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Ventilação não invasiva CLÍNICAS - TORTO 2 ____________________________________________________________________________ Ventilação não invasiva (VNI) com pressão positiva Definição Todo suporte ventilatório administrado sem a presença de cânula endotraqueal (intubação orotraqueal ou traqueostomia). Objetivos · Correção da hipóxia e/ou hipercapnia. · Manutenção dos volumes pulmonares. · Corrigir ou evitar atelectasias. · Reduzir o trabalho respiratório. · Impedir ou auxiliar no tratamento da fadiga muscular. · Melhorar o conforto respiratório. Interfaces São os dispositivos que conectam o paciente ao ventilador. Algumas mais utilizadas são: · Máscara nasal: fluxo aéreo limitado, não sendo capaz de suportar grandes quantidades de volume. É, portanto, restrita a insuficiência respiratória leve a moderada. Muito utilizada em domicílio, · Máscara oronasal (facial): é a mais utilizada. Consegue dar um fluxo maior, portanto é usada em casos de insuficiências respiratórias graves. · Máscara facial total: cobre também os olhos, gerando menor vazamento. No entanto, também é mais desconfortável pois gera mais claustrofobia. · Capacete: sem contato com a face, gerando um grande espaço morto. Por isso, não é muito utilizado. Ventiladores · Ventilador próprio para VNI: circuito único (inspiratório e expiratório); utilizado também em domicílio. · Ventiladores convencionais de UTI: possuem configuração para ser utilizado em VNI. Vantagens · Maior conforto com menores doses de sedativos. · Facilidade de instalação e remoção. · Preservação da fala e deglutição. · Eliminação das lesões mecânicas das vias respiratórias e do componente resistivo imposto pela cânula traqueal. · Redução da necessidade de intubação. · Reduz a incidência de pneumonia associada à VM, tempo de internação, custos e mortalidade em pacientes com insuficiência respiratória hipercápnica e em pacientes imunossuprimidos com insuficiência respiratória hipoxêmica. Desvantagens · Necessidade de colaboração do paciente e estabilidade hemodinâmica. · Tempo maior de ventilação para correção dos distúrbios. · Vazamentos. Indicações · Benefício comprovado (indicação imediata): - Edema agudo de pulmão cardiogênico (IC agudamente descompensada com crepitação de base a ápice); - DPOC exacerbado (gasometria alterada); · Algum benefício pode estar presente: - Insuficiência respiratória hipoxêmica em imunodeprimidos (evitar complicações da IOT, principalmente a pneumonia, letal para esses pacientes). - VNI no desmame e no período de pós-extubação. · Evidência insuficiente: - Asma; - Pneumonia; - SDRA. Contraindicações · Necessidade de intubação de emergência, como parada cardiorrespiratória. · Rebaixamento do nível de consciência; · Incapacidade de cooperar e proteger as vias respiratórias. · Alto risco de aspiração. · Tosse ineficaz ou incapacidade de deglutição. · Choque e instabilidade hemodinâmica com necessidade de vasopressor. · Arritmias complexas (necessidade de cardioversão/marcapasso). · IAM (pode aumentar descarga adrenérgica). · Presença de secreções abundantes (necessidade de limpar a interface o tempo todo). · Obstrução de via aérea superior. · Trauma ou deformidade facial. · Pós-operatório recente de cirurgia de face, via aérea superior ou esôfago. · Distensão abdominal, náuseas e vômitos. · Sangramento digestivo alto. Modalidades ventilatórias Cpap É uma pressão positiva contínua nas vias aéreas. · Nível único de pressão durante a inspiração e a expiração. · Favorece as trocas gasosas (abre mais o pulmão, fazendo um maior recrutamento de alvéolos) · Não aumenta o volume corrente. · Principais indicações: - Edema agudo de pulmão cardiogênico. - Evitar atelectasia. - Pós-operatório imediato de cirurgia abdominal. - Apneia do sono leve/moderada. · Não é eficiente em situações em que há retenção de CO2, como na DPOC, fadiga muscular, doenças neuromusculares etc, já que não aumento o VC. · Ajustes: - Maior sensibilidade possível (0,5 cmH2O ou 2L/min). - Ajustar CPAP em 5 a 10 cmH2O. - FiO2 necessária para manter SpO2 > 92%. Bipap Pressão positiva bifásica nas vias aéreas. · Modo ventilatório espontâneo com dois níveis de pressão nas vias aéreas: - IPAP: pressão inspiratória positiva nas vias aéreas. - EPAP: pressão expiratória positiva nas vias aéreas. · Aumenta a capacidade residual funcional. · Aumenta o volume corrente. No ventilador convencional: IPAP = pressão de suporte EPAP = PEEP. · Principais indicações clínicas: - Mesmas causas do CPAP (edema agudo de pulmão cardiogênico, atelectasia e apneia). - Hipoventilação/hipercapnia aguda (como o DPOC exacerbado). · Ajustes: - Maior sensibilidade possível (0,5 cmH2O ou 2L/min). - IPAP inicialmente baixa (8 a 10 cmH2O) com aumento gradual para gerar volume corrente de 6 a 8 mL/Kg e FR < 30 irpm. - EPAP de 5 cmH2O com aumentos progressivos para correção da hipoxemia. - FiO2 necessária para manter SpO2 > 92% ou entre 88 e 92% para pacientes com DPOC exacerbado. Preditores de sucesso da vni · Sincronia com o ventilador. · Dentição intacta. · Baixos escores de APACHE II (<29) · Nível de consciência adequado (> 11 ECG). · Pouco vazamento e pouca secreção. · Boa tolerabilidade à máscara. OBS: a rápida correção do pH com redução da PaCO2 e da FR com melhora no nível de consciência, quando observados durante a primeira hora da aplicação da VNI, são preditores positivos! Sinais de falha da vni Indicam necessidade de suporte ventilatório invasivo: · Necessidade FiO2 > 60% para manter PaO2 > 60 mmHg. · Queda do pH e/ou aumento da PaCO2. · Aumentos da FR > 35 irpm e/ou aumento do trabalho respiratório. · Rebaixamento do nível (< 11 ECG) de consciência ou agitação. · Instabilidade hemodinâmica. · Distensão abdominal (deglutição do ar). · Intolerância à máscara. Complicações relacionadas À VNI · Intubação de emergência. · Distensão abdominal. · Vômitos com aspiração. · Lesões da face. (úlcera de contato). · Congestão nasal, rinorreia e epistaxe. · Úlcera de córnea. · Claustrofobia. Colocando o paciente na vni 1. Explicar e orientar a terapia ao paciente (mostrar o dispositivo, colocar nível baixo de IPAP para se adaptar a pressão.) 2. Posicionar o paciente em decúbito dorsal com cabeceira elevada a 45 graus. 3. Escolher a interface adequada. 4. Escolher a técnica adequada e iniciar a terapia com pressões baixas. 5. Proteger a base do nariz com “pele” artificial. 6. Fixar a interface com cuidado. 7. Ajustar: a IPAP capaz de gerar um volume corrente de 6 a 8 mL/kg; a EPAP pela saturação arterial de oxigênio (SatO2) e/ou EPAP intrínseca; a FiO2 para uma SatO2 > ou = 90-92% 8. Ajustar corretamente os alarmes do ventilador. 9. Vigiar e monitorizar o paciente (principalmente na 1ª hora). 10. Reavaliar periodicamente o paciente. 1 CLÍNICAS - TORTO Ventilação não invasiva ____________________________________________________________________________ Ventilação não invasiva (VNI) com pressão positiva Definição Todo suporte ventilatório administrado sem a presença de cânula endotraqueal (intubação orotraqueal ou traqueostomia). Objetivos · Correção da hipóxia e/ou hipercapnia. · Manutenção dos volumes pulmonares. · Corrigir ou evitar atelectasias. · Reduzir o trabalho respiratório. · Impedir ou auxiliar no tratamento da fadiga muscular. · Melhorar o conforto respiratório. Interfaces São os dispositivos que conectam o paciente ao ventilador. Algumas mais utilizadas são: · Máscara nasal: fluxo aéreo limitado, não sendo capaz de suportar grandes quantidades de volume. É, portanto, restrita a insuficiência respiratória leve a moderada. Muito utilizada em domicílio, · Máscara oronasal (facial ): é a mais utilizada. Consegue dar um fluxo maior, portanto é usada em casos de insufic iências respiratórias graves. · Máscara facial total: cobre também os olhos, gerando menor vazamento. No entanto, tambémé mais desconfortável pois gera mais claustrofobia. 1 CLÍNICAS - TORTO Ventilação não invasiva ____________________________________________________________________________ Ventilação não invasiva (VNI) com pressão positiva Definição Todo suporte ventilatório administrado sem a presença de cânula endotraqueal (intubação orotraqueal ou traqueostomia). Objetivos Correção da hipóxia e/ou hipercapnia. Manutenção dos volumes pulmonares. Corrigir ou evitar atelectasias. Reduzir o trabalho respiratório. Impedir ou auxiliar no tratamento da fadiga muscular. Melhorar o conforto respiratório. Interfaces São os dispositivos que conectam o paciente ao ventilador. Algumas mais utilizadas são: Máscara nasal: fluxo aéreo limitado, não sendo capaz de suportar grandes quantidades de volume. É, portanto, restrita a insuficiência respiratória leve a moderada. Muito utilizada em domicílio, Máscara oronasal (facial): é a mais utilizada. Consegue dar um fluxo maior, portanto é usada em casos de insuficiências respiratórias graves. Máscara facial total: cobre também os olhos, gerando menor vazamento. No entanto, também é mais desconfortável pois gera mais claustrofobia.
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