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Vict�ria K. L. Card�so Distúrbi�s es�fágic�s m�t�res Introdução Esôfago: tem sua principal função o transporte do alimento da boca ao estômago. ● Doenças funcionais relacionadas ao esôfago: ○ Principal ponto: motilidade esofágica, por causas primárias ou secundárias. ○ Causas primárias: caso a alteração motora seja a própria expressão da doença. ■ Distúrbios motores primários: acalásia, espasmo esofagiano difuso, esôfago em quebra-nozes e esfíncter inferior hipertenso. ○ Causas secundárias: caso a doença de base seja sistêmica e o comprometimento esofágico seja apenas uma das manifestações ○ Distúrbios motores inespecíficos: são a maioria dos casos, ocorrem por ondas de baixa amplitude e/ou por falhas de condução peristáltica. Conceito das doenças esofágicas de forma geral: são doenças idiopáticas, secundárias à perda seletiva da função dos neurônios inibitórios dos plexos mioentéricos, provavelmente devido a fenômenos autoimunes em resposta a antígenos desconhecidos. Sintomas gerais: disfagia e regurgitação. Pré-resumo das seguintes patologias: ● Acalásia: ocorre quando o esfíncter inferior do esôfago (EIE) não consegue relaxar durante a deglutição e a peristalse; assim o bolo alimentar não consegue passar adequadamente para o estômago. ● Espasmo difuso: quando o esfíncter esofagiano inferior fica com maior pressão em seu interior (EEIH), ou seja a pressão basal do EEI fica > 45 mmHg. ● Esôfago em quebra-nozes; nesse caso, as ondas peristálticas se encontram com elevada amplitude na parte do esôfago distal (a média da pressão aqui se encontra > 180 mmHg). @p�sitvamed Vict�ria K. L. Card�so Dica: ● Pressão de zero é acalasia → Aperistáltico. ● Pressão > 45 mmHg é espasmo. ● Pressão > 180 mmHg é quebra nozes. Acalásia Conceito: é um distúrbio de motilidade esofágica congênito que possui um peristaltismo defeituoso, associado a incapacidade de relaxamento do esfíncter esofágico inferior durante a deglutição. ● Geralmente começa entre 20 e 60 anos, tendo o início insidioso e progressão gradual, durante meses ou anos. Principais sintomas: ● Disfagia de progressão lenta → para sólidos e para líquidos. ○ Principal problema. ● Regurgitação de alimento não digerido. ○ Comumente a regurgitação é noturna. ○ Pode causar tosse e aspiração pulmonar. ● Dor torácica → é menos comum, mas pode ocorrer a partir da deglutição ou espontaneamente. ● Perda ponderal de leve a moderada. ○ Se houver perda ponderal rápida, principalmente em idosos com sintomas de disfagia, investiga-se acalásia @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so secundária a um tumor da junção gastroesofágica. Escore de Eckhart: é o sistema de avaliação de sintomas mais utilizado para verificar a gravidade da doença e a eficácia do tratamento. Diagnóstico: ● A avaliação geralmente é feita por manometria, esofagograma com ingestão de bário e endoscopia. ● Estudo radiológico contrastado: ○ Trata-se de um exame diagnóstico que verifica a morfologia do esôfago (diâmetro e eixo). ○ Achados clássicos de acalásia: ■ Esôfago distal afunilado com configuração de “bico de pássaro”. ■ Dilatação proximal do esôfago, podendo haver a presença de níveis hidroaéreos. ■ Ausência da bolha gástrica. ● Classificação de Rezende: avalia o grau de dilatação do esôfago no estudo radiológico contrastado. ○ Grau I: esôfago hipotônico e com bolha gástrica (asterisco). ○ Grau II: esôfago moderadamente dilatado e com ondas terciárias frequentes (cabeças de setas). ○ Grau III: esôfago dilatado e com aspecto de “bico de pássaro” da cárdia (seta). @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ■ Há ondas terciárias, mas com menor frequência. ○ Grau IV: dolicomegaesôfago acinético e com aspecto de “bico de pássaro” da cárdia (seta). ● Manometria esofágica: verifica a incapacidade do esfíncter inferior do esôfago (EIE) em relaxar durante a deglutição e a peristalse. ● Endoscopia digestiva alta: ○ Importante para o diagnóstico, pois exclui possíveis causas orgânicas, como disfagia (pseudo acalasia) e também diagnostica complicações, como carcinoma epidermóide de esôfago, esofagite por estase e impactação alimentar. Tratamento: ● Opções: ○ Dilatação pneumática da cárdia. ○ Injeção de toxina botulínica no EEI. ○ Miotomia endoscópica peroral. ○ Próteses endoscópicas. ● Dilatação pneumática da cárdia: aqui se faz a dilatação EEI, mais precisamente na cárdia - posicionado na JEG -, a partir da inflação de balões pneumáticos com marcador radiopaco, conectados a um fia guia metálico flexível. ○ Calibres disponíveis: 30, 35 e 40 mm. ○ Nesse método há ruptura das fibras musculares do EEI por pressão, sendo o método endoscópico mais utilizado. ● Toxina botulínica: uso de neurotoxina que inibe a liberação de cálcio dependente de acetilcolina das terminações nervosas, que tem ação excitatória no tônus do EEI. ○ Objetivo: desnervação química do músculo com relaxamento do esfíncter. ○ Indicação: pacientes idosos e com alto risco cirúrgico, que não puderam ser submetidos à cirurgia ou DPC. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Miotomia endoscópica peroral (POEM): é uma técnica mais atual e menos invasiva. ○ Primeira etapa: criação de um túnel na submucosa, seguido de incisão longitudinal mucosa para criar um acesso pela submucosa, realizando uma dissecção da submucosa até o estômago. ○ Segunda etapa: dissecção do esfíncter. Espasmo difuso do esôfago Conceito: presença de distúrbios da motilidade com contrações não propulsivas e contrações hiperdinâmicas, às vezes associado a elevada pressão do esfíncter esofágico inferior. ● Pressão basal do EEI > 45 mm Hg. ● Pode ser assintomático e encontrado de modo incidental. ● Ao longo dos anos a doença pode evoluir para acalasia, por conta de comprometimento do peristaltismo esofágico e ausência de relaxamento do esfíncter esofágico inferior durante a deglutição. Sintomas: ● Dor torácica subesternal. ○ Líquidos muito quentes ou muito frios podem agravar a dor. ● Disfagia para líquidos e sólidos. Diagnóstico: ● É importante excluir causas coronarianas, por conta da dor torácica. ● Realiza-se exame contrastado com bário e manometria esofágica. ● Exame contrastado com bário: ○ Evidenciam a progressão inadequada e desordenada do bolo alimentar, além de contrações simultâneas ou ondas terciárias. ○ Espasmos intensos podem mimetizar a aparência radiográfica de divertículos, mas variam em tamanho e localização. ● Manometria esofágica: ○ É o melhor exame para diagnosticar o EED. ○ Evidencia contrações prolongadas (> 2,5 s), com grande amplitude (> 120 mmHg), ocorrendo entre @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so 20-90% das deglutições intercaladas com contrações normais. ● Esofagografia baritada: exame que permite a visualização de contrações terciárias não propulsivas, referidas como esôfago em saca-rolha. Tratamento: ● Tratamento não farmacológico: medidas comportamentais, como relaxamento, biofeedback e psicoterapia. ● Tratamento farmacológico: ○ Fármacos relaxadores da musculatura lisa → isossorbida 10 mg, ou nifedipina 10 mg antes das refeições. ○ Antidepressivos tricíclicos → amitriptilina de 25 a 50 mg, à noite. Esôfago em Quebra-Nozes Conceito: é uma anormalidade manométrica, com ondas peristálticas de elevada amplitude em esôfago distal sendo um distúrbio motor primário do esôfago. ● Aqui o EEI está hipertônico, porém, mantendo o seu relaxamento fisiológico pós-deglutição. ● Comumente é inicialmente descrita em pacientes com dor torácica não-cardíaca. ● Pressão > 180 mmHg. ● Pode também ser um achado ocasional na investigação de DRGE. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Sintomas: ● Dor torácica. ● Disfagia. ● Pirose. ● Manifestações otorrinolaringológicas. ● Dispepsia. Diagnóstico: ● O diagnóstico é manométrico. Tratamento: ● Fármacos mais comuns: ○ Nitratos. ○ Bloqueadores de canais de cálcio. ■ A redução da amplitude das contrações com esses bloqueadores não necessariamente melhoram a dor. ○ Antidepressivos. ■ Essa síndrome pode estar relacionadacom depressão e ansiedade, por isso do tratamento com antidepressivos. ○ Inibidores de bombas de prótons, como o omeprazol, principalmente se houver refluxo patológico. @p�sitivamed
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