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SÍNDROMES DISFÁGICAS Disfagia: • 1/3 proximal: músculo esquelético —> voluntário • 2/3 distais: músculo liso —> involuntário (controlado pelos plexos mioentéricos de Meissner e Auerbach) • Transferencia: • Dificuldade de iniciar deglutição, isto é, de transferir o alimento • Clínica: Engasgo • Causas: Doenças musculares ou Doenças neurológicas • Condução: • Não tem dificuldade para deglutir, somente a disfagia depois • Clínica: • Disfagia (Entalo!!!) + Regurgitação + Perda de peso • Abordagem inicial: • Esofagografia baritada -> menor custo e mais fácil acesso • Causas: Obstrução mecânica ou Distúrbio motor • Obstrução mecânica (pensar se exclusiva para sólidos e progressiva): Divertículos / Anéis e Membranas / Estenose péptica / Tumor • Distúrbio motor (geralmente para sólidos e líquidos e intermitente): Acalásia (Chagas) / Espasmo Esofagiano Difuso / Esclerodermia DIVERTÍCULO DE ZENKER: • Hipertonia do Esfíncter Esofagiano Superior (EES) • Idosos (7ª década) • Mais comum ao lado esquerdo • Localização faringoesofágica • É causa de disfagia de transferência porém como faz compressão extrínseca, também pode causar disfagia de condução • Causado pela fragilidade da parede posterior da faringe distal: • Triângulo de Killian: entre músculos cricofaríngeo (fibras horizontais) e tireofaríngeo (fibras oblíquas) — > Herniação da mucosa e submucosa • Divertículo falso por pulsão • Clínica: • Compressão extrínseca causando disfagia (entalo) + Halitose + Regurgitação de alimentos não digeridos + Perda de peso + Broncoaspiração • Abaulamento na região cervical que alivia com a compressão manual • Diagnóstico: • Esofagografia baritada = padrão-ouro —> observa-se nível hidroaéreo • Evitar EDA na suspeita = Perfuração • Tratamento: • < 2cm = Miotomia • ≥ 2cm = Miotomia + Pexia (até 5cm) ou Ectomia (> 5cm) • > 3cm = EDA (Miotomia + Diverticulotomia) ACALÁSIA: • Jovens (< 40 anos) • Doença insidiosa, com evolução de anos • Pode ser: primária (idiopática, mais comum) ou secundária (Chagas, comum no Brasil) • Suspeitar se: disfagia e perda de peso insidiosos, associados à regurgitação e tosse (principalmente noturna) • Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI): • Destruição do plexo mioentérico de Auerbach (na secundária, o Meissner também é destruído) = • Hipertonia do EEI: P > 35mmHg • Perda do relaxamento transitório fisiológico do EEI (característica mais importante!) • Peristalse anormal • Clinica: • Disfagia + Perda de peso (insidiosa) + Regurgitação + Halitose • Diagnóstico: • Esofagografia baritada (inicial) = Sinal do bico de pássaro • EDA = Pregas convergentes (deve ser feita para o ddx com malignidade) • Esofagomanometria (padrão-ouro) = Ausência de relaxamento do EEI / Hipertonia do EEI (> 35mmHg) / Peristalse anormal (aperistalse) • Tratamento: de acordo com a evolução / dilatação • Classificação de Resende / Mascarenhas: • I - até 4cm (sem dilatação no corpo do esôfago) • Estágio iniciais = nitrato / ACC / sildenafil / botox • II - entre 4 e 7cm (pequena a moderada dilatação com ondas terciárias) • III - entre 7 e 10cm (grande aumento de calibre) • Estágios mais avançados = Dilatação pneumática por balão (II) / Cardiomiotomia à Heller + Fundoplicatura para evitar refluxo (III) • IV - maior que 10cm (Dolicomegaesôfago —> FR para CA de esôfago ppte o escamoso) = Esofagectomia ANEL DE SCHATZKI: • Esôfago terminal: geralmente na JEC • Idade superior a 40 anos • Uma das principais causas de disfagia intermitente para sólidos • Acima do anel tem mucosa esofágica e abaixo a mucosa gástrica = Toda circunferência • Ddx Plummer-Vinson (membrana hipofaríngea, predispõe a CEC) —> membranas são proximais e ocluem apenas parte da circunferência, os anéis geralmente envolvem toda circunferência e são mais distais. • Clínica: • Disfagia intermitente decorrente de pedaços maiores de alimentos (síndrome de Steakhouse) • Diagnóstico: • Estreitamento laminar no corpo do esofago na Esofagografia baritada • Estreitamento da luz do esôfago na EDA • Tratamento: • Dilatação endoscópica do anel ESPASMO ESOFAGIANO DIFUSO: • 2/3 distais do esôfago • Contrações simultâneas • Sexo feminino e com distúrbios psicossomáticos associados (ansiedade e depressão em 80%) • Clínica: • Disfagia • Precordialgia autolimitada (DDx com IAM, através da presença de disfagia durante a precordialgia) • Diagnóstico: • Esofagografia baritada: saca-rolha ou em contas de rosário • Esofagomanometria com teste provocativo: padrão-ouro = Contrações vigorosas (>120mmHg), simultâneas, não peristálticas e prolongadas (>2,5s) que predominam no 1/3 distal • Tratamento: • Nitratos / ACC (anticolinérgicos não são úteis) • Refratários: Miotomia longitudinal ESCLERODERMIA: • Relação próxima com fenômeno de Raynaud • Pode ser associada a disfagia de transferência • Síndrome de superposição (overlap): Esclerodermia + Polimiosite • A redução na pressão do EEI é a primeira anormalidade identificável (incompetência) e se manifesta como DRGE • Diagnóstico: • Sorologia autoimune e Enzimas musculares • Esofagomanometria com redução na motilidade do esôfago distal • Esôfago em quebra-nozes: distúrbio de hipermotilidade mais comum, afeta todas as idades. Caracterizado por ondas peristálticas de altíssima amplitude, porém eficazes (ao contrário da acalasia e do EED). Fisiopatologia: hipertrofia das fibras musculares esofagianas. Sintomas: dor retroesternal + disfagia. Diagnóstico: é pela manometria que mostra ondas peristálticas > 2DP dos valores normais, geralmente > 400mmHg. Tratamento é conservador e semelhante ao EED.
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