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Efeitos da posse

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(essa última é a posse que dá ensejo à proteção interdital – toda posse dá direito a essa proteção, porém nem toda posse pode gerar a usucapião). 
Outro efeito da posse é a percepção dos frutos, conforme o artigo 1.214 do Código Civil. Esses frutos podem ser civis ou naturais. Podemos ver, pelos artigos 1.214, 1.215 e 1.216 que existem regimes distintos conforme a boa fé ou má fé do possuidor. A boa fé aqui é caracterizada pela ignorância quanto àquela posse estar prejudicando alguém (conforme o artigo 1.201). 
Os frutos de boa fé não precisam ser indenizados apenas caso a boa fé venha a cessar (por exemplo, quando a pessoa passa a saber que está em posse de algo que outra parte teria legitimidade para ter), porém os frutos de má fé precisam ser indenizados em todos os casos. Os frutos, porém, devem ser indenizados retirando-se as despesas de manutenção e custeio – isso devido ao princípio da vedação ao enriquecimento sem causa (isso tanto quando cessar a boa fé quando a posse tiver sido sempre de má fé). O artigo 1.216 indica o regime dos frutos adquiridos de má fé. Pelo artigo 1.217, caso a coisa seja perdida, o possuidor (de má fé ou de boa fé) deverá indenizar completamente pela coisa – a indenização apenas não será devida caso esse possuidor comprove que a coisa também teria se perdido se estivesse com aquele que reclama a posse. O fruto civil geralmente é o aluguel, e o aluguel é percebido pro rata tempori – ou seja, dia por dia.
O regime das benfeitorias nesses casos é citado no artigo 1.219. Caberá direito de retenção pode ser requisitado pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Importante! O direito de retenção deve ser arguido na contestação. Se o direito de retenção não for indicado na contestação, trata-se de um erro muito grave. É fundamental que sejam descritas as benfeitorias pelas quais a pessoa possui direito de retenção – é essencial fazer essa lista para que se instaure o contraditório. 
O possuidor de má fé, conforme artigo 1.220, recebe apenas as benfeitorias necessárias e não poderá exercer o direito de retenção. Sendo assim, é essencial que se comprove a boa fé do possuidor. 
O artigo 1.221 indica que se o sujeito for credor da coisa, ele também poderá ser devedor das benfeitorias que nela foram feitas.
Por fim, o artigo 1.222 indica que o vitorioso na ação deverá pagar ao perdedor da ação benfeitorias necessárias mesmo se o juiz indicar que o possuidor estava de má fé (conforme artigo 1.219), porém o vitorioso poderá escolher o valor a ser pago – se será o valor atual da coisa ou o valor atual da coisa e o seu custo.
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