Prévia do material em texto
Metodologia do ensino dos esportes coletivos: iniciação esportiva universal, aprendizado incidental–ensino intencional Pablo Juan Greco (1) Resumo O presente texto descreve uma proposta de ensino-aprendizagem-treinamento dos esportes particularmente dos jogos esportivos coletivos (não só na escola), tendo como premissa as interações entre as formas de aprendizagem do aluno e de ensino do professor. Sugere-se uma sequencia de conteúdos a serem abordados no decorrer do processo de iniciação esportiva conforme recomendado na literatura contemporânea. Resumidamente apresenta-se uma abordagem metodológica que prioriza uma sequencia da ênfase focada inicialmente nas formas de aprendizagem incidental, e sua paulatina evolução para as formas de aprendizado intencional na iniciação aos esportes. Também considera-se imprescindível, paralelamente ao planejamento do ensino-aprendizagem dos esportes, ensinar mais do que esporte. É necessário motivação e mobilização de forças do aluno e do professor com a finalidade de se promover uma nova cultura esportiva. A escola é a célula de origem da iniciação esportiva e perpassa sua influencia para as diferentes instituições abocadas a essa tarefa (escolinhas e clubes). A função do professor no planejamento direcionado intencionalmente a provocar a aprendizagem incidental não pode ser confundido com “rolar a bola”. Destaca-se que o jogar livremente na infância foi substituído da nossa cultura. Portanto, quais são hoje as alternativas para o ensino-aprendizagem-treinamento dos esportes na escola? A compreensão, delimitação e projeção dessa tríade caracteriza o marco referencial de uma visão sistêmica e dinâmica do processo pedagógico numa sequencia –incidental-intencional, relacionada particularmente como opção metodológica para os esportes coletivos. Não é plausível direcionar o processo de ensino-aprendizagem-treinamento na escola ou na fase de iniciação esportiva unicamente pelo viés da seleção de talentos e/ou do modelo do campeão. Também se considera inadequado o direcionamento via propostas relacionadas com as variadas manifestações da concepção critico-social, sem considerar a importância do conteúdo programático inerente a “saber o que e saber como fazer”. Na concepção de um processo de ensino-aprendizagem dos esportes, é preciso considerar, as características culturais e sociais da população beneficiada, bem como a evolução do referencial tático-técnico das modalidades, isto é, a validade ecológica de uma proposta ao longo do tempo. Assim, em um primeiro momento recomenda-se seguir os princípios de aprender jogando (ênfase nos processos incidentais de aprendizagem) e jogar para aprender (ênfase os processos formais de aprendizagem) em um segundo momento. Afinal, é indispensável retomar o ensino do esporte de forma qualitativamente diferente na escola e oportunizar uma “iniciação esportiva universal: uma escola da bola”. Palavras Chaves: Esporte Escolar; Iniciação Esportiva; Métodos de Ensino. _________________________ 1 Pós-Doutorado em Ciências do Movimento Humano ESEF, UFRGS, BRASIL. Docente do Departamento de Esportes e do Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Ciências do Esporte EEFFTO, UFMG. Coordenador do Centro de Estudos de Cognição e Ação EEFFTO, UFMG. 1 Introdução Conforme o referencial teórico, ou do marco politico-pedagógico que se tome como base, os processos pedagógicos de ensino-aprendizagem dos esportes revelam os paradigmas conceituais que os sustentam. Essa temática tem suscitado anos de acirradas discussões e debates aqui no Brasil (GAYA, 2000; BRACHT, 2000; STIGGER; LOVISOLO, 2009). Neste aporte será descrito um dos modelos de ensino-aprendizagem-treinamento dos esportes, para aplicação na iniciação esportiva não só na escola, bem como para escolinhas e clubes. A terminologia “iniciação esportiva” se presta a inúmeros equívocos e aparece com diferentes significados na literatura esportiva. Em muitos casos é considerada como uma simples aprendizagem de rotinas (técnicas) e jogadas (tática) restrita a aquisição de fundamentos básicos para que o praticante os desenvolva no contexto do jogo. Pesquisas recentes tem comprovado a sequencia dos conteúdos independente da instituição em que o processo metodológico seja aplicado bem como a adequação da proposta ao longo do tempo (GRECO, 2004a; KRÖGER; ROTH, 1999; ROTH, e col. 2002; 2005; COSTA, et. al, 2007; LIMA, 2008). Esta concepção de ensino-aprendizagem-treinamento se apresenta gradativamente como alternativa aos métodos tradicionais (analítico, global, misto) de ensino dos esportes que imperaram até a data em escolas, escolinhas e clubes. Também se considera um contraponto e opção pedagógica para ás correntes fenomenológica, critico- social - entre outras - que se desenvolveram no Brasil nos anos 80. (BRACHT, 1986, 2000, 2003; KUNZ, 1988; BETTI, 1991,1995; COLETIVO DE AUTORES, 1992; DAOLIO, 2003, 2004; MOREIRA, 1991; e recentemente ASSIS, 2001). Os métodos de ensino-aprendizagem dos esportes apresentam uma profunda interação com os processos de iniciação esportiva nas escolas e clubes conforme evidenciado em propostas presentes na literatura nacional e internacional (BUNKER, THORPE, 1982; THORPE, BUNKER, ALMOND, 1986; BAYER, 1986; SIEDENTOP, 1987; KREBS, 1992; TANI et al., 1988; TANI, 1991; SIEDENTOP, 1994; GRAÇA; OLIVEIRA, 1995; WERNER, THORPE, BUNKER, 1996; GRIFFIN, MITCHELL, OSLIN, 1997; RINK, FRENCH, TJEERDSMA, 1996; GRECO, 1998; GRECO, BENDA, 1998; SIEDENTOP, 1998; AGUILLA LASIERA, BURGUES, 2000; RAAB, 2001; TANI, 2001; BARBANTI, et. al, 2002; BOHME, 2000, 2004; DARIDO, 2003, 2004; DARIDO, BASSOLI OLIVEIRA, 2009; GRECO, 2004ab; GAYA, TORRES, 2004; SCAGLIA, 2004; TANI, MANOEL, 2004; BENTO, 2006; DE ROSE, 2006; CAVALLI, 2008; GRECO, SILVA, SANTOS, 2009; REVERTIDO, SCAGLIA, PAES, 2009; REVERDITO; SCAGLIA, 2009; BASSOLI, PERIM, 2009). Considera-se aqui importante destacar a interação ensino-aprendizagem- treinamento, uma trilogia na qual as interações os fazem indivisíveis entre sim, o que leva a sempre apresentar sua sequencia. Ao se analisar diferentes abordagens pedagógicas deve-se considerar que o desenvolvimento dos processos metodológicos - particularmente nos esportes coletivos - implicam em ensinar mais do que esporte. Portanto, é necessário relacionar o “como ensinar o esporte” com os aspectos vinculados a “ensinar pelo esporte” (FREIRE, 2003; DARIDO, 2009; GRECO; SILVA; SANTOS, 2009). Isto é, torna-se impreterivelmente necessário considerar que todo processo de ensino-aprendizagem relaciona-se com a perspectiva do treinamento, considerando este fenômeno nos seus diferentes níveis de rendimento‼! (como ensinar o esporte); bem como as influencias que se exercem no decorrer do processo de desenvolvimento, na formação de uma visão crítica e humanística dos valores do esporte; que se vinculam ao desenvolvimento de competências, capacidades, comportamentos, atitudes, valores, de forma crítica e reflexiva oportunizando e favorecendo o processo de formação da personalidade (ensinar pelo esporte). Todo processo de ensino-aprendizado-treinamento se constitui das interações que se estabelecem entre professor-aluno no ato de aprender-educar. Portanto, quando se ensina o esporte, ensina-se muito mais do que uma modalidade esportiva, desenvolve-se cidadania, humanidade, personalidade,... (ao respeito veja, por exemplo, BENTO, 1999, 2004, 2006). 2. Considerações teóricas A estruturação e planejamento do processo de ensino-aprendizagem inicia-se com a reflexão sobre as diferentes manifestações e vivências que as crianças tem na infância e adolescência. Portanto, ao planejar é necessário identificar os diferentes momentos históricos e sociais nos quais o processo pedagógico se insere considerando não somente a transformação da sociedade ao longo das décadas; bem como e importante projetara evolução tático-técnica das modalidades no futuro. Assim, destaca-se que as investigações em pedagogia do esporte “têm apresentado diferentes formas de ensinar os esportes e apontado à necessidade de realizar alterações curriculares na formação inicial em Educação Física para fomentar uma nova cultura esportiva” (NASCIMENTO et al., 2009). Em décadas passadas a prática de atividades físicas e esportivas ocorria de forma espontânea, as crianças brincavam livremente em diferentes espaços. Por exemplo, a rua, o campo de várzea, os pátios de escola, de apartamentos, nos jardins, nas praças, etc. em todos esses era possível ver as crianças utilizar seu tempo conforme o espaço disponível, fazendo desses espaços “seu espaço” e o “seu tempo”, para se divertir, para jogar. Um aspecto importante de se destacar está relacionado com a intencionalidade do jogar dessas crianças. A motivação de jogar levava as crianças a estar juntos se divertir mas elas não sabiam que também estavam aprendendo!. Na prática, por exemplo, “bente altas”, ou “taco” como se denomina em Rio Grande do Sul, “mãe da rua”, “rouba bandeira”, jogar 3 x 3 + 1 goleiro ao futebol, ou handebol na rua, entre outros, as crianças simplesmente jogavam. Oportunizavam-se nesses momentos ricas e variadas experiências motoras que constituíam um amplo repertório de movimentos denominados de “base motora”. Esta vivencia era fundamental para à aprendizagem das técnicas específicas solicitadas posteriormente nos esportes. O ensino-aprendizagem-treinamento dos esportes deve caracterizar-se por almejar o desenvolvimento da personalidade dos alunos, facilitar e propiciar a aquisição e crescimento cultural, sendo o conhecimento da área dos esportes sempre colocado em interação com uma consciência crítica sobre saúde, qualidade de vida, conscientização de valores, etc. relacionados com uma prática direcionada à formação de hábitos de vida salutar, entre outras positivas contribuições que o esporte proporciona (ensinar o esporte e ensinar por meio do esporte). Lamentavelmente ainda hoje não há um aporte metodológico para o ensino- aprendizagem dos esportes nas escolas, escolinhas, nos clubes, enfim na iniciação esportiva consistente. Conforme a reflexão de Tani (2008) “a ideologização” (sentido sócio-político) e a “politização” (sentido partidário) das discussões em relação a área de educação física, que estendemos também para o ensino dos esportes e particularmente dos jogos esportivos coletivos (basquetebol, futebol, futsal, handebol, voleibol, e aqueles que eventualmente possam ser regionalmente integrados) “solicita de convergência em substituição à divergência que caracterizou os debates e embates das diferentes abordagens da Educação Física Escolar nos últimos 20 anos”. No início dos anos oitenta, na Europa, divulgaram-se e consolidara-se propostas metodológicas que se enquadram nas denominados processos de ensino-aprendizado formal, de aprendizagem intencional para o ensino das modalidades esportivas. Entre elas se destacam: O “Modelo da Educação Desportiva” (SIEDENTOP, 1987; 1994); O “Modelo desenvolvimentista” (RINK, 1993, RINK, et. al, 1996); O “Modelo de Ensino dos Jogos pela Compreensão” (BUNKER; THORPE, 1982, 1986; THORPE; BUNKER; ALMOND, 1986); O “Modelo da Competência nos Jogos de Invasão” (MUSCH; MERTENS, 1991; MESQUITA, 2006; MESQUITA; GRAÇA, 2006); O “Modelo Integrado” (FRENCH et al., 1996). O “Modelo de Educação Desportiva” objetiva a socialização por intermédio da prática do esporte, em claro paradoxo à díade rendimento e competição presentes no método analítico e também das metodologias via pré-desportivos e jogos de iniciação. A proposta se caracteriza pelo papel ativo e de cooperação entre os praticantes (professores e alunos) na organização das diferentes tarefas, bem como na distribuição de funções e responsabilidades. Não é abandonado o fator lúdico e a contextualização esportiva, com um peso substantivo à prática motora (SIEDENTOP, 1987, 1994, 1998). Este método sustenta-se em três pilares: o desenvolvimento da competência esportiva (o saber fazer), a compreensão e o saber apreciar os valores culturais que qualificam a prática, conferindo o verdadeiro significado (cultura esportiva) e finalmente o entusiasmo pelo desporto, ou seja, da atração despertada nas crianças/adolescentes pelo fenômeno esporte (DYSON; GRIFFIN; HASTIE, 2004). O Modelo Desenvolvimentista (RINK, 1993) remete-se ao estilo de ensino não- diretivo, respeitando o princípio de multidimensionalidade da técnica (NASCIMENTO, 2004). É característico neste modelo a sequência das situações de aprendizagem. Procura-se saber observar como o aluno aprende. O modelo fornece atividades para o aluno criar o melhor caminho referente ao desenvolvimento das suas potencialidades (RINK, 1993). Das propostas de ensino-aprendizado intencional, destaca-se como mais empregada o “Teaching Games for Understanding” –TGFU- traduzido livremente do inglês como “Modelo de Ensino dos Jogos pela Compreensão” (BUNKER; THORPE, 1982; THORPE; BUNKER; ALMOND, 1986), aplicado em diferentes países. A proposta objetiva a promoção de um processo de aprendizagem social, já que para se praticar um esporte é necessário desenvolver o senso crítico do aluno, particularmente em relação aos aspectos táticos do jogo. Assim, o aluno estará apto a resolver os problemas inerentes ao jogo, em decorrência da compreensão da lógica do jogo. Um dos diferencias deste modelo em relação ao método analítico e ao método global, que reinaram na Europa nos anos 60-70e 70-80 respectivamente, refere-se à ordem de apresentação dos conteúdos táticos e técnicos. O conhecimento tático é oferecido antes das habilidades técnicas. As habilidades técnicas são introduzidas no momento em que o aluno entende “o quando”, e “o que fazer”. Essa proposta conta com um grande grupo de pesquisadores na área –particularmente de língua inglesa- que continuamente apresentam novidades apoiadas em pesquisas realizadas em diversos contextos culturais. Na sua essência propõe-se um inicio do processo de aprendizado das modalidades a partir da compreensão tática dos esportes, em segundo momento do desenvolvimento da competência técnica. Parte-se do pressuposto da intenção do praticante de querer aprender a praticar uma modalidade e “o porquê” de empregá-las, que sempre se remetem a “posteriori” de saber “o que fazer”. Lamentavelmente as pesquisas (DARIDO, BONFOGO, 1993; GIMENEZ, 1998,1999; MEMMERT, 2004; NASCIMENTO, 2004; COSTA, NASCIMENTO, 2004; MOREIRA, 2005; MENDES, 2006; COLLET, NASCIMENTO, DONEGA, 2007; MORALES, GRECO, 2007; COLLET, DONEGA, NASCIMENTO, 2009; MORALES, GRECO, ANDRADE, 2009; MATIAS, GRECO, 2010), constatam que no Brasil ainda apresenta-se no processo de ensino-aprendizagem-treinamento, nas diferentes modalidades esportivas, ou seja, na iniciação esportiva em geral, na escola, escolinhas ou no clube uma predominância de aplicação do método analítico. Isto leva à reflexão sobre a necessidade de se rever o processo de formação de recursos humanos, a formação de professores e de graduados em Educação Física nas instituições de ensino superior, os que aparentemente não recebem nas disciplinas relacionadas com os esportes informações atualizadas sobre a evolução das concepções de ensino-aprendizagem. Graça e Oliveira (1995), contrapondo os princípios do método analítico com as novas correntes metodológicas, salientam com muita propriedade que “o ensino do jogo não deverá ser perspectivado como aquisição de um somatório de habilidades isoladas que se auto- justifiquem”. Nessa direção dois conceitos pedagógicos surgem como importantes alternativas, por um lado as propostas de aprendizado intencional e incidental. Assim nas modernas concepções intencionais de aprendizado a tática assume um lugar de destaque, seguido daaprendizagem dos “fundamentos” ou das técnicas especificas de cada modalidade. As propostas da “Iniciação Esportiva Universal”(GRECO, BENDA, 1998, GRECO, 1998), e escola da Bola (KRÖGER, ROTH, 2002) podem ser consideradas como ensaios que apresentam uma estruturação do processo de iniciação esportiva, dos seis anos em diante, seguindo uma concepção pedagógica que enfatiza os valores da aprendizagem incidental, do “jogar para aprender” e posteriormente se “aprender jogando”. Uma integração na forma de uma “Iniciação Esportiva Universal: uma escola da bola - IEU + EB (GRECO, no prelo), surge como proposta plausível. Para tal, e necessário considerar aspectos comuns das bases filosóficas, pedagógicas e didático-metodológicas que ambas as propostas refletem. Dessa união se concretiza uma proposta que resgata a cultura do jogo na rua, na praia, no pátio da escola, suas tradições e variabilidade de opções, para serem oportunizados na escola, nas escolinhas e nos clubes no momento da iniciação esportiva. Neste aporte serão enfatizadas as formas de aprendizagem incidental, mas que se sustentam na intencionalidade do processo de ensino-aprendizado-treinamento planejado de forma sistemática pelo professor. Assim, nas propostas da Iniciação Esportiva Universal (GRECO, BENDA 1998; GRECO, 1998; GRECO, SILVA, SANTOS, 2009) e na Escola da Bola (KRÖGER, ROTH, 2002), se reconhece – conforme Garganta (1995)- a natureza aberta, imprevisível, e portanto tática da tomada de decisão sobre o que fazer, sendo que na aplicação das técnicas especificas inerentes a cada um dos Jogos Esportivos Coletivos está presente previamente um processo de desenvolvimento da capacidade coordenativa e de “Habilidades Técnicas” que formam a base da iniciação ao treinamento do gesto especifico às modalidades. 3. Iniciação Esportiva Universal: incidental-intencional, ou jogar para aprender e aprender jogando. Neste aporte serão descritos resultados de estudos realizados no Centro de Estudos de Cognição e Ação –CECA- da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, bem como de outros grupos de pesquisa relacionados com o ensino do esporte na escola, escolinhas e categorias de base em clubes (GRECO, 1998; KRÖGER, ROTH, 1999; ROTH, RAAB, GRECO, SAMULSKI, 2000; GRECO, 1995, 2001, 2002, 2004abc;GRECO, SISTO, 1995; ROTH, KRÖGER, MEMMERT, 2002; GRECO, ROTH, SCHÖRER, 2004; GRECO, SILVA, 2008). A sequência metodológica que se sugere segue um desenho progressão de conteúdos denominados de “A-B-C” que são relacionados entre sim pelos “Jogos de Inteligência e Criatividade Tática- os JICT. Como recomendado na literatura internacional inicia-se o processo de aprendizagem pelos conteúdos táticos, pela aprendizagem tática (A) e sua complementação com o processos de aprendizagem motora (B) e dirige-se posteriormente ao treinamento tático e técnico (C). O conjunto desses “tijolos”, como os denominam Kröger e Roth (1999) são integrados na orientação “universal” da proposta afim de potencializar os efeitos da aprendizagem pelos JICT. FIGURA1: Iniciação esportiva universal: aprendizado incidental–ensino intencional (GRECO, 2012). Na figura se destaca que os Jogos de Inteligência e Criatividade Tática –JICT- estão presentes em cada um dos momentos, no “A-B-C” do processo. São os JICT que permitem as relações entre os diferentes momentos –A, B,C- e por meio do qual se concretiza o principio de jogar para aprender e de aprender jogando. Os JICT são jogos que as crianças na rua, na praia, jogam sem pensar no esporte, jogos tradicionais, como mãe da rua e outros que são jogados nos pátios das escolas, nos momentos de diversão, inclusive sem a presença de adultos, mas que apresentam em seu desenvolvimento diferentes exigências táticas (particularmente dos processos cognitivos de percepção, atenção, memória/conhecimento, pensamento, entre outros) e motoras (coordenativas principalmente) que conformam uma base de experiências, de vivências inigualáveis para o desenvolvimento das crianças e dos iniciantes. Da aprendizagem tática ao treinamento tático: Utilizando uma metáfora da aprendizagem da língua nativa de uma criança, e fazendo sua comparação com o aprendizado do jogo coloca-se que um jogador deve ter uma adequada “leitura” da situação que defronta, mas também saber “escrever” o jogo, portanto o “vocabulário” deve ser amplo. Assim, para compreender e interpretar o jogo é necessário que o jogador saiba reconhecer as letras, as palavras, às frases, e explanar sobre elas. No jogo torna-se necessário ler o contexto, ver o ambiente, compreender a situação, ou seja, interpretar o jogo. No esporte se tomam constantemente decisões, por exemplo, no handebol, passar ou lançar a gol, isto implica na participação de diferentes processos cognitivos, de recepção/elaboração de informação, etc. que permitam essa tomada de decisão. Na literatura na área da psicologia do esporte diferentes teorias abordam o tema (ALLEN, REEBER, 1980; ARAUJO, 2005), sendo que neste trabalho segue-se o posicionamento da teoria da ação (NITSCH, 2009); do comportamento antecipativo (HOFFMANN, 1993ab); do conhecimento implícito (REBER, 1989); da criatividade (GUILFORD,1950); e a teoria da modularidade da mente (FODOR, 1986), levando também em consideração autores que indiretamente influenciaram a proposta tais como Atlan (2006), Morin e Le Moigne (2000, 2007) em suas considerações sobre complexidade e inteligência e de Ramos (2009), e Stacey (1995) sobre caos. Ao se considerar as decisões necessárias a eficácia do participante no jogo torna-se necessário organizar ao longo do tempo o processo de aprendizagem tática, a “leitura” tática implica na compreensão da situação, e as frases a serem “escritas” são as ações motoras que os jogadores realizam na situação. Essas ações são compostas de várias “palavras motoras” que são as habilidades fundamentais (correr, saltar, lançar, receber, empurrar, rebater, etc.), que por sua vez, constituem cerne do processo de aprendizagem motora. Portanto, é necessário um processo de aprendizagem tática para que o principiante aprenda a “ler” o jogo, tenha “leitura” e compreensão do mesmo. Quem joga na rua aprende de forma incidental as regras táticas do jogo que está jogando, o que vai facilitar sua compreensão e sua orientação tática no Esporte. Mas para jogar, quase paralelamente, ao mesmo tempo é necessário que o principiante desenvolva sua capacidade de “escrever” o jogo, ou seja, de saber fazer. Torna-se necessário organizar o processo de aprendizagem motora desse aluno alertando sobre os perigos dos “vícios de linguagem” (ou seja, erros de realização da técnica) na iniciação esportiva, pois por outro lado esta pode levar a uma especialização precoce. No processo compreendido da aprendizagem tática ao treinamento tático, os jogos e atividades direcionados ao desenvolvimento das capacidades táticas básicas (KRÖGER; ROTH, 2002) tem por finalidade a compreensão da lógica do jogo, particularmente dos Jogos Esportivos Coletivos, pelo praticante. Kröger e Roth (2002) apresentam uma sistematização da lógica do jogo, para que a criança compreenda a dinâmica dos Jogos Esportivos Coletivos (basquete, futebol-futsal, handebol, hockey, rugby, voleibol). Em um jogo, o time em ataque controla o objeto do jogo (a bola), e o outro tenta interceptá-lo ou impedir os movimentos do adversário. Assim, os integrantes de cada equipe desenvolvem estratégias para, por exemplo, conquistar o gol, para fazer o gol (acertar o alvo). Para isso é necessário: transportar a bola para o objetivo, que pode ser feito de forma individual, por exemplo, no futebol ou no futsal, conduzindo a bola, ou passando esta aos colegas. Dependendo da situação uma destas opções terá mais sucesso, portanto é importante se compreender a importância dejogar coletivamente ou jogar em conjunto, já que assim as chances de sucesso aumentam. Portanto, quem tem a bola deve reconhecer os espaços que se apresentam no jogo para avançar, aproximar-se do alvo. Quem não tem a bola precisa oferecer-se, orientar-se, ou seja, como se diz geralmente no handebol e no basquetebol, sair da marcação, facilitando a ação de passe do colega, criando opções para este passar. Pode-se, também assim, ao se passar criar superioridade numérica, já que após o passe é importante se deslocar para ser novamente opção de recepção, se facilita a obtenção do gol, não deixando o adversário proceder a defesa na ação; mas, caso seja necessário para superar a ação do adversário, quem está com a bola pode fintar, criar chance de gol. O segundo conteúdo presente na aprendizagem tática se refere as “Estruturas Funcionais”. Estas têm a finalidade de reduzir a complexidade que o esporte formal apresenta, muitos jogadores solicitando decisões simultaneamente. Por exemplo, jogar handebol com seis jogadores em quadra mais um goleiro é difícil para os iniciantes, é muita gente, muitos jogadores querendo a bola ao mesmo tempo, jogar futebol 11 x 11 no campo é muito complexo, muita gente, muito espaço, muitas dificuldades no manejo da bola, etc. Nas “Estruturas Funcionais” em um primeiro momento, o jogo é simplificado em relação à quantidade de jogadores e, portanto, simplificam-se as alternativas de combinações táticas. Joga-se com uma quantidade menor de participantes (por exemplo, no basquete 2 x 2; ou handebol 3 x 3 com ou sem goleiro, com ou sem curinga), mas mantendo as características das modalidades esportivas (situações com ataque-defesa, colaboração e oposição) e, quando existe igualdade numérica, incentiva-se a marcação individual. Os problemas dos iniciantes ao jogar qualquer modalidade esportiva consistem na dificuldade e na complexidade das ações que decorrem simultaneamente – muitos colegas para se relacionar, muitas coisas para se observar em uma mesma ação e paralelamente como expresso acima, as dificuldades lógicas no manejo da bola, dos elementos necessários a realização da técnica. Isso deve ser evitado na iniciação para melhor compreensão da lógica do jogo, para poder “pensar, ver, escrever e ter vocabulário” no jogo. Quando o número de participantes no jogo é diminuído, as alternativas táticas de tomada de decisão também são diminuídas, mas as soluções táticas e técnicas são preservadas, ou seja, a ideia do jogo é mantida. As estruturas funcionais foram propostas com o objetivo de se apresentar o jogo para as crianças da mesma forma como elas o praticavam sem a presença de adultos. Incentiva-se a jogar com diferentes estruturas funcionais de jogo: 1 X 1 +1; 1 X 1; 2 X 1; 2 X 2 + 1; 2 X 2; 3 X 2; 3 X 3 + 1; 3 X 3 (entre outras formas). Essas formas de organização apresentam situações com igualdade, inferioridade ou superioridade numérica (as atividades com curinga “+1” são ofertadas antes que as situações de igualdade numérica como forma de facilitar o processo de aprendizado. Para facilitar a compreensão do jogo e sua prática, sugere-se a sistematização da ação do “curinga”. Os curingas (podem ser vários colegas, ou somente um colega para ambas as equipes). Eles sempre apoiam a ação do atacante (ou do defensor), mas não podem fazer gol; são somente apoios. Eles “jogam” na realidade, realizam a função do meio fio/guia nas brincadeiras de futebol na rua. Os curingas podem estar em locais fixos, dentro ou fora do campo (nas laterais, em espaços demarcados, em espaços abertos, etc.), ou seja, existem diferentes alternativas didáticas e metodológicas de emprego dos curingas. É importante destacar que a sua função é auxiliar no transporte da bola da equipe em ataque, auxiliar na realização de ações táticas (BAYER, 1986; GRAÇA; OLIVEIRA, 1995). A ideia, o caráter e os objetivos do jogo esportivo não são alterados. Os procedimentos de “deixar jogar” e de “aprender fazendo” são priorizados. Nas “Estruturas Funcionais direcionadas” o jogo toma contornos de exercitação de situações onde se pratiquem as ações táticas de grupo de ataque e defesa em pequenos espaços de jogo. Da Aprendizagem motora ao treinamento técnico: O primeiro conteúdo na aprendizagem motora a ser desenvolvido se relaciona com a estruturação do processo de ensino-aprendizagem-treinamento das capacidades coordenativas (NEUMAIER, 1999; NEUMAIER; MECHLING, 1995ab), a faixa etária considerada importante para se proceder ao seu desenvolvimento abrange até os 12-14 anos. Assim, é fundamental apresentar atividades, principalmente exercícios e posteriormente formas jogadas dos mesmos nos quais se relacione a informação oriunda dos receptores de informação (os sentidos) e a motricidade (a ação motora resultante), em condições de pressão. Ou seja, os sentidos recebem informação do ambiente (percepção) e nosso organismo deve proceder a executar uma ação motora em resposta a situação apresentada. Esta resposta motora deve ser condicionada pelos mesmos elementos de dificuldade que se encontram presentes nas modalidades esportivas no momento de executar ações. São os denominados “Condicionantes da Motricidade” ou fatores de pressão presentes em todas as modalidades esportivas, de forma isolada ou em combinações. A formula para o ensino-aprendizagem-treinamento das capacidades coordenativas consiste em se apresentar habilidades simples (com/sem bola), relacioná-las com os elementos de pressão da percepção, dos sentidos que procedem à recepção da informação, e que a resposta motora a ser realizada seja colocada também em situação de pressão semelhante as que acontecem nas modalidades esportivas. No quadro um (1), a seguir se observam as relações dos analisadores com os fatores de pressão da motricidade. Quadro 1: receptores de informação, fatores de pressão e as características da motricidade (com base em Neumaier e Mechling, 1995ab). Receptores de informação / os Analisadores (percepção) Fatores de pressão Características da motricidade, é necessário Visual Tempo Minimizar o tempo ou maximizar a velocidade. Acústico Precisão Apresentar a maior exatidão possível. Tátil Organização Resolver, superar exigências simultâneas, em paralelo. Cinestésico Complexidade / Sequencia Resolver, superar exigências em sequencia, uma atrás da outra. Vestibular (equilíbrio) Variabilidade Superar exigências ambientais variáveis e situações diferentes. Carga Vencer exigências de tipo físico- condicionais ou psíquicas. Fonte: Iniciação Esportiva Universal e Escola da Bola: uma integração das duas propostas. Greco, P. J. In: Garcia, E. S.; Lemos, K.,L.,M.: Temas Atuais em Educação Física e Esportes X. 2005. No quadro dois (2) são apresentados exemplos de atividades para trabalhar a coordenação. Quadro 2: Exemplo de atividades para o ensino-aprendizagem-treinamento da coordenação. Pressão de organização Analisador vestibular (equilíbrio) Lançar a bola para cima e pegá-la após um giro completo sobre o eixo longitudinal; Circundução dos braços simultaneamente e em sentido contrário; Andar paralelo a uma linha reta e simultaneamente cruzar os braços, abrir e fechar as pernas e pés; Balançar-se acima de um banco sueco e conduzir uma bola; Jogo da sombra com o colega quicando uma bola; Dançar com bolas conforme a música; Balançar-se acima de um banco sueco, lançar e pegar uma bola; Fonte: Iniciação Esportiva Universal e Escola da Bola: uma integração das duas propostas. Greco, P. J. In: Garcia, E. S.; Lemos, K.,L.,M.: Temas Atuais em Educação Física e Esportes X.2005 Como se observa na foto no quadro dois (2), os praticantes se deslocam quicando a bola, andando sobre pneus e mantendo a distância de um bambolê entre eles. Nesta atividade, apresenta-se como forma de treinamento dacoordenação, na qual o analisador equilíbrio e a habilidade de driblar a bola são associados, sendo as exigências de sequencia, organização os condicionantes de pressão da motricidade escolhidos. No processo de aprendizagem motora ao treinamento técnico o segundo conteúdo a ser desenvolvido se relaciona com a melhoria das habilidades, denominadas de habilidades técnicas. Neste caso, o termo habilidades adquire uma conotação ampla, geral, são habilidades que devem ser apresentadas, pois estas antecedem ao treinamento da técnica especifica de uma modalidade, por exemplo, o passe de peito no basquetebol, ou o lançamento com apoio do handebol, etc. As habilidades técnicas consistem em um conjunto de atividades direcionadas a melhoria da coordenação que servirá de base para o domínio das técnicas. No ensino-aprendizagem-treinamento das habilidades técnicas (KRÖGER; ROTH, 1999), a idade sugerida seria até os s 10-12 anos. Nessa faixa etária é importante apresentar atividades e jogos nos quais se reúnam os elementos da técnica comuns ao conjunto das modalidades esportivas. Parte-se do conceito de se desenvolver as potencialidades das crianças a partir das semelhanças na realização dos gestos nas diferentes modalidades. As habilidades técnicas constituem-se de uma sucessão específica de movimentos, completos ou parciais, que podem ser utilizados como solução ao problema da dinâmica gerada numa situação esportiva. No quadro três (3) a seguir são descritas as habilidades técnicas conforme comprovadas por Hossner (1995) e reagrupadas por Kröger e Roth (1999). Quadro 3: Habilidades técnicas e seus objetivos. Habilidades Técnicas Objetivo: (definição e exemplo) Organização dos ângulos Organizar, regular e conduzir de forma precisa à direção de uma bola lançada, chutada ou rebatida. Controle (regulação) da força Controlar, conduzir, regular de forma precisa a força de uma bola lançada, chutada ou rebatida. Determinar o tempo de passe e da bola. Determinar o momento espacial para passar, chutar ou rebater uma bola de forma precisa. Determinar linhas de corrida e tempo da bola. Determinar com precisão a direção e a velocidade de uma bola que é enviada na sua direção no momento de correr e pegar. Se oferecer (se preparar). O importante é se oferecer, se preparar ou iniciar a condução de movimento no momento certo. Antecipar a direção e distância do passe. Determinar a correta direção e distância de uma bola passada prevendo-a corretamente. Antecipação da posição defensiva. Antecipar, prever, a real posição de um ou vários defensores. Observar deslocamentos. Perceber os movimentos, deslocamentos de um ou vários adversários. Fonte: Iniciação Esportiva Universal e Escola da Bola: uma integração das duas propostas. Greco, P. J. In: Garcia, E. S.; Lemos, K.,L.,M.: Temas Atuais em Educação Física e Esportes X. 2005. No quadro quatro (4) a seguir se apresentam exemplos de atividades para desenvolvimento das habilidades técnicas. Parâmetros Atividade Fotografia Controle força. Organização dos ângulos. Antecipar a direção e distância do passe. Acertar a bola: Dois alunos um de cada lado de uma quadra de vôlei- peteca (rede mais baixa),. Um com uma bola de tênis ou semelhante e uma raquete. Vai passar a bola por cima da rede. Objetivo do colega que vai receber, e está com um bambolê, é observar a bola enviada pelo colega do outro lado da rede, em que momento a mesma atinge seu ponto mais alto, calcular onde vai cair no próprio campo, e lançar o bambolê no chão, no local onde a bola enviada pelo colega vai quicar. Variação: Os dois com raquete, passe e quem recebe lança o bambolê e sem perder a sequência, rebate a bola para o outro lado. Nesse caso teremos também o condicionante coordenativo pressão de tempo!!!! Fonte: Iniciação Esportiva Universal e Escola da Bola: uma integração das duas propostas. Greco, P. J. In: Garcia, E. S.; Lemos, K.,L.,M.: Temas Atuais em Educação Física e Esportes X. 2005. 4. Os Jogos de inteligência e criatividade tática – JICT – Para se jogar qualquer modalidade esportiva, e também qualquer jogo, se pressupõe que o praticante compreenda a lógica do mesmo. Portanto é necessário na prática se desenvolver a compreensão tática do jogo, se conhecer quais são os parâmetros constitutivos da compreensão (tática) dos esportes. Importante observar que em muitos jogos de invasão, por exemplo, “rouba bandeira” existe uma serie de elementos que são comuns a varias modalidades esportivas. Bayer (1986) foi um dos primeiros autores a desenvolver um conceito de ensino dos esportes a partir dos seus elementos comuns. Entre estes foram considerados: a bola ou elemento do jogo; o espaço de jogo, isto é o terreno de jogo, o campo de jogo com suas marcações; o objetivo do jogo (gol-ponto); os colegas; os adversários; que devem respeitar determinadas regras do jogo que pela sua vez são controlados por um arbitro / mediador; jogo no qual se pode ter a presença de um público. Estes são os elementos comuns nos esportes considerando seus aspectos organizacionais. Mas temos outro aspecto que é fundamental no esporte que também se apresenta em um jogo: a situação, o marco situacional, ou seja, o contexto ambiental em que as ações serão realizadas. Considerar este aspecto implica que sejam tomadas decisões, realizadas escolhas. Portanto, em todo jogo bem como nos esportes se solicitam os processos cognitivos de atenção, antecipação, percepção, memória/conhecimento, pensamento, tomada de decisão, inteligência... Segundo Guia, Ferreira & Peixoto (2004), um JEC “apresenta um conjunto de indivíduos em interação mútua, com relações e interpelações coerentes e consequentes, com objetivos convencionados e funções específicas definidas”. No esporte ainda se devem considerar as situações em que um participante está em ataque ou em defesa, assim sendo, os Jogos de Inteligência e Criatividade Tática deveriam apresentar: Jogos onde se tenham 2 / 3 elementos do jogo. (defesa / ataque e retorno / CA) Jogos onde existam variações de situações. Jogos onde se tenha diversidade e complexidade da Atenção / Percepção. Jogos onde se tenha diversidade e complexidade de decisões. Nos Jogos de Inteligência e Criatividade tática é necessário a captação da informação relativa a particularidade da situação, para a concretude da tomada de decisão. Na situação de jogo para encontrar a solução ao problema que se defronta é preciso agir de modo contrário a previsibilidade, isto significa muitas vezes que a criança deve criar soluções para se “adaptar” a imprevisibilidade do jogo. Portanto os processos cognitivos são solicitados a contribuir na resolução de problemas presentes no contexto do jogo, via a execução de uma habilidade motora (GARGANTA, 1998, 2002, 2005; 2006; GARGANTA, GREGHAINE, 1999; MESQUITA, 2005; MATIAS; LIMA; GRECO, 2012). 5. Considerações finais O direcionamento do processo de ensino descrito neste texto se apóia no conceito de oportunizar a aluno vivencias de movimentos, formas de aprendizagem incidental. Porém de uma forma sistematicamente planejada pelo professor de forma intencional, consciente, direcionada a promover a interação entre “como ensinar o esporte” e “ensinar por meio do esporte” de forma a ensinar mais do que esporte. Assim, no texto resgata-se a importância do jogo, do jogar, daquelas formas que a criança vivenciava na rua com seus colegas ou como era na várzea. Considera-se nestas propostas (IEU – Escola da Bola), que o tipo e qualidade da realização dos movimentos (técnicas) não são o tema central do processo de aprendizagem. Logo, a maior relevância descrita pelos mesmos é "jogar para aprender em primeiro momento e aprender jogando em segundo momento, sendo seguidos de um”. Ambas as propostas visam oportunizar que a criança aprendarápida e adequadamente os conteúdos táticos das modalidades esportivas e suas regras táticas básicas, porém não pela via da repetição de driles, exercícios e jogadas programadas. O aprendizado por meio de “jogos para desenvolvimento da inteligência tática”, de “Estruturas Funcionais” gerais primeiro e direcionadas posteriormente com a orientação do professor, oportunizam que o praticante jogue de forma variada e lhe seja solicitado uma adequada solução a cada uma das situações de jogo que defronta. Constrói-se assim uma passagem das formas de aprendizagem incidental para os métodos de aprendizagem intencional-formal. Ao jogar as crianças estão aprendendo por meio da transformação dos jogos e das atividades em experiências, vivencias que ficam na sua memória. Conforme o momento e a situação experimentada elaboram informações do ambiente, ou seja, decorrem mentalmente processos perceptivos e decisórios, que se relacionam com a cognição e a ação. Na escola, especificamente na disciplina de Educação Física, é fundamental proporcionar aos alunos meios para desenvolverem seu conhecimento esportivo, oportunizando a apropriação de uma cultura esportiva. Toda metodologia de ensino deve estar integrada em um Sistema de Formação e Treinamento Esportivo. Os princípios para uma proposta integrada para a Iniciação Esportiva seguem os conceitos de “jogar para aprender, aprender jogando”. O desenvolvimento da capacidade de jogo se inicia com a aprendizagem tática. Jogar é um evento dinâmico que requer conhecimento tático, solicitando certa qualidade técnica. Há características táticas similares entre as modalidades esportivas, mesmo que a solicitação de técnicas de gestos motores seja especificas a cada uma delas. Esse aspecto revela a importância do desenvolvimento das capacidades coordenativas e das habilidades técnicas que servem de base motora para a realização da técnica especifica em estádios mais avançados, bem como facilitam a tomada de decisão tática no jogo. Assim, através do jogar, almeja-se construir alternativas para que as crianças/adolescentes aprendam a ser, a fazer, a conhecer e a conviver. Ainda se tem muito a percorrer na Educação Física e particularmente na Iniciação Esportiva. Como já colocara em outros trabalhos, para alguns “ser professor é fácil, ser um bom professor solicita coragem, dedicação, tempo, estudo e, principalmente, o desejo de se sentir realizado somente ao ver o progresso dos seus alunos” (GRECO, SILVA, SANTOS, 2009). Assim, no ensino dos esportes, e particularmente dos Jogos Esportivos Coletivos é preciso elaborar propostas pedagógicas inter e transdisciplinares das modalidades que integrem os aspectos comuns aos Jogos Esportivos Coletivos, por exemplo, os presentes na inter-relação da tríade tempo-espaço-situação relativo ao momento tático do jogo. Estas propostas de ensino-aprendizagem-treinamento devem considerar os componentes estruturais (numero de jogadores) e funcionais (ataque–defesa) dos Jogos Esportivos Coletivos, relacionando os métodos de ensino-aprendizagem-treinamento, com o desenvolvimento das capacidades inerentes ao rendimento esportivo em seus diferentes níveis de manifestação. Requer o conhecimento das concepções pedagógicas existentes, que se apóiem em uma plataforma teórica ampla. 6. REFERÊNCIAS AGUILÀ LASIERRA, G.; BURGUÊS, L. P.: 1015 juegos y formas jugadas de iniciación a los deportes de equipo. v.2. Barcelona: Paidotribo, 2000. ALLEN, R; REEBER, A. S. A very long term memory for tacit knowledge. Cognition. 1980(8):175-85. ARAÚJO, D. (ORG.). O contexto da Decisão. A acção táctica no desporto. Lisboa: Visão e Contexto Editora.2005 ASSIS, S.: Reinventando o esporte. Possibilidade da prática pedagógica. Campinas, SP: Editores Associados, 2001. ATLAN, H. A organização biológica e a teoria da informação. 3ª Ed. Lisboa: Instituto Piaget. 2006. BARBANTI,V.J.; AMADIO, A. C.; BENTO, J.O.; MARQUES, A.T.(Orgs): Esporte e Atividade Física. Interação entre rendimento e saúde. São Paulo. Manole, 2002. BASSOLI, A.A.O.; PERIM, G.L. Fundamentos Pedagógicos do Programa Segundo Tempo: da reflexão a prática. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2009. BAYER, C. La enseñanza de los juegos deportivos colectivos. Barcelona: Hispano- Europea, 1986. BENTO, J. O. Contextos e perspectivas. In: BENTO, J. O.; GARCIA, R. P.; GRAÇA, A. (org.) Contextos da pedagogia do desporto. Lisboa: Livros Horizonte, p. 19-112, 1999. BENTO, J. O. Desporto para crianças e jovens: das causas e dos fins. In: Gaya, A.C.; MARQUES, A.T.; TANI, G.: Desporto para crianças e jovens. Razões e finalidades. Porto Alegre. UFRGS Editora, 2004. BENTO, J. O. TANI, G.; PETERSEN, R. D. S. Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. BETTI, M. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991. BETTI, M. Educação física escolar: a percepção discente. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 16, n.2, p.158-167, 1995. BETTI, M. Ensino de primeiro e segundo graus: Educação Física para quê? Revista do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, v.13, n.2, 1992. BÖHME, M. T.S. O treinamento a longo prazo e o processo de detecção e seleção e promoção de talentos esportivos. Revista do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, v 21, n 2/3, p. 4-10, 2000. BÖHME, M. T.S. Talento esportivo. In: Gaya, A.C.; MARQUES, A.T.; TANI, G.: Desporto para crianças e jovens. Razões e finalidades. Porto Alegre. UFRGS Editora, 2004. BRACHT, V. A criança que pratica esportes respeita as regras do jogo... capitalista. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.7, n.2, p. 62-68, 1986. BRACHT, V. Esporte na escola e esporte de rendimento. Movimento. Porto Alegre, v.6, n.12, p.14-24, 2000. BRACHT, V. Sociologia crítica do esporte: uma introdução. Ijuí: Unijuí, 2003. BRACHT, V.: A criança que pratica esportes respeita as regras do jogo... capitalista. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. São Paulo: v.7, n.2, 62-68, 1986. BUNKER, D; THORPE R. A model for teaching all games in secondary school. Bulletin of Physical Education. 1982;18-1:5-8. BUNKER, D.; THORPE, R. La enseñanza de los juegos deportivos. Apunts, Barcelona, 1986. BUNKER, D; THORPE, R. Is there a need to reflect on our games teaching? In: THORPE R.B, D.; ALMOND, L. editores. Rethinking games teaching. Loughborough: Loughborough University of technology; 1986. p. 25-33. CAVALLI, D. Didáctica de los deportes de conjunto. Enfoques, problemas y modelos de enseñanza. Stadium, Buenos Aires, 2008. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. COLLET, C.; DONEGA, A. L.; NASCIMENTO, J. V. A organização pedagógica do treinamento de Voleibol: um estudo de casos em equipes mirins masculinas catarinenses. Revista Motriz, Rio Claro, v.15, n.2, p.209-218, 2009. COLLET, C.; NASCIMENTO, J. V.; DONEGA, A. L.. Processo de ensino-aprendizagem- treinamento no voleibol infantil masculino em Santa Catarina. Revista da Educação Física, Maringá, v.18, n.2, p.147-159, 2007. COSTA, H.C.M.; LIMA, C.O.V.; MATIAS, C.J.A.S.; GRECO, P.J. Efeito do processo de treinamento técnico-tático no nível de conhecimento declarativo de jovens praticantes de voleibol. Revista Mineira de Educação Física, Viçosa, v.15, n.2, p.5-19, 2007. COSTA, L.C.A.; NASCIMENTO, J.V. O ensino da técnica e da tática: novas abordagens metodológicas. Revista de Educação Física, Maringá, v.15, n.2, p.49-56, 2004. DAÓLIO, J. A educação física e o conceito de cultura. Campinas: Autores Associados, 2004. DAÓLIO, J. A ordem e a (des) ordem na educação física brasileira. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.25, n.1, p.115-127, 2003. DARIDO, S.C. A educação física na escola e o processo de formação dos não praticantes de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes, São Paulo, v.18, n.1,p.61- 80, 2004. DARIDO, S.C. Educação física na escola. Questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara, 2003. DARIDO, S.C.; BASSOLI de OLIVEIRA, A. A. Procedimentos metodológicos para o programa segundo tempo (PST). In: BASSOLI, A.A.O.; PERIM, G.L. Fundamentos Pedagógicos do Programa Segundo Tempo: da reflexão a prática. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2009. DARIDO, S.C.; BONFOGO, D. Efeitos do método global e parcial na aprendizagem do basquetebol. Kinesis, n.12, p.28-42, 1993. DE ROSE JÚNIOR, D. Modalidades esportivas coletivas: o basquetebol. In: DE ROSE JÚNIOR (Org.). Modalidades esportivas coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 113-127. DE ROSE JUNIOR, D.(org): Esporte e atividade física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artemed, 2001. DYSON, B.; GRIFFIN, L.L.; HASTIE, P. Sport Education, Tactical Games, and Cooperative Learning: Theoretical and Pedagogical Considerations. Quest, Champaign, v.56, n.2, p.226- 240, 2004. FERREIRA, H.B.; GALATTI, L.; PAES, R.R. Pedagogia do esporte: considerações pedagógicas e metodológicas no processo de ensino - aprendizagem do basquetebol. In: PAES, R.R.; BALBINO, H.F. (Org.). Pedagogia do Esporte: Contextos e Perspectivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 123-136. FODOR, J.A. La modularidad de la mente.Madrid. Morata. 1986. FREIRE, J. B.: Pedagogia do Futebol. Campinas. São Paulo: Autores Associados, 2003. FRENCH, K. E.; WERNER, P. H.; TAYLOR, K.; HUSSEY, K.; JONES, J. The effects of a 6 week unit of tactical, skill, or combined tactical and skill instruction on badminton performance of ninth-grade students. Journal of Teaching in Physical Education, Champaign, v.15, n.4, p.439-463, 1996. GARGANTA, J. Dos constrangimentos da acção à liberdade de (inter)acção, para um futebol com pés... e cabeça. In: Araújo, D. (Org.) O Contexto da Decisão. A acção táctica no desporto. Lisboa: Visão e contexto editora. 2005. GARGANTA, J.: Para uma teoria dos Jogos Desportivos Colectivos. In: O ensino dos Jogos Desportivos: 11-25. in: GRAÇA & OLIVEIRA (Eds.). CEJD / FCDEF-UP.Portugal, 1995. GARGANTA, J.; GRÉHAIGNE, J. F. Abordagem sistémica do jogo de futebol: Moda ou necessidade? Porto Alegre: Revista Movimento. 6(10). 1999. GARGANTA, J.; PINTO, J. O Ensino do Futebol. In Graça, A. &, Oliveira, J. (1998) O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos. (3ª Ed.) Porto: Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto. 1998. GAYA, A. C.; TORRES, L.. O esporte na infância e adolescência: alguns pontos polêmicos. In: GAYA, A.C.; MARQUES, A.T.; TANI, G.: Desporto para crianças e jovens. Razões e finalidades. Porto Alegre. UFRGS Editora, 2004. GAYA, A.C. Sobre o esporte para crianças e jovens. Movimento, Porto Alegre, v.7, n.13, p.1- 14, 2000. GIMENEZ, A. M. Modelos de enseñanza deportiva: análisis de dos décadas de investigación. In: http:// efdeportes.com/Revista digital. Buenos Aires: ano 4, n.13, março 1999. GIMENEZ, A.M. los juegos de predominio táctico: propuesta eficaz para la enseñanza de los deportes de invasión. In: http:// efdeportes.com/Revista digital. Buenos Aires: ano 3, n.11, Outubro 1998. GRAÇA, A.; OLIVEIRA, J. O ensino dos jogos esportivos coletivos. Porto: Centro de Estudos dos Jogos Esportivos - Universidade do Porto, 1995. GRECO, P. J. (Org.): Iniciação esportiva universal. Vol 2. Metodologia da iniciação tática. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998. GRECO, P. J.; ROTH, K; SCHÖRER, J. Ensino-aprendizagem-treinamento da criatividade tática nos jogos esportivos coletivos. In: Garcia, E. S.; Lemos, K.,L.,M.: Temas Atuais em Educação Física e Esportes IX. Belo Horizonte: Editora gráfica Silveira, 2004 GRECO, P. J. O ensino do comportamento tático nos jogos esportivos coletivos: aplicação no handebol. Tese (Doutorado em Educação) 224p., Faculdade de Educação, Campinas, 1995. GRECO, P. J., SISTO, F. F. O ensino do comportamento tático nos jogos esportivos coletivos: aplicação no handebol. Trajetos. Campinas, 1995. GRECO, P. J.; BENDA, R. N. (Org.): Iniciação esportiva universal. Vol. 1. Da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998. GRECO, P.J. Cogni(a)cão: conhecimento, processos cognitivos e modelos de ensino- aprendizagem-treinamento para o desenvolvimento da criatividade (tática). Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Porto, v.4, n.2, p.56-59, 2004a. GRECO, P.J. Ensino aprendizagem treinamento dos jogos esportivos coletivos: iniciação esportiva universal uma escola da bola. FIEP Bulletin, v.73, p.31- 42, 2003. GRECO, P.J. Ensino-aprendizagem-treinamento da criatividade tática nos jogos esportivos coletivos. In: GARCIA, E.S.; LEMOS, K.L.M. (Org.). Temas Atuais em Educação Física e Esportes IX. Belo Horizonte: Gráfica Silveira, 2004b. GRECO, P.J. Métodos de ensino-aprendizagem-treinamento nos jogos esportivos coletivos. In: GARCIA, E.S.; LEMOS, K.L.M. (Org.). Temas Atuais em Educação Física e Esportes VI. Belo Horizonte: Editora Health, p.48-72. 2001. GRECO, P.J. Iniciação Esportiva Universal e Escola da Bola: uma integração das duas propostas. In: GARCIA, E.S.; LEMOS, K.L.M. (Org.). Temas Atuais em Educação Física e Esportes X. Belo Horizonte: Editora Health, p. 33-62. 2005. GRECO, P. J.; SILVA, S. A. A metodologia de ensino dos esportes no marco do Programa Segundo Tempo. In: PERIM, G.L.; BASSOLI OLIVEIRA, A. A. (Org.). Fundamentos Pedagógicos do Programa Segundo Tempo. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2008. GRECO, P.J.; SILVA, S.A.; SANTOS, R.L. Organização e desenvolvimento pedagógico do esporte no Programa Segundo Tempo. In: BASSOLI, A.A.O.; PERIM, G.L. (Org.). Fundamentos Pedagógicos do Programa Segundo Tempo: da reflexão a prática. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2009. GRIFFIN, L. A; MITCHELL, S.A; OSLIN, J.L.: Teaching Sport Concepts and skills: a tactical approach. Champaign. Londres, 1997. GUIA, N.; FERREIRA, N.; PEIXOTO, C. A eficácia do processo ofensivo em Futebol. O incremento do rendimiento técnico-táctico. Lecturas em Educación Física y Deportes. Revista Digital. Buenos Aires. Argentina. Año 10; N° 79; Diciembre de 2004. http://www.efdeportes.com GUILFORD, J. P.: Creativity. American Psychologist, n.5, p.444-454, 1950. HOFFMANN, J. Unbebusstes Lernen -eine Besondere Lernform?. . Psichologische Rundschau 44,:75-89.1993a HOFFMANN, J. Vorhersage und Erkenntnis. Gottingen: Hogrefe; 1993b. HOSSNER, E. J. Module der Motorik. Schorndorf. Alemanha.: Hofmann; 1995. KREBS, R. J.: Da estimulação à especialização motora. Kinesis, v.9, p. 29-44. 1992 KRÖGER, C.; ROTH, K. Escola da Bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. São Paulo: Phorte, 2002. KRÖGER, C.; ROTH, K.: Ballschule. Ein ABC für Spielanfänger. Schorndorf: Hofmann, 1999. KUNZ, E. A educação física: mudanças e concepções. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.10, n.1, p.28-32, 1988. LIMA, C.O.V. Desenvolvimento do conhecimento tático declarativo e processual no processo de ensino-aprendizagem-treinamento do voleibol escolar. 166f. Dissertação (Mestrado) Ciências do Esporte - Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2008. MATIAS, C.J.A.S.; GRECO, P.J. Cognição e ação nos jogos esportivos coletivos. Ciências & Cognição, Rio de Janeiro, v.15, n.1, p.252-271, 2010. MEMMERT, D.: Kognitionen im Sportspiel. Wissenschaftliche Berichte und Materialen. Köln: Sport und Buch Strauss. 2004. MENDES, J. C. O processo de ensino-aprendizagem-treinamento do handebol no estado do Paraná: estudo da categoria infantil. 2006. Dissertação (Mestrado) Teoria e Prática Pedagógica em Educação Física. Centro de Educação Física e Desporto, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2006. MESQUITA, I. Ensinar bem para aprender melhor o jogo de voleibol. In: TANI, G.; BENTO,J.O.; PETERSEN, R.D.S. (Org.) Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 327-344. MESQUITA, I.. Valorização da aprendizagem autônoma no treino de crianças e jovens. Revista Perfil, Porto Alegre, v.7, n.8, p.15-16, 2005. MESQUITA, I.; GRAÇA, A. Modelos de ensino dos jogos desportivos. In: TANI, G.; BENTO, J.O.; PETERSEN, R.D.S. (Org.) Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 269-283. MORALES, J.C.P. Processo de ensino-aprendizagem-treinamento no basquetebol: influência no conhecimento tático processual. 2007. 176f. Mestrado (Dissertação) Treinamento Esportivo - Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2007. MORALES, J.C.P.; GRECO, P.J. A influência de diferentes metodologias de ensino- aprendizagem-treinamento no basquetebol sobre o nível de conhecimento tático processual. Revista brasileira Educação Física e Esporte, v.21, n.4, p.291-99, 2007. MORALES, J.C.P.; GRECO, P.J.; ANDRADE, R.L. A description of the teaching-learning processes in basketball and their effects on procedural tactical knowledge. Revista de Psicología del Deporte, Barcelona, v.18, n.3, p.469-473, 2009. MORALES, J.C.P.; SILVA, E.G.; MATIAS, C.J.A.S.; REIS, R.A.; GRECO, P.J. Processo de ensino-aprendizagem-treinamento no mini-basquetebol. Fitness & Performance Journal, v.8, n.5, p.349-359, 2009. MOREIRA, V.J.P. A influência de processos metodológicos de ensino-aprendizagem- treinamento na aquisição do conhecimento tático no futsal. 2005. 180f. Mestrado (Dissertação) Treinamento Esportivo - Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2005. MOREIRA, W.W. Educação física escolar: uma abordagem fenomenológica. Campinas: Unicamp, 1991. MORIN, E ; LE MOIGNE, J.L.: A inteligencia da complexidade.São Paulo: Peirôpolis, 2000. MORIN, E. ; LE MOIGNE, J. L. (Eds). Inteligência da Complexidade. Epistemologia e pragmática. (Duarte, J. Trad.). Lisboa: Instituto Piaget Editora. 2007 MUSCH, E.; MERTENS, B. L'enseignement des sports collectifs: Une conception elaborée a l'isep de l'université de gand. Revue de l'Education Physique,v.31, n.1, p.7-20, 1991. NASCIMENTO, J.V. Metodologias de ensino dos esportes: avanços teóricos e implicações práticas. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Porto, v.4, n.2, p.76-78, 2004. NASCIMENTO, J.V.; RAMOS, V.; MARCON, D.; SAAD, M. A.; COLLET, C. Formação acadêmica e intervenção pedagógica nos esportes. Motriz, Rio Claro, v.15, n.2, p.358-366, 2009. NEUMAIER, A.: Koordinatives Anforderungsprofil und Koordinationstraining. Köln: Strauss, 1999. NEUMAIER, A.; MECHLING, H.: Allgemeines oder sportartspezifisches Koordinationstraining? Ein Strukturierungsvorschlag zur Analyse und zum Training spezieller Koordinativer Leistungsvoraussetzungen. Leistungssport. Münster: v.25, n.5, p. 14- 18, 1995a. NEUMAIER, A; MECHLING, H.: Taugt das Konzept koordinativer Fähigkeiten als Grundlage für sportartspezifisches Koordinationstraining? In: BLASER, P.; WITTE, K.; STUCKE, C. (Hrsg.), Steuer- und Regelvorgänge der menschlichen Motorik. St. Augustin: Academia, p. 207-212, 1995b. NITSCH, J. R. Ecological approaches to Sport Activity: A commentary from an action- theoretical point of view. International Journal Sport Psychology. 2009;40:152-76. PIAGET, J.: A tomada de consciência. São Paulo. Edições Melhoramentos. USP. 1978. PINHO, S.T.; ALVES, D.M.; GRECO, P.J.; SCHILD, J.F.C. Método situacional e sua influência no conhecimento tático processual de escolares. Motriz, Rio Claro, v.16, n.3, p. 580-590. 2010. RAAB, M.: SMART. Techniken des Taktiktrainings, Taktiken des Techniktrainings. Wissenschaftliche Berichte und Materialen. Köln: Sport und Buch Strauss. 2001. RAMOS, M. S. Teoria do Caos. Potencialidades na modelização da aprendizagem de conceitos científicos. Lisboa: Instituto Politécnico de Lisboa. Edições Colibri. 2009 REBER, A. S.: Implicit learning and tactic knowledge. Journal of Experimental Psychology: n.118, p.219-235, General, 1989. REVERDITO, R. S.; SCAGLIA, A J.; PAES, R. R. Pedagogia do esporte: panorama e análise In: REVERDITO, R.S.; SCAGLIA, A.J. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2009. REVERDITO, R.S.; SCAGLIA, A.J. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2009. RINK, J. E.; FRENCH, K. E; TJEERDSMA, B.L.: Foundations for the learning and instructions of sport games. Journal of teaching in Physical Education. P. 399 – 417, 1996. RINK, J.E. Teaching physical education for learning. St. Louis: Mosby, 1993. RINK, J.E.; FRENCH, K.E.; TJEERDSMA, B.L. Foundations for the Learning and Instruction of Sport and Games. Journal of Teaching in Physical Education, Champaign, v.15, n.4, p.399-417, 1996. ROTH, K.; KRÖGER, C.; MEMMERT, D.: Ballschule Rückschlagspiele. Schorndorf: Hofmann, 2002. ROTH, K.; RAAB, M., GRECO, P. J.; SAMULSKI, D.: Kreativitaetsgsprozesse im Sportspiel. In BISp (Hrsg.), Jahrbuch. Köln, 1999. ROTH, K; MEMMERT, D; SCHUBERT, D. Ballschule Wurfspiele. Hofmann-Verlag. Schorndorf. 2006. SCAGLIA, A.J. Pedagogia do esporte: dimensões pedagógicas do esporte. Brasília: CEAD - UNB, 2004. SIEDENTOP, D Sport education: quality PE through positive sport experiences. Champaign: Human Kinetics, 1994. SIEDENTOP, D The theorie and practice of sport education. In: BARRETTE, G.; FEINGOLD, R.; REES, C.; PIÉRON, M. (Org.). Myths, models and methods in sport pedagogy. Human Kinetics: Champaign, 1987. p. 79-85. SIEDENTOP, D. Aprender a enseñar la educación física. Barcelona: INDE, 1998. STACEY, R. D. A Fronteira do Caos. Lisboa: Bertrand Editora1995. STIGGER, M.P.; LOVISOLO, H. Esporte de rendimento e esporte na escola. Campinas: Autores Associados, 2009. TANI, G. A criança no esporte: implicações da iniciação esportiva precoce. In: KREBS, R.J.; COPETTI, F.; ROSO, M.R.; KROEFF, M.S.; SOUZA, P.H. (Org.). Desenvolvimento infantil em contexto. Florianópolis: UDESC, 2001. p. 101-113. TANI, G. Abordagem desenvolvimentista: 20 anos depois. Revista da Educação Física, Maringá, v.19, n.3, p.313-331. 2008. TANI, G. Perspectivas para a educação física escolar. Revista Paulista de Educação Física. São Paulo, v.5, n.1/2, p.61-69, 1991. TANI, G.; MANOEL, E. J.; KOKUBUN, E.; PROENÇA, J. E. Educação Física Escolar: uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU/EDUSP, 1988. TANI, G.; MANOEL, E.J. Esporte, Educação Física e Educação Física Escolar. In: GAUA, A.; MARQUES, G.; TANI, G. Desporto para crianças e jovens: razões e finalidades. Porto Alegre: UFRGS, 2004. THORPE, R.; BUNKER, D.; ALMOND, L. Rethinking Games Teaching. Loughborough: Leics. 1986. WERNER, P.; THORPE, R.; BUNKER, D. Teaching Games for Understanding: Evolution of a Model. The Journal of Physical Education Recreation & Dance, Reston, v.67, n.1, p.28-33, 1996. Endereço para correspondência: Pablo Juan Greco Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) Centro de Estudos de Cognição e Ação (CECA) Av. Antônio Carlos, 6627, Campus UFMG Pampulha Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil CEP: 31270-901 / Telefone: (31) 3409-23.29 Email: grecopj@ufmg.br