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Caderno - Processo de Execução (marcada)

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CRISTIANO WELLINGTON
PROCESSO DE EXECUÇÃO
Processo > Crise
· Certeza
· Efetividade
Processo é um instrumento que materializa o direito de ação, para que o Estado exerça a jurisdição. Antes do CPC 2015, existia o processo de conhecimento, de execução e processo cautelar. Esse processo cautelar deixo deixou de existir. Foi absorvido por medidas do processo de conhecimento ou do processo de execução. Então hoje só existem 2 tipos de processo. E o processo de conhecimento e execução passaram a ser fundidos também. Então temos a fase de conhecimento e a fase de execução. 
No processo de execução tratamos de um direito que já foi reconhecido. No processo de execução há bem mais frustração. É mais fácil o Estado reconhecer que você tem direito do que fazer o sujeito pagar. 
Mas os 2 tipos de processo procuram resolver uma situação de crise: é uma situação em que o problema não está resolvido. No processo de conhecimento há uma dúvida sobre a certeza. Certeza sobre a quem pertence o direito. O judiciário então diz a quem cabe o direito. As partes não estão de acordo quanto à existência do direito. 
No processo de conhecimento prevalecem os atos de natureza intelectual. Estuda-se o mundo fático, para verificar a veracidade das informações. 
No processo de conhecimento: o réu apresenta uma antítese (negar o fato ou as consequências) contra a tese do autor. E o judiciário dará a síntese sobre o caso concreto. Toda atividade no processo de conhecimento são atos intelectuais. 
No processo de execução, o direito já está reconhecido, através de um documento, que é o título. Ausência de dúvida quanto à existência do direito. A execução é a concretização material desse direito. A crise não é mais de certeza, mas de efetividade. Há o direito reconhecido, mas esse direito não é transformado em realidade material, pois o devedor não cumpriu a sua obrigação. A função então, do processo de execução, é sempre transformar a realidade. Transformar os fatos para aqueles que o direito deseja. Fazer a realidade se altere para aquilo que o ordenamento jurídico deseje. 
Processo de conhecimento estuda os fatos. Processo de execução transforma os fatos. 
Os atos, no processo de execução, não são atos intelectuais. São atos materiais, atos de força, que visam alterar a realidade concreta. Ex.: Penhora
No processo de conhecimento, nós saímos dos fatos e chegamos ao direito. As partes narram os fatos, comprovam e sobre esses fatos o judiciário aplica a regra jurídica, e declara qual o direito existente e a quem cabe. No processo de execução, o processo é inverso. Saímos do direito, para se chegar os fatos. Sai do direito porque o direito já está reconhecido. O título o reconhece esse direito e traz uma obrigação definida. E o direito procura transformar essa obrigação num fato. 
No processo de execução também há atos intelectuais, mas eles não preponderam. Também é possível discutir o direito no processo de execução. Ex.: você deu um cheque para pagar uma obra. Mas o cara não efetuou a obra. Não é possível discutir o direito dentro do processo de execução. Tem que ser através de um processo paralelo, de embargo à execução. Discute-se o direito também, por exemplo, para analisar se uma penhora foi válida, por exemplo. 
EXECUÇÃO > INSTRUMENTOS (meios de garantir a execução).
· Sub-rogação: quando o Estado substitui a vontade da parte. Ele simplesmente desconhece a vontade da parte. Ex.: se não pagou até agora, presume-se que não quer pagar. Penhora pelo Bacen-jud também uma forma de sub-rogação. Toda penhora teria essa natureza. 
· Coerção: multa, protesto do título executivo.
Pode-se ter sub-rogação e coerção no mesmo processo. Ex.: busca e apreensão (meios de sub-rogação). Ou então determinar uma multa de R$ 20.000 por mês se ele não entregar o carro (coerção). Depende então, do tipo da obrigação. Porque em alguns casos só dá para usar um dos 2 tipos. 
CLASSIFICAÇÃO
· Específica: execução da obrigação na forma como ela consta no título. A entrega é a prestação é o próprio bem. Ex.: execução de fazer a pessoa da obra a realizar a obra que ele não fez (obrigação de fazer). Obrigação de não fazer: a pessoa constrói um muro que não podia. A obrigação de não fazer é demolir o muro, que retornar ao estado que deveria ser. Mas a situação pode se tornar irreversível. E não é mais possível derrubar o muro, porque pode prejudicar outras pessoas, por exemplo. 
· Genérica: toda vez que a prestação é frustrada em relação ao bem específico. Então reverte-se em perdas e danos. E vira uma execução por quantia certa. A execução genérica então é uma execução por quantia certa. É avaliado o dano decorrente do não-cumprimento da obrigação. E essa quantificação é refletida em valor monetária. Nela pode ser resolver qualquer outra execução. 
Obrigação de entregar coisa certa: se for dar valor, é obrigação de entregar quantia certa. Dinheiro tem uma característica que tem a qualidade de poder substituir qualquer outro bem. Meio pelo qual viabiliza todas as trocas.
· Título judicial: toda execução pressupõe um título. Pressupõe-se que o título judicial foi produzido dentro de um processo judicial (mas há exceções). Produzido com a intervenção do poder judiciário.
· Título extrajudicial: foi produzido fora de um processo judicial. Foi produzido entre os particulares. Sem a participação do poder judiciário. Pode haver uma discussão sobre a certeza (dentro de um processo de conhecimento, através de embargos à execução ou embargos de devedor).
Presume-se que o título judicial possui maior certeza. Ele deve ser revestido da coisa julgada material. Aquela decisão se tornou indiscutível e imutável. No título executivo extrajudicial é possível discutir a certeza do direito. Então faz muita diferença se o título é judicial ou extrajudicial. 
*Coisa julgada material é a impossibilidade de modificação da sentença naquele mesmo processo ou em qualquer outro, posto que a matéria em análise cumpriu todos os trâmites procedimentais que permitem ao Judiciário decidir a questão em definitivo.
Coisa julgada formal é a impossibilidade de modificação da sentença no mesmo processo, como consequência da preclusão dos recursos.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – PROCESSO DE EXECUÇÃO (atenção eu sempre que falar “cumprimento de sentença, é referente à fase de execução).
A fase de execução passou a ser denominada como cumprimento de sentença. Mas o código pouco fala sobre cumprimento e sentença. Não se instaura uma nova relação jurídica (porque no CPC antigo, encerrava-se o processo de conhecimento e abria-se um novo processo. Havia uma nova citação, que constituía um novo processo. Mas agora é uma nova fase. O réu é intimado, e não citado novamente)
Processo de execução: conforme a nomenclatura do código, seria a execução de título extrajudicial. 
Apesar das nomenclaturas diferentes, como o código pouco fala sobre o cumprimento de sentença (que seria para o título executivo judicial), busca-se a previsão para o processo de execução.
Título extrajudicial: o primeiro ato é a citação, porque o indivíduo ainda não foi citado. É citado para cumprir a obrigação. Mas também é dado conhecimento do processo, através da citação.
“Cumprimento de sentença” (título executivo judicial) e “Processo de execução em sentido estrito” (título executivo extrajudicial) são espécies do gênero Processo de execução. 
PRINCÍPIOS
1- AUTONOMIA: a execução se processa independentemente de prévio conhecimento judicial. Não reclama a existência de um prévio processo de conhecimento. Só se aplica ao processo de execução por título extrajudicial. 
Processo sincrético: há a fase de conhecimento e a de execução no mesmo processo. 
2- RESPONSABILIDADE: toda vez que você tem uma obrigação, ela se divide em dívida e responsabilidade. Quem tem dívida é aquele que participou da relação jurídica que deu origem da obrigação. Responsabilidade é o dever de cumprir a obrigação. Via de regra, o devedor é detentor da dívida e da responsabilidade. Mas não necessariamente. Mas num caso de fiança, por exemplo,o fiador tem responsabilidade, mas não tem a dívida. Mas a responsabilidade permite que o patrimônio do indivíduo possa ser utilizado para o cumprimento de uma obrigação. Ainda que o indivíduo não tenha contraído a dívida. 
Obrigação:
· Dívida: aquele que contraiu a obrigação. Relação que se estabelece entre os particulares (aqueles que participaram da relação jurídica). 
· Responsabilidade: aquele que pode ter o patrimônio utilizado para satisfação da obrigação. A relação se estabelece entre o indivíduo e o Estado. Porque só o Estado pode invadir o patrimônio de alguém para o cumprimento de uma obrigação. 
Pode ter dívida e não ter mais responsabilidade: dívida prescrita, por exemplo. Dívida de jogo também não pode ser cobrada, segundo o código civil. Ela existe, mas não pode ser cobrada. 
No processo civil, a responsabilidade é sempre patrimônio. O dever de ressarcir recai sobre o patrimônio, nunca sobre a pessoa. No processo de execução, o encargo recai sobre o patrimônio, não sobre a pessoa. Isso é uma evolução do sistema. Porque no passado, no direito romano, o corpo e a responsabilidade não eram invioláveis, mas o patrimônio era. O indivíduo poderia virar escravo, mas o patrimônio dele não poderia ser atingido. Não é possível obrigar o indivíduo. Pode-se utilizar meios de sub-rogação e coerção. E uma execução de fazer pode virar por quantia certa. A atuação é sobre o psicológico e não sobre o físico (multa, interdição, retenção de habilitação para dirigir).
No caso de ação de alimentos: pode levar à prisão. Se a obrigação recaísse sobre o corpo, a obrigação estaria resolvida após a sanção física. Mas a obrigação não fica resolvida. A prisão é um instrumento de coerção. A prisão não é forma de satisfação da obrigação. 
No direito penal: a responsabilidade recai sobre a liberdade de locomoção. É de natureza corporal. Cumpre a obrigação retirando a liberdade de locomoção. 
Art. 5288, § 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
RESPONSABILIDADE ORIGINÁRIA (PRIMÁRIA) – ART. 789
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Bens passados: já esteve, mas não está mais no patrimônio do indivíduo. Só pode ser utilizado em caso de fraude à execução. 
Bens presentes e futuros: podem ser utilizados na execução. Bens futuros são aqueles bens que o indivíduo possa a vir adquirir enquanto a obrigação for exigível. Porque ela se sujeita a um prazo prescricional. O prazo prescricional é o mesmo para exercer o direito de ação e o processo de execução. 
Regra geral: que a execução recaia sobre todo o patrimônio. Não significa que seja executado tudo. Mas há bens que não poderão ser utilizados para satisfação da obrigação. Ex.: salário não pode ser executado, só o que excede a 50 salários mínimos líquidos. Mas isso é exceção. A regra é que todo o patrimônio pode ser utilizado. 
RESPONSABILIDADE SECUNDÁRIA – ART. 790 – em geral não são os detentores da dívida. Mas seus bens são chamados à execução. 
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - Do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
*Ação reipersecutória: o autor requer a restituição de algo que é seu e que se acha fora de seu patrimônio. 
II - Do sócio, nos termos da lei;
III - Do devedor, ainda que em poder de terceiros;
IV - Do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
V - Alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI - Cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
VII - Do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
*Fraude à execução: instituto de direito processual. É mais grave do que a fraude contra credores, tendo em vista que frustra a função jurisdicional em curso, subtraindo o objeto sobre o qual recai a execução. A fraude de execução não depende, necessariamente, do estado de insolvência do devedor e só ocorre no curso de ação judicial contra o alienante; é causa de ineficácia da alienação.
Fraude contra credores: instituto de direito material. Consta de atos praticados pelo devedor, proprietário de bens ou direitos, a título gratuito ou oneroso, visando a prejudicar o credor em tempo futuro. O credor ainda não ingressou em juízo, pois a obrigação pode ainda não ser exigível. Não se exige, como visto, que o devedor tenha o animus nocendi, isto é, a intenção deliberada de causar prejuízo. Deve, contudo, apresentar a consciência de que se está produzindo um dano. A repulsão a estes atos faz-se por meio da ação pauliana, também denominada ação revocatória, cujo efeito é a declaração de nulidade do ato fraudulento. É causa de anulabilidade do ato, e não de nulidade. Em geral, somente os credores quirografários podem propor ação pauliana, já que os credores privilegiados já têm bens destacados a garantir a dívida.
> Antes da citação, impossível a configuração da fraude à execução. O que há é a fraude contra credores.
Sucessor: vem no lugar de. Assumiu as condições de determinada pessoa. 
A título universal: recebe todo o patrimônio. A sucessão por falecimento, em geral, e dá de forma universal. Porque todos os herdeiros possam a ser titulares de todo o patrimônio. Só após a partilha que se sabe o que é de cada um. Cada herdeiro é dono do todo, do conjunto de bens. É um sucessor universal.
Sucessor singular: não é sucessor e bens, mas de apenas um bem específico. 
Fundado em direito real: Liga um indivíduo a um determinado bem e todas às outras pessoas. 
Obrigação reipersecutória: gera um direito a uma coisa devido a uma obrigação. Ex.: um contrato de aluguel da máquina dá direito de acesso à máquina, mas não dá direito à propriedade da máquina (não é direito real). Difere do direito real porque neste há direito à propriedade. Dá o direito de perseguir o bem devido a uma relação obrigacional e não por um direito real.
Patrimônio do sócio: em regra não responde pelas obrigações da sociedade. Mas em algumas hipóteses, o sócio pode ser responsabilizado pelas dívidas da sociedade. Ex.: comandita simples, sociedade LTDA enquanto não integralizar o capital, comandita simples. Há uma responsabilidade do sócio pelas dívidas da sociedade. A regra geral é que ele não tem. Só se a lei atribuir essa responsabilidade. *Atenção ao tipo de sociedade.
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
A regra geral é que existe a separação da responsabilidade dos sócios e a responsabilidade da sociedade. O sócio e seu patrimônio são distintos da sociedade e o patrimônio dela. Mas excepcionalmente a lei estabelece hipóteses em que o patrimônio do sócio pode responder pelas dívidas da sociedade. 
Responsabilidade: patrimônio passível de utilização em uma execução
Sociedade simples: sócio responde com seu patrimônio.
Comandita simples: o sócio comanditado responde integralmente com seus bens.
LTDA quando não houve integralização total do capital: o patrimônio dos sócios responde solidariamente e ilimitadamente pelos compromissos da sociedade. 
Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei.
§ 1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.
§ 2º Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1º nomear quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito.
§ 3º O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo processo.
§ 4º Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do incidente previsto neste Código.
Benefício de ordem: direito de o sócio pedir que primeiro seja executado o patrimônio da sociedade. Acaba sendo então, uma responsabilidade subsidiária. Mas para fazer isso ele tem que nomearbens livres de gravame e embargos na mesma comarca da execução. 
Então a responsabilidade do sócio só é possível em casos excepcionais. Nesses casos ele pode ser valer do benefício de ordem, desde que nomeie bens livres de embargo (não estejam sendo utilizados em outra execução) na mesma comarca da execução. 
Se o sócio paga a dívida da sociedade com seu próprio patrimônio: dentro do mesmo processo ele pode promover a execução da sociedade (nos mesmos autos).
CONTINUAÇÃO DO ART. 790:
III - Bens do devedor em poder de terceiros: se o bem é do devedor, pode ser levado a execução. Bem pode estar emprestado, cedido a terceiros. Mas mesmo assim ele é alcançado pela execução. 
IV - Do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida: em algumas hipóteses de casamento, pode haver uma separação patrimonial. Há bens que são de cônjuge e outros são do outro (como em comunhão parcial de bens, separação total de bens). Esses são os bens próprios. Aquilo que é construído na constância do casamento, pertence ao patrimônio de ambos. Cada um dia tem direito a metade, que é a meação. 
· Os bens do cônjuge podem ser utilizados para pagamento da dívida, se o benefício da dívida foi para ambos os cônjuges. Foi para benefício conjugal, benefício da sociedade conjugal. Nesse caso podem ser inclusive utilizados bens próprios dos cônjuges. Mas a dívida tem que ser contraída no interesse da sociedade conjugal. 
· Ônus de provar: é do cônjuge que quer afastar a execução dos seus bens. Porque presume-se que os bens adquiridos durante o casamento são em benefício da sociedade conjugal. E durante a União estável também. Ex.: dívida de uma geladeira. Cônjuge pode provar que ela não foi entregue no endereço do casal. 
· Em geral os gastos com a prole é responsabilidade dos 2. Mesmo que apenas um tenha feito o contrato. Porque a dívida foi contraída no interesse da prole comum. 
V - Alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução: se algum bem foi transacionado com um terceiro por uma fraude, esse bem continua podendo ser utilizando numa execução. 
VI - Cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores: reconhecida a fraude, o bem continua vinculado ao patrimônio a ser executado. 
VII - Do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica: bens dos sócios passam a ser alcançados na execução.
· No caso anterior, os bens do sócio são alcançados pela execução porque a lei prevê. Aqui, em regra, os bens dos sócios não responderiam. Mas devido a algum desvio de finalidade ou abuso de personalidade, os bens do sócio passam também a ser alcançados pela execução. A regra é que não responderiam. Mas em razão da desconsideração, os bens dele passam a responder também pela execução. 
· Modalidade de intervenção de terceiros. Art. 130 do CPC.
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I - Do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - Dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
3 – PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA PATRIMONIAL
· O devedor não pode, validamente, esconder o seu patrimônio como forma de afasta-lo da execução.
· Os bens tem que estar claros para a execução. O patrimônio dele tem que ser transparente. Tem que permitir que se alcance esse patrimônio. 
· A relação de responsabilidade não se estabelece entre credor e devedor. Mas se estabelece entre devedor e Estado. Porque isso que permite que o Estado cumpra seu papel e execute os bens compulsoriamente. 
4 - SISTEMA DE PROTEÇÃO AO CREDOR: 
Institutos que procuram proteger o credor, para que vise obter o pagamento de sua dívida. Protegem o credor contra atitudes irregulares do devedor que impeçam que a execução atinja sua finalidade. 
FRAUDE A EXECUÇÃO
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
· Alienação: toda transferência de titularidade. Seja onerosa ou não onerosa. 
· Oneração: não transfere a titularidade, mas cria para alguém uma preferência. Geralmente decorre de um contrato de garantia. Ex: hipoteca (direito real que recai sobre o bem imóvel que gera uma preferência sobre aquele bem. Primeiro tem que pagar a dívida do credor hipotecário). 
· As hipóteses do art. 792 são exemplificativas: podem surgir outras.
I - Quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
· Aqui é execução para a entrega de coisa certa. É um bem específico. Ex.: um imóvel que foi objeto da sentença. 
· Pender ação: que já tem que estar proposta a ação. Entende-se que a coisa se tornou litigiosa após a citação (art. 240). Então se fizer a alienação antes da citação, teoricamente não há fraude à execução. Mas não basta a citação. É necessária a publicidade do processo de execução, averbando no registro público a existência do projeto de execução. Ex.: registrar no Cartório de Registro de Imóveis. 
· O registro serve para afastar eventual alegação de boa-fé de um terceiro adquirente. Dá publicidade da situação do bem. Pode envolver automóvel também (Detran), avião (ANAC), embarcação (terminal marítima ou capitania dos portos. Todos os bens que tem registro, para caracterizar a fraude a execução, tem que efetuar o registro do processo de execução. E esse registro tem que ser ANTERIOR A ALIENAÇÃO. 
· Direito real: individuam alguma coisa. Pode ser uma hipoteca, penhor, usufruto. Direitos que ligam o indivíduo a um determinado bem. Permite que possa utilizar o bem para satisfação da execução.
· Pretensão reipersecutória: pode ter direito a um bem não por um direito real, mas por um direito obrigacional. Mas pode perseguir esse bem. Ex.: contrato de locação de um automóvel. Mas a pessoa não entrega o automóvel. Então pode entrar com contrato de execução para que o bem seja encontrado e seja entregue. Direito pessoal que decorre do contrato de locação. Persegue o bem não por um direito real, mas por uma relação obrigacional. 
II - Quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828;
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
· Aqui não interessa um bem específico. Você tenta gravar todos os bens que tem acesso. Pega uma certidão que a ação foi proposta e leva em todos os locais que se sabe que o devedor tem bens. Ex.: leva no Detran e registra em todos os carros que o devedor é proprietário ou a mesma coisa no RGI. Pode fazer em quaisquer dos bens. Para evitar que o devedor se desfaça dos bens.
· Se registra em bens que valem mais do que o excesso: o credor, após a penhora, e o valor está garantido, o credor tem que cancelar o excesso. 
III - Quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
· Constrição judicial: penhora. Se vende o bem após a penhora, presume-se fraude à execução. Pode vender, mas há a presunção de fraude. Mas se o devedor paga a dívida, acabou a presunção de fraude. 
· Hipoteca judiciária: se registra no registro dos imóveis. Passa a ter preferência para o pagamento da dívida. O comprador saberá que aquele imóvel poderá ser utilizado, pois houve condenação num processo de execução. 
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
§ 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:
I - Embora a condenação seja genérica;
II - Aindaque o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor;
III - Mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
§ 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência.
§ 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.
§ 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro.
§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.
* A hipoteca é uma das espécies do gênero das garantias reais que possui o intuito de vincular um bem alheio ao cumprimento de uma obrigação. Uma parcela da doutrina costuma chamar de “efeito anexo da sentença”, pois decorre automaticamente da própria lei processual. O credor terá de S ao juízo sobre a realização da hipoteca judiciária, no prazo de 15 dias, após sua realização. A segunda com relação a possibilidade de responder o credor por perdas e danos, caso haja a reforma ou invalidação da sentença proferida. Podemos considerar então que a hipoteca judiciária é uma espécie de penhora antecipada ou então uma “pré-penhora” do processo, ou seja, logo após a sentença proferida, pode o credor antecipar um ato executivo que é peculiar ao processo de execução (ou cumprimento de sentença), que irá se destinar não só a garantia da satisfação de seu crédito, como também servirá como um mecanismo poderoso para inibir a ocorrência de fraudes por parte do devedor.
IV - Quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
· Insolvente: não consegue solver. Solver significa cumprir, atender às suas obrigações. Indivíduo que tem mais dívidas do que patrimônio. Passivo maior do que o ativo. 
· Há presunção de fraude à execução. Há presunção porque a ação foi proposta, mas ainda não foi julgada. Pode ser julgada improcedente ou ainda o valor pode ser menor do que o proposto inicialmente. 
· Ex.: tem um patrimônio de R$ 1000.000 e alguém propõe uma ação de execução de R$ 120.0000. Aí o devedor vai e vende um automóvel de R$ 20.000, diminuindo ainda mais o patrimônio. Mas se depois a ação é julgada que a execução deve ter o valor de R$ 70.000. O devedor não é mais insolvente. 
V - Nos demais casos expressos em lei.
Art. 856. A penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela apreensão do documento, esteja ou não este em poder do executado.
§ 3º Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a quitação que este lhe der caracterizará fraude à execução.
Exemplo do art. 856 £ 3º: X tem uma dívida com Y, para recebimento de um crédito. X ainda não recebeu, mas esse crédito pode ser incluído na execução do patrimônio do X. Mas se X e Y fazem um acordo, para que Y alegue que já pagou a dívida (dá quitação da dívida), fazendo que o valor não seja utilizado na execução. Mas se caracterizar a fraude, essa quitação é considerada inexistente. Y terá que pagar a dívida novamente. 
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.
Ex do art. 185 do CTN: alienação de bens após a inscrição em dívida ativa é considerada fraude à execução. A inscrição tem a finalidade de constituir um título executivo extrajudicial. Ainda está numa fase administrativa, não há processo ainda, mas já é considerada fraude à execução. Quando está executando alguém, tem que tirar a certidão de dívida ativa da pessoa. Segundo o professor é gravíssima. E tem sido considerada como presunção absoluta, ou seja, não cabe prova em contrário. O que se pode alegar é que ainda há bens para pagamento da dívida.
§ 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
· Bens não sujeito a registro: se uma pessoa faz uma compra de uma joia de R$ 20.000, por exemplo, de outra pessoa, tem que tirar as certidões do local de domicílio do distribuidor do vendedor , para verificar se há alguma ação proposta contra o nome do alienante. O ônus é do terceiro, senão presume-se que houve a fraude. 
· Pintura, escultura
§ 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
§ 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
Fraude: deseja atingir um fim ilícito. Fraude é qualquer artifício utilizado para colocar alguém em erro. Para dar uma falsa sensação do que está acontecendo. 
Consequências da caracterização de fraude a execução: alienação ou oneração em sede de fraude a execução não torna o ato nulo (não existe no ordenamento jurídico). A torna ineficaz. Ineficaz é algo que não produz efeitos. O negócio jurídico continua valendo pra todo mundo, menos para o exequente. Na realidade não ocorreu a alienação. O bem continua no patrimônio do executado e pode ser atingido. Não produzirá o efeito que lhe é próprio (transferir a titularidade ou registrar o gravame). Não é interessante a declaração de nulidade para o exequente. Ex.: Silvio vende um imóvel para Cláudia, em fraude a execução contra Carol. A alienação não é válida para Carol. Então Cláudia poderia ingressar como uma ação de reparação, uma composição contra Silvio. E se o imóvel tivesse outros donos, a propriedade de Cláudia continuaria valendo perante aos demais proprietários. 
O juiz tem que intimar o terceiro para que faça sua defesa (antes que decidir que houve a fraude à execução), para que seja exercido o contraditório e ampla defesa. E essa defesa é dado em processo apartado (embargos de terceiros), não no processo de execução. Mas o terceiro pode nem opor esses embargos.
Fraude a execução é crime: é crime de ação penal. O interessado que pode promover a queixa. 
FRAUDE CONTRA CREDORES
· É um defeito do negócio jurídico.
Art. 158, CC. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
Art. 159, CC. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
2 Elementos necessários para caracterização:
· Elemento objetivo (eventus damni): existência do prejuízo. O devedor, ciente da existência da dívida, se desfaz do seu patrimônio. Caracterizado pela redução patrimonial do devedor. Art. 158, CC.
· Elemento subjetivo (consilium fraudis): reunião do devedor com um terceiro para causar um prejuízo. O terceiro tem noção que aquele comportamento do devedor é irregular. Art. 159, CC. Pode ser presumido quando pelas circunstâncias, é razoável presumir que o terceiro sabia da dívida. Em geral precisa se provado, mas em determinadas circunstâncias pode ser presumido. Ex.: vendeu um imóvel para o irmão. Ou doou para o irmão.DIFERENÇA DE FRAUDE À EXECUÇÃO E FRAUDE CONTRA CREDORES
	Aspecto
	Fraude à execução
	Fraude contra credores
	Instituto
	Direito Processual
	Direito Material
	Consequência do reconhecimento
	Ineficácia do negócio jurídico em relação ao exequente
	Nulidade do negócio jurídico
	Provocação/deliberação
	Nos autos do processo de execução
	Ação própria pauliana/revocatória
Mas há autores que dizem que seria anulável e não nulo, mas essa interpretação pode conflitar com a lei. O professor trabalha com a ideia que é nulo, que é o que diz a lei. 
Fraude contra credores sempre reclama uma ação própria, proposta por um dos credores. Uma fraude contra credores não pode ser reconhecida dentro de um processo de execução. 
*Ação só tem nome didaticamente. Porque ação é exercício de um direito. O pedido que que vai caracterizar a prestação jurisdicional. 
ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA
ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA 
· São sempre atos de má-fé
Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos:
I - Quando intempestivos;
II - Nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido;
III - Manifestamente protelatórios.
Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o oferecimento de embargos manifestamente protelatórios.
Art. 903, § 6º Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça a suscitação infundada de vício com o objetivo de ensejar a desistência do arrematante, devendo o suscitante ser condenado, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos, ao pagamento de multa, a ser fixada pelo juiz e devida ao exequente, em montante não superior a 20% do valor atualizado do bem.
· Quando tenta forçar o arrematante a desistir. O arrematante pode desistir se achar que o dinheiro vai ficar muito tempo preso, por algum atraso no processo, por exemplo. 
Consequência do ato atentatório contra a dignidade da justiça: multa de até 20% do valor atualizado do débito.
· E a multa reverte ao exequente, que foi prejudicado na execução. 
Efetividade da execução, resultado ou exato adimplemento: mais próximo do adimplemento.
· Se promove a execução devido ao não cumprimento da obrigação. A finalidade da execução então é fazer com que o credor receba exatamente o valor que receberia se o executado tivesse pago. 
· Se a dívida é de R$ 10.000, por exemplo. Se o devedor pagasse, seria R$ 10.000. Então a execução será efetiva se conseguir transferir ao exequente R$ 10.000. Se transferir R$ 9.000, não foi efetiva. 
4 - PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE PELO EXEQUENTE: 
· Existem direitos materiais que são indisponíveis, como alimentos. Você não pode renunciar, mas pode simplesmente não os exigir. Pode nunca exercer o direito de cobrar. O direito é irrenunciável, mas ele pode não ser exercido. Mas o dia que quiser exercer, poderá.
· Em geral os direitos patrimoniais são renunciáveis. Pode renunciar ou não exigir. Se for irrenunciável, não pode renunciar, mas pode não exigir.
· Na execução está exigindo a materialização do direito. Então está exercendo o direito. Quando está na fase de execução, está exercendo toda a disponibilidade do direito. Pode inclusive desistir então. 
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva.
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
I - Serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios;
II - Nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante.
· Embargante tem que concordar. A execução poderia até ser extinta, o que não pode ser extinto são os embargos à execução. 
Art. 485, § 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
· O autor pode desistir da ação? Poder pode, mas os efeitos são diferentes, dependendo do momento. 
· O executado pode desistir do processo de execução a qualquer momento. Porque ele pode cumprir a obrigação sem a execução. No processo de conhecimento, o réu tem interesse no julgamento do processo, porque a causa pode ser julgada improcedente. Já no processo de execução, não há interesse para o réu em continuar no processo se o credor não quiser continuar executando, pois ele pode pagar voluntariamente. 
EMBARGOS A EXECUÇÃO
· Embargos tem natureza de conhecimento.
· Presume-se, na execução, que o exequente tem comprovado o direito. Se o executado quiser discutir o direito, terá que entrar com um processo de conhecimento chamado de embargos à execução 
· Pode alegar em relação ao direito material ou processual. 
· Quando se vale apenas a aspectos processuais: o máximo que pode acontecer é extinguir a execução. Nesse caso poderia ingressar com outro processo de execução. Ex.: alegar que é parte ilegítima. O juiz não alega se o direito existe ou não. O exequente pode ser acionado novamente, pois o juiz não se manifesta a respeito do mérito. 
· Quando alega aspectos do direito material: como alegar que o cheque é falso. Então se o juiz declarar que o cheque é falso, fará coisa julgada e a pessoa não pode ser acionada novamente. Outro ex.: o negócio jurídico é inválido ou a pretensão está prescrita. 
· Então faz muita diferença alegar, na defesa, aspectos de direito material ou processual: pois o exequente pode ser acionado novamente. 
	Processo 1 
	Processo 2
	Execução
(Processo de Execução)
	Embargos à execução
(Processo de conhecimento)
	Cobrar o crédito representado pelo Título Extrajudicial (Ex.: cheque, nota promissória)
	Desconstituir a execução ou o título ou reduzir o alcance (valor)
	Atos materiais - Citação, penhora, leilão.
	Atos intelectuais:
a) Processuais - Extinguir a execução (ilegitimidade, coisa julgada e etc.)
b) Materiais - Contra o crédito - Validade do negócio jurídico celebrado prescrição e etc.
5 - PRINCÍPIO DA UTILIDADE
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
§ 1º Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de determinação judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, quando este for pessoa jurídica.
§ 2º Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz.
· Qual a finalidade da execução? Atender ao interesse do exequente.
· A execução tem que ser útil: tem que visa atender ao crédito do exequente e não promover a mera humilhação ou menoscabo do executado. Ex.: só encontra, nos bens, uma bicicleta de R$ 100,00, quando buscava R$ 10.000. A execução não tem utilidade. Pois não serve nem para pagar as custas. Só serve para constranger o executado e não será útil para o exequente. 
6 - PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE
· Toda execução é onerosa, pois são praticados atos de sub-rogação, de execução. 
· Só há um meio para o executado não ser onerado: pagando a obrigação. 
· Mas o princípio não significa nenhuma onerosidade. 
· Pode inclusive trocar o bem alienado. Ex.: penhorou um imóvel de 1 milhão para uma dívida de R$ 100.000. O executado apresenta um bem de R$ 200.000. Pode trocar. Mas se aparece um imóvel de R$ 50.000, não tem jeito, pois não atende às necessidades. 
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.
· Mas o executado tem que comprovar que esse meio menos gravoso não causa prejuízo ao exequente. 
7 – PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
CRFB, art. 5º - LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, comos meios e recursos a ela inerentes;
· Constituição garante em todos os processos
· Lei que diz quis os limites, dentro do devido processo legal, da utilização do contraditório e ampla defesa
· Contraditório é para o executado e para o exequente: se o executado diz, por exemplo, que um imóvel vai ser menos gravoso numa penhora, o juiz não pode conceder sem ouvir o exequente antes. É garantido a todas as partes, sempre que houver uma decisão a ser tomada. 
8 – PRINCÍPIO DO DESFECHO ÚNICO (só há um desfecho possível no processo de execução, que é a satisfação da obrigação).
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará o seu título de preferência.
Art. 924. Extingue-se a execução quando:
II - A obrigação for satisfeita;
· Possibilidades para o resultado no processo de conhecimento:
· Improcedente
· Procedente
· Procedente parcialmente
· Já o único desfecho para o processo de execução: satisfação do crédito, satisfeita a obrigação. Qualquer outro resultado é um resultado anômalo (não é o resultado esperado), como desistência, reconhecimento que o crédito não existe. 
LEGITIMIDADE ATIVA
· Autor é o exequente
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário:
I - O Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - O espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - O cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos;
IV - O sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado.
* Sub-rogação é o fenômeno jurídico de substituição do sujeito ou do objeto em determinada relação jurídica obrigacional. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
Casos de sub-rogação legal:
1) Do credor que paga a dívida do devedor comum;
2) Do adquirente de imóvel hipotecado, que paga ao credor hipotecário - como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
3) Do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Casos de sub-rogação convencional:
1) Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
2) Quando a terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
· Legitimidade ordinária ou primária: é o credor, que figura no título. É o titular do crédito. 
· Legitimidade extraordinária: ao MP, para promover algumas execuções. É extraordinária porque ele está defendendo o direito de outra pessoa, é de terceiros e não dele. Ele tem uma autorização legal para ajuizar a demanda. Alguns autores (minoritários) dizem não ser extraordinária, mas sim ordinária, pois a lei que define quem é ordinária. Então se a lei definiu, seria ordinária. 
Exemplos de legitimidade extraordinária do MP:
Art. 100, CDC - Decorrido o prazo de 1 ano sem habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida.
Art. 68, CPP. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.
· Legitimação sucessiva/ordinária/superveniente: independe concordância do executado. Sucessor não é só aquele que sucede após a morte. Pode ser o sucessor em um contrato de compra e venda (sucessão no direito de propriedade). Essa sucessão não depende de concordância do executado. 
· O devedor tem que ser cientificado, mas isso não significa que ele tem que concordar. E a concordância não faz diferença. Ex.: tem 2 pessoas que são ao mesmo tempo devedoras e credores. Faz-se então uma compensação. A situação do devedor não muda, em relação ao credor originário. As alegações e defesas não mudam, em relação ao cessionário. LER ISSO MELHOR
· O credor continua com todas as defesas que poderia apresentar contra o devedor originário. E ainda fica com as defesas que puder apresentar contra o devedor cessionário.
Art. 290, CC. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
*Não pretendeu a lei dizer que a notificação é elemento essencial à validade da cessão de crédito, mas apenas que não é eficaz em relação ao devedor, isto é, que este só está sujeito às suas consequências a partir do momento em que tiver conhecimento de sua realização. A notificação do devedor é expressamente exigida para, tão somente, preservá-lo do cumprimento indevido da obrigação, pois esse poderia efetuar o pagamento ao cedente, antigo credor. Quanto à forma da notificação, é importante destacar que o artigo 290 do Estatuto Civil não impõe qualquer forma específica para que o ato tenha validade. Portanto, essa notificação poderá ser judicial ou extrajudicial, podendo ser realizada pelo cedente e pelo cessionário.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
Sucessão causa mortis (art. 778, £1º, II): pode acontecer que o direito contido no título pertença a um sucessor e não pertença a outro. Ex.: se um imóvel foi transferido para um herdeiro específico, só ele poderá promover a execução. Ao herdeiro que cabe o direito que deve promover a execução. Quando o espólio não responde, há o administrador provisório. 
Sucessão inter vivos (art. 778, £1º, III): transferiu uma nota promissória, por exemplo. 
Sub-rogado (346/351, CC): sub-rogado é aquele que respondeu pela dívida de alguém e agora vai recobrar esses valores. 
· O fiador é um sub-rogado.
Art. 346, CC. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - Do credor que paga a dívida do devedor comum;
II - Do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Art. 351, CC. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.
LEGITIMIDADE PASSIVA
· Legitimidade ordinária primária: Devedor é aquele que figura nessa condição no título.
Chamamento ao processo: chama outras pessoas para que ao final elas constem no título, senão elas não serão consideradas devedoras.
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - O devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - O novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
IV - O fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - O responsável tributário, assim definido em lei.
· Legitimidade sucessiva/ordinária superveniente
Causa mortis (art. 779, II): espólio exigeque o processo de inventário e partilha em curso. É representado pelo inventariante. Depois que é feita a partilha, a execução é contra os herdeiros/sucessores. 
Benefício de inventário (Art. 1792, CC): ninguém herda dívida. Se a dívida é maior que o patrimônio, nada do patrimônio é transferido, mas também nada mais é cobrado. Os herdeiros só respondem no limite da herança transmitida. Ex.: dívida de 1 milhão e patrimônio de R$ 100;000. Só pode executar R$ 100.000.
Força da herança
Art. 1.792, CC. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados.
Art. 796, CPC. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube.
· “Feita a partilha”: já acabou o inventário. 
· Ex.: Pai falece – 3 filhos – Monte partilhável de R$ 240.000 – Cada filho recebe R$ 80.000. Aparece um devedor cobrando uma dívida de R$ 30.000. Cada herdeiro deve pagar R$ 10.000.
Legitimidade passiva: réu – executado. Quem é que pode ser réu na ação de execução. 
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - O devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - O novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; (quando é no pólo ativo, não tem que ter consentimento do devedor)
IV - O fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - O responsável tributário, assim definido em lei.
· No processo de execução utiliza-se executante e executado, em vez de autor e réu. 
1 - Ordinária primária: figura no título. Só podem ser executados aqueles que estão no título, salvo quando a lei diz que essa execução pode ser direcionada a outra pessoa. Ex.: se cheque é nominal a Tício, Mévio não pode ser executado. 
Ação de conhecimento proposta APENAS contra o fiador, por exemplo: se ele não se manifesta, a sentença e o título executivo são emitidos em nome do fiador. Então a execução não pode ser contra o afiançado, porque não figurou no título. Por isso que o fiador deve promover o chamamento ao processo (modalidade de intervenção de terceiros). 
E quando que pode promover a execução contra quem não está no título?
É o caso de 2 - Legitimidade sucessiva/ordinária superveniente: 
a) Mortis causa: devedor faleceu. O primeiro sucessor seria os beneficiários do inventário. Art. 1792 CCB. Aplica-se o benefício de inventário (regra no CC que diz que nenhum sucessor herda dívida. Toda e qualquer dívida será carregada no quinhão recebido). 
Art. 1.792, CC. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados.
a. Forças da herança: a execução tem que ser proposta, primeiramente, em nome do espólio. Existe espólio enquanto não há partilha. Todos os herdeiros de todos os bens. Enquanto não se encerra a partilha, o espólio recebe. Após a partilha, cada herdeiro responde, na proporção do quinhão que foi recebido. Ex.: pai falece e deixou 3 filhos. O monte partilhável era de R$ 240 mil. Cada filho recebe R$ 80.000. A força da herança é 80 mil. E a parcela da herança é 1/3. Se surge um credor cobrando 30 mil. Ele poderia ter se habilitado no processo de partilha. Mas o fato de não ter recebido não lhe retira o direito de receber. Ele vai ter que cobrar de cada um dos herdeiros. Apesar de cada herdeiro responder dentro da força da herança (80 mil), mas ele só é responsável pela dívida na proporção do que foi recebido. Então cada herdeiro só responde por 10 mil. Então o credor não pode cobrar 30 mil de um herdeiro só. 
· Novo executado (ato inter vivos): consentimento do exequente. Art. 299, CC. Fez uma analogia a hipótese de cessão de créditos. O cessionário vira o polo ativo e pode executar o devedor. Não é necessário concordância do devedor ele só precisa ser comunicado. Mas aqui é a substituição do devedor, apesar de ser difícil de alguém querer entrar no lugar do devedor. Em vez de cessão de crédito, há uma cessão de débito. Só pode ser feito por ato inter-vivos. É necessária concordância do credor. Senão você enfraquece a posição do credor, por isso que ele tem que consentir. 
Art. 299, CC. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Na assunção de dívida, há que se ter consentimento por escrito do devedor, não basta um terceiro ir até o credor e pagar a dívida, no caso de um terceiro assumir a dívida de outrem, aquele ficará exonerado, liberado, não haverá contra este nenhum débito, porém, se na data da assunção, este era insolvente, ou seja, seus bens eram menores que suas dívidas, o caso não se aplica.
b) Fiador constante no título
c) Responsável titular do bem vinculado em garantia real: um bem imóvel é dado em garantia no débito. O proprietário do imóvel (ou se for móvel, tem que haver a tradição para o devedor) pode ser executado. 
d) Responsável tributário (CTN, 121, II): a empresa, por exemplo, é responsável por descontar Imposto de Renda do salário do empregado. A renda é do empregado, que realizou o fato gerador e deve realizar o pagamento do imposto de renda. A lei obriga que ela faça a retenção. Se ela não repassar a retenção, ela será cobrada, porque ela é a responsável tributário. A execução, nesse caso, cairá sobre a empresa, pois é a obrigada a repassar. 
Art. 121, CTN. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
II - Responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
ILEGITIMIDADE – ARGUIÇÃO
· Como o legitimado pode alegar que ele não é o responsável.
1- Impugnação ao cumprimento de sentença: art. 525, £ 1º, II: se for execução por título executivo judicial. 
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - Falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - Ilegitimidade de parte;
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
Resumindo: são 15 dias para pagamento + 15 dias para apresentar impugnação. 
2- Embargos à execução: art. 917, VI. Quando é o caso de título executivo extrajudicial. 
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
VI - Qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento.
3- Exceção/objeção pré-executividade – STJ- art. 393: não tem previsão na lei. Porque é matéria de ordem pública. A súmula fala sobre a execução fiscal, mas na prática utiliza-se também na execução comum. Utiliza-se para TEE e TEJ. 
*Execução fiscal: é por TEE. 
Súmula 393, STJ: A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.
*A exceção de pré-executividade consiste em um meio de defesa do executado, originariamente consagrado na jurisprudência e na doutrina, por meio da qual sem garantia do juízo e mediante simples petiçãopode o executado alegar, em incidente processual, determinado vício, lastreado em matérias de ordem pública, desde que concomitantemente haja presença de prova pré-constituída, sem dilação probatória, em que o juiz de oficio pode reconhecer.
Ex.: como a ausência de título executivo, falta de regular citação, falta de verificação do termo ou condição.
A exceção de pré-executividade mostrava-se instrumento interessante até 2006 em termos financeiros, haja vista que para a oposição de embargos à execução se exigia a garantia do juízo, de sorte que escolhida a via da exceção de pré-executividade se fugia da necessidade de tal requisito de admissibilidade. Embora, em 2006, tenha restado excluída a necessidade de garantia do juízo para a oposição de embargos à execução, acabando com a utilidade estratégica da exceção de pré-executividade para aquele fim, com a vigência do CPC/15, em seu art. 803, parágrafo único, ingressou na ordem processual civil a possibilidade de atacar nulidades da execução (como a ausência de título executivo, falta de regular citação, falta de verificação do termo ou condição).
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS – ART. 780 (3 requisitos)
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
Cumulação de ações: art. 327, CPC
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - Os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - Seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - Seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326 .
REQUISITOS PARA CUMULAÇÃO DE EXECUÇÕES
1- Mesmo exequente: Jeferson deve uma nota promissória para o Silvio e para a Ana Paula. Os 2 não podem se juntar para executar o Jeferson, porque são credores diferentes. Mas se o Silvio tem 3 notas promissórias vencidas contra o Jeferson. Ele pode juntar as 3 e promover uma execução só.
2- Mesmo executado: atenção que a nota promissória pode ter 2 credores, então é o mesmo exequente. São cocredores. É caso de litisconsórcio (ativo ou passivo?). Ex.: Silvio e Ana Paula são credores de uma nota promissória contra o Jeferson. Quando há solidariedade, pode sobrar de um ou de outro. Mas é o mesmo executado (são devedores do mesmo crédito). Ex 2: Silvio e Ana Paula são devedores de um título, de propriedade de Jeferson. Jeferson ode executar qualquer um dos 2. Mas é o mesmo executado.
a. Uma obrigação e 2 títulos (mesmo negócio jurídico) – Súmula STJ 27: banco faz muito. Você assina um contrato. Isso já caracteriza uma obrigação. Já seria um título executivo. Mas o banco faz você assinar também uma nota promissória. Mas a dívida é uma só. O banco pode juntar os 2 documentos para promover a execução. Porque o juiz pode alegar que a nota promissória é nula, por exemplo. Mas os 2 títulos representam a mesma obrigação. Ex.: dívida de 10.000. A nota sai com valor de 10.000 e o contrato também. Mas a dívida é só de 10.000.
b. Mas não pode promover 2 execuções da mesma obrigação: é o mesmo negócio jurídico. Não pode promover uma execução do contrato e da nota promissória, por exemplo. Só pode executa-os juntos. Para cada obrigação só pode haver uma execução. 
Súmula 27, STJ - Pode a execução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo negócio.
3- Juízo competente para todas as execuções: digamos que as partes convencionaram que o foro de um contrato seria em Campos dos Goytacazes. E por outro motivo, uma parte passou um cheque para a outra, no Rio de Janeiro. Não pode reunir a execução, pois o juízo não seria competente para ambas as ações. 
4- Idêntica forma de processo: idêntica modalidade de obrigação. Para cada modalidade de obrigação, há um processo diferente. Ex.: para uma nota promissória, você quer receber o dinheiro representado por aquela nota. A ação visa buscar qualquer bem. Não faz diferença qual seja o bem. Já para cumprimento de uma obrigação de fazer, não adianta buscar qualquer bem no patrimônio. Pode ser entrega de coisa certa também. Então idêntica forma de processo significa idêntica modalidade de obrigação. 
COMPETÊNCIA PARA TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS (TEJ)
Títulos judiciais: cumprimento de sentença. A regra geral é no local onde o processo começou. 
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - Os tribunais, nas causas de sua competência originária;
· Originária é onde começa. É aonde o processo começou. Nesse caso o processo começou no Tribunal. Em geral os processos começam na 1ª instância. Ex.: para processar penalmente um juiz, o Presidente da República. A competência originária é dos Tribunais. É mais comum no Direito Penal, porque tem os foros por prerrogativas de função. Ex. 2: Mandado de segurança contra ato do prefeito, a competência é do Tribunal, se o Município tiver mais de 200.000 eleitores. 
· É uma competência funcional. Então é natureza absoluta. Não pode ser alterada por vontade das partes. 
II - A juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
· Mesmo que a causa tenha subido até o STF e ganho lá. A execução é promovida na 1ª instância. 
· É uma competência funcional. Então é natureza absoluta. Não pode ser alterada por vontade das partes. 
III - O juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
· Tribunal marítimo não existe (não é título executivo)
· No D. Penal, a sentença condenatória penal tem como efeito automático o dever de indenizar a vítima ou sucessores. E essa sentença é executada no cível (no aspecto do pagamento da indenização, devolução do bem e etc). Houve um processo, mas foi na esfera penal.
· Sentença arbitral: produzida por um particular, com anuência das partes. A fase de conhecimento pode ser feita por arbitragem, mas a fase de execução não. Só o Estado pode obrigar a fazer uma coisa que você não quer. Houve um processo, mas foi particular.
· Sentença estrangeira: tem que ser homologada pelo STJ. Houve um processo, mas foi na vara cível.
· Olhar os critérios de definição da execução na cível. Em regra, é o domicílio do executado. 
· É um TEJ que não foi produzido perante um juízo cível. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III (juiz que decidiu no 1º grau e arbitragem , penal arbitragem) o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
· Carta precatória: instrumento de comunicação entre comarcas. É caro e dá trabalho. 
· Ex.: o processo foi promovido no RJ, mas você sabe que o devedor se mudou para São Paulo. Pode optar por promover a execução em São Paulo. O requerimento é para o juízo do Rio de Janeiro, que irá decidir. Solicitação é para o juízo de origem (não é o juízo de São Paulo que avoca). 
· E se os bens de SP não forem suficientes e sabe que há bens em Mato Grosso: pode pedir para o processo ser enviado para Mato Grosso. Esse pedido pode ser feito várias vezes, desse que haja fundamento para tanto. O juízo de São Paulo tem que devolver para o Rio de Janeiro (onde deve ser a competência final) e analisar o pedido do envio para o Mato Grosso. 
· SP poderia enviar direto para MT, mas MTpoderia alegar incompetência, aí o conflito de competência teria que subir para o STJ. 
A maior parte das execuções são por quantia certa. Quando é frustrada uma execução de obrigação de fazer, converte numa execução por quantia certo (reverte para perdas e danos e o juiz fixa um valor). Então quando são frustradas as outras modalidades de execução, elas são convertidas para quantia certa. Então em geral, vai-se em busca de patrimônio. 
COMPETÊNCIA PARA TÍTULOS EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - A execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - Tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles;
III - Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - Havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - A execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
· Traz regras parecidas com o processo de conhecimento. Porque o judiciário nunca analisou aquele processo. 
· Foro geral de uma natureza do processo de conhecimento de uma natureza obrigacional: domicilio do réu.
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.
· Título não é líquido, certo e exigível: o que é líquido e certo é a obrigação. O título representa a obrigação. Então é a obrigação que tem que apresentar essas características
1- Inadimplemento: representa uma condição da ação (interesse). A princípio é presumido. Ex.: se você está com um cheque ou uma nota promissória na mão, presume-se que ele não foi pago. Decorre da própria existência do título. 
· Não pode iniciar a execução se o devedor cumpriu a obrigação. 
Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la.
· Mora: retardamento culposo do cumprimento de uma obrigação. Além de não ter cumprido, está numa situação que poderia ter cumprido. A mora pressupõe uma demora, não cumprimento do prazo fixado e culposo (tinha condições de fazer de modo diferente). 
· Ex.: não comprou o material para o churrasco que foi combinado. Está em mora. Mas se o pessoal não te deu o dinheiro? Então não está em mora. 
· Mora ex-re: sem interpelação. Não há necessidade de ser comunicado que você deveria cumprir a obrigação. O simples fato de ter corrido o prazo, já caracteriza a mora. Nas prestações positivas, líquidas e com termo, não é necessário comunicar o dia da mora. Ex.: fazer alguma coisa (positiva), com valor certo (líquida) e com termo certo. (geralmente uma data). Se tem uma obrigação dessas para o dia 5 e não cumpre. No dia 6 já está em mora. Geralmente tem como consequência os juros de mora (ressarcimento pela indisponibilidade d valor naquela data). Quem está em mora também não pode alegar fato do príncipe ou qualquer fato natural que prejudicou a entrega da coisa (caso fortuito ou força maior). Ex.: tinha que devolver o carro no dia 5. Mas uma tempestade levou o carro. Não pode alegar porque está em mora. 
· Quanto pratica um ato ilícito também está em mora. Ex.: mora do dever de ressarcir uma pessoa. Ninguém precisa avisar.
· Não precisa interpelação para caracterizar a mora. Basta a ocorrência do fato ilícito ou termo certo. Já está inadimplente e é possível realizar a execução. 
· Mora ex-persona: interpelação. Sem termo. Precisa de interpelação – a pessoa tem que ser constituída em mora. Ex.: emprestou um carro e não fixou a data que tinha que devolver. É uma obrigação sem termo. Então tem que comunicar que ela tem que devolver o automóvel. Porque senão não há o inadimplemento. Tem que notificar/interpelar para devolver.
· Comum nas obrigações negativas (obrigações de não fazer). 
Prazo para exercer uma prescrição: exercer uma pretensão. Prazo decadencial é para exercer um direito. 
2- Obrigação certa: é uma obrigação que efetivamente existe. A existência da obrigação decorre do próprio título. 
An debeatur: o que é devido. Caracterizada a existência da obrigação, a partir da correta indicação no título executivo. Ex.: um cheque representa uma obrigação de pagar. O título tem que preencher os requisitos legais. 
3- Obrigação líquida: tem a ver com a extensão. O patrimônio fica a disposição no tamanho do cumprimento da obrigação. É líquida quando é delimitada. 
Quantum debeatur: quanto é devido. Pode ser uma quantidade numérica ou uma questão de valor. Ex.: 10 caixas de cerveja (diz a extensão da obrigação). 
SEMANA QUE VEM: obrigação ilíquida. 
OBRIGAÇÃO ILÍQUIDA
· Quantum debeatur: extensão.
· Ilíquida? Título judicial > liquidação (art. 509) 
*Pelo o que eu entendi, quando a quantia é ilíquida, tem que passar pela fase de liquidação.
· Fase complementar integrativa – elemento faltante.
· Decisão interlocutória – Mérito exauriente – coisa julgada
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: ENTÃO NÃO OCORRE DE OFÍCIO. 
I - Por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - Pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
§ 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira.
§ 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
Decisão interlocutória: recurso cabível é o agravo de instrumento. Passo a possibilidade de recurso, faz coisa julgada e só é rescindível por ação rescisória.
Obrigação ilíquida: e se chegar à conclusão que o valor a ser pago é zero? STJ reconhece que não há um problema nenhum chegar no final de uma execução com o valor zero. Não há mais obrigação. Mas cuidado que se o advogado for receber só pelo sucesso da causa, não vai receber nada. 
MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO
· Cálculos aritméticos: art. 509, £ 2º - promover, desde logo o cumprimento de sentença.
· Se a liquidação depende apenas de cálculo aritmético, a parte faz o cálculo e parte para a liquidação. 
· Quando envolve as operações básicas. 
· Ex.: aplicação de correção monetária. É só multiplicar pelo índice. 
· Como fazer o cálculo? O Tribunal geralmente tem programas de atualização financeira, conforme prevê o art. 509, £ 3º. 
Há apenas 2 situações que o juiz manda para o contador efetuar o cálculo:
1- Aparente excesso no calculo da parte: o juiz manda para execução, mas a execução segue pelo cálculo da parte. Mas a agressão ao patrimônio da parte é feita pelo cálculo feito pelo contador.
2- Gratuidade de justiça (art. 98, £ 1º, VII)
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na formada lei.
§ 1º A gratuidade da justiça compreende:
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
 HÁ 2 MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO:
1- Arbitramento: tem conhecimento técnico. Art. 509, I – 510. Precisa de conhecimento técnico para solução do caso. Ex.: se o objeto da causa é uma construção. Precisará de um engenheiro e um contador. Pode ser, por exemplo, que o Estado vai ter que indenizar uma empresa que construiu um viaduto e não foi paga. 
a. Prova técnica recai sobre os elementos definidos na sentença.
b. Nem sempre será obrigatória a realização de perícia. Pode ser que com os documentos das partes, o cálculo seja esclarecido. 
c. Prova técnica simplificada: o juiz pode determinar a prova técnica simplificada, ao invés da perícia. Para casos que não são tão complexos. É quando o juiz faz a oitiva do perito em audiência. Art. 464, £ 2 ao 4º.
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I - Por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:
I - A prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - For desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - A verificação for impraticável.
§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de menor complexidade.
§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico.
§ 4 o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa.
2 – Liquidação por procedimento comum: quando é necessário provar fato novo. Fato novo é um fato que não era preciso analisar na época da sentença, mas é necessário para realizar a liquidação (cálculo). Não foi examinado na sentença, porque não era necessária a apreciação para solução do caso, mas que se torna necessária a apreciação para quantificação da obrigação. Ex.: 2 pessoas disputando a venda de uma fazenda a porteira fechada. A questão principal é ter que entregar a fazenda ou não. Quem tem que ser reconhecido como titular do direito àquela fazenda. Depois que o juiz decide de quem é o direito que tem que analisar o que tem dentro da fazenda. Ex.: o avião que tem dentro da fazenda, faz parte da entrega?
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código .
Ex 2.: uma pessoa atropelou outra. O juiz condenou o atropelador a pagar todas as cirurgias que forem necessárias para a recuperação do indivíduo. Inicialmente ele não precisava dizer quais as cirurgias que precisavam ser feitas. Mas vai precisar analisar a execução. Analisar se a cirurgia que foi feita realmente tinha a ver com o acidente, porque a vítima pode acabar incluindo outras coisas junto. 
· O executado é intimado na pessoa do advogado (contestação em 15 dias). Porque já há advogado constituído nos autos (não é citado). 
· É vedado discutir o direito novamente na liquidação. Na liquidação só se discute o cálculo. Não adianta, portanto, descumprir a existência ou não da obrigação. Art. 509, £ 4º. A obrigação já foi definida na sentença. Porque o julgado já transitou em julgado e fez coisa julgada. 
LIQUIDAÇÃO PROVISÓRIA
· Situações em que se pode fazer um cumprimento provisório de sentença. A sentença ainda não transitou em julgado, mas pode começar o seu cumprimento. A decisão ainda não se tornou definitiva. 
· Então nos casos de cumprimento provisório de sentença, podemos fazer também uma liquidação provisória de sentença.
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
Mas a sentença pode ter uma parte líquida e outra ilíquida: um caso de dano moral, por exemplo, cumulado com ressarcimento das cirurgias, decorrente de dano material (caso de acidente). O dano moral já está definido, mas o dano material não (as cirurgias ainda não ocorreram). Pode promover a execução da parte líquida, nos próprios autos. E em relação à parte ilíquida, promove a execução em autos apartados. 
· Ou pode esperar para executar tudo junto. 
TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL
· Segundo a doutrina majoritária, não cabe liquidação do título executivo extrajudicial, porque se ele não estiver liquido, importa em uma nulidade (art. 780). 
· Não há liquidação de título executivo extrajudicial. Ou está completo, ou não está. 
· Ex.: se tem um cheque em branco, como vai executar? Vai ter que discutir a existência da obrigação. 
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
Mas se o título executivo extrajudicial depender apenas de cálculo aritmético: não é considerado ilíquido. Ex.: nota promissória em cruzeiros reais, juros, correção monetária. 
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.
CONTINUANDO COM OS REQUISITOS DA EXECUÇÃO
Obrigação para ser executada tem que ser certa, líquida e exigível.
4 - EXIGÍVEL: já pode ser cobrada. Não está mais sob condição de fato futuro ou incerto ou termo. 
· Termo é data. Ex.: Tício irá pagar a dívida em 10/10/2020. Ainda não é exigível.
· Condição: Tício só paga FIES quando terminar a faculdade. 
· Exceção de contrato não cumprido: não pode exigir o cumprimento da obrigação se esta está condicionada a uma obrigação que você tem que cumprir. Nesse caso a obrigação é inexistente. Ex.: não pode exigir a obra do banheiro senão comprou material. 
5 – CONSTANTE EM UM TÍTULO EXECUTIVO: atribui um direito. Documento ou ato documentado que consagra uma dívida a qual a lei confere aptidão para instrumentalizar uma execução, ou seja, para permitir a invasão patrimonial.
· O mais importante é a força que a lei confere a ele. Autoriza a invasão patrimonial, a fim de realizar o cumprimento da obrigação
· Teorias: documental, ato ou ato e documento. 
FUNÇÕES DO TÍTULO:
· Autorizar a execução: então sem título, não há execução. 
· Definir a finalidade da execução: para que fim está promovendo aquela a execução. Ex.: para obrigação de fazer, de não fazer, e dar quantia certa. 
· Fixar os limites da execução: se o título fixa R$ 10.000, não pode querer executar R$ 100.000.
PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS:
· Taxatividade/tipicidade: previsão legal. Só é título aquele expressamente previsto em lei. Só é título aquele que preenche

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