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Lídia Negrão p. 1 Trombose venosa profunda e tromboembolia pulmonar OBJETIVOS: 1. Caracterizar a TVP • Etiologia • Fisiopatologia • Quadro clínico • Diagnóstico • Tratamento 2. Caracterizar a TEP • Etiologia • Fisiopatologia • Quadro clínico • Diagnóstico • Tratamento INTRODUÇÃO E TVP TVP e TEP fazem parte de uma mesma doença – Tromboembolismo Venoso. 1/3 dos casos como TEP e 2/3 como TVP. A TVP ocorre principalmente em mmii e se divide em duas categorias: Ø TVP distal: veias poplíteas Ø TVP proximal: veias poplíteas, femoral ou ilíacas (maior chance de causar EP em comparação a TVP distal) - Elas ocorrem por um desequilíbrio na hemostasia, pelo aumento dos mecanismos ativadores ou redução dos mecanismos inibidores de coagulação, fazendo com que o organismo fique mais favorável a tromboembolias. Quando o paciente tem alterações trombolíticas ele perde a capacidade de manter o sangue ‘’fino’’ na presença do epitélio vascular integro. - Trombose: formação de coagulo em um v aso integro. - Embolismo: desprendimento do trombo e obstrução vascular em sítios distantes do local de formação. à Etiologia: é um disturbo complexo multicausal. Trombos são tampões formados na circulação por constituintes do sangue (plaquetas e fibrina), podendo levar a isquêmica por obstrução vascular ou embolia. A TVP é caracterizada pela formação de trombos dentro de veias profundas, com obstrução parcial e oclusão, pode ocorrer em qualquer seguimento do sistema venoso profundo, mas é mais comum em mmii. à Fisiopatologia: Temos a tríade de Virchow aonde temos 3 causas de trombo; Ø Hipercoagulabilidade sanguínea Ø Alteração do fluxo sanguíneo (estase) Ø Lesão do endotélio A trombose venosa tem um aumento da coagulabilidade e a estase sanguínea são as mais comuns e importantes. A estase permite que a coagulação sanguínea seja completada no local de inicio do trombo. Inicialmente → Só está preso apenas pela cabeça (parede da veia). Irrigação da parede da veia → desencadeia um processo simpático → Determina venospasmo (fixa o trombo) → Bloqueando o fluxo sanguíneo. Essa parede irrigada torna-se sede de um processo inflamatório. Há a formação de capilares de neoformação→ Que atravessam a veia e penetram o trombo→ Transformando-o em um cordão fibroso e duro. A parte livre do trombo (cauda), pode se desprender e flutuar na corrente sanguínea, podendo levar a EP. - Quanto mais rápido o sangue corre, menor o fragmento de trombo, menor a gravidade da embolia. Lídia Negrão p. 2 - Quanto mais lento o fluxo nas veias atingidas, maior o crescimento do trombo, maior a gravidade da embolia. à Se divide em: Ø Alterações regionais: - Efeito Mecânico: obstrução de uma ou mais veias, bloqueando o retorno venoso. A gravidade vai depender do calibre e extensão das veias trombosadas. Esse bloqueio leva a alterações nas veias e tecidos distais à trombose: 1. Hipertensão venosa; 2. Dilatação e insuficiência valvular das veias profundas, comunicantes e veias superficiais - Reação inflamatória: Processo inflamatório nas veias afetadas, se estendendo a tecidos vizinhos. - Efeito reflexo: Desencadeia reflexo vasoespático que compromete artérias e veias. Ø Alterações sistêmicas: 3 fases: Aguda (dor, edema, reações inflamatórias nos capilares linfáticos, febre, leucocitose, aumento do tempo de hemossedimentação, diminuição do tempo de coagulação.); Defesa (diminuição súbita do edema, diurese abundante, retorno da temperatura ao normal, aumento do número de eosinófilos e maior sensibilidade a heparina.); Esgotamento: (organismo incapaz de se defender contra os trombos, embolias e processos podem sumir.) à Fatores de risco: idade + 45 anos, fatores ligados a gênese (Virchow), neoplasias, internações hospitalares (>8x), neurocirurgias, trauma, gravidez, distúrbios de coagulação, antecedentes de TEV. à Quadro clínico: Pode ser assintomático. Ø Suspeita: Edema, dor na perna (melhora com o movimento), dor a palpação da panturrilha, dor com hiperemia unilateral - Complicações: * Flegmasia Cerúleo Dolens. Acontece em trombose ileofemoral extensas. Tem grande morbimortalidade. - Sinais e sintomas: Dor intensa em região de membros inferiores, edema, cianose, gangrena venosa. Pode evoluir → Síndrome comprometimento arterial. Acompanhada com colapso hemodinâmico e choque. * Flegmasia Alba Dolens. Palidez e edema. Com a evolução pode levar ao surgimento de placas azuladas na pele. Trombose venosa ileofemoral e espasmo arterial à Diagnóstico: Exame físico: • Sinal de Homans: dor na panturrilha após dorsiflexao passiva do pé • Sinal da bandeira: menor mobilidade da panturrilha comparada a outra • Sinal de Bancroft: dor a palpação contra a estrutura óssea. • Escore de Wells: baseado nos sinais e sintomas, fatores de risco e diagnostico alternativo. Exames laboratoriais e imagem: • D-dímero: marcador de coagulação e da fibrinólise. Tem alta sensibilidade e baixa especificidade, então não é o mais indicado. (necessita de outros métodos como o ELISA) • USG vascular venosa com doppler ou TC • Ecodoppler colorido (menos acurácia em veias distais) • Ressonância magnética Lídia Negrão p. 3 • Angiografia pulmonar (padrão ouro TEP) - invasivo e de alto custo • Cintilografia pulmonar com mapeamento de ventilação – perfusão (EP) - Venografia com contraste à padrão ouro, desconfortável contraindicados para pacientes com IRA. → PROFILAXIA: Indicado para pacientes em pós-operatório de grandes cirurgias, traumas e lesões graves, cirurgias de lesões medulares, insuficiência cardíaca congestiva, acamados, história prévia de TVP ou EP. A profilaxia pode ser mecânicos ou farmacológicos. Dentre as medidas mecânicas, incluem: deambulação e a utilização de meias de compressão graduadas. A ativação do mecanismo da bomba da panturrilha é um meio efetivo de profilaxia e reduz a incidência de TVP em pacientes cirúrgicos - prevenção da estase venosa. A profilaxia farmacológica inclui a utilização de anticoagulantes em doses baixas, alguns autores relatam como “minidoses” fixas de heparina. A dose tradicionalmente utilizada é de 5000 unidades de heparina não fracionada, a cada 8 ou 12 horas. à Tratamento: Prevenir a extensão do trombo, EP e impedir a recorrência de TVP. 1. Tratamento Oral: Rivaroxabana – ideal 2. Heparina de BP molecular + vasfarina oral (1ª opção de tratamento) 3. Heparina de BPM + dabigatrana de 5-7 dias parenteral Tempo: - Observados Clinicamente: TEP subsegmentar e sem TVP proximal. Em alto risco deve-se iniciar anticoagulantes. - 2 Semanas: Com TVP distal e poucos sintomas. Se não houver extensão do TVP. Em casos de sintomas graves→Estender o período. - 3 Meses: TVP após cirurgia ou fator de risco transitório. Ou quando o paciente não apresenta fator precipitante para TVP + de 3 meses: neoplasias malignas. TEP É uma complicação da TVP, determina sinais e sintomas respiratórios e cardiovasculares (maior taxa de mortalidade). à Etiologia: Tem relação direta ao TVP, são patologias que tem entidades dinâmicas. à Fisiopatologia: + de 90% são decorrentes da TVP, mas podem ocorrer por outras substâncias como, óleo, liquido amniótico, gás, fragmentos de projetil de armas, talco... à Mecanismo inicial da TV Ø Evento inicial à agregado de plaquetas na válvula venosas à estimulação dos fatores de coagulação à forma o trombo. Ø Resolução à fibrinólise (dissolver o trombo) Ø Pode ocorrer EP em qualquer parte do processo. à Fatores de risco: Trauma múltiplo, Insuficiência respiratória aguda, cateter venoso central, idade, DM, obesidade, gravidez... ➔ Quadro clínico: + comum assintomáticos. Sintomas: Dispneia→Início súbito e inexplicável→Aguda. Piora ao respirar; Dor torácica→Dor pleural ou não; Tosse; Síncope→ Tem associação a disfunção do VD,trombos proximais e/ou extensos. Ansiedade intensa e inexplicável. Sinais: Lídia Negrão p. 4 Taquipneia; Taquicardia; Edema assimétrico de MMII. Distensão venosa jugular. Hipotensão ou choque; Achados sugestivos a hipertensão pulmonar→B2 Hiperfonética, sopro na tricúspide. Sinais e sintomas de TVP. Antecedente de trombose. Pode ser dividida em: - Submaciço→Embolias pequenas→Dor torácica, dor pleurítica, dispneia, taquicardia, tosse, hemoptise, taquicardia, febre e cianose. - Maciço→Embolias Grandes→Síncope, hipotensão arterial, choque, taquicardia, dispneia e cianose. Que apresentam variados graus de gravidade. ! detectar a instabilidade hemodinâmica precocemente ! - PAS <90mmHg, redução aguda em mais de 40mmHg não causada por arritmias, hipovolemias ou sepse. à Diagnóstico: Escore de Wells (principal) ou Genebra modificado • Escore de PERC: para pacientes com baixo risco de EP, se houver um sim não se destaca TEP. • • D – dímero, Elisa (melhor), ECG, Raio x do tórax, gasometria arterial, RM, AGP, TC helicoidal à Tratamento: Primeiro estabilizar o paciente. Ø Heparina não-fracionada (avaliar o TTPA a cada dose) Ø Inibidor do FXa Ø Antitrombinicos Ø Trombolíticos Ø Cirurgia Lídia Negrão p. 5