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APS CRIMES EM ESPÉCIE

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APS - CRIMES EM ESPÉCIE
RA: 1210945
O impacto da obra “Dos Delitos e das Penas” no âmbito penal atual.
A obra de Cesare Beccaria, “Dos delitos e das Penas”, é referência para muitos estudantes de direitos, isso porque reformou a ideia de um sistema judiciário de punição desproporcional, tendo, o autor, como foco principal uma Dosimetria da pena e a renúncia das liberdades individuais em prol do coletivo, visando o bem público. Com isso, pode-se fazer um comparativo com os delitos da época e as formas punitivas das mesmas com os delitos contemporâneos no ordenamento jurídico.
O livro comporta-se como um protesto público contra os julgamentos secretos, o juramento imposto ao acusado, a tortura, o confisco, a pena infamante, a delação, a desigualdade diante da sanção e a atrocidade do suplício, fatos que certamente ocorriam na época. Mas que foram deixados de lado, graças aos pensamentos iluministas, como do autor, e o surgimento e preocupação com os Direitos Humanos.
Hoje, ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, assim como são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. Diferente da passagem do livro, em que Beccaria cita a instrução do processo, em que para se conseguir a confissão torturava-se o réu. 
Delitos presentes no código penal, como os crimes contra a vida (homicídio simples, qualificado ou feminicídio) são um parâmetro para se observar uma total dosimetria de pena e proporcionalidade ao alcançar a finalidade de punir, ou seja, há, no código, as situações tanto para a diminuição da pena, quando se vê necessário como para o aumento desta. Tornando real o objetivo do livro ao criticar a regularização das penas vigentes na época. 
Como exemplo de um caso de diminuição de pena, tem-se o homicídio privilegiado, este ocorre quando o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. E um caso de aumento, o homicídio qualificado, mediante paga ou promessa de recompensa, entre outros.
No cenário antigo, onde era banal a punição através da morte, Beccaria deixa clara sua posição negativa em relação a Pena de morte, onde ele questiona: “Quem poderia ter dado a homens o direito de degolar seus semelhantes? Esse direito não tem certamente a mesma origem que as leis que protegem.” 
Ao menos no Brasil, criando um comparativo do que ocorria na narração do texto, com a Proclamação da República, em 1889, a pena de morte foi retirada do Código Penal, apenas possível em caso de guerra declarada. Mais uma vez, mostrando a grande coerência de Cesare no quesito do princípio da proporcionalidade da pena, citado em mais de um momento.
Para ele, o ponto chave do fim das penas não é “atormentar afligir um ser sensível, nem desfazer o delito já cometido”, mas impedir que novos danos possam ser causados pelo réu, e garantir que seu delito não influencie outros a agir desse mesmo modo. Pois para ele, não se trata de uma vingança coletiva, mas sim tentar afastar os seus cidadãos do caminho do crime, já que penas muitos severas não se sustentam no ordenamento jurídico, só afirmaria ainda mais o espírito tirano vigente antigamente.
É melhor prevenir os delitos do que os punir, essa afirmativa traz uma questão duvidosa para muitos, pois como preveni-los? Beccaria responde: “Fazei com que as leis sejam claras, simples e que toda a força da nação se condense em defendê-las e nenhuma parte da nação seja empregada em destruí-las. Fazei com que as leis favoreçam menos as classes dos homens do que os próprios homens. Fazei com que os homens as temam, e temam apenas a elas. O temor das leis é sadio, mas fatal e fecundo, em delitos, é o temor de homem para homem.
Ademais, existem, no livro, citações que, mesmo escritas em um cenário totalmente diferente, com outros valores sociais e morais, foram assertivas, por exemplo:
Citação: “As injúrias pessoais, contrárias à honra, isto é, a essa justa porção de estima que todo homem tem o direito de esperar dos seus concidadãos, devem ser punidas pela infâmia”. (página 140). 
Correspondência no ordenamento jurídico brasileiro: Calúnia, Art. 138, CP/40. Caluniar alguém, imputandolhe falsamente fato definido como crime. Difamação, Art. 139, CP/40. Difamar alguém, imputandolhe fato ofensivo à sua reputação. (Art. 519 a 523 do CPP/41).
 Entre outros delitos que Beccaria teve uma visão muito superior e ampla em comparação com aqueles que governavam em sua época,mostrando ser um filósofo de grande esperteza e a frente de seu tempo.
O autor finaliza a obra com uma conclusão simples, na visão contemporânea, mas complexa, se de acordo com a época em que foi escrita. Basicamente diz que para a pena não ser um ato de violência contra o cidadão, a pena deve ser essencialmente pública, a menor das penas aplicáveis nas circunstâncias dadas, proporcionada ao delito e determinada pela lei. O que, ao abrirmos o código penal, certamente nos deparamos. 
Em suma, a obra foi e ainda é de grande influência para toda a área jurídica, principalmente quando se trata do âmbito Penal. Já que trouxe aos delitos atuais, princípios que fizeram com que o ato punitivo para os mesmos sejam proporcionais, com a citada Dosimetria da Pena, além de que se compararmos, a crítica ao regime antigo vivido por Cesare Beccaria, com o nosso ordenamento jurídico e o próprio sistema judiciário, percebemos a grande semelhança em relação a postura que o autor toma, sempre pendendo para o lado da real justiça,

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