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Unidade II TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Profa. Neusa Meirelles Pedagogia de Competência e Formação Continuada. A expressão formação continuada está associada à pedagogia das competências, reflexo da política neoliberal, objeto de críticas acirradas por parte de educadores e sociólogos. A expressão reflete as contradições existentes entre um discurso democrático e uma prática pedagógica discriminadora, características do sistema educacional brasileiro. Unidade II – Autoformação e inserção na comunidade dos sociólogos Segundo Brabo (2005:110-115), a pretensão consiste em “criar um sistema de igualdade política, a democracia, num sistema de desigualdade econômica, o capitalismo, marcado pela desigualdade social, cultural e política”. Não se pode afirmar que essa pretensão seja exclusiva do Brasil, mas aqui ela se torna gritante, não exatamente pelo fato educação, mas pelas condições sociais de extrema desigualdade econômica. A pretensão do sistema educacional brasileiro É importante ter claro que o ensino de Sociologia não atenuará as diferenças sociais ou desigualdades econômicas. Contudo, essas disciplinas acentuam e favorecem a tendência a um sistema democrático, de igualdade política e cidadania, isso porque elas visam a desfazer preconceitos, estimular o pensamento crítico, construir a individualidade, o sujeito em um campo ético. O ensino de Sociologia e a pretensão do sistema Em todos os capítulos de OCEM há comentários e sugestões de como trabalhar cada tema de sociologia em sala de aula, ou de como estabelecer mediações pedagógicas entre processos sociológicos, tratados nos textos, e a discussão de processos sociais, cujas manifestações empíricas, em boa parte, podem ser constatadas no cotidiano dos alunos, ou seus reflexos observados na própria sala de aula. Portanto, as mediações consistem em articular teoria à observação empírica, de modo a permitir buscar sentidos, interpretar e aplicar à aparência o pensamento crítico. Mediações pedagógicas Todo esforço voltado para o ensino de Sociologia visa à formação do jovem como cidadão, mas uma visão apressada (ou superficial) da Pedagogia de Competências e Habilidades visa exclusivamente à profissionalização do jovem, mais, precisamente, a inserção do jovem no mercado de trabalho. Essa é uma aparente contradição, mas que tem sido apontada como argumento para desqualificar a importância de disciplinas que visam à formação dos jovens, tais como: Sociologia, Filosofia, História e Geografia. Formação e profissionalização Nada contra a profissionalização dos jovens, porém o professor de Sociologia não tem a profissionalização como alvo, mas a formação do jovem como sujeito, um perfil que não corresponde ao ensino de um conteúdo de tecnologia, habilidades profissionais e capacidades demandadas pelo mercado. Na verdade, o Ensino Médio comum não se destina a formar o jovem em uma profissão (para isso existem as escolas técnicas), assim o Ensino Médio permitirá que o jovem seja habilitado para um emprego, eventualmente demandado pelo mercado, mas não para uma profissão. Profissionalização (dos jovens) Partindo das considerações anteriores, o ensino do professor de Sociologia implica em despertar a atividade crítica, marcada pelo caráter ético, e aplicada ao processo de transmissão e aquisição de conhecimentos. Esse professor sociólogo é um especialista na sua disciplina, mas também trafega com relativa facilidade pelas disciplinas conexas; sempre afeito à prática social no cotidiano da sociedade brasileira, ele mantém o compromisso político com a democracia e, pode-se dizer, com uma sociedade mais igualitária e inclusiva. O ensino do professor de Sociologia A articulação entre a política neoliberal e a pedagogia das competências conduz à tendência de formação continuada dos professores, como recurso para atrelar educação ao mercado, acentuando a profissionalização dos jovens. Em relação aos professores de Sociologia, a situação se apresenta relativamente distinta porque, para o sociólogo, não se coloca a exigência de formação visando à atualização de desempenho profissional, tendo em vista demandas do mercado, tal como ocorre nas disciplinas técnicas. Implicações da formação continuada (dos professores) Idealmente, o professor de Sociologia é um sociólogo, o que significa que ele concluiu sua formação acadêmica, fez seu registro profissional, concluiu a licenciatura, prestou e foi aprovado em algum concurso e, finalmente, está exercendo a profissão à qual dedicou parte de sua juventude com os estudos e trabalhos exigidos. Essa trajetória pode desenvolver interesse crescente pela disciplina, induzindo o professor a buscar recursos para aperfeiçoamento. O professor de Sociologia e autoformação continuada Dentre várias possibilidades, duas trajetórias aparecem de pronto: a. Ele pretende continuar na docência e na pesquisa, partindo, então, para o Ensino Superior, com pós-graduação, mestrado, doutorado etc. b. Ele pretende continuar no Ensino Médio, eventualmente assumindo aulas em mais de uma escola, ou mais aulas na mesma escola. Trajetórias possíveis ou mais frequentes... Dessas colocações decorre que autoformação em Sociologia pode ser concebida como dimensão do processo de subjetivação ou de construção do sujeito, em campo ético, envolvendo não somente a racionalidade, mas também as emoções. Essa complexidade combinada entre razão e emoção é sintetizada por Morin (2007, p. 122): “A vida humana necessita da verificação empírica, da correção lógica, do exercício racional da argumentação. Mas precisa ser nutrida de sensibilidade e de imaginário”. Nesse sentido, “a autoformação instiga o educador à autonomia intelectual, ao compromisso científico e social, como expressão de um profissional que pensa e tem o que dizer a partir da reflexão coletiva” (LOSS, 2015). Autoformação continuada e a construção do sujeito O risco da segunda opção reside na rotina empobrecedora, que se torna medíocre com o tempo e não com muito tempo. Logo esse professor estará procurando meios para se motivar no trabalho, para se atualizar, aperfeiçoar suas práticas pedagógicas etc. É nesse momento e como trajetória pessoal que aparecem obstáculos e facilidades relacionadas a um programa de autoformação continuada, mas construído pelo professor, acessando sites e grupos de estudo, disponíveis pelas Universidades. Recusa da rotina, construção de trajetória pessoal Existe a tendência de atrelar a formação de professores às condições abertas no mercado. Nesse sentido, qual a posição dos professores de Sociologia? a) Como todos os demais professores, eles são favoráveis. b) A formação dos professores de Sociologia deve atender às expectativas de melhoria salarial e de promoções. c) O sociólogo não coloca a exigência de uma formação continuada, tendo em vista a demanda de mercado. d) O treinamento que vise a aperfeiçoar o desempenho é sempre uma opção desejável, inclusive para sociólogos. e) O professor de Sociologia é um profissional que se adapta às novidades do mercado, especialmente no campo da tecnologia é fundamental para garantir o emprego. Interatividade Existe a tendência de atrelar a formação de professores às condições abertas no mercado. Nesse sentido, qual a posição dos professores de Sociologia? a) Como todos os demais professores, eles são favoráveis. b) A formação dos professores de Sociologia deve atender às expectativas de melhoria salarial e de promoções. c) O sociólogo não coloca a exigência de uma formação continuada, tendo em vista a demanda de mercado. d) O treinamento que vise a aperfeiçoar o desempenho é sempre uma opção desejável, inclusive para sociólogos. e) O professor de Sociologia é um profissional que se adapta às novidadesdo mercado, especialmente no campo da tecnologia é fundamental para garantir o emprego. Resposta Não são muitos, mas vale à pena explorar as indicações: Participação em organizações científicas, no Brasil, segundo o site da Sociedade Brasileira de Sociologia: http://www.sbsociologia.com.br (acesso em 27/09/2016). A SBS mantém duas categorias de sócios: efetivo (titulados com o mínimo de mestre, exercer atividade nesse campo em instituições de ensino superior ou institutos de pesquisa) e graduado (graduado em Ciências Sociais, Sociologia, Antropologia e Ciência Política). A solicitação será examinada em Reunião da SBS durante a ANPOCS. SBS edita a Revista Brasileira de Sociologia – RBS, disponível em: http://www.sbsociologia.com.br/revista/index.php/RBS/ (acesso 27/09/2016). Recursos para autoformação continuada do professor de Sociologia ABECS surgiu das condições que se apresentavam para bacharéis e licenciados em Ciências Sociais em relação ao ensino de Ciências Sociais, notadamente Sociologia. É interessante ressaltar que, no histórico da fundação da entidade, as questões relacionadas ao ensino de Ciências Sociais foram centrais. Para a Associação havia certa “invisibilidade” de debate sobre o ensino de Sociologia, apesar dos esforços das entidades profissionais. Faltavam “espaços de discussão e produção de conhecimento sobre didática, currículo e formação docente ainda se encontravam marginalizados na maioria de nossas universidades e em eventos acadêmicos científicos das áreas de ciências sociais e educação”. Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais A situação se agravou especialmente para professores universitários ligados à licenciatura, indicando a oportunidade de criação de um espaço acadêmico e profissional. O manifesto para criação da ABECS partiu de um e-mail de Flávio Sarandy e logo mobilizou colegas, dos mais diferentes cantos do Brasil, constituindo-se a assembleia de fundação da nova entidade, no dia 11 de maio de 2012, na Unidade Humaitá do Colégio Pedro II, um dos primeiros estabelecimentos do país a ofertar sociologia escolar, na cidade do Rio de Janeiro, foi fundada a Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais – ABECS. http://www.abecs.com.br/site/ (acesso27/09/2016). A criação da ABECS Os estatutos da ABECS demonstram que a instituição é francamente direcionada para a atividade docente, como se pode concluir da leitura do: Art. 3º dos Estatutos, a ABECS tem como finalidades e objetivos, dentre outros: I. Congregar os profissionais que atuem no magistério ou pesquisem sobre o ensino da Sociologia/Ciências Sociais, em todos os níveis e segmentos, a saber: educação básica, graduação e pós-graduação, lato sensu e stricto sensu; II. Apoiar a expansão da disciplina Sociologia/Ciências Sociais na Educação Básica, que deve ser ministrada exclusivamente por licenciados em Sociologia/Ciências Sociais. A ABECS e o professor de Sociologia Uma postura ética é traço exigível para todo cidadão, portanto, para todo profissional do ensino e pesquisa. Todavia há certas especificidades no âmbito do ensino e da pesquisa em Sociologia, das quais podem ser citadas: a. Não cabe ao professor sugerir escolhas políticas aos seus alunos, mas tornar possível que eles procedam à elaboração de suas próprias escolhas. b. Cabe ao professor orientar seu ensino no sentido de desfazer preconceitos de toda espécie, contribuir para uma vivência democrática, como articulação das diferenças sociais, étnicas, de nacionalidade, religiosas e de gênero. A ética no ensino de Sociologia A participação em associações profissionais é decididamente importante para vinculação a um grupo de sociólogos professores, mas é evidente que apenas a participação em associações científicas não assegura uma “formação continuada”, para isso é necessário cursar uma pós-graduação, de preferência stricto sensu. Outra forma importante reside na participação, via cadastro, em Laboratórios de Ciências Sociais, ou de ensino de Sociologia. Algumas sugestões são apresentadas a seguir. Outras formas de dar continuidade à formação profissional Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro: http://www.labes.fe.ufrj.br/ (acesso em 27/09/2016). O Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes é um espaço para professores, estudantes e pesquisadores terem acesso ao material disponível sobre o ensino de Sociologia na Educação Básica. Legislação, artigos, teses, dissertações, materiais didáticos, conteúdos programáticos, experiências didáticas estão à disposição, tornando o LabES uma importante ferramenta de trabalho para os interessados no ensino e na formação do professor de Sociologia. No site há janelas especiais sobre: didática e prática de ensino em Ciências Sociais e sobre os ENSOC (Encontros Estaduais de Ensino de Sociologia). http://ensinosociologia.fflch.usp.br/ (acesso em 27/09/2016) Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes O Laboratório de Ensino de Sociologia (LES) foi criado por meio de subsídios da Pró-Reitoria de Graduação e Departamento de Sociologia da USP. Tem como objetivo contribuir para a formação continuada de professores de Sociologia do Ensino Médio, tanto os licenciados e bacharéis em Ciências Sociais, como os oriundos de outras áreas de conhecimento. A iniciativa parte do entendimento de que as Ciências Sociais contribuem decisivamente para a reflexão cotidiana, desde os problemas macrossociais até os infinitamente pequenos. Laboratório de Ensino de Sociologia (LES) Departamento de Sociologia da USP O site disponibiliza excelentes textos didáticos que cobrem os assuntos que integram a programação do ensino, como: Arqueologia, Ciência Política, Classes Sociais, conceitos sociológicos fundamentais, como: Consumo, Corpo e Sexualidade, Corrupção, Cultura Indígena, Democracia, Diversidade Cultural, Estudos Rurais e Urbanos, Folclore, Formação Cultural Brasileira, Gênero, Ideologia, Industrialização, Juventude, Literatura e Sociedade, Massa, Migrações, Movimentos Sociais, Populismo, Raça e Identidade, Redes Sociais, Relações Internacionais, Religião, Socialização, Sociedade Civil, Trabalho, Violência. Além disso, há teses e dissertações sobre aspectos do ensino de Ciências Sociais. Textos didáticos disponíveis no LES O site “Ensino de Sociologia” é uma iniciativa experimental e colaborativa realizada no âmbito das disciplinas de Estágio Supervisionado da Licenciatura do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo. Trata-se de um recurso de coprodução (entre professores e estudantes), sistematização e compartilhamento de informações, metodologias, recursos educacionais, notícias, projetos e relatórios de pesquisa, relacionados ao ensino- pesquisa de Ciências Sociais na Educação Básica. https://ensinosociologia.milharal.org/sobre-o-site/ (acesso em 27/09/2016). UNIFESP – Ensino de Sociologia Compartilhamento de links selecionados em que você pode acompanhar os diversos materiais selecionados pela web: http://www.delicious.com/ensinosociologia (acesso 27/09/2016). Plataforma wiki em que, em organização, de maneira colaborativa, diversos materiais relacionados ao ensino de Sociologia na educação básica. Qualquer um pode editá-la e inserir novas informações: http://ensinosociologia.wikia.com (acesso 27/09/2016). Formas de participação e difusão de informações O GAES, em sua versão digital, disponibiliza materiais para aulas de Sociologia no Ensino Médio com a finalidade de colaborar com os professores e os alunos em suas experiências de ensino-aprendizagem. O material é produzido por professores do Departamento de Ciências Sociais da UEL – Universidade Estadual de Londrina que integram, ou integraram esse projeto de extensão quese desenvolve desde o início dos anos 1990 em Londrina, PR. http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/o-ensino-da- sociologia.php (acesso 27/09/2016). Grupo de Apoio ao Ensino de Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (GAES) Para um sociólogo brasileiro professor, que esteja insatisfeito com a rotina no Ensino Médio, há recursos de formação além dos cursos de pós-graduação? a) Não, o contato nas redes sociais é insuficiente. b) Há meios, mas nem todos têm dinheiro para isso. c) O mais importante recurso é a participação em congressos especialmente internacionais. d) Se o sociólogo é fluente em inglês ou espanhol, um recurso para atualização é a assinatura de revistas internacionais. e) Sim, há vários recursos além de cursos de pós, desde associações específicas para professores de Sociologia, como as outras mais generalistas. Interatividade Para um sociólogo brasileiro professor, que esteja insatisfeito com a rotina no Ensino Médio, há recursos de formação além dos cursos de pós-graduação? a) Não, o contato nas redes sociais é insuficiente. b) Há meios, mas nem todos têm dinheiro para isso. c) O mais importante recurso é a participação em congressos especialmente internacionais. d) Se o sociólogo é fluente em inglês ou espanhol, um recurso para atualização é a assinatura de revistas internacionais. e) Sim, há vários recursos além de cursos de pós, desde associações específicas para professores de Sociologia, como as outras mais generalistas. Resposta Os artigos disponíveis podem ser descarregados no computador pessoal do usuário, ou impressos para leitura ou utilização em sala de aula, desde que as fontes sejam citadas. O GAES pede, ainda, aos usuários a divulgação do site. www2.uel.br/grupo-estudo/gaes (acesso 27/09/2016). “Caso queira qualquer esclarecimento, ou mesmo queira contribuir com material, entre em contato com o coordenador do grupo, através do e-mail abaixo: Cesar Augusto de Carvalho gaes@uel.br” (acesso 27/09/2016). GAES Desigualdade social e violência. http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/desigualdade- social-e-violencia.php. Educação e pós-modernidade. http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/educacao-e-pos- modernidade.php. O ensino da Sociologia. http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/o-ensino-da- sociologia.php (acesso em 27/09/2016). No site do GAES são disponíveis para download textos sobre Juventude, sexualidade e saúde: http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/juventude- sexualidade-e-saude.php. Teorias Sociológicas: 27/09. http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/teorias- sociologicas.php Desigualdade Social e Violência (acesso 27/09/2016). Outros textos disponíveis no site do GAES O Laboratório de Ensino de Sociologia (LESOC) do Instituto de Ciências Sociais (INCIS) foi criado em 2000 para atender às recomendações do MEC relacionadas à Licenciatura em Ciências Sociais. Seu funcionamento, desde então, esteve diretamente associado às atividades das disciplinas pedagógicas, em especial aquelas oferecidas pelo INCIS. A proposta do LESOC é contribuir com a prática docente das Ciências Humanas, de uma maneira geral, e de Sociologia no nível médio, em particular, uma vez que é objetivo da licenciatura formar professores para essa etapa da Educação Básica. http://www.lesoc.incis.ufu.br/ (acesso em 27/09/2016). Laboratório de Ensino de Sociologia – Universidade Federal de Uberlândia A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), cuja 67ª Reunião Anual da SBPC foi em São Carlos – de 12 a 18 de julho, na UFSCar, teve como tema “Luz, Ciência e Ação”. A outra reunião foi na Universidade Federal do Sul da Bahia, Porto Seguro, de 03 a 09 de julho de 2016. http://www.sbpcnet.org.br/site/ (acesso em 27/09/2016). A integração do professor de Sociologia na comunidade científica nacional e internacional Especificamente de Ciências Sociais, além da SBS há a ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), fundada em 1977. Conforme o site da entidade, a Anpocs é composta por sócios institucionais e não por pesquisadores individuais. Outras associações importantes no ambiente científico de Ciências Sociais são: ABA (Associação Brasileira de Antropologia) e ABCP (Associação Brasileira de Ciência Política). www.anpocs.org/ (acesso 27/09/2016). ANPOCS Para participar, em princípio, será necessário o domínio de uma língua, de preferência, o inglês ou o espanhol. Contudo será mais adequado estar familiarizado com os temas e os assuntos que estão sendo discutidos e uma forma de obter informações será o levantamento das publicações internacionais em Sociologia (a maioria delas está disponível na internet). “The American Journal of Sociology”, a mais tradicional e convencional das revistas de Sociologia americana. https://archive.org/details/americanjournalo10chicuoft (acesso 27/09/2016). A comunidade científica internacional “The sociological review”, publicação UK. http://www.thesociologicalreview.com/. “Revue française de sociologie”. http://www.rfs-revue.com/spip.php%3Frubrique2&lang=fr.html (acesso 27/09/2016). Outras publicações internacionais importantes Enfim, pensar em integração à comunidade científica, seja nacional ou não, implica em dispor de recursos de tempo e financeiros para se inscrever em uma pós-graduação, fazer o mestrado para, finalmente, ser considerado um “dos pares” daquele grupo. Evidentemente que a integração na comunidade científica implica em ser cientista ou, pelo menos, em pretender sê-lo. Síntese As práticas definidas pelas associações profissionais dizem respeito à obtenção de dados e informações, e posterior divulgação pública, ou não. Informantes e sujeitos de pesquisa partilham com o sociólogo pesquisador informações que tornam possível sua pesquisa. De sorte que o material assim obtido constitui uma modalidade de informação privilegiada, portanto, há regras que devem ser seguidas pelo sociólogo para divulgação. Confidencialidade das fontes e objetividade nas análises são traços a serem mantidos nas pesquisas, cujos detalhamentos se encontram nos Códigos de Ética das organizações profissionais. A ética na pesquisa sociológica Para dirimir dúvidas e normatizar corretamente as práticas profissionais, duas versões das normas que regem, ou deverão reger, o comportamento profissional do sociólogo. Primeiramente, o Código da Federação Nacional dos Sociólogos, detalha os deveres, as regras de conduta em relação aos demais integrantes da categoria profissional, bem como detalha a organização interna da Federação etc. O código se encontra em: FNS Federação Nacional dos Sociólogos. https://sites.google.com/site/federacaonacioanaldossociologos. Códigos de ética profissional Esse código privilegia questões relacionadas à condução de pesquisa de campo, utilização de fontes primárias, documentais e bibliográficas, e, em especial, utilização de imagens e sons. Nunca é demais sublinhar que para utilização de imagem do entrevistado ou informante deve ser obtido consentimento por escrito. O documento está disponível em: www.sbsociologia.com.br/portal/images/docs/codigoetica.pdf. http://www.dhnet.org.br/direitos/codetica/codetica_brasil/sociolg.h tml (acesso 27/09/2016). Código de ética profissional SBS Qual a importância de um código de ética para um sociólogo? a) Nenhuma, na prática profissional, o sociólogo não comete erros desse tipo. b) É importante na pesquisa para orientar a confidencialidade das informações e das fontes. c) A ética faz parte de sua formação, portanto, o código é desnecessário. d) Não é importante porque as universidades dispõem de uma comissão de ética. e) É importante para garantir que o sociólogo não manipule os dados. Interatividade Quala importância de um código de ética para um sociólogo? a) Nenhuma, na prática profissional, o sociólogo não comete erros desse tipo. b) É importante na pesquisa para orientar a confidencialidade das informações e das fontes. c) A ética faz parte de sua formação, portanto, o código é desnecessário. d) Não é importante porque as universidades dispõem de uma comissão de ética. e) É importante para garantir que o sociólogo não manipule os dados. Resposta A escolha do objeto de pesquisa e sua concepção são dois elementos fundamentais ao perfil profissional do sociólogo porque ambos dizem respeito à sua individualidade, são itens que antecedem a todas as demais escolhas, embora curiosamente a escolha do objeto de pesquisa e sua concepção frequentemente sejam etapas consideradas depois da opção de método, o que pode causar dor de cabeça ao pesquisador iniciante. Tópicos especiais: a escolha do objeto de pesquisa O “objeto de pesquisa” (atenção para as aspas) deve ser fruto de uma sincera interrogação, de um questionamento, do olhar de estranhamento dirigido a certa faceta da realidade para a qual não se encontram respostas ou, ainda, o que é mais frequente, com insatisfação perante as respostas disponíveis. Por isso “objeto de pesquisa” foi grafado com aspas, porque esse “objeto”, na verdade, é um vazio, um interrogante, o resultante de um olhar que desconfia da aparência materializada nas práticas sociais cotidianas ou que desconfia da “ordem natural das coisas”. O objeto de pesquisa A escolha por uma metodologia de pesquisa implica estabelecer práticas profissionais e acadêmicas, que delineiem o objeto de pesquisa escolhido, portanto, a escolha remete para uma dada concepção teórica de sociedade, das relações sociais que a constituem e a conformam, as quais se encontram refletidas no objeto de pesquisa em dado momento histórico. Os procedimentos de pesquisa, embora associados à metodologia, refletem questões práticas, tais como: a disponibilidade de acesso às fontes, recursos financeiros, equipe de pesquisadores de campo, tempo para execução da pesquisa etc. Tópicos especiais: a escolha da metodologia e procedimentos de pesquisa Foram estudadas duas modalidades de pesquisa: a. uma pesquisa empírica convencional, com entrevistas e consulta de fontes sobre estrutura de poder a partir da categoria dominante, de quem exerce poder, focalizando os mecanismos efetivos de manutenção dessa posição, ao longo de um processo de mudança parcial da economia agrária para industrial; b. uma pesquisa com filmes nacionais focalizando a construção da subjetividade na formação social e os dispositivos de poder que a conformam, os quais constituem a outra face da democracia brasileira, ou o avesso da ordem ou, ainda, o espaço entre a norma e as práticas de poder. Tópicos especiais: dois exemplos de pesquisa sobre exercício de poder As duas pesquisas tiveram por “objeto” a problematização das práticas, ou dispositivos de exercício do poder, que integram a estratégia de “mudar para permanecer”: alteração de elementos do grupo dominante, preservando as linhas de ação política anteriores. Enquanto a primeira pesquisa se valeu da metodologia weberiana, a segunda foi baseada na abordagem foucaultiana ao exercício de poder. Objeto de pesquisa, postura teórica e procedimentos Na primeira pesquisa, os procedimentos envolveram a relação direta entre pesquisador e pesquisado, uma relação intersubjetiva, típica da pesquisa de campo, para construção da racional das regularidades implicadas no objeto. Na segunda, foi o plano do sensível (visual, auditivo) que constituiu a instância para a construção racional da regularidade das condutas, ele foi a base para construção do conteúdo sociológico que justifica a pesquisa. Procedimentos, construção das regularidades Na sociologia, a empiricidade é uma mediação construída no exterior dos dados obtidos, seja esse exterior a postura teórica, sejam os pressupostos sobre conexões dos fatos. Na verdade, é esse exterior, adotado pelo sociólogo, que orienta a obtenção da manifestação empírica das condutas e a construção das regularidades que permitem descrição, explicação e interpretação; enfim, a construção do “objeto de pesquisa”, surgido de uma problematização. Em resumo... É importante reconhecer que o material pesquisado não é submisso ao pesquisador. Assim, desde que o sociólogo se mantenha cuidadoso na condução da pesquisa, especialmente em relação às hipóteses formuladas, o material de pesquisa propicia a emergência de outras questões instigantes e que devem ser revisadas. Talvez seja essa imposição dos dados para a criatividade do pesquisador que seja a dimensão mais fascinante da pesquisa sociológica. Finalmente... É possível situar a autoformação continuada sem atrelar o conceito ao neoliberalismo e o mercado? Como? a) Sim, quando a autoformação continuada refletir um projeto pessoal, uma escolha do sujeito. b) Não é possível, todo processo de autoformação continuada está atrelado às demandas do mercado. c) Sim, quando a autoformação implica em elevar o desempenho, adicionar habilidades e competências. d) Depende, sobretudo das oportunidades de trabalho abertas em dado setor profissional. e) Não, o conceito foi desenvolvido no âmbito da teoria neoliberal de trabalho. Interatividade É possível situar a autoformação continuada sem atrelar o conceito ao neoliberalismo e o mercado? Como? a) Sim, quando a autoformação continuada refletir um projeto pessoal, uma escolha do sujeito. b) Não é possível, todo processo de autoformação continuada está atrelado às demandas do mercado. c) Sim, quando a autoformação implica em elevar o desempenho, adicionar habilidades e competências. d) Depende, sobretudo das oportunidades de trabalho abertas em dado setor profissional. e) Não, o conceito foi desenvolvido no âmbito da teoria neoliberal de trabalho. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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