culposo. Impetrada ação por danos morais, materiais e físicos – Vítima com dependência química causada por responsabilidade de Cia. De Cigarros Souza Cruz – Parecer favorável ao pagamento da indenização. Menores proibidos de assistir a filme – Ficção próxima da realidade urbana carioca – Recurso educativo – Medida preventiva – Oportunidade para reflexão – Parecer favorável à liberação do filme Traffic para jovens maiores de 16 anos. Menores proibidos de assistir a filme – Apresentação do submundo do narcotráfico – Apologia às drogas e à violência – Jovens com personalidade em formação incapazes de discernimento – Parecer favorável à proibição de exibição do filme para menores de 18 anos. Utilização de fotos de renomados artistas em interior de loja – Alegação de violação do uso de imagem. Inexistência de antijuridicidade - Finalidade meramente decorativa – Ausência de vantagem decorrente da utilização – Parecer favorável à manutenção da exibição das fotos. Acusação de uso indevido de marca e exibição da imagem de compositores famosos – Ausência de autorização dos herdeiros – Violação de direitos autorais – Parecer favorável à suspensão imediata do uso da marca e exibição das fotos. Atropelamento seguido de morte – Motorista alcoolizado em alta velocidade – Violação do Código de Trânsito – Imprudência, com certeza da impunidade – Parecer favorável à condenação por homicídio culposo. Pedido de modificações infraestruturais e pedagógicas na Escola João Luís Alves – Atendimento acima da capacidade da instituição – Único estabelecimento com atendimento masculino no estado – Necessidade de atuação junto aos menores infratores – Parecer favorável a estudo de viabilidade e implementação de parcerias com vistas à reforma da escola, com a suspensão do pagamento de multas. Pedido de modificações infraestruturais e pedagógicas na Escola João Luís Alves – Ineficácia no atendimento sócio-educativo proposto – Jovens recuperáveis desassistidos – Ùnico estabelecimento no estado atendendo a adolescentes – Descumprimento do ECA e da Constituição Federal – Omissão do Estado – Parecer favorável à implementação urgente das medidas exigidas pelo Ministério Público. ELEMENTOS DA NARRATIVA FORENSE É a exposição dos fatos reais que envolvem uma situação de conflito. Importante lembrar que se torna imprescindível à análise de todos os elementos estruturais da narrativa visando à coerência, à lógica e à hermenêutica adequada para a correta elaboração de uma peça processual. Igualmente é adequado insistir sobre a importância da análise dos elementos da narrativa de um fato jurídico para o profissional de Direito, haja vista que, de acordo com Henriques & Damião (1999-p.137), a narrativa está presente em todas as peças jurídicas, nos vestibulares – Petição Inicial, Denúncia, Reclamação Trabalhista etc, apresentando um fato como retrato da verdade fática. Poderá o defensor ou o promotor, após a análise dos elementos essenciais que constituem o caso em tela, selecionar aqueles que melhor justifiquem a sua tese, pois em função de seu ponto de vista, irá privilegiar determinados elementos em detrimento de outros. Esses elementos deverão ser analisados separadamente com o objetivo de se fazer, passo a passo, um estudo profundo, pois essa análise determinará uma tese coesa e fundamentação coerente, portanto pertinente. Elementos estruturais da narrativa forense: a) Centralidade: é a essência do fato, o cerne da questão, sem juízo valorado. b) Personagem: Ativo – aquele que propulsiona a situação de conflito. Passivo – aquele que se sente lesado. c) Caracterização: impossível conceito mais claro e completo sobre esse elemento do que o de Reis (1986-p.34) É por meio dela que se fica a conhecer um retrato relativamente definido de cada um dos mais relevantes elementos humanos que compõem o fato, retrato esse que diz respeito às características físicas, morais, sociais e psicológicas. d) Educação: quantitativa = grau de escolaridade qualitativa = utilização social da educação recebida desde o núcleo familiar. e) Representatividade Social: é a relação do personagem com o contexto social, é o que ele representa socialmente. f) Espaço: - físico – apresentação dos espaços físicos nas quais a situação de conflito ocorre. - social – é a relação que se estabelece entre os acontecimentos sociais e os personagens. g) Tempo: - cronológico – é o registro dos fatos na seqüência dos acontecimentos, o tempo do relógio. - psicológico - ocorre na mente dos personagens, é um tempo complexo, incoerente que às vezes é responsável pelo comportamento deles e às vezes pelo registro de lembranças que podem elucidar ou complicar um caso. Ponto de Vista: após a análise dos elementos acima, poderá o Profissional de Direito caracterizar o fato em questão e com coerência e lógica persuasiva elaborar sua tese que deverá ser devidamente fundamentada com as possibilidades polifônicas que julgar adequadas, com o objetivo de, finalmente, chegar à conclusão. Compreende-se que o Profissional de Direito já estará permeado, engajado pela sua tese, porém deverá examinar com lucidez todas as possibilidades, de tal forma que possa perceber o seu “calcanhar de Aquiles” e, assim, preparar-se para uma possível refutação. E, para finalizar, é sempre bom lembrar, o que nos adverte Reis (1986-p.102): Mas a posição em que se coloca o narrador para representar a diegese não a afeta só em termos de quantidade, isto é, não tem que ver só com a maior ou menor dose de informação facultada; com efeito, o conceito de ponto de vista implica, sobretudo, uma certa qualidade de informação. Sugestão de esquema para análise da narrativa forense: 1) Centralidade 2) Personagens - ativo passivo 3) Caracterização - familiar social profissional 4) Educação - quantitativa qualitativa 5) Representatividade Social 6) Espaço - físico social 7) Tempo - cronológico psicológico 8) Ponto de Vista Bibliografia : Granatic, Branca. Técnicas básicas de redação. 2. Ed. São Paulo: Scipione, 1995. Henriques & Damião, Antônio e Regina Toledo. Curso de português jurídico. 7.ed. São Paulo: Atlas, 1999. Medeiros & Henriques, João Bosco e Antônio. Monografia do Curso de Direito. São Paulo: Atlas, 1999. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1a. Vara da Infância e da Juventude da Comarca da Capital – Rio de Janeiro. “A partir das relações que estabelece com o seu mundo, o homem, criando, recriando, decidindo, dinamiza este mundo (...). ninguém luta contra as forças que não compreende – “ (Paulo Freire) O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, através do Promotor de Justiça infra-assinado, em esteio de suas atribuições contitucionais e consoante o disposto no art. 220 da Carta Federal e arts. 149 e 153 da Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente – vem, através do presente, na defesa de interesse difuso afeto aos adolescentes, narrar os fatos adiante aduzidos para, posteriormente, requerer o seguinte: I - DOS FATOS: 1) O Requerente é Titular da 7ª. Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude da Comarca da Capital, Órgão de Execução com atribuição para o processamento dos adolescentes envolvidos em práticas infracionais no Rio de Janeiro e, concorrentemente, com atribuição para oficiar perante a Justiça da Infância e da Juventude;