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O QUE É A FILOSOFIA E A SUA IMPORTÂNCIA? 
Filosofia é amor a sabaedoria, e consiste no estudo de problemas 
fundamentais, como: 
• Existência 
• Conhecimento 
• Verdade 
• Valor moral 
• Estética 
• Mente e a Linguagem 
A Filosofia é um indivíduo que busca o conhecimento de si mesmo, 
sem uma visão pragmática, movido pela curiosidade na sua 
realidade. 
ORIGEM 
Surge na Grécia, por volta do séc. VI a.C. onde na época era um 
centro cultural importante e que recebia importantes influências 
de todo o mundo. 
O pensamento critico cresceu e muitos indivíduos procuravam 
por respostas fora da mitologia, esta reflexão na busca do 
conhecimento origina o nascimento da filosofia. 
Antes do termo filosofia, Heródoto utilizava o termo filosofar e 
Heráclito usava o termo filosofo, Pitágoras era considerado o 
primeiro filosofo, porem é indicado que Tales de Mileto foi o 
primeiro filosofo. 
A origem vem da Grécia com Tales de Mileto por volta do ano 
285 a.C., porem mesmo tendo razoes de existir. ela não 
contempla os egípcios hindis e chineses que haviam produzido algo 
semelhante ao que chamamos de filosofia. 
A filosofia busca questionar e problematizar. 
Coloca o pensamento em movimento, questionar e por que não, 
incomodar. 
PROBLEMA FILOSOFICO 
• O que são as coisas? 
• Ponto de partida 
• Analítico e reflexivo 
• Se desenvolve em debates ao longo da história sobre os 
problemas. 
• Amor a verdade e ao saber 
MOMENTOS DA FILOSOFIA 
1. Problema (pergunta) + Tese (resposta) + Argumentos. 
 
PARA QUE SERVE? 
Realizar uma nova leitura de nós, do mundo e dos outros. 
Abandonar os preconceitos e a ingenuidade contrapondo-se aos 
discursos prontos e dominantes. 
Compreendendo a cultura, a sociedade, os conceitos estéticos 
que movimentam a nossa cultura industrial, formas de governo, 
as ações que preservam a liberdade ou a ameaçam. 
Exercitando, com coragem, a capacidade crítica e reflexiva do 
nosso pensamento. 
Romper, a fim de questionar o utilitarismo, a alienação, o 
dogmatismo e os preconceitos. 
Para os gregos pré-socráticos, a Filosofia era uma maneira 
racional de se investigar a origem do universo por meio da 
formulação de teorias contrárias, muitas vezes, às afirmações 
dos mitos. 
Para Sócrates, a Filosofia seria um olhar para dentro de si e uma 
forma de extrair as ideias verdadeiras sobre aquilo que o próprio 
ser humano desenvolveu mediante a criação das sociedades. 
Para os helenistas, a Filosofia era uma espécie de prática de vida 
para alcançar a plenitude e a felicidade. Para os medievais, a 
Filosofia estaria submetida à Teologia, e a sabedoria infinita de 
Deus teria dado ao ser humano a possibilidade do conhecimento 
racional. 
Os modernos voltaram-se para a questão do conhecimento e da 
ciência, além da política e da ética, desenvolvendo um 
pensamento que resgatava certas características dos gregos, 
mas as aprimorava. 
Na contemporaneidade, a Filosofia abraçou novos problemas, 
característicos de nossa época, para desenvolver novos 
problemas e novos conceitos sobre eles. 
Marilena Chaui, professora emérita de Filosofia da USP, diz que a 
atividade filosófica vem para colocar em questão as nossas 
crenças costumeiras. 
Isso significa que, assim como Sócrates pretendeu na antiguidade, 
a Filosofia é um momento em que paramos e pensamos se aquilo 
que normalmente fazemos, cremos ou vemos é verdadeiro. 
Esse momento, ápice do pensamento filosófico, é, Segundo Chaui, 
um momento de crise, em que as nossas crenças costumeiras, 
sempre tidas como verdadeiras, são questionadas, são colocadas 
em suspensão pela dúvida. 
OBJETOS DE ESTUDO 
 Objetos: a moral, o conhecimento, a política, a verdade, o bem, o 
mal, a arte, etc. 
 Áreas da Filosofia: Lógica, Ética ou Filosofia Moral, Filosofia 
Política, Estética, Metafísica ou Ontologia, Epistemologia ou 
2 
Filosofia da Ciência, Teoria do conhecimento, História da Filosofia, 
etc. 
CONCEITOS 
Ética: moral, comportamento, costumes, hábitos, atitude perante 
si e perante o outro, limites da ação humana, fins e meios da 
decisão do agir, regras de proceder social, defesa de interesses 
sócio humanos; 
Lógica: raciocínio, pensamento, certeza proposicional, formas de 
estruturar os encadeamentos racionais, formas de conhecer o 
mundo e o próprio homem, regras do procedimento racional, 
inferências, deduções, abduções, induções, possibilidade do 
conhecimento; 
Estética: sensibilidade, capacidade artística, imitação da natureza, 
potencial criativo, juízo de gosto, proporção, invenção, gênio, a 
arte como prática social e cultural; 
Epistemologia: rigor científico, método, procedimentos de 
pesquisa, exequibilidade das experiências científicas, fins das 
atitudes científicas, possibilidade de alcance da verdade, papel 
social das ciências; 
Filosofia Política: poder, legitimidade, consenso, vontade popular, 
representatividade, participação, cidadania, totalitarismo, 
opressão, desvio de poder, governo, justiça social e distribuição 
das riquezas, políticas sociais, gestão social; 
Metafísica: origem das coisas, unidade divina, relação 
criador/criatura, preexistência do mundo, subsistência do ser, 
alma, destino, governo do universo, causa das causas, sentido da 
vida; 
História da Filosofia: conceitos filosóficos, escolas de pensadores, 
doutrinas e injunções históricas das doutrinas, atrelamentos 
entre o pensador e seu tempo, ou seus predecessores, 
discussões que perpassam a história com continuidades ou 
descontinuidades; 
Filosofia da História: os limites do saber histórico, o sentido da 
história, a valoração humana sobre os fatos passados, os 
meandros da ação humana sobre a história, as descontinuidades 
históricas, a história e sua escrita, a determinação ideológica das 
práticas e do saber histórico; 
Filosofia da Linguagem: o poder de significação das palavras, o 
pronunciamento do homem sobre a realidade, a dimensão do 
signo, a dependência da razão da linguagem, a participação do 
discurso na construção de arquétipos sociais, a análise dos 
instrumentos de comunicação, a interação social, as diversas 
linguagens, da gestual à escrita, a ambiguidade da linguagem, a 
manipulação da linguagem, o poder persuasório da linguagem. 
Estudar Filosofia é importante, ela dá ao estudante ferramentas 
para analisar o mundo, identificar preconceitos e falhas nas 
ideias do senso comum e detectar argumentos enganosos. 
Portanto, a Filosofia está relacionada à liberdade: quem estuda 
essa disciplina é capaz de formular suas ideias com 
embasamento, questionar a realidade à sua volta e fugir da 
submissão às concepções dominantes na sociedade, que nem 
sempre estão corretas. 
Por volta dos séculos V, IV A.E.C., houve, na cidade-Estado de 
Atenas, na Grécia, um fenômeno que entrou para a história da 
civilização ocidental: a criação da democracia. 
Não era exatamente como este sistema que hoje nós chamamos 
pelo mesmo nome. 
Se por um lado excluía parcela considerável da população das 
decisões políticas, por outro apresentava aspectos até mais 
ousados do que a que vivemos atualmente (como a participação 
do cidadão comum nas decisões estatais). 
Três dos maiores nomes da filosofia de todos os tempos – 
Sócrates, Platão e Aristóteles – tenham viveram exatamente 
nesse período e nesse lugar, sem contar no florescimento do 
teatro e de outras escolas do pensamento, como a sofística. 
Em comum, todos os três grandes filósofos pensavam em como 
a ética é indispensável no trato da coisa pública, que os 
governantes devem ser os mais bem qualificados para lidar com 
a comunidade, e que as leis podem até não ser perfeitas, pois 
não conseguem lidar com as imprevisibilidades da vida, mas são 
propostas razoáveis para se criar estabilidade nas sociedades. 
 Isso nos leva a pensar que, mesmo com a enorme distância do 
tempo, ainda temos muito a aprender com os antigos gregos. 
MOVIMENTO FILOSÓFICO 
Indagar, questionar, duvidar do que parece óbvio. Saber colocar 
questionamentos no que pareceóbvio. 
Filosofia como modo de ser- autoconhecimento, menos robótico, 
menos inconsciente dos meus desejos, escapar do óbvio. 
A Filosofia é capaz de criar subterfúgios e caminhos para que o 
pensamento continue avançando, que a humanidade continue 
questionando-se e tentando entender o mundo e o seu próprio 
pensamento de maneira crítica e racional. 
Oferece ferramentas para as ciências ao mesmo tempo em que 
questiona a validade das teorias científicas. 
Oferece subsídios teóricos para a política, ao mesmo tempo em 
que questiona as ações políticas. 
Estrutura a ética e o modo como o ser humano deve agir. 
Tem a capacidade de derrotar a ignorância por intermédio de um 
pensamento livre, crítico e autônomo. 
Colocar o pensamento em movimento, questionar e, por que não, 
incomodar. 
 
MITO VS FILOSOFIA 
Desde os primórdios, a Filosofia, busca do saber, é entendida 
como um discurso racional que surgiu para se contrapor ao 
3 
modelo mítico desenvolvido na Grécia Antiga e que serviu como 
base de sua educação. 
A palavra mito é grega e significa contar, narrar algo para 
alguém que reconhece o proferidor do discurso como autoridade 
sobre aquilo que foi dito. 
Foi somente a partir de determinadas condições (navegações, uso 
e invenção do calendário e da moeda, a criação da democracia 
que preconizava o uso da palavra, bem como a publicidade das leis 
etc.) que o modelo mítico foi sendo questionado e substituído por 
uma forma de pensar que exigia outros critérios para a 
confecção de argumentos. 
Surge a Filosofia como busca de um conhecimento racional, 
sistemático e com validade universal. 
É uma narrativa fantástica sobre a origem de alguma coisa, ele é 
ausente de ciência, ou seja, um mito não depende de 
comprovações de hipóteses, mas depende da confiança entre 
quem conta e quem o ouve. 
O mito é, portanto, incontestável e inquestionável. 
NARCISISTAS NA SOCIEDADE ATUAL 
Estamos vivendo em uma sociedade repleta de narcisistas, por 
conta do estímulo à exaltação do Eu nas redes sociais. 
Traços como exigência pela própria perfeição e do outro, 
arrogância e aniquilação do ego alheio são algumas das 
características dos narcisistas. 
O principal objetivo do narcisista é seu próprio bem-estar. 
A pessoa narcisista caracteriza-se por tirar proveito das 
relações interpessoais, ou seja, aproveita-se dos outros para 
seus próprios propósitos, independentemente do que a outra 
pessoa possa sentir. 
Transtorno de personalidade narcisista é um dos vários tipos de 
transtornos de personalidade. 
 Trata-se de uma condição mental em que as pessoas têm um 
senso inflado de sua própria importância, uma profunda 
necessidade de atenção e admiração excessivas, relacionamentos 
conturbados e falta de empatia pelos outros. 
MITO 
Mito, do grego mýthos, é uma narrativa tradicional cujo objetivo é 
explicar a origem e existência das coisas. 
 Esse foi o recurso utilizado durante anos para explicar tudo o 
que existe no Universo. Desta forma, foram criados mitos para 
explicar a origem dos homens, dos sentimentos, dos fenômenos 
naturais, entre outros. 
 O mito era considerado uma história sagrada, narrada pelo 
rapsodo - que supostamente era a pessoa escolhida pelos deuses 
para transmitir oralmente as narrativas. 
 O fato de o narrador advir de uma escolha divina atribuía ao 
mito o caráter de incontestabilidade, pois os deuses eram 
inquestionáveis. 
Importa referir que, além de explicar as origens, a mitologia - o 
conjunto dessas histórias fantásticas - desempenhavam um 
papel moral. 
FUNÇÕES DO MITO 
1) Explicar – o presente é explicado por alguma ação que 
aconteceu no passado, cujos efeitos não foram apagados pelo 
tempo, como por exemplo, uma constelação existe porque, há 
muitos anos, crianças fugitivas e famintas morreram na floresta, 
mas uma deusa levou-as para o céu e transformou-as em 
estrelas. 
2) Organizar – o mito organiza as relações sociais, de modo a 
legitimar e determinar um sistema complexo de permissões e 
proibições. O mito de Édipo existe em várias sociedades e tem a 
função de garantir a proibição do incesto, por exemplo. O 
“castigo” destinado a quem não obedece às regras funciona como 
“intimidação” e garante a manutenção do mito. 
3) Compensar – o mito conta algo que aconteceu e não é mais 
possível de acontecer, mas que serve tanto para compensar os 
humanos por alguma perda, como para garantir-lhes que esse 
erro foi corrigido no presente, oferecendo uma visão estabilizada 
da Natureza e do meio que a cerca (Chauí, p. 162) 
DIFERENÇAS ENTRE MITO E FILOSOFIA 
1º) MITO: fixa a narrativa no passado; 
FILOSOFIA: se preocupa em explicar como e porque, no passado, 
no presente e no futuro; 
2º) MITO: narra a origem através de genealogias e rivalidades ou 
alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas 
(Urano, Ponto e Gaia); 
FILOSOFIA: explica a produção natural das coisas por elementos e 
causas naturais e impessoais (céu, mar e terra). 
3º) MITO: não se importa com contradições, com o fabuloso e o 
incompreensível; a autoridade é posta na confiança religiosa no 
narrador; 
FILOSOFIA: não admite contradições, fabulação e coisas 
incompreensíveis; exige explicação coerente, lógica e racional; 
autoridade: vem da razão, que é a mesma em todos os seres 
humanos, e não da pessoa do filósofo. 
O MITO HOJE 
As manifestações míticas hoje são formas de encarnações dos 
desejos inconscientes humanos. 
São criados mitos para responder a esses desejos, os quais a 
razão não pode preencher adequadamente. 
Também, pode-se encontrar manifestações que são heranças do 
passado mítico da humanidade. 
4 
PERÍODO SOCRÁTICO 
A importância de Sócrates para a história da filosofia é tal que 
todos aqueles que vieram antes dele são chamados de pré-
socráticos. Isso significa que a forma como a filosofia ocidental se 
desenvolveu é tributária da forma como Sócrates entendia o que 
era a atividade de filosofar e à sua investigação a respeito do 
humano, que ele inaugurou. 
A filosofia de Sócrates se desenvolvia a partir de diálogos e era 
composta de dois momentos básicos: A refutação ou ironia e a 
Maiêutica. 
Ironia: Sócrates perguntava o que as pessoas sabiam para que, 
elas próprias, ao tentarem defender suas opiniões, percebessem 
a limitação de seus argumentos, a contradição entre eles e a 
imprecisão de seus conceitos. 
Para Sócrates, é importante para todos aqueles que querem 
conhecer alguma coisa, começarem reconhecendo a própria 
ignorância. 
Para conduzir seus interlocutores a reconhecerem que não 
sabiam sobre aquilo que conversavam, Sócrates iniciava seu 
diálogo com perguntas que faziam parecer que ele também não 
sabia sobre o assunto. 
Sentido original da palavra ironia: derivada do verbo eirein 
(perguntar), ironia tinha o sentido de interrogação fingindo 
ignorância. 
Maiêutica, em seu sentido original: a arte de parir era a segunda 
fase do diálogo. 
Consistia num método de sucessivas perguntas pela essência das 
coisas. Sócrates lançava uma pergunta, o interlocutor respondia-
a, Sócrates perguntava novamente sobre um conceito em cima 
da resposta anterior, e assim por diante. No fim, a percepção 
que restava era a de que o interlocutor, que julgava conhecer 
algo, na verdade não conhecia nada. 
A maiêutica e a ironia eram uma combinação utilizada por 
Sócrates. 
O filósofo começou a perceber que a instigação irônica 
desestabilizava seus interlocutores, além de instigar as pessoas a 
responderem e a arriscarem respostas que pudessem estar 
mais próximas da verdade. 
SÓCRATES 
O pensamento do filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.) marca 
uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia 
procurava explicar o mundo baseada na observação das forças 
da natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-se para si 
mesmo. Como diria mais tarde o pensador romano Cícero, coube 
ao grego "trazer a filosofia do céu para a terra" e concentrá-la 
no homem e em sua alma (em grego, a psique). 
A preocupação deSócrates era levar as pessoas, por meio do 
autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. 
Veterano da guerra contra Esparta, onde salvou a vida do futuro 
político Alcibíades (450 A.E.C.-404 A.E.C.) e de seu futuro 
discípulo e escritor Xenofonte (430 A.E.C.-355 A.E.C.), defensor 
da lei ateniense para julgar mesmo generais antipopulares, 
corajoso para enfrentar tiranos que tentaram sequestrar 
adversários políticos, Sócrates não era uma figura exatamente 
desconhecida em Atenas, mesmo antes de se tornar mestre de 
uma geração. Entretanto, apesar das glórias acumuladas, ele não 
considerava nenhum desses acontecimentos como o mais 
importante de sua vida. 
Fato que mais marcou sua vida: a declaração do oráculo do deus 
Apolo, localizado na famosa cidade de Delfos, bem no centro da 
Grécia, de que ele, Sócrates, seria o homem mais sábio de todos. 
Vivendo junto a generais vitoriosos, políticos cativantes, criativos 
dramaturgos, Sócrates se perguntava por que exatamente ele – 
humilde filho de uma parteira com um escultor – seria o mais 
sábio entre todos. A única resposta que conseguiu encontrar foi 
o fato de ele ser o único entre todos a duvidar das próprias 
certezas. 
Essa sua ignorância era o sinal de sua sabedoria, porque fazia 
com que ele, ao menos, soubesse de algo: de que nada sabia. 
Daí vem a famosa frase: “Só sei que nada sei” (que não foi dita 
exatamente assim, mas o sentido é esse mesmo). A partir desse 
momento, Sócrates entendeu que sua tarefa era revelar a seus 
concidadãos a ignorância de todos. 
Começava, assim, sua missão. O “mais sábio entre todos os 
homens” queria fazer com que as pessoas se conhecessem, se 
encontrassem, fugissem de pseudoverdades, não acreditassem 
em falsas ideias ou meras opiniões. 
O importante era se descobrir, mergulhar dentro de si, 
racionalmente, e perceber o que era a verdade. 
A política, continua o incansável Sócrates, deveria ser confundida 
com a filosofia e produzir bons cidadãos, que “conhecem a si 
mesmos”, como estava escrito no oráculo de Delfos e como o 
filósofo repetia sempre. 
Aqueles que não são comedidos, não são racionais, não se 
entendem, são incapazes de ter amizades e, assim, de viver em 
comunidade. 
Defensor do diálogo como método de educação, Sócrates 
considerava muito importante o contato direto com os 
interlocutores. 
Sócrates se fazia acompanhar frequentemente por jovens, 
alguns pertencentes às mais ilustres e ricas famílias de Atenas. 
Para Sócrates, ninguém adquire a capacidade de conduzir-se, e 
muito menos de conduzir os demais, se não possuir a capacidade 
de autodomínio. Depois dele, a noção de controle pessoal se 
transformou em um tema central da ética e da filosofia moral. 
Também se formou aí o conceito de liberdade interior: livre é o 
homem que não se deixa escravizar pelos próprios apetites e 
5 
segue os princípios que, por intermédio da educação, afloram de 
seu interior. 
Sócrates valorizava acima de tudo a verdade e as virtudes - 
fossem elas individuais, como a coragem e a temperança, ou 
sociais, como a cooperação e a amizade. O pensador afirmava, no 
entanto, que só o conhecimento (ou seja, o saber, e não simples 
informações isoladas) conduz à prática da virtude em si mesma, 
que tem caráter uno e indivisível. 
Segundo Sócrates, só age erradamente quem desconhece a 
verdade e, por extensão, o bem. 
A busca do saber é o caminho para a perfeição humana, dizia, 
introduzindo na história do pensamento a discussão sobre a 
finalidade da vida 
SOFISTAS × FILÓSOFOS 
Na democracia ateniense, as capacidades da oratória e da 
retórica se valorizaram extremamente. Como o debate, o diálogo 
público e a discussão eram as maneiras de se portar no conselho, 
tornou-se comum que quem conseguisse se comunicar mais 
persuasivamente alcançasse, com facilidade maior, os objetivos 
almejados. 
Quem era eloquente e, ainda assim, bastante proativo acabava, 
pela lábia, exercendo cargos políticos, mesmo sem precisar ser 
eleito – caso, inclusive, de Péricles, citado anteriormente. Por 
conta disso, alguns jovens atenienses endinheirados recorriam a 
um grupo de professores chamados de sofistas (algo como 
“sábios”) para que estes lhes ensinassem as manhas da fala em 
público. 
Estavam mais preocupados diretamente com as questões morais 
e políticas, isto é, os temas mais pragmáticos da vida pública. Em 
vez de olhar para o alto e divagar, miravam o pequeno, o 
próximo, aquilo em que podemos influir diretamente. Em vez de 
tentar explicar o mundo de uma vez só, como os pré-socráticos, 
esforçavam-se para dar conta, buscavam o melhor jeito de 
influir na vida de sua própria sociedade. Ou seja, em vez da 
abstração, pregava-se a materialidade. 
Os sofistas afirmavam que “o homem é a medida de todas as 
coisas”, como famosamente disse Protágoras de Abdera, um dos 
mais famosos sofistas. Tal frase – uma espécie de resumo da 
filosofia sofista – já demostra que o diálogo sofista era mais 
concreto. 
Há, ao menos, duas formas – uma quase antagônica à outra – de 
interpretá-la, e ambas reforçam esse aspecto mais “pé no 
chão”. 
 Em primeiro lugar, mostra a tentativa de se criar um conjunto 
de regras pessoais (daí o homem ser a medida) para a tomada de 
decisões, para fazer escolhas, para, enfim, viver. 
SOFISMO 
Etimologicamente, sofismo deriva do grego sophisma, em que 
sophia ou sophos significam respetivamente “sabedoria” e “sábio”. 
Esta palavra passou a denotar todo o tipo de conhecimento 
sobre os assuntos humanos gerais. 
Os sofistas da Grécia Antiga eram conhecidos por serem 
importantes professores, que viajavam pelas cidades e 
ensinavam aos seus alunos a arte da retórica, que era muito 
importante para quem desejasse seguir na vida política. 
Os sofistas eram considerados mestres nas técnicas de 
discurso, fazendo com que o interlocutor acreditasse 
rapidamente naquilo que falava, sendo verdade ou não. 
O principal compromisso dos sofistas seria em fazer com que o 
público acreditasse naquilo que diziam, e não com a busca pela 
verdade ou em instigar este sentimento no interlocutor. 
Sócrates foi um dos principais opositores ao pensamento sofista, 
que além disso também detestava as elevadas taxas que os 
professores sofistas cobravam de seus alunos. 
Platão e Aristóteles também foram importantes filósofos que 
desafiaram o sofismo, que a partir de então passou a ter uma 
conotação pejorativa como uma forma de desonestidade 
intelectual. 
Era comum que sofistas viajassem em grupos pelas cidades 
gregas e romanas, para assim poderem realizar elaborados 
discursos e acalorados debates públicos, demonstrando suas 
habilidades na expectativa de atrair estudantes para suas 
escolas. Em particular, nobres, homens de estado e jovens que 
pudessem pagar pelos estudos. Os sofistas foram muito 
criticados por Platão e Aristóteles por só ensinarem aos que 
podiam pagar pela educação. 
A expressão "sofisma" existe hoje para identificar uma 
argumentação rebuscada, porém sem fundamentação sólida. 
O confronto entre a filosofia socrática e a retórica dos sofistas 
era uma constante. 
Sócrates acusa os sofistas de serem amorais, sem se importar 
com as necessidades de buscar o que seria o certo e evitar o 
errado, sem se interessar em distinguir o que é nobre do que é 
vergonhoso. 
Os sofistas, por sua vez, dizem que a filosofia seria uma retórica 
inferior, um brinquedo lógico. Na melhor das hipóteses, um jeito 
de educar os jovens, jamais uma ferramenta decente para os 
adultos. 
Sócrates rebatia dizendo que a retórica, técnica oratória 
ensinada pelos sofistas, era, no máximo, um truque para agradar 
as pessoas, e que apenas a filosofia produzia uma verdadeira 
tékhnē que busca a bondade nas almas. Seu objetivo seria, por 
fim, produzir bons cidadãos. 
PERÍODO HELENÍSTICO OU GRECO-ROMANO 
Inicia no fim do século III a.C. e termina com a queda do Império 
Romano e início da Idade Média (século VI da era cristã). Nesse 
longo período, a filosofia se expande da Grécia para outroscentros como Roma e Alexandria e alcança o pensamento dos 
6 
primeiros padres da Igreja. Ocupa-se sobretudo com as questões 
da ética, do conhecimento humano e das relações entre o 
homem e a Natureza e de ambos com Deus. 
 O “helenismo” pode ser definido como o período que se estende 
desde a morte de Alexandre, O Grande até 
o momento em que a península grega foi anexada por Roma. 
Os pensadores do período helenístico preocuparam-se 
especialmente com a condução da vida humana e com a 
busca pela tranquilidade espiritual (chamada de ataraxia), que 
como consequência, proporcionaria a felicidade. 
PRINCIPAIS ESCOLAS FILOSÓFICAS HELENÍSTICAS 
EPICURITAS: Associaram-se em um cerrado círculo de “amigos” 
com o propósito de dar ao homem a certeza de que, ao morrer, 
sua alma se dispersaria em átomos e nada teria que temer 
depois do túmulo. Na vida, deve-se buscar um prazer inteligente, 
que não traga prejuízos. 
O principal expoente desta escola Filosófica foi Epicuro de Samos. 
Para o Filósofo, a busca pelos prazeres moderados é a chave 
para a paz de espírito (ataraxia). Aquele que é sábio, portanto, 
deve evitar certos tipos de prazeres que lhe podem ser 
prejudicais, e deve buscar os prazeres corretos para encontrar 
a felicidade. Epicuro fundou uma escola que se tornou conhecida 
como “Jardim”, e nesse local reuniam-se amigos e seguidores. 
Defendia que o prazer é o princípio e o fim de uma vida feliz. 
Epicuro defendia dois grandes grupos de prazeres. O primeiro 
reúne os prazeres mais duradouros, que encantam o espírito, 
como a boa conversação, a contemplação das artes, a audição da 
música etc. O segundo inclui os prazeres mais imediatos, muitos 
dos quais são movidos pela explosão das paixões e que, ao final, 
podem resultar em dor e sofrimento. 
Para desfrutar dos prazeres do intelecto é necessário dominar 
os prazeres exagerados da paixão. 
ESTOICISMO: Acreditavam numa Lei universal, superior à 
sociedade e ensinavam que o homem deve seguir seus ditames. 
Esta lei se manifesta nos deveres e obrigações que estão acima 
de tudo. Seu fundador foi Zenão de Cítio e seu mais conhecido 
filósofo: o Imperador romano Marco Aurélio. 
Os estoicos acreditavam que há um ordenamento cósmico que 
rege a existência, e que o homem virtuoso deve aceitar 
serenamente viver de acordo com esse fato. A estrutura do 
pensamento estoicista fundamenta-se sobre a lógica, a física e a 
ética. 
Defendiam uma atitude de completa austeridade física e moral, 
baseada na resistência do homem ante os sofrimentos e os 
males do mundo. Zenão propõe o dever, vinculado à compreensão 
da ordem cósmica, como o melhor caminho para a felicidade. 
CÍNICOS. Adotavam uma moralidade tão intransigente quanto os 
estoicos. Procuravam alcançar a verdadeira liberdade ao estilo 
beatnik ou existencialista dos nossos dias. Seu fundador Diógenes 
de Sinope, conhecido como “o cão”, andou com uma vela acesa, 
ao meio-dia, em Atenas, procurando um Homem honesto. Dormia 
num barril e durante o dia ficava sentado ao sol. Viveu pelas ruas 
de Atenas levando uma vida despojada, simples e sem se 
importar com qualquer tipo de convenção social vigente. Recusava 
e combatia a fama, a posição social, o dinheiro e o acúmulo de 
materiais, pois para ele, nenhum destes elementos pode 
proporcionar felicidade. A palavra “cínico” vem da palavra grega 
“kynicos” que significa “cão”. 
Levavam ao extremo a tese socrática de que o ser humano deve 
procurar conhecer a si mesmo e desprezar todos os bens 
materiais. 
CETICISMO: A escola mais antiga do Ceticismo inicia-se com o 
Filósofo Pirro. Para os céticos pirrônicos, o homem seria incapaz 
de formular certezas a respeito da natureza, e por isso, deveria 
optar pela suspensão 
do juízo que lhe ajudaria a combater a ansiedade. Houve outra 
vertente desta mesma escola, chamada Ceticismo Acadêmico, 
que acreditava que os sentidos são falhos e incapazes de 
proporcionar um tipo de conhecimento seguro. 
Defendia a ideia de que tudo é incerto, nenhum conhecimento é 
seguro, qualquer argumento pode ser contestado. 
 Desse modo, aceitando que das coisas só se podem conhecer as 
aparências e desfrutando o imediato captado pelos sentidos, as 
pessoas viveriam felizes e em paz. 
PLATÃO 
ORIGEM: Atenas (cerca de 428-347 a.C.) 
PRINCIPAIS OBRAS: Apologia de Sócrates; A República; O 
Banquete; Mênon; Fédon 
FRASE-SÍNTESE “Enquanto os filósofos não forem reis, ou os reis 
não tiverem o poder da filosofia, as cidades jamais deixarão de 
sofrer.” 
Discípulo de Sócrates, Platão era proveniente de uma família 
ateniense rica e famosa. Consta que seu verdadeiro nome era 
Aristocnes – “Platão” ou “Platon” seria um apelido derivado da 
largura de seus ombros ou de sua testa. Serviu no exército entre 
409 e 404 a.C., final da Guerra do Peloponeso. Após a guerra, 
estabeleceu-se uma oligarquia em Atenas, em 404 a.C., o 
chamado governo dos Trinta Tiranos (um deles Carmides, tio de 
Platão), antes de, em seguida, a democracia ser restabelecida. 
A República é o segundo diálogo mais extenso de Platão (428-
347 a.C.), composto por dez partes (dez livros) e aborda diversos 
temas como: política, educação, imortalidade da alma, etc. 
Entretanto, o tema principal e eixo condutor do diálogo é a justiça. 
No texto, Sócrates (469-399 a.C.) é o personagem principal, 
narra em primeira pessoa e é responsável pelo desenvolvimento 
das ideias. Essa é a principal e mais complexa obra de Platão, 
onde estão presentes os principais fundamentos de sua filosofia. 
7 
A República (Politeia) idealizada pelo filósofo se refere a uma 
cidade ideal, chamada de Kallipolis (em grego, "cidade bela"). Nela, 
deveria ser adotado um novo tipo de aristocracia. Diferente da 
aristocracia tradicional, baseada em bens e na tradição, a 
proposta do filósofo é que esta possua como critério o 
conhecimento. 
A Kallipolis estaria dividida em estratos sociais baseados no 
conhecimento e seria governada pelo "rei-filósofo". Os 
magistrados, responsáveis pelo governo da cidade, seriam aqueles 
que possuíssem uma aptidão natural para o conhecimento, e, 
somente após um longo período de formação, estariam 
preparados para ocupar os devidos cargos. 
Esse sistema de governo é chamado de sofocracia, que vem das 
palavras gregas sophrós (sábio) e kratia (poder) e é 
representado como "o governo dos sábios". 
ara o filósofo, a democracia é injusta por permitir que uma 
pessoa ignorante tenha o mesmo valor que um sábio, dentro das 
deliberações políticas. 
Deste modo, injustiças são cometidas. Para ele, o critério da 
maioria, base da democracia, não possui qualquer tipo de validade 
já que, em muitos casos, como o de Sócrates, a maioria pode 
estar errada e ser democraticamente injusta. 
É em A República que se apresenta o célebre Mito da Caverna, 
proposto por Platão, uma metáfora sobre a vida de Sócrates e o 
papel da filosofia. 
Sua filosofia pode ser vista como uma resposta ao fracasso e à 
decadência da democracia ateniense. Após esse acontecimento, 
Platão viajou para o Egito, a Itália e a Sicília. Difundiu os 
conhecimentos filosóficos pela Grécia e fundou a Academia (que 
ganhava esse nome por se reunir no Jardim de Academo), escola 
onde se estudava filosofia e se praticava ginástica. 
Muito importante para a história da filosofia, Platão é 
responsável por termos acesso ao pensamento de diversos 
filósofos da Grécia antiga, como Sócrates, seu mestre, Heráclito, 
Parménides e Pitágoras. Platão foi ainda o introdutor do método 
de diálogo em filosofia e com sua obra A República fundou a 
filosofia política ocidental 
Fundador da Academia de Atenas, Platão, aluno de Sócrates e 
professor de Aristóteles, é um dos filósofos gregos mais 
conhecidos e estudados até os dias atuais, especialmente por sua 
obra ter sobrevivido praticamente intacta mais de 2400 anos, o 
que não aconteceu com a grande maioria de seus 
contemporâneos. 
A FILOSOFIA DE PLATÃO 
Como o ser humano obtém, pela primeira vez, o conhecimento e 
comopode identificá-lo se não sabemos o que é? 
Platão aborda essa questão por meio do dualismo. Segundo ele, 
existem dois mundos: 
– O mundo das formas ou ideias (inteligível): Platão diz que a alma 
traz consigo desde o seu nascimento um conhecimento prévio, a 
priori, que lhe permite a identificação do objeto – o chamado 
conhecimento inato. Tais conhecimentos são as ideias ou formas, 
que residem no mundo inteligível, fora do tempo e do espaço. Os 
objetos do mundo comum organizam suas estruturas conforme 
essas ideias ou formas primordiais, mas não são capazes de 
revelá-las em sua plenitude, sendo apenas imitações imperfeitas. 
– O mundo concreto e sensível: trata-se de um mundo acessível 
pelos sentidos ou material. É o mundo que conhecemos pelo 
olfato, paladar, audição, visão e tato. A opinião (doxa), 
fundamentada nas sensações, tem uma “falsa consciência” de si 
mesma, julgando-se correta. Esse mundo, em Platão, é um 
engano, um falseamento. 
Segundo Platão, atingir o conhecimento implica converter o 
sensível ao inteligível – ou seja, despertar, reviver e relembrar 
esse conhecimento esquecido. Dessa forma, a alma se liberta das 
aparências para se abrir ao conhecimento das ideias verdadeiras. 
Para isso, Platão recorre à dialética, essencialmente dialógica. É 
por isso que escreveu em forma de diálogo, gênero que 
consagrou – em seus livros não há a exposição sistemática de 
uma filosofia, mas conversas entre Sócrates e seus amigos 
sobre justiça, amor, virtude etc. Para Platão, o diálogo é a melhor 
maneira de buscar a verdade e o único meio de chegarmos ao 
consenso, estabelecendo o que se diz e por que se diz. 
INTERPRETAÇÃO DO MITO DA CAVERNA 
A caverna é uma alegoria ao modo que os homens permanecem 
antes da filosofia, tal como sua subida ao mundo superior. O 
homem comum, prisioneiro de hábitos, preconceitos, costumes e 
práticas que adquiriu desde a infância, é um homem que está na 
caverna, e só consegue enxergar as coisas de maneira parcial, 
limitada, incompleta e distorcida, como “sombras”. Na caverna, só 
veriam as sombras, ou seja, estariam presos nas correntes da 
ignorância, não entendendo o mundo em que vivem. 
A caverna representa, portanto, o domínio da opinião (doxos). 
 A partir da filosofia, o homem buscaria compreender o mundo, 
se libertaria das correntes e sairia da escuridão da caverna, 
tomando contato com a luz do sol, que é a representação da 
verdade do mundo das Ideias. 
Com o Mito da Caverna, Platão revela a importância da educação 
e da aquisição do conhecimento, sendo esse o instrumento que 
permite aos homens estar a par da verdade e estabelecer o 
pensamento crítico. 
O senso comum, que dispensa estudo e investigação, é 
representado pelas impressões aparentes vistas pelos homens 
através das sombras. O conhecimento científico, por sua vez, 
baseado em comprovações, é representado pela luz. 
Assim, tal como o prisioneiro liberto, as pessoas também podem 
ser confrontadas com novas experiências que ofereçam mais 
discernimento. 
8 
 O fato de passar a entender coisas pode, no entanto, ser 
chocante e esse fato inibidor para que continuem a buscar 
conhecimento. 
Isso porque a sociedade tem a tendência de nos moldar para 
aquilo que ela quer de nós, que é aceitar somente o que nos 
oferece através da informação transmitida em meios de 
comunicação. 
Desde a Antiguidade, Platão quer mostrar a importância da 
investigação para que sejam encontrados meios de combate ao 
sistema, o qual limita ações de mudança. 
CONCLUSÕES 
A metáfora proposta pela Alegoria da Caverna pode ser 
interpretada da seguinte maneira: 
Os prisioneiros: os prisioneiros da caverna são os homens 
comuns, ou seja, somos nós mesmos, que vivemos em nosso 
mundo limitado, presos em nossas crenças costumeiras. 
A caverna: a caverna é o nosso corpo e os nossos sentidos, 
fonte de um conhecimento que, segundo Platão, é errôneo e 
enganoso. 
As sombras na parede e os ecos na caverna: sombras e ecos 
nunca são projetados exatamente do modo como os objetos que 
os ocasionam são. As sombras são distorções das imagens e os 
ecos são distorções sonoras. Por isso, esses elementos 
simbolizam as opiniões erradas e o conhecimento preconceituoso 
do senso comum que julgamos ser verdadeiro. 
A saída da caverna: sair da caverna significa buscar o 
conhecimento verdadeiro. 
A luz solar: a luz, que ofusca a visão do prisioneiro liberto e o 
coloca em uma situação de desconforto, é o conhecimento 
verdadeiro, a razão e a filosofia. 
Mito da Caverna visto nos dias de hoje 
A preguiça intelectual tem sido, talvez, a mais forte 
característica de nosso tempo. A dúvida socrática, o 
questionamento, a não aceitação das afirmações sem antes 
analisá-las (elementos que custaram a vida de Sócrates na 
antiguidade) são hoje desprezados. 
As notícias falsas estão enganando cada vez mais pessoas que 
não se prestam ao trabalho de checar a veracidade e a 
confiabilidade da fonte que divulga as informações. 
As redes sociais viraram verdadeiras vitrines do ego, que 
divulgam a falsa propaganda de vidas felizes, mas que, 
superficialmente, sequer sabem o peso que a sua existência traz 
para o mundo. A ignorância, em nossos tempos, é cultivada e 
celebrada. 
O MITO DA ALMA GEMEA 
O mito da alma gêmea foi criado por Platão que em seu livro O 
Banquete tenta definir o que é o amor. E nessa busca, muitos 
convidados de uma festa, cada um por vez, faz um elogio ao 
deus Eros (deus do amor). 
Um dos momentos mais fascinantes do texto é quando toma a 
palavra o comediógrafo Aristófanes. Ele faz um discurso belo e 
que se imortalizou como a teoria da alma gêmea. 
Chegada a vez de Sócrates falar E sua primeira questão é: o que 
é o amor? Ou seja, antes de falar se ele é bom ou mau, belo ou 
feio, se ajuda ou se atrapalha na educação, deveríamos saber o 
que ele é. Para desconcerto geral, Sócrates define o amor como 
sendo a busca da beleza e do bem. E sendo assim, ele mesmo não 
pode ser belo nem bom. Quem ama, deseja algo que não tem. 
Quando se tem, não se deseja mais, ou se se deseja, deseja 
manter no futuro, o que significa que não o tem. E todos só 
desejam o melhor, ninguém escolhe o mal voluntariamente. Logo, 
o amor é o desejo do belo e do bom. Essa definição permite uma 
compreensão universal do objeto (o amor). Mas não devemos 
também acreditar que por não ser bom, o amor é mau. Não é 
uma conclusão necessária. 
O amor platônico deve o seu nome a Platão (350 a.C.), filósofo 
grego da Antiguidade. No ideal de Platão, ele seria um amor 
essencialmente puro, que não se fundamenta em um interesse, 
mas na virtude, e é desprovido de paixões, que segundo ele são 
cegas, materiais, efêmeras e falsas. 
ARISTÓTELES 
Frequentador da Academia ateniense, Aristóteles foi o mais 
prestigiado e crítico discípulo de Platão. 
Sua origem: Estagira (atual Stavros) (384-322 a.C.) 
Principais obras: Metafísica; Física; Ética a 
Nicômaco; política; Órganon; retórica 
Frase-síntese: “Aquele que chega a conhecer as coisas mais 
árduas e que apresenta grande dificuldade para o conhecimento 
humano, este é um filósofo. Além disso, aquele que conhece com 
maior exatidão as causas e é mais capaz de ensiná-las é, em 
todas as espécies de ciências, um filósofo.” 
BIOGRAFIA 
Filho de um médico da família real da Macedônia, Aristóteles foi 
frequentador da Academia ateniense, sendo o mais prestigiado 
discípulo de Platão. No entanto, Aristóteles não pôde assumir a 
liderança da Academia porque era meteco, isto é, não era 
ateniense. Devido à sua fama, Aristóteles, em 333 a.C., foi 
convidado por Felipe da Macedônia a encarregar-se da educação 
de seu filho Alexandre, futuro senhor do mundo. 
Aos 49 anos, Aristóteles fundou, perto do templo de Apolo Lício, 
sua escola, o Liceu, rival da Academia de Platão. Como Aristóteles 
dava aulas passeando, sua escola também ficou conhecida como 
peripatética (peripatos é caminho em grego). Morreu em Cálcis, 
na ilha de Eubeia, na Grécia. 
9 
Aristóteles ficouconhecido como o maior discípulo de Platão e 
educador do então jovem Alexandre, O Grande. Ele nasceu no ano 
384 a.C. na cidade de Estagira (por isso, alguns o chamam de “O 
estagirita). Era filho e sobrinho de médicos e provavelmente 
seguiria essa profissão. Foi para Atenas na adolescência para 
estudar e acabou entrando na Academia de Platão. Após a morte 
de seu mestre, Aristóteles partiu para desenvolver sua própria 
filosofia e estudos diversos (muitos ligados às ciências naturais), 
fundando no futuro a famosa escola Liceu (em 335 a.C.) em 
Atenas. Aristóteles morreu de causas naturais em 322 a.C. 
OBRAS DE ARISTÓTELES 
Lógica - "Sobre a Interpretação", "Categorias", "Analíticos", 
"Tópicos", "Elencos Sofísticos" e os 14 livros da "Metafísica", que 
Aristóteles denominava "Prima Filosofia". O conjunto dessas obras 
é conhecido pelo nome de "Organon"; 
Filosofia da Natureza - "Sobre o Céu", "Sobre os Meteoros", oito 
livros de "Lições de Física" e outros tratados de história e vida 
dos animais; Filosofia Prática - "Ética a Nicômano", "Ética a 
Eudemo", "Política", "Constituição Ateniense" e outras 
constituições; 
Poéticas - "Retórica" e "Poética". 
FILOSOFIA DE ARISTÓTELES 
Aristóteles foi um severo crítico de Platão. O ponto central de 
sua contestação consiste na rejeição do dualismo – mundo 
sensível e mundo inteligível – representado pela teoria das ideias. 
A questão que Aristóteles levanta, em resumo, é: se Platão 
propõe a existência de dois mundos e, após isso, explicita que, 
por meio da dialética, é possível passar do mundo sensível para o 
mundo inteligível, ele admite que os dois mundos possuem 
relações internas, isto é, possuem características em comum. Se 
isso for verdadeiro, os dois mundos têm intersecções, e, nesse 
caso, não se trata de dois mundos – e a teoria platônica cai por 
terra. De outra forma, se não existirem relações entre os dois 
mundos, torna-se impossível passar de um para o outro, e a 
teoria platônica também não se sustentaria. 
Para resolver esse problema, Aristóteles cria um novo ponto de 
partida. Os indivíduos possuem duas substâncias indissociáveis: 
 – A matéria (hyle) é a marca da particularidade. 
 – A forma (eidos) é o princípio que determina a matéria e lhe 
proporciona uma essência, uma universalidade. 
Assim, todos os indivíduos de uma mesma espécie teriam a 
mesma forma, mas difeririam do ponto de vista da matéria, já 
que se trata de indivíduos diferentes. As formas são imutáveis e 
perfeitas, como as ideias platônicas, mas não residem em outro 
mundo. Não existem formas ou ideias puras, como queria Platão 
– o intelecto humano, por meio da abstração, separa a matéria 
da forma. 
Aristóteles também ignora o conhecimento inato para 
reconhecer formas, como admitia Platão. Para Aristóteles, todo 
conhecimento principia com os sentidos ou as sensações 
(aisthesis), de maneira que não há “nada no intelecto que não 
estivesse antes nos sentidos”: a sensação, portanto, não é o 
engano ou a mentira, como dizia Platão. É a partir da memória 
que retemos dados do mundo sensorial e, assim, criamos 
experiências a partir das quais estabelecemos relações entre os 
dados sensoriais e aquilo que está na memória. A partir das 
experiências passamos a elaborar os conceitos e, com a 
repetição de dados sensoriais, o homem cria conclusões e 
expectativas. 
A partir disso, a etapa seguinte é a techné, isto é, a arte ou 
técnica. A techné significa saber “o porquê das coisas”, as 
regras que nos permitem produzir determinados resultados, o 
que nos dá a possibilidade de ensinar. Para Aristóteles, de modo 
geral, quem conhece as regras, isto é, possui a techné, é 
superior a quem apenas possui a técnica. 
A última etapa do conhecimento, a mais elevada para Aristóteles, 
é a episteme, quer dizer, a ciência ou o conhecimento: trata-se 
do conhecimento do real em seu sentido mais abstrato e 
genérico, quer dizer, as leis da natureza ou do cosmo. É um saber 
gratuito, uma finalidade em si mesma, que satisfaz uma 
curiosidade natural no homem, o desejo de conhecer, sem 
objetivos práticos imediatos. 
“É preciso dizer que, com a superioridade excessiva que 
proporcionam a força, a riqueza, os muito ricos não sabem e 
nem mesmo querem obedecer aos magistrados. Ao contrário, 
aqueles que vivem em extrema penúria desses benefícios 
tornam-se demasiados humildes e rasteiros. Disso resulta que 
uns, incapazes de mandar, só sabem mostrar uma obediência 
servil e que outros, incapazes de se submeter a qualquer poder 
legítimo, só sabem exercer uma autoridade despótica.” 
OLIGARQUIA 
Na ciência política, oligarquia ("oligarkhía" do grego ολιγαρχία, 
literalmente, "governo de poucos") é a forma de governo em que 
o poder político está concentrado num pequeno número 
pertencente a uma mesma família, um mesmo partido político ou 
grupo econômico ou corporação. 
Tipo de organização do poder do Estado e se refere a grupos 
que controlam este poder baseado em seus interesses ou visões 
de sociedade. A palavra deriva do grego e se refere a um 
governo de poucos, ou seja, de uma pequena elite. Diferentes 
momentos da história tiveram grupos oligárquicos no poder. Para 
alguns autores da filosofia, uma oligarquia é um governo 
corrompido de grupos que manipulam o Estado para seus 
interesses. 
DEMOCRACIA 
A oligarquia figura entre os tipos de governo a que se refere 
Aristóteles, em sua obra Política. Para o autor os governos 
podem ser governados por uma pessoa, poucas ou muitas, e se 
serão bons dependendo de para quem se governa. Para 
10 
Aristóteles, um governo justo governa em prol do bem-comum 
sempre, já o injusto seria governado em torno de interesses 
particulares. Assim, dos governos justos temos a monarquia, a 
aristocracia e a politeia. E dos injustos, a tirania, a oligarquia e a 
democracia. A democracia seria corrompida por defender os 
interesses de muitos sobre os indivíduos e não trabalhar pelos 
indivíduos de forma separada. Tomás de Aquino também defende 
a mesma ideia inspirado em Aristóteles. 
Politeia: originalmente um termo usado na Grécia Antiga para se 
referir às muitas cidades-estado que possuíam uma assembleia 
de cidadãos como parte de seu processo político. O sufrágio em 
tais democracias não incluía mulheres, escravos, servos ou 
estrangeiros. 
Sufrágio: Processo de escolha através do qual os indivíduos 
selecionados terão o direito ao voto; 
processo de seleção feito através de uma votação; eleição. O 
voto que faz parte de uma eleição. 
ETICA E POLÍTICA 
Em Aristóteles, a ética presume-se como o estudo da virtude 
(areté), de maneira que “nosso objetivo é nos tornarmos homens 
bons, ou alcançar o grau mais elevado do bem-humano. Esse bem 
é a felicidade; e a felicidade consiste na atividade da alma de 
acordo com a virtude”. Todavia, as virtudes éticas não são mera 
atividade racional, como as virtudes intelectuais, mas implicam, 
por natureza, um elemento sentimental, afetivo, passional, que 
deve ser governado pela razão, e não pode, todavia, ser 
completamente resolvido na razão. 
A ética de Aristóteles também é conhecida como Ética das 
Virtudes, porque o filósofo nos diz que devemos buscar a 
excelência (areté em grego, que foi traduzido para virtus em 
latim, e que nesse contexto é sinônimo de virtude). Por isso, 
podemos dizer que o ser humano é feliz quando busca viver uma 
vida virtuosa, uma vida que busca a excelência, a plenitude da 
natureza humana, a vida equilibrada entre corpo e mente. 
ETICA ARISTOTELICA 
Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) foi o primeiro filósofo a tratar 
da ética como uma área própria do conhecimento, sendo 
considerado o fundador da ética como uma disciplina da filosofia. 
A ética (do grego ethos, "costume", "hábito" ou "caráter") para 
Aristóteles está diretamente relacionada com a ideia 
de virtude (areté) e da felicidade (eudaimonia). 
Para o filósofo, tudo tende para o bem e a felicidade é a 
finalidade da vida humana. Entretanto, a felicidade não deve ser 
compreendidacomo prazer, posse de bens ou reconhecimento. A 
felicidade é a prática de uma vida virtuosa. 
O ser humano, dotado de razão e capacidade de realizar 
escolhas, é capaz de perceber a relação de causa e efeito de 
suas ações e orientá-las para o bem. 
A PRUDÊNCIA COMO CONDIÇÃO DE TODAS AS 
VIRTUDES 
Aristóteles afirma que entre todas as virtudes, a prudência é 
uma delas e a base de todas as outras. A prudência encontra-se 
na capacidade humana de deliberar sobre as ações e escolher, 
baseado na razão, a prática mais adequada à finalidade ética, ao 
que é bom para si e para os outros. 
Só a ação prudente está de acordo com bem comum e pode 
conduzir o ser humano a seu objetivo final e essência, a 
felicidade. 
A PRUDÊNCIA COMO O JUSTO MEIO 
A sabedoria prática baseada na razão é o que torna possível o 
controle dos impulsos pelos seres humanos. 
No livro Ética a Nicômaco, Aristóteles mostra que a virtude está 
relacionada com o "justo meio", a mediana entre os vícios por 
falta e por excesso. 
Por exemplo, a virtude da coragem é a mediana entre a covardia, 
vício pela falta e a temeridade, vício por excesso. Assim como o 
orgulho (relativo à honra) é o meio entre a humildade (falta) e a 
vaidade (excesso). 
Desse modo, o filósofo compreende que a virtude pode ser 
treinada e exercitada, conduzindo o indivíduo mais efetivamente 
para o bem comum e a felicidade. 
JUSTICA 
A noção de justiça como virtude foi trabalhada pelo filósofo 
grego Aristóteles (384 - 322 a. C.) ... A justiça é uma virtude 
total, completa, pois o homem justo pode exercer sua virtude 
não só em relação a si mesmo, como também em relação ao 
próximo. 
A justiça geral é representada pela lei, e a lei será justa porque 
refletirá as normas do Direito Natural, e estabelecerá a igualdade. 
Segundo a justiça particular um homem será justo à medida que 
pratique a igualdade, igualdade esta prescrita na lei. Não pode um 
homem ser justo e injusto ao mesmo tempo 
Aristóteles distingue a justiça em duas importantes classes: a 
universal e a particular. A primeira é o cumprimento da lei. 
O homem justo, portanto, é aquele que cumpre a lei. Neste caso, 
a justiça se coloca ao lado das demais virtudes, pois respeitar a 
igualdade implica, quando necessário, agir virtuosamente. 
A justiça é considerada a maior das virtudes. Ela é perfeita 
porque as pessoas que possuem o sentimento de justiça podem 
praticá-la não somente em relação a si mesmas como também 
em relação ao próximo. Somente a justiça é o bem do outro. 
O magistrado deve possuir inúmeras qualidades: integridade, 
vocação verdadeira, profundo sentimento de justiça, cultura não 
só jurídica, dedicação ao estudo e às causas que lhe são 
submetidas, discrição, coragem e humanidade. A coragem, 
11 
segundo Aristóteles, é a mais importante delas porque garante 
as outras. 
A lei, segundo Aristóteles, é o instrumento de que dispõe a cidade 
para regular as relações entre os cidadãos segundo o princípio do 
justo e do injusto, do bem e do mal. 
FELICIDADE 
Para Aristóteles, a felicidade do ser humano está na realização 
plena da sua natureza humana. Ou seja, o ser humano deve 
almejar viver plenamente a sua essência humana. Mas qual é a 
natureza humana? Qual é a essência humana? Para Aristóteles, 
o ser humano é um animal racional, um ser que possui um corpo, 
que tem sentidos e desejos, mas também um ser que pensa, que 
raciocina. Dessa forma, Aristóteles define a felicidade humana 
como viver uma vida equilibrada entre as vontades do corpo e da 
razão. as vontades do corpo e da razão. 
A felicidade aristotélica é a vida equilibrada. Mas como alcançá-la? 
Aristóteles nos dirá que para uma vida equilibrada, não podemos 
negar os desejo do corpo humano, e sim “educá-los” pela razão. 
Todas as vontades do corpo são necessárias para termos uma 
vida plena, mas elas não podem nos controlar. Nós é que 
devemos controlar as necessidades do corpo, atendendo-as de 
forma equilibrada. 
Aristóteles vai dizer que a privação faz mal ao ser humano, 
assim como o excesso. É o equilíbrio que nos faz felizes, e esse 
equilíbrio é conquistado pela prática, pelo hábito. 
Devemos alcançar o meio-termo entre os extremos. 
Assim, podemos concluir que nós não somos felizes, e sim 
estamos felizes. A felicidade é uma meta a ser alcançada, mas 
ela é vivida diariamente, enquanto vamos conseguindo viver o 
equilíbrio de nossas vontades 
VIRTUDES ARISTOTELICAS. 
Aristóteles vai dizer que felicidade não está no prazer, nem na 
fama nem no dinheiro. Viver pelo prazer te torna escravo dele, 
dependente. Viver pela fama tira a sua autonomia de conquista e 
coloca nas mãos das pessoas que vão te aprovar ou não. Viver 
pelo dinheiro também não é felicidade porque o dinheiro é só um 
meio para se comprar algo. 
Uma de suas mais famosas teses prevê que o homem feliz e 
justo está sempre à procura do meio-termo justo, tendo em 
vista a prudência e a moderação. O homem não será feliz se 
viver apenas cultivando os prazeres carnais ou o intelecto, mas, 
sim, se desenvolver e encontrar todas as suas capacidades e 
possibilidades. O homem feliz evita os extremos e busca o 
autocontrole. Aristóteles pensa o “meio-termo justo” não apenas 
como princípio a ser seguido na vida pessoal, mas na própria 
constituição das cidades gregas: “Em todas as cidades há três 
partes: os muito ricos, os muito pobres e os terceiros no meio 
destes. Se, portanto, concordarmos que o mediano e o meio são 
o melhor, é óbvio que a melhor prosperidade de todas é a média”. 
Tem-se, portanto, um elogio da mediocridade como o ideal de 
cidade para Aristóteles. 
Em sua obra Política, encontra-se sua famosa definição segundo 
a qual “o homem é um animal político”, isto é, um ser que, por ter 
o discurso racional (logos), se realiza na comunidade e não pode 
ser compreendido fora de suas relações com seus semelhantes. 
Em Ética a Nicômaco, Aristóteles escreve que “uma andorinha 
não faz verão”. Como as andorinhas, na época do calor, andam 
juntas, o filósofo diz isso para lembrar que o indivíduo não deve 
ser entendido (e julgado) isoladamente. 
LOGICA 
Aristóteles buscou encontrar um método universal de raciocínio 
pelo qual seria possível aprender tudo que poderia ser aprendido 
sobre a realidade. 
Aristóteles criou um sistema de raciocínio dedutivo, que, desde 
então, tem sido de imensa importância para a aquisição de 
conhecimento. O sistema de raciocínio dedutivo de Aristóteles é 
baseado em silogismos – um raciocínio que se baseia em certas 
premissas para chegar a uma conclusão. Se as premissas são 
verdadeiras, a conclusão será correta. 
Exemplo clássico de silogismo: 
Premissa maior: Todos os seres humanos são mortais. 
Premissa menor: Sócrates é um ser humano. Conclusão: Sócrates 
é mortal. 
Analisemos: 
1. Todos os homens são mortais - premissa universal afirmativa, 
pois inclui todos os seres humanos. 
2. Sócrates é homem - premissa particular afirmativa porque 
refere-se apenas a um determinado homem, Sócrates. 
3. Sócrates é mortal - conclusão - premissa particular afirmativa. 
FALACIA 
Da mesma forma, o silogismo pode ter argumentos verdadeiros, 
mas que levam a conclusões falsas. Exemplo: 
1. Os sorvetes são feitos de água doce – premissa universal 
afirmativa 
2. O rio é feito de água doce – premissa universal afirmativa 
3. Portanto, o rio é um sorvete – conclusão = premissa universal 
afirmativa 
Neste caso, estaríamos diante de uma falácia 
ETICA 
A obra Ética a Nicômaco de Aristóteles aborda assuntos como a 
moralidade, a ética e o propósito da vida humana. 
Os pontos principais da filosofia ética de Aristóteles são que o 
sumo bem, o fim de todas as ações humana, é a felicidade. Esta 
é o objetivo principal da Ética. 
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METAFISICA ARISTOTELICA 
A metafísica foi um termo utilizado por um dos discípulos de 
Aristóteles, Andrônico de Rodes, para classificar os textos 
aristotélicos destinados a estudar a relação dos seres e suas 
essências, para além das relações físicas(meta significa "para 
além"). 
Aristóteles afirmava que a filosofia primeira (metafísica) se 
ocupava da investigação "do ser enquanto ser". 
Para Aristóteles, Deus não é o Criador, mas o motor do universo. 
Deus não pode ser resultado de alguma ação, não pode ser 
escravo de amo algum. 
Ele é a fonte de toda a ação, o amo de todos os amos, o 
instigador de todo o pensamento, primeiro e último Motor do 
Mundo. 
ARISTOTELES HOJE 
A metafísica foi um termo utilizado por um dos discípulos de 
Aristóteles, Andrônico de Rodes, para classificar os textos 
aristotélicos destinados a estudar a relação dos seres e suas 
essências, para além das relações físicas (meta significa "para 
além"). 
Aristóteles afirmava que a filosofia primeira (metafísica) se 
ocupava da investigação "do ser enquanto ser". 
Para Aristóteles, Deus não é o Criador, mas o motor do universo. 
Deus não pode ser resultado de alguma ação, não pode ser 
escravo de amo algum. 
Ele é a fonte de toda a ação, o amo de todos os amos, o 
instigador de todo o pensamento, primeiro e último Motor do 
Mundo.

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