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Disciplina: Direito Civil – Obrigações Professora: Jessica Hind Data: 12 /11 /2020 Aluna: Yasmin Andrade Mustafa Figueiredo Atividade Proposta: A partir da leitura do texto, comentem a relação entre a teoria da aparência e o pagamento feito a credor putativo e busquem um julgado no qual ambos os fundamentos são aplicados. TEORIA DA APARÊNCIA:PAGAMENTO AO CREDOR PUTATIVO Preliminarmente, um breve relato acerca da Teoria da Aparência Jurídica, cuja aplicabilidade visa facilitar a circulação de riquezas, garantir a segurança jurídica nas relações comercias, sociais, evitar o enriquecimento ilícito, trabalhar com a confiança estabelecida entre as partes, bem como, possuir a boa-fé. A relação entre a teoria da aparência e o pagamento feito a credor putativo se dá quando uma pessoa tida como titular de um direito, mas na verdade não o representa (credor putativo), age como proprietária de um bem ou valor por sua própria conta e sob sua responsabilidade. Surge, assim, uma situação de fato cercada de circunstâncias tais que o contratante de boa-fé é levado a tomar como válidos os atos assim praticados. A aplicação da teoria da aparência cabe regular tais situações e assegurar os direitos dos verdadeiros agentes, extinguindo a obrigação do devedor e garantindo ao credor real o recebimento da coisa empenhada. O mundo contemporâneo impõe aos sujeitos uma velocidade no cumprimento dos seus deveres e obrigações, resultado das relações estabelecidas seja no âmbito comercial, social ou familiar, o que favorece a prática de atos movidos pela ignorância da realidade que lhe é apresentada, por acreditar na aparência. De acordo com Mota (ano, p. ), o termo “aparência” para o direito pode ser definida como “[...] relação entre dois fenômenos, o primeiro uma situação de fato, imediatamente presente e real, que manifesta por ilação ou reenvio uma segunda situação jurídica, fazendo-a aparecer como real, quando na realidade não existe, ou existe com modalidade diversa daquela assinalada”. O Direito, por meio da Teoria da Aparência, garante a tutela àquele que causou prejuízo, por um erro escusável, agindo de boa-fé, por ter confiado naquilo que lhe foi demonstrado. De acordo com Orlando Gomes (ano), há três razões para fundamentar o princípio da proteção a terceiros de boa-fé, e a necessidade da segurança nas relações jurídicas, como justificativa para a aparência: I. para não criar surpresas à boa-fé nas transações do comércio jurídico; II- para não obrigar os terceiros a uma verificação preventiva da realidade, o que evidencia a aparência; III- para não tornar mais lenta, fatigante e custosa a atividade jurídica. Para exemplificar, no âmbito do Direito Civil, existem situações que se utiliza a Teoria da Aparência, a fim de solucionar questões entre as partes, devedor e credor, como é o caso do credor putativo “pessoa que estando da posse do título obrigacional, passa aos olhos de todos como sendo a verdadeira titular do crédito (credor aparente)”, conforme Pereira (ano, p.). Pode-se ver que o art. 309 do Código Civil (BRASIL, 2002) prevê tal condição: “Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor”. Contudo, o acolhimento da teoria da aparência no caso do credor putativo, tornando válido o pagamento, depende dos seguintes requisitos: a boa fé do devedor e a escusabilidade de seu erro. Isso porque, para que o pagamento seja admitido, deve-se estar comprovada a boa-fé do devedor, diante da realidade que lhe foi apresentada por aquele que se passou por verdadeiro titular do crédito, e o erro que incorreu ao devedor seja perdoável. Por fim, para ratificar o dito por Orlando Gomes, não seria razoável exigir de cada devedor uma averiguação acerca da qualidade de accipiens antes de adimplir cada obrigação, o que demandaria tempo. Logo, para o devedor que cumpriu corretamente com suas obrigações, desde que atendidos todos os requisitos indicados acima, restaria a exoneração. Por outro lado, ao credor real caberia o direito à ação regressiva contra o falso accipiens. Referências BRASIL. Código Civil. Lei n. 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm . Acesso em 10 nov. 2020. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm GOMES, Orlando. Título, Cidade: Editora, ano. MOTA, Maurício Jorge Pereira da Mota. Título, Cidade: Editora, ano. PEREIRA, Caio Maia da Silva. Título, Cidade: Editora, ano.
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