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DIREITO E LEGISLAÇÃO Apresentação da Disciplina 1) Conceitos do Direito 1.1 Noções Gerais do Direito 1.2 Sujeitos de Direito 1.3 Objeto da Relação Jurídica 1.4 Os Negócios Jurídicos 2) Direito das Obrigações, das Coisas e Registros Públicos 2.1 Do Direito das Obrigações 2.2 Direito das Coisas 2.3 Registros Públicos (Lei Nº 6.015, DE 31 de DEZEMBRO DE 1973) 3) Legislação Complementar Pertinente 3.1 Legislação Pertinente ao Direito Imobiliário 3.2 Condomínio (Lei Nº 4.491, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964) 3.3 Definição de Loteamento e Desmembramento 3.4 Regulamentação da Profissão de Corretor de Imóveis 3.5 Resolução Nº 146/82 (Aprova o Processo de Código Disciplinar) 3.6 Ética Profissional do Corretor de Imóveis 4) Nichos de Atuação 4.1 Dos Contratos em Geral 4.2 Extinção do Contrato 4.3 Espécies de Contrato 4.4 Contratos em Espécie Relevantes ao Direito Imobiliário 4.5 Contrato de Locação de Imóveis Urbanos 5) Os sites de Hospedagem e a Concorrência 5.1 Os sites de Hospedagem e a Concorrência (FÓRUM Tópico criado por Regina de Melo) 5.2 Vantagens de ser um Corretor de Imóveis Associado (FÓRUM Tópico criado por Daniel Cobra de Castro) Mantenha-se atualizado: http://www.planalto.gov.br http://portal.cofeci.gov.br 1)Conceitos do Direito 1.1) Noções Gerais do Direito: Vamos abordar a matéria de Direito. Para tanto, analisaremos os aspectos principais e as noções gerais do tema. Direito Civil: é um Direito Comum que rege as relações entre os particulares tanto na esfera pessoal como patrimonial. Código Civil: é o conjunto de Leis que disciplina as relações entre as pessoas, seus direitos e obrigações, no entanto algumas relações jurídicas são tratadas em Legislação extravagante. Antes de adentrarmos ao estudo dos conteúdos abrangidos pelo Código Civil é importante ressaltar a existência de uma lei que o acompanha, mas importa a todos os ramos do direito, qual seja, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, promulgada em 1942 pelo decreto lei n° 4.657, com emenda alterada pela Lei 12.376/2010. De suma importância as seguintes normas: REGRAS IMPORTANTES DA LEI DE INTRODUÇÃO 1 A lei torna-se obrigatória a todos a partir de sua vigência. Quando a lei é publicada deve indicar a data que entrará em vigor, no entanto, se nada dispuser a respeito, ela entrará em vigor 45 dias após a publicação oficial, no território nacional, e em 3 meses nos países estrangeiros onde se admite a legislação pátria. 2 O intervalo de tempo que vai da data da publicação da lei até a data de sua entrada em vigor, denomina-se vacatio legis. Durante o período da vacatio legis, a lei não produz efeito, valendo a lei anterior. 3 Toda lei vigora por tempo indeterminado, até que uma outra lei posterior a modifique ou revogue. Mas, a lei nova deve ter hierarquia (grau de poder) igual ou superior a da lei modificada ou revogada. 4 Em casos de situação extrema e passageira a lei pode ter vigência temporária. 5 Se a lei estiver em vigor, ninguém pode escusar-se de cumpri-la, alegando que não a conhece. 6 A lei não é capaz de prever todas as situações jurídicas e, sendo omissa, deve então, o juiz decidir o caso de acordo com a analogia (casos semelhantes), com os costumes e com os princípios gerais de direito. 7 A aplicação da lei ao caso concreto deve sempre atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 8 Uma vez em vigor, a lei tem efeito imediato e geral, mas deve respeitar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/2#modal-model Prezada Regina, boa noite. Não sou da área Advocacia e desejo muito saber e compreender quais são as diferenças entre Leis, Decretos e afins? Porque a Lei nº 6.530, de 12/05/1978, que dá nova regulamentação à profissão de Corretor de Imóveis precisou ser regulamentada pelo Decreto 81.871 de 29/06/1978? - A Lei depois de criada não se vale por si só ? Porque um Decreto ? Desde já agradeço. Atenciosamente, Andréa 08/04/2019 às 20:12:34 Olá Andrea, Só a lei pode inovar a ordem jurídica, e o decreto pode regulamentar aquilo que a lei o autorizar. Pois bem, a lei 6530/1978 dá uma nova regulamentação à profissão de Corretor de Imóveis, disciplina o funcionamento de seus órgãos de fiscalização e dá outras providências. Ou seja, inovou a ordem juridica. Todavia, no artigo 24 desta lei, permitiu-se que fosse regulamentada, veja: Art 24. Esta lei será regulamentada no prazo de trinta dias a partir da sua vigência. Assim, em 29 de junho de 1978 regulamentou-se a Lei nº 6.530, de 12 de maio de 1978, dando uma nova regulamentação à profissão de Corretor de Imóveis, disciplinando o funcionamento de seus órgãos de fiscalização e dá outras providências. Neste caso, perfeitamente possível. Espero que tenha ajudado, qualquer dúvida, me responda. Abraço, Regina 10/04/2019 às 11:26:19 Ato jurídico perfeito é aquele já consumado segundo a lei vigente, ao tempo em que se efetuou. Exemplo: Um contrato ou casamento celebrado antes da entrada em vigor do Código Civil de 2002 é um ato jurídico perfeito. Direito adquirido é um direito material ou imaterial que já se incorporou ao patrimônio de uma pessoa natural, jurídica ou ente despersonalizado. Exemplo: Uma pessoa preenche todos os requisitos legais para se aposentar, este direito já integrou o seu patrimônio, assim, não pode ser alterado por lei nova. Coisa julgada é a decisão judicial já prolatada e que não cabe mais recurso. Compreendidas as normas e sua aplicação, passa-se, a partir de agora, ao estudo dos dispositivos do Código Civil Brasileiro, aqueles que guardam estreita relação com o Corretor de Imóveis. IMPORTANTE: Código Civil: é o conjunto de Leis que disciplina as relações entre as pessoas, seus direitos e obrigações, no entanto algumas relações jurídicas são tratadas em Legislação extravagante. (*) O Código Civil está estruturado em duas partes: 1ª) Geral: que trata das pessoas, bens e fatos jurídicos; e 2ª) Especial: que trata do Direito das Obrigações, das Empresas, do direito das Coisas, da Família e de Sucessões. REFERÊNCIAS E LINKS RECOMENDADOS: AVVAD, P. E. Direito Imobiliário – teoria geral e negócios imobiliários. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2012. DINIZ, M. H. Código Civil Anotado. 14ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009. DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro. 25ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2010. FILHO, E. S. C. S. Direito Registral Imobiliário. 1ª Ed. Curitiba: Editora Juruá, 2013. GIANCOLI, B. P. Direito Civil – concursos e OAB. 2ª Ed. São Paulo: Editora dos Tribunais, 2014. GONÇALVES, C. R. Direito Civil 2 – Contratos em espécie/direito das coisas esquematizado. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2015. JUNIOR, L. A. S. Direito Imobiliário – teoria e prática. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014. JUNIOR, L. R. E. Direito Civil – para aprender direito. 1ª Ed. São Paulo: Editora Barros, Fischer e Associados, 2013. NERY, R. M. de A; JUNIOR, N. N. Código Civil Comentado. 10ª Ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013. OLIVEIRA, J. E. Código de Defesa do Consumidor – Anotado e Comentado. 4ª Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009. PEREIRA. L. R. Direito das coisas. Editora, Russel, 2003. SANTOS, J. C. V. C. de A; CASCALDI, L de C. Manual de Direito Civil. 1ª Ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011. SERGIO S.; ALVIM, J. E. C.; ALVIM L. G. C. Código de Processo Civil Comentado. v.1 - Processo de Conhecimento Artigos 1ª a, 565ª. 8ª ed. Editora Forense Jurídica (Grupo GEN), 2010. SILVA, B. M. Compra de Imóveis – Aspectos jurídicos, cautelas devidas e análises de risco. 9º Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2013. TARTUCE,F. Direito Civil 1 – Lei de introdução e parte geral. 8ª Ed. São Paulo: Editora Método, 2012. 1) Conceitos do Direito 1.2) Sujeitos de Direito: Vamos aprender um pouco mais sobre os Sujeitos de Direito. Sujeitos de direitos são aqueles participantes de relações jurídicas, que estão aptos a exercer os atos da vida civil bem como defender em juízo os seus interesses. O Ordenamento Civil reconhece a existência de duas espécies de sujeitos de direitos: os entes despersonalizados e as pessoas. (*) Entes despersonalizados são sujeitos de direito peculiares, que apresentam capacidade jurídica limitada, somente para os fins que estão destinados, são exemplos: massa falida; espólio; condomínio. (*) Pessoa é todo sujeito suscetível de adquirir direitos e contrair obrigações. No ordenamento jurídico, classificam-se as pessoas como: • Pessoas Naturais / Físicas • Pessoas Jurídicas Segundo o artigo 2 do Código Civil a personalidade civil da pessoa começa com nascimento com vida, mas a Lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro. O Nascituro é o ente concebido e que ainda não nasceu, ou seja, que não possui personalidade jurídica. Para este individuo a Lei estabelece proteção, ou seja, põe a salvo os seus direitos como exemplo: O Nascituro pode receber doação, herança, ser comtemplado em testamento, figurar como sujeito ativo e passivo de direito e obrigações desde que venha nascer. CAPACIDADE A Capacidade Civil é a aptidão da pessoa para ser titular de direito, ou seja, exercer direitos e assumir obrigações na ordem civil. A capacidade pode ser classificada como capacidade de direito e capacidade de fato. (*) A capacidade de direito é atributo de todos aqueles nascidos vivos, não importando a idade ou qualquer fator inerente à pessoa. (*) A capacidade de fato é aquela necessária para exercer, por si só, os atos da vida civil. Neste caso, deve-se analisar o discernimento do sujeito para a prática de tais atos. Há casos em que a lei protege determinados grupos de pessoas, considerando a idade, estado de saúde e o desenvolvimento mental, impedindo-os de exercer pessoalmente seus direitos. A esse grupo de pessoas dá-se a denominação de incapazes. A incapacidade pode ser entendida como a vedação imposta pela lei para a prática pessoal de direitos e obrigações, não obstante a pessoa seja titular destes direitos e deveres. http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model Esta incapacidade pode ser absoluta ou relativa, que vamos conhecer melhor a seguir. ABSOLUTAMENTE INCAPAZES As hipóteses de incapacidade absoluta estão previstas no artigo 3º do Código Civil. De acordo com o diploma legal, são sujeitos a esta limitação os: I os menores de dezesseis anos; RELATIVAMENTE INCAPAZES Aos relativamente incapazes a lei permite a prática de atos da vida civil, desde que assistidos por seu representante legal. Conforme artigo 4º do Código Civil são considerados relativamente incapazes: I Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham discernimento reduzido; III Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV Os pródigos. (*) Ébrios Habituais: É a pessoa que consome bebida alcoólica de forma imoderada, por hábito ou vício de beber, razão pela qual o diploma civil a elenca como relativamente incapaz, havendo necessidade de um processo de interdição, cuja sentença deve apontar quais os atos podem ser ou não praticados. (*) Os Pródigos: É aquele que dilapida seus bens de forma compulsiva. É a pessoa que gasta imoderadamente seu dinheiro e seus bens, comprometendo o seu patrimônio. Por esse motivo, os pródigos são considerados relativamente incapazes e, portanto, podem ser interditados judicialmente. De acordo com o artigo 1.782, do Código Civil, "a interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração". CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE A incapacidade cessa com o desaparecimento dos motivos que a determinaram. Assim, o louco deixa de ser incapaz ao cessar a enfermidade; os viciados quando há recuperação e no caso da menoridade quando ocorre a maioridade ou a emancipação. http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model (*) emancipação: No que diz respeito à menoridade, sabe-se que a incapacidade relativa cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. No entanto, a incapacidade pode cessar, no caso da menoridade, pela emancipação. A seguir a definição de cada tipo de emancipação: Voluntária: Quando os pais, por livre e espontânea vontade, emancipam o menor após os 16 anos completos. Judicial: Quando há um pedido judicial feito pelo tutor do menor entre 16 a 18 anos ou quando houver divergência entre os pais. Legal: Ocorre de forma automática, sem depender de atos dos pais, do tutor ou sentença. São as hipóteses de casamento do menor, exercer um cargo público efetivo, colar grau em curso superior, garantir o estabelecimento civil, comercial ou relação de emprego que lhe forneça economia própria. Importante esclarecer que a emancipação é irrevogável e definitiva, assim os negócios realizados são válidos. INDIVIDUALIZAÇÃO DE PESSOA NATURAL A individualização da pessoa natural dá-se pelo nome, estado e domicílio. NOME Em relação ao nome, a lei prevê que toda pessoa tem direito ao nome nele compreendendo o prenome e o sobrenome. O nome integra a personalidade da pessoa natural, tendo assim direitos garantidos, não podendo ser objeto de publicações ou representações que o exponham ao desprezo público, não podendo ser utilizado em propaganda comercial sem a autorização do titular. O quadro acima retrata os direitos da personalidade cujo fundamento está disposto nos artigos 1º e 5º da Constituição Federal e artigos 11 a 21 do Código Civil. Quanto aos direitos da personalidade: I) São tão relevantes que impõem a todos o dever de respeito. II) São exemplos: direito de alimentos, planejamento familiar, leite materno. III) Os direitos são resguardados mesmo após a morte. IV) Assegura-se o direito de indenização aquele que teve seu direito lesado. V) O direito a intimidade é inalienável, irrenunciável, imprescritível. • 1) Todas as afirmativas estão incorretas. • 2) Todas as afirmativas estão corretas. (Resposta Correta) • 3) Somente I, III, IV e V estão corretas. • 4) Somente as afirmativas I, III, IV estão corretas. • 5) Somente as afirmativas I, IV e V estão corretas. • ESTADO Uma segunda forma de identificar a pessoa natural é através de seu estado. Trata-se de um conjunto de atributos que qualificam o indivíduo em sociedade e são classificados em: As Classificações de Estado a Estado individual são as características ligadas à idade, sexo, cor e saúde mental e física; b Estado familiar, quando qualifica a pessoa em razão do parentesco (pai, mãe, filho), afinidade (sogro, cunhado), matrimônio (casado, solteiro, viúvo); c Estado político que diz respeito ao estado da pessoa com o Estado (brasileiro nato, naturalizado, estrangeiro). DOMICÍLIO O último elemento de individualização é o domicílio do indivíduo, considerado como o local escolhido ou, em certos casos, imposto por lei onde se concentram as atividades habituaisda pessoa, ou seja, onde ela pode ser encontrada para responder por suas obrigações. “ Atenção é importante não confundir o conceito de domicílio com o conceito residência. A residência é a simples moradia a habitação, enquanto o domicílio é o local onde o indivíduo permanece com o ânimo definitivo. “ FIM DA PESSOA NATURAL O artigo 6º do Código Civil preceitua que o fim da pessoa natural termina com a morte. A constatação da morte pode ser classificada em: • Morte Real • Morte Simultânea ou Comoriência • Morte Civil • Morte Presumida O artigo 8º do Código Civil define a Comoriência como a presunção de Morte Simultânea, que ocorre quando duas pessoas falecem na mesma ocasião, não se podendo averiguar qual dos comorientes faleceu primeiro. Um exemplo clássico é um casal que morre em um acidente de carro, sem ser possível determinar a ordem das mortes. Em alguns países existem teorias para tentar definir quem faleceu primeiro. No Brasil presume-se que morreram ao mesmo tempo. Ainda sobre a Morte Presumida, a mesma é declarada por meio de sentença judicial, sendo possível a sua confirmação sem declaração de ausência ou com declaração de ausência. Tipos de Declaração de Morte Presumida QUANDO OCORRE Sem declaração de ausência Quando for extremamente provável a morte de quem estava em estado de perigo de vida; se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Com declaração de ausência Nos casos em que uma pessoa desaparece do seu domicílio e dela não se tem mais notícia ou não tenha deixado representante ou procurador. Nestes casos, será nomeado Curador ao ausente, que procederá a Arrecadação dos Bens. Os interessados poderão requerer a declaração de ausência e a abertura da sucessão provisória depois de decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos se ele deixou um representante ou procurador. São considerados interessados na declaração de ausência: • O cônjuge não separado judicialmente; • Os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; • Os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte e os credores de obrigações vencidas e não pagas. http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model DAS PESSOAS JURÍDICAS As pessoas jurídicas são conjunto de indivíduos ou bens arrecadados que adquirem personalidade jurídica própria por uma ficção legal. Sendo assim, entes resultantes da criação da lei, dotados de direitos e obrigações. Sendo que sua existência legal começa com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. Para tanto, devem ser representados por uma pessoa física que possa exteriorizar sua vontade nos atos judiciais e extrajudiciais. As pessoas jurídicas têm garantidos os direitos à: Personalidade Boa reputação Direitos Reais A propriedade Direitos Obrigacionais Comprar, vender, alugar Direitos Sucessórios Aquisição de bens causa mortis CLASSIFICAÇÃO As pessoas jurídicas são classificadas como de Direito Público e de Direito Privado. Considera-se como pessoas jurídicas de Direito Público o conjunto de pessoas ou bens que visam atender os interesses públicos, sejam internos ou externos. São de Direito Público interno: • A União; • Os Estados; • O Distrito Federal e os Territórios; • Os Municípios; • As autarquias; • Associações públicas, fundações públicas e demais entidades de caráter público criadas por lei. São pessoas jurídicas de Direito Público externo: • Os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo Direito Internacional Público. Considera-se como pessoas jurídicas de Direito Privado: As associações, as sociedades, fundações particulares, organizações religiosas, partidos políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada. http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/3#modal-model 1) Conceitos do Direito 1.3) Objeto da Relação Jurídica: Vamos falar do Objeto da Relação Jurídica: as relações jurídicas entre dois sujeitos têm por objeto um bem, sobre o qual recaem direitos e obrigações. Inicialmente é essencial distinguir o conceito entre Bens e Coisas. BENS & COISAS De acordo com o Código Civil os bens são classificados como: a) Bens considerados em si mesmos; b) Bens reciprocamente considerados; c) Bens considerados em relação ao sujeito. Bens dominicais são os que pertencem ao Estado na sua qualidade de proprietário, como terrenos de marinha, terras devolutas, prédios de renda, títulos da dívida pública e outros. DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS Os bens considerados em si mesmos são classificados em razão de suas características, independente de outros bens e sujeitos. Nesta categoria encontram-se os bens corpóreos e incorpóreos, bens imóveis e móveis, fungíveis e infungíveis, consumíveis e inconsumíveis, divisíveis e indivisíveis, singulares e coletivos. BENS CORPÓREOS E INCORPÓREOS Os bens corpóreos são aqueles que possuem existência material, como por exemplo, um carro, uma casa ou animais. Já os bens incorpóreos são aqueles que são considerados de maneira ideal, não possuem estrutura física, ficando sua compreensão no aspecto intelectual. São exemplos: direito autoral, crédito. Considere os enunciados: I) Os bens incorpóreos não podem ser objeto de usucapião. II) Os bens corpóreos são objeto de contrato de compra e venda. III) O direito autoral é um bem corpóreo. IV) Bens corpóreos tem existência física e podem ser tangidos. V) Bens incorpóreos são criações da mente reconhecida pelo direito. • 1) Somente os enunciados I, II, IV e V estão corretos. (Resposta Correta) • 2) Somente os enunciados I, II, III, IV estão corretos. • 3) Somente os enunciados I, II, III e V estão corretos. • 4) Todos os enunciados estão corretos. • 5) Nenhum enunciado esta correto. Com base nos enunciados assinale a alternativa verdadeira: • 1) Bens que podem se partir em porções reais e distintas formando um todo, são consumíveis. • 2) Bens que proporcionam reiterados usos, sem atingir sua integridade são bens inconsumíveis. (Resposta Correta) • 3) Bens que embora reunidos se consideram independentes dos demais são os infungíveis. • 4) Bens que existem por si, abstrata ou concretamente, independentes dos outros são bens acessórios. • 5) Bens que podem ser substituídos por outros de da mesma espécie são divisíveis. DOS BENS IMÓVEIS São bens imóveis o solo e tudo quanto lhe incorporar natural ou artificialmente. Os bens imóveis são classificados como: Classificação dos Bens Imóveis Bens imóveis por natureza ou essência São aqueles que a imobilidade é de sua essência e não podem ser transferidos de um local para o outro sem comprometer a estrutura, como por exemplo, o solo, a superfície, o subsolo e o espaço aéreo. Bens imóveis por acessão natural São os bens acrescidos a um bem imóvel pela força da natureza, passando a ser considerados como imóveis, como o caso de uma árvore, curso da água, a pedra. Bens imóveis por acessãoartificial Quando o homem promove a justaposição de uma coisa sobre a outra. Também são considerados imóveis, para efeitos legais, os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta. DOS BENS MÓVEIS De acordo com o ordenamento civil os bens móveis são aqueles que podem ser removidos ou transportados de um lugar para outro, sem alteração de sua substância. Sendo assim, os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; e, atenção: readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. DOS BENS FUNGÍVEIS, INFUNGIVEÍS, CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS Bens Fungíveis são os bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, como por exemplo, o dinheiro. Já os bens infungíveis são aqueles que não podem ser substituídos, valendo pela sua individualidade, como é o caso de uma obra de arte ou um cavalo de corrida. Caracterizam-se como consumíveis aqueles que se destroem com a natural utilização. Ou seja, são bens móveis, cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. E, são bens inconsumíveis, os bens móveis de natureza durável (um veículo, por exemplo). Que proporcionam reiterados usos (constante), sem atingir sua integridade. A seguir para conferir a definição de bens divisíveis e indivisíveis: Bens divisíveis são os que podem fracionar-se sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Um exemplo a citar é um pacote de arroz. Indivisíveis são os bens que não admitem divisão, pois, se divididos, perdem sua qualidade ou a sua natureza, exemplo de um navio, uma moto. DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS Os bens reciprocamente considerados são classificados em Principais ou Acessórios. O bem Principal é aquele que existe por si mesmo, ou seja, tem existência própria. Já o bem Acessório é aquele que cuja existência supõe a do principal, sendo classificado nas seguintes espécies: frutos; produtos; pertenças (*) e benfeitorias. (*) Pertenças: São os bens que, não constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro (ex: trator em uma fazenda, cama, mesa ou armários de uma casa etc.). DOS BENS CONSIDERADOS EM RELAÇÃO AO SUJEITO De acordo com a titularidade os bens podem ser públicos ou privados. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno. Todos os outros bens são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Classificam-se os bens públicos como: Uso Comum do Povo: Quando destinam-se à utilização do público em geral, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças. Uso Especial: São aqueles utilizados somente pelo poder público para execução de serviços públicos, podendo ser edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias. Dominicais / Dominiais: São os bens que constituem o patrimônio disponível da pessoa jurídica de direito público, abrangem móveis e imóveis como terreno de marinha, mar territorial. EVICÇÃO A Evicção consiste na perda total ou parcial da posse ou propriedade de um Bem A Evicção consiste na perda total ou parcial da posse ou propriedade de um bem que uma pessoa adquiriu em favor de um terceiro, por meio de determinação judicial movida por outras partes. Um bom exemplo de evicção se dá quando alguém vende um objeto para um indivíduo e descobre-se que o produto não pertencia a pessoa que vendeu e sim a uma terceira, ou seja, é a venda de que produto que não lhe pertence. O processo de evicção envolve três categorias de pessoas: O alienante, que é a pessoa que transmite o bem ao adquirente e reponde pelos vícios de evicção, mesmo agindo de boa fé; o evicto, que é o adquirente que sofreu a evicção e o evictor, que é a pessoa para qual vai o bem após ocorrer a evicção. A pessoa que comprou o produto (evicto) pode sofrer evicção e ir para a justiça para restituir o bem à pessoa que realmente é a dona do produto (evictor), e a mesma tem direito a indenização pela pessoa que a vendeu (alienante), pelo prejuízo sofrido. Para ocorrer uma evicção, existem alguns requisitos como: • A onerosidade na aquisição da coisa; • A perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada; • A ignorância por parte do adquirente da litigiosidade da coisa; • O direito do evictor anterior à alienação e a denunciação da lide ao alienante. Um termo jurídico bastante ligado a evicção é a denunciação da lide, que é como chama-se o indivíduo que foi denunciado e que mantém um vínculo de direito com a parte denunciante, para vir responder pela garantia do negócio jurídico, caso o denunciante saia vencido no processo. O processo de evicção vem a ocorrer nesse caso quando uma parte do processo lança mão da lide e sucumbe perante a reivindicação da outra parte, então o outro perde o direito de exercitar a evicção. A evicção pode ocorrer no caso de vários bens adquiridos, incluindo os adquiridos em hasta pública. Sobre a Evicção, considere os enunciados abaixo e responda: I) (V) O Código Civil dispõem que a evicção pode ser parcial ou total. II) (F) O evicto só tem direito a restituição do que pagou. III) (V) A perda da coisa adquirida deve decorrer de decisão judicial. IV) (V) O adquirente, no momento do negócio, desconhece que a coisa era litigiosa. • 1) Somente o enunciado I esta correto. • 2) Somente os enunciados I e II estão corretos. • 3) Somente os enunciados I e III estão corretos. • 4) Somente os enunciados, I, II e III estão corretos. • 5) Somente os enunciados I, III e IV estão corretos. (RESPOSTA CORRETA) VÍCIO REDIBITÓRIO É o defeito oculto da coisa recebida que a torna inapropriada ao fim a que se destina ou que lhe diminui o valor. O adquirente poderá rejeitar a coisa ou requerer o abatimento do preço, devendo o alienante restituir-lhe o objeto adquirido com perdas e danos, caso tenha ciência do vício, ou somente o valor recebido, se não tiver conhecimento do defeito. Os prazos para requerer a redibição ou abatimento do preço são de 30 (trinta) dias, se a coisa for móvel, ou um ano, se imóvel. O vicio redibitório, previsto no Código Civil, diz respeito a • 1) A capacidade do agente. • 2) Conduta do vendedor. • 3) Ao bem. (Resposta Correta) • 4) A vontade das partes. • 5) Má fé. Fundamentação: Arts. 441 a 446 do CC Temas relacionados: Produto defeituoso Serviço defeituoso Vício aparente Defeito oculto https://www.direitonet.com.br/busca?palavras=Produto+defeituoso https://www.direitonet.com.br/busca?palavras=Servi%C3%A7o+defeituoso https://www.direitonet.com.br/busca?palavras=V%C3%ADcio+aparente https://www.direitonet.com.br/busca?palavras=Defeito+oculto 1) Conceitos do Direito 1.4) Os Negócios Jurídicos: FATO JURÍDICO Conceitua-se como “Fato” qualquer ocorrência que interessa ou não ao direito. E, considera-se fato jurídico todo acontecimento que produz consequências jurídicas. Os fatos jurídicos classificam-se em dois fatos: naturais e humanos, conforme abaixo: 1) Naturais: Os fatos jurídicos naturais são divididos em: • Ordinários: o evento natural comum de acontecer, como um nascimento, morte. • Extraordinários: é o evento decorrente da natureza, podendo ser imprevisível, como caso fortuito ou previsível, mas inevitável como de força maior. 2) Os fatos jurídicos Humanos são os acontecimentos que dependem da vontade humana, abrangem tanto os atos lícitos como ilícitos, são classificados em: • Fato Jurídico emsentido estrito; • Ato fato jurídico; • Ato Jurídico (no qual está compreendida a classificação de negócio jurídico). Assim, como fatos jurídicos humanos, podemos destacar o Negócio Jurídico. A manifestação de vontade no negócio jurídico visa adquirir, conservar, modificar ou extinguir direitos. Assim, o negócio jurídico é o principal instrumento que as pessoas possuem para realizar seus interesses (como a elaboração de um Contrato, por exemplo). (*) Negócio Jurídico: Um ou mais atos, conduzidos por uma ou mais pessoas determinadas, que têm por finalidade causar efeitos jurídicos. (*) Negócio Jurídico: é NULO o negócio jurídico que envolve a Simulação A CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO PODE SE DAR: a) Ao número de declarantes ou manifestações de vontade; b) Às vantagens patrimoniais que produzem; c) Às Formalidades; (Solenes: deve obedecer a forma prevista em lei para se aperfeiçoarem, como a Escritura Pública na Alienação do Imóvel) e (Não Solenes: a lei não exige uma forma, basta o consentimento das partes, como Contrato de Locação). d) Ao Modo de Existência; (Principal: têm existência própria e não dependem da existência de qualquer outro, como Arrendamento, Compra e Venda e (Acessórios: dependem de um contrato principal para serem válidos e produzir efeitos, como: Fiança, Hipoteca, Penhor)). e) Ao momento que produzem Efeitos de Existência. (Inter Vivos: produzem efeitos desde logo) e (Mortis Causa: produzem efeitos após a morte, como o Testamento Legado) http://ibrep.alfamaoraculo.com.br/aluno/academico/curso/147266/647/rota/5#modal-model A CLASSIFICAÇÃO DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO PODEM SER: INTRODUÇÃO A vontade é a mola propulsora dos atos e dos negócios jurídicos. Essa vontade deve ser manifesta ou declarada de forma idônea para que o ato tenha vida normal na atividade jurídica e no universo negocial. Se essa vontade não corresponder ao desejo do agente, o negocio jurídico torna-se susceptível de nulidade ou anulabilidade. Quando a vontade em ao menos se manifesta, quando é totalmente tolhida, não se pode nem mesmo se falar em existência do negocio jurídico. O negocio jurídico será inexistente por lhe faltar o requisito essencial. Quando, porém, a vontade é declarada, com vício ou defeito que torna mal dirigida, mal externada, estamos, na maioria das vezes, no campo do negocio jurídico ou ato anulável, isto é, o negocio terá vida jurídica somente até que, por iniciativa de qualquer prejudicado, seja pedida sua anulação. Nesse tema, o Código Civil, o Capitulo IV, do livro III, dá a essas falhas de vontade a denominação de “defeitos dos negócios jurídicos”. 1. CLASSIFICAÇÃO DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Os defeitos dos negócios jurídicos se classificam em: a) Vícios do Consentimento: são aqueles em que a vontade não é expressa de maneira absolutamente livre, podendo ser eles: Erro; Dolo; Coação; Lesão e; Estado de Perigo. b) Vícios Sociais: são aqueles em que a vontade manifestada não tem, na realidade, a intenção pura e de boa-fé que enuncia, sendo eles: Fraude contra Credores e Simulação. Defeitos Vício Efeito Erro vontade Anulável Dolo vontade Anulável Coação vontade Anulável Lesão vontade Anulável Estado de Perigo vontade Anulável Fraude contra Credores Social Anulável Simulação Social Nulo Não há duvida de que é de vital importância o estudo dos vícios que maculam o negócio jurídico celebrado, atingindo a sua vontade ou gerando uma repercussão social, tornando o mesmo passível de ação anulatória pelo prejudicado ou de nulidade absoluta no caso de simulação (art. 166, do CC). 2) ERRO OU IGNORÂNCIA 2.1) Conceito: O erro é um engano fático, uma falsa noção da realidade, ou seja, em relação a uma pessoa, negócio, objeto ou direito, que acomete a vontade de uma das partes que celebrou o negócio jurídico. Quando o erro se dá na formação da vontade, tem-se o chamado erro vício; quando ocorre na declaração da vontade configura-se o chamado erro obstáculo, também denominado erro obstativo. O erro vício se forma antes da declaração, mas é com ela que se substancializa. Nele não há desconformidade entre a vontade e a declaração, por exemplo, “Antonio compra o prédio de Benito que na verdade é de José”. Já o erro obstáculo se dá na comunicação, por exemplo, o agente quer que Amarildo e diz Antonio. O nosso ordenamento não diferencia uma espécie da outra. Então, erro é o vício de consentimento que se forma sem induzimento intencional de pessoa interessada. É o próprio declarante quem interpreta equivocadamente uma situação fática ou lei e, fundado em sua cognição falsa, manifesta a vontade, criando, modificando ou extinguindo vínculos jurídicos. O Código Civil equipara o erro à ignorância, mas ambos expressam situações distintas. Enquanto no erro a vontade se forma com base na falsa convicção do agente, na ignorância não se registra distorção entre o pensamento e a realidade, pois o agente sequer tomara ciência da realidade dos fatos ou da lei. Ignorância é falta de conhecimento, enquanto o erro é o conhecimento divorciado da realidade. Entretanto, o erro sé é considerado como causa de anulabilidade ou nulidade relativa do negocio jurídico se for: essencial ou substancial (art. 138, do CC) e escusável ou perdoável. O erro essencial ou substancial é aquele que incide sobre a essência (causa) do negócio que se prática, sem o qual este não teria se realizado. É o caso do colecionados que, pretendo adquirir uma estátua de marfim, compra, por engano, uma peça feita de material sintético. Sendo, assim, o erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante (art. 144, do CC). Por exemplo, João pensa que comprou o lote nº 2 da quadra A, quando na verdade adquiriu o lote nº 2 da quadra B. Trata-se de erro substancial, mas antes de anular o Negócio jurídico, o vendedor entrega-lhe o outro lote 2.2) Espécie: As hipóteses de erro substancial estão enumeradas no art. 139, do CC e segundo Roberto de Ruggiero (2005, p. 341) o erro substancial se caracteriza por uma das seguintes modalidades: a) Error in negotio: neste tipo de falsa representação intelectual diz respeito à natureza do negocio jurídico celebrado. Pensa o agente que o imóvel lhe está sendo entregue a titulo de comodato e na realidade se trata de contrato de locação. b) Error in corpore: o dissenso entre a vontade real e a declarada refere-se à identidade do objeto do negócio, como no caso de que se declara que quer comprar o animal que está diante de si, mas acaba levando outro, trocado. c) Error in substantia: o agente identifica corretamente a natureza do vinculo estabelecido, bem como o objeto em função do qual se opera o negócio, todavia, desconhece algumas qualidade ou características essenciais, por exemplo: alguém adquire um aparelho televisor na crença de ser LCD, verificando se tratar de TV apenas de Plasma. d) Error in persona: Esta espécie diz respeito à identiddade da pessoa com que o agente pratica o negócio jurídico ou alguma de suas qualidades, por exemplo, A sociedade XY Eletrônica LTDA contrata José latrina pensando se tratar do famoso José latinhas. e) Erro juris ou erro de direito: consiste no desconhecimento das implicações jurídicas trazidas pelo negocio jurídico. Em regra o erro de direito não é causa de anulabilidade ou nulidade relativa do negócio, porem, às vezes a doutrina e a jurisprudência flexibilizam esse entendimento. Desta forma, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (2008, p. 138) afirmam que “desde que não se pretenda descumprir preceito legal, se o agente, de boa-fé, prática o ato incorrendo em erro substancial e escusável, há que reconhecer, por imperativo de equidade, a ocorrência do erro de direito”. (ex: alguém eventualmente celebra contrato de importação de uma determinada mercadoria,sem saber que, recentemente, for expedido decreto proibindo a entrada de tal produto no território nacional. Neste exemplo, tem aplicação o erro de direito). (art. 139, III, do CC). O Erro escusável ou perdoável é aquele que dentro do que se espera do homem médio que atue com grau normal de diligencia. Não se admite, outrossim, a legação de erro por parte daquele que atuou com acentuado grau de displicência, pois o direito não deve amparar o negligente. Contudo, conforme o Enunciado nº. 12, do I Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 138: na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança.” 2.3) O erro pode ser convalescido: Há a possibilidade de convalescimento do erro conforme se prevê o art. 144 do C.C. em razão do princípio da conservação dos atos e negócios jurídicos e ainda pelo princípio da segurança jurídica. Às vezes o erro surge devido ao meio de comunicação empregado para a transmissão de vontade negocial, assim diante de mensagem truncada, há o vício e, a possibilidade de anulação do negócio jurídico. Outras vezes o erro decorre de culpa in eligendo ou in vigilando de quem escolhe o mensageiro para levar a declaração de vontade. Não raro encontram-se discrepâncias graves entre a declaração de vontade emitida e a vontade finalmente comunicada. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade (art. 143, do CC). Anulará se o recálculo causar tamanha surpresa que importe em impossibilidade em cumprir o avençado. (ex: empréstimo bancário onde as prestações sofrem vários encargos que não se imaginava) 2.4) O falso motivo nos negócios jurídicos: “Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.” Podendo até mesmo ser um acontecimento futuro, desde que seja a causa determinante da realização do Negócio jurídico (ex:. aluga um imóvel para instalar um restaurante, pressupondo que em frente terá uma escola, quando na verdade isto não ocorre). 2.5) Transmissão errônea da vontade: “Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.” (ex. telégrafo, rádio, TV, fone, mensageiro (quem transmitiu errado pode vir a responder por perdas e danos.) - Se houver culpa do emitente prevalece o Negócio Jurídico. https://jus.com.br/tudo/direito-civil https://jus.com.br/tudo/empregado https://jus.com.br/tudo/emprestimo - Se aplica na hipótese do mero acaso e não quando há dolo, neste caso a parte que escolheu o emissário fica responsável pelos prejuízos que tenha causado à outra parte por sua negligência na escolha feita. 2.6) Vício redibitório X Erro Vício redibitório é garantia legal prevista para os contratos comutativos em geral. Se o agente compra coisa que vem defeituosa, pode rejeitá-la, redibindo o contrato, ou exigir abatimento no preço. Nesse caso não existe erro, pois o agente recebe exatamente o que pretendia comprar. O vício rebiditório não toca o psiquismo do agente. 3) DOLO 3.1) Conceito: Nossa lei não define dolo, limitando-se o art. 145, do CC a estatuir que “são os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a causa”. Sendo assim, podemos qualificar dolo como os artifícios ou manobras de uma pessoa visando a induzir outra em erro a fim de tirar proveito para si ou pra terceiro na realização do negócio jurídico. Não se pode confundir erro com o dolo, pois naquele o equivoco se forma espontaneamente, no dolo ele é induzido. O silêncio intencional de uma das partes sobre fato relevante ao negócio também constitui dolo (RT 634/130). 3.2) Requisitos: A conduta dolosa deve apresentar os seguintes requisitos: intenção de enganar o outro contratante; induzir o outro contratante em erro em virtude do dolo; causar prejuízo ao outro contratante; angariar benefício para o seu autor ou terceiro; que o dolo tenha sido a causa determinante da realidade do negócio. 3.3) Espécie: São espécie de dolo: Positivo ou comissivo; Negativo ou omissivo; Essencial; Acidental; Dolo de terceiro; Dolo de Representante; dolo bonus; dolo malus; Dolo Bilateral ou recíproco; dolo positivo ou negativo. a) Dolo principal: é aquele determinante do negócio jurídico celebrado, isto é, a vítima do engano não teria concluído o negócio ou o celebraria em condições essencialmente diferentes, se não houvesse incidido o dolo do outro contratante. È assim, porque o dolo é um vício de consentimento, e, como tal, necessita ser fator determinante do ato voluntário de quem foi a sua vítima. Gera a anulação do negócio com efeitos ex nunc. b) Dolo acidental: é aquele em que as maquinações empreendidos não tem o poder de alterar o consentimento da vítima, que de qualquer maneira teria celebrado o negócio, apenas de maneira diversa, não gera a anulação do negócio, mas apenas a satisfação em perdas e danos. c) Dolo de terceiro: ocorre quando o artifício ardil é pratica por uma terceira pessoa que não integra a relação jurídica, gerando os seguintes efeitos. I - se beneficiário da vantagem indevida tinha ciência do dolo ou tinha como saber, trata-se de dolo que torna anulável o negócio; II - porém, se o beneficiário não tinha conhecimento da existência do dolo praticado pelo terceiro, de modo que o negócio é mantido válido e o terceiro provocador do dolo responderá pelas perdas e danos causados ao lesado. O dolo de terceiro, para se constituir em motivo de anulabilidade, exige a ciência de uma das partes contratantes (RT 485/55). O acréscimo constante do vigente Código é absorção do que a doutrina e a jurisprudência já entendiam. Caberá ao critério do juiz entender o ato anulável por ciência real ou presumida do aproveitador do dolo de terceiro. O dolo pode ocorrer, de forma genérica, nos seguintes casos: 1. dolo direto, ou seja, de um dos contratantes; 2. dolo de terceiro, ou seja, artifício praticado por estranho ao negócio, com a cumplicidade da parte; 3. dolo de terceiro, com mero conhecimento da parte a quem aproveita; 4. dolo exclusivo de terceiro, sem que dele tenha conhecimento o favorecido (VENOSA, 2012, p. 412) EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO - CONTRATO DE FINANCIAMENTO - DOLO DE TERCEIRO CONFIGURADO - BOA-FÉ DOS CONTRATANTES - PREJUÍZO A AMBOS - IMPOSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DA AVENÇA - ANULAÇÃO DECLARADA. Verificando-se que o contrato está viciado em razão de dolo de terceiro, sem conhecimento de qualquer dos contratantes, e constatando-se que em razão dessa fraude ambos sofreram prejuízo tal que inviabiliza a manutenção da avença, impõe-se ao magistrado reconhecer o defeito e declarar nulo o contrato. Apelação Cível n. 2005.024423-6, de Sombrio. Rel: Des. Salete Silva Sommariva. 27.07.2006. DJSC Eletrônico n. 33, edição de 16.08.2006, p. 60. d) Dolo de Representante; pode ter origem numa representante legal ou convencional. Assim, o representante é aquela pessoa (outorgante) que possui capacidade negocial e, portanto, age em nome do representando. Assim, o representante é o sujeito que emite uma declaração em nome do representando. Se o representante for legal, ouse já, importo pela lei, a sua declaração só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve. Se, porém a o representante dor convencional, ou seja, escolhido pelo representado, haverá responsabilidade solidária, em decorrência da culpa in elegendo. e) Dolo bônus e malus: o bonus não induz anulabilidade; é um comportamento lícito e tolerado, consistente em reticências, exageros nas boas qualidades, dissimulações de defeitos; é o artifício que não tem a finalidade de prejudicar; o malus consiste no emprego de manobras astuciosas destinadas a prejudicar alguém; é desse dolo que trata o Código Civil, erigindo-o em defeito do ato jurídico, idôneo a provocar sua anulabilidade. f) Dolo Bilateral ou recíproco: Se ambasas partes procederam com dolo, há empate, igualdade na torpeza. A lei pune a conduta de ambas, não permitindo a anulação do ato. "Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo, para anular o negócio, ou reclamar indenização" Note que não se compensam dolos. O que a lei faz é tratar com indiferença de ambas as partes que foram maliciosas, punindo-as com a impossibilidade de anular o negócio, pois ambos os partícipes agiram de má-fé. g) Dolo positivo ou negativo: os positivos, ou seja, afirmações falsas sobre a qualidade da coisa; o negativo se constitui numa omissão dolosa ou reticente; dá-se quando uma das partes oculta alguma coisa que o co-contratante deveria saber e se sabedor não realizaria o negócio; para o dolo negativo deve haver intenção de induzir o outro contratante a praticar o negócio, silêncio sobre uma circunstância ignorada pela outra parte, relação de causalidade entre a omissão intencional e a declaração de vontade e ser a omissão de outro contratante e não de terceiro (VENOSA, 2012, p. 410) 4) COAÇÃO 4.1) Conceito: A coação pode ser conceituada como sendo uma pressão de ordem moral, psicológica, que se faz mediante ameaça de mal serio e grave, que poderá atingir o agente, membro da família ou a pessoa a ele legada, ou, ainda, ao patrimônio, para que a pessoa pratique determinado negócio jurídico. Devemos salientar que no conceito de coação é importante distinguir a coação absoluta, que tolhe totalmente à vontade, da coação relativa, que é vicio da vontade propriamente falando. 4.2) Espécie: Na coação absoluta, coação física ou vis absoluta, não vontade, pois trata- se de violência física que não concede escolha do coagido. Neste caso a coação neutraliza completamente a manifestação de vontade tornando o negócio jurídico inexistente. Imagine a hipótese de um lutador de boxe pegar a mão de uma velhinha analfabeta, à força, para apor a sua impressão digital m um instrumento de contrato que ela não quer assinar. Nesta espécie de violência não permite ao coagido liberdade de escolha, pois passa a ser mero instrumento nas mãos do coator. Desta forma apenas a coação moral, coação relativa ou vis compulsiva acarretará a anulabilidade do negocio jurídico. 4.3) Requisito: De acordo com o art. 151, do CC “a coação para viciar a declaração de vontade, há de ser tal inócua ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou a seus bens”. No parágrafo único deste artigo também se admite a coação quando dirigida a uma pessoa ligada ao declarante. Dai podemos extrair três requisitos caracterizadores da coação: violência psicológica, declaração de vontade viciada seja a causa do negócio e receio sério e fundado de dano grave à pessoa, a família ou a pessoas próximas do coagido ou então a bens pertencentes a este. a) violência psicológica: esta deve ser injusta, pois se o autor da coação moral acena com a possibilidade de exercer regularmente um direito, tal atitude não tem o poder de configurar o vício de consentimento. Se a ordem jurídica reconhece o legítimo e regular exercício de um direito, não se poderá considerar abusiva a ameaça de seu exercício (ex: se o locatário, tornando- se inadimplente, não poderá alegar haver sido coagido pelo fato de o locador tê-lo advertido de que se não pagar os aluguéis em atraso recorrerá à justiça). b) declaração de vontade viciada seja a causa do negócio: a declaração, sob coação moral, é um ato viciado de vontade. Está não se expressa espontaneamente, livre e de acordo com a vontade real do declarante. Este declara o que não quer, mas por se achar premido diante de uma alternativa que lhe parece grave. Ao fazer a declaração, o agente opta pelo sacrifício que lhe parece menor. c) Bem ameaçado: este deve ser relevante. Se ordem patrimonial logicamente, o bem ameaçado pode ser valor superior ao do negocio feito. Se o alvo da ameaça for a pessoa do declarante ou algum membro de sua família ou, ainda, individuo de sua ligação. 4.4) Coação por terceiro: A coação por terceiro pode levar a anulação do negocio, desde que o declarante tivesse ou devesse dela tomar conhecimento. Quer dizer, se o declarante não tomou ciência da violência moral, nem dela devia conhecer o negócio jurídico não será anulado. É o que dispõe o art. 154, do CC “vicia o negocio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos”. Assim, só se admite a nulidade relativa do negócio se o beneficiário soube ou devesse saber da coação, respondendo solidariamente com o terceiro pelas perdas e danos. Se a parte coagida de nada sabia, subsiste o negócio jurídico, respondendo o autor da coação por todas as perdas e danos que houver causado ao coagido, conforme preceitua o art. 155, do CC. (ex: Quando O sujeito “A” ameaça o sujeito “B” para que este celebre o negocio jurídico com ”D”). 4.5) Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc. 5) ESTADO DE PERIGO 5.1) Conceito: Configura o estado de perigo quando alguém premido ela forte necessidade de livrar-se de grave dano à pessoa, realiza negócio jurídico com outrem, sabedor dessa necessidade, em condições excessivamente onerosas. O agente pratica o negócio fortemente influenciado pelas circunstâncias que lhe são adversas. Embora a figura em exame não se confunde com o vício de coação, o declarante expressa a sua vontade sob efeito de forte pressão psicológica. No entanto, no estado de perigo, diferentemente do que ocorre com a coação, o beneficiário não empregou violência psicológica ou ameaça para que o declarante assumisse a obrigação excessivamente onerosa. O perigo de não se salvar-se, não causado pelo favorecido, embora de seu conhecimento, é que determinou a celebração do negócio jurídico prejudicado. 5.2) Requisitos: à vista do disposto do art. 156, do CC, são elementos ou requisitos essenciais à caracterização deste vício do consentimento. a) Perigo de dano grave e atual: o defeito em questão pressupõe o estado de perigo que se revela quando o agente, membro de sua família ou pessoa de sua ligação, necessita de salvar-se de grave dano, que pode ser atual ou iminente (ex: Ocorre quando alguém para se livrar de forte dor de dente e por falta de opção aceita as condições excessivamente onerosa do cirurgião dentista ou, então, uma pessoa almejando salvar seu filho de doença que necessita de cirurgia urgente promete um milhão de reais ao médico e este aceita sabendo da situação emocional em se encontra o pai). b) Obrigação excessivamente onerosa: o negócio jurídico há de ser firmado em condições acentuadamente desvantajosas para o agente e apenas justificáveis diante de sua preeminente necessidade. As condições hão de ter sido impostas pelo declarante e de forma abusiva, visando tirar proveito da situação do declarante. AS hipóteses serão outras se as condições impostas pelo declaratário não decorreram da necessidade urgente da parte onerosa. Sendo, assim, a obrigação assumida por aquele e que se encontra em estado de perigo é de dar ou de fazer e a obrigação do outro (contraprestação) será de fazer. c) Perigo deve ter sido a causa do negócio: Se não houvesse o perigo o não teria sido realizado. d) Que a parte contrária tenha ciência da situação de perigo e dela se aproveita: O dano possível pode ser físico e moral, ou seja, dizer respeito a integridade À física do agente, À sua honra e a sua liberdade. 5.3) Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc. Segundo o Enunciado nº. 148, do III Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 156: Ao “estado de perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2º do art. 157”. Isto significa dizer que o negócio jurídico que foi celebrado em estado de perigo pode sofre a convalidação se houver suplemento suficiente ou se houver reduçãodo proveito alcançado pela parte favorecida. 5.4) Distinção entre Estado de perigo e Coação: No estado de perigo, não ocorre o constrangimento para a prática de um negocio, tal como se dá na coação. Assim, a lesão diferencia-se do estado de perigo porque a causa que originou o negócio é de natureza patrimonial. https://jus.com.br/tudo/violencia https://jus.com.br/tudo/direito-civil 6) LESÃO: 6.1) Conceito: É vício do negócio jurídico que se caracteriza pela obtenção de um lucro exagerado por se valer uma das partes da inexperiência ou necessidade econômica da outra. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob preeminente necessidade, ou inexperiência, se obriga à prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, sendo que a avaliação dessa desproporção será feita segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado. 6.2) Requisitos: a) Requisito Subjetivo: Deve haver uma deficiência, desequilíbrio psicológico de uma das partes proveniente de inexperiência para o negocio ou de sua premente necessidade econômica. b) Requisito Objetivo: É a manifesta desproporção ente as prestações. Consiste em ofensa à comutatividade dos contratos, pois não há equivalência entre prestações, uma das partes irá experimentar um empobrecimento desproporcional (ex: venda de imóvel por quantia 50% inferior ao valor de mercado para poder quitar divida com instituição financeira). A desproporção entre as prestações deve ser verificada de acordo com os valores vigentes à época do negócio. O vício é concomitante à formação do contrato, pois se for superveniente À celebração do contrato estaremos perante a teoria do hardship (teoria imprevisão) através da qual se procura manter o equilíbrio econômico e financeiro do negócio (art. 478, do CC). Segundo o Enunciado nº. 150, do III Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157: A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento”. 6.3) Efeito: Diante das normas prevista no Código Civil se o negocio jurídico estiver viciado com a lesão será, em regra, anulável, ou seja, terá a sua nulidade relativa declarada com efeito ex nunc (art. 171, II). Porém o parágrafo 2º do art. 157 estabelece que “não se decretará a anulação do negócio, se foi oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar coma redução do proveito”. Nada impede que as partes venham ratificar o negocio anulável, como deixa claro o parágrafo 2º, art. 172, do CC. O legislador permite que o juiz não decrete a anulação se a parte lesante oferecer suplemento suficiente ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Trata de solução que procura salvar o negócio jurídico, evitando o enriquecimento ilícito ou sem causa. Segundo o Enunciado nº. 149, do III Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157: Em atenção ao princípio da conservação dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a seguir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002.” Segundo o Enunciado nº. 290, do IV Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157. A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico quando verificada, na formação deste, a desproporção manifesta entre as prestações assumidas pelas partes, não se presumindo a premente necessidade ou a inexperiência do lesado” Segundo o Enunciado nº. 291, do IV Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157. Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do Código Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio jurídico, deduzindo, desde logo, pretensão com vista à revisão judicial do negócio por meio da redução do proveito do lesionador ou do complemento do preço.” Segundo o Enunciado nº. 292, do IV Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 158. Para os efeitos do art. 158, § 2º, a anterioridade do crédito é determinada pela causa que lhe dá origem, independentemente de seu reconhecimento por decisão judicial.” 7) FRAUDE CONTRA CREDORES: A fraude contra credores é um vício social. 7.1) Conceito: É a prática de qualquer negócio jurídico pelo devedor insolvente ou na iminência de o ser, que importe em diminuição de seu patrimônio, coma finalidade de frustrar o direito de seus credores ou represente violação da igualdade dos credores quirografários. 7.2) Requisito: A existência de divida antes da prática do ato negocial, mesmo que ainda não vencidas. a) Requisitos objetivos ou eventus damini: é o prejuízo que causa aos credores. Não é o simples fato de ser devedor, capaz de congelar o patrimônio do mesmo. O que a lei exige é que o devedor seja insolvente, ou seja, que seu passivo supere o seu ativo de modo que qualquer disposição patrimonial que venha fazer ponha em risco os créditos de seus credores. b) Requisitos subjetivos, concilum fraudis ou scientia fraudes: é exigido que o adquirente esteja de má-fé ou que tenha ciência da intenção do devedor de prejudicar seus credores. Esse requisito subjetivo é dispensado dos negócios jurídicos gratuitos e de remição de dívidas, casos em que o terceiros mesmo de boa-fé pode perder o bem ou ficar sem validade a remição. Nos demais casos a má-fé será presumida quando a insolvência for notória como nos casos de certidões negativas positivas de inexecução de títulos protestados, ou quando houver motivos para que lê a conheça como em havendo relação de parentesco ou houver comprado bem a preço vil. Assim, por exemplo, se novo credor (fornecedor), em conluio fraudulento com o devedor (consilium fraudis), emitir nota fiscal de, por exemplo, R$100 mil e, na verdade, entregar apenas o equivalente a R$30 mil. Obviamente que a diferença (R$70 mil) constituir-se-á desvio em prejuízo dos demais credores quirografários. 7.3) Hipóteses legais: Diversas são as hipóteses de configuração do vício ora mencionado, podendo apontar como denominador comum a proteção ao credor face de atos negociais do devedor comprometedores de seu patrimônio e capazes de inviabilizarem a satisfação do crédito. a) atos de doação e remissão de dívidas. Tais atos são anuláveis desde que o benfeitor, ao praticá-los, já esteja ou fique em estado de insolvência. Este se caracteriza quando o passivo se torna superior ao ativo. Para a configuração do vicio não é necessário qualquer elemento subjetivo, uma vez que os atos de benemerência podem ter sido praticados pelo devedor até com desconhecimento dos riscos criados para os credores. b) Disposições de bens em atos onerosos. Encontrando-se o devedor em estado de insolvência e sendo está notória ou susceptível de conhecimento por parte de quem com ele venha a praticar o negócio jurídico oneroso, este pode ser anulado por iniciativa de seus credores quirografários. Se a presença do vício nos atos gratuitos dispensa o elemento subjetivo, esse é necessário na modalidade de atos onerosos. O negócio jurídico será passível de anulação, tratando-se de atos onerosos, somente quando a insolvência do devedor for notória ou susceptível de ser conhecida pela outra parte. Realizado o ato negocial, o adquirente de bens do devedor insolvente, se ainda, não tiver pago o preço e a fim de desobrigar-se poderá depositar em juízo o valor correspondente ao negocio citando os credores (art. 160, do CC). Não se inclui entre os atos negociais passiveis de anulação os indispensáveis ao custeio do lar e à manutenção das atividades empresariais, conforme prevê o art. 164, do CC. c) Pagamento antecipado de divida. Se algum credor quirografário receber o seu credito do devedor insolvente antes do vencimento será obrigado a reverter em proveito do acervo de bens a ser partilhado no concurso de credores(art. 162, do CC). d) Garantia Real. Constituição de garantia pelo devedor insolvente em favor de determinado credor (art. 163, do CC). 7.4) Ação Pauliana ou Revocatória: A ação anulatória de atos praticados em fraude contra credores é denominada revocatória, também chamada de ação pauliana. O prazo para ajuizamento da ação é de quatro anos e é decadencial., contado a partir da data de realização do negocio jurídico que se pretende anular. Como nos ensina Gonçalves (2008, p.420-421), com fulcro no parágrafo único do art. 106, do CC., Só estão legitimados a ajuizá-la (legitimação ativa) os credores quirografários e que já o eram ao tempo da alienação fraudulenta. (...) Os credores com garantia real não podem ajuizá-la porque já existe um bem determinado, especialmente afetado à solução da dívida, salvo se a garantia se tornar insuficientes a garantia. Cumpre-nos lembrar que, no caso dos credores preferenciais, uma vez verificada a insuficiência do bem dado em garantia para a satisfação do crédito, podem demandar através da ação pauliana. No que tange a legitimação passiva (art. 109 do CC.) é certo que a ação deve ser intentada não só contra o devedor como também contra aquele que com ele celebrou a estipulação fraudatária, bem como contra terceiros adquirentes que tenham agido de má fé. Ademais, pondera fazer sentido o litisconsórcio necessário passivo na ação pauliana para os que afirmam que a fraude contra credores torna anulável o ato: é que, com a anulação, o próprio ato se desfaz e as partes e bens se restituem ao estado anterior (art. 158 do CC.), o que realmente significa alteração jurídica do alienante e não só do adquirente. Nesse mesmo sentido, Gonçalves (2008, p.423) nos informa que o litisconsórcio na ação pauliana é obrigatório. Impende salientar, a princípio, que são em número de três os requisitos para a propositura da ação pauliana: a) a anterioridade do crédito; b) o consilium fraudis (má fé) e c) o eventus damni (insolvência do devedor). Não obstante, sustentam alguns doutrinadores que a propositura da ação pauliana dispensa a intenção precisa e determinada de prejudicar (má-fé), bastando a consciência da insolvência para a caracterização da fraude. No concernente a anterioridade do crédito, um dos requisitos da ação pauliana, "determina-se pela causa que lhe dá origem. Assim, para que um crédito seja considerado anterior ao ato fraudulento, deve surgir antes da realização deste, não se confundindo com a sentença que apenas o reconhece e o declara. Ademais, é inexigível, para a configuração da anterioridade do crédito, que a sentença condenatória transite em julgado, já que em casos de ato ilícito, tal direito surge no momento do ato considerado lesivo que origina a ação de indenização". (Apelação cível n. 96.004883-9, de Santo Amaro da Imperatriz. Relator: Des. Carlos Prudêncio. 02/09/97). Contudo, o Enunciado nº. 151, do II Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 158: O ajuizamento da ação pauliana pelo credor com garantia real (art. 158, § 1o) prescinde de prévio reconhecimento judicial da insuficiência da garantia. https://jus.com.br/tudo/litisconsorcio 7.5) Fraude contra credores X Fraude à execução: Não se pode confundir a fraude aos credores com fraude à execução. Posto que essa última, é instituto do direito processual, pressupõe a demanda em andamento e devedor devidamente citado, também por ter requisitos o eventual consilium fraudis e o prejuízo do credor. A fraude à execução independe de ação revocatória e, apenas é aproveitada pelo credor exeqüente. E, por fim, acarreta a nulidade absoluta onde a má fé é presumida. Ao passo que a fraude aos credores acarreta a nulidade relativa do negócio jurídico e, é aproveitada indistintamente por todos credores. Apesar da controvérsia, prevaleceu no STJ o entendimento que não é possível a discussão de fraude aos credores em sede de embargos de terceiro, sendo necessário, portanto, o ajuizamento da competente ação pauliana (Súmula 195 do STJ de 1997). Fraude contra credores Fraude à execução Instituto de Direito material Instituto de Direito processual Já existe dívida, mas não há ação em andamento. O credor já entrou com uma ação judicial e devedor já foi citado. Há necessidade de ação pauliana para que seja decretada a ineficácia da venda. A ineficácia da venda pode ser decretada nos próprios autos. Há conluio em fraudar,m sendo necessário o eventus damni + consilium fraudis (intenção de fraudar). É presumida, bastando, apenas o eventus damni (prejuízo do credor). 7.6) Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc. 8) SIMULAÇÃO Não obstante o Código Civil ter retirado o vicio da simulação do capitulo afeto aos defeitos dos negócios jurídicos, transportando-o para o da invalidade, o seu estudo se faz mais adequado nessa oportunidade, pois na verdade não se tem dúvida de que a simulação é um vicio social. 8.1) Conceito: É uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado. Negócio jurídico simulado, assim, é o que tem aparência contrária à realidade. A simulação é o produto de um conluio entre contratantes, para lesar terceiro ou obter efeito diferente que a lei estabelece, ou ainda, a simulação pode ser real, onde não há efetivamente o conluio entre as partes, mas o tempo demonstra que uma realidade fática, que foi o sustentáculo do negocio jurídico nunca se concretizou (ex. adoção efetuada em juízo, mas que nunca se concretizou de maneira factual, pois o adotado e adotante nunca mantiveram uma relação familiar, ou seja, não há relação de affectio familiares). 8.2) Classificação: No direito civil a simulação pode ser classificada como absoluta ou relativa (objetiva ou subjetiva). a) Absoluta: é uma situação jurídica irreal e lesiva a direito de terceiro, formada por ato jurídico perfeito, porém ineficaz. Por exemplo, o sujeito que simula com outro a locação de um bem, sem que de fato o contrato exista; da pessoa que emite títulos de crédito em seu desfavor para demonstrar à determinado credor que existem outras dívidas a serem pagas. Nulo, devendo ser anulado todo o ato. b) Relativa: É uma declaração de vontade ou confissão falsa, com o objetivo de encobrir ato de natureza diversa. As partes pretendem atingir efeitos jurídicos concretos, embora vedados por lei. Assim, existem dois atos distintos: um rela, que efetivamente se pretende praticar e outro simulado, cujas características servirão única e exclusivamente para iludir. Podendo esta simulação ser dividida em objetiva ou subjetiva conforme o ato praticado. b.1) Objetiva: Quando a simulação diz respeito à natureza do negocio jurídico, a seu objeto ou algumas características. No caso, por exemplo, do sujeito que realiza uma doação, simulando uma compra e venda; vende um bem simulando a venda de outro; faz constar cláusulas não verdadeiras, tais como o preço mais baixo, com objetivo de burlar o fisco, menciona datas diferentes ou realiza outras mudanças, tudo para lesar terceiro. b.2) Subjetiva: Verifica-se quando a pessoa declarada no negócio não é real parte ou beneficiaria do mesmo. Trata-se do que a doutrina chama de interposta pessoa. É o caso, por exemplo, do sujeito que desejando fazer uma doação à sua amante, transfere o bem a uma amigo que, por sua vez, o transmite à real destinatária da liberalidade, com o objetivo de fugir da aplicação do 550, do CC. 8.3) Hipóteses: o art. 167, do CC traz três modalidades de simulação, que subsistirá o que se simulou, se válido for na forma ou substancia.: a) simulação por interposta pessoa (relativa subjetiva): para a realização de fins ilegais é comum o agente valer-se de conluio com outra pessoa, utilizando o negocio jurídico simulado. b) simulação por declaração não verdadeira (relativa objetiva): Tal modalidade pode dizer À própria natureza do contratoou apenas a alguns de seus itens. c) simulação por data fictícia (relativa objetiva): visando fraudar a lei ou terceiro a aposição de data em documento particular, seja ante-datado ou pos-datando. https://jus.com.br/tudo/adocao https://jus.com.br/tudo/titulos-de-credito 8.4) Efeitos: Nulo ou nulidade absoluta com efeitos ex tunc. Estabelece o art. 167, CC "é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou se válido for à substância e à forma". Nota-se do preceito do Código Civil que os efeitos do negócio jurídico simulado variam conforme o tipo de simulação em análise. Na simulação absoluta, considerava a doutrina tratar-se de negócio jurídico Nulo. A afirmação parece procedente em relação ao Código Civil, que vislumbra no parágrafo 2º do artigo 167 que são ressalvados "os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado". Nesse sentido, útil faz-se a análise da distinção feita por Gomes (2007, p. 420- 421) dos atos inexistentes e dos atos nulos. Segundo o autor, "a utilidade da distinção entre inexistência e nulidade está na circunstância de que o negócio mesmo nulo pode, às vezes, produzir algum efeito (...) enquanto o negócio inexistente se apresenta como o nada jurídico, sem aptidão alguma a produzir qualquer efeito jurídico". Assim, embora as partes não tenham a vontade real de criar efeitos, como elemento de fato necessário a formação do negócio jurídico, como apontado pela doutrina que a celebração de um negócio ainda que meramente aparente poderia criar direitos a terceiros de boa-fé que nesta aparência acreditaram. O negócio jurídico na simulação absoluta apareceria, portanto, como nulo, embora excepcionalmente possa gerar direitos quanto a terceiros de boa-fé.(ex: a venda de um bem a outrem com o devido pagamento de imposto, o Estado receberia o valor do imposto independentemente do negócio jurídico ser posteriormente considerado nulo). Na simulação relativa o negócio jurídico não é causa de nulidade se a simulação for inocente, ou seja, se o negócio aparente não tiver sido realizado para ocultar uma relação jurídica que causaria prejuízos a terceiros ou contrariaria imperativo legal, não sendo considerado nulo, por não trazer prejuízo a ninguém. Pela disposição do artigo 167 do CC, não se considera a relação jurídica aparente, que as partes quiseram transparecer à coletividade, mas subsistiria a relação jurídica dissimulada desde que esta fosse inocente, ou seja, "válida na substância e na forma". Sobre esta espécie de simulação, o CC de 2002 acaba por reproduzir as conclusões da análise a respeito do Código de 1916: debruça-se sobre o negócio dissimulado, prevalecendo à vontade real das partes em contraste ao declarado à coletividade, o negócio aparente. Ao contrário da simulação inocente, a simulação maliciosa implica na nulidade do negócio jurídico, afetando tanto sua relação simulada quanto sua relação dissimulada. 8.5) Terceiros de Boa-fé: coma nulidade do negócio jurídico celebrado por simulação, a lei visa coibir que a fraude prevaleça e que terceiros de boa-fé sejam prejudicados pela manobra ilícita. Assim, declarada a nulidade do ato negocial à situação jurídica deve retornar ao status quo ante. 8.6) Legitimidade Ativa: O artigo 168 estabelece que qualquer interessado e o Ministério Público podem alegar a nulidade do negócio jurídico, devendo mesmo o juiz pronunciá-la ex officio, ainda que contra o requerimento das partes. 9) DISTINÇÃO ENTRE AS ESPÉCIES DE DEFEITOS a) Erro X Dolo: no erro o engano é espontâneo e deriva de um equivoco da própria vítima, sem que a outra parte tenha concorrido para isto; a vítima se engana sozinha. O dolo o engano é provocado; é intencionalmente provocado na vítima pelo autor do dolo ou terceiro; a vitima se equivoca, mas ilaqueada por alguém. b) Dolo X Coação: no dolo é causa exclusivamente incidente ma inteligência da vítima. Já a coação age sobre a liberdade, tendo influência maior na elaboração da vontade (é de maior gravidade que o dolo). c) Estado de Perigo X Lesão: Na lesão ocorre o quando não há estado de perigo, proveniente de uma necessidade de salvar-se, além do que, a lesão exige prestações recíprocas desproporcionais, diferentemente do estado de perigo, em que a prestação pode ser apenas unilateral. Assim, resumidamente podemos diferenciar lesão do estado de perigo porque a causa que originou o negócio é de natureza patrimonial. d) Lesão X Dolo: no dolo, há intenção à pratica de ato lesivo; já na lesão não ocorre tal indução, mas o contratante apenas tira proveito da situação. e) Coação X Estado de Perigo: no estado de perigo, não ocorre o constrangimento para a prática de um ato como se dá na coação. f) Dolo X Fraude contra credores: em ambos tem-se o emprego de manobras insidiosas e desleais. No dolo essas manobras conduzem a própria pessoa que delas é vitima a concorrer para formação do ato, geralmente antecedente a pratica do ato, ou no máximo, é concomitante a ela (não há dolo posterior). Já a fraude contra credores se consuma sem a intervenção pessoal do prejudicado; é sempre subsequente aos atos de onde se originam os direitos das pessoas prejudicadas. NEGÓCIOS JURÍDICOS QUANTO À MANIFESTAÇÃO DE VONTADE OU NÚMERO DE DECLARANTES (Em relação ao número de declarantes, estes podem ser:) DECLARANTES UNILATERAIS Aperfeiçoam-se com uma única manifestação de vontade, ou seja, para produzirem efeitos dependem de um ato de vontade de um único sujeito. Exemplo: Testamento e Procuração. BILATERAIS Dependem da declaração de duas vontades coincidentes. Exemplo: Contrato e Compra e Venda. PLURILATERAIS Ocorrem quando envolvem a manifestação de vontade de mais de duas partes. Exemplo: Contratos de Sociedades, Consórcios. NEGÓCIOS JURÍDICOS QUANTO ÀS VANTAGENS PATRIMONIAIS CLASSIFICAÇÃO DAS VANTAGENS PATRIMONIAIS Gratuitos Há vantagem somente para uma das partes, como no caso da doação. Onerosos Há vantagens a ambos os contratantes, como na compra e venda, locação. Neutros Não podem ser gratuitos nem onerosos, pois falta destinação patrimonial, como a instituição do bem de família. Bifrontes São aqueles que dependendo da vontade das partes podem ser gratuitos ou onerosos, como no caso do mútuo. É importante destacar que um negócio jurídico passa por três planos: Existência: Os elementos necessários para um negócio existir são: agente, objeto e vontade humana. A ausência de algum destes, faz com que o negócio não exista para o mundo jurídico. Ex.: negócio no qual o contratante – totalmente amarrado – tem sua digital colocada à força ao final do contrato. Não houve vontade. Validade: O agente deve ser capaz e o objeto deve ser lícito, possível, determinado ou determinável, e a vontade deve nascer livre, esclarecida e ponderada, além de se exteriorizar (quando a lei exigir) por uma forma. Ex.: com uma arma apontada para a cabeça, o contratante assina um contrato. A depender da gravidade do vício na validade do negócio, ele será considerado nulo ou anulável, conforme a teoria das nulidades (que será analisada adiante). Eficácia: O negócio jurídico pode existir e ser válido, mas as partes modificam a produção dos seus efeitos, seja para suspendê-los por um lapso, seja para estabelecer um evento futuro que os eliminará. São hipóteses de Eventos Futuros: condição (incerteza da ocorrência) e termo (certeza). Exemplos: Condição suspensiva: dou uma casa se você ganhar a luta. Condição resolutiva: não lhe dou mesada se você não passar de ano. Termo: é a definição do momento, do dia em que começam ou terminam os efeitos do negócio jurídico. DA PRESCRIÇÃO A prescrição é a perda da pretensão. Assim, violado um direito, nasce para seu titular uma pretensão (o prazo inicia do momento que houve a violação), se ficar inerte, tem como pena a perda dessa pretensão. Ou seja, perde-se o direito
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