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ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA: INTRODUÇÃO A ANESTESIOLOGIA; CÁLCULO DE DOSES; AVALIAÇÃO E PREPARO PRÉ-ANESTÉSICO; CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ANESTÉSICO; MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (MPA); ANESTÉSICOS LOCAIS; TÉ

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INTRODUÇÃO À ANESTESIOLOGIA 
 O QUE É ANESTESIA? 
Função primária: suprimir a dor/sensibilidade (insensibilidade); controle da dor; 
Sedação: estágio anterior a anestesia, perda da sensibilidade com ou sem perda da consciência. 
o Anestesia 
“privado de sensação” 
Foi empregado no sentido de insensibilidade dolorosa pela primeira vez por Dioscórides, no século I d.C.   O termo 
anestesia já existia antes da técnica. 
o Analgesia 
É a ausência de dor em resposta à estimulação que normalmente seria dolorosa a partir do uso de analgésicos. O 
termo costuma ser reservado para descrever um estado em um paciente consciente. 
 
o Anestesia geral 
“Inconsciência induzida por um fármaco e que se caracteriza por depressão controlada, mas reversível, do SNC e da 
percepção. Em tal estado, o paciente não é despertado por qualquer estimulação nociva (estímulos nociceptivos). As 
funções reflexas sensoriais, motoras e autônomas são atenuadas em níveis variáveis, dependendo do(s) 
medicamento(s) e técnicas especificas usadas.” 
− Depressão profunda do estado de consciência (insensibilização)   Perda de consciência associada a analgesia; 
− Depressão dose-dependente do SNC até um nível em que o animal não responda aos estímulos dolorosos; 
− Pode ser injetável ou inalatória; 
− Ocorre alívio da dor, relaxamento de musculatura, ausência de resposta motora e neuroendócrina (a dor causa 
aumento de pressão) e o indivíduo não tem memória do que aconteceu. 
o Anestesia local 
− Perda da sensibilidade em uma área circunscrita do corpo; 
− Insensibilização local sem a perda de consciência; 
− Princípio: bloqueio dos nervos próximos a região de aplicação do anestésico. Ocorre bloqueio de toda a condução 
pela qual o nervo é responsável através do bloqueio dos canais de sódio e potássio, o que impede que o impulso 
elétrico se forme e chegue ao SNC, que para de perceber a área e, principalmente ao encéfalo, que para de 
reconhecer a dor; 
OBS.: A dor é um processo consciente, por isso, quando se realiza a anestesia há um corte da comunicação e 
o estímulo de dor não chega ao cérebro. 
o Anestesia regional 
− Insensibilidade à dor em uma área maior do corpo, embora limitada, geralmente definida pelo padrão da inervação 
sobre a qual o efeito é exercido; 
− Área de dessensibilizarão sem maiores alterações: animal anda, come etc.; 
− Pode-se manter cateter no local da cirurgia para aplicação de anestésico local visando o controle da dor. 
Exemplos.: Epidural (ponto de anestesia na medula leva a dessensibilização de grande área), Plexo braquial (ponto 
de anestesia dessensibiliza todo o membro torácico) e Paralombar. 
 
IMPORTANTE.: Após a cirurgia, o nervo deixa de ser bloqueado e volta a conduzir o estímulo, causando a dor pós-
operatório, que é controlada através do uso de anti-inflamatórios e/ou opioides. 
 
 ANESTESIOLOGIA 
É o estudo das diversas técnicas e procedimentos utilizados para se realizar a contenção do paciente e/ou a diminuição 
ou abolição da sensibilidade dolorosa. 
HISTÓRICO: 
o Primeiro procedimento cirúrgico: 2750 a.C.; 
o Primeiro procedimento cirúrgico com anestesia 
16 de outubro de 1846; 
A dor era consequência inevitável de qualquer procedimento cirúrgico. 
 As primeiras tentativas de alívio da dor foram feitas com métodos primitivos: 
− Concussão cerebral; 
− Asfixia; 
− Frio; 
− Embriaguez: aumento da concentração plasmática de álcool diminui a percepção da dor; 
− Compressão de nervos e vasos – Exemplo.: Garrote: aumenta o consumo de O2 no local e leva a alteração de 
íons, assim, o meio passa a ser não favorável para a condução do impulso; 
− Uso de fumo e pólvora; 
− Plantas alucinógenas (Índia e China) – Exemplo: mandrágora; 
− Esponjas impregnadas de ópio e mandrágora – Hipócrates (460-377 a.C.); 
− Esponjas soporíferas – Theodorico de Lucca (1298) 
− Injeção de vinho e cerveja – Christopher Wren (1665); 
− Óxido nitroso (NO2) - Humphry Davy (1796); efeito analgésico e de bem-estar acompanhado de um desejo 
incontrolável de rir. OBS.: Harace Well (1845), dentista que tomou conhecimento da propriedade do NO2 e 
solicitou a um colega que lhe extraísse um dente, porém, teve sua demonstração fracassada em Harvard. 
− Éter – Crawford Williamson Long (1841); 
− Éter inalado – William Thomas Green Morton 
OBS.: 16 de outubro de 1846: primeira intervenção cirúrgica (retirada de tumor de pescoço) utilizando inalação 
de éter como forma de anestesia. 1º procedimento cirúrgico sem dor 
− Agulha hipodérmica – Alexander Wood (1853); 
− Hidrato de cloral (1º anestésico injetável) – Pierre Cyprien Oré (1872); 
− 1º bloqueio de nervo periférico (1885). 
 
 Anestesiologia Veterinária 
− 1800: Humphrey Davy sugeriu que o óxido nitroso poderia ter propriedades anestésicas; 
− 1824: H. H. Hickman demonstrou que a dor associada à cirurgia em cães poderia ser aliviada pela inalação de uma 
mistura de óxido nitroso e dióxido de carbono; 
− Início em 1847: Edward relatou estudos com cães e gatos; 
− 1854: Amputação de membro em bovino. 
OBS.: A preocupação com o bem-estar animal cresce e auxilia o avanço/aprimoramento das técnicas de 
anestesia. 
 
 FUNÇÕES DO ANESTESISTA 
 Conhecer a ação dos diferentes fármacos disponíveis; 
 Conhecer o estado do paciente a ser operado (avaliação pré-anestésica feita pelo anestesista!); 
 Escolher a melhor técnica anestésica para cada paciente – varia de acordo com a espécie, idade e estado do animal; 
 Separar todo material indispensável para o ato anestésico; 
 Dar o aval para o início do procedimento e informar ao cirurgião sobre o estado do paciente; 
 Monitorar o paciente durante todo o ato anestésico; 
 Sugerir sobre o andamento da cirurgia e até mesmo interrompê-la; 
 Preencher ficha anestésica; 
 Responder pelos acidentes anestésicos; 
 Permanecer junto ao paciente durante todo o tempo da cirurgia. 
 
PRÁTICA: CÁLCULO DE DOSES 
Atenção a: 
− Não confundir diferentes fármacos com a mesma apresentação – identificar evita erros; 
− O cálculo de dose deve ser baseado no peso do animal; 
− Apresentações iguais com [ ] diferentes – os cálculos podem ser feitos errados. 
 
 EXERCÍCIOS: 
D = mg/kg ou µm/kg / UI/kg / Meq/kg. 
1. Quantos mg/ml tem um fármaco que está a 0,1%, 1% e 10%? 
0,1% = 1 mg/ml 
1% = 1g/100ml  10 mg/ml 
10% = 100 mg/ml 
 
2. A acepromazina encontra-se na concentração de 1%. Como devo proceder para preparar 50ml da solução 
na concentração de 1mg/ml? 
DILUIÇÃO! 
𝑪𝟏 𝒙 𝑽𝟏 = 𝑪𝟐 𝒙 𝑽𝟐 
 
C1= 1%  10 mg/ml 
V1= ? ml 
C2= 1 mg/ml 
V2= 50 ml 
 
10 x V1 = 1 x 50  V1 = 50/10 = 5 ml + 45 ml de solução 
de diluição (soluções com propilenoglicol não são 
utilizadas para armazenamento, pois precipitam, por 
isso, são feitas apenas no momento da aplicação). 
 
3. Tenho um medicamento na concentração de 5%. Como devo proceder para preparar 20ml de solução na 
concentração de 2,5mg/ml? 
C1= 5%  50mg/ml 
V1= ? ml 
C2= 2,5mg/ml 
V2= 20ml 
50 x V1 = 2,5 x 20  V1 = 50/50 = 1 ml + 19 ml de 
solução de diluição 
 
4. O anestésico propofol encontra-se na concentração de 1% e necessito desse medicamento com 2mg/ml. 
Como devo proceder para preparar 250ml da solução? 
C1= 1%  10 mg/ml 
V1= ? 
C2= 2 mg/ml 
V2= 250 ml 
 
10 x V1 = 2 x 250  V1 = 500/10 = 50 ml + 200 ml de 
solução de diluição. 
5. A dose do antibiótico é 5mg/kg e sua concentração é 10mg/ml. Meu paciente pesa 130kg, qual volume será 
administrado? 
OBS.: Dose em bolus: a concentração do fármaco já está na medida correta. 
 
D: 5 mg/kg 
P: 130 kg 
C: 10 mg/ml 
 
 
V: ? ml 
 
5mg – 1kg 
 X – 130kg 
X = 650mg 
 
 10mg – 1ml 
650mg – X 
X= 65ml 
Fórmula rápida: 
𝑽 = 
𝑫 𝒙 𝑷
𝑪
 
V = 5 x 130 / 10 = 65 ml 
 
6. A dose de clorpromazina é 0,5mg/kg e sua concentração é 5mg/ml. Qual o volume deve ser administrado em 
um gato de 3,5kg? 
D: 0,5 mg/kg 
P: 3,5 kg 
C: 5 mg/ml 
V: ? ml 
 
V = 0,5 x 3,5 / 5 = 0,35 ml 
 
7. Calcular o volume em ml de xilazina (1,0mg/kg) a 10% para um equino de 250kg. 
D: 1 mg/kg 
P: 250 kg 
C: 10%  100mg/ml 
V: ? mlV = 1 x 250 / 100 = 2,5 ml 
 
8. Em um cão de 22kg devo administrar 10ml/kg/h de soro. 
a) Quanto de soro esse paciente deve receber em 4 horas de fluidoterapia? 
P: 22kg 
10 ml – 1kg/h 
 X – 22kg 
X = 220 ml/h x 4 horas = 880ml 
 
b) Qual o fluxo de ml/h deve ser estabelecido? 
200ml/h. 
 
c) Quantas gotas/minuto devem ser mantidas, utilizando-se um equipo macrogotas? 
220 ml – 60 min 
 X – 1 min 
X = 3,67 ml/min 
20 gotas – 1 ml 
 X – 3,67ml 
X = 73,4 gotas
OBS.: 
Bolsa de soro possui equipo que pode ser macro ou microgotas. No macrogotas, 20 gotas = 1 ml, já no microgotas 60 
gotas = 1 ml; 
Bomba de infusão: não muda a quantidade injetada se o animal se movimentar. 
 
9. Um cão de 5kg será anestesiado com propofol por infusão contínua, na dose de 0,3mg/kg/minuto. 
a) Qual o fluxo em ml/h deve ser administrado se a solução de propofol se encontra na concentração de 
2mg/ml? 
D: 0,3 mg/kg/min = 18mg/kg/h 
P: 5 kg 
C: 2 mg/ml 
V: ? ml/h 
 
V = 18 x 5 / 2 = 45 ml/h 
b) Quantas gotas/minuto devem ser mantidas utilizando-se um equipo microgotas? 
45ml – 60min 
 X – 1 min 
X = 0,75ml/min 
 
60 gotas – 1 ml 
 X – 0,75ml 
X = 45 gotas/min 
10. Estou administrando um fármaco por infusão contínua, a velocidade de infusão é de 10ml/kg/h. Qual a dose 
(mg/kg/min) do fármaco está sendo administrada, se meu paciente pesa 12kg e a concentração da solução é 
de 0,3mg/ml? 
D: ? mg/kg/min 
P: 12kg 
C: 0,3mg/ml 
V: 10ml/kg/h   10 x 12kg = 120ml/h = 2ml/min 
 
2 = 12 x D / 0,3 = 0,6 / 12 = 0,05mg/kg/min 
AVALIAÇÃO E PREPARO PRÉ-ANESTÉSICO 
 ETAPAS DO PROCEDIMENTO ANESTÉSICO 
 Avaliação pré-anestésica - conhecer o paciente e pensar na situação em que ele se encontra, vendo se a mesma 
pode der melhorada; 
 Medicação pré-anestésica - todos os medicamentos que antecedem a anestesia (sedativos, analgésicos), usados 
a partir da avalição do estado do paciente e possíveis necessidades do mesmo (fármacos que previnem alguma 
ação da anestesia); 
 Período transanestésico/transoperatório - momento em que se realiza a anestesia local, regional ou geral e inclui 
a preparação do paciente com tricotomia, acesso venoso e avaliação geral (frequência cardíaca e respiratória, 
ventilação, coloração das mucosas etc.); 
 Recuperação anestésica - momento em que se deve dar suporte até que o animal recupere seu estado anterior a 
anestesia, incluindo recuperação da consciência, movimentação voluntária, ventilação etc.; 
 
 AVALIÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
Tenta prever ao máximo as possíveis alterações que podem ocorrer durante o procedimento visando diminuir o risco 
anestésico. 
 
 INTRODUÇÃO 
Planejamento anestésico. 
 MORBIDADE E MORTALIDADE DO ATO ANESTÉSICO 
o Mortalidade 
Equino possui maior chance de vir a óbito durante um procedimento anestésico quando comparado a cães e gatos, 
com a diferença do período de maior risco. 
Para equinos, o maior risco está associado ao período pós-operatório, devido as alterações gastrointestinais, 
cardiovasculares e da posição dos órgãos durante o procedimento (período transoperatório), além disso, esses animais 
devem ser acompanhados até se levantarem durante sua recuperação anestésica, quando podem ocorrer traumas 
importantes. Já para cães e gatos o maior risco está associado ao período transanestésico, relacionando-se com a 
anestesia. 
 Animais sadios x Animais doentes 
Animais doentes possuem 20x mais risco de vir a óbito durante o procedimento anestésico quando comparados a 
animais sadios, principalmente quando não se conhece o problema. Por isso, é importante tratar toda a alteração 
passível de cuidado antes da realização do procedimento. 
 
o Morbidade 
Alterações comuns relacionadas à procedimentos anestésicos: 
1. HIPOTERMIA 
Ocorre normalmente devido a redução da atividade muscular (devido a contenção) e a alteração causada na percepção 
da queda de temperatura do animal. 
Exemplo.: Ocorre prevalência de 60% de temperaturas entre 36,5 a 34 °C em gatos → Isso indica que o animal está 
com hipotermia antes do procedimento e, por isso, há maior risco de potencializá-la durante o mesmo. Nesse caso, é 
importante adotar ações que diminuam o risco, como utilização de bolsas de água quente, colchão térmico, aquecedor 
na sala e proteção das extremidades do animal. 
2. HIPOVENTILAÇÃO 
Adotar ações que mantenham a ventilação durante o transoperatório. 
3. HIPOXEMIA 
Diminuição da [O2] associada a hipoventilação. 
4. BRADICARDIA 
Deve-se pensar na causa. Exemplo.: Se for uma reação a medicação anestésica, deve-se utilizar medicação 
antagonista. Se for prévia ao procedimento, deve-se realizar exames como eletrocardiograma e ecocardiografia e um 
exame físico bem feito, além de acompanhar o animal para ver se vai piorar. 
 
5. HIPOTENSÃO 
 
 
 
 
 PLANEJAMENTO ANESTÉSICO 
 Perguntas que devem ser feitas: 
 O paciente está na melhor condição possível para a cirurgia? 
Em algumas situações, prorrogar a cirurgia visando melhorar a situação do paciente não adianta, pois o melhor do 
paciente é o estado em que ele se encontra e ele pode necessitar do procedimento. 
Exemplo.: Animal com hematócrito baixo. 
 Os riscos de operar o animal agora são maiores do que os risco de não o operar? 
 
 Melhor reconhecimento: 
 Dos riscos anestésicos; 
 Dos animais que precisam de mais cuidados - necessidade da utilização de outros equipamentos; 
 Dos cuidados pré-operatórios necessários - para animais com desidratação ou bradicardia é indicado melhorar o 
estado deles antes do procedimento. 
OBS.: O CONHECIMENTO DESSES FATORES AJUDA A MELHORAR OS PADRÕES ANESTÉSICOS DA 
MEDICINA VETERINÁRIA E O DESFECHO DO ANIMAL. 
 
 Como executar? 
OBS.: É IMPORTANTE FOCAR NO PACIENTE E NAQUILO QUE ELE TEM NECESSIDADE! 
1. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 
Espécie, raça, idade, sexo, estágio reprodutivo (ppt fêmeas gestantes e em período de estro). 
2. ANAMNESE 
 Temperamento; 
 O paciente apresenta alterações clínicas? 
 O paciente recebe algum tratamento? - alguns fármacos podem influenciar a medicação anestésica. Exemplo.: 
O barbitúrico Gardenal potencializa a ação dos fármacos utilizados para anestesia geral, que se ligam aos 
receptores GABA (função inibitória cerebral). A insulina causa alterações em pacientes submetidos ao jejum. 
 O paciente apresenta intolerância/alergia a algum medicamento? 
 Deve-se pesquisar os diversos sistemas: 
 Sistema Respiratório: tosse, dispneia e secreções; 
 Sistema Cardiovascular: cansaço, síncope e edemas; 
 Sistema Nervoso Central: convulsões; 
 Sistema Gastrointestinal: vômito e diarreia; 
 Sistema endócrino: diabetes, hipoadrenocorticismo (leva a recuperação anestésica prolongada) etc. 
3. EXAME FÍSICO 
Deve ser bem feito! 
 Peso; 
 Condição física; 
 Estado de hidratação; 
 Auscultação cardíaca e pulmonar; 
 Temperatura. 
4. EXAMES COMPLEMENTARES 
 HEMOGRAMA COMPLETO 
 Proteína total (albumina); 
 Hemoglobina e volume globular (VG)  IMPORTANTE: nos casos de anemia grave o risco de hipóxia tecidial 
aumenta devido as alterações promovidas pela anestesia. 
 TESTES DE FUNÇÃO HEPÁTICA 
 ALT, AST e FA  Acusam lesões agudas. Nos quadros de lesões crônicas os parâmetros podem estar normais; 
 Metabolização de fármacos: a biotransformação da maioria dos fármacos fica comprometida se houver 
comprometimento hepático. 
 TESTES DE FUNÇÃO RENAL 
 Ureia e creatinina: o aumento pode ser causado por desidratação ou obstrução urinária, mesmo sem ter 
comprometimento renal  Pensar de acordo com a situação do animal; 
 Excreção de fármacos e equilíbrio eletrolítico. 
 AVALIÇÃO DA COAGULAÇÃO 
 Contagem de plaquetas 
Em casos de trombocitopenia (provável Erliquiose) há risco de hemorragia trans e pós-operatória; 
 Tempo de sangramento de mucosa oral 
Tamanho padrão da incisão: 5x1mm; 
Avaliação da função plaquetária; 
Tempo: 1,4 a 3,5 min para cães e 1,5 a 2,5 min para gatos  Se passar, deve-se enviar o material para exame 
laboratorial. 
 Tempo de tromboplastina parcialativada; 
 Tempo de protrombina. 
IMPORTANTE: para pacientes que passarão por procedimentos que sangram muito, como relação de mamas, é crucial 
que se faça a análise do tempo de coagulação. 
 
 GLICEMIA 
 Hipoglicemia causa redução do metabolismo, aumento do tempo de recuperação anestésica, fraqueza e 
convulsões (ocorre em quadros graves e o paciente não acorda ou fica letárgico); 
 Avaliação pré e transoperatória pata cirurgias prolongadas; 
 Importante ppt para pacientes diabéticos (se tornam hipoglicêmicos quando em jejum), filhotes até 6 meses (ppt 
neonatos) e idosos; 
 DEMAIS EXAMES INDICADOS CONFORME A DOENÇA DE BASE OU ALTERAÇÃO OBSERVADA AO 
EXAME FÍSICO 
 Exames radiográficos: animais com tumores pulmonares ou problemas de coração; 
 ECG: se forem percebidas alterações na auscultação e ppt para cardiopatas e pacientes geriátricos; 
 Exames ultrassonográficos (ecocardiografia): animais com tumores hepáticos, esplênicos ou outros; 
 Exames parasitológicos: animais com verminoses/problemas parasitológicos, pois os agentes competem por 
nutrientes e podem causar anemia, devendo ser corrigidos antes da realização de cirurgias. 
 
5. JEJUM 
Indicações: 
 Evitar vômito – pois os fármacos pré-anestésicos podem induzi-lo, causando falsa via por aspiração e 
complicações como pneumonia; 
 Equinos: diminuir o conteúdo gastrointestinal, prevenindo a compactação devido à pressão do estômago e 
intestinos sobre outros órgãos e cólica devido a alterações na motilidade gastrointestinal; 
 Ruminantes: diminuir o conteúdo ruminal, prevenindo a produção de gás excessiva (timpanismo) e a compactação 
por pressão sobre outros órgãos e circulação, impedindo o retorno venoso e alterando a função respiratória; 
 Refluxo – reflexos de tosse e espirro são reduzidos, reduzindo os ricos de aspiração. 
IMPORTANTE: 
 Para animais com alterações prévias podem ter impossibilidade de realização de jejum. Nesses casos, deve-se 
adotar ações como intubação orotraqueal de cabeça alta e rápida para evitar refluxo; 
 Nos casos de jejum prolongado, o suco gástrico se torna mais ácido e pode lesar o esôfago durante o refluxo 
transoperatório. Além disso, se houver aspiração, além da infecção ocorreram lesões nos pulmões; 
 Gatos não devem passar por períodos longos de jejum devido a possuírem problemas com a manutenção da 
glicemia; 
 Animais obesos devem ficar menos tempo em jejum. 
 
 
6. RISCO ANESTÉSICO-CIRÚRGICO 
 Paciente 
Relacionado a condição física no momento da cirurgia. 
 Cirurgia 
Cirurgias extensas, localizadas em órgãos vitais e de emergência estão relacionadas a maior risco. 
 Anestesia 
Tipo de fármacos e equipamentos disponíveis, tempo de anestesia e experiência do anestesista. 
 Classificação do risco anestésico (CLASSE ou ASA) 
 
7. ESCOLHA DO PROTOCOLO ANESTÉSICO 
 Cada paciente deve ser tratado e encarado individualmente – deve-se realizar protocolo diferente para cada um dos 
processos, sejam eles cirurgias ou exames; 
 Levar em consideração o tipo de procedimento cirúrgico, por exemplo, através do tempo de duração. 
8. AUTORIZAÇÃO PARA O ATO ANESTÉSICO-CIRÚRGICO 
 Informar o proprietário a respeito do procedimento e dos riscos/dificuldades envolvidos; 
 Esclarecer dúvidas; 
 Obter autorização sobre o procedimento mediante complicações. 
9. PREPARAÇÃO DOS PACIENTES 
 Confirmar jejum; 
 Higienização (banho/escovação) – diminui o risco de infecção; 
 Tratamento de ectoparasitas – pode ser estabelecido na conduta pré-anestésica para o proprietário; nos casos de 
urgência há dificuldade na realização do mesmo. 
 Remoção das ferraduras – podem potencializar traumas no momento da recuperação; 
 Limpeza da cavidade oral – diminui os riscos de levar alimentos para o pulmão durante a intubação; 
 Separação dos fármacos a serem utilizados, incluindo os de emergência; 
 Cálculo de reposição de volemia – nos casos de desidratação; 
 Investigação da necessidade de transfusão; 
 Separação das áreas a serem puncionadas/utilizadas (descartáveis, soluções etc.); 
 Tricotomia das áreas a serem puncionadas/utilizadas (bordas retas, sem lesões de pele); 
 Cateterização eficiente: cateter de grosso calibre, boa fixação, assepsia, 2 acessos quando a transfusão sanguínea 
for necessária. 
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Nenhum exame complementar substitui o exame físico bem feito!; 
 O exame pré-anestésico deve ser considerado na tomada de decisão para a cirurgia; 
 “Não existem anestésicos seguros, existem anestesistas seguros.” 
 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ANESTÉSICO 
CATEGORIAS CONDIÇÕES FÍSICAS 
EXEMPLOS POSSÍVEIS DA 
CATEGORIA 
1 Pacientes normalmente saudáveis 
Nenhuma doença discernível; animais a 
serem submetidos a ovário-
histerectomia, otectomia, caudectomia 
ou castração. 
2 Pacientes com doença sistêmica leve 
Tumor de pele, fratura sem choque, 
hérnia sem complicação, 
criptoquidectomia, infecção localizada 
ou doença cardíaca compensada. 
3 Pacientes com doença sistêmica grave 
Febre, desidratação, anemia, caquexia 
ou hipovolemia moderada (90 a 100 
FC). 
4 
Pacientes com doença sistêmica grave 
que é uma ameaça constante à vida 
Uremia, toxemia (infecção), 
desidratação e hipovolemia graves, 
anemia, descompensação cardíaca, 
emaciação ou febre alta. 
5 
Pacientes moribundos, os quais não se 
espera que sobrevivam 1 dia, com ou 
sem a operação 
Choque extremo e desidratação, 
malignidade terminal ou infecção, ou 
traumatismo grave. 
OBS.: 
 Uremia: 63% é o limite superior; 
 Desvio esquerdo: ocorre quando há produção de bastonetes na infecção (desvio é o valor de contagem dessas 
células). Também pode haver produção de metamielócitos, indicando infecção mais acentuada. Demonstram que 
a medula está produzindo células jovens para tentar combater a infecção; 
 Nem toda sepse é um ASA 5 e nem todo ASA 5 morre; 
 Glicose 28% é muito baixo; 
 Anemia: considerada com hematócrito a partir de 35%; 
 Piometra pode levar a trombocitopenia por sequestro. 
 Caso Pug: 
o Anemia e neutrofilia 
Animal filhote (8 meses): valores de referência diferentes dos de adultos, por isso, os valores de hematócrito e neutrófilo 
estão normais, apesar de mais baixos. 
o Fígado 
AST e ALT aumentadas: metabolismo hepático ainda é alto devido ao crescimento do fígado, que ainda não se formou 
completamente; 
FA aumentada: produzida por vários tecidos do corpo (ósseo, hepático, útero ...) e o animal se encontra em período 
de crescimento ósseo; 
Albumina aumentada: paciente recebeu vermífugo há pouco tempo. 
 
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (MPA) 
É todo agente administrado antes da indução anestésico com a finalidade de preparar o animal para a anestesia. É a 
primeira etapa da anestesia e influência nas demais etapas. Apesar de normalmente ser feita fora do bloco cirúrgico, 
nada impede que seja usada também no transoperatório com função dupla (efeito analgésico e potencializador da ação 
de anestésicos gerais, que irão necessitar de dose menor para promover o mesmo efeito). Inclui sedativos, analgésicos 
e outros. 
 PRINCIPAL OBJETIVO 
Preparar o paciente para a anestesia, facilitando os procedimentos pré-anestésicos (tricotomia, acesso venoso). 
 
 OUTROS OBJETIVOS 
 Potencializar o efeito dos anestésicos gerais ou dissociativos; 
 Diminuir possível agitação durante a indução anestésica; 
 Promover o relaxamento muscular – favorável em cirurgias ortopédicas. Exemplo: a Cetamina, anestésico 
dissociativo, pode causar espasmo muscular, esse efeito pode ser reduzido com um MPA voltado para o 
relaxamento muscular. 
 Diminuir a dor e o desconforto do animal; 
 Viabilizar a indução por anestésicos inalatórios (medicamentos que podem promover indução e volta do 
paciente rápidas ou não) – devido a relativa demora para indução dos pacientes, os anestésicos inalatórios não são 
recomendados para grandes animais, pois enquanto eles se debatem é difícil promover segurança para os 
envolvidos no procedimento; 
 Possibilitar procedimentos comanestesia local; 
 Reduzir efeitos indesejáveis dos anestésicos sobre o SNA – como sialorreia intensa, alguns podem aumentar, 
como a Xilazina; 
 Propiciar recuperação tranquila – principalmente para equinos e animais muito agitados. 
 
 PRINCIPAIS GRUPOS FARMACOLÓGICOS 
Fenotiazínicos; 
Benzodiazepínicos; 
α2-agonistas; 
Anticolinérgicos; 
Opioides – potencializam a sedação (podendo ser usados em associação com fenotiazínicos) e promovem analgesia. 
 
1. FENOTIAZÍNICOS 
É a classe mais utilizada (ppt para cães e gatos) e seu grupo é composto por Acepromazina (Acepran), 
Clorpromazina (Amplictil) e Levomepromazina (Neozine). Sendo a acepromazina a mais barata, fácil de encontrar, com 
uso exclusivo para a Medicina Veterinária, possuindo administração injetável ou oral e, por isso, sendo a mais utilizada. 
Promovem sedação/tranquilização leve (classe intermediária) e redução da atividade motora (animal mais lento, 
menos responsivo – a terceira pálpebra ocupa metade do olho e o animal dorme se não tiver barulho no ambiente). 
Porém, a sedação intermediária promovida quando administrado sozinho não é suficiente para animais extremamente 
agitados ou agressivos. Se associado com outros medicamentos pode causar sedação mais intensa. 
Um importante efeito promovido é o relaxamento de exposição do pênis. Por isso, deve-se ter cuidado com a 
exposição prolongada e realizar acompanhamento principalmente em animais usados para reprodução, como equinos, 
pois podem ocorrer lesões relacionadas com o edema do pênis e animal solto no pasto, já que esses medicamentos 
podem ter ação de até 4h. 
 
 Efeitos desejáveis 
 Sedação leve a moderada; 
 Efeito potencializador do anestésico geral – 30-40% - reduz o requerimento do anestésico geral, ajustando a 
dose a partir do efeito; 
 Efeito antiemético – mais pronunciado na Clorpromazina; 
 Efeito antiarritmogênico – diminui o risco de arritmias produzidas por fármacos que sensibilizam o coração, como 
a adrenalina (usada em casos de ressuscitação), a partir da diminuição da sensibilidade do miocárdio a 
catecolaminas através do bloqueio dos receptores α-adrenérgicos. Importante ppt para pacientes que já possuem 
arritmias. 
 
 Efeitos indesejáveis 
 Redução da pressão arterial – Efeito mais marcante. Age nos receptores α1 dos vasos periféricos (responsáveis 
pela vasoconstrição) causando vasodilatação através de antagonismo e diminuição da resposta fisiológica. A 
vasodilatação periférica diminui a resistência vascular periférica e, como PA = DC (débito cardíaco) x RVP 
(resistência vascular periférica), há redução da PA. Para animais saudáveis esse efeito dura 10 minutos e é 
compensado com aumento da frequência cardíaca. 
Problema: dose exagerada ou pacientes que já possuem redução dessa resposta ou pressão arterial baixa devido 
a disfunção cardíaca (alteração na função cardiovascular), hemorragias e sepse (aumento de substâncias pró-
inflamatórias causa aumento de permeabilidade vascular e vasodilatação – o uso do medicamento pode causar 
vasodilatação extrema e choque), onde deve-se analisar se vale a pena utilizar os medicamentos; 
 Redução da frequência respiratória – para animais que tem a função respiratória adequada não é um problema 
e, até mesmo para pacientes ASA 4 e 5, onde pode-se dar suporte respiratório. Problema: animais braquicefálicos 
– reduzir a dose em 40-50%; 
 Não possuem efeito analgésico – animal ainda pode responder a dor, para gerar esse efeito deve ser administrado 
associado a opioides; 
 Redução do hematócrito – vasodilatação promove esplenomegalia (baço aumenta o sequestro de hemácias), 
acusando anemia que não é real (aumentada em até 50%), por isso, o medicamento não deve ser usado para 
realização de exames laboratoriais ou transfusão sanguínea; 
 Redução do limiar convulsivo – evitar em pacientes com crise epilética não controlada; 
Tranquilizantes (reduzem a atividade motora, promovendo relaxamento muscular) ou sedativos 
(diminuem a ansiedade com acentuada depressão do SNC sem causar perda da consciência. 
 Redução da temperatura corporal – devido a diminuição da movimentação muscular, vasodilatação periférica 
(favorece a perda de calor para o ambiente) e efeito no hipotálamo (diminui a percepção e resposta fisiológica 
termostato natural). Problema: animais com hipotermia prévia (35-32ºC), ambientes gelados, pacientes com risco 
de hipotermia (magros, neonatos e idosos) e pacientes muito pequenos, pois possuem área de superfície muito 
grande em relação ao peso 
 Prolapso do pênis. 
OBS.: Atualmente utilizam-se doses menores para diminuir os efeitos indesejáveis. 
 
 Características 
o Dose-teto 
O incremento na dose não potencializa os efeitos sedativos e a partir dessa dose os efeitos indesejáveis são 
potencializados para sedação intensa, por isso, o ideal é fazer associação ou utilizar outro fármaco e não aumentar a 
dose. Além disso, altas doses podem causar efeitos extrapiramidais, como tremores, hipotensão, hipertonia muscular, 
inconsciência e convulsões, pois atuam no tronco cerebral. Para pacientes que já chegam com esses efeitos (muitos 
casos), ppt hipotensão, o uso é preocupante devido ao tempo e efeito. 
Dose: 0,05 mg/kg para sedação moderada. 
 
 Uso clínico 
MPA – procurar associações, por exemplo, com opioides como morfina ou tramadol, para obter sedação mais 
acentuada e analgesia, e benzodiazepínicos; 
Transporte – ppt para pequenos animais (VO); 
Exames – ppt de imagem (ultrassonografia). 
 
IMPORTANTE.: 
Levomepromazina: efeito leve e a apresentação oral é mais encontrada (injetável não é achada); 
Prometazina: efeito anti-histamínico mais pronunciado. 
 
 
 Contraindicações 
Desidratação extrema – pois gera redução da pressão arterial e da resposta fisiológica para contrabalancear (na leve 
não contraindica); 
Hemorragia; 
Choque – pior dos casos; 
Cães braquicefálicos – possuem maior propensão a desenvolver vasodilatação e hipotensão  Monitorar; 
OBS.: Para animais com hipotensão, entrar com fluido para aumentar a pressão arterial antes do procedimento. 
 
2. BENZODIAZEPÍNICOS 
Os mais famosos são Diazepan e Midazolan. Muito usados na medicina humana para procedimentos ambulatoriais, 
como endoscopia. Possuem efeito ansiolítico, hipnótico em algumas espécies (exceto cães e gatos) e 
anticonvulsivante. Além disso, devido ao efeito miorrelaxante são muito utilizados junto ou previamente a Cetamina 
reduzindo o efeito espasmódico. 
Agem no GABA, neurotransmissor inibitório do SNC, se ligando e aumentando o tempo de ligação de outros 
fármacos no receptor gabaérgico, como anestésicos gerais, dos quais são potencializadores. 
São bastante seguros e indicados para pacientes com alguma alteração prévia, pois não reduzem pressão arterial 
nem frequência respiratória. Já em pequenos animais hígidos/saudáveis, podem causar excitação (efeito paradoxal), 
sendo necessário fazer pré-indução associando o uso dos fenotiazínicos. Também não funciona como sedativo em 
animais agitados ou agressivos. 
 
 Efeitos desejáveis 
 Tranquilização leve em suínos, equinos e ruminantes – causam ataxia pelo relaxamento muscular, por isso, em 
equinos e ruminantes devem ser utilizados para fazer pré-indução, que ocorre logo antes da anestesia geral; 
 Relaxamento; 
 Efeito potencializador – anestésicos gerais; 
 Efeito anticonvulsivante; 
 Pouca influência sobre os parâmetros cardiovasculares (PA) e respiratórios (FR) – em animais que já 
possuem alterações prévias. 
IMPORTANTE.: Possui efeito curto (15-20 min), por isso, geralmente se faz a administração seguida de infusão ou 
apenas no momento da pré-indução. 
 
 Flumazenil 
Antagonista competitivo que age inibindo a ligação dos benzodiazepínicos nos receptores gabaérgicos. Reverte todos 
os efeitos, por isso, para pacientes com convulsão deve-se lembrar que o efeito anticonvulsivante também será 
revertido. Como deixa o GABA livre, não interfere na ação do anestésico geral, já que o mesmo continuaráligado aos 
receptores. Dose: 0,005 mg/kg para reverter 0,05 mg/kg de benzodiazepínico. 
 Efeitos indesejáveis 
Não possuem efeito analgésico – não devem ser usados para controle da dor; 
Agitação em pequenos animais hígidos – efeito paradoxal. 
 
3. α2-AGONISTAS 
Sedativos clássicos que causam sedação mais acentuada (que pode levar a ataxia grave) e analgesia a partir de 
ação sobre os receptores α2-adrenérgicos. O mais conhecido do grupo é a Xilazina, mas também conta com 
Detomidina (mais usada em equinos), Medetomidina (não comercializada no Brasil), Romifidina e Dexmedetomidina 
(Detomidina purificada: sedação mais eficaz e segura). 
Promovem sedação dose-dependente, porém não devem ser usados como anestésicos gerais, pois não causam 
depressão completa do SNC. Possuem antagonistas: ioimbina (mais voltada para a Xilazina), atipamezol e tolazolina. 
Seu uso é interessante na prática devido a sedação rápida com reversão, porém o preço é um limitante, ppt para 
os mais específicos. É importante frisar que a administração rápida por IV causa excitação e reversão da analgesia. 
A Dexmedetomidina pode ser utilizada em doses baixas como analgésico no pós-operatório quando o uso de 
opioides é contraindicado, como por exemplo nos casos de reações alérgicas. 
 
 Receptores α2-adrenérgicos 
α2a Córtex cerebral e tronco encefálico. Sedação e analgesia. 
α2b 
Medula espinhal e endotélio 
vascular. 
Analgesia, vasoconstrição (associada a aumento inicial da PA 
seguida de normalização) e bradicardia (em animais de grande porte 
raramente ocorre durante a sedação, em cães e gatos ocorre 
redução drástica da FC). 
α2c Medula espinhal. 
Analgesia espinhal (via epidural favorece os efeitos de analgesia e 
reduz os efeitos sistêmicos do fármaco, como relaxamento do pênis e 
Miorrelaxamento dos membros pélvicos, por isso, é muito utilizada 
para balanopostite em ruminantes, onde facilita o manejo do animal e 
o bloqueio local) e termorregulação (importante se atentar a 
temperatura do fluido utilizado no animal, proteção das extremidades 
do animal, temperatura do local etc.). 
α2d Córtex cerebral e tronco encefálico. Sedação e analgesia. 
 
IMPORTANTE.: 
 Todos têm efeito no receptor α2, causando sedação, porém se tornam mais seletivos, diminuindo as chances 
do aparecimento dos efeitos de luta ou fuga e promovendo maior analgesia; 
 A Xilazina é o menor seletivo, por isso, pode ocorrer agitação e contração muscular; 
 O animal também pode sofrer agitação antes do efeito sedativo se iniciar. 
o Seletividade dos receptores 
Xilazina: 160:1; 
Detomidina: 260:1; 
Romifidina: 340:1; 
Medetomidina: 1620:1; 
Dexmedetomidina: 1620:1. 
 Efeitos desejáveis 
 Sedação pronunciada; 
 Analgesia superficial – redução da atividade do animal; 
 Miorrelaxamento – leva a ataxia (abertura dos membros). Usados em procedimentos cirúrgicos onde há indicação 
de miorrelaxamento; 
 Reduzem o requerimento de anestésicos gerais – redução intensa. 
 
 Efeitos indesejáveis 
 Redução da frequência respiratória quando associado a outros fármacos (por exemplo, opioides) – manter 
animal com suporte ventilatório; 
 Bradicardia e bradiarritmia (arritmias por redução da FC) – Efeitos mais importantes, ppt em cães e gatos. Ocorre 
hipertensão inicial transitória seguida da redução do débito cardíaco que pode causar bradicardia; 
IMPORTANTE.: Deve-se utilizar Atropina (colinérgico) antes da utilização de α2-agonistas visando minimizar a 
bradicardia? Em animais normais o organismo promove vasoconstrição para manter a frequência cardíaca por isso, 
não se faz necessária. Em animais previamente hipotensos (hipotensão acentuada devido a redução da frequência 
cardíaca), bradicárdicos ou que possuam alterações cardíacas, não deve ser utilizada, pois traria consequências 
sistêmicas e, como a própria analgesia promove redução da pressão arterial e frequência cardíaca, a utilização de 
Atropina nesses casos atrapalharia a investigação do que está levando a bradicardia. Além disso, o aumento da 
frequência cardíaca diminui o aporte nutricional e leva a esforço do músculo cardíaco, o que não é benéfico. 
 Vômito – independente do animal estar ou não em jejum; mais evidente com a Xilazina; 
 Salivação – cães, gatos e ruminantes, exceção: equinos. 
 
 Sensibilidade da espécie 
Ruminantes são os mais sensíveis aos α2-agonitas, por isso, a Xilazina já promove efeito sedativo importante. Acredita-
se que se deva a localização e distribuição dos receptores no SN. Devido a isso, a dose deve ser menor: 0,05 mg/kg 
a 0,2 mg/kg. Já para equinos, cães, gatos e suínos a dose varia entre 0,8 mg/kg a 1 mg/kg. 
IMPORTANTE.: Se a dose de equinos (1mg/kg) for administrada em bovinos os animais tendem a entrar em 
decúbito. 
 
 Contraindicações 
 Desidratação, hemorragia não controlada, choque; 
 Cardiopatias – bradiarritmias, doenças que reduzem o débito cardíaco; 
 Pacientes debilitados – com algum déficit no SN; 
 Situações em que o vômito é contraindicado – obstrução de esôfago por corpo estranho, estenose de esôfago, 
megaesôfago, endoscopia (pois suja o trato) ou fratura da boca (animal não consegue abrir a boca). 
 
 Antagonistas α2 
A reversão dos agonistas α2-adrenérgicos não deve ser efetuada sem considerar o potencial de excitação do paciente, 
perda de analgesia e efeitos adversos cardiovasculares, incluindo taquicardia e hipotensão. 
o Atipamezol 
Antagonista competitivo que reverte os efeitos adversos dos α2-agonistas; 
Mais potente (reversão rápida e completa) e específico (reversão dos fármacos mais específicos: Medetomidina e 
Dexmedetomidina). 
Doses: 
Cães e gatos: 0,05 mg/kg IV ou IM; 
Grandes animais: 0,02-0,06 mg/kg. 
o Ioimbina 
Antagonista dos receptores α2-adrenérgicos, aumenta a liberação de noradrenalina nas terminações nervosas; 
É necessário manipular e deve ser feita lentamente por via IV. 
Mais utilizada para reversão da Xilazina. 
Doses: 
Cães e gatos: 0,1-0,2 mg/kg. 
 
4. ANTICOLINÉRGICOS 
Exercem seus efeitos por meio de antagonismo competitivo da acetilcolina nos receptores muscarínicos colinérgicos 
pós-ganglionares no sistema nervoso parassimpático. 
Seu uso não é obrigatório e não devem ser considerados para sedação ou analgesia, mas sim para prevenir a ação 
de outros fármacos utilizados na anestesia. Os fármacos mais utilizados são Atropina (mais utilizada), Glicopirrolato e 
Escopolamina. 
A indicação deve ser baseada no conhecimento dos efeitos e dos riscos do fármaco, levando em consideração também: 
 Os fármacos administrados; 
 Espécie – para equídeos causa estase intestinal devido a redução da motilidade, por isso, não é utilizado para tratar 
bradicardia em equinos; 
 O estado patológico – sepse (considerar); 
 A idade – pacientes neonatos e pediátricos não respondem, pois apresentam sistema pouco maduro (não há 
resposta dose-dependente) e idosos, devido a redução da reserva cardíaca, pois o músculo cardíaco cansado não 
trabalha bem em menor [O2]; 
 O procedimento que irá ser realizado. 
 
 Indicações 
 Redução das secreções salivares e respiratórias; 
 Aumento da frequência cardíaca (bloqueio vagal); 
 Promover midríase (dilatação da pupila). 
 Antigamente: MPA obrigatória para anestesia com éter; 
 Atualmente: uso prévio a Xilazina em algumas situações onde pode haver bradicardia acompanhada de 
hipotensão  Atropina. 
 
IMPORTANTE.: 
Escopolamina é tóxica para gatos e causa hemólise; 
Levam a diminuição da produção cardíaca – cuidado com animais com ceratoconjuntivite seca ou leve e úlceras de 
córnea; 
Glicopirrolato não ultrapassa barreiras hematoencefálica e placentária; 
Inibição da secreção salivar: efeito antissialogogo. 
 
 Contraindicações 
 Taquicardia e arritmia – para animais que já possuem a frequência cardíaca naturalmente alta, não deve ser 
utilizado, mesmo em doses baixas, pois podem causar hipóxia no miocárdio levando a arritmias mesmo em cães 
que não apresentam ou que apresentam taquicardia moderada; 
 Equídeos – devidoa redução da motilidade e secreções do TGI, o uso deve ser evitado, visto que pode levar a 
cólicas, compactações e íleo paralítico (interage com o neuropeptídio Y). 
 
5. OPIOIDES 
 DOR 
“Experiência sensorial e emocional desagradável associada à lesão tecidual real ou potencial ou descrita em termos 
de tais lesões.” A dor protege, pois é o primeiro sintoma que ocorre na maioria das doenças. 
 Nocicepção 
Tudo que acontece da lesão até a dor (consciência, sensação); 
Todo o caminho percorrido pelo estímulo até chegar no córtex cerebral (processamento e consciência da dor). 
o Trajeto do estímulo 
Receptores químicos presentes por todo o corpo fazem a transdução do estímulo nocivo mecânico, físico, químico ou 
térmico em elétrico  Modulação: na medula óssea o estímulo pode ser intensificado ou reduzido  Projeção até a 
córtex cerebral, onde ocorre a percepção da dor. OBS.: Antes de chegar a córtex, os estímulos passam pelo Tálamo, 
onde há distribuição dos mesmos. 
Exemplos.: 
Anestésico local: impede que o estímulo seja transduzido pelos receptores químicos; 
Anestésico epidural: impede a projeção do estímulo até o SNC; 
Anestésico geral: impede a percepção do estímulo no córtex cerebral a partir de desligamento transitório dos 
receptores; 
AINE’s: diminuem a resposta inflamatória, reduzindo a percepção dos receptores; 
Adjuvantes: terapia elétrica ou com frio, acupuntura. 
IMPORTANTE.: Quando não se utiliza substância que impeçam todo o trajeto do estímulo o sucesso da analgesia no 
pós-operatório pode ser comprometido, ou seja, a dor pode ser pronunciada. Controle da dor transoperatória = Menor 
requerimento de analgesia. 
 
 
 Percepção da dor 
Equinos: movimentação, raspar dos pés, cabeça baixa, posição de arqueamento do dorso; 
Bovinos: olhar para a lesão, caminhar de um lado para o outro e levar a pata até o local (dor leve); isolamento e 
imobilização (dor moderada); imobilidade, animal deitado e movimento de desconforto (dor intensa); 
Gatos: animal quieto, olha quando mexe no local (dor leve); avança quando mexe no loca (dor intensa); 
Cães: animal não sai do decúbito, ventilação mais alta. OBS.: Pancreatite grave é uma das patologias que mais causam 
dor em cães. 
 Escala de dor 
A partir de 30% do total da escala: dor leve  analgesia leve; 
A partir de 50% do total da escala: dor moderada  analgesia moderada; 
100% da escala: dor aguda  analgesia intensa. 
 
 MEDICAMENTOS 
Os opioides são fármacos com efeito predominantemente analgésico que devem ser utilizados apenas para terapia 
analgésica, sendo o uso para outra finalidade não recomendado. A mais conhecida do grupo é a Morfina. 
Sua ação analgésica se dá através da interação com os receptores opioides e pode ser antagonizada pela 
Naloxona (opioide antagonista), o que promove segurança nos casos de sobredose e efeitos adversos. 
Para a prática anestésica, são utilizados principalmente devido a seu efeito analgésico, porém, como segundo 
objetivo podem ser utilizados para a sedação em algumas espécies. 
 
 Efeitos desejáveis 
 Analgesia – mais importante. A potência varia entre os fármacos: Fentanil (potência alta – dose baixa), Peperidina 
(potência moderada), Tramadol (potência baixa a moderada e boa segurança – analgesia pós-operatória em casa 
devido a apresentação oral); 
 Sedação em algumas espécies – Exemplo: morfina associada com fenotiazínicos em cães leva a pronunciamento 
da analgesia e redução do requerimento de anestésicos gerais; 
 Redução do requerimento de anestésicos gerais – Como? “Desliga” os receptores, reduzindo a sensibilidade 
dolorosa e promovendo menor depressão do SN e um plano anestésico mais superficial. Fato que mantém o animal 
em um plano anestésico superficial (mantém a atividade normal), aumentando a segurança do ato anestésico; 
 Podem ser administrados em pacientes de alto risco (comprometimento hepático, renal e cardiovascular) – 
esses pacientes se beneficiam da redução do anestésico geral; 
OBS.: Fármacos de ação rápida, como o Remifentanil (2-5 minutos), possibilitam o ajuste da dose ao longo de 
todo o procedimento por infusão contínua. 
 
Importante: 
 Fentanil e Sufentanil devem ser utilizados com bolus inicial lento (2-3 mcg/kg em 5 minutos) antes da indução 
do animal devido à demora da solução para atingir o equilíbrio. 
 Remifentanil muito bom para uso em cavalos com cólica, porém o custo é muito alto (1 frasco por hora); 
 Fentanil e Sufentanil: volumes de distribuição altos e metabolização baixas (acúmulo) x Remifentanil: volume 
de distribuição baixo e metabolização alto; 
 Efeito nociceptivo (analgésico) do Sufentanil no transoperatório é melhor que o do Fentanil e Remifentanil; 
 Alfentanil pode ser utilizado como co-indutor (efeito rápido quando aplicado em bolus); pode ser aplicado por 
via IM mantendo efeito rápido  Muito utilizado em gatos obstruídos (dilatação da uretra devido ao efeito 
analgésico), porém é caro; 
 Sufentanil causa grande depressão respiratória  Cuidado com pacientes que acordam rapidamente da 
anestesia (ppt nas inalatórias), devido a descarga adrenérgica endógena que influencia a farmacocinética do 
medicamento e favorece maior depressão respiratória e cardiovascular; 
 Remifentanil pode ser utilizado nos cardiopatas, apesar da vasoconstrição e possível depressão cardiovascular 
causada. Além disso, como geralmente é utilizado em protocolo com Propofol, a vasoconstrição é equilibrada 
por esse anestésico. 
 
 Efeitos indesejáveis 
 Ação no SNC causando excitação – ocorre em gatos e equinos (bovinos e cães: sedação); 
 Diminuição da frequência cardíaca (bradicardia) – devido a estímulo do núcleo vagal central (aumenta a 
estimulação do sistema nervoso parassimpático), é causada pelos opioides mais potentes, como Fentanil e 
Remifentanil, e deve ser tratada ou revertida com anticolinérgico; 
 Liberação de histamina – ocorre quando a Morfina ou a Meperidina são administradas por via IV. Efeito intenso e 
preocupante devido a liberação de grande quantidade em pequeno período (administração em bolus). Causa 
resposta Th2 (alérgica), com vasodilatação pronunciada e redução da pressão arterial que podem levar a 
hipovolemia. OBS.: Melhor fazer infusão lenta (dose partida). 
 Depressão respiratória dose-dependente – reduzem a sensibilidade/percepção dos receptores sobre a [CO2] no 
sangue, reduzindo a resposta fisiológica. Além disso, também reduzem a frequência respiratória, levando a alcalose 
seguida de hipóxia em animais sem acompanhamento/suporte respiratório. Assim como na FC, os opioides mais 
potentes estão relacionados a maior depressão. Problema: pacientes com distúrbio respiratório de base, onde 
deve-se reduzir a dose; 
 Vômito (cães e gatos) – em pacientes sem dor aparece com maior frequência, porém, quando são usados para 
tratar pacientes com dor não há esse efeito. OBS.: Em algumas situações há indicação para provocar vômito, 
por exemplo um cão que engoliu uma meia. Por que não usa Xilazina ou Fenotiazínico? Porque a Morfina 
leva a sedação mais leve; 
 Constipação – decorre do uso prolongado devido a ação no plexo mioentérico, causando hipomotilidade intestinal; 
 Excitação (gatos e equinos) – administração IV ou dose alta acompanhada de sedação em pacientes hígidos. 
 
 RECEPTORES 
 
o Mi 
 Euforia/excitação; 
 Dependência física – é causada também devido a depressão do fármaco de forma lenta após uso crônico; 
 Constipação – ppt em tratamentos prolongados  Preocupação adicional em equinos (cólica). Em cães e gatos, 
associa-se o uso de laxante leve quando há uso crônico (pacientes com problemas articulares como artrose e 
oncológicos). 
o Kappa 
 Disforia (depressão) – mais relacionada ao uso no ser humano. 
o Delta 
 Excitação/alucinações – dose alta ou administração IV rápida (mais frequente em gatos e equinos). 
OBS.: Associação de opioide com potencializa a sedação e diminui o risco de excitação. 
 
o Classificação em relação ao receptor de ligação 
 Agonistasplenos – se ligam aos receptores opioides sem distinção (mais utilizados). 
Exemplos.: Metadona (ação mais evidente em Mi agonistas), Morfina, Fentanil, Meperidina, Aximorfona. 
 Agonistas parciais – se ligam a receptores específicos. 
Exemplos.: Buprenorfina. 
 Agonista-antagonista – causa efeito agonista em um receptor e ocupa outro causando antagonismo. 
Exemplo.: Butorfanol (efeito agonista no receptor kappa, levando a boa ação analgésica visceral e efeito antagonista 
no receptor mi, causando depressão respiratória). OBS.: Bom efeito sedativo para gatos e equinos, tempo de ação 
curto (2h), dose-teto, muito usado em casos de infeção urinária (analgesia visceral em associação com Acepromazina 
e sedação). 
 Antagonistas puros – revertem o efeito dos opioides em todos os receptores. 
Exemplo.: Naloxona (nos casos de efeito histamínicos, não reverte o efeito e é necessário o uso de anti-histamínico). 
 
IMPORTANTE.: 
 Metadona: maior chance de causar arritmias, mais usado para pós-operatório devido ao tempo de ação longo, pois 
pode-se espaçar as doses; 
 Tramadol: dor leve a moderada; muito usado devido a possibilidade administração oral (cães e gatos) e o fácil 
acesso em farmácias permitir tratamento fora da clínica, mas também possui administração IV para boa parte das 
espécies domésticas; 
 Butorfanol: não tem tanto efeito cardiovascular e possui bom efeito sedativo; não deve ser administrado com 
agonistas mi; bom para dor visceral (equinos com cólica: repetir a dose após 2h devido ao pico de ação mais rápido 
– caro), mas não produz bom efeito para dores musculoesqueléticas. 
 Meperidina: analgesia menor e sedação maior, risco de liberação de histamina menor, sedação ótima quando 
associada a Fenotiazínicos ou Benzodiazepínicos; 
 Fentanil, Alfentanil, Remifentanil e Sufentanil: tempo de ação mais curto (infusão contínua, por exemplo durante 
o trânsito anestésico e no pós-operatório) e potência maior (necessita de dose menor). 
 
 NAXOLONA 
 Antagonista puro – reverte toda a ação dos opioides agonistas; 
 Promove hiperalgesia (amplificação da sensação dolorosa) em situações de estresse; 
 Antagonismo da depressão respiratória – tratamentos rápidos sem suporte respiratório; 
 Convulsões em altas doses – devido a depressão do SNC; 
 Período de ação: 1 a 2 horas – para fármacos de longa duração ocorre renarcortização, ou seja, efeito tardio do 
fármaco após a reversão (reaparecimento dos efeitos do fármaco). 
 Doses.: Cães e gatos: 0,02-0,04 mg/kg IM ou SC; Equinos: 0,01 a 0,02 mg/kg. 
 
 USO CLÍNICO 
 Analgesia pré, trans e pós-operatória; 
 Escolha baseada na severidade da dor, potência e período hábil do fármaco e intensidade do efeito sedativo (em 
gatos é comum usar Acepromazina + Morfina ou Tramadol). OBS.: O período hábil do fármaco está relacionado 
com o intervalo de administração, diferente para pacientes em diferentes situações (administração 
dificultada devido ao temperamento ou internados com acesso venoso); 
 Administração por via sistêmica (IV, IM, SC ou oral), epidural (Morfina – efeito pode durar 24 horas, Metadona, 
Fentanil  redução da dose e promoção de efeito analgésico mais localizado, em um segmento da medula 
espinhal), intra-articular (receptores opioides na cápsula articular – Morfina usada para artrose e osteoporose), 
tópica (córnea) e transdérmica (Fentanil adesivo – liberação lenta do fármaco e permite tratamento em casa). 
 
ANESTÉSICOS LOCAIS 
A anestesia local gera um estado de insensibilidade localizada sem alteração do nível de consciência. É produzido 
por substâncias específicas que quando colocadas em contato com o tecido nervoso promovem o bloqueio reversível 
da condução do impulso. 
Os anestésicos locais impedem a geração do impulso doloroso, por isso, são ferramentas de interesse para 
promoção da analgesia e redução da sensibilidade dolorosa no transoperatório, onde o anestésico geral só servirá 
para imobilização do animal. Além disso, se houver problema com a anestesia geral, o anestésico local impedirá que 
o paciente sinta dor. Também reduzem a dor pós-operatória, melhorando a recuperação do animal e as técnicas 
específicas de bloqueio local permitem procedimentos cirúrgicos a campo (em locais não cirúrgicos). 
 
 ANESTESIA LOCAL 
 INTRODUÇÃO 
Estabilização das células nervosas bloqueando a condução. 
OBS.: Falha no bloqueio = [ ] ou localização inadequadas. 
 
 VANTAGENS 
Procedimentos cirúrgicos com o animal consciente – uso limitado na veterinária devido ao comportamento dos 
animais; 
Redução do requerimento do anestésico geral – quando usado em animais anestesiados mantém as respostas 
fisiológicas e um estado mais superficial da anestesia geral; 
Analgesia pós-operatória – quando se utiliza anestésicos locais de longa duração via cateter intravenoso, o que 
promove segurança, pois mantém o animal se mantém consciente, come etc. sem dor. Exemplo: para cirurgias que 
geram dor intensa, como amputação de membros, pode-se manter uma sonda próxima do local das terminações 
nervosas para a aplicação do anestésico local, o que substitui o uso de opioides, que podem gerar excitação. 
 
 AÇÃO 
 Bloqueio dos canais de sódio – impede a resposta ao estímulo de dor; 
 Menor afinidade por canais de cálcio; 
 Impedem a despolarização da membrana celular, a excitação e a condução do estímulo nervoso – elevam o 
limiar para excitabilidade elétrica. 
OBS.: São administrados no tecido, mas a ação só ocorre após a transposição da membrana celular e ligação 
com os canais de sódio intracelulares. 
 
 APLICAÇÃO TÓPICA OU INJETÁVEL 
Exemplo.: Dessensibilização da laringe em gatos – esses animais só perdem a sensibilidade (redução do estímulo de 
deglutição e vômito) no local em plano anestésico profundo, por isso, evita o uso de anestésicos gerais e mantém os 
animais em plano anestésico mais superficial (segurança). 
o Pomadas 
Anestesia infiltrativa – pele ou boca. 
Aplicação: 
 Uso eficiente: devem cegar em [ ] adequada até o interior da célula nervosa; 
 Afetam o período de ação do fármaco (aumentam ou diminuem as barreiras para sua ação): quantidade 
suficiente, proximidade com o nervo, espessura do nervo, presença de bainha de mielina e presença/ausência 
de nódulos de Ranvier; 
 Afetam a atividade dos anestésicos locais: pka, lipossolubilidade, grau de ligação com as proteínas 
(permanência do fármaco na região, tempo de ação e período de latência). 
 
 COMPOSIÇÃO 
3 porções: 
 
 Anel aromático 
Porção lipossolúvel; 
De acordo com a modificação, o fármaco pode se transformar em mais ou menos lipossolúvel; 
Aumenta a potência anestésica – exemplo: Tetracaína (mais lipossolúvel) x Procaína. 
IMPORTANTE.: A Etidocaína é uma exceção, pois devido a ser extremamente lipossolúvel não apenas adentra a 
célula, mas vai para outros tecidos (ppt adiposo – lipídeos) onde não possui efeito. 
 Cadeia intermediária 
Classificação do anestésico local de acordo com a metabolização. 
 Tipo éster: sofre hidrólise (biotransformação por hidrólise via esterases presentes no tecido) plasmática e não 
depende de metabolização hepática. Exemplo: procaína; 
 Tipo amino: precisa de metabolização hepática. Importante: em pacientes com doença hepática pode haver 
sobredose e intoxicação. Exemplo: lidocaína. 
 Terminal amina 
Porção hidrossolúvel; 
Carregada ou não de acordo com o pH do tecido onde é administrado; 
pka (ponto de ionização) altera o ponto de latência do fármaco, ou seja, fármacos carregados tem menor 
permeabilidade através da membrana celular, o que leva a menor transposição e menor ligação com os receptores de 
sódio intracelulares, e vice-versa. 
o pka (constante de ionização) 
Diferente para cada fármaco; 
Quando a molécula é colocada em seu pka, 50% em sua forma ionizada (moléculas carregadas) e 50% em sua forma 
não-ionizada, ou seja, é o ponto de equilíbrio da molécula. 
 Quando o pH é mais baixo (ácido) que o pka da molécula há maior grau de ionização e maior proporção 
do fármacona forma ionizada (hidrofóbica), ou seja, o pH mais ácido DESFAVORECE a penetração do 
fármaco pela membrana celular levando a um período de latência mais LENTO, pois o fármaco demora a 
atingir os receptores intracelulares; 
 Quando o pH é mais alto (básico) que o pka da molécula há menor grau de ionização e maior proporção 
do fármaco na forma não-ionizada (hidrofílica), ou seja, o pH mais básico FAVORECE a penetração do fármaco 
pela membrana celular levando a um período de latência mais RÁPIDO, pois o fármaco atinge os receptores 
intracelulares rapidamente. 
IMPORTANTE.: 
 Como o pH fisiológico é 7,4, quanto mais próximo desse pH maior a [ ] na forma ionizada. Todos os anestésicos 
locais possuem pka maior! 
 Em casos de inflamação, o pH do tecido fica mais ácido, por isso, os fármacos demoram mais para fazer efeito. 
Nesses casos, os melhores fármacos são os com pH mais baixo, pois estão mais próximos ao do tecido. 
 Para melhorar o efeito dos fármacos, pode-se adicionar bicarbonato junto no local de aplicação para favorecer a 
alcalinização do tecido. Limitação: é um sal e pode precipitar o AL. 
 
 ABSORÇÃO 
Dose; 
Vascularização no local – promove distribuição do fármaco pela circulação e para outros tecidos e é uma forma de 
remover o fármaco da região. Em áreas extremamente irrigadas, como o flanco de bovinos (anestesia para 
rumenotomia), o tempo de ação é menor, mas em áreas com baixa irrigação, como ponta de orelha e cauda, o tempo 
de ação é maior. Como modular? Adição de vasoconstritores para diminuir a redistribuição/remoção do fármaco pelo 
organismo, favorecendo intoxicações. 
o INTOXICAÇÕES 
Ação do anestésico local em outras membranas excitáveis causando estabilização: 
 Sobredose – comum em pequenos animais, em casos onde se utiliza pequenos volumes em vários locais, por 
exemplo, para retirada de nódulos da pele (nesses casos deve-se diluir o fármaco ou é melhor usar anestesia 
geral); para grandes animais, só ocorre em casos de administração de grandes [ ] por IV e em filhotes 
pequenos; 
 Absorção exagerada – locais extremamente irrigados + dose exagerada; 
 Injeção intravascular equivocada. 
 
A circulação do anestésico local pela circulação sistêmica pode ser um problema no caso de uso de altas doses em 
locais extremamente irrigados. Nesses casos, o fármaco pode sofrer redistribuição e ação em outros tecidos, como 
coração (a estabilização da condução elétrica leva a arritmias, bradiarritmias e parada cardíaca em casos extremos), 
músculo esquelético (causa espasticidade e incoordenação), SNC (encéfalo – alteração da consciência) e sistema 
respiratório (diafragma – parada respiratória ocorre antes da cardíaca). Importante: outro problema é a aplicação de 
doses exageradas por IV. 
Os sinais clínicos são dose-dependente e incluem alteração da consciência, do controle muscular voluntário 
(reflexo de pedalada), da ventilação (contração do diafragma e diminuição dos movimentos respiratórios – respiração 
irregular), convulsões (musculatura do pescoço contraída – opistótono), arritmias (bradiarritmia), hipotensão (devido a 
vasodilatação), parada respiratória e cardíaca. Pode levar a morte por estabilização do SNC, ppt tronco cerebral. Não 
existe antagonista para o anestésico local, por isso é realizado tratamento suporte com anestésico geral para diminuir 
a excitação (ação no músculo), fármacos que reduzam a bradiarritmia (Atropina – aumenta a FC), fármacos que 
aumentam a PA e suporte respiratório. Os efeitos passam após a redução da [ ] do anestésico local no organismo. 
 
 Distribuição do fármaco pela circulação e para outros tecidos: 
1º efeito: redução do efeito do fármaco no local (ausência ou redução do bloqueio); 
2º efeito: efeitos tóxicos – maiores chances nas regiões com maior circulação local. Para redução deve-se ter cuidado 
com a administração IV inadequada (mesmos nas doses certas pode ocorrer). 
o Associação com vasoconstritor 
Reduz a absorção e distribuição do fármaco – menor risco de intoxicação; 
Aumenta o período hábil do fármaco – maior efeito em fármacos de curta ação, devido ao tempo de permanência 
do vasoconstritor no tecido; 
Redução do risco de intoxicação – distribuição de forma lenta e gradual (atinge a [ ] plasmática de forma mais 
amena); 
Anestésicos locais que promovem pouco efeito vasomotor ou de longa duração – o efeito vasomotor ocorre a 
partir de vasodilatação e pode ser percebido pois a pele fica mais clara no local de aplicação; 
Uso em extremidades (ponta de orelhas e cauda) – uso racional, pois são áreas de baixa irrigação sanguínea onde 
a associação aumenta os riscos de necrose local; 
Cuidado com a dosagem do vasoconstritor no anestésico local – risco de necrose até em áreas muito irrigadas. 
Pode-se utilizar fármaco sem vasoconstritor + adrenalina (5 µg/ml do AL – sabe a dosagem!). 
 
 
 ÉSTER X AMIDA 
Principais diferenças: 
Período de latência; 
Tempo de ação – Bupivacaína e Ropivacaína (longa duração): utilizadas no pós-operatório imediato para controle da 
dor. Exemplo: manter cateter intravenoso no local de amputação de membro e fazer administração de 6 em 6 ou 8 em 
8 horas leva a redução do uso de opioides (efeitos adversos), economia e redução do desconforto do animal; 
Potência equivalente a dose; 
Penetração tópica – Prilocaína, Lidocaína e Tetracaína: associação em pomadas de uso tópico; 
Dose máxima – Tetracaína: fármaco pouco seguro (menor dose máxima = menor intervalo de intoxicação), ppt se 
utilizado em vários pontos de uma só vez. 
IMPORTANTE.: Quando o intervalo de tempo ultrapassa o tempo de efeito do fármaco, pode-se repetir a dose mesmo 
utilizando sobredose. 
 
ANESTESIA LOCAL – TÉCNICAS 
 ANESTESIA TÓPICA 
 Colocada sobre a pele ou mucosa sem a necessidade de injeção. 
 Pomadas, cremes, soluções e colírios; 
 Superfície da pele e mucosa – período de latência aumenta (fármaco demora mais para fazer efeito). 
Exemplo: gatos perdem o reflexo laringotraqueal em planos anestésicos mais profundos, a utilização de spray de 
Lidocaína (cuidado com intoxicação!) permite a intubação em plano anestésico mais superficial, promovendo maior 
segurança. 
 
 ANESTESIA TERMINAL/INFILTRATIVA 
 Infiltrativas: botões anestésicos; 
 Superficiais (pele e subcutâneo) ou profundas (músculos e glândulas). 
 Injeções intradérmicas, subcutâneas, IM superficial ou profunda ou circulares (teto, cauda e extremidade de 
membros). 
Exemplo: retirada de nódulos e exploração de feridas (infiltrações ao redor na forma de pirâmide). 
 ANESTESIA REGIONAL 
Anestésico local é depositado sobre um ramo ou tronco nervoso: 
 Bloqueio de nervos cranianos; 
 Bloqueio intravenoso – no interior do vaso (colocação de garrote para impedir a circulação do AL); 
 Bloqueio paravertebral – regiões do tórax; 
 Bloqueio do plexo braquial; 
 Bloqueio do neuroeixo – epidural ou subaracnóide. 
 
o ANESTESIA REGIONAL INTRAVENOSA (TÉCNICA DE BIER) 
Utilizada pela segurança, simplicidade e facilidade de uso a campo. 
Colocação de torniquete no membro – impede a distribuição do anestésico para o leito vascular de outras regiões 
por isso, deve ter força suficiente para o bloqueio do fluxo venoso (pressão ~420mmHg). É uma prática para grandes 
animais, onde utiliza-se câmara de pneu grossa. OBS.: A colocação de compressas nos sulcos do membro para 
permitir vasoconstrição uniforme em todo o membro. 
Administração intravenosa do AL – distribuição através do leito venoso apenas na região. Lidocaína: 0,5 a 1,5 
mg/kg, 10 minutos de latência. OBS.: Causa irritação no local, por isso, deve-se usar corda para restringir o 
movimento do animal e evitar acidentes; 
Difusão do anestésico por todo o membro com um único ponto de punção; 
Anestesia cirúrgica de 90 minutos em extremidades dos membros (em outros locais o tamanho da estrutura 
impede a colocação adequada de garrote) – na prática afrouxa-se o garrote com 60 minutos e de 10 em 10 minutos 
até totalizar os 90; 
Identificação de veia superficial – quanto maisdistal, mais fácil é a administração do fármaco, pois os vasos possuem 
válvulas semilunares para promover o retorno do sangue venoso que auxiliam na distribuição do fármaco no local 
desejado; 
Vasoconstritor não é indicado – prejudica a difusão do fármaco, já que é colocado dentro do vaso, além de predispor 
necrose tecidual (extremidade dos membros possui menor irrigação); 
Manter o garrote por no mínimo 30 minutos no local após a aplicação do fármaco – antes disso a alta [ ] predispõe 
intoxicação; 
IMPORTANTE.: Técnica muito utilizada para ruminantes a campo, inclusive em áreas inflamadas devido à 
facilidade. 
 
o OUTRAS TÉCNICAS 
Flanco de ruminantes (rumenotomia): 
 Bloqueio paravertebral proximal ou distal; 
 Bloqueio em L invertido; 
 Bloqueio em linha de incisão. 
IMPORTANTE.: A escolha da técnica depende da afinidade, facilidade e material disponível. 
 
o PARAVERTEBRAL PROXIMAL 
Bloqueio de nervos que saem da medula espinhal na região vertebral; 
Identificar os processos espinhosos e transversos da última vértebra torácica (T8) e primeiras vértebras lombares (L1, 
L2 e L3); 
Localização: ruminantes possuem 6 vértebras lombares e o processo transverso de L6 fica escondido no íleo e L1 
possui processo transverso curto que dificulta a palpação  Contar 5 processos transversos até a costela (acha pela 
localização da última costela); 
Aplicação do anestésico cranial aos processos transversos de L1, L2 e L3 (3 pontos de punção) para bloqueio dos 
pares de nervos cranianos (13) antes da divisão em ramo dorsal e ventral. Aplicação lateral, distante 10 cm no sentido 
dorsoventral para sair da região articular da vértebra (não sair muito para evitar a divisão do nervo em dorsal e ventral); 
limite de profundidade: tocar a agulha no processo transverso, deslocá-la e aplicar no senti cranial; 
Agulha introduzida na direção dorsoventral. 
 
o PARAVERTEBRAL DISTAL 
Variação da forma de introdução da agulha e local de aplicação; 
Agulha introduzida na direção laterolateral ao processo transverso de forma distal (metade acima e metade abaixo); 
Aplicação em L1, L2 e pula L3 e faz na borda de L4 – resultado igual; 
Diferença: material disponível, animais obesos (palpação dificultada) e possibilidade de uso de agulha menor e mais 
barata (distal); 
20 ml de anestésico local em cada ponto. 
 
o L INVERTIDO 
Distribuição do anestésico de forma que a distribuição final fome um L; 
Introdução da agulha em pontos sequenciais distanciados de no máximo 2 cm, atingindo todos os tecidos/camadas da 
pele (2-4 cm de camada muscular)  Agulha de 3,5-4 cm para grandes e de 2,5 cm para pequenos. OBS.: Agulha 
pode atingir órgão como o rúmen, mas não causa problemas (fármaco processado); 
Utilização do mesmo volume de AL nos pontos; 
Se guiar cranialmente a última costela: L feito caudalmente a última costela e ventral ao processo transverso das 
últimas vértebras (mais fácil para a identificação da região de aplicação). 
 
o LINHA DE INCISÃO 
Volume menor de anestésico local; 
Mais fácil para a identificação da região de aplicação.

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