Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisioterapia Intensiva Aluna: Bianca Oliveira VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA (VNI) O QUE PRECISAMOS PARA GARANTIR A RESPIRAÇÃO? Estruturas funcionantes Sistema nervoso central Nervos periféricos Mm. respiratórios e caixa torácica Sistema cardiovascular Parênquima pulmonar VAS e VAI Condições ligadas ao volume corrente (VC): Sistema nervoso central Nervos periféricos Mm. respiratórios Caixa torácica Condições ligadas a pressão: VAI e VAI Parenquima pulmonar Sistema cardiovascular CONDIÇÕES HIPOXÊXIMAS E HIPERCÁPNICAS Hipoxêmicas Edema agudo de pulmão cardiogênico Pneumonia SDRA Imunodeprimidos Trauma torácico (associado a pneumotórax) Fibrose pulmonar idiopática Pós-cirurgico (atelectasia) OBS: Necessário aumento da PEEP (CPAP) HIpercápnicas DPOC Asma Fibrose cística Bronquiectasia Comprometem a bomba ventilatória Ocorre aumento da PaCO2 e posterior diminuição da PaO2 Diminuição da PaO2 Depressão do SNC Lesão medular Neuropatia Neuromuscular Miopatia Cifoescoliose OBS: Doenças hiperssecretivas alteram a PaCO2 Necessário alteração do volume corrente (BIPAP) OBS: Fraqueza muscular leva alteração do CO2 (condição ligada ao VC – necessário oferta de BIPAP) VNI Modalidade de suporte ventilatório que oferta pressão positiva sem necessidade de tubo orotraqueal Promove entrada e saída do ar através de interfaces, ou seja, sem via aérea artificial Os pacientes com incapacidade de manter ventilação espontânea devem iniciar uso de VNI com dois níveis de pressão, com a pressão inspiratória suficiente para manter um processo de ventilação adequada, visando impedir a progressão para fadiga muscular e/ou parada respiratória É necessário saber: -Indicação -Aparelhos e modos - Interfaces -Benefícios - Evidências VANTAGENS Preserva a tosse Fala e deglutição Diminui risco de pneumonia nosocomial Flexibilidade de remoção e aplicação da assistência ventilatória BENEFÍCIOS Variam conforme a causa da IRpA Melhores resultados obtidos em pacientes com EAP e DPOC exacerbado (grau de evidencia A) - Nesses casos a estratégia inicial pode ser a VNI se paciente tiver com desconforto respiratório Reduz a mortalidade - Menor taxa de complicação relacionadas a intubação Reduz infecção nasocomial - Reduz infecções associadas a intubação - Reduz tempo de internação Reduz necessidade de intubação A melhora clinica do paciente evita a utilização da via aera artificial Obs: Evidencia da VNI em pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica O alto fluxo tem mais aceitação do que a VNI nesses casos OBJETIVOS Aumentar ventilação alveolar Melhorar a trocas gasosas Diminuir o WOB Promover repouso parcial da mm. respiratória Redistribuir líquido contido no interior dos alvéolos Manter ou melhorar os volumes pulmonares Diminuir a dispneia Eliminar a necessidade de intubação orotraqueal EFEITOS FISIOLÓGICOS DA VNI Sistema respiratório Aumenta a ventilação por minuto Diminui a carga sobre os músculos ventilatórios Aumenta o recrutamento alveolar Aumenta a CRF Melhora a troca gasosa Mantém a potência das vias aéreas superiores Sistema cardiovascular Diminui o retorno venoso Pode diminuir ou aumentar o debito cardíaco Diminui a pré-carga do VD Aumenta a pós-carga do VD Diminui a pré-carga do VE Diminui a pós-carga do VE Sistema neurológico Redefine o sistema de controle respiratório DIRETRIZES ATUAIS DE VNI EM ADULTOS Condição clínica Recomendação Evidência Exacerbação hipercapnica – DPOC Fazer Alta EAP cardiogênico Fazer Alta Pacientes em PO Fazer Moderada Cuidados paliativos Fazer Moderada Imunocomprometido Fazer Moderada Pós-extubação em pacientes de alto risco Fazer Baixa Trauma Fazer Moderada Estratégia de desmame – pacientes hipercápnicos Fazer Moderada Prevenção de hipercapnia Não fazer Baixa IR pós-extubação Não fazer Baixa Exacerbação aguda de asma Não há recomendação SDRA Não há recomendação Doença viral pandêmica Não há recomendação CONTRAINDICAÇÃO DA VNI Absolutas (sempre evitar) - Necessidade de intubação de emergência - Parada cardíaca ou respiratória Relativas (analisar caso a caso risco x benefício) - Incapacidade de cooperar, proteger as vias aéreas, ou secreções abundantes - Rebaixamento de nível de consciência (exceto acidose hipercápnica em DPOC) - Falências orgânicas não respiratórias (encefalopatia, arritmias malignas ou hemorragia digestivas graves com instabilidade hemodinâmica) - Cirurgia facial ou neurológica - Trauma ou deformidade facial - Alto risco de aspiração - Obstrução de vias aéreas superiores - Anastomose de esôfago recente (evitar pressurização acima de 20 cmH2O) MODOS VENTILATÓRIOS CPAP Pressão constante nas vias aéreas. Ajuste de um único parâmetro: PEEP Melhora da CRF No EAP cardiogênico PO de Cirurgia Abdominal Apneia do Sono Leve/Moderada PEEP: 5 a 10 BIPAP Dois níveis de pressão: IPAP = suporte inspiratório EPAP = pressão expiratória positiva Aumenta o volume corrente (lavagem de CO2) Ciclagem a fluxo Nas hipercapnias agudas, para descanso da musculatura respiratória; EAP cardiogênico Infecções de imunossuprimidos VENTILADORES Ramo duplo: ventilador mecânico - Para funcionar (ciclar) esse aparelho precisa de oxigênio e ar comprimido Ramo único: próprio p/ VNI - Esses não precisam ser conectados a fonte de ar comprimido CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DA VNI Diagnóstico apropriado com potencial de reversibilidade Estabelecimento da necessidade de VNI: Dispneia moderada a severa Taquipneia (FR > 35) Uso de musculatura respiratória ou movimento paradoxal Alterações gasométricas PH < 7, 35 PaCO2 > 45 P/F < 200 INTERFACES Máscara nasal Vantagens: Mais confortável Menor risco de aspiração Facilita expectoração Menor espaço morto Permite fala e alimentação Desvantagens: Vazamento oral Despressurização oral Irritação nasal Limitação de uso em pacientes com obstrução nasal Ressecamento oral Máscara facial (oronasal) Vantagens: Mais utilizados na IRpA Menor vazamento oral Mais apropriada para condições agudas, por permitir maiores fluxos e pressões Desvantagens: Maior chance de úlcera pressão nasal ou pontos de apoio Maior claustrofobia Maior risco de aspiração Risco de asfixia com mau funcionamento do ventilador Risco de broncoaspiração Mascara facial total Vantagens Permite maiores pressões Mais confortável para uso prolongado Fácil de ajustar Menor risco de lesão cutânea facial Mínimo vazamento Desvantagens: Maior espaço morto Não deve ser utilizada associada à aerossolterapia Monitorar possível evento de vomito (cuidado com aspiração) Capacete (helmet) Vantagens Mais confortável para uso prolongado Não oferece risco de lesão cutânea facial Desvatagens Maior risco de reinalação de CO2 Favorece assiscronia Risco de asfixia por mau funcionamento do ventilador Não deve ser utilizada associada à aerossolterapia Alto ruído interno e pressão no ouvido Necessidade de pressões altas para compensar o espaço morto Elmo Um tipo de capacete Usado no modo CPAP Precisa de O2 e ar comprimido (fluxo total= max -30 de cada um; mín - 40 de cada) Claustrofobia: contraindicação relativa Não causa aerossolização Tempo no Helmo: 4h – 6h e intercala com máscaranão reinalante ou alto fluxo (CNAF) Pressão: 10 cm H2O Não adianta usar em acidose pois indica um quadro clínico mais grave (fadiga da musculatura) e o elmo não é terapia de resgate Terapia preventiva MONITORIZAÇÃO DE VNI A avaliação deve ser constante Avaliação clínica: Conforto Nível de consciência Movimentação da parede torácica Distensão abdominal Utilização de musculatura acessória Sincronia com o ventilador Frequencia respiratória e cardíaca Avaliação gasometrica Preditores de sucesso (30 min – 2h de VNI): Melhora no pH Melhora na PaCO2 Observar critérios de falha Parâmetros Escore HACOR Quando não há sucesso: IOT imediata Ventilação invasiva Obs: Hipercápnicos – sucesso em 75% do casos e hipoxêmicos em cerca de 50% (nesses casos pressões de 10 as vezes não é suficiente) ESCORE HACOR Sigla H – frequência cardica A – acidose C – consciência O – oxigenação R – respiração Tabela Parâmetros Escore HACOR Frequência cardíaca < 120 0 > 121 1 PH > 7,35 0 7,30 – 7,34 2 7,25 – 7,29 3 < 7,25 4 GLASGOW 15 0 13-14 2 11-12 5 <10 10 PaO2 >201 mmHg 0 176-200 mmHg 2 151-175 mmHg 3 126-150 mmHg 4 101-125 mmHg 5 <100 mmHg 6 Frequência respiratória <30 ipm 0 31-45ipm 1 36-40 ipm 2 41-45 ipm 3 >46ipm 4 Esse escore prediz risco de falha da VNI HACOR > 5 após 1h = alto risco de falha (interromper VNI) COMPLICAÇÕES DA VNI Leves Desconforto da máscara Lesões cutâneas Vazamentos Ressecamentos Assincronias Claustrofobia Insuflação gástrica Dor nos seios da face ou ouvido Graves Aspiração Reinalação Hipoxemia Pneumotórax Hipotensão TIPOS DE VNI VNI Facilitadora ou protetora Paciente que falharam no teste de respiração espontânea, porém após descanso de 24hrs conseguiram ser extubados Maior sucesso em paciente com DPOC (BIPAP) VNI Preventiva ou profilática Paciente com todos os critérios de desmame atingidos Teste de respiração espontânea aprovado porém com alto risco de falha pelo perfil Ex.: DPOC, idoso, insuficiência cárdica, tempo prolongado de VNI, muitas comorbidade VNI Curativa Paciente com falha na extubação NÃO FAZER, INTUBAR CASO CLÍNICO Paciente, 65 anos, no 3 dia de PO na cirurgia abdominal. Tosse com difícil expectoração. AP: SP diminuído em bases com roncos em ápices. Gaso com hipoxemia e SpO2 89% Raio X com imagem hipotransparente bibasal em ambos HTX’s HB: 10 - leucocitose Qual a conduta? Ofertar VNI no modo BINIVEL Controle do delta pressórico devido 3 dia de PO – melhora a expectoração pois desloca a secreção Nutrição ruim Paciente mais confortável (sentando) Terapia de higiene brônquica Orientar a tosse Ofertar O2 (se necessário)
Compartilhar