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Anestesiologia - Parte 2

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AULA 1 - TÉCNICAS DE ANESTESIA LOCAL
1 - Introdução: 
 Técnicas de Anestesia local:
 I - Anestesia Tópica
 II - Anestesia Infiltrativa
 III - Anestesia Perineural
 IV - Anestesia Regional intravenosa
 V - Anestesia Intercostal
 VI - Anestesia Espinhal
 . Atualmente utilizadas como anestesia balanceada - possui benefícios tanto no trans quanto no pós-operatório: redução doses agentes anestésicos gerais, diminuição da resposta ao estresse cirúrgico, maior estabilidade cardiovascular, retorno mais rápido do funcionamento TGI, menor tempo permanência UTI (despertar mais rápido) e excelente analgesia (focalizada).
 Anestésicos locais (revisão): fármacos com efeitos analgésicos e anestésicos, os quais atuam pelo bloqueio da condução nervosa pela aplicação próxima ao nervo.
 . Efeito é reversível, com recuperação completa da condução neural sem danos teciduais/a fibras neurais.
 . Geram bloqueio na condução da sensibilidade dolorosa ao SNC (interferem na despolarização dos nervos).
 . Possuem certa analgesia ainda no pós-operatória.
 PS1: não geram tranquilização, sedação ou inconsciência - motivo pelo qual na maioria dos casos é utilizada em associação com MPA ou anestesia dissociativa ou geral.
 Representantes: são divididos em 2 grupos de acordo com estrutura química. 
 Aminoesteres: primeiros a serem descobertos, porem possuem efeitos colaterais de reação alérgica.
 A - Cocaína: primeiro AL descoberto (derivado do ácido benzoico) - possui efeitos toxico e gera dependência.
 B - Benzocaína: éster do ácido benzoico - possui menos colaterais (porem ainda tem) e não pode ser aplicado na sistêmica.
 C - Procaína: éster do PABA - menos toxica e com menos colaterais.
 D - Tetracaína.
 E - Cloroprocaína.
 Aminoamidas: possuem maior duração e efeitos, menos toxidade e colaterais.
 A - Lidocaina: a de melhor custo beneficio.
 B - Bupivacaína.
 C - Prilocaína.
 D - Ropivacaína.
 E - Levobupivacaína.
 Estrutura química:
 I - Radical lipofílico (anel aromático): este podendo ser um ácido benzoico, PABA ou a xilidina nos amidas
 II - Radical Hidrofílico (amina): parte ionizável, podendo ser manipulável pelo PH do meio - interfere na velocidade de ação do fármaco pelo grau de ionização.
 III - Cadeia intermediaria: pode estar ligada por ésteres ou amidas
 Farmacocinética: ambos os tipos de anestésicos locais (amidas e ésteres) são bases fracas, e logo sofrem influência do pKa da substância e pH do meio.
 1ª - Por não serem substancias estáveis em meio aquoso (precipitam rapidamente, dificultando a administração precisa) devem ser estabilizados pela adição de sais de ácido forte ao meio (no recipiente), isto favorece a prevalência de forma ionizada no frasco.
 2ª - O plasma é ligeiramente básico (pH 7,4) e logo no organismo ocorre tamponamento e formação de partículas não ionizadas - estas que são absorvidas pela membrana axonal.
 3ª - Nos neurônios (sitio de ação), que tem PH ligeiramente ácido, há o predomínio da forma ionizada, o que é importante já que o anestésico só tem ação nessa forma - leva ao bloqueio da condução pela interferência em receptores dos canais de sódio (impede a despolarização destes).
 PS: a ionização e determinada pelo PKA do anestésico local (valor fixo) e pH do meio - no pH ácido são formadas mais moléculas ionizadas (as quais possuem ação no SNC) e no básico a de não ionizadas (forma que é absorvida).
 Possíveis efeitos colaterais:
 (1) Alterações no SNC: inicialmente causa depressão dos circuitos excitatórios (depressão, coma e hipotensão), porem com o decorrer da ação do fármaco também pode afetar os circuitos inibitórios (bloqueio de receptores de GABA), gerando sinais como convulsões.
 PS: os barbitúricos e benzodiazepínicos utilizados para as convulsões não são recomendados, pois podem piorar a depressão do SNC (utilizados apenas em convulsões longas-duradouras). O controle mais indicado seria tratamento sintomático, por exemplo com ventilação adequada (pode melhorar circulação e consequentemente o sintoma da convulsão).
 (2) Coração: redução da excitabilidade elétrica, taxa de condução e força contrátil. 
 PS: para evitar os efeitos colaterais se deve ter cuidado com a dose e número de repetições (principalmente nas formulações de alta potência) - se certificar que o fármaco não ganhe a circulação sistêmica, tendo cuidado com a dose e número de repetições de aplicação (garantir que o fármaco atue no local adequado pelo tempo adequado).
 Associações:
 (1) Vasoconstritores (adrenalina em especial): leva a um maior tempo de duração do fármaco e maior segurança devido a menor absorção sistêmica.
 PS1: não pode ser utilizado quando para anestesia em extremidades ou em locais de circulação terminal. Além disto podem gerar necrose pela vasoconstrição prolongada ou efeitos de catecolaminas (aumento de pressão e taquicardia) quando em doses inadequadas.
 PS2: são vendidos já em formulação com o AL, variando de 1 parte para 50.000, 200.000 ou 400.000.
 PS3: o efeito de vasodilatação por anestésicos locais pode ser comum, e desta forma a associação controla o efeito colateral do próprio anestésico. 
 (2) Alcalinizantes (bicarbonato): por diminuir o PH e levar a formação de mais moléculas não ionizadas, diminuindo a latência do efeito e aumentando o tempo de duração, porem pode ficar menos estável na solução.
 (3) Tumescência: associação de adrenalina, bicarbonato e soro fisiológico ou ringer lactato - facilita a divulsão de tecidos, sendo indicado para remoção de nódulos (quando pequenos).
 Fatores que interferem no efeito, dose e posologia:
 (1) Em regiões muito vascularizadas a dose deve ser diminuída - evita efeitos colaterais sísmicos (tóxicos).
 (2) Fármacos mais concentrados possuem menor período de latência.
 (3) Duração de efeito pode ser aumentada com o uso de vasoconstritores - aumentam em até 50% o tempo de ação.
 PS: os anestésicos locais devem ser utilizados preferencialmente em dose única ou com repiques respeitando a dose máxima para cada 24hrs - não sobrecarregar a metabolização do fármaco.
 Posologia e indicações dos anestésicos locais:
 I - Procaína: éster do PABA - menos potente dos anestésicos locais (e portanto pouco toxico também).
 . Não deve ser usada junto a sulfonamida (antibiótico) - interfere no funcionamento do fármaco.
 . Possui uma ação analgésica quando utilizado localmente (em doping seu uso e ilegal para rendimento de cavalos de corrida por este motivo).
 Posologia (pequenos): 10mg/kg - duração de 30 a 60m (ou 50% mais com VC).
 I - Tetracaína: apesar de ser um representante do grupo aminoester ainda é muito utilizada, especialmente em pequenos procedimentos oftálmicos - usada apenas na forma tópica, como colírios anestésicos.
 Posologia (pequenos): 1mg/kg - possui formulações a 0,5% (colírio) ou mais concentradas (para mucosa).
 PS: potência e toxidade 10x a da procaína.
 II - Lidocaína: possui cerca de 2x a potência da procaína - vendida em diversas formulações e veículos: injetáveis (0,5 a 5%), pomada (5%), spray (10%).
 Posologia (pequenos): máximo de 7mg/kg por dia (ou 9mg/kg quando associado a vasoconstritores) - possui duração de 60 a 90m (ou 50% maior quando com VC).
 Usos: bastante utilizada para procedimentos de curta duração, porem possui ainda outras aplicações:
 . Como antiarrítmico (neste caso por via IV e sem vasoconstritor,já que deve atuar na sistêmica) - 1 a 2 mg/kg. 
 . Na forma de spray para possibilitar a intubação em felinos sem aprofundar a anestesia geral - feito com spray de 
 lidocaína ou benzocaína 14 a 20%, os quais geram anestesia de mucosa em 2mm profundidade, com 1 a 2min de latência e 15 a 20min de duração.
 Desvantagens: pode ser toxica (raros casos) - causa sonolência, hipotensão, sonolência e náuseas.
 . Atravessa a barreira placentária - cuidado no uso em gestantes.
 III - Bupivacaína (0,25 a 0,5%): possui longo efeito (2 a 4hrs), porem ação cárdiotoxica importante (70x mais toxica que a lidocaína - cuidado com o uso nos cardiopatas) - quando na sistêmica, a cada diástole se liga a receptores musculares do coração rapidamente e com longa duração de ação (ao contrário da lidocaína, que se liga e desliga rapidamente), saturando os receptores do musculo cardíaco e gerando efeitos tóxicos por prejudicar a contração.
 Precauções em cardiopatas:
 - Diminui a dose.
 - Associar com vasoconstritores.
 - Utilizar junto a lidocaína ou outro anestésico menos toxico (associações de ALs).
 - Ou optar por outro fármaco de longa duração. 
 IV - Prilocaína: duração e potência semelhantes a da lidocaína, porém com menor toxidade.
 PS: em doses elevadas a prilocaina (ou também a benzocaína) podem levar a metaemoglobinemia, especialmente quando nos gatos - o fármaco se liga a hemoglobina, que é impedida de interagir com o oxigênio, causando cianose ao animal. Neste caso o tratamento se baseia em oxigenoterapia e administração de azul metileno (1,5mg/kg).
 V - Ropivacaína (0,75 a 1%): primeiro A.L exclusivamente na forma levógera (não possui parte responsável pelos efeitos colaterais) - é muito segura, tem longa duração e não necessita da associação de vasoconstritores (porem é um dos A.Ls mais caros no mercado). 
 PS: possui propriedades de vasoconstrição (não necessita associação a epinefrina).
 Usos: 
 - Procedimentos de duração maior, onde não a bupivacaína não poderia ser utilizada.
 - Procedimentos cruentos. 
 VI - Levobupivacaína: enantiômero levógero da bupivacaína (forma purificada, tem fração do efeito apenas) - por possuir apenas a parte levógera não possui efeitos colaterais (menos toxica de todas, porém muito cara). 
 . Possui alta potência e duração de 4hrs - recomendada para procedimentos com pacientes de risco maior, muito 
2.1 - Anestesia tópica: método mais simples - pela aplicação tópica do fármaco em regiões de mucosas, boca, árvore traqueobrônquica, esôfago, trato genitourinário, dentre outros.
 . Pode ser feita por pomadas, cremes, pós, aerossóis, sprays e geleias - formulações tópicas no geral.
 . Aplicação é rápida e efeito é de longa duração, porem o grau de anestesia é potencia são menores - utilizado para procedimentos ambulatoriais e avaliação clínica.
1.2 - Anestesia Infiltrativa: umas das técnicas mais seguras e utilizadas de anestesia local sendo feita pela injeção direta do AL extra vascularmente, e consequentemente bloqueando a condução nas áreas que estes inervam (latência de cerca de 5m).
 PS1: o AL quando pela via intravenosa além de não produzir dessensibilização adequada também leva a distúrbios SNC e cardiovascular.
 PS2: a absorção e difusão podem ficar reduzida em certos tipos de tecidos - áreas fibrosas, gordura, edemaciadas, hemorrágicas e inflamadas (pH ácido pela inflamação diminui a absorção).
 PS3: áreas muito vascularizadas podem gerar menor efeito de duração. 
 PS4: em animais idosos (acima de 8 anos), doentes e caquéticos a quantidade de fármaco pode ser reduzida de 30 a 40%.
 Procedimento:
 . Agulha deve ter tamanho adequado ao local, procedimento e porte do animal
 . Quantidade de fármaco infiltrado depende do tamanho da área a ser dessensibilizada e do representante de AL sendo utilizado, devendo se utilizar sempre mínimo necessário para produzir anestesia.
 . Infiltração é feita de forma lenta, ao longo do local da incisão e na periferia deste.
 Técnica: produzida mediante múltiplas injeções um ou mais dos diferentes níveis (intradérmicas, subcutânea e intramuscular).
 Exemplo: no L invertido é feito a infiltração no subcutâneo e na intramuscular.
 (A) Intradérmica: indicada para pequenas incisões de pele, retirada de pequenos nódulos e biópsia de pele.
 PS: pode ser feito na forma de botão anestésico (pouco utilizado) - porem a técnica não é indicada para coleta de material (biopsia de pele) por gerar alterações nas estrutura tecidual e celular. 
 (B) Subcutânea: indicada para:
 - Suturas de pele. 
 - Retirada de CEs, cistos e tumores.
 - Ruminotomias e Orquiectomias (na linha de incisão).
 (C) Profunda: injetado na forma de figuras geométricas 3D (cone ou pirâmide) - indicado para
 - Ruminotomia (musculatura)
 - Exéreses de tumores profundos e linfonodos
 - Vulvoplastia em éguas
 - Retirada CE e trajetos fistulosos
 PS - Em padrão circular (infiltração radial): para utilização em corpos de forma cilíndrica (membros e cauda) e casos q não se pode individualizar inervações/veias - é feito depósito de anestésico superficial e profundo.
 PS - Entre garrotes: utilizada em paciente alto risco anestésicos (potros/bezerros e adultos com condições secundarias) - é feito a Infiltrativa, com o AL limitados entre dois garrotes.
 Associações: 
 (1) Diluído em NaCl (de 0,9% até 0,25%): gera efeito de infiltração mais extensa.
 (2) Vasoconstritor: adrenalina em 1:200.000 - leva a redução na velocidade absorção de 30% e aumento efeito/duração em até 50%.
 PS1: contraindicados em extremidades pelo risco de isquemia/necrose.
 PS2: a adrenalina pode aumentar os riscos de arritmias cardíacas quando em uso conjunto com halotanos.
1.3 - Anestesia Perineural: se baseia na deposição do AL ao redor do nervo, sendo uma técnica de fácil aplicação e custo ainda mais baixo (menos fármaco é utilizado) - porem demanda de conhecimento anatômico e da área de inervação de cada fibra por parte do anestesiologista.
 PS: massagear a área após injetar o AL.
 Indicações:
 - Descorna, recalque dentário
 - Laparotomia em bovinos
 - Palatites, suturas, éxerese tumoral
 - Cirurgias oculares e odontológicas
 - Dentre outras
 1.3.1 - A. Perineural de cabeça - Bloqueios oftálmicos em pequenos animais: geralmente utilizada como adjuvante na anestesia inalatória para a diminuição de riscos anestésicos (principalmente visto que a maioria dos pacientes em cirurgia oftálmica são idosos e com doenças concomitantes) - possibilita diminuição CAM, 
 PS: pode também ser feita associada a sedação ou indução por anestésicos gerais.
 De acordo com as funções e áreas da região ocular sendo inibidas a analgesia perineural pode ser classificada em bloqueio completo ou incompleto:
 PS - Bloqueios completos: obtido pela combinação de diferentes técnicas de bloqueio na região de cabeça - geram efeitos de:
 . Analgesia globo ocular - obtido pela técnica retrobulbar ou peribulbar.
 . Acinesia de músculos extrínsecos - pelo bloqueio dos nervos oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI)
 . Acinesia do musculo orbicular ocular
 . Perda temporária da visão
 . Bloqueio reflexo oculocardíaco (a qual estimula bradicardia ou parada cardiopulmonar) - pelo bloqueio de todos os ramos.
 . Diminuição da PIO - pela constrição de artérias ciliares posteriores e relaxamento dos músculos extrínsecos.
 . Anestesia pálpebras - por anestesiainfiltrativa.
 . Acinesia pálpebras - pelo bloqueio do nervo auriculopalpebral.
 Revisão anatômica: envolvido por músculos (4 músculos retos e 2 oblíquos), gordura e tecido conjuntivo
 
 Inervação Ocular:
 N. oculomotor (3° par): inerva os músculos retos superior, inferior, medial e oblíquo inferior
 N. troclear (4°par): oblíquo superior
 N. abducente (6°par): reto lateral
 Ramo oftálmico trigêmeo (5°par): inervação sensorial ocular e face (toda ou parte desta). 
 PS: todos estes entram na cavidade craniana pela fissura orbitária superior.
 
 N. óptico (2°par): transmite impulsos visuais - deixa a órbita através do forâmen óptico junto com a artéria
oftálmica e inervação simpática ocular.
 Técnicas de bloqueio oftálmicos:
 (1) Retrobulbar (ou Bloqueio intraconal): pela injeção do AL atrás do olho (dentro do cone muscular - este formado pela musculatura extrínseca do globo ocular).
 Efeitos:
 . Analgesia globo por bloqueio fibras nervosas que saem do globo e passam pelos nervos ciliares
 . Perda temporária visão devido anestesia n. óptico
 . Bloqueio reflexo oculocardíaco
 . Acinesia globo
 . Indicada para cirurgias de enucleação - porem já que a pálpebra não está anestesiada deve ser utilizado junto a: 
 (Em grandes) anestesia infiltrativa na pálpebra (sensitivo) e bloqueio auriculopalpebral (motor).
 (Em pequenos) anestesia geral.
 Técnica 1:
 I - Com a mão, angular o cateter (sem a seringa) no canto medial do olho 
 PS: cateter não necessita estar dobrado, ao contrário dos grandes
 II - Bater no osso e seguir circundando o olho, paralelo assoalho da órbita.
 IV - Aplicar o fármaco lentamente - volume 2ml (1 a 3ml) de lidocaína a 2% para cães.
. PS: resistência pode ser indício de injeção intraneural ou subaracnóidea.
 Técnica 2:
 I - Entrar pelo canto ínfero-temporal (inferior na têmpora e na lateral do olho) - sentir a orbita e entrar com 1 terço da agulha na direção da orbita.
 II - Reposicionar a agulha pra cima (dorsal) e para traz (caudal), e seguir até atingir o espaço intraconal - local onde o fármaco é administrado.
 
 Efeitos: dependem da solução empregada e da dose - em pequenos volumes não proporcionam imobilidade absoluta nem previnem reflexo oculocardíaco.
 Finalidade: bloqueio dos nervos cranianos III, IV, V e VI e gânglio ciliar
 Complicações locais/sistêmicas:
 . Hemorragia retrobulbar: pela punção de vasos no espaço - leva ao aparecimento simultâneo de excelente bloqueio motor do globo, fechamento da pálpebra superior, proptose e aumento da PIO (nestes casos adiar procedimento e monitorar o animal).
 . Reação tóxica sistêmica pela injeção acidental IV (raro).
 . Estimulo reflexo oculocardíaco pela manipulação.
 . Punção globo posterior com descolamento retina e hemorragia do vítreo.
 . Penetração do nervo óptico ou das baínhas meníngeas.
 (2) Bloqueio da divisão oftálmica do nervo Trigêmeo: pelo bloqueio dos nervos lacrimal, zigomático e oftálmico - gera anestesia do olho e órbita.
 Técnica:
 I - Inserção cranial à borda anterior mandíbula (semelhante ao bloqueio do n. maxilar).
 II - Realizar infiltração de 2ml do AL na proximidade do n. abducente, oculomotor e troclear - gera acinesia globo 
 (3) Bloqueio Peribulbar: pela anestesia do conteúdo orbitário com deposição anestésico fora do cone muscular (extraconal) - mais seguro que o retrobulbar (menor risco de lesão ao n. óptico e globo ocular ou de injeção subaracnóidea).
 PS: volume de fármaco utilizado e latência do bloqueio peribulbar são maiores quando comparado ao retrobulbar -
por ser aplicado fora do cone necessita de mais fármaco para difundir para este, e assim afetar os nervos óticos. 
 Técnica: realizar punção única no canto inferotemporal (igual a no retrobulbar) com agulha em 90º com a face, inserir um terço da agulha e aplicar o fármaco.
 PS: pode ser feito com aplicação dupla também - uma no canto superonasal e outra no inferotemporal.
 Dose: 1mg/kg bupivacaína - leve compressão globo
 
 (4) Bloqueio Nervo Auriculopalpebral: bloqueia a inervação do musculo orbicular e do levantador medial do bulbo ocular.
 PS: não é um bloqueio perineural e sim uma anestesia infiltrativa das pálpebras superior e inferior - utilizada como complemento para o perineural em blefaroplastias ou na enucleação.
 Técnica: introdução da agulha no canto temporal a rima palpebral e depositar 4mg/kg lidocaína - gera acinesia palpebral.
 1.3.2 - A. Perineural de cabeça - Bloqueios odontológicos em pequenos animais: são utilizados como adjuvantes na anestesia inalatória - leva a diminuição de CAM e anestesia e analgesia adequadas no trans e pós-operatório.
 . Depende do conhecimento das estruturas da cabeça: região anatomia e área de inervação e ação (funções sensoriais, secretórias ou somática).
 . Administração pode ser feita tanto intra quanto extraoral, sendo feita com o animal anestesiado - realizar pressão digital leve para a difusão do fármaco.
 . Ao contrário de como é feito nos grandes, a seringa não deve entrar nos forames - gera risco de dano aos nervos ou vasos.
 . A inervação principal ocorre pelo trigêmeo (V) - possui função sensitiva da pele/mucosas e a motora dos músculos da mastigação. Porem os outros nervos - facial, glossofaríngeo, vago e hipoglosso - também tem grande importância, sendo responsáveis pela função do sistema estomatognático.
 Material:
 . Fármaco: lidocaína, bupivacaína ou mepivacaína - necessita de baixos volume.
 . Seringa anestésica dental carpule ou seringa simples.
 . Agulha hipodérmica de pequeno calibre (reduzir trauma e possui boa flexibilidade) ou de bisel (para tecidos ósseos).
 Técnicas de bloqueio oftálmicos:
 1 - B. Infiltrativo: não é bloqueio perineural, porem pode ser utilizado associado ao bloqueio - utilizado para procedimentos no ligamento periodontal, tecidos moles adjacentes e cortical óssea delgada (incisivos).
 2 - Anestesia Local intraóssea: não é bloqueio perineural, porem pode ser utilizado associado ao bloqueio - AL depositado dentro osso alveolar (possui inúmeras perfurações e poros por onde passam nervos e vasos).
 I - Agulha introduzida perpendicular superfície óssea em 1 a 2mm de profundidade.
 II - Realizar depósito lento do AL distal ao local a ser manuseado - volume de fármaco é maior, já que toda cavidade tem de ser preenchida. 
 
 3 - Bloqueios Perineurais: existem 5 nervos que podem ser bloqueados, cada um com sua técnica especifica: 
 - Nervo Maxilar
 - Nervo Infraorbitário
 - Nervo Mandibular
 - Nervo Mentoniano
 - Nervo Palatino Maior
 PS1: os nervos oftálmico e maxilar são ambos ramificação do trigêmeo - devido a sua proximidade anatômica não é possível fazer o bloqueio de um deles individualmente. O mandibular também é um ramo do trigêmeo, porem ele se bifurca em posição anterior.
 PS2: o nervo infraorbitário é ramo do maxilar - interferência no infraorbitário gera bloqueio na região mais rostral da maxila, já no maxilar em região mais caudal.
 (1) Bloqueio Perineural- Nervo Maxilar: segundo ramo do nervo trigêmeo - possui função sensorial da pálpebra inferior, mucosa nasal, dentes/lábios superiores e nariz. Já os ramos caudais deste inervam as glândulas nasais, lacrimais e palatinas.
 Localização: no canal alar relaciona-se com a artéria maxilar, ao atingir a fossa pterigopalatina emite os nervos zigomático, pterigopalatino, infraorbitário e ramo alveolar maxilar caudal.
 Técnica: local do nervo pode ser identificado por 3 técnicas diferentes
 1ª - Inserção da agulha na borda ventral processo zigomático - 0,5cm caudal canto lateral olho
 2ª - Palpar o arco caudal e acompanhar ventralmente até o ramo lateral da mandíbula.
 3ª - Avançando até fossa pterigopalatina, próxima a localização do forame maxilar, depositando 0,5-1ml AL
 (2) Bloqueio Perineural - Nervo Infraorbitário: 
 Técnica: local da aplicação pode ser localizado de 3 formas:
 1ª - Localizar pela linha entre borda cranial processo zigomático e a gengiva do canino superior.
 2ª - Realizar inserção da agulha 1cm dorsal ao 3º pré-molar superior (região com pequena depressão).
 3ª - Localização pela retração do lábio superior, provocando uma dobra da mucosa vestibular que indica o local da inserção da agulha.
 Efeito: promove bloqueio arcada dentária superior unilateral - pode se inclinar a narina do animal, fazendo que o fármaco desça e gerando maior efeito na região caudal pela difusão (porem para bloqueios em regiões muito mais caudais o do nervo maxilar é mais recomendado).
 . Indicado para procedimentos de extração dentária (canino superior, carniceiro maxilar) e sutura de gengiva por exemplo.
 
 Doses: 0,5 a 0,7ml (cão) // 0,2 a 0,3ml (gato).
 (3) Bloqueio Perineural - Nervo Mandibular: ramo do trigêmeo relacionado principalmente a parte sensitiva (cavidade oral, língua, dentes e lábios inferires), além dos movimentos da mandíbula.
 Localização: depressão do forame localizada na face medial do ramo da mandíbula, equidistante dos bordos medial e distal do ramo.
 Técnica: pode ser feito por dentro ou fora da boca
 1ª - Inserção agulha intraoral: o forame é palpado c/ uma mão enquanto a outra insere
 2ª - Inserção agulha extraoral: forame localizado no terço médio de uma linha imaginária entre processo angular e o coronóide.
 (4) Bloqueio Perineural - Nervo Mentoniano:
 Localização: ventralmente ao 2° pré-molar, na face vestibular da mandíbula rostral (ou entre canino e 3°pré-molar no caso dos gatos).
 Técnica: localizar local entre 1 e 2º incisivos, puxar o lábio e aplicar.
 Aplicações: gera anestesia da hemiarcada inferior - útil em extração dentária e cerclagem (em separação da sínfise mandibular por trauma).
 Dose: 0,25 a 0,5ml AL (cães) // 0,1 a 0,2ml (gatos).
 (5) Bloqueio Perineural - Nervo Palatino Maior:
 Localização: 
 Cão: próximo ao terço médio do palato e a raiz do 1°molar.
 Gato: próximo raiz do 4°pré-molar.
 1.3.3 - A. Perineural do Neuroeixo:
 (1) Bloqueio do Plexo Braquial: composta pelas raízes nervosas de C6, C7, C8, T1 e T2 - técnica complexa, porem pode ser facilitada pelo uso de eletroestimulador (útil nos nervos femoral, sacral e no plexo braquial).
 Área Anestesiada: membro torácico - abaixo da articulação escapulo umeral
 Vantagens: faz anestesia e relaxamento distal à articulação
 Desvantagens:
 . Período de latência prolongado (15 a 30 min)
 . Podem ocorrer falhas em animais pesados (difícil papal local adequado)
 . Administração intravascular acidental pode ocorrer
 . Perfuração da cavidade torácica (região do vazio torácico)
 Técnica 1 - Obstrução do fluxo venoso: 
 1ª - Levantar o braço do animal e no vazio torácico localizar artéria axilar (próxima a saída dos nervos), estando esta cranial a primeira costela e ventral ao manúbrio.
 2ª - Seguir a artéria pelo braço até a ramificação (artéria braquial): ao apertar a artéria axilar o pulso da braquial deve sumir, caso isso ocorra injetar A.L em 3 ou 4 divisões (aumenta chance de acertar o local do nervo). 
 Técnica 2 - Neuroestimulação: aparelho gera corrente a qual casa contração nos músculos do animal (quanto menor a corrente necessária para gerar contração maior é a proximidade com o nervo) - depois de se localizar o nervo parte do A.L é injetado e a corrente é aplicada na região novamente, se não ocorrer contração é aplicado o resto do fármaco.
1.4 - Anestesia Regional Intravenosa (BIER):
 Técnica:
 1ª - Garrote é colocado no membro e é feito a exsanguinação (de 3 a 5 ml).
 2ª - Aplicação de lidocaína (3 mg/kg ao redor de 5 ml)
 PS: deixar o garrote por no máximo 1 hora (risco de isquemia) e no mínimo de 20m
 (risco de efeito sistêmico).
 3ª - Afrouxar o garrote cuidadosamente e lentamente.
1.5 - Bloqueio intercostal: muito utilizado nas toracotomias - gera anestesia e analgesia de pôs operatório
 Técnica: aplicar na borda de traz da costela da frente - 1 espaços pra frente e 2 para traz do espaço que
irá ser aberto.
 
1.6 - Anestesia espinhal: pode ser feita por anestesia epidural (espaço extradural) ou subaracnóidea (raquidiana).
 PS: única técnica que pode ser feita combinada com outros fármacos além dos A.Ls - opioides ou xilazina por exemplo.
 A - Subaracnóidea (raquidiana): espaço mais profundo, com liquor.
 B - Anestesia Epidural: feita no espaço extradural (entre periósteo e dura-máter), sendo utilizada para procedimentos caudais a cicatriz umbilical (pélvicos, abdomem, região inguinal, etc) - é dividida ainda em alta (lombossacro) ou baixa (sacrococcígea ou entre 1ª e 2ª coccígeas - mais comum em grandes)
 Efeito (alta): queda de cauda, relaxamento esfíncter e perda dos posteriores.
 Dose: 1ml por cada 4Kg (até 20 Kg) e depois acrescentar mais 1ml por cada 10Kg (acima de 20 Kg).
 Indícios que a agulha está no local certo:
 (1) Crepitação pelo ligamento que atravessa
 (2) Pressão negativa gerando sucção - mais comum em grandes (menos vácuo em pequenos)
 (3) Resistencia do embolo diminuída
 Técnica (alta): 
 1ª - Animal colocado deitado em posição de esfinge
 2ª - Com a mão esquerda (se for destro) palpar as duas cristas ilíacas com os dedos médio e polegar - deslizar o dedo indicador sobre o processo espinhoso para frente (ou caudamente em relação ao animal) ate localizar uma pequena depressão.
 3ª - Entrar na depressão com um cateter fino em ângulo de 45º 
 PS: se refluir liquor indica que se está no espaço raquidiano - neste caso é feita metade da dose, já que o fármaco é absorvido com efeito mais cranial devido ao deslocamento do licor.
 PS: nos cães a medula vai até L6, e já que a epidural alta é feita entre L7 e S1 não existe risco de dano a medula. Já nos gatos a medula termina em S1 ou em S2 - nesta espécie é recomendado realizar o procedimento com cateter fino e com mínimo de trauma ou então utilizar a epidural baixa (lembrando que ela anestesia o períneo apenas).
Aula 2 - Anestesia em Bovinos.
1 - Introdução:
 Considerações iniciais - Fatores que influenciam na escolha da Anestesia:
 . Comportamento e raça podem interferir na anestesia e escolha de protocolo.
 - Animais agressivo e estressados possuem menor sedação (menor segurança ao animale veterinário).
 - Raças europeias (Bos taurus) são mais resistentes a sedação que Bos indicus (zebuínos e nelores por exemplo).
 - As espécies possuem sensibilidade distintas aos a2 agonista (xilasina e detomidina): caprino (suceptiveis extremamente) -- bovino (sensível) -- equinos (sedação diminuída).
 . Estrutura da propriedade interfere na anestesia: nas que não possuem tronco pode ser necessário um protocolo distinto.
 . Qual procedimento cirúrgico? determina se a anestesia ira ser feita em decúbito ou não. 
 . Exames pré-anestésicos são importantes na escolha do fármaco: o metabolismo deste e a condição do fígado e disfunções cardíacas e respiratórias por exemplo - a analise em grandes animais é feita especialmente pela semiologia (coloração de mucosas, perfusão, auscultação, etc).
 PS: qualquer procedimento pode ser feito a campo em ruminante - possuem maior resistência a infecção.
 Preparo do paciente:
 (1) Jejum alimentar de 24 a 48 horas - deve ser gradual: metade do alimento reduzido nas primeiras 24hrs e o restante nas 24hrs seguintes.
 PS1: 12hrs em pequenos.
 PS2: em recém-nascidos devido ao maior risco de hipoglicemia é reduzido - de 2 a 4hrs ou menos de 2hrs em potros.
 (2) Jejum hídrico de 12 a 24 horas.
 
 (3) Assepsia e acesso venoso por cateter: no bovino feito com cateter número 14 (possui risco de sair) ou subclavico (caro porem mais adequado).
2.1 - MPA:
 A - Fenotiazinas: sendo destes a Acepromazina (acepram) a mais utilizada - os alfa 1 adrenérgicos possuem efeitos moderados nos grandes.
 Indicações: pouco usada.
 . Utilizados para procedimentos em estação.
 . Para o uso em gestantes em substituição a xilazina - esta leva a contração da musculatura uterina de forma semelhante a da oxitocina.
 . Na uretrotomia e remoção de cálculos em substituição a xilazina - esta pode levar a ruptura de uretra e bexiga pelo estimulo a músculos lisos.
 PS: pode levar a exposição de pênis em equinos (pela ação na musculatura lisa).
 Doses:
 0,02 a 0,05 mg/Kg - IV
 0,03 a 0,1 mg/Kg - IM
 B - Benzodiazepínicos (Diazepam e Midazolam): geram sedação moderada e relaxamento muscular importante, além dos efeitos ansiolítico e anticonvulsivante.
 PS: no uso isolado pode excitar equinos.
 Indicações: para sedar animais jovens (potros e bezerros) ou em má condição geral (gera discreta alteração cardio-respiratória).
 Doses (Diazepam e Midazolam): 0,2 mg/Kg - IV
 C - Agonistas alfa 2 (xilazina): gera sedação efetiva a profunda, especialmente nos ruminantes (no geral segura na espécie, respeitando os cuidados na dose) - sempre começar com a dose mais baixa e esperar ate efeito antes de aumentar.
 PS: contraindicada em gestantes e obstrução uretral.
 PS - Sinais de efeito: animal entra em decúbito esternal, apresenta ptose de pálpebra e sialorreia (saliva exteriorizada). 
 Sensibilidade: caprino >> bovino >> ovino >> equino.
 Doses (Xilazina 2%): 0,05 mg/Kg (IV) e 0,1 mg/Kg (IM) - dose máxima sendo de 6ml máximo pra bovinos grandes.
 PS: para bovinos e pequenos ruminantes a formulação de 2% é mais pratica, já que são mais sensíveis.
 PS - Agonistas alfa 2 (detomidina): doses de 10 a 20 µg/Kg - IM --- efeitos semelhantes a xilasina, porem com menos sedação em ruminantes.
2.2 - Indução anestésica:
 (1) Xilazina + Ketamina: protocolo mais utilizado em grandes, porem apesar da boa indução não gera
relaxamento muscular (ou então muito baixo).
 PS: uso incomum já que procedimentos em estação com sedação e bloqueio local são mais adequados para grandes.
 Doses: duração de 8 a 12min - metade da dose é utilizada para manutenção.
 . Xilazina: 0,1 mg/Kg - IV ou IM.
 . Ketamina: 2 a 3 mg/Kg - IV.
 Administração:
 1- Sem MPA com xilazina (na mesma seringa)
 2- MPA com Ketamina apenas - benzodiazepínicos por exemplo.
 3- Apenas Ketamina - recuperação ruim, principalmente no uso de repiques.
 (2) Propofol: gera curto período de ação (5 a 10 min.), porem pode ser usado em infusão continua. 
 . Indução e recuperação suaves e efeito cardiopulmonar mínimo - porém não viável na concentração que é vendida.
 PS: administração rápida pode gerar apneia em alguns casos.
 Doses: de 4 a 6 mg/Kg - IV
Intubação: deve ser usada em animais que são induzidos
 PS: nos ruminantes é difícil devido a presença de toro lingual
 Técnicas:
 (1) Intubação cega: tem 50% de sucesso
 (2) Intubação com laringoscópio: mesmo a lâmina longa (25 a 30 cm) não serve para bovinos grandes - aplicável apenas em pequenos ruminantes e bezerros.
 (3) Guia de sonda: com laringo iluminar a cavidade e passar vareta rígida pela epiglote - passar a sonda por dentro da guia e retirar está em seguida.
 PS: ao retirar sonda cuidado com a aspiração (salivação fica aumentada no animal) - inclinar a cabeça e deixar a gravidade expelir parte da saliva acumulada.
 
2.3 - Manutenção anestésica:
 PS: cuidado em grandes devido ao peso elevado - leva a compressão de órgãos abdominais e diafragma, com depressão respiratória (mesa deve estar inclinada 15º).
 (1) Isofluorano: utilização é rara, porem gera bons planos anestésicos, sendo recomendado para cirurgias longas e em animais de alto valor.
 PS: animal saliva muito, na extubação retirar excesso e ter cuidados na manutenção do equilíbrio ácido básico.
 Monitorar:
 . Frequências cardíaca e respiratória
 . Pressão arterial (PAM) - deve estar acima de 75 mmHg, sendo que a hipertensão pelo procedimento pode ocorrer.
 . Saturação de oxigênio na hemoglobina
 . Temperatura corporal
 . Planos de Guedel
 2.3.1 - Recuperação anestésica: animal deve estar na posição adequada - passa da posição lateral para decúbito esternal, porem em equinos o animal fica agitado e pode se machucar por se debater.
 . Extubar somente na presença de reflexos e limpar saliva antes
2.4 - Outras considerações:
 Fármacos antagonistas: principalmente para reverter os efeitos dos alfa 2 agonistas - ioimbina com 0,1 a 0,2 mg/Kg (reverte a xilasina, porem seu uso é incomum).
 Principais complicações na recuperação:
 . Neuropatias e miopatias - ocorrem pelo decúbito e alto peso do animal.
 . Regurgitação (por jejum não adequado).
 . Aspiração (retirar excesso da saliva com a gravidade antes de extubar).
 . Deficiência respiratória pela compressão do diafragma (nos pesados).
 . Hipotensão (em bezerros geralmente).
 . Hipoglicemia.
3 - Técnicas de anestésicas locais: sendo estes:
 I - Anestesia Epidural: 
 II - Anestesia Paravertebral. 
 III - Anestesia em “L” invertido: idem
 IV - Bloqueio de Bier: casoco
 V - Bloqueios de cabeça (chifre ou olho).
 VI - Anestesia Infiltrativa:
 geral, pore m limite de dose lidocaína, naotem reversor no braisil.
 3.1 - Anestesia epidural: pode ser feita por epidural caudal (baixa) ou cranial (alta) - a cranial sendo mais utilizada em cães e gatos, já quem em grandes a alteração na musculatura de locomoção e queda do animal não é favorável.
 Vantagens:
 . Econômica e de fácil realização
 . Mínima depressão do organismo
 . Não requer equipamentos
 . Excelente relaxamento e analgesia
 . Mínimo risco de regurgitação
 Desvantagens:
 . Hipotensão pela vasodilatação
 . Necessário contenção/sedação
 . Na falta de assepsia podem correr meningites
 . Gera diminuição da motilidade GI (risco de timpanismo)
 . Pode ocorrer difusão cranial excessiva - na baixa se um volume muito alto de fármaco for aplicado este pode migraraté o nevo ciático, causando efeitos de epidural alta e maior hipotensão
 (A) Epidural Baixa: aplicação com a agulha em 45º na região sacrococcígea (entre Co1 e Co2 - a primeira fixa e a segunda móvel) - gera analgesia de períneo.
 PS: pode ser utilizada para posicionamento do feto no parto, porém com cuidado já que pode produzir ataxia e decúbito quando em dose alta ou ainda o prolapso de vagina.
 Comprovação: indícios que o local é apropriado
 (a) Teste da gota pendente: lidocaína é sugada pelo vácuo - nem sempre ocorre.
 (b) Ausência de resistência.
 (c) Refluxo de liquido: indica que agulha está no espaço raquidiano - ou reposicionar a agulha ou fazer metade da dose.
 PS: só ocorre na epidural alta? já que a meninge não chega até as coccígeas (estende até o meio do sacro).
 Doses:
 I - Lidocaína (2% - com ou sem VC): 1ml/100Kg (bovinos) ou 1ml/50Kg (pequenos ruminantes).
 II - Xilazina: 0,05mg/Kg - pode ser diluído em 5ml de solução fisiológica.
 
 (B) Epidural Alta: feita no espaço lombo-sacro (entre L6 e S1) - pode ser usada em animais de porte pequenos, bezerros e pequenos ruminantes. 
 . Gera bloqueio nervo ciático (locomoção) e paralisia membros pélvicos.
 . Meninge se estende até meio do sacro - caso ocorra aspiração do LCR introduzir apenas metade da dose.
 Doses:
 I - Lidocaína (2% c/ epinefrina): 1 mL/5Kg - utilizado para laparotomia
Início ação até 15 minutos
Duração de 1,5 a 2 horas ou 3,5 a 5 horas em posição quadrupedal.
 3.2 - Anestesia Paravertebral: gera dessensibilização da fossa paralombar, permitindo acesso ao flanco - sendo indicado para laparotomia, rumenotomia, deslocamento de abomaso, obstruções intestinais e cesarianas.
 . Pode ser feito de forma proximal (Método de Cambridge) ou distal (Método de Magda).
 (A) Bloqueio paravertebral proximal: pode ser feito pelo método de Cambridge, Farquharson ou Hall
 Dose: 10 a 15 mL de lidocaína 2% em cada ponto - latência de 10m e duração de aproximadamente 90m.
Aproximadamente 90 minutos.
 Cambridge: T13 (entre T13 e L1) -- L1 (entre L1 e L2) e L2 (entre L2 e L3)
 (B) Bloqueio paravertebral distal: feito pelo método de Magda, Cakala ou Cornell: T13 (sob L1) -- L1 (sob L2) e L2 (sob L4 - L3 tem menor inervação, pulada).
 3.3 - Anestesia em “L” Invertido: usada para cirurgias abdominais
 Técnica: feita pela aplicação em uma linha vertical e outra horizontal:
 I - Linha vertical: caudal a última costela
 II - Linha horizontal: paralelo ao processo transverso das vértebras lombares
 3.4 - Bloqueios de cabeça (chifre): feita com o bloqueio do nervo cornual e da divisão oftálmica do 5º nervo craniano - para descorna ou injúrias no chifre
 Técnica: injeção feita superficial (0,7 a 1 cm de profundidade) entre a comissura lateral do olho e a base do chifre - depressão encontrada no meio da linha.
 Doses - Lidocaína (2%): de 3 a 5 mL - latência de 10 a 15m e duração de aproximadamente uma hora.
 PS - Bloqueio circular: deve ser feito junto ao bloqueio dos nervos cornual e divisão oftálmica, já que o chifre possui ainda ramos de outros nervos
 Técnica: anestesia infiltrativa subcutânea em formato circular na base do chifre (poutras inervações) - por varias injeções 2 cm ao redor da base do chifre.
 Doses - Lidocaína (2%): de 15 a 20 mL - latência de 10 a 15 minutos e duração de aproximadamente 1 hora.
 3.5 - Bloqueio de Bier: indicado para analgesia dos dígitos, amputação de dígitos, remoção de lesões hiperplásicas interdigitais e tratamento de infecções dos cascos.
 Técnica:
 1ª - Feito acolchoamento da área do membro abaixo do torniquete - veia metatársica ou cárpica é canulada e a quantidade de fármaco a ser injetada é retirada em sangue.
 2ª - Anestésico é aplicado na circulação e difunde apenas na região. 
 PS: usar formulação do fármaco sem vasoconstritor. 
 3ª - Torniquete deve ser mantido no mínimo por 30m e no máximo 1 hora - para evitar atuação sistêmica e necrose tecidual respectivamente.
 Veias - Membro torácico: metacárpica dorsal, metacárpica plantar e radial.
 Veias - Membro pélvico: safena lateral ou digital plantar lateral.
 Dose - Lidocaína (2%): de 10 a 20 mL - latência de 5 a 10m e duração de 1 hora (porem de 5 a 10 minutos após a retirada do torniquete ainda se tem analgesia, podendo em alguns casos persistir por até 30 minutos).
 Precauções:
 . Manter o animal contido e em decúbito lateral
 . Fazer pressão digital e massagem
 . Evitar hematoma
 . Retirar o torniquete lentamente
 . Evitar altos níveis de AL - gera efeitos sistêmicos de salivação, tremores e pulso rápido
 . Torniquete se mantido por mais de 2 horas pode gerar necrose isquêmica, laminite severa e edema
 3.6 - Anestesia para Castração: procedimento frequente - feito com anestesia infiltrativa do subcutâneo (similar a do L invertido) junto a anestesia intratesticular.
 Técnica: 
 1ª - Feito a anestesia infiltrativa subcutânea na linha de incisão
 2ª - A intra testicular é feita com 10 a 15 mL de lidocaína
 3.7 - Anestesia para enucleação:
 (1) Bloqueio retrobulbar: feito na borda medial ou lateral da orbita (margem superior ou inferior) com agulha (150 x 20) ou cateter (18G) entortado - injetar 15 ml de lidocaína no fundo do olho, atingindo nervo optico (bloqueia o nervo óptico, oculomotor e os músculos oculares).
 PS1: é feito junto a infiltrativa na pálpebra (esta é suturada depois).
 PS2: feita apenas para enucleação - não é indicado para procedimentos com preservação do globo ocular
 Possíveis complicações: hemorragias, perfuração do globo, lesão do nervo óptico, apneia (se atingir espaço peridural ou subaracnóide).
 (2) Bloqueio de Peterson:
 Localização: injeção subcutânea direcionada
 . Caudal ao processo supraorbital
 . Dorsal ao arco zigomático
 . Rostral ao processo coronóide da mandíbula
 Técnica: inserir agulha anterior e ventral a depressão e injetar 15 ml da lidocaína.
 1ª - Ao inserir a agulha ela bate no processo coronóide da mandíbula - voltar a agulha e direcionar rostralmente.
 2ª - Aprofundar agulha e inserir 
 (3) Bloqueio Auriculopalpebral: inserir no meio do caminho entre lateral do olho e base da orelha - bloqueia parte motora do nervo auricopalpebral, sendo utilizado em exames de olhos devido a acinesia palpebral.
 3.8 - Anestesia Infiltrativa.
AULA 4 - Reanimação Cárdio-Cérebro-Pulmonar (CPR) 
1 - Introdução: se baseia na reversão cardiopulmonar antes que ocorra morte cerebral.
 PS1: a taxa de sobrevivência em pacientes (pequenos animais) hospitalizados é de 4% em cães e entre 4 a 9,6% em gatos - 
porem a reanimação em animais sob anestesia possui maiores taxa de sobrevivência (animal já está canulado, intubado em oxigênio e com os parâmetros em observação).
 PS2: entre os fatores falha humana, equipamento e reação adversa fármacos o primeiro ainda é a maior causa de morte durante procedimentos com anestesia.
 PS3: pequenos animais são o grupo de maior realização da RCP: em ruminantes a RCP não é feita e em equinos é menos eficiente e possui técnica especifica. 
 História:
 (1530) Andreas Vesalius desenvolver técnica de uso balões no tratamento apnéia
 (1732) Tossach desenvolver técnica ventilação pela boca para RCP
 (1960) Desenvolvimento de técnicas modernas (intubação, ventilação, compressões) - desde então apesar de pequenas mudanças em protocolos elasforam acompanhadas de poucas melhorias nas taxas de êxito. 
 Parada cardiorrespiratória: abrupta parada na ventilação espontânea e circulação sistêmica - geralmente por disritmia cardíaca em doença cardíaca primária ou secundarias que afetam outros órgãos.
 Fatores que predispõe:
 - Hipóxia celular.
 - Estimulação vagal (em cirurgias oculares e na região do pescoço).
 - Anormalidades ácido básicas e de eletrólitos (podem ser revertidas se verificadas na avaliação pré-anestésica).
 - Fármacos da anestesia geral: alteram parâmetros de temperatura, pressão arterial, ventilação, equilíbrio acido básico e PIC - efeitos são dose dependentes e variam de acordo com o fármaco.
 - Trauma.
 - Doenças sistêmicas e metabólicas: sepse, doenças do sistema respiratório, coagulopatia, respostas inflamatórias sistêmicas, dentre outras...
 Como evitar: 
 (1) Avaliação pré-anestésica: feita por criterioso exame físico, anamnese e exames complementares - com tratamento ou compensação dos problemas identificados e minimizando os riscos anestésicos por utilizar protocolo mais adequado.
 (2) Saber tratar complicações (como proceder em uma emergência): fármacos, doses, técnicas e protocolo a ser usado.
 
 Identificação da PCR:
 1ª - Testado via reflexos do animal: globo centralizado, pupila dilatada e não responsiva e ausência de reflexos protetores
 2ª - A respiração pode ser avaliada pelo movimento do balão anestésico ou tórax e pelo uso do estetoscópio (normal ou esofágico).
 PS1: sempre que o coração para o sistema respiratório também entra em parada.
 PS2: a parada do sistema respiratório geralmente precede a cardíaca, porem em alguns casos os 2 podem parar simultaneamente - deve ser revertida o mais rápido possível para que o coração ainda tenha função mantida.
 3ª - Pode ser avaliado pelo pulso (na metatársica, metacárpica ou femoral - a ultima sendo mais fácil) ou pela frequência cardíaca (pelo monitor ou auscultação).
 PS1: caso o animal só esteja em parada respiratória a conduta é diferente da de uma parada cardio-respiratória.
 Sinais da parada cardio-respiratória:
 (1) Apnéia ou respiração agônica (pescoço esticado e boca abeta) - patognomônico para parada cardio-respiratória.
 PS1: a apnéia pode se assemelhar ao animal voltando a respirar (superficializando na recuperação - não confundir).
pode parecer com animal voltando a respirar.
 PS2: a apeneia tem conceito diferente da parada cardíaca - a primeira é temporária ou cessa na ventilação artificial, já a segunda é de longa duração e não retorna mesmo na ventilação.
 (2) Ausência de pulso e batimentos cardíacos: pode ocorrer de 2 formas (ou pela combinação dos dois eventos).
 1ª - Fibrilação ventricular: ausência de pulso com manutenção de atividade elétrica - no eletrocardiograma as ondas perdem seu formato característico, macroscopicamente o musculo cardíaco parece vibrar.
 PS: é precedido por taquicardia ventricular.
 PS - Fibrilação Atrial: condição previa tratável e detectável no ECG - não relacionada a parada e de menor gravidade (câmara atrial em fibrilação, porém os ventrículos ainda contraem de forma eficiente a distribuição sanguínea - debito cardíaco fica diminuído apenas).
 2ª - Assistolia: ausência de pulso relacionada ao não batimento e falta de função elétrica (piiiiiiiiiiiii)
 (3) Pupilas dilatadas e não reativas a luz (não faz miose) - principal indicio do plano 4 (emente parada CR).
 (4) Mucosas pálidas ou cianóticas**
 PS: pode ou não ocorrer - em alguns casos animal mantem estas normocoradas por algum tempo após parada (ou ainda apresentar mucosa cianótica mesmo não apresentando parada cardio-respiratória).
 (5) TPC aumentado: podem estar normais (idem**)
 (6) Sangramento escurecido no local da cirurgia ou ausência deste.
 (7) Relaxamento dos esfíncteres anal e uretral.
 Sinais da parada respiratória: apnéia, baixa responsividade e os relacionados ao plano anestésico.
2 - Como reverter (Reanimação CCP): sucesso depende de identificação rápida do problema, conhecimento da ordem dos procedimentos emergenciais, treinamento constante (dos 3 membros da equipe) e facilidade de acesso ao material - protocolo se baseia na ventilação, circulação e oxigenação artificiais adequadas até que o sistema volte com suas funções, o qual ocorre por suporte básico e avançado a vida.
 . Feito por uma equipe treinada de 3 pessoas - responsáveis cada um por (1) ventilação, (2) cardíaco e (3) medicamentos.
 . Nunca ficar parado - avaliar função cardiopulmonar (auscultação) por no máximo 10s, então seguir com o protocolo.
 . A partir de 5m de hipóxia cerebral ocorrem lesões irreversíveis - porém quando com a massagem cardíaca e respiração artificial o animal pode ser mantido sem sequelas por até 60m em parada (se a saturação gerada for adequada). 
 Protocolo de Reanimação: didaticamente dividido nas etapas: 
 PS: no básico o ABC é feito simultaneamente - além disto quando o animal está em anestesia e já com acesso venoso o avançado também pode ser iniciado junto ao básico (já pode aplicar fármacos).
 (A) Airway - Via Aérea: feita via intubação orotraqueal (ou traqueostomia nas situações de emergência em que a sonda não entra) - determina a entrada de ar, com ou sem saturação de oxigênio no sangue.
 PS1: em gatos sob anestesia é feita junto a aplicação de lidocaína (cessa espasmos das aritenoides) e em cães pode ser feito apenas com a indução - em animais em parada cardíaca pode ser feita sem aplicação de fármaco algum (animal não tem reflexos protetores).
 Indícios de intubação correta: 
 . Animal tosse ao passar a sonda (não ocorre na parada).
 . Sonda sopra pequena quantidade de ar (não ocorre na parada, a não ser que o tórax do animal seja comprimido para a verificação).
 . Animal não apresenta estrutura semelhante a segunda traqueia (esôfago com o tubo).
 PS: feita em decúbito dorsal ou lateral com a cabeça esticada - na parada não se deve levantar a cabeça do animal (diminui a circulação no SNC pela gravidade).
 Traqueostomia: feita quando a intubação não é possível (corpos estranhos, edema de glote, neoplasias...) - feita como cirurgia de emergência, com qualquer tratamento de infecção podendo ser feito depois de forma preventiva.
 Técnica: puxar traqueia pra cima, localizar a laringe é realizar a incisão um pouco abaixo desta - até a traqueia a incisão é vertical, na traqueia pode ser tanto horizontal quanto vertical.
 PS: pode ser feita com de traqueostomia ou sonda endotraqueal - cuidado na segunda para não realizar intubação seletiva (não passar da entrada do tórax).
 (B) Breathing - Ventilação: garante ocorrência de trocas gasosa nos alvéolos - pode feito por diversos métodos
 I - Circuito anestésico: na anestesia muito utilizado, já que geralmente o animal já esta intubado a este - para 
animais abaixo de 5kg é recomendado os circuitos reinalatórios e para acima de 10kg os não reinalatórios.
 II - Ambu: fornece cerca de 21% de oxigenação (ar ambiente) ou até 100% (acoplado a oxigênio) - mais utilizado em situações ambulatoriais.
 PS: para calibrar a quantidade de ar sendo direcionada ao pulmão se deve observar a expansão da caixa torácica ou expansão do balão pulmonar do animal antes de entrar em parada
 III - Ventilação boca focinho: fechar focinho e soprar narinas - maior parte do ar espirado é CO2.
 PS1 - Mascara: pouco eficiente para ventilação - muito ar para o estomago, levando a extensão deste e compressão do diafragma.
 PS2 - PontoVG 26 (acupuntura): inervado por fibras relacionadas ao controle da respiração - feito no osso lasolabial (nas narinas ou sobre os incisivos) com agulha 25x7 (girar esta acima do ponto). Para apneia a tração da língua também pode ser utilizada.
 
 Verificação da eficiência da ventilação: verificar coloração das mucosas e oxímetro (quando acima de 90% de saturação gera pressão de oxigênio maior que 60mmHg).
 (C) Circulation - Circulação: provida através de massagem cardíaca (interna ou externa) e controle de volemia (fluidoterapia ou transfusões - avançado, ou na anestesia começa aqui).
 Considerações iniciais (massagem cardíaca):
 . Independente da técnica utilizada ela é feita simultaneamente a respiração artificial (mesmo com o risco de lesão pulmonar as chances de sobrevivência são maiores quando feitas em conjunto). 
 . Começar sempre pela externa, exceto em situação de pneumotórax, fratura de costela, efusão pleural ou pericárdica ou em animais muito grandes.
 . A externa é menos eficiente em animais muito grandes (acima de 20kg) - a chance de reanimação é muito baixa, sendo que nestes casos pode se iniciar direto pela interna (ou tentar apenas um ciclo da externa).
 . A massagem não é efetiva se o animal estiver fibrilando - utilizar o desfibrilador para o animal entrar em assistolia ou voltar bater, se entrar em assistolia tentar a massagem.
 . Cada ciclo tem 2 minutos - após o ciclo verificar se o coração voltou e tentar outro ciclo (com a aplicação de fármacos antes do início do novo ciclo em alguns casos).
 . A proporção de pressão por relaxamento da câmara cardíaca é de 1/2 ou 1/3 - garante perfusão de tecidos e do próprio coração.
 . São feitas cerca de 100 a 120 compressões por minuto (simultâneo as 10 ventilações por minuto).
 . Preferencialmente fazer a massagem em uma mesa baixa e com os braços esticados (permite usar o peso do corpo na massagem), utilizando força de 3x o peso do paciente.
 Avaliação da eficiência da massagem: verificar pulso (femoral) ou frequência cardíaca (monitor ou estetoscópio). 
 IA - Massagem cardíaca externa (Bomba Torácica): técnica utilizada em animais muito grandes - é feita na cavidade torácica entre 6, 7 e 8EIC, com as mãos posicionadas caudamente ao coração (aumenta a pressão em todos os órgãos na cavidade, expulsando o sangue das estruturas). 15 a 20kg
 IB - Massagem cardíaca externa (Bomba Cardíaca): indicada para animais menores ou com tórax profundo - feito sobre o coração (entre 4º e 5º EIC). 
 Técnica: varia de acordo com o tamanho do animal. 
 (a) Animais com menos de 7kg: animal em decúbito lateral direito, com a mão posicionada com 4 dedos abaixo do tórax (4 e 5º EIC) e polegar em cima do tórax - pressionar a palma da mão contra o tórax.
 (b) Animais entre 7 a 10kg: única mão espalmada sobre coração em decúbito lateral direito.
 (c) Animais acima de 10kg: 2 mãos espalmadas no coração em decúbito lateral direito.
 (d) No bulldog: tem tórax semelhante a de humano - feito com bomba cardíaca em decúbito dorsal, com mão espalmada.
 PS1: independente da técnica a mão fica na região external e aplica força um pouco acima da articulação costacondral (de esterno e costela).
 IC - Massagem cardíaca interna: possui maior taxa de sucesso, porem maior risco de complicações pela abertura do tórax. 
 Técnica: feita com a abertura emergencial do tórax
 1ª - Em decúbito lateral direito (esquerdo pra cima) abrir com bisturi no 5º EIC.
 2ª - Ao chegar nos músculos intercostais internos (diminuir risco de lesão ao pulmão) - com o afastador tecidual no local afastar também o pulmão, tendo assim acesso ao coração.
 3ª - No coração incisar o saco pericárdico paralelo ao nervo frênico e do frênico até o ápice do coração - o ápice fica exposto, o qual é massageado com as pontas dos dedos.
 
 PS: em alguns casos a aplicação interna de fármaco dentro do coração (ventrículo esquerdo) pode ser feita no animal já nesta fase - a aplicação intracardíaca com o tórax fechado não é recomendada pelo risco de deposição de fármaco na câmara errada, perfuramento de coronária com tamponamento cardíaco e risco de isquemia pela lesão da agulha (feito apenas em emergências).
 PS - Volemia: estabelecida com o acesso venoso e instituição de fluidoterapia - por depender do acesso venoso fica classificada dentro do suporte avançado.
 PS - Compressão abdominal: em alguns casos é utilizada - se baseia no enfachamento dos membros e abdomem, direcionando maior quantidade de sangue a circulação central pela compressão da aorta descendente.
 PS - Clampeamento aórtico: possui mesmo princípio que a compressão abdominal, porem depende da cavidade torácica estar aberta - a artéria é prensada por pinça atraumatica ou fita umbilical (neste caso tem tempo limite de 10m).
 (D) Drugs - Fármacos: suporte pode ser iniciado a partir do acesso venoso.
 PS1: a vasoconstrição periférica que ocorre (no choque ou anestesia?) pode dificultar o acesso - nestes casos o aceso pela jugular, ou intraóssea ou intratraqueal são recomendados.
 PS2: a via intratraqueal é menos efetiva na absorção e tem maior latência - para atropina, adrenalina e lidocaína deve ser feita com dose de 3 a 10x maior (diluída em 5 a 10ml de água destilada para maior absorção).
 PS3: a intraóssea em pequenos é feita principalmente na crista de tíbia, trocânter do femo ou trocânter umeral.
 PS4: a dose intracardíaca é a mesma da IV ou IO, porém só pode ser feita quando o tórax esta aberto.
 Fármacos:
 I - Epinefrina: indicada para reverter assistolia - em dose de 0,01 a 0,1 mg/kg IV ou IO a cada 3 a 5 minutos ou entre ciclos - pode ainda ser intratraqueal diluída ou intracardíaca.
 PS1: o protocolo recomendado e de se tentar 2 vezes a dose baixa entre os ciclos antes de passar para a dose alta se o animal não retornar à função cardíaca - menor chance de voltar, porem menor risco de voltar e parar em seguida ou apresentar lesões isquêmicas de extremidades pela vasoconstrição.
 PS2: se o animal voltar com bradicardia (comum) a massagem cardíaca pode ser mantida ate a administração da atropina (a ventilação geralmente é mantida de qualquer forma pois o sistema cardíaco normalmente volta primeiro).
 II - Atropina: indicada para bradicardia (não pode ser aplicada na assistolia) - pode ser administrada no máximo 3 doses, com intervalos de 3 a 5m.
 PS: caso a bradicardia não seja revertida se aplica a doputamina (pode por infusão continua) - aumenta o inotropismo e debito cardíaco sem alterar pressão (já a dopamina aumenta a pressão por vasoconstrição periférica).
 III - Vasopressina: administrada a cada 3 a 5 minutos ou alternada com a adrenalina.
 IV - Reversores:
 (a) Iombina: para reverter alfa2 adrenérgicos.
 (b) Funazemil: reversor de benzodiazepínicos.
 (c) Naloxona: de opioides.
 Volemia (fluidoterapia intensiva): utilizada somente em casos que o choque hipovolêmico gerou a parada - 90ml/kg no cão ou 45 no gato.
 (D) Desfibrillation: feita quando animal está sem pulso e fibrilando - pode ser feita por 2 métodos:
 D.1 - Desfibrilação Elétrica: mais efetiva, já que na maioria das vezes a desfibrilação ocorre por problema na condução elétrica - deve ser iniciada por esta já que a desfibrilação química diminui a efetividade da elétrica por aumentar o limiar da desfibrilação.
 PS: atualmente é tentado apenas umavez e caso não funcione se retorna para a massagem cardíaca (anteriormente 3x) - tem maior chance de sucesso por diminuir o tempo que se fica sem massagear.
 Desfibrilação externa (tórax fechado): com o animal em decúbito dorsal, cada pá e colocada em um lado do tórax ou em decúbito lateral com uma pá por baixo da mesa na região do tórax e a outra por cima sendo segurada - a quantidade de corrente varia de acordo com a formula (2 a 5 J/kg) ou pelas faixas de peso:
 50J 		Cães pequenos e gatos
 100J 	Cães médios
 200J 	Cães grandes
 Desfibrilação interna (tórax aberto): feita com pás esterilizadas e 10% da corrente da externa (0,2 a 0,5 J/kg).
 D.2 - Desfibrilação Química: feita quando não se tem o equipamento da elétrica, na taquicardia ventricular refratária a desfibrilação ou se o animal retorna da elétrica com taquicardia ventricular ou arritmias - por lidocaína ou amiodarona.
 PS - Choque precordial: pode ser usado como ultima alternativa - consiste na aplicação de um soco seco na região do ápice do coração.
3 - Quando parar massagem e ventilação?
 (1) Por opção do proprietário
 (2) Paciente apresenta enfermidade terminal
 (3) Ausência de resposta positiva em 60 minutos - período máximo que os sistemas cardíaco, respiratório e nervoso podem ser mantidos sem lesões permanentes (quando com saturação de O2 e pressão forem mantidas de forma adequada).
 (4) Detecção de lesão cerebral irreversível
4 - Reabilitação pós reanimação:
 (1) Manter oxigenação e pressão arterial - testar diminuir gradualmente o nível de oxigênio de 100% até 70% e checar por cianose e saturação antes de extubar.
 PS: a concentração de CO2 deve ser mantida entre 35 e 45 - abaixo deste valor pode ocorrer vasoconstrição cerebral e acima pode ocorre hipóxia.
 (2) Neuroproteção - por corticoide, AINEs ou manitol.
 (3) Tratar edema cerebral e pulmonar (se houver).
 (4) Terapia antiarrítmica - por lidocaína e miodarona.
 Monitorar parâmetros:
 (1) Frequência, ritmo e tipo de pulso.
 (2) Grau de consciência
 (3) ECG - bloqueios e arritmias
 (4) Saturação - por oximetria de pulso.
 (5) Temperatura corporal - baixa (até 34º) gera Neuroproteção, porem muito baixa diminui eficiência de fármacos.
 (6) Coloração das mucosas e TPC.
 (7) Produção urinária (pela sondagem)
 (8) Hemograma de sólidos totais, gases e glicose sanguínea, lactato sérico (prognostico), pressão venosa central.
 Fármacos pós RCCP
 (1) Fluidoterapia: pode ser feita por cristalóides ou colóides - promovem perfusão e DC adequados.
 PS - Cristaloides: solução hidratante (soro fisiológico riguer lactato e soluções glicosadas).
 PS - Coloides: controlam a hipotensão - solução de alto peso molecular que promove a manutenção de líquidos no plasma. É sempre usada associada aos cristaloides.
 (2) Dobutamina: inotrópico positivo - leva ao aumento DC sem vasoconstrição periférica.
 PS: importante já que os fármacos utilizados na RCP podem gerar vasoconstrição com consequente necrose de extremidades.
 (3) Dopamina: aumenta a pressão arterial sem interferir no debito cardíaco - utilizado em pacientes em vasodilatação e refratários aos cristaloides e coloides.
 (4) Vasopressores e Noradrenalina: utilizada em pacientes em hipotensão e com contratilidade cardíaca normal refratários a fluidoterapia, dobutamina e dopamina.
 (5) Bicarbonato: em pacientes em que a má perfusão gera acidose respiratória e metabólica - geralmente a ventilação e perfusão adequadas já revertem o quadro, o bicarbonato pode causar alcalose e atrapalha ação das catecolaminas, e sendo assim só é utilizado se a alteração se mantem após o tratamento.
 PS - Doxapram: utilizado em pacientes em depressão respiratória (comum em filhotes paridos por cesariana) - porem na reanimação diminui o fluxo cerebral via VC e aumenta demanda de O2 e sangue (não é recomendado).
AULA 5 - Especialidades Anestésicas:
1 - Anestesia Geriatra: importante pelo aumento da longevidade media dos animais via avanços da nutrição, diagnóstico clínico, tratamento de doenças e práticas cirúrgicas - os efeitos da idade têm relação direta com a escolha do protocolo anestésico a ser utilizado.
 PS1: o envelhecimento decorre da diminuição na capacidade da reserva funcional dos vários sistemas orgânicos - não é um processo patológico, porem está associado ao aparecimento de doenças e possíveis complicações transoperatórias (possuem maior dificuldade em compensar sistemas).
 PS2: o envelhecimento varia conforme a raça, espécie e com o estilo de vida dos animais - um animal jovem pode estar em equilíbrio homeostático pior que um velho por exemplo.
 Fatores para escolha do protocolo:
 - Condições do paciente, tipo e duração da intervenção cirúrgica.
 - Tempo anestésico mínimo e possibilidade de recuperação rápida.
 - Ocasionar mínima depressão cardiopulmonar.
 - Utilizar fármacos que possam ser antagonizados e/ou metabolizados (ou que sequer necessitem metabolização).
 - Intensidade de sedação ou analgesia requerida.
 - Experiência e preferência do médico veterinário.
 Avaliação Pré-operatória: realizar uma anamnese detalhada e avaliação do estado físico criteriosa para a determinação da categoria de risco (ASA).
 1.1 - MPA:
 Recomendados:
 (1) Tranquilizantes/Sedativos - Benzodiazepínicos (diazepam ou midazolam): produzem mínima depressão cardiopulmonar - sendo muito utilizados em idosos.
 (2) Opioides: indicados para uso isolado ou associados aos tranquilizantes (diminui dose necessária do segundo) - produzem sedação e analgesia sem efeitos significativos no sistema cardiovasculares
 PS: pode ocorrer depressão respiratória variável dependendo do fármaco sendo utilizado.
 PS - Neuroleptanalgésicos: combinação de um analgésico (opióide) e um tranquilizante (neuroléptico) - protocolo também indicado para pacientes idosos.
 Com ressalvas:
 (1) Anticolinérgicos - Atropina e Glicopirrolato: podem promover taquiarritimias - evitar usar em geriatras.
 (2) Tranquilizantes/Sedativos - Acepromazina: gera hipotensão e possui biotransformação hepática - não usar em hepatopatas, em animais idosos com função hepática normal usar em dose baixa e em associação a outros fármacos.
 (3) Opioides - Morfina, Tramadol e Meperidina: podem ser utilizados.
 Contraindicados: 
 (1) Tranquilizantes/Sedativos - Agonistas α2: provocam efeitos cardiovasculares acentuados e efeitos respiratórios
imprevisíveis - evitar uso em geriatra.
 OS - Desmetromidina: não causa hipotensão - agonista alfa 2 em teste.
 (2) Opioides - Fentanil: utilizar apenas no trans operatório (com monitoração).
 1.2 - Anestésicos Injetáveis: de forma geral causam alterações hemodinâmicas, diminuição da ligação com proteínas e redução da capacidade do fígado de biotransformar - porém ainda podem ser utilizados em idosos.
 Recomendados:
 (1) Anestésicos dissociativos - Etomidato: manutenção dos parâmetros cardiovasculares sendo o agente de
escolha em pacientes com comprometimento hemodinâmico (cardiopata) - possui boa recuperação.
 PS: miorelaxamento pelo fármaco é inadequado - possui risco de causar mioclonias se não associado a outros fármacos (benzodiazepínicos geralmente).
 Com ressalvas:
 (1) Anestésicos Intravenosos - Barbitúricos (Tiamilal e Tiopental): utilizados em procedimentos cirúrgicos rápidos em idosos somente se sem alterações sistêmicas de importância - utilizar a menor dose possível necessária.
 (2) Anestésicos Intravenosos - Propofol: gera depressão respiratória e cardiovascular, porem possui recuperação rápida.PS: em gatos é contraindicado para indução por infusão continua e uso sozinho - possui déficit de metabolização no fígado (ocorre apenas nos pulmões) e recuperação muito demorada (não indicado para procedimentos longos), porem pode ser utilizado para manutenção por infusão continua se em dose baixa e combinado a outros fármacos para procedimentos curtos.
 (3) Anestésicos Dissociativos - Cetamina e Tiletamina: também apenas se o animal não possuir alterações secundarias, sendo feito em dose menor de qualquer forma - causa taquicardia e aumento de pressão.
 1.3 - Anestésicos Inalatórios: são provavelmente os agentes de escolha para o animal geriátrico - possuem menor metabolização e recuperação rápida para situações de emergência (se o animal descompensar).
 PS1: devido a diminuição da capacidade residual funcional no sistema respiratório em idosos o fármaco pode ter seu
tempo de indução prolongado quando realizado pela máscara.
 PS2: todos os representantes causam depressão cardiovascular dose dependente de importância, porem o isofluorano, sevofluorano e desflurano são mais seguros por não causar dormência nos barorreceptores (ao contrário do halotano).
 Recomendados:
 (1) Anestésicos Inalatórios - Isofluorano: anestésico inalatório de escolha para idosos (custo benefício) - por ser menos solúvel no sangue possui rápida recuperação e indução.
 (2) Anestésicos Inalatórios - Sevofluorano: mais indicado para as induções na máscara (menor irritação da via área), com efeitos similares ao isofluorano.
 Com Ressalvas:
 (1) Anestésicos Inalatórios - Halotano: deve ser utilizado com extremo cuidado em pacientes com alterações cardiovasculares e é contraindicado em animais hepatopatas. Porem tem rápida recuperação anestésica.
 (2) Anestésicos Inalatórios - Desfluorano: por possuir menor coeficiente sangue-gás tem rápida recuperação - cuidado pois as alterações dos planos anestésicos ocorrem de forma mais rápida, e além disto possui custo elevado.
 1.2 - Anestésicos Locais: riscos muitos baixos em qualquer grupo de forma geral - pode ser feita com lidocaína, bupivacaína, ropivacaína (qualquer aminoamida).
 Recomendados:
 (1) Anestesias infiltrativas
 (2) Anestesias intravenosas (Bier - em membros)
 Com Ressalvas:
 (1) Epidural: coluna vertebral sofre com processos de fibrose e calcificação que levam a diminuição dos discos intervertebrais, o que pode dificultar a aplicação. Além disto a ocorrência de fibrose pode levar a uma dispersão do anestésico local no bloqueio alto, mesmo em doses mais baixas.
 1.3 - Considerações finais: sempre conhecer as alterações inerentes ao paciente idoso com o intuito de prevenir as complicações. Além disto, em pacientes geriátricos é especialmente importante a anestesia balanceada e a maior atenção à monitorização pré, trans e pós-operatória.
 . O uso de ventilação mecânica pode melhorar eficiência de troca gasosa durante a anestesia.
 . Os fármacos preferencialmente devem ser:
De recuperação rápida
De eliminação total ou parcial pela ventilação
Possuir antagonista
Não induzir efeitos adversos
2 - Anestesia Pediátrica: em animais com até 6 semanas (neonatos) ou de 6 a 12 semanas (pediátricos) - é imprescindível o reconhecimento das diferenças fisiológicas em relação aos adultos para formulação de protocolos anestésicos. Os procedimentos mais comum na faixa etária são correções congênitas, tratamento de trauma, cirurgias eletivas e gonadectomia pré-púbere - a última é segura em cães e gatos com 6 semanas de idade, porem se houver opção a castração é mais recomendado em animais com mais de 5 meses (diminui risco anestésicos e desenvolvimento de características infantis: diminuição da uretra com obstrução nos machos ou vulvovaginite por vulva infantil em fêmeas).
 2.0 - Considerações Fisiológicas:
 Sistema Respiratório:
 (1) Possui taxa respiratória e de consumo entre 2 a 3x maior que a de adultos - já que a maioria dos agentes anestésicos deprime a ventilação estes animais ficam ainda mais susceptíveis a hipóxia e hipercapnia devido ao maior nível de atividade basal do sistema (além do fato que compensa pior pela imaturidade do sistema).
 (2) Por realizarem maior troca gasosa eles possuem indução e recuperação mais rápidas (dificulta a inalatória).
 (3) Intubação traqueal difícil na faixa etária.
 (4) Neonatos possuem menos alvéolos e menor pressão final da expiração zero (capacidade residual) - determina maior chance de ocorrência de colabamentos.
 (5) Quimiorreceptores são menos sensíveis a redução da oxigenação, com dificuldade na resposta a hipóxia e hipercapnia (possui déficit de compensação por não perceber alterações de O2 sanguíneo).
 Sistema Cardiovascular:
 (1) Musculatura cardíaca é menos contrátil e de complacência ventricular menor.
 (2) Barorreceptores não são desenvolvidos adequadamente (inervação simpática ainda em desenvolvimento) - possui menor capacidade de aumentar debito cardíaco e pressão arterial em situação de bradicardia (motivo pelo qual a bradicardia é uma alteração de importância em filhotes).
 (3) Pediátricos são menos capazes de compensar perdas agudas de sangue - além disto no caso de administração de fluidoterapia, esta deve ser feita de forma lenta devido a menor complacência dos ventrículos a grandes volumes.
 Sistema Hepático e Renal: 
 (1) Biotransformação e eliminação são deficientes:
 . Cão demanda 145 dias para maturação de sistemas enzimáticos
 . Neonatos possuem baixa capacidade de reserva de glicogênio no fígado - reduz rapidamente com jejum, sendo que a gliconeogênese já ocorrem com 9hrs sem alimento.
 (2) Não concentram a urina nem toleram desidratação tão bem.
 Termorregulação: hipotermia é um problema sério, já que pode resultar em bradicardia e hipotensão, além de prolongar a eliminação do fármaco e a recuperação. Ocorre com maior incidência em filhotes por vários motivos: superfície corporal extensa em relação ao peso, incapacidade de produzir tremores, isolamento térmico deficiente, capacidade limitada de produzir vasoconstrição, imaturidade do sistema de termorregulação, redução da atividade muscular e pela aplicação de soluções antissépticas na pele (escorrem pela pele e diminuem temperatura do animal).
 . Pode ser controlado com colchões e cobertores térmicos e pela administração IV substâncias eletrolíticas aquecidas
 Farmacocinética:
 (1) Possuem hipoalbuminemia naturalmente e maior porcentagem de água corporal, além de menor quantidade de gordura corporal:
 - Fármacos que se ligam a proteínas ficam mais disponíveis
 - Fármacos que se redistribuem para a gordura tem efeito prolongado após administrações repetidas
 - Maior % de água corporal determina maior volume de distribuição
 (2) Elevada distribuição do débito cardíaco para órgãos altamente vascularizados
 (3) Funções hepática e renal são imaturas - fármacos que precisam de biotransformação hepática demoram mais a ser eliminados
 2.0 - Considerações Anestésicas:
 (1) Jejum deve ser relativamente menor que no adulto, a fim de diminuir o risco de hipoglicemia - em cães e gatos pediátricos jejum alimentar de 6h e hídrico de 2h // em cães e gatos neonatos lactentes jejum alimentar 3 a 4h // 
em bezerros jejum alimentar 12h e hídrico 8h.
 (2) Fluidoterapia é adaptada para menores volumes
 	Cão e gato: glicose 2,5% e solução salina 0,45% - 4 a 10mL/kg/h
 	Potro neonato: glicose 5% - 5mL/kg/h
 (3) Maior atenção para a manutenção da temperatura - via soluções eletrolíticas aquecidas, colchões térmicos e aquecimento prévio de material de campo.
 2.1 - MPA:
 Recomendados:
 (1) Tranquilizante

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