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3 - DIREITO E LEGISLAÇÃO

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DIREITO E LEGISLAÇÃO 
 
 Apresentação da Disciplina 
 
1) Conceitos do Direito 
 
1.1 Noções Gerais do Direito 
1.2 Sujeitos de Direito 
1.3 Objeto da Relação Jurídica 
1.4 Os Negócios Jurídicos 
 
2) Direito das Obrigações, das Coisas e Registros Públicos 
 
2.1 Do Direito das Obrigações 
2.2 Direito das Coisas 
2.3 Registros Públicos (Lei Nº 6.015, DE 31 de DEZEMBRO DE 1973) 
 
3) Legislação Complementar Pertinente 
 
3.1 Legislação Pertinente ao Direito Imobiliário 
3.2 Condomínio (Lei Nº 4.491, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964) 
3.3 Definição de Loteamento e Desmembramento 
3.4 Regulamentação da Profissão de Corretor de Imóveis 
3.5 Resolução Nº 146/82 (Aprova o Processo de Código Disciplinar) 
3.6 Ética Profissional do Corretor de Imóveis 
 
4) Nichos de Atuação 
 
4.1 Dos Contratos em Geral 
4.2 Extinção do Contrato 
4.3 Espécies de Contrato 
4.4 Contratos em Espécie Relevantes ao Direito Imobiliário 
4.5 Contrato de Locação de Imóveis Urbanos 
 
5) Os sites de Hospedagem e a Concorrência 
 
5.1 Os sites de Hospedagem e a Concorrência (FÓRUM Tópico criado por Regina de 
Melo) 
5.2 Vantagens de ser um Corretor de Imóveis Associado (FÓRUM Tópico criado por 
Daniel Cobra de Castro) 
 
Mantenha-se atualizado: 
 
http://www.planalto.gov.br 
http://portal.cofeci.gov.br 
 
1)Conceitos do Direito 
 
1.1) Noções Gerais do Direito: 
Vamos abordar a matéria de Direito. Para tanto, analisaremos os aspectos principais e as noções 
gerais do tema. 
Direito Civil: é um Direito Comum que rege as relações entre os particulares tanto na 
esfera pessoal como patrimonial. 
 
Código Civil: é o conjunto de Leis que disciplina as relações entre as pessoas, seus 
direitos e obrigações, no entanto algumas relações jurídicas são tratadas em 
Legislação extravagante. 
Antes de adentrarmos ao estudo dos conteúdos abrangidos pelo Código Civil é importante 
ressaltar a existência de uma lei que o acompanha, mas importa a todos os ramos do direito, qual 
seja, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, promulgada em 1942 pelo decreto lei n° 
4.657, com emenda alterada pela Lei 12.376/2010. De suma importância as seguintes normas: 
 
REGRAS IMPORTANTES DA LEI DE INTRODUÇÃO 
1 
A lei torna-se obrigatória a todos a partir de sua vigência. Quando a lei é publicada deve 
indicar a data que entrará em vigor, no entanto, se nada dispuser a respeito, ela entrará em 
vigor 45 dias após a publicação oficial, no território nacional, e em 3 meses nos países 
estrangeiros onde se admite a legislação pátria. 
2 
O intervalo de tempo que vai da data da publicação da lei até a data de sua entrada em vigor, 
denomina-se vacatio legis. Durante o período da vacatio legis, a lei não produz efeito, valendo 
a lei anterior. 
3 
Toda lei vigora por tempo indeterminado, até que uma outra lei posterior a modifique ou 
revogue. Mas, a lei nova deve ter hierarquia (grau de poder) igual ou superior a da lei 
modificada ou revogada. 
4 Em casos de situação extrema e passageira a lei pode ter vigência temporária. 
5 
Se a lei estiver em vigor, ninguém pode escusar-se de cumpri-la, alegando que não a 
conhece. 
6 
A lei não é capaz de prever todas as situações jurídicas e, sendo omissa, deve então, o juiz 
decidir o caso de acordo com a analogia (casos semelhantes), com os costumes e com os 
princípios gerais de direito. 
7 
A aplicação da lei ao caso concreto deve sempre atender aos fins sociais a que ela se dirige e 
às exigências do bem comum. 
8 
Uma vez em vigor, a lei tem efeito imediato e geral, mas deve respeitar o ato jurídico perfeito, 
o direito adquirido e a coisa julgada. 
 
 
 
http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/2#modal-model
Prezada Regina, boa noite. 
 
Não sou da área Advocacia e desejo muito saber e compreender quais são as diferenças entre 
Leis, Decretos e afins? 
 
Porque a Lei nº 6.530, de 12/05/1978, que dá nova regulamentação à profissão de Corretor de 
Imóveis precisou ser regulamentada pelo Decreto 81.871 de 29/06/1978? 
 
- A Lei depois de criada não se vale por si só ? Porque um Decreto ? 
 
Desde já agradeço. 
 
Atenciosamente, 
Andréa 
08/04/2019 às 20:12:34 
 
 
Olá Andrea, 
 
 
Só a lei pode inovar a ordem jurídica, e o decreto pode regulamentar aquilo que a lei o autorizar. 
 
Pois bem, a lei 6530/1978 dá uma nova regulamentação à profissão de Corretor de Imóveis, 
disciplina o funcionamento de seus órgãos de fiscalização e dá outras providências. Ou seja, 
inovou a ordem juridica. Todavia, no artigo 24 desta lei, permitiu-se que fosse regulamentada, 
veja: 
 
Art 24. Esta lei será regulamentada no prazo de trinta dias a partir da sua vigência. 
 
 Assim, em 29 de junho de 1978 regulamentou-se a Lei nº 6.530, de 12 de maio de 1978, dando 
uma nova regulamentação à profissão de Corretor de Imóveis, disciplinando o funcionamento de 
seus órgãos de fiscalização e dá outras providências. 
 
 Neste caso, perfeitamente possível. 
 
 Espero que tenha ajudado, qualquer dúvida, me responda. 
 
Abraço, Regina 
10/04/2019 às 11:26:19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ato jurídico perfeito é aquele já consumado segundo a lei vigente, ao tempo em que se efetuou. 
Exemplo: Um contrato ou casamento celebrado antes da entrada em vigor do Código Civil de 
2002 é um ato jurídico perfeito. 
 
Direito adquirido é um direito material ou imaterial que já se incorporou ao patrimônio de uma 
pessoa natural, jurídica ou ente despersonalizado. 
Exemplo: Uma pessoa preenche todos os requisitos legais para se aposentar, este direito já 
integrou o seu patrimônio, assim, não pode ser alterado por lei nova. 
 
Coisa julgada é a decisão judicial já prolatada e que não cabe mais recurso. 
 
 
Compreendidas as normas e sua aplicação, passa-se, a partir de agora, ao estudo dos 
dispositivos do Código Civil Brasileiro, aqueles que guardam estreita relação com o Corretor de 
Imóveis. 
IMPORTANTE: 
Código Civil: é o conjunto de Leis que disciplina as relações entre as pessoas, seus 
direitos e obrigações, no entanto algumas relações jurídicas são tratadas em 
Legislação extravagante. 
(*) O Código Civil está estruturado em duas partes: 
1ª) Geral: que trata das pessoas, bens e fatos jurídicos; e 
2ª) Especial: que trata do Direito das Obrigações, das Empresas, do direito das Coisas, da 
Família e de Sucessões. 
REFERÊNCIAS E LINKS RECOMENDADOS: 
 
AVVAD, P. E. Direito Imobiliário – teoria geral e negócios imobiliários. 3ª Ed. Rio de Janeiro: 
Editora Forense, 2012. 
DINIZ, M. H. Código Civil Anotado. 14ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro. 25ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 
FILHO, E. S. C. S. Direito Registral Imobiliário. 1ª Ed. Curitiba: Editora Juruá, 2013. 
GIANCOLI, B. P. Direito Civil – concursos e OAB. 2ª Ed. São Paulo: Editora dos Tribunais, 2014. 
GONÇALVES, C. R. Direito Civil 2 – Contratos em espécie/direito das coisas esquematizado. 3ª Ed. 
São Paulo: Saraiva, 2015. 
JUNIOR, L. A. S. Direito Imobiliário – teoria e prática. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 
2014. 
JUNIOR, L. R. E. Direito Civil – para aprender direito. 1ª Ed. São Paulo: Editora Barros, Fischer e 
Associados, 2013. 
NERY, R. M. de A; JUNIOR, N. N. Código Civil Comentado. 10ª Ed. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2013. 
OLIVEIRA, J. E. Código de Defesa do Consumidor – Anotado e Comentado. 4ª Ed. São Paulo: 
Editora Atlas, 2009. 
PEREIRA. L. R. Direito das coisas. Editora, Russel, 2003. 
SANTOS, J. C. V. C. de A; CASCALDI, L de C. Manual de Direito Civil. 1ª Ed. São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2011. 
SERGIO S.; ALVIM, J. E. C.; ALVIM L. G. C. Código de Processo Civil Comentado. v.1 - Processo 
de Conhecimento Artigos 1ª a, 565ª. 8ª ed. Editora Forense Jurídica (Grupo GEN), 2010. 
SILVA, B. M. Compra de Imóveis – Aspectos jurídicos, cautelas devidas e análises de risco. 9º Ed. 
São Paulo: Editora Atlas, 2013. 
TARTUCE,F. Direito Civil 1 – Lei de introdução e parte geral. 8ª Ed. São Paulo: Editora Método, 
2012. 
 
1) Conceitos do Direito 
 
1.2) Sujeitos de Direito: 
Vamos aprender um pouco mais sobre os Sujeitos de Direito. 
 
Sujeitos de direitos são aqueles participantes de relações jurídicas, que estão aptos a exercer os 
atos da vida civil bem como defender em juízo os seus interesses. 
 
O Ordenamento Civil reconhece a existência de duas espécies de sujeitos de direitos: os entes 
despersonalizados e as pessoas. 
 
(*) Entes despersonalizados são sujeitos de direito peculiares, que apresentam capacidade 
jurídica limitada, somente para os fins que estão destinados, são exemplos: massa falida; espólio; 
condomínio. 
(*) Pessoa é todo sujeito suscetível de adquirir direitos e contrair obrigações. No ordenamento 
jurídico, classificam-se as pessoas como: 
 
• Pessoas Naturais / Físicas 
• Pessoas Jurídicas 
 
 
Segundo o artigo 2 do Código Civil a personalidade civil da pessoa começa com 
nascimento com vida, mas a Lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro. O 
Nascituro é o ente concebido e que ainda não nasceu, ou seja, que não possui 
personalidade jurídica. Para este individuo a Lei estabelece proteção, ou seja, põe a salvo os 
seus direitos como exemplo: O Nascituro pode receber doação, herança, ser 
comtemplado em testamento, figurar como sujeito ativo e passivo de direito e 
obrigações desde que venha nascer. 
 
CAPACIDADE 
A Capacidade Civil é a aptidão da pessoa para ser titular de direito, ou seja, exercer direitos e 
assumir obrigações na ordem civil. 
 
A capacidade pode ser classificada como capacidade de direito e capacidade de fato. 
 
(*) A capacidade de direito é atributo de todos aqueles nascidos vivos, não importando a idade 
ou qualquer fator inerente à pessoa. 
 
(*) A capacidade de fato é aquela necessária para exercer, por si só, os atos da vida civil. Neste 
caso, deve-se analisar o discernimento do sujeito para a prática de tais atos. 
 
Há casos em que a lei protege determinados grupos de pessoas, considerando a idade, estado 
de saúde e o desenvolvimento mental, impedindo-os de exercer pessoalmente seus direitos. 
 
A esse grupo de pessoas dá-se a denominação de incapazes. 
A incapacidade pode ser entendida como a vedação imposta pela lei para a prática pessoal de 
direitos e obrigações, não obstante a pessoa seja titular destes direitos e deveres. 
 
http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model
http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model
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http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model
Esta incapacidade pode ser absoluta ou relativa, que vamos conhecer melhor a seguir. 
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES 
 
As hipóteses de incapacidade absoluta estão previstas no artigo 3º do Código Civil. De acordo 
com o diploma legal, são sujeitos a esta limitação os: 
 
I os menores de dezesseis anos; 
 
RELATIVAMENTE INCAPAZES 
Aos relativamente incapazes a lei permite a prática de atos da vida civil, desde que assistidos por 
seu representante legal. 
 
Conforme artigo 4º do Código Civil são considerados relativamente incapazes: 
 
I Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II 
Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham 
discernimento reduzido; 
III Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV Os pródigos. 
(*) Ébrios Habituais: É a pessoa que consome bebida alcoólica de forma imoderada, por hábito 
ou vício de beber, razão pela qual o diploma civil a elenca como relativamente incapaz, havendo 
necessidade de um processo de interdição, cuja sentença deve apontar quais os atos podem ser 
ou não praticados. 
(*) Os Pródigos: É aquele que dilapida seus bens de forma compulsiva. É a pessoa que gasta 
imoderadamente seu dinheiro e seus bens, comprometendo o seu patrimônio. Por esse motivo, 
os pródigos são considerados relativamente incapazes e, portanto, podem ser interditados 
judicialmente. De acordo com o artigo 1.782, do Código Civil, "a interdição do pródigo só o privará 
de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser 
demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração". 
 
CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE 
A incapacidade cessa com o desaparecimento dos motivos que a determinaram. 
Assim, o louco deixa de ser incapaz ao cessar a enfermidade; os viciados quando há recuperação 
e no caso da menoridade quando ocorre a maioridade ou a emancipação. 
 
http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model
(*) emancipação: No que diz respeito à menoridade, sabe-se que a incapacidade relativa cessa 
aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida 
civil. No entanto, a incapacidade pode cessar, no caso da menoridade, pela emancipação. 
 
A seguir a definição de cada tipo de emancipação: 
 
 
Voluntária: Quando os pais, por livre e espontânea vontade, emancipam o menor após os 16 
anos completos. 
 
Judicial: Quando há um pedido judicial feito pelo tutor do menor entre 16 a 18 anos ou quando 
houver divergência entre os pais. 
 
Legal: Ocorre de forma automática, sem depender de atos dos pais, do tutor ou sentença. São as 
hipóteses de casamento do menor, exercer um cargo público efetivo, colar grau em curso 
superior, garantir o estabelecimento civil, comercial ou relação de emprego que lhe forneça 
economia própria. 
 
Importante esclarecer que a emancipação é irrevogável e definitiva, assim os negócios realizados 
são válidos. 
INDIVIDUALIZAÇÃO DE PESSOA NATURAL 
 
A individualização da pessoa natural dá-se pelo nome, estado e domicílio. 
 
NOME 
Em relação ao nome, a lei prevê que toda pessoa tem direito ao nome nele compreendendo o 
prenome e o sobrenome. 
O nome integra a personalidade da pessoa natural, tendo assim direitos garantidos, não podendo 
ser objeto de publicações ou representações que o exponham ao desprezo público, não podendo 
ser utilizado em propaganda comercial sem a autorização do titular. 
 
O quadro acima retrata os direitos da personalidade cujo fundamento está disposto nos artigos 1º 
e 5º da Constituição Federal e artigos 11 a 21 do Código Civil. 
Quanto aos direitos da personalidade: 
 
 
I) São tão relevantes que impõem a todos o dever de respeito. 
II) São exemplos: direito de alimentos, planejamento familiar, leite materno. 
III) Os direitos são resguardados mesmo após a morte. 
IV) Assegura-se o direito de indenização aquele que teve seu direito lesado. 
V) O direito a intimidade é inalienável, irrenunciável, imprescritível. 
 
• 1) Todas as afirmativas estão incorretas. 
• 2) Todas as afirmativas estão corretas. (Resposta Correta) 
• 3) Somente I, III, IV e V estão corretas. 
• 4) Somente as afirmativas I, III, IV estão corretas. 
• 5) Somente as afirmativas I, IV e V estão corretas. 
• 
 
ESTADO 
Uma segunda forma de identificar a pessoa natural é através de seu estado. Trata-se de um 
conjunto de atributos que qualificam o indivíduo em sociedade e são classificados em: 
As Classificações de Estado 
a Estado individual são as características ligadas à idade, sexo, cor e saúde mental e física; 
b 
Estado familiar, quando qualifica a pessoa em razão do parentesco (pai, mãe, filho), afinidade 
(sogro, cunhado), matrimônio (casado, solteiro, viúvo); 
c 
Estado político que diz respeito ao estado da pessoa com o Estado (brasileiro nato, 
naturalizado, estrangeiro). 
 
DOMICÍLIO 
O último elemento de individualização é o domicílio do indivíduo, considerado como o local 
escolhido ou, em certos casos, imposto por lei onde se concentram as atividades habituaisda 
pessoa, ou seja, onde ela pode ser encontrada para responder por suas obrigações. 
 
“ Atenção é importante não confundir o conceito de domicílio com o conceito residência. A 
residência é a simples moradia a habitação, enquanto o domicílio é o local onde o indivíduo 
permanece com o ânimo definitivo. “ 
 
 
 
FIM DA PESSOA NATURAL 
O artigo 6º do Código Civil preceitua que o fim da pessoa natural termina com a morte. 
A constatação da morte pode ser classificada em: 
• Morte Real 
• Morte Simultânea ou Comoriência 
• Morte Civil 
• Morte Presumida 
 
O artigo 8º do Código Civil define a Comoriência como a presunção de Morte Simultânea, que 
ocorre quando duas pessoas falecem na mesma ocasião, não se podendo averiguar qual dos 
comorientes faleceu primeiro. 
 
Um exemplo clássico é um casal que morre em um acidente de carro, sem ser possível 
determinar a ordem das mortes. 
Em alguns países existem teorias para tentar definir quem faleceu primeiro. No Brasil presume-se 
que morreram ao mesmo tempo. 
 
 
Ainda sobre a Morte Presumida, a mesma é declarada por meio de sentença judicial, sendo 
possível a sua confirmação sem declaração de ausência ou com declaração de ausência. 
Tipos de Declaração de Morte Presumida 
 
 
QUANDO OCORRE 
Sem 
declaração de 
ausência 
Quando for extremamente provável a morte de quem estava em estado de 
perigo de vida; se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro não 
for encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Com 
declaração de 
ausência 
Nos casos em que uma pessoa desaparece do seu domicílio e dela não se tem 
mais notícia ou não tenha deixado representante ou procurador. 
Nestes casos, será nomeado Curador ao ausente, que procederá a Arrecadação dos Bens. 
Os interessados poderão requerer a declaração de ausência e a abertura da sucessão provisória 
depois de decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos se ele deixou um 
representante ou procurador. 
 
São considerados interessados na declaração de ausência: 
 
• O cônjuge não separado judicialmente; 
• Os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
• Os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte e os credores de 
obrigações vencidas e não pagas. 
 
 
http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model
http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model
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DAS PESSOAS JURÍDICAS 
As pessoas jurídicas são conjunto de indivíduos ou bens arrecadados que adquirem 
personalidade jurídica própria por uma ficção legal. 
Sendo assim, entes resultantes da criação da lei, dotados de direitos e obrigações. Sendo que 
sua existência legal começa com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. 
Para tanto, devem ser representados por uma pessoa física que possa exteriorizar sua vontade 
nos atos judiciais e extrajudiciais. 
As pessoas jurídicas têm garantidos os direitos à: 
Personalidade Boa reputação 
Direitos Reais A propriedade 
Direitos Obrigacionais Comprar, vender, alugar 
Direitos Sucessórios Aquisição de bens causa mortis 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
As pessoas jurídicas são classificadas como de Direito Público e de Direito Privado. 
Considera-se como pessoas jurídicas de Direito Público o conjunto de pessoas ou bens que 
visam atender os interesses públicos, sejam internos ou externos. 
 
São de Direito Público interno: 
• A União; 
• Os Estados; 
• O Distrito Federal e os Territórios; 
• Os Municípios; 
• As autarquias; 
• Associações públicas, fundações públicas e demais entidades de caráter público criadas por 
lei. 
 
 
São pessoas jurídicas de Direito Público externo: 
• Os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo Direito Internacional 
Público. 
 
 
Considera-se como pessoas jurídicas de Direito Privado: 
 
As associações, as sociedades, fundações particulares, organizações religiosas, partidos 
políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model
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1) Conceitos do Direito 
 
1.3) Objeto da Relação Jurídica: 
Vamos falar do Objeto da Relação Jurídica: as relações jurídicas entre dois sujeitos têm por 
objeto um bem, sobre o qual recaem direitos e obrigações. 
 
Inicialmente é essencial distinguir o conceito entre Bens e Coisas. 
 
BENS & COISAS 
 
 
 
De acordo com o Código Civil os bens são classificados como: 
 
a) Bens considerados em si mesmos; 
b) Bens reciprocamente considerados; 
c) Bens considerados em relação ao sujeito. 
 
Bens dominicais são os que pertencem ao Estado na sua qualidade de proprietário, como 
terrenos de marinha, terras devolutas, prédios de renda, títulos da dívida pública e outros. 
 
 
DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS 
Os bens considerados em si mesmos são classificados em razão de suas características, 
independente de outros bens e sujeitos. 
Nesta categoria encontram-se os bens corpóreos e incorpóreos, bens imóveis e móveis, fungíveis 
e infungíveis, consumíveis e inconsumíveis, divisíveis e indivisíveis, singulares e coletivos. 
 
BENS CORPÓREOS E INCORPÓREOS 
Os bens corpóreos são aqueles que possuem existência material, como por exemplo, um carro, 
uma casa ou animais. 
Já os bens incorpóreos são aqueles que são considerados de maneira ideal, não possuem 
estrutura física, ficando sua compreensão no aspecto intelectual. São exemplos: direito autoral, 
crédito. 
 
Considere os enunciados: 
 
I) Os bens incorpóreos não podem ser objeto de usucapião. 
II) Os bens corpóreos são objeto de contrato de compra e venda. 
III) O direito autoral é um bem corpóreo. 
IV) Bens corpóreos tem existência física e podem ser tangidos. 
V) Bens incorpóreos são criações da mente reconhecida pelo direito. 
 
• 1) Somente os enunciados I, II, IV e V estão corretos. (Resposta Correta) 
• 2) Somente os enunciados I, II, III, IV estão corretos. 
• 3) Somente os enunciados I, II, III e V estão corretos. 
• 4) Todos os enunciados estão corretos. 
• 5) Nenhum enunciado esta correto. 
 
 
Com base nos enunciados assinale a alternativa verdadeira: 
 
• 1) Bens que podem se partir em porções reais e distintas formando um todo, são 
consumíveis. 
• 2) Bens que proporcionam reiterados usos, sem atingir sua integridade são bens 
inconsumíveis. (Resposta Correta) 
• 3) Bens que embora reunidos se consideram independentes dos demais são os infungíveis. 
• 4) Bens que existem por si, abstrata ou concretamente, independentes dos outros são bens 
acessórios. 
• 5) Bens que podem ser substituídos por outros de da mesma espécie são divisíveis. 
 
 
 
DOS BENS IMÓVEIS 
São bens imóveis o solo e tudo quanto lhe incorporar natural ou artificialmente. 
 
Os bens imóveis são classificados como: 
 
Classificação dos Bens Imóveis 
Bens imóveis 
por natureza 
ou essência 
São aqueles que a imobilidade é de sua essência e não podem ser transferidos 
de um local para o outro sem comprometer a estrutura, como por exemplo, o 
solo, a superfície, o subsolo e o espaço aéreo. 
Bens imóveis 
por acessão 
natural 
São os bens acrescidos a um bem imóvel pela força da natureza, passando a 
ser considerados como imóveis, como o caso de uma árvore, curso da água, a 
pedra. 
Bens imóveis 
por acessãoartificial 
Quando o homem promove a justaposição de uma coisa sobre a outra. 
 
Também são considerados imóveis, para efeitos legais, os direitos reais sobre imóveis e as ações 
que os asseguram e o direito à sucessão aberta. 
 
DOS BENS MÓVEIS 
De acordo com o ordenamento civil os bens móveis são aqueles que podem ser removidos ou 
transportados de um lugar para outro, sem alteração de sua substância. 
Sendo assim, os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; e, atenção: readquirem essa qualidade os provenientes da 
demolição de algum prédio. 
 
DOS BENS FUNGÍVEIS, INFUNGIVEÍS, CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS 
Bens Fungíveis são os bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade, como por exemplo, o dinheiro. Já os bens infungíveis são aqueles 
que não podem ser substituídos, valendo pela sua individualidade, como é o caso de uma obra 
de arte ou um cavalo de corrida. 
 
 
Caracterizam-se como consumíveis aqueles que se destroem com a natural utilização. Ou seja, 
são bens móveis, cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também 
considerados tais os destinados à alienação. 
 
 
E, são bens inconsumíveis, os bens móveis de natureza durável (um veículo, por exemplo). 
Que proporcionam reiterados usos (constante), sem atingir sua integridade. 
 
 
A seguir para conferir a definição de bens divisíveis e indivisíveis: 
 
Bens divisíveis são os que podem fracionar-se sem alteração na sua substância, diminuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Um exemplo a citar é um pacote de 
arroz. 
 
Indivisíveis são os bens que não admitem divisão, pois, se divididos, perdem sua qualidade ou a 
sua natureza, exemplo de um navio, uma moto. 
 
 
 
DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS 
 
Os bens reciprocamente considerados são classificados em Principais ou Acessórios. 
 
O bem Principal é aquele que existe por si mesmo, ou seja, tem existência própria. 
Já o bem Acessório é aquele que cuja existência supõe a do principal, sendo classificado nas 
seguintes espécies: frutos; produtos; pertenças (*) e benfeitorias. 
 
(*) Pertenças: São os bens que, não constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro (ex: trator em uma fazenda, cama, 
mesa ou armários de uma casa etc.). 
 
DOS BENS CONSIDERADOS EM RELAÇÃO AO SUJEITO 
De acordo com a titularidade os bens podem ser públicos ou privados. 
 
 
São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público 
interno. 
 
Todos os outros bens são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
 
 
Classificam-se os bens públicos como: 
 
Uso Comum do Povo: Quando destinam-se à utilização do público em geral, tais como rios, 
mares, estradas, ruas e praças. 
 
Uso Especial: São aqueles utilizados somente pelo poder público para execução de serviços 
públicos, podendo ser edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias. 
 
Dominicais / Dominiais: São os bens que constituem o patrimônio disponível da pessoa jurídica 
de direito público, abrangem móveis e imóveis como terreno de marinha, mar territorial. 
 
 
 
 
 
 
 
EVICÇÃO 
A Evicção consiste na perda total ou parcial da posse ou propriedade de um Bem 
 
A Evicção consiste na perda total ou parcial da posse ou propriedade de um bem que uma 
pessoa adquiriu em favor de um terceiro, por meio de determinação judicial movida por outras 
partes. 
Um bom exemplo de evicção se dá quando alguém vende um objeto para um indivíduo e 
descobre-se que o produto não pertencia a pessoa que vendeu e sim a uma terceira, ou seja, é a 
venda de que produto que não lhe pertence. 
O processo de evicção envolve três categorias de pessoas: O alienante, que é a pessoa que 
transmite o bem ao adquirente e reponde pelos vícios de evicção, mesmo agindo de boa fé; 
o evicto, que é o adquirente que sofreu a evicção e o evictor, que é a pessoa para qual vai o 
bem após ocorrer a evicção. 
A pessoa que comprou o produto (evicto) pode sofrer evicção e ir para a justiça para restituir o 
bem à pessoa que realmente é a dona do produto (evictor), e a mesma tem direito a indenização 
pela pessoa que a vendeu (alienante), pelo prejuízo sofrido. 
Para ocorrer uma evicção, existem alguns requisitos como: 
• A onerosidade na aquisição da coisa; 
• A perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada; 
• A ignorância por parte do adquirente da litigiosidade da coisa; 
• O direito do evictor anterior à alienação e a denunciação da lide ao alienante. 
Um termo jurídico bastante ligado a evicção é a denunciação da lide, que é como chama-se o 
indivíduo que foi denunciado e que mantém um vínculo de direito com a parte denunciante, para 
vir responder pela garantia do negócio jurídico, caso o denunciante saia vencido no processo. 
 
O processo de evicção vem a ocorrer nesse caso quando uma parte do processo lança mão da 
lide e sucumbe perante a reivindicação da outra parte, então o outro perde o direito de exercitar a 
evicção. 
A evicção pode ocorrer no caso de vários bens adquiridos, incluindo os adquiridos em hasta 
pública. 
 Sobre a Evicção, considere os enunciados abaixo e responda: 
 
I) (V) O Código Civil dispõem que a evicção pode ser parcial ou total. 
II) (F) O evicto só tem direito a restituição do que pagou. 
III) (V) A perda da coisa adquirida deve decorrer de decisão judicial. 
IV) (V) O adquirente, no momento do negócio, desconhece que a coisa era litigiosa. 
• 1) Somente o enunciado I esta correto. 
• 2) Somente os enunciados I e II estão corretos. 
• 3) Somente os enunciados I e III estão corretos. 
• 4) Somente os enunciados, I, II e III estão corretos. 
• 5) Somente os enunciados I, III e IV estão corretos. (RESPOSTA CORRETA) 
VÍCIO REDIBITÓRIO 
 
É o defeito oculto da coisa recebida que a torna inapropriada ao fim a que se destina ou que lhe 
diminui o valor. 
O adquirente poderá rejeitar a coisa ou requerer o abatimento do preço, devendo o alienante 
restituir-lhe o objeto adquirido com perdas e danos, caso tenha ciência do vício, ou somente o 
valor recebido, se não tiver conhecimento do defeito. 
Os prazos para requerer a redibição ou abatimento do preço são de 30 (trinta) dias, se a coisa for 
móvel, ou um ano, se imóvel. 
 
 
O vicio redibitório, previsto no Código Civil, diz respeito a 
• 1) A capacidade do agente. 
• 2) Conduta do vendedor. 
• 3) Ao bem. (Resposta Correta) 
• 4) A vontade das partes. 
• 5) Má fé. 
 
 
 
Fundamentação: 
Arts. 441 a 446 do CC 
 
Temas relacionados: 
Produto defeituoso 
Serviço defeituoso 
Vício aparente 
Defeito oculto 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.direitonet.com.br/busca?palavras=Produto+defeituoso
https://www.direitonet.com.br/busca?palavras=Servi%C3%A7o+defeituoso
https://www.direitonet.com.br/busca?palavras=V%C3%ADcio+aparente
https://www.direitonet.com.br/busca?palavras=Defeito+oculto
1) Conceitos do Direito 
1.4) Os Negócios Jurídicos: 
FATO JURÍDICO 
Conceitua-se como “Fato” qualquer ocorrência que interessa ou não ao direito. E, considera-se 
fato jurídico todo acontecimento que produz consequências jurídicas. 
 
Os fatos jurídicos classificam-se em dois fatos: naturais e humanos, conforme abaixo: 
 
1) Naturais: Os fatos jurídicos naturais são divididos em: 
• Ordinários: o evento natural comum de acontecer, como um nascimento, morte. 
• Extraordinários: é o evento decorrente da natureza, podendo ser imprevisível, 
como caso fortuito ou previsível, mas inevitável como de força maior. 
 
2) Os fatos jurídicos Humanos são os acontecimentos que dependem da vontade 
humana, abrangem tanto os atos lícitos como ilícitos, são classificados em: 
• Fato Jurídico emsentido estrito; 
• Ato fato jurídico; 
• Ato Jurídico (no qual está compreendida a classificação de negócio jurídico). 
Assim, como fatos jurídicos humanos, podemos destacar o Negócio Jurídico. 
 
A manifestação de vontade no negócio jurídico visa adquirir, conservar, modificar ou extinguir 
direitos. Assim, o negócio jurídico é o principal instrumento que as pessoas possuem para realizar 
seus interesses (como a elaboração de um Contrato, por exemplo). 
(*) Negócio Jurídico: Um ou mais atos, conduzidos por uma ou mais pessoas determinadas, que 
têm por finalidade causar efeitos jurídicos. 
(*) Negócio Jurídico: é NULO o negócio jurídico que envolve a Simulação 
A CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO PODE SE DAR: 
a) Ao número de declarantes ou manifestações de vontade; 
b) Às vantagens patrimoniais que produzem; 
c) 
Às Formalidades; (Solenes: deve obedecer a forma prevista em lei para se aperfeiçoarem, 
como a Escritura Pública na Alienação do Imóvel) e (Não Solenes: a lei não exige uma 
forma, basta o consentimento das partes, como Contrato de Locação). 
d) 
Ao Modo de Existência; (Principal: têm existência própria e não dependem da existência 
de qualquer outro, como Arrendamento, Compra e Venda e (Acessórios: dependem de um 
contrato principal para serem válidos e produzir efeitos, como: Fiança, Hipoteca, Penhor)). 
e) 
Ao momento que produzem Efeitos de Existência. (Inter Vivos: produzem efeitos desde 
logo) e (Mortis Causa: produzem efeitos após a morte, como o Testamento Legado) 
 
http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/5#modal-model
A CLASSIFICAÇÃO DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO PODEM SER: 
INTRODUÇÃO 
A vontade é a mola propulsora dos atos e dos negócios jurídicos. Essa vontade deve ser 
manifesta ou declarada de forma idônea para que o ato tenha vida normal na atividade jurídica e 
no universo negocial. Se essa vontade não corresponder ao desejo do agente, o negocio jurídico 
torna-se susceptível de nulidade ou anulabilidade. 
Quando a vontade em ao menos se manifesta, quando é totalmente tolhida, não se pode 
nem mesmo se falar em existência do negocio jurídico. O negocio jurídico será inexistente por lhe 
faltar o requisito essencial. 
Quando, porém, a vontade é declarada, com vício ou defeito que torna mal dirigida, mal 
externada, estamos, na maioria das vezes, no campo do negocio jurídico ou ato anulável, isto é, o 
negocio terá vida jurídica somente até que, por iniciativa de qualquer prejudicado, seja pedida sua 
anulação. 
Nesse tema, o Código Civil, o Capitulo IV, do livro III, dá a essas falhas de vontade a 
denominação de “defeitos dos negócios jurídicos”.
 
1. CLASSIFICAÇÃO DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Os defeitos dos negócios jurídicos se classificam em: 
a) Vícios do Consentimento: são aqueles em que a vontade não é expressa de maneira 
absolutamente livre, podendo ser eles: Erro; Dolo; Coação; Lesão e; Estado de Perigo. 
b) Vícios Sociais: são aqueles em que a vontade manifestada não tem, na realidade, a 
intenção pura e de boa-fé que enuncia, sendo eles: Fraude contra Credores e Simulação. 
Defeitos Vício Efeito 
Erro vontade Anulável 
Dolo vontade Anulável 
Coação vontade Anulável 
Lesão vontade Anulável 
Estado de Perigo vontade Anulável 
Fraude contra Credores Social Anulável 
Simulação Social Nulo 
 
Não há duvida de que é de vital importância o estudo dos vícios que maculam o negócio 
jurídico celebrado, atingindo a sua vontade ou gerando uma repercussão social, tornando o 
mesmo passível de ação anulatória pelo prejudicado ou de nulidade absoluta no caso de 
simulação (art. 166, do CC). 
2) ERRO OU IGNORÂNCIA 
2.1) Conceito: O erro é um engano fático, uma falsa noção da realidade, ou seja, em 
relação a uma pessoa, negócio, objeto ou direito, que acomete a vontade de uma das partes que 
celebrou o negócio jurídico. 
Quando o erro se dá na formação da vontade, tem-se o chamado erro vício; quando 
ocorre na declaração da vontade configura-se o chamado erro obstáculo, também denominado 
erro obstativo. O erro vício se forma antes da declaração, mas é com ela que se substancializa. 
Nele não há desconformidade entre a vontade e a declaração, por exemplo, “Antonio compra o 
prédio de Benito que na verdade é de José”. Já o erro obstáculo se dá na comunicação, por 
exemplo, o agente quer que Amarildo e diz Antonio. O nosso ordenamento não diferencia uma 
espécie da outra. 
Então, erro é o vício de consentimento que se forma sem induzimento intencional de 
pessoa interessada. É o próprio declarante quem interpreta equivocadamente uma situação fática 
ou lei e, fundado em sua cognição falsa, manifesta a vontade, criando, modificando ou 
extinguindo vínculos jurídicos. 
O Código Civil equipara o erro à ignorância, mas ambos expressam situações distintas. 
Enquanto no erro a vontade se forma com base na falsa convicção do agente, na ignorância não 
se registra distorção entre o pensamento e a realidade, pois o agente sequer tomara ciência da 
realidade dos fatos ou da lei. Ignorância é falta de conhecimento, enquanto o erro é o 
conhecimento divorciado da realidade. 
Entretanto, o erro sé é considerado como causa de anulabilidade ou nulidade relativa do 
negocio jurídico se for: essencial ou substancial (art. 138, do CC) e escusável ou perdoável. 
O erro essencial ou substancial é aquele que incide sobre a essência (causa) do negócio 
que se prática, sem o qual este não teria se realizado. É o caso do colecionados que, pretendo 
adquirir uma estátua de marfim, compra, por engano, uma peça feita de material sintético. 
Sendo, assim, o erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a 
quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da 
vontade real do manifestante (art. 144, do CC). Por exemplo, João pensa que comprou o lote nº 2 
da quadra A, quando na verdade adquiriu o lote nº 2 da quadra B. Trata-se de erro substancial, 
mas antes de anular o Negócio jurídico, o vendedor entrega-lhe o outro lote 
2.2) Espécie: As hipóteses de erro substancial estão enumeradas no art. 139, do CC e 
segundo Roberto de Ruggiero (2005, p. 341) o erro substancial se caracteriza por uma das 
seguintes modalidades: 
a) Error in negotio: neste tipo de falsa representação intelectual diz respeito à natureza 
do negocio jurídico celebrado. Pensa o agente que o imóvel lhe está sendo entregue a titulo de 
comodato e na realidade se trata de contrato de locação. 
b) Error in corpore: o dissenso entre a vontade real e a declarada refere-se à identidade 
do objeto do negócio, como no caso de que se declara que quer comprar o animal que está 
diante de si, mas acaba levando outro, trocado. 
c) Error in substantia: o agente identifica corretamente a natureza do vinculo 
estabelecido, bem como o objeto em função do qual se opera o negócio, todavia, desconhece 
algumas qualidade ou características essenciais, por exemplo: alguém adquire um aparelho 
televisor na crença de ser LCD, verificando se tratar de TV apenas de Plasma. 
d) Error in persona: Esta espécie diz respeito à identiddade da pessoa com que o 
agente pratica o negócio jurídico ou alguma de suas qualidades, por exemplo, A sociedade XY 
Eletrônica LTDA contrata José latrina pensando se tratar do famoso José latinhas. 
e) Erro juris ou erro de direito: consiste no desconhecimento das implicações jurídicas 
trazidas pelo negocio jurídico. Em regra o erro de direito não é causa de anulabilidade ou 
nulidade relativa do negócio, porem, às vezes a doutrina e a jurisprudência flexibilizam esse 
entendimento. Desta forma, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (2008, p. 138) 
afirmam que “desde que não se pretenda descumprir preceito legal, se o agente, de boa-fé, 
prática o ato incorrendo em erro substancial e escusável, há que reconhecer, por imperativo de 
equidade, a ocorrência do erro de direito”. (ex: alguém eventualmente celebra contrato de 
importação de uma determinada mercadoria,sem saber que, recentemente, for expedido decreto 
proibindo a entrada de tal produto no território nacional. Neste exemplo, tem aplicação o erro de 
direito). (art. 139, III, do CC). 
O Erro escusável ou perdoável é aquele que dentro do que se espera do homem médio 
que atue com grau normal de diligencia. Não se admite, outrossim, a legação de erro por parte 
daquele que atuou com acentuado grau de displicência, pois o direito não deve amparar o 
negligente. 
Contudo, conforme o Enunciado nº. 12, do I Jornada de Direito Civil realizada no Superior 
Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 138: na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não 
escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança.” 
2.3) O erro pode ser convalescido: Há a possibilidade de convalescimento do erro 
conforme se prevê o art. 144 do C.C. em razão do princípio da conservação dos atos e negócios 
jurídicos e ainda pelo princípio da segurança jurídica. 
Às vezes o erro surge devido ao meio de comunicação empregado para a transmissão de 
vontade negocial, assim diante de mensagem truncada, há o vício e, a possibilidade de anulação 
do negócio jurídico. 
Outras vezes o erro decorre de culpa in eligendo ou in vigilando de quem escolhe o 
mensageiro para levar a declaração de vontade. Não raro encontram-se discrepâncias graves 
entre a declaração de vontade emitida e a vontade finalmente comunicada. 
O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade (art. 143, do 
CC). Anulará se o recálculo causar tamanha surpresa que importe em impossibilidade em cumprir 
o avençado. (ex: empréstimo bancário onde as prestações sofrem vários encargos que não se 
imaginava) 
2.4) O falso motivo nos negócios jurídicos: “Art. 140. O falso motivo só vicia a 
declaração de vontade quando expresso como razão determinante.” Podendo até mesmo ser um 
acontecimento futuro, desde que seja a causa determinante da realização do Negócio jurídico 
(ex:. aluga um imóvel para instalar um restaurante, pressupondo que em frente terá uma escola, 
quando na verdade isto não ocorre). 
2.5) Transmissão errônea da vontade: “Art. 141. A transmissão errônea da vontade por 
meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.” (ex. telégrafo, 
rádio, TV, fone, mensageiro (quem transmitiu errado pode vir a responder por perdas e danos.) 
- Se houver culpa do emitente prevalece o Negócio Jurídico. 
https://jus.com.br/tudo/direito-civil
https://jus.com.br/tudo/empregado
https://jus.com.br/tudo/emprestimo
- Se aplica na hipótese do mero acaso e não quando há dolo, neste caso a parte que 
escolheu o emissário fica responsável pelos prejuízos que tenha causado à outra parte por sua 
negligência na escolha feita. 
2.6) Vício redibitório X Erro 
Vício redibitório é garantia legal prevista para os contratos comutativos em geral. Se o 
agente compra coisa que vem defeituosa, pode rejeitá-la, redibindo o contrato, ou exigir 
abatimento no preço. Nesse caso não existe erro, pois o agente recebe exatamente o que 
pretendia comprar. O vício rebiditório não toca o psiquismo do agente. 
3) DOLO 
3.1) Conceito: Nossa lei não define dolo, limitando-se o art. 145, do CC a estatuir que 
“são os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a causa”. 
Sendo assim, podemos qualificar dolo como os artifícios ou manobras de uma pessoa 
visando a induzir outra em erro a fim de tirar proveito para si ou pra terceiro na realização do 
negócio jurídico. 
Não se pode confundir erro com o dolo, pois naquele o equivoco se forma 
espontaneamente, no dolo ele é induzido. 
O silêncio intencional de uma das partes sobre fato relevante ao negócio também 
constitui dolo (RT 634/130). 
3.2) Requisitos: A conduta dolosa deve apresentar os seguintes requisitos: intenção de 
enganar o outro contratante; induzir o outro contratante em erro em virtude do dolo; causar 
prejuízo ao outro contratante; angariar benefício para o seu autor ou terceiro; que o dolo tenha 
sido a causa determinante da realidade do negócio. 
3.3) Espécie: São espécie de dolo: Positivo ou comissivo; Negativo ou omissivo; 
Essencial; Acidental; Dolo de terceiro; Dolo de Representante; dolo bonus; dolo malus; Dolo 
Bilateral ou recíproco; dolo positivo ou negativo. 
a) Dolo principal: é aquele determinante do negócio jurídico celebrado, isto é, a vítima 
do engano não teria concluído o negócio ou o celebraria em condições essencialmente diferentes, 
se não houvesse incidido o dolo do outro contratante. È assim, porque o dolo é um vício de 
consentimento, e, como tal, necessita ser fator determinante do ato voluntário de quem foi a sua 
vítima. Gera a anulação do negócio com efeitos ex nunc. 
b) Dolo acidental: é aquele em que as maquinações empreendidos não tem o poder de 
alterar o consentimento da vítima, que de qualquer maneira teria celebrado o negócio, apenas de 
maneira diversa, não gera a anulação do negócio, mas apenas a satisfação em perdas e danos. 
c) Dolo de terceiro: ocorre quando o artifício ardil é pratica por uma terceira pessoa que 
não integra a relação jurídica, gerando os seguintes efeitos. I - se beneficiário da vantagem 
indevida tinha ciência do dolo ou tinha como saber, trata-se de dolo que torna anulável o negócio; 
II - porém, se o beneficiário não tinha conhecimento da existência do dolo praticado pelo terceiro, 
de modo que o negócio é mantido válido e o terceiro provocador do dolo responderá pelas perdas 
e danos causados ao lesado. O dolo de terceiro, para se constituir em motivo de anulabilidade, 
exige a ciência de uma das partes contratantes (RT 485/55). O acréscimo constante do vigente 
Código é absorção do que a doutrina e a jurisprudência já entendiam. Caberá ao critério do juiz 
entender o ato anulável por ciência real ou presumida do aproveitador do dolo de terceiro. O dolo 
pode ocorrer, de forma genérica, nos seguintes casos: 1. dolo direto, ou seja, de um dos 
contratantes; 2. dolo de terceiro, ou seja, artifício praticado por estranho ao negócio, com a 
cumplicidade da parte; 3. dolo de terceiro, com mero conhecimento da parte a quem aproveita; 4. 
dolo exclusivo de terceiro, sem que dele tenha conhecimento o favorecido (VENOSA, 2012, p. 
412) 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO - CONTRATO DE 
FINANCIAMENTO - DOLO DE TERCEIRO CONFIGURADO - BOA-FÉ DOS CONTRATANTES - 
PREJUÍZO A AMBOS - IMPOSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DA AVENÇA - ANULAÇÃO 
DECLARADA. Verificando-se que o contrato está viciado em razão de dolo de terceiro, sem 
conhecimento de qualquer dos contratantes, e constatando-se que em razão dessa fraude ambos 
sofreram prejuízo tal que inviabiliza a manutenção da avença, impõe-se ao magistrado 
reconhecer o defeito e declarar nulo o contrato. Apelação Cível n. 2005.024423-6, de Sombrio. 
Rel: Des. Salete Silva Sommariva. 27.07.2006. DJSC Eletrônico n. 33, edição de 16.08.2006, p. 
60. 
d) Dolo de Representante; pode ter origem numa representante legal ou convencional. 
Assim, o representante é aquela pessoa (outorgante) que possui capacidade negocial e, portanto, 
age em nome do representando. Assim, o representante é o sujeito que emite uma declaração 
em nome do representando. Se o representante for legal, ouse já, importo pela lei, a sua 
declaração só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que 
teve. Se, porém a o representante dor convencional, ou seja, escolhido pelo representado, haverá 
responsabilidade solidária, em decorrência da culpa in elegendo. 
e) Dolo bônus e malus: o bonus não induz anulabilidade; é um comportamento lícito e 
tolerado, consistente em reticências, exageros nas boas qualidades, dissimulações de defeitos; é 
o artifício que não tem a finalidade de prejudicar; o malus consiste no emprego de manobras 
astuciosas destinadas a prejudicar alguém; é desse dolo que trata o Código Civil, erigindo-o em 
defeito do ato jurídico, idôneo a provocar sua anulabilidade. 
f) Dolo Bilateral ou recíproco: Se ambasas partes procederam com dolo, há empate, 
igualdade na torpeza. A lei pune a conduta de ambas, não permitindo a anulação do ato. "Art. 
150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo, para anular o negócio, 
ou reclamar indenização" Note que não se compensam dolos. O que a lei faz é tratar com 
indiferença de ambas as partes que foram maliciosas, punindo-as com a impossibilidade de 
anular o negócio, pois ambos os partícipes agiram de má-fé. 
g) Dolo positivo ou negativo: os positivos, ou seja, afirmações falsas sobre a qualidade 
da coisa; o negativo se constitui numa omissão dolosa ou reticente; dá-se quando uma das partes 
oculta alguma coisa que o co-contratante deveria saber e se sabedor não realizaria o negócio; 
para o dolo negativo deve haver intenção de induzir o outro contratante a praticar o negócio, 
silêncio sobre uma circunstância ignorada pela outra parte, relação de causalidade entre a 
omissão intencional e a declaração de vontade e ser a omissão de outro contratante e não de 
terceiro (VENOSA, 2012, p. 410) 
4) COAÇÃO 
4.1) Conceito: A coação pode ser conceituada como sendo uma pressão de ordem 
moral, psicológica, que se faz mediante ameaça de mal serio e grave, que poderá atingir o 
agente, membro da família ou a pessoa a ele legada, ou, ainda, ao patrimônio, para que a pessoa 
pratique determinado negócio jurídico. 
Devemos salientar que no conceito de coação é importante distinguir a coação absoluta, 
que tolhe totalmente à vontade, da coação relativa, que é vicio da vontade propriamente falando. 
4.2) Espécie: Na coação absoluta, coação física ou vis absoluta, não vontade, pois trata-
se de violência física que não concede escolha do coagido. Neste caso a coação neutraliza 
completamente a manifestação de vontade tornando o negócio jurídico inexistente. Imagine a 
hipótese de um lutador de boxe pegar a mão de uma velhinha analfabeta, à força, para apor a 
sua impressão digital m um instrumento de contrato que ela não quer assinar. Nesta espécie de 
violência não permite ao coagido liberdade de escolha, pois passa a ser mero instrumento nas 
mãos do coator. 
Desta forma apenas a coação moral, coação relativa ou vis compulsiva acarretará a 
anulabilidade do negocio jurídico. 
4.3) Requisito: De acordo com o art. 151, do CC “a coação para viciar a declaração de 
vontade, há de ser tal inócua ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua 
pessoa, à sua família, ou a seus bens”. No parágrafo único deste artigo também se admite a 
coação quando dirigida a uma pessoa ligada ao declarante. Dai podemos extrair três requisitos 
caracterizadores da coação: violência psicológica, declaração de vontade viciada seja a causa do 
negócio e receio sério e fundado de dano grave à pessoa, a família ou a pessoas próximas do 
coagido ou então a bens pertencentes a este. 
a) violência psicológica: esta deve ser injusta, pois se o autor da coação moral acena 
com a possibilidade de exercer regularmente um direito, tal atitude não tem o poder de configurar 
o vício de consentimento. Se a ordem jurídica reconhece o legítimo e regular exercício de um 
direito, não se poderá considerar abusiva a ameaça de seu exercício (ex: se o locatário, tornando-
se inadimplente, não poderá alegar haver sido coagido pelo fato de o locador tê-lo advertido de 
que se não pagar os aluguéis em atraso recorrerá à justiça). 
b) declaração de vontade viciada seja a causa do negócio: a declaração, sob coação 
moral, é um ato viciado de vontade. Está não se expressa espontaneamente, livre e de acordo 
com a vontade real do declarante. Este declara o que não quer, mas por se achar premido diante 
de uma alternativa que lhe parece grave. Ao fazer a declaração, o agente opta pelo sacrifício que 
lhe parece menor. 
c) Bem ameaçado: este deve ser relevante. Se ordem patrimonial logicamente, o bem 
ameaçado pode ser valor superior ao do negocio feito. Se o alvo da ameaça for a pessoa do 
declarante ou algum membro de sua família ou, ainda, individuo de sua ligação. 
4.4) Coação por terceiro: A coação por terceiro pode levar a anulação do negocio, 
desde que o declarante tivesse ou devesse dela tomar conhecimento. Quer dizer, se o declarante 
não tomou ciência da violência moral, nem dela devia conhecer o negócio jurídico não será 
anulado. É o que dispõe o art. 154, do CC “vicia o negocio jurídico a coação exercida por terceiro, 
se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte que aproveite, e esta responderá 
solidariamente com aquele por perdas e danos”. Assim, só se admite a nulidade relativa do 
negócio se o beneficiário soube ou devesse saber da coação, respondendo solidariamente com o 
terceiro pelas perdas e danos. Se a parte coagida de nada sabia, subsiste o negócio jurídico, 
respondendo o autor da coação por todas as perdas e danos que houver causado ao coagido, 
conforme preceitua o art. 155, do CC. (ex: Quando O sujeito “A” ameaça o sujeito “B” para que 
este celebre o negocio jurídico com ”D”). 
4.5) Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc. 
 
5) ESTADO DE PERIGO 
5.1) Conceito: Configura o estado de perigo quando alguém premido ela forte 
necessidade de livrar-se de grave dano à pessoa, realiza negócio jurídico com outrem, sabedor 
dessa necessidade, em condições excessivamente onerosas. O agente pratica o negócio 
fortemente influenciado pelas circunstâncias que lhe são adversas. Embora a figura em exame 
não se confunde com o vício de coação, o declarante expressa a sua vontade sob efeito de forte 
pressão psicológica. No entanto, no estado de perigo, diferentemente do que ocorre com a 
coação, o beneficiário não empregou violência psicológica ou ameaça para que o declarante 
assumisse a obrigação excessivamente onerosa. O perigo de não se salvar-se, não causado pelo 
favorecido, embora de seu conhecimento, é que determinou a celebração do negócio jurídico 
prejudicado. 
5.2) Requisitos: à vista do disposto do art. 156, do CC, são elementos ou requisitos 
essenciais à caracterização deste vício do consentimento. 
a) Perigo de dano grave e atual: o defeito em questão pressupõe o estado de perigo 
que se revela quando o agente, membro de sua família ou pessoa de sua ligação, necessita de 
salvar-se de grave dano, que pode ser atual ou iminente (ex: Ocorre quando alguém para se livrar 
de forte dor de dente e por falta de opção aceita as condições excessivamente onerosa do 
cirurgião dentista ou, então, uma pessoa almejando salvar seu filho de doença que necessita de 
cirurgia urgente promete um milhão de reais ao médico e este aceita sabendo da situação 
emocional em se encontra o pai). 
b) Obrigação excessivamente onerosa: o negócio jurídico há de ser firmado em 
condições acentuadamente desvantajosas para o agente e apenas justificáveis diante de sua 
preeminente necessidade. As condições hão de ter sido impostas pelo declarante e de forma 
abusiva, visando tirar proveito da situação do declarante. AS hipóteses serão outras se as 
condições impostas pelo declaratário não decorreram da necessidade urgente da parte onerosa. 
Sendo, assim, a obrigação assumida por aquele e que se encontra em estado de perigo é de dar 
ou de fazer e a obrigação do outro (contraprestação) será de fazer. 
c) Perigo deve ter sido a causa do negócio: Se não houvesse o perigo o não teria sido 
realizado. 
d) Que a parte contrária tenha ciência da situação de perigo e dela se aproveita: O 
dano possível pode ser físico e moral, ou seja, dizer respeito a integridade À física do agente, À 
sua honra e a sua liberdade. 
5.3) Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc. 
Segundo o Enunciado nº. 148, do III Jornada de Direito Civil realizada no Superior 
Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 156: Ao “estado de perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, 
o disposto no § 2º do art. 157”. Isto significa dizer que o negócio jurídico que foi celebrado em 
estado de perigo pode sofre a convalidação se houver suplemento suficiente ou se houver 
reduçãodo proveito alcançado pela parte favorecida. 
5.4) Distinção entre Estado de perigo e Coação: No estado de perigo, não ocorre o 
constrangimento para a prática de um negocio, tal como se dá na coação. Assim, a lesão 
diferencia-se do estado de perigo porque a causa que originou o negócio é de natureza 
patrimonial. 
 
https://jus.com.br/tudo/violencia
https://jus.com.br/tudo/direito-civil
6) LESÃO: 
6.1) Conceito: É vício do negócio jurídico que se caracteriza pela obtenção de um lucro 
exagerado por se valer uma das partes da inexperiência ou necessidade econômica da outra. 
Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob preeminente necessidade, ou inexperiência, se obriga à 
prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, sendo que a avaliação 
dessa desproporção será feita segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado. 
6.2) Requisitos: 
a) Requisito Subjetivo: Deve haver uma deficiência, desequilíbrio psicológico de uma das partes 
proveniente de inexperiência para o negocio ou de sua premente necessidade econômica. 
 
b) Requisito Objetivo: É a manifesta desproporção ente as prestações. Consiste em ofensa à 
comutatividade dos contratos, pois não há equivalência entre prestações, uma das partes irá 
experimentar um empobrecimento desproporcional (ex: venda de imóvel por quantia 50% inferior 
ao valor de mercado para poder quitar divida com instituição financeira). A desproporção entre as 
prestações deve ser verificada de acordo com os valores vigentes à época do negócio. 
 
O vício é concomitante à formação do contrato, pois se for superveniente À celebração do 
contrato estaremos perante a teoria do hardship (teoria imprevisão) através da qual se procura 
manter o equilíbrio econômico e financeiro do negócio (art. 478, do CC). 
Segundo o Enunciado nº. 150, do III Jornada de Direito Civil realizada no Superior 
Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157: A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não 
exige dolo de aproveitamento”. 
6.3) Efeito: Diante das normas prevista no Código Civil se o negocio jurídico estiver 
viciado com a lesão será, em regra, anulável, ou seja, terá a sua nulidade relativa declarada com 
efeito ex nunc (art. 171, II). Porém o parágrafo 2º do art. 157 estabelece que “não se decretará a 
anulação do negócio, se foi oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar 
coma redução do proveito”. 
Nada impede que as partes venham ratificar o negocio anulável, como deixa claro o 
parágrafo 2º, art. 172, do CC. O legislador permite que o juiz não decrete a anulação se a parte 
lesante oferecer suplemento suficiente ou se a parte favorecida concordar com a redução do 
proveito. Trata de solução que procura salvar o negócio jurídico, evitando o enriquecimento ilícito 
ou sem causa. 
Segundo o Enunciado nº. 149, do III Jornada de Direito Civil realizada no Superior 
Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157: Em atenção ao princípio da conservação dos contratos, 
a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do negócio jurídico 
e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a seguir as regras do 
art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002.” 
Segundo o Enunciado nº. 290, do IV Jornada de Direito Civil realizada no Superior 
Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157. A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico 
quando verificada, na formação deste, a desproporção manifesta entre as prestações assumidas 
pelas partes, não se presumindo a premente necessidade ou a inexperiência do lesado” 
Segundo o Enunciado nº. 291, do IV Jornada de Direito Civil realizada no Superior 
Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157. Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do Código 
Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio jurídico, deduzindo, desde 
logo, pretensão com vista à revisão judicial do negócio por meio da redução do proveito do 
lesionador ou do complemento do preço.” 
Segundo o Enunciado nº. 292, do IV Jornada de Direito Civil realizada no Superior 
Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 158. Para os efeitos do art. 158, § 2º, a anterioridade do 
crédito é determinada pela causa que lhe dá origem, independentemente de seu reconhecimento 
por decisão judicial.” 
7) FRAUDE CONTRA CREDORES: A fraude contra credores é um vício social. 
7.1) Conceito: É a prática de qualquer negócio jurídico pelo devedor insolvente ou na 
iminência de o ser, que importe em diminuição de seu patrimônio, coma finalidade de frustrar o 
direito de seus credores ou represente violação da igualdade dos credores quirografários. 
7.2) Requisito: A existência de divida antes da prática do ato negocial, mesmo que ainda 
não vencidas. 
a) Requisitos objetivos ou eventus damini: é o prejuízo que causa aos credores. Não é 
o simples fato de ser devedor, capaz de congelar o patrimônio do mesmo. O que a lei exige é que 
o devedor seja insolvente, ou seja, que seu passivo supere o seu ativo de modo que qualquer 
disposição patrimonial que venha fazer ponha em risco os créditos de seus credores. 
b) Requisitos subjetivos, concilum fraudis ou scientia fraudes: é exigido que o 
adquirente esteja de má-fé ou que tenha ciência da intenção do devedor de prejudicar seus 
credores. Esse requisito subjetivo é dispensado dos negócios jurídicos gratuitos e de remição de 
dívidas, casos em que o terceiros mesmo de boa-fé pode perder o bem ou ficar sem validade a 
remição. Nos demais casos a má-fé será presumida quando a insolvência for notória como nos 
casos de certidões negativas positivas de inexecução de títulos protestados, ou quando houver 
motivos para que lê a conheça como em havendo relação de parentesco ou houver comprado 
bem a preço vil. 
Assim, por exemplo, se novo credor (fornecedor), em conluio fraudulento com o devedor 
(consilium fraudis), emitir nota fiscal de, por exemplo, R$100 mil e, na verdade, entregar apenas o 
equivalente a R$30 mil. Obviamente que a diferença (R$70 mil) constituir-se-á desvio em prejuízo 
dos demais credores quirografários. 
7.3) Hipóteses legais: Diversas são as hipóteses de configuração do vício ora 
mencionado, podendo apontar como denominador comum a proteção ao credor face de atos 
negociais do devedor comprometedores de seu patrimônio e capazes de inviabilizarem a 
satisfação do crédito. 
a) atos de doação e remissão de dívidas. Tais atos são anuláveis desde que o 
benfeitor, ao praticá-los, já esteja ou fique em estado de insolvência. Este se caracteriza quando 
o passivo se torna superior ao ativo. Para a configuração do vicio não é necessário qualquer 
elemento subjetivo, uma vez que os atos de benemerência podem ter sido praticados pelo 
devedor até com desconhecimento dos riscos criados para os credores. 
b) Disposições de bens em atos onerosos. Encontrando-se o devedor em estado de 
insolvência e sendo está notória ou susceptível de conhecimento por parte de quem com ele 
venha a praticar o negócio jurídico oneroso, este pode ser anulado por iniciativa de seus credores 
quirografários. Se a presença do vício nos atos gratuitos dispensa o elemento subjetivo, esse é 
necessário na modalidade de atos onerosos. O negócio jurídico será passível de anulação, 
tratando-se de atos onerosos, somente quando a insolvência do devedor for notória ou 
susceptível de ser conhecida pela outra parte. Realizado o ato negocial, o adquirente de bens do 
devedor insolvente, se ainda, não tiver pago o preço e a fim de desobrigar-se poderá depositar 
em juízo o valor correspondente ao negocio citando os credores (art. 160, do CC). 
Não se inclui entre os atos negociais passiveis de anulação os indispensáveis ao custeio 
do lar e à manutenção das atividades empresariais, conforme prevê o art. 164, do CC. 
c) Pagamento antecipado de divida. Se algum credor quirografário receber o seu 
credito do devedor insolvente antes do vencimento será obrigado a reverter em proveito do 
acervo de bens a ser partilhado no concurso de credores(art. 162, do CC). 
d) Garantia Real. Constituição de garantia pelo devedor insolvente em favor de 
determinado credor (art. 163, do CC). 
7.4) Ação Pauliana ou Revocatória: A ação anulatória de atos praticados em fraude 
contra credores é denominada revocatória, também chamada de ação pauliana. O prazo para 
ajuizamento da ação é de quatro anos e é decadencial., contado a partir da data de realização do 
negocio jurídico que se pretende anular. 
Como nos ensina Gonçalves (2008, p.420-421), com fulcro no parágrafo único do art. 
106, do CC., Só estão legitimados a ajuizá-la (legitimação ativa) os credores quirografários e que 
já o eram ao tempo da alienação fraudulenta. (...) Os credores com garantia real não podem 
ajuizá-la porque já existe um bem determinado, especialmente afetado à solução da dívida, salvo 
se a garantia se tornar insuficientes a garantia. Cumpre-nos lembrar que, no caso dos credores 
preferenciais, uma vez verificada a insuficiência do bem dado em garantia para a satisfação do 
crédito, podem demandar através da ação pauliana. 
No que tange a legitimação passiva (art. 109 do CC.) é certo que a ação deve ser 
intentada não só contra o devedor como também contra aquele que com ele celebrou a 
estipulação fraudatária, bem como contra terceiros adquirentes que tenham agido de má fé. 
Ademais, pondera fazer sentido o litisconsórcio necessário passivo na ação pauliana para os que 
afirmam que a fraude contra credores torna anulável o ato: é que, com a anulação, o próprio ato 
se desfaz e as partes e bens se restituem ao estado anterior (art. 158 do CC.), o que realmente 
significa alteração jurídica do alienante e não só do adquirente. 
Nesse mesmo sentido, Gonçalves (2008, p.423) nos informa que o litisconsórcio na ação 
pauliana é obrigatório. Impende salientar, a princípio, que são em número de três os requisitos 
para a propositura da ação pauliana: a) a anterioridade do crédito; b) o consilium fraudis (má fé) e 
c) o eventus damni (insolvência do devedor). Não obstante, sustentam alguns doutrinadores que 
a propositura da ação pauliana dispensa a intenção precisa e determinada de prejudicar (má-fé), 
bastando a consciência da insolvência para a caracterização da fraude. 
No concernente a anterioridade do crédito, um dos requisitos da ação pauliana, 
"determina-se pela causa que lhe dá origem. Assim, para que um crédito seja considerado 
anterior ao ato fraudulento, deve surgir antes da realização deste, não se confundindo com a 
sentença que apenas o reconhece e o declara. Ademais, é inexigível, para a configuração da 
anterioridade do crédito, que a sentença condenatória transite em julgado, já que em casos de ato 
ilícito, tal direito surge no momento do ato considerado lesivo que origina a ação de indenização". 
(Apelação cível n. 96.004883-9, de Santo Amaro da Imperatriz. Relator: Des. Carlos Prudêncio. 
02/09/97). 
Contudo, o Enunciado nº. 151, do II Jornada de Direito Civil realizada no Superior 
Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 158: O ajuizamento da ação pauliana pelo credor com 
garantia real (art. 158, § 1o) prescinde de prévio reconhecimento judicial da insuficiência da 
garantia. 
 
https://jus.com.br/tudo/litisconsorcio
7.5) Fraude contra credores X Fraude à execução: Não se pode confundir a fraude aos 
credores com fraude à execução. Posto que essa última, é instituto do direito processual, 
pressupõe a demanda em andamento e devedor devidamente citado, também por ter requisitos o 
eventual consilium fraudis e o prejuízo do credor. 
A fraude à execução independe de ação revocatória e, apenas é aproveitada pelo credor 
exeqüente. E, por fim, acarreta a nulidade absoluta onde a má fé é presumida. Ao passo que a 
fraude aos credores acarreta a nulidade relativa do negócio jurídico e, é aproveitada 
indistintamente por todos credores. 
Apesar da controvérsia, prevaleceu no STJ o entendimento que não é possível a 
discussão de fraude aos credores em sede de embargos de terceiro, sendo necessário, portanto, 
o ajuizamento da competente ação pauliana (Súmula 195 do STJ de 1997). 
Fraude contra credores Fraude à execução 
Instituto de Direito material Instituto de Direito processual 
Já existe dívida, mas não há ação em andamento. O credor já entrou com uma ação 
judicial e devedor já foi citado. 
Há necessidade de ação pauliana para que seja 
decretada a ineficácia da venda. 
A ineficácia da venda pode ser 
decretada nos próprios autos. 
Há conluio em fraudar,m sendo necessário o eventus 
damni + consilium fraudis (intenção de fraudar). 
É presumida, bastando, apenas o 
eventus damni (prejuízo do credor). 
 
7.6) Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8) SIMULAÇÃO 
Não obstante o Código Civil ter retirado o vicio da simulação do capitulo afeto aos defeitos 
dos negócios jurídicos, transportando-o para o da invalidade, o seu estudo se faz mais adequado 
nessa oportunidade, pois na verdade não se tem dúvida de que a simulação é um vicio social. 
8.1) Conceito: É uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar 
negócio diverso do efetivamente desejado. Negócio jurídico simulado, assim, é o que tem 
aparência contrária à realidade. A simulação é o produto de um conluio entre contratantes, para 
lesar terceiro ou obter efeito diferente que a lei estabelece, ou ainda, a simulação pode ser real, 
onde não há efetivamente o conluio entre as partes, mas o tempo demonstra que uma realidade 
fática, que foi o sustentáculo do negocio jurídico nunca se concretizou (ex. adoção efetuada em 
juízo, mas que nunca se concretizou de maneira factual, pois o adotado e adotante nunca 
mantiveram uma relação familiar, ou seja, não há relação de affectio familiares). 
8.2) Classificação: No direito civil a simulação pode ser classificada como absoluta ou 
relativa (objetiva ou subjetiva). 
a) Absoluta: é uma situação jurídica irreal e lesiva a direito de terceiro, formada por ato 
jurídico perfeito, porém ineficaz. Por exemplo, o sujeito que simula com outro a locação de um 
bem, sem que de fato o contrato exista; da pessoa que emite títulos de crédito em seu desfavor 
para demonstrar à determinado credor que existem outras dívidas a serem pagas. Nulo, devendo 
ser anulado todo o ato. 
b) Relativa: É uma declaração de vontade ou confissão falsa, com o objetivo de encobrir 
ato de natureza diversa. As partes pretendem atingir efeitos jurídicos concretos, embora vedados 
por lei. Assim, existem dois atos distintos: um rela, que efetivamente se pretende praticar e outro 
simulado, cujas características servirão única e exclusivamente para iludir. Podendo esta 
simulação ser dividida em objetiva ou subjetiva conforme o ato praticado. 
b.1) Objetiva: Quando a simulação diz respeito à natureza do negocio jurídico, a seu 
objeto ou algumas características. No caso, por exemplo, do sujeito que realiza uma doação, 
simulando uma compra e venda; vende um bem simulando a venda de outro; faz constar 
cláusulas não verdadeiras, tais como o preço mais baixo, com objetivo de burlar o fisco, menciona 
datas diferentes ou realiza outras mudanças, tudo para lesar terceiro. 
b.2) Subjetiva: Verifica-se quando a pessoa declarada no negócio não é real parte ou 
beneficiaria do mesmo. Trata-se do que a doutrina chama de interposta pessoa. É o caso, por 
exemplo, do sujeito que desejando fazer uma doação à sua amante, transfere o bem a uma 
amigo que, por sua vez, o transmite à real destinatária da liberalidade, com o objetivo de fugir da 
aplicação do 550, do CC. 
8.3) Hipóteses: o art. 167, do CC traz três modalidades de simulação, que subsistirá o 
que se simulou, se válido for na forma ou substancia.: 
a) simulação por interposta pessoa (relativa subjetiva): para a realização de fins 
ilegais é comum o agente valer-se de conluio com outra pessoa, utilizando o negocio jurídico 
simulado. 
b) simulação por declaração não verdadeira (relativa objetiva): Tal modalidade pode 
dizer À própria natureza do contratoou apenas a alguns de seus itens. 
c) simulação por data fictícia (relativa objetiva): visando fraudar a lei ou terceiro a 
aposição de data em documento particular, seja ante-datado ou pos-datando. 
https://jus.com.br/tudo/adocao
https://jus.com.br/tudo/titulos-de-credito
8.4) Efeitos: Nulo ou nulidade absoluta com efeitos ex tunc. 
Estabelece o art. 167, CC "é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou se válido for à substância e à forma". 
Nota-se do preceito do Código Civil que os efeitos do negócio jurídico simulado variam 
conforme o tipo de simulação em análise. 
Na simulação absoluta, considerava a doutrina tratar-se de negócio jurídico Nulo. A 
afirmação parece procedente em relação ao Código Civil, que vislumbra no parágrafo 2º do artigo 
167 que são ressalvados "os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio 
jurídico simulado". Nesse sentido, útil faz-se a análise da distinção feita por Gomes (2007, p. 420-
421) dos atos inexistentes e dos atos nulos. Segundo o autor, "a utilidade da distinção entre 
inexistência e nulidade está na circunstância de que o negócio mesmo nulo pode, às vezes, 
produzir algum efeito (...) enquanto o negócio inexistente se apresenta como o nada jurídico, sem 
aptidão alguma a produzir qualquer efeito jurídico". 
Assim, embora as partes não tenham a vontade real de criar efeitos, como elemento de 
fato necessário a formação do negócio jurídico, como apontado pela doutrina que a celebração de 
um negócio ainda que meramente aparente poderia criar direitos a terceiros de boa-fé que nesta 
aparência acreditaram. O negócio jurídico na simulação absoluta apareceria, portanto, como nulo, 
embora excepcionalmente possa gerar direitos quanto a terceiros de boa-fé.(ex: a venda de um 
bem a outrem com o devido pagamento de imposto, o Estado receberia o valor do imposto 
independentemente do negócio jurídico ser posteriormente considerado nulo). 
Na simulação relativa o negócio jurídico não é causa de nulidade se a simulação for 
inocente, ou seja, se o negócio aparente não tiver sido realizado para ocultar uma relação jurídica 
que causaria prejuízos a terceiros ou contrariaria imperativo legal, não sendo considerado nulo, 
por não trazer prejuízo a ninguém. 
Pela disposição do artigo 167 do CC, não se considera a relação jurídica aparente, que as 
partes quiseram transparecer à coletividade, mas subsistiria a relação jurídica dissimulada desde 
que esta fosse inocente, ou seja, "válida na substância e na forma". 
Sobre esta espécie de simulação, o CC de 2002 acaba por reproduzir as conclusões da 
análise a respeito do Código de 1916: debruça-se sobre o negócio dissimulado, prevalecendo à 
vontade real das partes em contraste ao declarado à coletividade, o negócio aparente. 
Ao contrário da simulação inocente, a simulação maliciosa implica na nulidade do negócio 
jurídico, afetando tanto sua relação simulada quanto sua relação dissimulada. 
8.5) Terceiros de Boa-fé: coma nulidade do negócio jurídico celebrado por simulação, a 
lei visa coibir que a fraude prevaleça e que terceiros de boa-fé sejam prejudicados pela manobra 
ilícita. Assim, declarada a nulidade do ato negocial à situação jurídica deve retornar ao status quo 
ante. 
8.6) Legitimidade Ativa: O artigo 168 estabelece que qualquer interessado e o Ministério 
Público podem alegar a nulidade do negócio jurídico, devendo mesmo o juiz pronunciá-la ex 
officio, ainda que contra o requerimento das partes.
 
9) DISTINÇÃO ENTRE AS ESPÉCIES DE DEFEITOS 
a) Erro X Dolo: no erro o engano é espontâneo e deriva de um equivoco da própria 
vítima, sem que a outra parte tenha concorrido para isto; a vítima se engana sozinha. O dolo o 
engano é provocado; é intencionalmente provocado na vítima pelo autor do dolo ou terceiro; a 
vitima se equivoca, mas ilaqueada por alguém. 
b) Dolo X Coação: no dolo é causa exclusivamente incidente ma inteligência da vítima. 
Já a coação age sobre a liberdade, tendo influência maior na elaboração da vontade (é de maior 
gravidade que o dolo). 
c) Estado de Perigo X Lesão: Na lesão ocorre o quando não há estado de perigo, 
proveniente de uma necessidade de salvar-se, além do que, a lesão exige prestações recíprocas 
desproporcionais, diferentemente do estado de perigo, em que a prestação pode ser apenas 
unilateral. Assim, resumidamente podemos diferenciar lesão do estado de perigo porque a 
causa que originou o negócio é de natureza patrimonial. 
d) Lesão X Dolo: no dolo, há intenção à pratica de ato lesivo; já na lesão não ocorre tal 
indução, mas o contratante apenas tira proveito da situação. 
e) Coação X Estado de Perigo: no estado de perigo, não ocorre o constrangimento 
para a prática de um ato como se dá na coação. 
f) Dolo X Fraude contra credores: em ambos tem-se o emprego de manobras insidiosas 
e desleais. No dolo essas manobras conduzem a própria pessoa que delas é vitima a concorrer 
para formação do ato, geralmente antecedente a pratica do ato, ou no máximo, é concomitante a 
ela (não há dolo posterior). Já a fraude contra credores se consuma sem a intervenção pessoal 
do prejudicado; é sempre subsequente aos atos de onde se originam os direitos das pessoas 
prejudicadas. 
 
NEGÓCIOS JURÍDICOS QUANTO À MANIFESTAÇÃO DE VONTADE OU NÚMERO DE 
DECLARANTES (Em relação ao número de declarantes, estes podem ser:) 
 
DECLARANTES 
UNILATERAIS 
Aperfeiçoam-se com uma única manifestação de vontade, ou seja, para 
produzirem efeitos dependem de um ato de vontade de um único sujeito. 
Exemplo: Testamento e Procuração. 
BILATERAIS 
Dependem da declaração de duas vontades coincidentes. Exemplo: 
Contrato e Compra e Venda. 
PLURILATERAIS 
Ocorrem quando envolvem a manifestação de vontade de mais de duas 
partes. Exemplo: Contratos de Sociedades, Consórcios. 
 
 
NEGÓCIOS JURÍDICOS QUANTO ÀS VANTAGENS PATRIMONIAIS 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS VANTAGENS PATRIMONIAIS 
Gratuitos Há vantagem somente para uma das partes, como no caso da doação. 
Onerosos Há vantagens a ambos os contratantes, como na compra e venda, locação. 
Neutros 
Não podem ser gratuitos nem onerosos, pois falta destinação patrimonial, como a 
instituição do bem de família. 
Bifrontes 
São aqueles que dependendo da vontade das partes podem ser gratuitos ou 
onerosos, como no caso do mútuo. 
 
É importante destacar que um negócio jurídico passa por três planos: 
 
 
Existência: Os elementos necessários para um negócio existir são: agente, objeto e vontade 
humana. A ausência de algum destes, faz com que o negócio não exista para o mundo jurídico. 
Ex.: negócio no qual o contratante – totalmente amarrado – tem sua digital colocada à força ao 
final do contrato. Não houve vontade. 
 
Validade: O agente deve ser capaz e o objeto deve ser lícito, possível, determinado ou 
determinável, e a vontade deve nascer livre, esclarecida e ponderada, além de se exteriorizar 
(quando a lei exigir) por uma forma. Ex.: com uma arma apontada para a cabeça, o contratante 
assina um contrato. 
A depender da gravidade do vício na validade do negócio, ele será considerado nulo ou anulável, 
conforme a teoria das nulidades (que será analisada adiante). 
 
Eficácia: O negócio jurídico pode existir e ser válido, mas as partes modificam a produção dos 
seus efeitos, seja para suspendê-los por um lapso, seja para estabelecer um evento futuro que os 
eliminará. 
 
 
São hipóteses de Eventos Futuros: condição (incerteza da ocorrência) e termo (certeza). 
 
Exemplos: 
 
 
Condição suspensiva: dou uma casa se você ganhar a luta. 
 
 
Condição resolutiva: não lhe dou mesada se você não passar de ano. 
 
 
Termo: é a definição do momento, do dia em que começam ou terminam os efeitos do negócio 
jurídico. 
 
 
DA PRESCRIÇÃO 
A prescrição é a perda da pretensão. Assim, violado um direito, nasce para seu titular uma 
pretensão (o prazo inicia do momento que houve a violação), se ficar inerte, tem como pena a 
perda dessa pretensão. Ou seja, perde-se o direito

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