Buscar

O CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL NA PERSPECTIVA DA PRÁTICA JUDICIÁRIA (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO
2. O ENTENDIMENTO DO PODER JUDICIÁRIO DE RORAIMA QUANTO AO JULGADOS REFERENTES AOS CRIMES, CUJOS TIPOS PREVEJAM A VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL DOMÉSTICA, PRATICADO POR SEUS PAIS OU RESPONSÁVEIS.	2
2.1 O crime de estupro de vulnerável na perspectiva da prática judiciária	11
2.2 A violência sexual sofrida na primeira infância e do colhimento do depoimento da vítima de violência sexual intrafamiliar.	15
2.3 Do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente	17
REFERÊNCIAS	23
2. O ENTENDIMENTO DO PODER JUDICIÁRIO DE RORAIMA QUANTO AO JULGADOS REFERENTES AOS CRIMES, CUJOS TIPOS PREVEJAM A VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL DOMÉSTICA, PRATICADO POR SEUS PAIS OU RESPONSÁVEIS.
Neste tópico iremos analisar o procedimento judicial referente à julgados criminais nas sentenças proferida pelo Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) de cunho de violência sexual infantil intrafamiliar, nas idades entre 0 a 6 anos, que fazem parte do estudo em análise com a Lei da Primeira Infância nº 13.257/16, que trata em sua legislação a proteção da criança nos primeiros anos de vida.
Será feita a seguinte análise sem comento do mérito da decisão apenas parafraseando a denúncia da vítima e o relato das testemunhas até o voto proferido pelo relator, a seguir, baseado na estrutura do julgado, que se inicia desde o encaminhamento da denúncia das delegacias especializadas ou conselhos tutelares, do recebimento pelo Ministério Público (MP) e encaminhado ao juízo de Direito da Vara de Crimes Contra Vulneráveis desta Capital, para dar andamento ao processo, até o resultado da sentença, neste caso a apelação e o voto da decisão do relator do acórdão.
Neste 1º caso concreto. Trata-se de apelação criminal, interposta por: “Francisco Preste Garcia em face da sentença proferida pela MMª. Juíza de Direito da Vara de Crimes Contra Vulneráveis desta Capital, a qual condenou o apelante pela prática do crime previsto no artigo 217-A, c/c artigo 226, II, na forma do artigo 71, todos do Código Penal, tendo sido cominada pena de 25 (vinte e cinco) anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicial fechado.”
APELAÇÃO CRIMINAL Nº 0808064-27.2017.8.23.0010[footnoteRef:1]  [1: https://tj-rr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/741670608/apelacao-criminal-acr-8080642720178230010-0808064-2720178230010/inteiro-teor-741670648?ref=serp – Acesso: 6 de outubro de 2021.] 
Apelante: Francisco Preste Garcia 
Advogada: Dra. Gessyka Lorena Barcela Pamplona, OAB-RR 1622 
Apelado: Ministério Público de Roraima 
Relator: Des. Leonardo Pache de Faria Cupello
RESUMO ESTRUTURADO
APELAÇÃO CRIMINAL. ART. 217-A C/C ART. 226, II, NA FORMA DO ART. 71, TODOS DO CP. DO PLEITO QUE BUSCA A ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. AUTORIA E MATERIALIDADE DEVIDAMENTE COMPROVADAS. LAUDO DE EXAME PERICIAL CORROBORADO PELAS DECLARAÇÕES DA VÍTIMA E DEPOIMENTOS TESTEMUNHAIS EM JUÍZO. DO PLEITO QUE BUSCA O REDIMENSIONAMENTO DA PENA-BASE. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA EM RELAÇÃO À CULPABILIDADE. PENA REDIMENSIONADA, FICANDO O RÉU DEFINITIVAMENTE CONDENADO A UMA PENA DE VINTE ANOS DE RECLUSÃO. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO, EM CONSONÂNCIA PARCIAL COM O PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO GRADUADO. (TJRR – ACr 0808064-27.2017.8.23.0010, Rel. Des. LEONARDO CUPELLO, Câmara Criminal, julg.: 06/08/2019, public.: 07/08/2019)
O autor, buscou apelação sobre a decisão da sentença, para responder por liberdade pelas praticadas contra a neta de sua companheira, conforme denúncia dos autos:
“(…) Consta dos autos que durante os anos de 2012 e 2013, na cidade de Cantá-RR, nesta Comarca, o denunciado, agindo de forma livre e consciente para satisfazer sua lascívia, praticou por inúmeras vezes atos libidinosos consistes em sexo oral, carícias lascivas e coito anal com a vítima L G M G, com apenas 06 (seis) anos de idade na época em que os abusos sexuais se iniciaram. Conforme apurado, a vítima residia na companhia de sua avó, a Sra. F. M. L., a qual era companheira do denunciado, e portanto, em razão da convivência diária familiar, este possuía autoridade sobre a criança.
Diante do poder que o réu exercia sobre a criança, ele já havia cometido outro estupro com outra criança, conforme a denúncia da vítima, a seguir:
Consta ainda, que no ano de 2014, L. presenciou o denunciado abusando sexualmente de outra criança, fato pelo qual também foi denunciado (autos n.0010.15.008069-4). Nessa mesma ocasião, a vítima relata que também foi estuprada pelo denunciado, o qual novamente ameaçou-a de morte caso contasse os fatos para alguém. Relatou ainda que, em várias ocasiões, durante a noite, o denunciado ia até seu quarto, aproximava-se da rede e iniciava os abusos sexuais, inclusive tentando penetrá-la na vagina e ânus, ocasiões em que, nas palavras da criança “saía um líquido que ficava escorrendo por um tempo”, referindo-se à ejaculação.
Como vimos, a vítima por medo do seu abusador e das constantes ameaças tem medo de fazer a denúncia e ainda se sente culpada por tais atos, vejamos:
Por fim, relata a vítima que o denunciado sempre aproveitava os momentos em que sua avó não estava por perto para abusá-la sexualmente, e que nunca havia contado a ninguém pois tinha muito medo dele, devido às ameaças recorrentes. A vítima só revelou os fatos aos seus familiares no mês de fevereiro de 2017, quando teve conhecimento de que o denunciado havia sido preso por violência doméstica contra sua avó F. (n. 0803983-35.2017.8.23.0010), ocasião em que sua tia M. R. L. G. comunicou os fatos à Autoridade Policial (p.03 da mov. 1.1).
O réu ainda indaga em sua defesa que as provas nada corroboram para a sua denúncia, mas contradizendo-o, a materialidade do delito praticado por ele, o relato da criança e das testemunhas comprovam o estupro contra a vítima, de apenas 06 anos a época dos fatos.
A materialidade do delito encontra-se comprovada pelas provas trazidas aos autos tais como Boletim de Ocorrência, Certidão de Nascimento da vítima, Laudo de Exame de Conjunção Carnal, com a seguinte descrição: “Descrição: Genitália externa as seguintes características ou alterações: Irritação do canal vaginal, com dor durante o exame, mau cheiro e presença de secreção grumosa sugestivo de candidíase. Ao exame do ânus, observamos várias lesões decorrentes de esgarçamento por instrumento calibroso em ânus. Conclusão: Estupro de vulnerável” todos no (EP 1..1 e 1.2), além das provas testemunhais colacionada aos autos. O Apelante confessou perante a Autoridade Policial, ter estuprado a neta da companheira pela primeira vez no dia em que fizeram a mudança para o Cantá, que ela tinha 6 anos de idade e que a companheira F.
Segundo preleciona Nucci (2019) a palavra da vítima devido a sua tenra idade, deve ser analisada em conjuntos das demais provas:
JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA RELEVÂNCIA DAS DECLARAÇÕES DE CRIANÇAS E JOVENS TJMA: “Depoimentos de vítimas menores de idade não são destituídos de força probante, em razão, apenas, da imaturidade natural dessa condição pueril. Cabe ao magistrado sopesar, com cautela, o aspecto qualitativo das palavras da vítima infante, no momento de valorar o conjunto probatório. Se o acervo probatório do delito de estupro de vulnerável é composto por declarações firmes e seguras de quatro vítimas, todas irmãs, corroboradas por outros depoimentos testemunhais, inviável acolher o pleito absolutório” (Ap. Crim.055497/2014/MA, 2.ª C. Crim., rel. José Luiz Oliveira de Almeida, 09.04.2015, v.u.). (Nucci 2019, p.127)
Diante da decisum, o réu foi de sentenciado a pena a época da sentença a 20 anos de prisão, vejamos:
Tendo em vista a manutenção de apenas uma circunstância desfavorável, qual seja, as consequências do crime, fixo a pena-base, 08 (oito) anos e 10 (dez) meses de reclusão. Não há agravantes. Tendo em vista que a magistrada se utilizou da confissão extrajudicial do réu para fundamentar a condenação, reconheço a atenuante da confissão (art. 65, III d do CP), razão pela qual reduzo a pena em 10 (dez) meses de reclusão, ficando a pena nesta fase em 08 (oito) anosde reclusão. Não há causa de diminuição, contudo, há a incidência da causa de aumento de pena prevista no inciso II do art. 226, do Código Penal, razão pela qual aumento a pena pela ½ (metade), ou seja, em 04 (quatro) anos, resultando em 12 (doze) anos de reclusão. Sendo aplicável a regra do artigo 71, crime continuado, aumento a pena em 2/3 (dois terços) nos termos da sentença. Assim, fica o apelante definitivamente condenado à pena de 20 (vinte) anos de reclusão, em regime fechado. Mantenho os demais termos da sentença.
Quanto ao voto do relator relativo à apelação do réu para sua absolvição, trouxe a seguinte decisão do acórdão proferido, pela manutenção da pena, apelação desprovida. Assim:
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de Apelação Criminal, acordam os Excelentíssimos Senhores Desembargadores integrantes da colenda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, à unanimidade de votos, e em consonância parcial com o parecer do Ministério Público Graduado, em dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do relator, que fica fazendo parte integrante deste Julgado.
Participaram do julgamento o Des. Jésus Nascimento (Presidente). Des. Leonardo Cupello (Relator), Des. Ricardo Oliveira (julgador), e o (a) representante da douta Procuradoria de Justiça.
Sala de Sessões do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, aos seis dias do mês de agosto do ano de dois mil e dezenove.
Leonardo Pache de Faria Cupello
– Des. Relator –
Sobre o 2º caso concreto, trata-se de apelação interposta por Ricardo da Silva Pereira, perpetrado contra seu filho, o menor K.H.P, com pouco mais de 1 (um) ano de idade na época dos fatos. O mesmo recebeu uma pena proferida pelo Juízo da Vara de Crimes Contra Vulneráveis, que o condenou a uma pena de 25 (vinte e cinco) anos de reclusão em regime fechado, pela prática do crime capitulado no art. 217-A c/c art. 226, II, por várias vezes, na forma do art. 71, todos do CP. veremos a seguir:
APELAÇÃO CRIMINAL N.º 0018192-81.2013.8.23.0010[footnoteRef:2]  [2: https://tj-rr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/658718608/apelacao-criminal-acr-93051120138230010-0009305-1120138230010/inteiro-teor-658718696 – Acesso: 6 de outubro de 2021] 
APELANTE: Ricardo da Silva Pereira 
DEFESA: Renato Franklin Gomes Martins OAB-1307-RR 
APELADO: Ministério Público de Roraima 
RELATOR: Des. Jésus Nascimento
RELATÓRIO
RESUMO ESTRUTURADO
APELAÇÃO CRIMINAL – CONDENAÇÃO PELO CRIME DO ART. 217-A C/C ART. 226, II, POR VÁRIAS VEZES, NA FORMA DO ART. 71, TODOS DO CP, À UMA PENA DE 25 ANOS DE RECLUSÃO EM REGIME FECHADO – CRIME PRATICADO POR PAI CONTRA FILHO DE 1 ANO E 2 MESES DE IDADE NA ÉPOCA DO CRIME, MEDIANTE A INTRODUÇÃO DE OBJETO CILÍNDRICO NO ÂNUS DO OFENDIDO; 1) PLEITO DE ABSOLVIÇÃO NOS TERMOS DO ART. 386, V, DO CPP – IMPOSSIBILIDADE – MATERIALIDADE COMPROVADA PELO LAUDO PERICIAL – AUTORIA DEMONSTRADA PELA SITUAÇÃO FÁTICA DOS AUTOS, DECLARAÇÃO DA MÃE DA VÍTIMA E DEPOIMENTOS DE FAMILIARES RELATANDO OS ABUSOS COMETIDOS PELO ACUSADO CONTRA OUTRAS CRIANÇAS DA FAMÍLIA – NEGATIVA DO ACUSADO FRACA E INVEROSSÍMIL – EVIDÊNCIAS NOS AUTOS DE QUE O APELANTE FICAVA SOZINHO COM O FILHO; 2) PEDIDO DE AFASTAMENTO DA CONTINUIDADE DELITIVA – IMPOSSIBILIDADE – CRIANÇA QUE FOI ABUSADA PELO PERÍODO DE 3 MESES – LESÕES CONSTANTES NO ÂNUS DA CRIANÇA – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO EM CONSONÂNCIA COM O PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO GRADUADO. (TJRR – ACr 0018192-81.2013.8.23.0010, Rel. Des. JESUS NASCIMENTO, Câmara Criminal, julg.: 27/08/2019, public.: 04/09/2019)
Em sua defesa, o réu alegou que, requereu alternativamente a absolvição, nos termos do art. 386, V, do CPP, por insuficiência de provas, ou o afastamento da continuidade delitiva, uma vez que não se sabe, com certeza, quantas vezes o fato aconteceu. O parquet, “Em contrarrazões (EP 51.1 movimentações no 1º grau), o Ministério Público requereu o conhecimento do recurso e, no mérito, seu total desprovimento, mantendo-se intacta a sentença, pois as provas são contundentes ao apontar o ora apelante como autor do crime de estupro de vulnerável do próprio filho.”
Neste caso concreto, o voto do relator e quais as fundamentações usadas para proferir a decisão do caso concreto, nota-se que diante de toda a leitura da denúncia e das oitivas em relação aos fatos narrados, a decisão tem que ser eivada sem levar em conta o aspecto emocional, que diante dos fatos mexem com a questão moral de fazer-se justiça e que há de ter prudência e ponderação, diante de um crime asqueroso, repugnante, sórdido e torpe, vejamos:
Em parecer, a Procuradoria de Justiça opinou pela manutenção da condenação, pois os argumentos do apelante são totalmente isolados, não tendo o condão de desmerecer todo o conjunto probatório colhido durante a instrução criminal, em especial os depoimentos das testemunhas.
O apelante, quando ouvido em juízo, negou o crime e afirmou por algumas vezes que não ficava sozinho com o filho, alegando serem falsas as acusações. Ainda, disse suspeitar de outra pessoa como autor dos fatos e que tudo seria armação de suas irmãs.
J. P., mãe do menor ofendido, disse em juízo que tinha conhecimento das assaduras no ânus do seu filho, mas que considerava normal, pois era inexperiente, e que no mês de julho foi alertada por C., irmã do apelante, que a criança estava com uma assadura que não curava e que isso não era normal, aconselhando-a que ela procurasse um médico, no entanto, resolveu cuidar do filho em casa. Disse também que relatou o que estava acontecendo ao recorrente, mas ele não deu importância.
Falou que, passados três meses, deixou seu filho com a testemunha S. S. d. S. Igreja, e esta lhe comentou que, quando foi fazer a higiene da criança percebeu algo diferente no ânus dela e que por causa deste episódio foram ao Pronto Socorro da Criança para ter certeza do que estava acontecendo.
Relatou que, após ser detectado o problema do menor, soube que o apelante já alisou uma sobrinha de nome L., estuprou outro sobrinho, por isso desconfiaram dele.
Ouvido a testemunha, que afirmou ter percebido algo estranho com a criança em seu depoimento disse que mediante aos fatos, procurou fazer a denúncia:
 
A testemunha S. S. d. S., (...) relata que foram para a Delegacia e lá soube que os fatos começaram quando a mãe do menor fazia um curso de enfermagem. Na época, a criança ficava com a irmã dela, e, quando o pai chegava do trabalho mais cedo, o buscava e que nisso a criança chorava e dava gritos horríveis.
Quanto a decisão dos fatos supramencionados a decisão do relator no caso concreto foi quanto aos presentes os pressupostos de admissibilidade, razão pela qual conhecido o recurso. mas a pretensão recursal não merece acolhida, logo assim o voto foi pela manutenção da prisão do réu, e desprover o recurso contra a sentença prolatada.
 
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de Apelação Criminal, acordam os Excelentíssimos Senhores Desembargadores integrantes da Colenda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, à unanimidade, e em consonância com o parquet graduado, em conhecer e desprover o presente recurso, nos termos do voto do Relator, que fica fazendo parte deste Julgado. Participaram do julgamento os Desembargadores Jésus Nascimento (Presidente/Julgador da Câmara Criminal), Ricardo Oliveira (Julgador), Leonardo Cupello (Julgador) e o (a) representante da douta Procuradoria de Justiça.
Sala das Sessões do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, aos vinte e sete dias do mês de agosto do ano de dois mil e dezenove. 
Jésus Nascimento
Desembargador Relator
O 3º caso concreto, apelação criminal que se faz referência a outro caso de denúncia interposta por M.B.H, no ano de 2010, durante 03 (três) meses, o apelante teria, de forma livre e consciente, com a finalidade de satisfazer sua lascívia, praticou atos libidinosos diversos da conjunção carnal com as menores A. S. e B. S., os quais na época dos fatos tinham 06 (seis) e 03 (três) anos de idade, respectivamente.A denúncia gerou a sentença proferida pelo Juízo da Vara de Crimes Contra Vulneráveis que o condenou como incurso nas sanções do artigo 217-A, por várias vezes, na forma do art. 71, ambos do CP em relação às vítimas em concurso material.  O apelante que é primo das vítimas, alegou em suas razões recursais que não é possível direcionar certeza para ele acerca da autoria do crime em questão, sendo, portanto, as provas frágeis, incoerentes e não convincentes, e mediante a sua conduta pleiteava a sua absolvição.
EMENTA
APELAÇÃO CRIMINAL[footnoteRef:3] – ESTUPRO DE VULNERÁVEL – PLEITO PELA ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE – VALORAÇÃO DOS DEPOIMENTOS UNÍSSONOS DAS VÍTIMAS E DAS TESTEMUNHAS, TANTO EM DELEGACIA QUANTO EM JUÍZO – FIXAÇÃO DA PENA-BASE NO MÍNIMO LEGAL. INVIABILIDADE – EXASPERAÇÃO DA PENA JUSTIFICADA DIANTE DA APRESENTAÇÃO DE ELEMENTOS CONCRETOS. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO EM CONSONÂNCIA COM O PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO GRADUADO [3: https://www.jusbrasil.com.br/processos/93347864/processo-n-0009305-1120138230010-do-tjrr - Acesso: 6 de outubro de 2021] 
Dos fatos relatados na sentença em relação aos depoimentos das vítimas, bem como pelo Relatório do Setor Interprofissional:
Consta nos autos que o primo da genitora das vítimas, ficou hospedado na residência da mesma por um período de 03 (três) meses. Somente após sua partida, as crianças relataram aos pais os abusos sofridos, onde estas eram submetidas à prática de atos libidinosos consistente em sexo oral, carícias em suas partes íntimas, bem como as beijava na boca.
À época, conforme relatado pelas vítimas, durante as madrugadas, o apelante tirava as roupas das meninas e as deitava em cima dele, tocava em suas partes íntimas e as obrigava a praticar sexo oral nele. Ainda diante dos relatos das vítimas, o apelante chegou a colocar as menores para assistir com ele filmes de conteúdo pornográfico e dizer que faria aquilo com elas.
A vítima ainda receosa relata os fatos narrados, já com 11 anos de idade, ademais, a vítima (Amanda) foi coerente em duas declarações. É importante destacar trechos dos seus depoimentos prestados tanto na Delegacia quanto em Juízo:
Na Delegacia: “(…) então com 9 anos de idade, que lembrava de quando o réu levantava de madrugada e pegava a depoente e a irmã, tirava suas roupas e as deitava em cima dele. Nessas ocasiões, o réu estava nu. Disse que ele ameaça bater nelas se contassem alguma coisa. Que ele passava as mãos no corpo da depoente e em suas partes íntimas e dizia que queria namorar. Recorda de o réu ter mandado chupar o pênis dele, pois tinha gosto de chocolate. Disse que não queria, mas ele colocou na boca da informante e mandou chupar. Que saiu uma “coisa” ruim e branca do pênis dele. Certa vez ele colocou filme pornográfico e obrigou a depoente e a irmã a assistirem. Ele dizia que faria com a depoente e a irmã igual no filme pg. 11 do EP 1.6).
O réu também alegou sua versão dos fatos narrando com detalhes os fatos acometidos as duas crianças, corroborando com os fatos já mencionados pelas vítimas que sofreram com os abusos do elemento.
Em Juízo: (…) confirmou os abusos sexuais praticados pelo acusado contra ele a irmão. Disse que o réu fazia ela e a irmã tomar banho com ele. Que dormiam no mesmo quarto e ele pedia para olhar para as partes íntimas dele. Ele falava para a irmã beijar ele na boca. A noite, enquanto os pais estavam fora, o réu tirava a roupa dele e a da depoente e sua irmã. Ele esfregava o corpo dele no da depoente e sua irmã. As vezes estava dormindo quando ele esfregava as partes íntimas. Disse que ele colocava filmes no DVD e alguns filmes na TV para a depoente e a irmã e fazia assistir. Ele disse que não era para contar e tinha medo dele (...). 
A segunda vítima B.S, em que pese, não ter sido ouvida em Juízo, na Delegacia de Polícia contou que o réu fazia algumas coisas com ela, que lembrava de tudo, que ele dizia “que era namorado delas e que ele fazia como o papai e a mamãe”. afirmou também em seu B.O, que o apelante tirava a roupa dela e da irmã, depois deitava em cima dela e mostrava “a pepereca”, apontando para a vagina.
Temos ainda para corroborar a acusação os depoimentos tanto da mãe das vítimas quanto da A. S., quanto do pai destas:
“(…) Na época eu fazia graduação à noite, e o meu esposo é professor da Universidade, então tinha alguns dias da semana que eu saía tipo 19:00 hrs para ir pra faculdade e o meu esposo só retornava depois das 20:00 hrs, então nesse intervalo a gente pedia pra ele cuidar delas, né? Pra eu poder ir pra aula até que meu marido retornasse. Então eu imagino que a maior parte desses episódios tenham acontecido nesse momento, porque ela não… A Amanda sempre tinha medo de ficar sozinha em casa, quando começava a escurecer, ela parece que se desesperava, ela ficava… no início, a gente não sabia, a gente não entendia, o rendimento escolar dela baixou, uma série de coisas (…) coisas que a gente não entendia… Eu não relacionei porque eu tinha muita confiança nele, entendeu? A gente nunca imaginou, nunca desconfiou… inclusive, ela demorou pra me contar (…)”
C. S.: “(…) genitor das vítimas, contou que a filha A. S começou a apresentar rendimento escolar baixo e ao conversar com ela, ela fez comentário de teor sexual. Pediu para a esposa conversar com ela e ela contou que o réu pegou em suas partes íntimas, pediu para beijar o órgão dele, na boca, mijou na frente delas (...)”.
Destarte aos fatos narrados e das circunstâncias atenuantes do crime em comento, não há de se falar em absolvição do réu diante de um crime tão sórdido contra vítimas que mal sabiam o que estavam acontecendo, sendo abusadas constantemente pelo réu, violência essa que estava trazendo prejuízos psicológicos graves a ponto de cair o rendimento escolar da vítima, assim decido o voto do relator foi: “pelo exposto, e em consonância com o parecer do Ministério Público Graduado, conheço do presente recurso e dou-lhe desprovimento, mantendo intacta a sentença proferida.” vejamos o acórdão da sentença:
 ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de Apelação Criminal nº 0009305-11.2013.8.23.0010, acordam os Excelentíssimos Senhores Desembargadores integrantes da colenda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, à unanimidade de votos, e em consonância com o parecer do Ministério Público Graduado, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator, que fica fazendo parte integrante deste Julgado.
Participaram do julgamento o Des. Leonardo Cupello (Presidente), Des. Ricardo Oliveira (Julgador), Luiz Fernando Mallet (Julgador) e o (a) representante da douta Procuradoria de Justiça.
Sala de Sessões do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, aos onze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e dezoito.
Leonardo Pache de Faria Cupello
– Des. Relator –
Sobre apelação do réu M.B.H, que através do recurso analisado anteriormente, pleiteou responder em liberdade o mesmo foi condenado por estupro de vulnerável, a 21 anos de prisão pela prática de crime previsto no artigo 217-A do CP, conforme reportagem do Jornal Folha de Boa Vista[footnoteRef:4] do dia 27/05/2021, o mesmo estava foragido, e contra ele havia um mandado de prisão preventiva decretada desde o dia 3/08/2020, ele foi alvo da operação “PAIDI” desencadeada pelas SEJUC, em Outubro de 2020, objetivando o cumprimento de mandato de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) acusado de estupros e atentado violento ao pudor de criança e adolescente menores de 14 anos, ele foi localizado no bairro Cauamé, a ação foi realizada pela equipe da Divisão de Inteligência e Captura (DICAP) da Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUC) que levou a prisão do foragido M.B.H. [4: https://folhabv.com.br/noticia/POLICIA/Ocorrencias/Homem-condenado-por-estupro-de-vulneravel-e-preso-pela-Dicap/76346 -Acesso: 6 de out. 2021] 
O que podemos constatar de acordo com matéria jornalística é a fragilidade da justiça em relação a esses criminosos, que ao invésde estarem cumprindo suas penas, estão soltos, e quem sabe continuam fazendo mais vítimas, são esses absurdos que mostram quanto às punições nem sempre traz a resposta das vítimas e sim a impunidade e omissão dos órgãos da justiça em fazer valer os direitos daqueles que continuam sendo vítimas de abusadores dentro e fora da família.
2.1 O crime de estupro de vulnerável na perspectiva da prática judiciária
O crime de estupro de vulnerável na perspectiva prática judiciária foi analisada apenas os elementos das sentenças proferidas pelo Tribunal de Justiça de RR, tais dados são alarmantes sobre este crime sórdido, que vem afetando constantemente a vida social das crianças e dos adolescentes deste Estado, e trazem inúmeros prejuízos psicológico e físicos, no cotidiano dessas vítimas que sofrem com os abusos intrafamiliar[footnoteRef:5]. [5: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2021/04/violencia-contra-criancas-como-detectar-e-o-que-fazer-para-denunciar/ Acesso: 06 out. 2021] 
Após ouvir os relatos das vítimas que acontecem geralmente dentro do próprio ambiente familiar ou pela detecção do fato ocorrido por algum responsável pela vítima, geralmente é a mãe que registra o boletim de ocorrência (B.O) na Delegacia[footnoteRef:6] Especializada da Infância e Juventude ou nos Conselhos Tutelares a função do conselheiro é de fazer a notificação dos casos de violência sexual contra a criança independente se os pais não desejam registrar o fato ocorrido, é o que preceitua os artigos 13 e 245 do ECA[footnoteRef:7], enquanto a função da delegacia, após ouvido os relatos é instaurar uma investigação dentro da lei das infrações penais, criando assim um documento reconhecido como inquérito policial, este inquérito será transformada em processo criminal e encaminhado ao Ministério Público, para que caso aceite a denúncia, encaminhe a denúncia ao Juiz da Vara de Crimes Contra Vulneráveis, para instituir o processo judicial, [6: Órgãos que realizam o trabalho referente a proteção da criança e adolescente - NPCA (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente) - Av. Getúlio Vargas, 3859 (antigo 2098), Canarinho, Boa Vista/RR (Casa 01) – CEP 69.306-045; DDIJ (Delegacia de Defesa da Infância de Juventude) - R. Ajuricaba, 426, Centro, Boa Vista/RR – CEP 69.301-070; DCPA- sediada na rua Lindolfo Bernardo Coutinho, 1451, no bairro Tancredo Neves. zona Oeste da capital. 
http://www.pc.rr.gov.br/institucional/delegacias - Acesso: 6 de outubro de 2021.] [7: Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena: multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência (BRASIL, 1990)] 
O procedimento de investigação[footnoteRef:8] da delegacia de polícia diante da Lei nº 13.431/17, artigo 21, quando for constatado que a criança sofreu abuso sexual ou está em risco, é direito da autoridade policial solicitar à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos procedimentos de investigação e responsabilização dos suspeitos, que busquem medidas de proteção para “evitar o contato direto da criança com a vítima ou testemunha de violência com o suspeito, autor da violência, solicitar o afastamento cautelar do investigado da residência, requerer a prisão preventiva do investigado, quando houver suficiente indícios de ameaça criança adolescente vítima ou testemunha de violência, solicitar os órgãos socioassistenciais a inclusão da vítima e de sua família nos atendimentos que tem direito, e no programa de proteção à vítima ou testemunha ameaçada, representar ao Ministério Público para que proponha ação cautelar de antecipação de prova, resguardados os pressupostos legais e as garantias previstas no artigo 5º da lei 13431/17”. Baseando-se neste contexto após a revelação cabe ao MP aceitar os fatos da denúncia e encaminhar aos órgãos competentes, conforme fluxograma a seguir (MMFDH, 2021, p.26) [8: a notificação de casos de vítima de violência e maus-tratos é, antes de tudo, uma justa causa, mas também dever legal (Artigo 13 e 245 do ECA) e artigo 66 da (Lei das contravenções penais), mesmo que só suspeito, (artigo 245 do ECA), a providência portanto, ocorre em momento oportuno e dependendo do caso se encaminhado ao Conselho Tutelar (Artigo 13 do ECA), ou a Vara da Infância e Juventude do local de moradia da vítima. é aconselhável que a tal notificação seja feita pelo responsável legais da vítima ou instituição onde está sendo atendida. (CFM, 2011, p.119)] 
Figura 1. Fluxograma do sistema de notificação - autor
A palavra[footnoteRef:9] da vítima é uma das poucas provas possíveis dentro do processo, o depoimento da criança, na maioria dos casos de violência sexual, corroboram para elucidação destes fatos ocorrido geralmente praticados às escondidas e que raramente há testemunhas, este crime boa parte deles acontecem dentro da casa em ambiente familiar, além do fato da dificuldade em fazer a ocorrência, devido à falta de discernimento da vítima sobre o ato sexual e da imaturidade psíquica, em alguns casos só é revelado quando a vítima completa a maioridade. A representatividade em relação ao agressor, devido a sua coerção, que induz medo na vítima. [9: “Nos crimes sexuais, a palavra da vítima ganha especial relevo, tendo em vista sobretudo o modus operandi empregado na prática desses delitos, cometidos, via de regra, às escondidas. Precedentes” (STJ — HC 206.730/RS — Rel.Min. Nefi Cordeiro — 6ª Turma — julgado em 5-3-2015 — DJe 17-3-2015). No mesmo sentido: AgRg no AREsp 1.595.939/GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, 5ª Turma, julgado em 19-5-2020, DJe 27-5-2020. Se ficar demonstrado em juízo que a pretensa acusou falsamente o réu por crime de estupro, responderá ela pelo delito de denunciação caluniosa (art. 339 do CP). Gonçalves 2020.p.1.168)] 
Nota-se que o profissional, que irá colher o Depoimento Especial das vítimas de violência sexual, observam que as criança ou adolescente têm maior dificuldade de relatar os abusos, por não se sentir protegido dentro da família[footnoteRef:10] ou na sociedade, há uma observação a se comentar, que a vítima às vezes influenciada, pode fantasiar fatos relativo à ocorrência de abuso e pode prestar informações distorcidas às autoridades no seu depoimento. [10: O art. 226, II do CP diz que “a pena é aumentada de metade se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou, por qualquer outro título, tem autoridade sobre ela”. (BRASIL,1940)] 
Diante dos aspectos dos casos sentenciado pelo Tribunal de Justiça de Roraima em relação aos crimes de violência e abuso sexual contra criança e adolescente, nota-se que a prova material é irrefutável, sendo um dos fatores primordiais para a veracidade e a valoração mediante os exames comprovados como o corpo de delito[footnoteRef:11], corpo de delito indireto, a busca e apreensão, a perícia, dentre outros. Não podemos deixar de citar a prova testemunhal, que são as declarações acerca dos fatos, por aqueles que fazem parte do processo (Aranha, 2006, página 157) [11: artigo 158 do CP, prevê que “quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado” (BRASIL, 1940)] 
Quanto ao acusado, dentro do processo tem a oportunidade de se manifestar perante ao juiz, e apresentar sua defesa, além de indicar meios de prova, ou pode continuar em silêncio ou confessar o crime (Nucci, 2007, p.389)
Aqui também as consequências sociais quanto ao sujeito ativo de uma denúncia de estupros de vulnerável[footnoteRef:12] como sabemos dentro da sociedade que o indivíduo que comete este crime geralmente é punido dentro da cadeia, e não só dentro da cadeia mas diante da sua vida, na sociedade sempre será rotulado pois estessofreram com as retaliações, mas em relação ao tocante as falsas denúncias , sejam ela induzida por outra pessoa, ou por situações fantasiosa na mente da criança, ou por outros fatores, mesmo que o réu consiga provar a sua inocência, a imagem será rotulada permanente, implicando dentro da sociedade e nas relações interpessoal da vida deste sujeito. (AMENDOLA, 2009). [12: o crime de estupro de vulnerável, é considerado crime hediondo e sua conduta típica artigo 1º, V, da Lei nº 8072/90.] 
As falsas denúncias de estupros dentro da família, são casos corriqueiros e muitas vezes, são por motivos familiares, guarda, ciúmes divórcio mal sucedidos, quando não há a retirada da acusação o sujeito responde o processo extremamente grave até provar sua inocência, além das consequências da concessão das medidas cautelares na relação familiar, em casos em que o acusado de cometer o estupro de vulnerável convive com a suposta vítima a concessão é prevista no artigo 319 do Código Processo Penal prevista no inciso III:
III- proibição de manter contato com uma pessoa determinada quando, por circunstância relacionada ao fato, Deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
2.2 A violência sexual sofrida na primeira infância e do colhimento do depoimento da vítima de violência sexual intrafamiliar.
Como podemos notar no decorrer deste trabalho, muitas crianças estão sofrendo constantemente com os abusos sexual dentro do seio familiar, e as vítimas por não ter discernimento psicológico, sofrem com os abusos desta violência, principalmente por aqueles que deviam trazer proteção e cuidados, respeito, afeto, carinho, amor, mas infelizmente a realidade de muitas crianças vêm se tornando cada vez mais traumática, estes indivíduos vulneráveis estão perdendo o direito da sua Dignidade.
Dessa forma contam com a sorte, pois devido sua tenra idade não sabem expressar ou contar o que lhes acontecem, quando são vítimas de tais abusadores, são silenciadas pelo medo, pela coação daqueles que praticam a violência sexual, seja por um familiar consanguíneo (violência intrafamiliar) ou por uma pessoa próxima da família da vítima (violência extrafamiliar). Entre as principais formas de violência sexual contra criança na primeira infância, são: a violência física, a violência psicológica, a violência institucional e a violência sexual, todos esses conceitos estão inseridos dentro das modalidades de violência no âmbito familiar.
Dito isto, A lei 13.257/2016, trouxe consigo a proteção na primeira infância e define quem são esses indivíduos vulneráveis, que são sujeitos de direito no âmbito da Lei da Primeira Infância, que preceitua: “Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se primeira infância o período que abrange os primeiros 6 (seis) anos completos ou 72 (setenta e dois) meses de vida da criança.” Logo sendo este o estudo deste trabalho que trata da violência sofrida por estas crianças englobada na proteção de tal lei, é necessário enfatizar que, diante da relevância da lei para proteger esses indivíduos muitos ainda não possuem a capacidade intelectual nem o discernimento da violência que lhe é acometida, pois são crianças que dependem prioritariamente dos pais para o seu cuidado nesse momento crucial da vida, e por não possuírem tal cognição, são dependentes material e emocional aos laços familiares, sendo este vínculo de dependência que os abusadores aproveitam para utilizar o poder da autoridade, da força ou da coação para violentar esses indivíduos vulneráveis, sejam os abusos dentro do próprio lar pelos pais (incesto), ou cuidadores deste menores, e fora do lar, pelos amigos ou vizinhos (pedófilos).
Quando detectada qualquer forma de violência contra a criança, geralmente é a mãe quem procura os meios de fazer a denúncia, após o atendimento médico, os pais ou responsável pela criança será encaminhado para fazer os exames de coleta de prova forense pelos perito do IML, sendo este necessário para os fins judiciais nos casos de abuso sexual, a coleta de material para prova forense servirá como prova do abuso sexual quando houver a violência praticada pelo pedófilo, pois como dito antes as crianças de tenra idade muitas vezes temem ao abusador sexual, e também não relatam o fato ocorrido, devido às ameaças e intimidação que sofrem, assim nesse impasse não relatam os abusos sofridos, as marcas da violência, o comportamento e as expressões da criança nem sempre são visíveis, mas quando há violência sexual como estupro de vulneráveis (artigo 217-A do CP) ou outra forma de cunho sexual, o exame de corpo de delito será possível após a sua comprovação. (MPDFT, 2015, p.8)
Sendo assim após a suspeita e feita a denúncia de violência nos órgãos competentes, seja em delegacia ou em Conselho Tutelar, estes poderão intervir de forma apropriada para garantir a proteção e o cuidado psicossociais da criança ou adolescente vítima de violência sexual, o Artigo 13 do ECA, preconiza o direito de interromper essa violência, pois o mesmo trata destes preceitos de proteção à criança e do adolescente:
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014) (BRASIL, 1990)
Devemos notar, que a maioria dos casos de violência sexual intrafamiliar são acometidos pelos pais, tios, avós, padrasto, e até em alguns casos pelas mães ou madrastas, e são considerados aparentemente pessoas normais que se mostram queridas pelas crianças e adolescentes, e quando cometem a violência contra criança os abusadores sexuais utilizam ameaça ou a conquista da confiança, além do afeto da criança, para depois colocar em prática o seu libido sexual, essas vítimas são prejudicada pelas consequências psicológicas do abuso sexual. 
Não podemos esquecer que o pedófilo se apresenta muitas vezes como um ser moralista, pode até ter um bom acervo intelectual aos olhos da sociedade da família, conseguindo enganar todos ocultando a sua perversidade, logo o pedófilo possui uma psicopatia, voltada a perversão sexual de caráter compulsivo e obsessivo em adultos que têm atração sexual exclusiva ou não, por criança o adolescente impúbere. (ABRAPIA, 2002, p.21)
2.3 Do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente
De acordo com a lei 13.431/2017[footnoteRef:13],  regulamentada por meio do Decreto 9.603/2018, que estabelece o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, que traz como mecanismo a implantação da Escuta Especializada[footnoteRef:14] e do Depoimento Especial[footnoteRef:15] para aquelas crianças que são testemunhas ou vítimas de violência sexual, diante desse contexto todo os municípios brasileiros devem instituir uma rede de proteção especializada integrada e estabelecida diante desta lei, é o que acontece no Tribunal de Justiça do Estado de Roraima[footnoteRef:16] na vara da Infância e Juventude. [13: No ordenamento brasileiro, a legislação responsável pela organização do sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência foi a Lei n. 13.431/2017, sancionada em 4 de abril de 2017, tendo como base o art. 227 da CF/1988 e a Resolução n. 20/2005 do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas. Antes dela, porém, o CNJ emitiu a Recomendação n. 33, em 23 de novembro de 2010, com o intuito de orientar os tribunais a criarem “serviços especializados para escuta de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência nos processos judiciais” – CJN (2019)] [14: Art. 7º Escuta especializada é o procedimento de entrevista sobre situação de violência com criança ou adolescente perante órgão da rede de proteção, limitado o relato estritamente ao necessário para o cumprimento de sua finalidade. Lei n. 13.431/2017] [15: Art. 8º Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou testemunha de violênciaperante autoridade policial ou judiciária - ibidem] [16: DEPOIMENTO ESPECIAL - O depoimento especial passou a ser obrigatório com a Lei 13.431/2017 que prevê o prazo de um ano para a adoção da escuta especializada. Antes da lei, os juízes já adotavam amplamente o depoimento especial com base na Recomendação 33/2010, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). https://tjrr.jus.br/index.php/noticias/noticias/4314-depoimento-especial-tjrr-promove-cadastro-de-profissionais-nas-areas-do-direito-pedagogia-psicologia-e-servico-social acesso: 06 de out.2021] 
A lei traz consigo um sistema de proteção que garante os direitos da criança e do adolescente quando realizada a denúncia do crime de cunho sexual ou da violência sofrida nas principais fases do processo judicial, não só isso, mas também a criação dos Centros de Atendimento Integrado, com profissionais capacitados, para dar atendimento e acolhimento às vítimas neste espaço, e dando azo a escuta protegida da criança e do adolescente sobre o seu relato dos abusos sofridos, devemos entender é que o atendimento integrado possui como objetivo evitar o processo de  revitimização[footnoteRef:17],(sendo este um dos fatores que mais causam traumas a criança ou adolescente que sofreram algum tipo de violência, pois, voltam a relatar os fatos que sofreram inúmeras vezes para cada serviço de proteção). (AMENDOLA, 2009, p. 81). [17: AMENDOLA, Márcia Ferreira. Crianças no Labirinto das Acusações. 1. ed. Curitiba: Editora Juruá, 2009.] 
As redes de proteção estão inseridas entre Conselhos Tutelares, Escolas, Espaços Educacionais, Rede De Assistência Psicossocial e Sistema de Saúde, de Segurança Pública e de Justiça. o grande problema da revitimização é o sofrimento que causa a vítima, retardando ajuda adequada para contribuir com a proteção do direito da Criança e do Adolescente no atendimento intersetorial nos serviços prestados à rede, e que envolva Saúde e Assistência Social dentro da Escuta Especializada[footnoteRef:18] em único Depoimento Especial[footnoteRef:19] durante a fase judicial. [18: art. 12 da Lei n. 13.431/2017: O depoimento especial será colhido conforme o seguinte procedimento:
§ 1o À vítima ou testemunha de violência é garantido o direito de prestar depoimento diretamente ao juiz, se assim o entender.] [19: Luciane Pötter (2019, p. 36), o Depoimento Especial já existe em 28 países; é possível, portanto, contemplar estratégias diferentes em outros estados.] 
Os procedimentos do registro da denúncia são em uma delegacia especializada nos casos de violência contra criança e adolescente. Após o relato da criança em que foi constatado que ela sofreu violência sexual, o primeiro passo é buscar um dos diversos canais oficiais que fazem o atendimento as denúncias de violação dos Direitos da Criança e do Adolescente, para fazer um boletim de ocorrência (B.O) denúncia. Para isso existem as Delegacias Comuns e as Delegacias Especializadas no Atendimento à Criança e ao Adolescentes (DPCAS), além do mais, o relato[footnoteRef:20] de uma suspeita pode ser feita através dos Conselhos Tutelares. (CONANDA[footnoteRef:21], 2020). [20: Em casos de anonimato o cidadão pode contatar com o disque 100 ou registrar a denúncia por meio do aplicativo Proteja Brasil, principalmente neste período de Pandemia onde as vítimas estiveram o tempo todo isoladas em ambiente familiar, e muitos dos órgãos reduziram seus atendimentos se faz necessária a atuação da rede de proteção à criança e adolescente para atuar no atendimento dessas vítimas. (CONANDA, 2020).] [21: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. (2020). Recomendações do CONANDA para a proteção integral a crianças e adolescentes durante a pandemia do COVID-19.] 
O segundo passo depois da denúncia, em que a criança ou adolescente que sofreu violência ou testemunha, deve relatar os fatos ocorrido em uma condução elaborada por profissionais capacitados[footnoteRef:22] em um ambiente que possa ser acolhedor e que evite o processo de revitimização, de acordo com a Lei 13.431/2017[footnoteRef:23]. Após a coleta dos depoimentos referente ao caso, a criança e o adolescente serão encaminhados para que se faça o atendimento de profilaxia em algum hospital além do exame de perícia no (IML) Instituto Médico Legal, para que se faça o mais rápido possível os exames pra encontrar vestígios de DNA, além do atendimento psicossocial de forma gratuita em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município. [22: art. 4º, §§ 2º e 3º, da Lei n. 13.431/2017:§ 2º Os órgãos de saúde, assistência social, educação, segurança pública e justiça adotarão os procedimentos necessários por ocasião da revelação espontânea da violência. § 3º Na hipótese de revelação espontânea da violência, a criança e o adolescente serão chamados a confirmar os fatos na forma especificada no § 1º deste artigo, salvo em caso de intervenções de saúde.] [23: BRASIL, LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017. Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente)] 
Na fase de instauração de um inquérito policial, a finalidade é investigar os fatos extraídos do depoimento da criança referente a todos os pontos da violência sofrida para reunir provas em relação ao crime. Baseado nisso, com as informações do inquérito policial estes são enviados ao Ministério Público, o Parquet, analisará o documento tendo um promotor representante do MP para decidir se o inquérito voltará para a delegacia de origem ou se vai ser recebido ou arquivado, dando assim o procedimento mais célere para o andamento do processo. (MPPR[footnoteRef:24], 2020, s/n) [24: https://crianca.mppr.mp.br/2019/09/162/ Acesso: em 06 de out. 2021] 
De acordo com relatório do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH[footnoteRef:25], 2020) em Roraima no ano 2018, foram 124 denúncias de violência contra a crianças com taxa 38%, enquanto em 2019, teve alta de 202 casos com taxa de 62% como vimos na figura da distribuição de denúncias, absolutas, variação e taxa, por estado para Crianças e Adolescentes. (MMFDH, 2020, p.50) [25: Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (2020). Relatório Violência contra crianças e adolescentes: 2018/2019 - https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/disque-100/relatorio-2019_disque-100.pdf] 
Figura 2 – Fonte: Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (2020). Relatório Violência contra crianças e adolescentes: 2018/2019
De acordo com dados do TJRR, na vara de atendimento a crimes contra vulneráveis dos casos de abusos sexuais, apresentaremos um anexo com 64 casos envolvendo a violência contra a criança nas idades de 02 a 06 entre 2017 a 2020 no estado de Roraima, um absurdo quantitativo deste crime sórdido.
Anexos 1 e 2 – Relação de Processos que tramitam na Vara da Violência Contra Criança e Adolescentes de 2017 contra menores na Primeira Infância do TJRR. Fonte: TJRR
REFERÊNCIAS 
AMENDOLA, Márcia Ferreira. Crianças no Labirinto das Acusações. 1. ed. Curitiba: Editora Juruá, 2009. 
ABRAPIA - Abuso sexual contra crianças e adolescentes [revisão e atualização Lauro Monteiro Filho projeto gráfico e ilustrações Gian Calvi] 3ª Edição Petrópolis - Rio de Janeiro, Editora: autores e agentes e Associados, 2002
BRASIL, – Estatuto da Criança e Adolescente. LEI nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
BRASIL, Direito Penal – DECRETO-LEI no 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
BRASIL, Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016, Lei da Primeira Infância.
CONSELHO NACIONAL dos DIREITOS da CRIANÇA e do ADOLESCENTE. Recomendações do CONANDA para a proteção integral a crianças e adolescentes durante a pandemia do COVID-19. (2020).
JORNAL FOLHA DE BOA VISTA - https://folhabv.com.br/noticia/POLICIA/Ocorrencias/Homem-condenado-por-estupro-de-vulneravel-e-preso. 
LUCIANE PÖTTER, Vitimização secundária infantojuvenil e violência sexual intrafamiliar: por uma política pública de reduçãode danos /Imprenta: Salvador, JusPODIVM, 2019. 
MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E DOS DIREITOS HUMANOS - Abuso sexual contra crianças e adolescentes - abordagem de casos concretos em uma perspectiva multidisciplinar e interinstitucional - MMFDH -Brasília, 2021
MINISTÉRIO DA MULHER, FAMÍLIA E DOS DIREITOS HUMANOS (2020). Relatório Violência contra crianças e adolescentes: 2018/2019 - https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/disque-100/relatorio-2019_disque-100.pdf 
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios MPDFT - Violência Sexual contra criança e adolescentes: identificação e enfrentamento, Brasília, 2015.
SITE DA POLICIA CIVIL de RR - http://www.pc.rr.gov.br/institucional/delegacias - Acesso dia 6 de outubro de 2021. 
SITE DO JUSBRASIL - https://tj-rr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/658718608/apelacao-criminal-acr-93051120138230010-0009... - Acesso dia 6 de outubro de 2021 
SITE DO JUSBRASIL- https://tj-rr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/741670608/apelacao-criminal-acr-8080642720178230010-0808064-2720178230010/inteiro-teor-741670648?ref=serp - Acesso dia 6 de outubro de 2021. 
SITE DO JUSBRASIL https://www.jusbrasil.com.br/processos/93347864/processo-n-0009305-1120138230010-do-tjrr - Acesso dia 6 de outubro de 2021
SITE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO PR - https://crianca.mppr.mp.br/2019/09/162/ Acesso em 06 de out. 2021 
SITE REDE BRASIL -https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2021/04/violencia-contra-criancas-como-detectar-e-o-que.. Acesso em 06 out. 2021
Sociedade de Pediatria de São Paulo, Manual de atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência. Núcleo de Estudos da violência doméstica contra a criança e o adolescente. Coordenação Renata Dejtiar Waksman, Mario Roberto Hirschheimer. Brasília, CFM, 2011.
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR - A oitiva de crianças no Poder Judiciário brasileiro: estudo com foco na implementação da Recomendação n. 33/2010 do CNJ e da Lei n. 13.431/2017 –RELATÓRIO ANALÍTICO PROPOSITIVO JUSTIÇA PESQUISA - CNJ - BRASÍLIA, 2019.
VICTOR EDUARDO RIOS GONÇALVES - CURSO DE DIREITO PENAL - VOLUME 2 - 4ª EDIÇÃO 2020
 
Processo Abusivo
Revelação
Conselho Tutelar
Mãe
Pessoas Proximas
Ministerio Publico
Cras
Delegacia
instituto Medico Legal (IML)
Poder Judiciario 2 instancia
Poder Judiciario Vara da Infancia
Avaliação Psicologica
Distribuição de denúncias, absolutas, variação e taxa, em Roraima, para Crianças e Adolescentes adolescentes.
denuncias de violencia sexual	 [VALOR]; [PORCENTAGEM]
 [VALOR]; [PORCENTAGEM]
2018	2019	124	202	Coluna1	
2018	2019

Continue navegando