundo neuronio que se liga a este além do interneurônio inibitório, um neurônioo que se liga ao axônio do aferente primário, produzindo e liberando sobre este o GABA, produzindo este junto a terminação do neuronio aferente primário, onde abre os canais de cloro e tornam o neurônio cada vez mais negativo pela entrada de Cl-, inibindo a condução do estimulo. Com isso, pensou se que os agonistas do GABA poderiam ter um efeito analgésico. Esses vários mecanismos mostram as diversas opções medicamentosas no bloqueio e inibição da dor. Boa parte dos antagonistas dos transmissores que dão o pontapé do estimulo doloroso e os agonistas de inibição dos neurônios são considerados bons componentes farmacológicos no controle de dor Opióides Os opióides são os componentes farmacológicos derivados do ópio, nectar retirado do bulbo da papoula, como um leitinho branco, que foi muito utilizado no controle de dores pelos gregos antigos. O bulbo da Papaver somniferum produzirá um suco (ópio) que era utilizado na cessação de dores. Theofrastus, no século III A.C, filósofo grego, foi responsável pela descrição do uso dos opióides pelos gregos de maneira geral, uma droga analgésica muito efetiva e amplamente utilizada. O uso do ópio dá um efeito analgésico muito forte, seguido de sono com muito sonhos. Foi descrito o uso do ópio pelos árabes, que utiilizavam o suco da papoula para desinterias, tratando diarreias. Esse uso permaneceu na Europa movido pelos ideais de Paracelsus, que desenvolveu uma medicina mais racional, baseada em evidencia, também popularizando e mantendo o uso do ópio inserido pelos árabes. Pela grande expansão do império inglês sobre o oriente no século XVIII, o uso do ópio mudou para o hábito de fumá-lo. Com a evolução da química, Serturner (1806) isolou a morfina (Morpheus) e Robiquet (1832) isolou a codeína e Merck (1848) isolou a papaverina. O uso do ópio como droga recreativa era comum na china onde os ingleses dominavam no século XVIII e XIX, visto toda a sensação de sono e relaxamento e prazer que dava. Com o desenvolvimento das agulhas hipodérmicas, o vício nessa droga causou diversos efeitos nos usuários, que mutilaram seus membros com furos de agulha e aspecto de envelhecimento. O uso em pó pode ser visto nos soldados do afeganistão. Os usuários dessa droga se tornam adictos, com vício ao extremo na "droga dos sonhos". Diversas substâncias podem causar essa adicção no paciente, não só o ópio, mas também a nicotina e bebida alcoólica, questões de saúde pública. A Droga dos deuses não é tão droga dos deuses assim, considerando a adicção. Os efeitos mais intensos de adicção e efeito se desenvolveram com o inicio do uso do ópio em cachimbos, e mais ainda quando foi inventada a agulha hipodérmica. O uso dessa droga como analgésico desenvolveu a dependência física e mental, instigando ao desenvolvimento de drogas sintéticas que sejam tão analgésicas quanto a morfina mas sem seu nível de adicção. Contudo, até hoje não se conseguiu tal feito, fazendo com que quase todas as Farmacologia V Page 16 sejam tão analgésicas quanto a morfina mas sem seu nível de adicção. Contudo, até hoje não se conseguiu tal feito, fazendo com que quase todas as drogas desenvolvidas que tivessem o mesmo efeito e agissem nos mesmo receptores causam adicção da mesma maneira. No período de 1939-1946 foi conseguida a síntese de meperidina e metadona. A meperidina e metadona foram muito utilizadas em hospital para pós-operatório. Uma pessoa dependente pode ser tratada, mesmo que praticamente impossível. Para tal foi proposto a síntese de antagonistas e compostos de ação mista (agonista/antagonista) como a Nalorfina, Naloxona e pentazocina (o composto de ação mista ajuda a tirar a dependencia aos poucos ou "desmamar"). Um opiáceo produz caracteristica quimicamente semelhante à morfina, enquanto um opióide tem ações farmacológicas semelhantes a morfina, apesar de não ter estrutura semelhante. Todo opiáceo é opióide, mas opióides não podem ser opióides. São todos opiódes por realizar a mesma ação do ópio, da morfina. A identificação dos receptores opióides foi possível apenas em pesquisas que ocorreram de 1967 a 1973, época de impulso da bioquímica - se foi encontrado um receptor em nosso corpo, significa que temos substancias semelhante aos opióides em nosso corpo (endorfinas; peptídeos), e não que nosso corpo desenvolveu para morfinas exogenas. A identificação de peptideos opióides endógenos foi importante para o conhecimento das vias de dor. Os receptores para os peptídeos endógenos receberam o nome de letras gregas µ (mu), k (kappa) e δ (delta). Receptores µ e δ são provavelmente envolvidos com o controle de dor, enquanto que os k provavelmente participem do efeito disfórico (também pode participar da dor, mas damos grande importancia ao mu). Todos esses participam no controle de dor. Endorfinas são nomes genéricos, mas temos um grupo denominado endorfina, onde temos a beta-endorfina, encefalinas e dinorfinas. As beta-endorfinas e meta-encefalinas agem no mu, leu-encefalina age no delta e dinorfina no kappa. As encefalinas estão presentes em todo SNC, especialmente nos interneurônios curtos, na substancia cinzenta periaquedutal (área envolvida com o controle descendente inibitório); na amigdala (núcleo amidaloide) no sistema limbico, área envolvida no controle de emoções, mostrando o envolvimento de emoções com opióides e sensação de alegria e bem estar; o hipocampo como área envolvida na memória; na medula espinhal; na medula adrenal, onde se produz a adrenalina que possui um pequeno efeito analgésico. As principais encefalinas são Met-encefalina e leu-encefalinas (áreas de controle de dor e áreas de envolvimento emocional - link entre emoções e dor). As endorfinas estão presente especialmente nesse eixo hipotálamo-hipófise, em neurõnios que se projetam do hipotálamo para o tálamo e para o tronco cerebral, de maneira que os peptideos que chegam no hipotálamo impedem