Buscar

Ebook - Maria da Penha - Professor Thiago Garcia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

E-BOOK 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
THIAGO GARCIA 
 
2 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá amigo(a), 
 
Neste e-book eu vou te fornecer conhecimentos que ainda não vi ninguém 
comentando. Com certeza vão despencar nas provas e nos concursos. Antes, porém, 
quero me apresentar a você. 
 
O meu nome é Thiago Garcia. 
 
Sou Delegado de Polícia, Professor, Escritor e Palestrante. 
 
O meu último livro (Tudo o que você precisa saber sobre: Delegado de Polícia, 
Lei Maria da Penha e Princípio da Insignificância – Editora Rideel) tem quase 1000 
folhas de conteúdo e o prefácio foi escrito pelos maiores juristas do Brasil: Rogério 
Greco, Cleber Masson, Pedro Lenza, Pedro Barretto, Norberto Avena, Paulo Gustavo 
Guedes Fontes, Márcio André Lopes Cavalcante, entre outros. 
 
 
 
Nas redes sociais sou conhecido como “Delta Thiago”, sendo o mais seguido da 
minha área, com um milhão de seguidores. Divulgo diversos conteúdos para evolução 
nos estudos, nos concursos e na vida. 
 
Participe do meu curso gratuito (Lei dos Crimes Hediondos, atualizada com o 
Pacote Anticrime) pelo Telegram. Baixe esse aplicativo no seu celular e entre no meu 
canal (serve para todos os concursos e provas): Delta Thiago. Também tenho um canal 
de dicas exclusivo para a carreira de Delegado de Polícia: Futuro Delegado. 
 
Siga-me no Instagram, no You Tube e no Twitter: Delta Thiago. 
 
No Facebook estou como Delegado Thiago. 
 
Site: deltathiago.com. 
 
Thiago Garcia. 
3 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
A APROVAÇÃO NA OAB E NOS CONCURSOS 
NÃO COMEÇA PELO DIREITO! 
 
UM EVENTO QUE PODE MUDAR SUA VIDA! 
(100% ONLINE E GRATUITO) 
 
Você sente que as suas partes mental e sentimental estão ruins? 
 
Sente que o seu estudo não está rendendo? 
 
Sente que a matéria não fica armazenada no seu cérebro? 
 
Já cansou de perder tempo e dinheiro? 
 
Quer passar na prova logo para realizar seu sonho e ser feliz? 
 
Então tenho algo que vai te auxiliar muito! 
 
Abra a mente, tenha humildade para mudar e reflita comigo. 
 
Eu também já senti a dor que você está sentindo. Quase passei fome, não tinha 
livros para estudar, sentia que estava perdido, parecia que a aprovação nunca chegaria. 
Meu cansaço físico e mental era imenso! O jogo só virou para mim quando descobri o 
caminho extraordinário. Tive que descobrir tudo isso sozinho, após inúmeras quedas, 
lágrimas e sangramentos no campo de batalhas. Hoje sou a pessoa que eu queria ter 
encontrado no meu caminho na época do inferno. Teria sofrido muito menos. Fico 
estarrecido quando vejo tantas pessoas sofrendo na área das provas e concursos. Por 
isso tenho contribuído com a minha experiência para a transformação de inúmeras 
vidas. Você também pode ser resgatado(a) desse buraco! Posso te ajudar a percorrer o 
caminho que já percorri, topa? Ou quer continuar sofrendo? 
 
Vamos lá então! A verdade é que a grande maioria dos estudantes começa o 
estudo de forma errada. Quase todo mundo foca apenas no jurídico. Não se sinta 
culpado(a). Isso acontece porque nunca mostraram para você o caminho que reputo 
ser o mais extraordinário. E não estou falando de métodos fraudulentos que prometem 
mágicas. Esse caminho que encontrei exige muita ralação, mas essa ralação é com 
técnica e eficiência. Ralar por ralar não resolve nada! 
 
Pare um pouco e pense comigo. Muitos falam por aí: “é só criar vergonha na cara, 
sentar a bunda na cadeira e estudar. Acredite em você, leia a lei seca etc.”. Esse 
discurso é raso e simplista! O buraco é bem mais embaixo. Se fosse tão fácil assim, não 
teríamos tanto sofrimento e reprovações nas provas e nos concursos. 
 
 
 
 
4 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
 
Entenda que o problema não é jurídico. Com certeza você já teve contato com 
vários cursos, livros, PDfs, vídeo aulas, certo? Não é por falta de material. Aí mandam 
você ler centenas de artigos por dia, informativos, socam conteúdo jurídico goela abaixo 
como se você fosse um robô. Resultado: você começa a se sentir incapaz, pois não 
consegue absorver tudo isso. O desânimo uma hora chega e a pessoa desiste, já que as 
dificuldades do estudante são árduas e incomensuráveis (gastos de tempo, de energia 
mental, de força física, de dinheiro, privações, viagens, materiais de estudo etc.). 
 
Quantas vezes te falaram que a aprovação começa antes de abrir o livro/ver a 
vídeo aula? Como uma cabeça desequilibrada consegue aprender? Como alguém 
desmotivado consegue entender a matéria? A ansiedade, a falta de vontade, a 
procrastinação, a autoestima baixa, a ausência de confiança, a impaciência, o 
desânimo, o medo, enfim, esses e outros obstáculos têm uma causa em comum: a falta 
de construção de base (intangível). As pessoas começam direto no Direito. Está errado! 
O Direito é o terceiro passo. 
 
O primeiro passo é o intangível (fé, inteligência emocional, crenças, 
reprogramação mental etc.). O pessoal pula o primeiro passo e depois não sabe o 
motivo de o estudo não prosperar. 
 
O segundo passo são as técnicas de estudo (como fazer resumo, revisão, 
exercícios, planejamento, memorizar etc.). Quantas vezes até hoje alguém te ensinou 
a estudar antes de te dar o material jurídico? Ler não é estudar! Ver vídeo aula não é 
estudar! Estudar é aprender. Estudar é saber armazenar a matéria na sua memória para 
resgatá-la na hora da prova. É por isso que você sente que o estudo não rende. 
 
Quer saber mais sobre tudo isso? Eu farei uma série de transmissões (100% online 
e 100% gratuito) para falar sobre os três passos desse caminho extraordinário 
(intangível, técnicas de estudo e Direito). Quero contar como fui aprovado, na primeira 
tentativa e sem cursinho, na OAB, para Delegado de Polícia, no TRF1, no MPF, no MPSP 
e em outras provas, mesmo sem livros e carregando o mundo nas costas. Só consegui 
mudar a minha vida e superar o insuperável porque usei esse caminho extraordinário. 
Não sou gênio. Apenas fiz o que quase ninguém faz. 
 
Esse evento pode mudar a sua vida! Ele já mudou as vidas de vários 
alunos/seguidores. Já estou há quase uma década tirando a venda dos olhos dos 
estudantes. 
 
Veja alguns depoimentos (recebi inúmeros) sobre o último evento que fiz: 
5 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
“Estou com 38 anos. Mas depois da live de ontem mudei a minha visão" 
(Instagram: @msbarros973). 
 
“Muito obrigada, professor!! Foi muito emocionante e inspirador, chorei muito 
com tanta energia boa" (Instagram: @mariana_machado.mm). 
 
"Levam-se anos para aprender na prática algo que nos ensinou em 3 lives" 
(Instagram: @yanoliveira01). 
 
“Quebrando paradigmas e nos ensinando algo que nunca foi dito" (Instagram: 
@getuliom7). 
 
"Sabe quantas reprovações na OAB? Quanto dinheiro e cursos sem resultados? 
Precisava ouvir vc para a libertação que estou sentindo agora (...) Cara vc é surreal. 
Muito grata, suas palavras foram libertadoras. Hoje estou até respirando melhor. 
Muito feliz. Vc é um anjo enviado por Deus" (Instagram: @elizangelateodosio). 
 
“Tenho certeza que você resgatou muitas pessoas, assim como eu, que estava sem 
esperança e expectativa para continuar caminhando" (Instagram: @thaiiscarrijo). 
 
"Suas palavras mexeram com o meu interior, venho passando por muitasprovações. Você é um ser humano fantástico. Já está tatuado no meu coração. 
Muito obrigada por vc existir" (Instagram: @luninaepulga). 
 
"Obrigado pelo conteúdo exclusivo de ensinamentos e dicas. Sem sombra de 
dúvidas, suas palavras e dicas vividas nunca nos foi passadas ou ensinadas" 
(Instagram: @r2periciass). 
 
"Meu Deus. Impactada com sua dedicação. Que amor é esse? Mudando a minha 
vida" (Instagram: @michelle_nogueira__). 
 
"Parabéns, professor. A live de hoje foi extraordinária. Obrigado pela disposição 
em ajudar a tirar a venda dos concurseiros e concurseiras do Brasil!" (Instagram: 
@eric.rds). 
 
Você receberá as datas das transmissões, os horários e os links de acesso por e-
mail. Faça sua inscrição agora, pois falta pouco para o evento começar. É só enviar um 
e-mail para: contato@deltathiago.com 
 
Bora passar o trator, fique com Deus e te vejo no nosso evento! 
 
Abraço, 
Thiago Garcia. 
mailto:contato@deltathiago.com
6 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
Inicialmente, averbe-se que a Lei nº 13.984, de 3 de abril de 2020, 
alterou o art. 22 da Lei Maria da Penha (nº 11.340/2006) para criar duas 
medidas protetivas de urgência novas (incs. VI e VII). 
 
Eis a nova redação do art. 22: 
 
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, 
nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em 
conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, 
entre outras: 
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao 
órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ; 
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; 
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: 
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o 
limite mínimo de distância entre estes e o agressor; 
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio 
de comunicação; 
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física 
e psicológica da ofendida; 
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a 
equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar; 
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios; 
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e 
reeducação; e 
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de 
atendimento individual e/ou em grupo de apoio. (grifos nossos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
7 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
Qual a natureza jurídica das medidas analisadas no ponto anterior? 
 
As medidas protetivas de urgência são consideradas medidas 
cautelares. 
 
Vejamos o seguinte julgado do STJ1: 
 
“Diante de sua natureza jurídica penal, para que as medidas protetivas 
sejam concedidas, deve haver ao menos indícios de autoria e materialidade 
de delito praticado com violência doméstica e familiar contra a mulher (fumus 
boni juris) e o perigo da demora (periculum in mora), consubstanciado na 
urgência da medida, a fim de proteger a mulher de eventual reiteração 
criminosa.” (grifos nossos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 STJ, RHC 33.259/PI, Relator(a): Min. RIBEIRO DANTAS, Quinta Turma, julgado em 17/10/2017. 
8 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
Antes do advento da Lei nº 13.984/2020, qual era a posição do Fórum 
Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher2 
(FONAVID)? 
 
Mesmo sem previsão específica na Lei Maria da Penha, o FONAVID 
tinha elaborado a seguinte orientação: 
 
“ENUNCIADO 26: O juiz, a título de medida protetiva de urgência, poderá 
determinar o comparecimento obrigatório do agressor para atendimento 
psicossocial e pedagógico, como prática de enfrentamento à violência 
doméstica e familiar contra a mulher.” (grifos nossos) 
 
2 “O Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid) foi 
criado em 31 de março de 2009, durante a III Jornada da Lei Maria da Penha realizada em parceria entre o 
Ministério da Justiça, SPM e Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo do programa é manter um 
espaço permanente de discussões sobre o tema onde os participantes compartilham experiências, definem 
a uniformização dos procedimentos, decisões dos juizados e varas especializadas em violência doméstica e 
familiar contra a mulher sob a perspectiva da efetividade jurídica e o aperfeiçoamento dos magistrados e 
equipes multidisciplinares. Desde 2009, os Tribunais de Justiça Estaduais vêm assumindo o compromisso 
de organizar e realizar o Fonavid”. Fonte: https://www.cnj.jus.br. 
9 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
O rol de medidas protetivas de urgência da Lei Maria da Penha é 
exemplificativo? Em outros termos, o Juiz pode decretar uma protetiva que 
não está prevista na referida lista? 
 
Uma boa parte da doutrina diz que sim, o rol é exemplificativo! 
 
Nas palavras de Rogério Sanches Cunha e Ronaldo Batista Pinto3: 
 
“O disposto no § 1.º do art. 22 da Lei Maria da Penha, deixa claro que o rol de 
medidas protetivas contidos na lei é meramente exemplificativo, admitindo, 
pois, ampliação para outras hipóteses além daquelas listadas na Lei Maria da 
Penha.” 
 
Concordamos com os referidos autores. 
 
Por outro lado, é necessário fazer uma reflexão mais profunda para o 
aprimoramento dos estudos. 
 
Não temos dúvidas! O rol de medidas protetivas da Lei nº 11.340/2006 
não é exaustivo. Isso quer dizer que, ao analisar um caso de violência 
doméstica, o Juiz pode aplicar uma medida cautelar do Código de Processo 
Penal para proteger a mulher, por exemplo. 
 
Todavia, pensamos que o Juiz não pode adotar uma medida protetiva 
que não tem previsão legal. Se ela não está na Lei Maria da Penha, no 
Código de Processo Penal nem na Legislação Extravagante, a decretação é 
inviável. 
 
Aliás, o art. 22, § 1º, da LMP, deixa isso bem claro ao mencionar que “as 
medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras 
previstas na legislação em vigor”. 
 
Professor Thiago Garcia, o STJ já analisou esse tema? 
 
Sim! Você não tinha essa informação, certo? 
 
 
3 CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Violência doméstica: Lei Maria da Penha: 
comentada artigo por artigo. 6. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2015, p. 179. 
10 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
No meu livro fiz o seguinte apontamento4: 
 
“O STJ decidiu que o Juiz criminal não é dotado de poder geral de cautela para 
fins restritivos, tendo em vista os estritos limites da legalidade penal e o 
princípio da presunção de não culpabilidade. A Corte sublinhou que as medidas 
protetivas de urgência, quando afetarem o status libertatis, obrigatoriamente 
devem observar o preceito da legalidade. Sob o argumento de fixar medida 
protetiva, não pode o Magistrado determinar que o agente fica “proibido de sair 
de casa, exceto para trabalhar”, já que se trata de restrição sem previsão no 
ordenamentojurídico.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 GARCIA, Thiago. Tudo o que você precisa saber sobre: Delegado de Polícia, Lei Maria da Penha e 
Princípio da Insignificância. São Paulo: Rideel, 2019, p. 182. Julgado comentado: STJ, HC 222.298/SE, 
Relator(a): Min. JORGE MUSSI, Quinta Turma, julgado em 17/10/2013. 
11 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
Qual autoridade pode decretar as novas medidas protetivas? 
 
Apenas a autoridade judicial. 
 
O Delegado de Polícia só pode decretar a medida protetiva de 
afastamento do agressor do lar, domicílio ou local de convivência com a 
ofendida e desde que sejam preenchidos os requisitos do art. 12-C da Lei 
Maria da Penha (Município não ser sede de comarca etc.). 
 
Aproveito a oportunidade para informar que tenho um projeto 
revolucionário para que o Delegado de Polícia conceda medidas protetivas 
para todas as mulheres do Brasil, seja ou não o Município sede de comarca. 
 
Esse projeto pode ser implementado imediatamente, pois não 
depende de alteração na lei nem de recursos financeiros. Ele só precisa de 
união e boa vontade. 
 
Quer ler mais sobre isso? Faça o download no meu site: 
www.deltathiago.com. 
12 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
Caso o agressor descumpra as novas medidas protetivas de urgência, 
quais as consequências para ele? 
 
Eis as principais: 
 
a) Responsabilização pelo crime do art. 24-A da LMP; 
 
b) Possibilidade de decretação de prisão preventiva (art. 20 da LMP 
e art. 313, inc. III, do CPP); 
 
c) Execução de multa, caso o juiz tenha aplicado (art. 22, § 4º, da 
LMP); 
 
d) Requisição de força policial (art. 22, § 3º, da LMP). 
 
 
13 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
Qual a pegadinha que vai cair na minha prova? 
 
O examinador tentará confundir a sua cabeça. Isso porque ninguém 
presta atenção no final da Lei Maria da Penha (art. 45). Esse dispositivo 
inseriu o parágrafo único no art. 152 da Lei de Execução Penal. 
 
Vejamos: 
 
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução 
Penal), passa a vigorar com a seguinte redação: 
“Art. 152. ................................................... 
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz 
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de 
recuperação e reeducação.” (NR) 
 
Destaque-se que, na LEP, esse dispositivo integra a seção “Da Limitação 
de Fim de Semana”, que está no capítulo “Das Penas Restritivas de 
Direitos”. 
 
Em suma, na sua REDAÇÃO ORIGINAL, a Lei Maria da Penha “criou” um 
tipo de PENA RESTRITIVA DE DIREITOS relacionada à LIMITAÇÃO DE FIM DE 
SEMANA. 
 
Além de estar prevista na LEP, a pena em tela (limitação de fim de 
semana) conta com previsão no Código Penal (art. 43, inc. VI e art. 48). 
 
Os requisitos de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva 
de direitos estão elencados no art. 44 do citado codex: 
 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as 
privativas de liberdade, quando: 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime 
não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que 
seja a pena aplicada, se o crime for culposo; 
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa 
substituição seja suficiente. 
§ 1o (VETADO) 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/1998/Mv1447-98.htm
14 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por 
multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena 
privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e 
multa ou por duas restritivas de direitos. 
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde 
que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente 
recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do 
mesmo crime. 
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando 
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da 
pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da 
pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção 
ou reclusão. 
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o 
juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-
la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 
 
Sendo assim, agora, após a Lei nº 13.984/2020, o comparecimento do 
agressor a programas de recuperação/reeducação pode ter duas naturezas 
jurídicas distintas: 
 
1) de medida protetiva de urgência (art. 22, inc. VI, da LMP); 
 
2) de pena restritiva de direitos (art. 152, parágrafo único, da LEP). 
 
A definição da natureza jurídica depende do momento de aplicação. 
 
Se for durante o inquérito policial/ação penal, teremos a primeira 
hipótese; caso seja após a condenação, segunda hipótese. 
 
Anote-se que a providência em tela pode ser decretada também antes 
do inquérito policial/ação penal, hipótese em que será considerada, por 
óbvio, medida protetiva de urgência (medida cautelar). 
 
Sem divergir5: 
 
“As medidas protetivas previstas na Lei n. 11.340/2006, observados os 
requisitos específicos para a concessão de cada uma, podem ser pleiteadas 
de forma autônoma para fins de cessação ou de acautelamento de violência 
doméstica contra a mulher, independentemente da existência, presente ou 
potencial, de processo-crime ou ação principal contra o suposto 
agressor.” (grifos nossos) 
 
 
 
5 STJ, REsp 1419421/GO, Relator(a): Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, Quarta Turma, julgado em 
11/02/2014. 
15 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
Quer verticalizar ainda mais? Bora pisar fundo no acelerador do trator 
para os seus concorrentes não alcançarem você? Então vem comigo que te 
conduzo na guerra! 
 
Acabei de falar que a medida protetiva pode ser concedida antes do 
inquérito policial/ação penal, certo? 
 
Pois bem, mas há uma questão importante nesse contexto. 
 
Se essa medida protetiva vigorar durante muito tempo, inexistindo um 
instrumento de persecutio criminis em relação a ela, desaparecendo o 
motivo que embasou a concessão, esse conjunto de fatores pode gerar a 
revogação da providência em tela. 
 
Sob a ótica do Tribunal da Cidadania6: 
 
“In casu, o d. Juízo da Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher 
impôs contra o recorrente as medidas protetivas elencadas no art. 22, II e III, 
alíneas "a" e "b" , da Lei n. 11.340/06 (afastamento do lar e proibição de 
aproximação e de contato com a ofendida e familiares), ante a notícia de 
suposta prática dos crimes de ameaça e injúria. Mantidas as medidas 
protetivas há mais de 2 (dois) anos, não consta, entretanto, tenhasido 
instaurada ação penal referente ao delito de injúria, sendo certo que o MP 
oficiou pelo arquivamento do inquérito no que dizia respeito ao crime de 
ameaça. A imposição das restrições de liberdade ao recorrente, por 
medida de caráter cautelar, de modo indefinido e desatrelado de inquérito 
policial ou processo penal em andamento, significa, na prática, infligir-lhe 
verdadeira pena sem o devido processo legal, resultando em 
constrangimento ilegal. Recurso ordinário em habeas corpus a que se dá 
provimento para cassar o v. acórdão recorrido e revogar as medidas protetivas 
de urgência impostas em desfavor do recorrente.” (grifos nossos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 STJ, RHC 94.320/BA, Relator(a): Min. FELIX FISCHER, Quinta Turma, julgado em 09/10/2018. 
16 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
Vale lembrar que, em regra, a substituição da pena privativa de 
liberdade por restritivas de direitos é proibida nos casos de violência 
doméstica e familiar contra a mulher. 
 
Professor Thiago, quais são os principais fundamentos dessa vedação? 
 
São estes: 
 
a) Art. 17 da LMP: “É vedada a aplicação, nos casos de violência 
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou 
outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que 
implique o pagamento isolado de multa”. 
 
b) Art. 44, inc. I, do CP: “As penas restritivas de direitos são autônomas 
e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena 
privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que 
seja a pena aplicada, se o crime for culposo”. 
 
c) Súmula 588 do STJ: “A prática de crime ou contravenção penal contra 
a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico 
impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos”. 
 
Em igual direção, o STF7 já se manifestou: 
 
“A execução do crime mediante o emprego de violência é circunstância 
impeditiva da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direito, nos termos do art. 44 , I, do CP. Interpretação que pretenda equipar 
os crimes praticados com violência doméstica contra a mulher aos delitos 
submetidos ao regramento previsto na Lei dos Juizados Especiais, a fim de 
permitir a conversão da pena, não encontra amparo no art. 41 da Lei 
11.340/2006. Ordem denegada.” (grifos nossos) 
 
 
 
 
 
7 STF, HC 129446, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 20/10/2015. 
17 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
Por outro lado, ausente a violência/grave ameaça e afastados os 
institutos da prestação pecuniária e do pagamento isolado de multa, em 
tese, a substituição é permitida nos casos regidos pela Lei Maria da Penha 
(ex.: crime de difamação – art. 139 do CP). 
 
Nessa linha, o TJRJ decidiu8: 
 
“A Lei n. 11.340/2006 não veda a substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos, restringindo apenas a aplicação de 
pena de prestação pecuniária e o pagamento isolado de multa. Por sua 
vez, o inciso I do art. 44 do Código Penal é claro ao proibir a substituição 
quando o crime for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa. 
Todavia, nem todo crime abrangido pela lei de proteção à mulher é 
praticado com violência ou grave ameaça, embora em situação denominada 
de "violência doméstica contra a mulher". O crime imputado é de difamação, 
que não contém, nem em suas elementares, nem na descrição operada na 
denúncia, qualquer traço de violência ou de grave ameaça. Quer seja pela total 
falta de fundamentação, quer pela incoerência lógica entre a sentença e o fato 
imputado, deve ser provido o pleito para deferir a substituição.” 
(grifos nossos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 TJRJ, ACR 0368285-81.2011.8.19.0001, Relator(a): DES. JOAQUIM DOMINGOS DE ALMEIDA 
NETO, Sétima Câmara Criminal, julgado em 30/06/2015. 
18 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
Professor Thiago, se o art. 44, inc. I, do CP, proíbe a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos quando há violência, sendo o 
crime de difamação um tipo de violência (moral) contra a mulher (art. 7º, 
inc. V, da LMP)9, ainda assim, é possível sustentar que ele comporta a 
substituição (conforme afirmado no ponto nº 9)? 
 
Inicialmente, é importante ressaltar que os Tribunais Superiores ainda 
não se manifestaram sobre essa questão específica. 
 
De qualquer forma, no âmbito das Cortes Regionais, por exemplo, 
encontramos o seguinte precedente do TJRJ10: 
 
“O crime imputado é de difamação, que não contém, nem em suas 
elementares, nem na descrição operada na denúncia, qualquer traço de 
violência ou de grave ameaça. (...) O crime de difamação não é praticado 
mediante violência ou grave ameaça, sendo certo que a alegada violência 
moral contra a vítima é fórmula genérica apenas para caracterizar a 
incidência da Lei Maria da Penha. Muito embora a pena final seja inferior a 
seis meses, descabe substituição por multa por vedação expressa do art. 17 
da Lei 11340/06. Assim, passa-se à análise das outras substituições prescritas 
em lei. Há no caso presente a necessidade de eleição de penas restritiva de 
direitos que possibilite ao apelante a necessária reflexão sobre o fato imputado 
e suas repercussões sobre a vítima, o que se amolde à figura do grupo 
reflexivo, imposto na sentença, embora pela via inadequada. É que, como se 
observou acima, na forma do art. 45 da Lei Maria da Penha, que acrescentou 
o parágrafo ao art. 152 da Lei de Execuções Penais, a frequência a programas 
de recuperação e reeducação é medida típica da limitação de final de semana. 
Bem por isso, substitui-se a pena privativa da liberdade imposta por 
limitação de final de semana (art. 48 do Código Penal c/c 152 da Lei nº 
7210/84) pelo prazo de 1 (hum) mês, cinco horas diárias, por 4 (quatro) 
sábados e domingos, período durante o qual deverá frequentar grupo 
reflexivo tendo em vista a necessidade decorrente da natureza do crime 
praticado, que envolveu situação de gênero, com grave repercussão para a 
vítima, pela forma de divulgação da ofensa, denotando acentuado desrespeito 
à mulher. PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO.” 
 
Como se vê, o conceito de violência moral albergado pela Lei Maria da 
Penha não impediu a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos no crime de difamação. 
 
 
9 “Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: (...) V - a violência 
moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria” (grifos nossos). 
10 TJRJ, ACR 0368285-81.2011.8.19.0001, Relator(a): DES. JOAQUIM DOMINGOS DE ALMEIDA 
NETO, Sétima Câmara Criminal, julgado em 30/06/2015. 
19 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
A nosso ver, essa posição é coerente com o sistema jurídico, pois o art. 
17 da LMP não estabeleceu uma proibição absoluta no que se refere à 
substituição em discussão, consoante exposto no ponto nº 9. 
 
Quanto às formas de violência estipuladas na Lei Maria da Penha (art. 
7º), registre-se que o STJ já decidiu que o conceito de violência patrimonial 
não afetou o Código Penal para os fins do seu art. 183 (inaplicabilidadedas 
escusas absolutórias, art. 181; e imunidades relativas, art. 182). 
 
Vejamos o dispositivo legal citado e os que têm relação com ele: 
 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste 
título, em prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja 
civil ou natural. 
 
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto 
neste título é cometido em prejuízo: 
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
 
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego 
de grave ameaça ou violência à pessoa; 
II - ao estranho que participa do crime; 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 
(sessenta) anos. 
 
Em outras palavras, se o marido pratica um furto contra a sua esposa 
na constância da sociedade conjugal, por exemplo, ele é isento de pena (art. 
181, inc. I, do CP). Há crime (fato típico, antijurídico e culpável), no entanto, 
por questões de política criminal, o legislador afastou a punibilidade nessa 
situação. 
 
Nesse quadro hipotético, o marido só poderia ser punido, caso restasse 
caracterizada alguma das excludentes do art. 183 do CP. Uma dessas 
excludentes é o emprego de “violência à pessoa”. 
 
 
 
 
 
20 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
Ora, dirão alguns, mas se o marido for enquadrado na Lei Maria da 
Penha, no caso de furto (art. 155 do CP), ainda que seja um crime sem 
violência e grave ameaça, o fato é que a subtração é considerada uma forma 
de violência (patrimonial) na Lei Maria da Penha (art. 7º, inc. IV)11. Logo, 
presente essa espécie de “violência”, ele deveria ser punido pelo furto, nos 
termos do art. 183, inc. I, do CP. 
 
Ocorre que, conforme já explicamos, o STJ entendeu que o conceito de 
violência patrimonial da Lei Maria da Penha não irradiou efeitos sobre o 
Código Penal, de modo que o marido não seria punido na situação aqui 
narrada. 
 
Confira-se12: 
 
“O artigo 181, inciso I, do Código Penal estabelece imunidade penal absoluta 
ao cônjuge que pratica crime patrimonial na constância do casamento. (...) O 
advento da Lei 11.340/2006 não é capaz de alterar tal entendimento, pois 
embora tenha previsto a violência patrimonial como uma das que pode 
ser cometida no âmbito doméstico e familiar contra a mulher, não revogou 
quer expressa, quer tacitamente, o artigo 181 do Código Penal. A se admitir 
que a Lei Maria da Penha derrogou a referida imunidade, se estaria diante de 
flagrante hipótese de violação ao princípio da isonomia, já que os crimes 
patrimoniais praticados pelo marido contra a mulher no âmbito doméstico e 
familiar poderiam ser processados e julgados, ao passo que a mulher que 
venha cometer o mesmo tipo de delito contra o marido estaria isenta de pena. 
Não há falar em ineficácia ou inutilidade da Lei 11.340/2006 ante a persistência 
da imunidade prevista no artigo 181, inciso I, do Código Penal quando se tratar 
de violência praticada contra a mulher no âmbito doméstico e familiar, uma vez 
que na própria legislação vigente existe a previsão de medidas cautelares 
específicas para a proteção do patrimônio da ofendida.” (grifos nossos) 
 
Destarte, seguindo esse raciocínio, acreditamos que ele pode ser usado 
para a análise do crime de difamação sob o prisma da violência moral, não 
irradiando o art. 7º da Lei nº 11.340/2006 efeitos sobre o Estatuto Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
11 “Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: (...) IV - a violência 
patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou 
total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos 
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades” (grifos nossos). 
12 STJ, RHC 42.918/RS, Relator(a): Min. JORGE MUSSI, Quinta Turma, julgado em 05/08/2014. 
21 
 
ATENÇÃO: O conteúdo deste e-book é protegido pelas leis que cuidam dos direitos autorais. É proibida a 
reprodução total ou parcial sem autorização do autor, sob pena de sanções criminais e cíveis. 
www.deltathiago.com 
 
Foi uma honra acompanhar você até aqui! 
 
Mande um feedback pra mim por e-mail (contato@deltathiago.com) 
ou pelo direct do Instagram (@deltathiago). 
 
Até mais! 
 
Professor Thiago Garcia. 
 
 
 
mailto:contato@deltathiago.com

Continue navegando