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Direito Civil - Reais- Professora Kátia- 1º Bim

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Direito Civil – Reais
Revisão da teoria da relação jurídica I
· Fato jurídico é aquele que tem relevância para o direito, que a possibilidade de criar, extinguir ou modificar direitos.
Fato jurídico HUMANO e NATURAL, também ORDINÁRIO e EXTRAORDINÁRIO.
Exemplo: Nascimento é um fato jurídico ordinário, pois há criação de direitos, da personalidade. 
Prescrição (perde da possibilidade de exercer o direito) e decadência (perda do próprio direito pelo decurso do tempo).
Exemplo: Rodrigo vai vender o celular, no qual eu entrego o valor e ele entrega o telefone, com um contrato por escrito com dias para a entrega. Mas ele não entregou, o prazo para buscar a tutela jurisdicional é de 5 (cinco) anos. Prescrição é um direito subjetivo (poder/ dever)
Decadência é direito protestativo (poder/ sujeição).
Exemplo: quando eu compro um produto e este não está funcionando de maneira adequada, é estabelecido que o consumidor tem 30 dias para solucionar o problema, substituição ou devolver o preço). Nesse contexto é dado 90 dias (que é um fato jurídico), pois passado esse tempo não é mais dado essa prerrogativa. 
· Fato jurídico licito e ilícito 
Licito é tudo aquilo que não é proibido e ilícito aquilo que possuo vedação.
Fato em sentido estrito: tem uma vontade inicial, mas depois que manifestada as consequências ocorreram de maneira independente da minha vontade, da minha conduta. 
Exemplo: vai aparecer uma ex-namorada do Felipe com um filho, a partir do momento que reconhece a paternidade, ele consegue controlar as consequências posteriores (uso do nome, direito de pensão, etc.). 
Conceito de domicilio: lugar/local que posso oficialmente ser encontrado, é identificado (objetivo/ subjetivo), levando em consideração a morada habitual com animo definitivo. A partir do momento que mudo, o domicilio muda também e passa a ser o novo domicilio que a pessoa está atualmente. 
Ato fato jurídico: quando a vontade é irrelevante, pois a consequência advém de uma situação.
Exemplo: formas de aquisição da propriedade que é a descoberta (quem acha a coisa alheia está obrigado a informar as autoridades), porém faço jus a 5% da recompensa.
Negócio jurídico: vontade.
Todo negócio jurídico é uma obrigação jurídica 
Obrigação jurídica: obrigação pode ser de dar, não dar, fazer e não fazer.
Toda obrigação jurídica é um fato jurídico. Mas nem todo fato jurídico é uma obrigação. 
Todo contrato é uma obrigação jurídica. 
Exemplo: contrato de compra e venda, Renan quer vender o celular para o Adilson, ambos possuem vontade que é o vínculo jurídico. Que um paga o preço e o outro entrega a coisa. 
Eu bato no carro da Heloisa, agora temos um vínculo decorrente de vontade alheia, que é a uma reparação dos danos que causei. 
Direito real = propriedade
Exemplo de usufruto: antigamente os pais vaziam, quando compravam bens de maior valor e colocavam no nome dos filhos, mas colocavam o usufruto vitalício para poder (alugar, usar). 
Hipoteca: ligado ao contrato de mutuo (vou no banco e empresto um dinheiro), eu compro um bem e deixo outro em garantia, que será para a fixação dessa obrigação (posso vender o bem hipotecado). 
Direito real e obrigações – nas obrigações tem sempre uma relação de equiparidade, só exerço meu direito através de alguém. Já no direito real não tem isso, eu posso exercer o meu direito de maneira independente da vontade alheia (do intermediário), apenas limitado a função social da propriedade.
Só vai deixar de ser proprietário quando muda o direito o nome no registro de imóveis (no caso da venda de imóveis). 
No direito obrigacional apenas posso opor meu direito a uma pessoa, no direito de propriedade eu posso erga omnes, não tenho uma composição especifica. 
Se alguém ofende esse direito.
Exemplo: alguém roubou a cueca do Tulio durante a ducha do futebol, assim o Rodrigo levou para a casa e começou a desfilar com a cueca, assim Tulio pode impor por razão da ofensa do direito de propriedade (DIREITO DE SEQUELA – previsto 1.228 código civil, parte final).
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
No direito obrigacional eu posso fazer contratos sigilosos, no direito real não é possível, pois eu preciso comunicar e identificar por uma segurança jurídica, a visibilidade do proprietário (registro de imóveis que a maneira de adquirir a propriedade, a partir da tradição). 
Direito real é um ato fato jurídico, é uma forma de aquisição da propriedade.
Artigo 1.225 Código Civil
Art. 1.225. São direitos reais:
I - A propriedade;
II - A superfície;
III - as servidões;
IV - O usufruto;
V - O uso;
VI - A habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - A hipoteca;
X - A anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 700, de 2015)
XIII - os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando concedida à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas entidades delegadas e respectiva cessão e promessa de cessão.
· No direito real não tem necessidade de um intermediário, podendo ser independente 
Artigo 1.228 – USAR, GOZAR, DISPOR e REAVER DA MINHA PROPRIEDADE. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1° O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
§ 2° São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
§ 3° O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
§ 4° O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. 
§ 5° No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. Código Civil.
· Direito de sequela – ao ser titular do direito eu posso buscar na mão de quem a detenha. 
Exemplo da cueca do Túlio que o Renan pegou de maneira injusta, assim o Tulio pode reaver a cueca. 
· Direito obrigacional possibilidade de opor meu direito a único sujeito (determinados ou determináveis), nos direitos reais é oponível erga omnes (contra todos), onde quer que ele esteja.
Princípios
· Princípio da publicidade: é o da visibilidade, eu posso ter uma relação obrigacional totalmente confidencial, e é valido sendo absolutamente eficaz mesmo que ninguém saiba dele. No direito real que o simples consenso torna válida? Não, pois eu necessito saber quem é o detentor, do imóvel por exemplo. (Princípio da visibilidade). Para bens imóveis é aquele está constado no registro de imóveis.
Exemplo: que o mesmo sujeito vende o mesmo imóvel 6 vezes, sendo dono aquele que registrar primeiro. 
Bens moveis a regra não é a transmissão em registro público, e sim a tradição, que passa a ter a visibilidade (em casos de carro possui, mas outros bens não, pois seria algo impossível). 
· Princípio da determinabilidade – o objeto tem que ser determinado ou determinável (tem que ser determinado pela espécie, gênero, todas as especificações, que quando surge o negócio eu já sei). 
Exemplo: uma bicicletaé um objeto indeterminado (para validade do negócio jurídico tem que ser especificado), dessa maneira ele é determinado.
· Determinável – quando surge o negócio eu ainda não sei, mas tem elementos e critérios subjetivos eu vou descobrir qual o objeto. 
· Coisa certa = determinado (são diferentes)
Coisa certa é aquela coisa especifica, única, insubstituível. 
Exemplo: a cueca azul calcinha do Tulio isso é coisa certa, que é insubstituível, sendo um objeto infungível. 
Orlando Gomes diz que não é infungível. 
· Coisa incerta = determinável (é diferente).
No direito real o objeto sempre será determinado e certa, pois segundo o princípio da publicidade (visibilidade). Não tem como ser diferente. 
Quando compro um imóvel na planta, estou fazendo na grande maioria das vezes um compromisso de compra e venda (carecendo apenas da forma), eu não sou proprietária, MAS o direito do compromissário e do comprador se levado a matricula de oponível a terceiro. SENDO APENAS A TRANSMISSÃO QUE IRÁ DETERMINAR. 
Para bens moveis eu dependo da tradição para ser proprietário e da transcrição no registro de imóveis para imóveis. 
Exemplo: professora irá entregar um livro para quem tirar a maior nota na prova, sendo o livro que o Renan escolher. Sendo apenas uma relação obrigacional (de cunho pessoal), quando eu entrego ocorre a tradição e aí sim tem o direito real (apenas no momento da satisfação da obrigação). 
· Princípio da taxatividade: existe um rol taxativo de direitos reais, decorrendo de disposição legal (1.225) – alienação fiduciária, retrovenda são considerados um direito real. 
Direito de propriedade
· Princípio da perpetuidade: a tendência é seguir, até o momento que quero dispor ele não se extingue pelo decurso do tempo, nas relações obrigacionais elas se extinguem pelo decurso do tempo (relações pessoais é que elas se extinguem, acabam).
Dispondo eu estou transmitindo a propriedade. Salvo os modos de aquisição originaria (usucapião), na aquisição derivada eu adquiro com as mesmas características.
Direitos reais são imprescritíveis, embora o meu direito é imprescritível, mas a posse mansa e passiva pode ser considera usucapião, podendo exercer o direito de sequela, mas posso perder pela posse de um terceiro.
· Princípio do desmembramento: 
Exemplo: eu não tenho direito de alienar a coisa (dispor).
Servidão de passagem – quando o imóvel está entre os demais imóveis (no meio), ele tem que passar, tem o direito de passar, mas não pode vender, porque não é dele.
Obrigações propter rem (obrigação própria da coisa):
Exemplo: multa decorrente de infração de trânsito, o Rodrigo vai emprestar o carro para a Julia, e durante o carnaval é autuado por uns 40 radares de Curitiba. A Julia reconhece como sendo a condutora (tem que ir no cartório), de todo modo ela reconhece as multas em torno de 40 mil reais de multa. Quem será responsável pelo pagamento da multa? O rodrigo, pois pode até reconhecer o condutor, mas o valor é próprio da coisa, sendo o Estado vs Rodrigo, caso não seja pago responde todo o patrimônio do Rodrigo, com outros bens que eventualmente ele tenha. É o titular do direito real que responde as obrigações. Caso o Rodrigo venda o veículo para a Jaqueline com as multas, agora esse valor será de responsabilidade da nova dona do automóvel.
IPTVA, IPTU – obrigações propter rem.
Taxas condominiais – Eduardo mora em um condomínio de luxo, mas não paga as taxas condominiais, e ele resolve vender para a Gabriele, ela não pede a declaração de débitos condominiais, assim ela coloca na escritura que é proprietária. Assim o sindico manda os 4 anos de débitos que o Eduardo não pagou que daria em torno de 150 mil reais. Assim Gabriele paga e pode ter o direito de regresso sobre o Eduardo. 
Código florestal - prevê que o proprietário de obrigação de manter ou restabelecer o meio ambiente. O Renan corta toda a área nativa que tem lá e faz uma criação de gado, daí Tulio compra a área do Renan, um tempo depois os ambientalistas pedem o restabelecimento a área de reserva legal, e não interessa que ele não tinha sido ele, pois é uma coisa própria da coisa, mesmo nos casos que exceder o valor do bem, e assim vai estender a todo o patrimônio do Tulio, tem o direito de regresso contra Renan. 
· Débitos de água e luz sobre o imóvel: o que a lei fala? Não é pessoal, nem proptem rem, é um contrato de prestação de serviço, sendo uma obrigação pura, somente as fornecedoras de serviço público com o monopólio. 
Obrigação com eficácia real: passo responsabilizar terceiro a partir da aquisição da propriedade, diferente do que acontece com a obrigação propten rem que acompanha A COISA. 
· Direito de preferência: se o proprietário for vender o imóvel tanto por tanto o inquilino vai ter preferência sobre a venda do imóvel (o mesmo preço e as mesmas condições). 
Exemplo: Alessandra vai firmar um contrato com Túlio, sendo de direito pessoal pois vincula apenas as partes. Imagina que a relação de inquilino e locador não está muito boa, mas ela não quer que o Tulio compre, e vende para o Rodrigo daí ele vai lá e registra o bem imóvel, agora ele é o dono, assim o Rodrigo é obrigado aceitar o contrato? NÃO é obrigado a respeitar o contrato. A lei de locação coloca que tem um prazo de 90 dias a contar da aquisição se ele não falar é como se tivesse assumido o lugar da Alessandra no contrato. Dentro de 90 dias ele manda o Tulio sair. Como fica o direito de preferência? 
Porém se o Tulio falar que queria ter comprado, não tem mais eficácia sobre isso, não terá mais a preferência pois o bem não é mais seu. 
Quando ele soube que ela ia vender Tulio registrou o contrato de locação na matricula, que seria uma restrição, dessa maneira Rodrigo não poderia alegar ignorância sobre esse contrato, pois ocorreu a PUBLICIDADE, a partir do momento que eu tenho uma publicidade, eu assumo a outra característica do direito real que é DEVER DE OBSERVÂNCIA. Agora o Rodrigo não der o direito de preferência a Tulio, pode ele entrar com uma ação contra Rodrigo porque essa obrigação te eficácia real, e depositar o valor da escritura mais valor de venda + custas no cartório, e pedir que o bem seja transferido para si.
O direito de preferência se assim não for realizado só terá eficácia com quem você manteve a relação. 
Lei de locação de imóveis urbanos.
Ônus real:
Exemplo: contrato de constituição em renda, iriei pagar 3 Mil reais por mês para o seu pai, e tem um imóvel como garantia. Se eu registrar na matricula desse imóvel torna-se um ônus real. O devedor continua sendo o filho, mas o bem responde por ele, ele não irá se tornar devedor por ser proprietário, responde pela satisfação de uma obrigação. 
Posse
É uma questão de fato, a posse gera direitos, mas ela é uma questão de fato ou eu tenho a posse ou não tenho. Posse não é direito real. 
Exemplo: o Renan é proprietário do celular é proprietário e possuidor (situação mais comum), chamado de – POSSE + DOMINIO. Eu posso ter posse sem ter propriedade, o mais comum é o aluguel, tendo a posse sem ter nenhum direito real. 
Posse é a maneira de aquisição da propriedade, conduz a possibilidade de adquirir a propriedade. 
Vertentes doutrinarias que tentam conceituar a posse.
· Corrente subjetiva – Savigny
Dominus corpus (apoderamento físico) + animus dominus (intenção de ser dono). 
Diz que posse é o apoderamento físico da coisa. 
Durante a vigência do contrato de comodato eu não tenho a posse, possuo apenas a apreensão física, o animus dominus continua com o proprietário do celular. 
Exemplo: dos pescadores que deixam as varas na beira mar e saem, ele não tem a posse das varas, ele pode ser proprietário. 
· Corrente objetiva - Ihering
Dominus corpus (dar devida destinação econômica a coisa)
Eles têm de dar a devida destinação para o bem, nesse caso o pescador teria a posse da vara. 
Não precisa ter a apreensão física da coisa. 
Exemplo: se eu deixo uma armadilha no meio da floresta, o caçador tem a posse? Sim, pois ele está dando a devida destinação econômica. Se eu deixar a vara jogada no canto da minha garagem, eu nãotenho a posse pois não estou dando a devida destinação econômica. 
Quando eu empresto o celular, mesmo não estando comigo eu tenho a posse, não tem necessidade de querer ser dona, apenas agir como dono age (usar, dispor, gozar e reaver a coisa). O fato de eu ter a posse, e o fato de o outro que pegou emprestado também possui a posse. 
Não quer dizer que vou ter um LUCRO, apenas que desempenhe a sua função. 
**tem um artigo ??**
POSSE é VISIBILIDADE DO DOMINIO não confundo com propriedade, para o direito brasileiro isso que é valido, basta agir como o dono agiria. 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
POSSE X DETENÇÃO (tudo aquilo que a lei diz que é, tenho visibilidade do domínio, não é posse porque a lei diz que não é).
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
· Exemplo é o estacionamento, ele não terá todas as prerrogativas que o que tem posse tem. A bibliotecária é mera detentora dos livros ela não tem a posse dos livros.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
· Presunção relativa, permitindo prova em sentido contrário. Eu tinha um motorista (ele é o detentor do caro), eu despedi ele, mas não pedi o carro de volta (agora ele tem posse, é um possuidor).
 
Situações de mera detenção, por força de lei:
1- Servos da posse: um exemplo o caseiro ele tem a visibilidade, mas não tem a posse, e sim um mero detentor. 
2- Permissão ou tolerância: situações que não é possível a cessão da posse, exemplo de imóveis públicos, em que a pessoa está em detenção em decorrência de uma permissão do estado para utilizar. 
3- Atos violentos ou clandestinos: posse adquirida por meio de ato violento (como se fosse um roubo) não é possuir, é um mero detentor, mesmo que tenha a visibilidade, mas de fato não é e a lei diz que quando é utilizada a violência é apenas detentor. A clandestinidade (como se fosse o furto, sem a violência), deixou de ter a posse direta, a visibilidade de domínio existe, mas ainda é apenas detentora. 
Não posso dar de pé de igualdade com o possuidor, para aquele que furtou ou roubou. 
Posse direta X Posse Indireta
Posse direta: aquela que permite usar a coisa, mas mesmo que eu não esteja com a coisa eu posso permanecer com a chamada posse indireta, pois existem outras prerrogativas que não são o uso. 
Posse indireta: é aquele que é proprietário, não é regra. 
Exemplo: no contrato de locação, o Luan tem a posse do tablet e tem a visibilidade do domínio (posse direta), mas eu não perdi a posse (posse indireta), estou recebendo (destinação econômica), estou agindo como dono age (dispondo da coisa).
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
A posse indireta não exclui a posse direta, tanto de direito real como de direito pessoal. 
Se fosse permitida a sublocação, eu mantenho a mesma relação com o Luan, mas se locar para Leticia, ela tem posse direta e Luan passa a ter a posse indireta. 
Possuidor direto tem ação possessória em relação ao possuidor indireto, caso o Luan não pague os alugueis do tablet, caso eu pegue (reaver a coisa), se assim for feito pode o Luan pedir a tutela jurisdicional para a reintegração, isso pode acontecer com a sublocação.
Caso alguém roube o tablet, todos os três podem pedir a ação possessória para reaver o tablet. 
Posse exclusiva X Posse paralelas
Posse exclusiva: exerço a posse sozinha. Na posse é só minha e ninguém mais tem essa posse, se configura no proprietário.
Exemplo: a Paula é possuidora e proprietária desse celular, ela tem a posse exclusiva do celular. 
· Mas se eu tivesse uma situação de composse, como exemplo uma casa que é minha e do meu marido, que são possuidores os dois há visibilidade de domínio no que diz respeito aos dois, direito real de propriedade em conjunto e exercemos a posse em conjunto (composse – dois sujeitos exercendo a posse conjuntamente sobre uma única coisa, claro que posso ter uma posse dividida que cada um exerce a posse sobre um porcentual da coisa, exemplo tenho um imóvel de 1000m², no qual cada um exerce a posse sobre uma parte).
· Área de composse que não é dividida, um exemplo é o condomínio, no qual todos os moradores têm composse do que diz respeito ao elevador, exercem a posse conjuntamente, se eventualmente alguém de alguma forma tentar impedir o meu acesso ao elevador, eu tenho ação possessória sobre esse sujeito. 
· Composse é mais de um sujeito que exerce a posse de uma coisa ÚNICA, de maneira SIMULTÂNEAMENTE, no qual tem duas situações: 
1- A posse é única mais eu delimito a parte que cada um irá utilizar;
2- A posse pode ser comum, no qual todos têm a prerrogativa de exercer a posse conjuntamente. (Áreas comuns do condomínio).
Posse paralelas: no qual a Katia é proprietária (tem a posse indireta), e o Luan (locatário, que tem a posse direta) há posse paralelas as quais coexistem, mas o Luan sublocou para Leticia (ela é a sublocatária, no que diz respeito ao Luan ela tem a posse direta). Isso é a posse paralela, no qual uma não exclui a outra.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
· No caso do caseiro não é possuir, e sim detentor (exerce a posse em meu nome), tem-se a posse exclusiva.
· Se é um sitio, uma chácara que é utilizada por toda a família, daí eu vou falar de uma composse (vários familiares exercendo a posse simultaneamente).
Posse justa X Posse injusta
Posse justa: 
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse injusta: 
Exemplo: roubei algo (sou detentora), mas eu passo a usar na frente do ‘verdadeiro dono’ e ele nada faz, não é razoável que eu continue a situação de detentora, assim passo a ter a posse.
· Bem imóvel – está na minha é chega os membros do MST (Adilson e Eduardo) e tiraram da minha casa com violência, eles têm posse ou detenção? Detenção, mas se passado o tempo e nada foi feito, eles passam a ter a Posse injusta (eu sei que eles estão lá, poderia buscar a tutela jurisdicional, ou realizar a autotutela, para ser reintegrada a posse). 
Sabe ou deveria saber:
· De maneira clandestina, quando a Alessandra não está, eles entram no imóvel, passa uma semana, um mês, é razoável que ela não saiba que eles estão lá? Não, se não sabe é que não está dando valor nenhum a sua posse (usando, gozando ou dispondo do bem), dessa maneira eles passam a serem Possuidores injustos, porque maculados pela continuidade. 
Detenção é um período transitório, pois a partir do momento que eu sei, onde está a coisa e com quem está a coisa, e eu me escuso de reavê-la, eles passam sim a ter a posse.
Tempo razoável tem que levar em conta as peculiaridades do caso.
Exemplo: Alessandra vai fazer intercambio, o Adilson e o Eduardo sabem disso, que ela é antissocial, não tem muitos amigos, que não vai ter ninguém para avisá-la que eles usurparam a posse dela, eles entram e lá permanecem por um ano, quando ela volta um ano depois ela tem o conhecimento. 
Quando ela perde a posse, é a perca da posse direta, pois ela continua tendo a posse indireta. (Posse nova e posse velha). 
· Bem móvel – é mais difícil de reaver, pois se alguém furtar o meu carro, pode passar 30 anos e eu não saber onde está, aí nesse caso o sujeito durante todo esse período é detentor. Se 30 anos depois, descobrem onde está, tenho que adotar as medidas para reaver a posse, e a partir daí nada for feito, corre o risco da perda da posse através de uma ação de usucapião.Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
1- Posse violenta (roubo) – há detenção quando não tem a visibilidade do possuidor.
2- Posse clandestina (furto) – ainda há detenção enquanto não tem a visibilidade do possuidor. 
3- Posse precária (apropriação indébita) - eu tinha a posse, ele abusa da confiança do sujeito e não reestabeleço. 
Exemplo: eu empresto meu tablet (posse justa, decorrente do contrato de comodato, que era enquanto durar a aula que exatamente ao 12:00, ele tem que devolver o tablete), mas abusando da minha confiança o Luan coloca o tablete dentro da mochila e vai embora. Ele tem a posse injusta, maculada pela precariedade, não é uma situação de detenção porque não tem como ignorar. 
4- Esbulho a céu aberto – é aquela sem ocultação, que algumas situações que o as pessoas não esconderam o que estão fazendo na sua casa (chamaram caminhão de mudança, contaram para as pessoas). Não posso dizer que foi por clandestinidade, o que difere é que não tem processo de ocultação. 
Cessação da violência e clandestinidade:
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
Exemplo: eu tenho uma casa na praia, e daí o Guilherme entrou na minha casa logo após o carnaval, e pretendo voltar lá na Pascoa, o prazo razoável seria de acordo com o convencimento de cada um a partir do caso concreto. A partir do momento que eu passo a ignorar o sujeito sobre o bem, ele deixa de ter a detenção e passa ter a posse injusta.
Conversão da posse injusta para a posse justa
Usucapião extraordinária – a partir de 15 anos de posse ininterrupta eu preencho os requisitos para usucapião, eu busco a tutela jurisdicional e tenho o reconhecimento e agora me tornei proprietário são uma forma originaria de aquisição da propriedade, altera a forma de posse. Pois a minha posse injusta mansa e passiva, me deu direito a usucapião que decorre do direito real, passando a ser uma posse justa, (é o caso que o tempo pode alterar a posse).
O simples decurso do tempo NÃO altera a forma de aquisição da propriedade, são outros fatores que alterar a detenção. 
Exemplo: A Mayla, vai furtar as joias da mãe dela, a relação que ela tem com as joias é detentora, mas passado 2/3 anos de ter furtando as joias da mãe dela, passa ostentar as joias publicamente (posse injusta), pois a mãe sabe que as joias estão com ela. Depois de passado muitos anos, a mãe dela morre e Mayla era a única herdeira necessária, não tem irmãos, agora Mayla tem a posse justa das joias, porque ela recebeu a propriedade por herança, inclusive não é necessário nem fazer inventario. 
Caráter relativo da Posse injusta
É de acordo com o precedente do STJ, que no primeiro momento falava que entre particulares não poderia falar de posse sobre bens públicos, porque eles seriam meros detentores. 
A posição que alterou, mostrou o caráter relacional que o bem é público se alguém tentar exercer a utilização sobre o bem público, o particular tem mera detenção, pois não é possível exercer posse quando falo de estado.
Exemplo: permissão e tolerância, no qual existe um processo para levantar a posse de bens públicos que acontecem com áreas públicas quando pede a posse a um terceiro. 
Exemplo: uma família na década de 40 uma família entrou em uma área pública para construir uma casa e lá reside por 30 anos, e um belo dia ele resolve transferir para alguém a possibilidade de residir nesta casa (ceder), ele cria um contrato pelo qual fica estabelecida. Posso discutir posse? Sim, de acordo com o precedente do STJ, que pode ser que qualquer um desses sujeitos tenham a detenção com relação ao estado, mas entre eles eu posso falar de posse (pessoas que estavam morando com as outras, eventualmente posse justa e injusta). 
A transmissão de posse viciada
É uma forma derivada de aquisição de direito, quanto as maculas eu estou transmitido para os outros. As maculas do bem sempre acompanham. 
Exemplo: Alessandra tem a detenção e resolve vender, ela transmitir o direito que ela possuía, ou seja, a detenção, e assim vai.
Posse de boa e de má-fé.
Boa-fé subjetiva – é a ignorância sobre o vício.
Má-fé, quando as circunstancias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
Exemplo: o Eduardo, rebaixa o carro para deixar o carro socado. Usou muito o carro, e daí quer vender, colocou os amortecedores e não contou a verdade. Isso é uma conduta de má-fé. 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
No direito real eu tenho que considerar as características subjetivas, que eu não tinha conhecimento.
Exemplo: quando eu compro um imóvel em um local de posse injusta, neste caso não posso dizer que ela possuía uma posse de má-fé pois ela não tinha conhecimento sobre o que estava acontecendo, visto isso é uma posse de boa-fé.
Posse com justo título
1.202, § único – O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
É aquele que tem um título com a presunção de posse. É aquele que apto, pelo menos em tese para transmitir a posse. 
Exemplo: contrato de locação, em tese transmite a posse? Sim, então em tese é um justo título? Sim. No contrato de comodato também. Nos dois contratos não seria o suficiente para usucapião. 
O Rodrigo vai para Austrália, deixa a chave da casa dele com o Tulio, este se aproveitando começa a alugar a casa do apartamento. Camila está procurando um apartamento, e ela loca o apartamento. Ela tem o justo título e uma presunção de boa-fé. Quando Rodrigo voltou e Camila está lá, o que diz respeito a ele, ela não tem a prerrogativa (pois é uma relação pessoal, pois nunca foi permitida pois o Tulio era o detentor, não tinha uma posse para transmitir). No que diz respeito a Rodrigo, Camila é uma mera detentora. Mas no que diz respeito ao Tulio tem o justo título, posse de boa-fé. Mas depois que Rodrigo chegou ela descobriu não possuía mais a boa-fé (e sim, má-fé) e a posse foi reintegrada. 
Posse nova e Posse velha 
· Posse nova é aquela que tem menos de ano e dia;
· Posse velha é aquela que tem mais de ano e dia.
Dentro do direito material, terá essa diferenciação. 
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial
Exemplo: O Guilherme invadiu o imóvel do Tulio no dia 8, e foi tomar conhecimento no dia 10 de março, deste período o Guilherme tinha a relação de detenção, a partir do dia 10 ele tem a posse injusta, daí que começa a contar o prazo. Se o Guilherme, ficar 1 ano e 1 dia, sem que o Tulio nada faça, que busque a tutela jurisdicional, quando o Tulio buscar o judiciário ele vai saber que a propriedade não poderá mais ser reavida. Se caso antes de um ano e um dia, buscar a tutela jurisdicional, o juiz vai deferir a liminar para a reintegração de posse, irá privilegiando a sua situação. 
CPC – diz que quando estiverdiscutindo a posse de um imóvel menos de ano e dia, a posse será a reintegração de posse, depois de um ano e um dia não terá mais a reintegração de posse. 
Parágrafo único.  Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Posse natural e Posse civil ou jurídica 
Posse natural – eu já fui vista em algum momento com a VISIBILIDADE DE DOMINIO, já me identificaram como proprietária. Porque a Letícia me entregou o penal.
Posse civil ou jurídica – no qual eu nunca vi a Bianca como dona, mas ela tem a posse (que foi transmitida através de um contrato – ficta), mesmo que acontece com os herdeiros que nunca exerceram a posse (visibilidade de domínio), mas a partir do momento que o pai falece a lei diz que há sucessão (posse civil ou jurídica).
No primeiro momento da posse simbólica eu tenho a posse civil, não é natural, desde que eu entrego a chave o que pode ter acontecido que antes de você chegar no imóvel eu já troquei o miolo da chave para você não entrar, assim nunca vai ter a posse real.
A transmissão do direito real de propriedade a bens imóveis só com o registro de imóveis, e a bens moveis com a tradição. MAS AGORA, não estamos falando de propriedade, estamos falando de uma questão de fato, da posse. A posse será TRANSMITIDA TANTO DE BEM IMOVEL COMO DE BENS MOVEIS PELA TRADIÇÃO, podendo ser real, ficta ou simbólica.
A tradição real – é mais convencional. Exemplo a Letícia vende o penal dela, ela pega e me entrega, é a tradição real.
Tradição simbólica- é a entrega das chaves do imóvel. 
Tradição ficta – só há tradição de forma fictícia, exemplo Tulio é inquilino (contrato de locação), um determinado momento eu resolvo vender o imóvel e dou o direito de preferência para ele e ele exercê-lo direito, comprando o bem. Ele tinha uma posse justa com relação ao contrato de locação e ele adquiriu um imóvel (direito real), eu vou transmitir a posse? Não é apenas fictícia, pois ele já estava com a posse, pois não fiz uma tradição efetivamente.
Exemplo: vou vender meu carro e coloco um prazo de até maio para entregar, não houve tradição real e não houve tradição simbólica, eu transmito a posse de maneira ficta. No nosso contrato, eu digo eu transmito o direito real de propriedade e a posse. Tem a posse indireta da coisa sem nunca ter contato com ela, aí está a diferença com a posse natural e a posse civil ou jurídica.
Posse Ad Interdicta e Ad Usucapionem 
Posse ad interdicta – não conduz a usucapião, exemplo em um contrato de locação e comodato, quando ainda demostra os elementos essenciais, que é corpus e animus. A posse de bens com a CAIXA, também não induz a usucapião.
Posse ad usucapionem – é aquele que induz ou possibilita a usucapião. 
Mas tem como uma posse ad interdicta se transformar em ad usucapionem, como exemplo, eu comecei como inquilina, eu parei de pagar aluguel e ninguém reclamou quanto a isso, e aí eu continuei, isso não tem mais contrato e induz a usucapião, com os demais pressupostos para me tornar titular de um bem real em decorrência da utilização ininterrupta e mansa. 1° momento ad interdict, 2° momento ad usucapionem. 
Modos de aquisição da posse
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
É a relação à coisa de maneira como habitualmente o faz o dono.
Aquisição originária: não há um ato de transmissão, eu adquiro independentemente da transferência desse direito para mim. Como adquire de maneira originária, nos casos de: apreensão da coisa, exercício de um direito.
Apreensão da coisa: Exemplo: aquisição de um bem no leilão, eu tenho um ato de transmissão, é um contrato de sujeição, não é transmissão de direito. É um ato de apreensão unilateral. 
Se a coisa for abandonada: Exemplo: o carro do Rodrigo foi roubado, e em determinado momento foi abandonado, eu posso me apoderar do carro por estar abandonada? Não. 
Mas se eu jogar no lixo meu tablet, e se alguém pegar é uma maneira originaria de aquisição da posse. Neste contexto é independente de macula.
Coisa sem dono: Exemplo: os peixes do mar, quando pego eles eu passo a ser possuidor deles. Sem ato de transferência e unilateral. 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
Exercício do direito: exemplo da servidão de passagem, imóveis que estão no meio de terrenos, não tem saída para rua, e assim tenho que utilizar as passagens de outras casas para poder usar. É uma maneira originaria, eu comecei a exercer de maneira originaria. 
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião.
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.
Aquisição derivada: quando a pessoa recebe a posse de alguém.
Tem a chamada tradição:
· Tradição real: entrega efetiva
· Tradição simbólica: um simbolismo que representa a tradição. Exemplo: a entrega das chaves. 
· Tradição ficta: ocorre no caso de constituto possessório (clausula constituti) e da traditio brevi manu. Só há uma tradição fictícia (civil ou jurídica). 
Exemplo: eu transmito a posse daqui 90 dias, passado o prazo o contrato diz que a posse que era minha passou a ser da Jaque, agora ela tem a posse (civil ou jurídica), ela nunca teve a posse (visibilidade de domínio), mas ela já é possuidora. No outro dia ela entra e coloca a sua mudança, agora ela tem a posse natural.
Sucessão na posse
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
Aquisição derivada – ato de sucessão; se na aquisição originaria ele exerceu uma posse jurídica, com qualquer macula, na aquisição derivada a regra é que seja transferida com os mesmos vícios que eventualmente ela tinha na mão do meu antecessor. Tanto na inter vivos como na causa mortis 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
· Sucessão a título universal: eu tenho uma gama de direitos que são transmitidos a um terceiro. Exemplo: nas causas mortis, quando meu direito é transmitido a um herdeiro
· Sucessão a título singular: quando eu transfiro apenas um direito especifico. 
· Acessio possessionis: a posse vai da pessoa do antecessor para a pessoa do novo possuidor. 
Eu faço a sucessão causa mortis e inter vivos. No INTER VIVOS eu transmito tudo aquilo que eu tinha, e se eu tenho macula vai junto. Na CAUSA MORTIS, a regra é a mesma, vai tudo junto também. A título universal o mais comum é a causa mortis, que eu pego uma gama de direitos e transmito (testamento) se dentro dos herdeiros necessários eu separar um bem para transferir para Paula, ela irá receber a título singular. 
O artigo 1.207, se eu sou um servidor público e ganho 50 mil por mês, se eu quiser doar todos os meus bens, eu posso? Sim. É um ato inter vivos a título universal. 
Quando a sucessão é a título universal e na verdade simplesmente continua a relação de direito da própria parte, quando a sucessão é a título singular fica na prerrogativa da minha posse a posse do antecessor. 
O QUE VAI DIFERIR É NA SOMA DA POSSE, por exemplo estou exercendo minha posse há 3 anos, e transmito ela para o Tulio, assim todas as maculas que tinha posse foi transferida, mas eu posso somar os três anos que ela estava lá com meu período para fechar a usucapião? Ou seja, eu fiquei três anos,transmiti todas as maculas que tinha e o Tulio tem a possibilidade para preencher os requisitos da usucapião SOMAR as datas (os 2 anos que faltavam), se ele quiser, tem a possiblidade de não querer juntar os prazos quando por exemplo eu não exerci de justo e boa-fé a posse da propriedade, dessa maneira ele não quer juntar e sim agir de sobre os 5 anos próprios do que ter que exercer 10 por conta da minha má-fé.
Quem pode adquirir a posse
Pela própria pessoa ou por ser representante ou procurador. Também pode ser por 3° sem procuração.
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - Pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II - Por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
Exemplo: eu dei a chave do carro para a Paula, mas eu tinha vendido o carro para Débora, mas a Paula representa a Débora. Podendo ser conferido anteriormente ou posteriormente. 
Até o absolutamente incapaz pode adquirir a posse, mas não pode ele ter feito parte do negócio jurídico pois seria NULO, não tem como arrumar. Nas transmissões de um bem não tem o perigo de ser absolutamente incapaz.
Presunção legal da posse de móveis que guarnecem imóvel 
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.
Eu tenho carro fruto de um furto a presunção é que essa posse é minha. Qualquer objeto ilícito, ou que foi esbulhado que eu tenha dentro da minha casa a presunção é que a posse é minha, podendo provar em sentido contrário (presunção relativa), mas a prova é minha. 
Perda da posse
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Quando o sujeito não tem mais o direito de usar, gozar e dispor é o caso de perda da posse, no momento que ele sabe onde está posse exercer ação possessória.
Perda da posse é quando eu não posse mais exercer a prerrogativa de proprietário, perco a chamada VISIBILIDADE DE DOMINIO.
a) Perda da própria coisa:
Exemplo: Renan tem um carro (proprietário e possuidor), e certo dia choveu muito, e o carro dele é arrastado em um alagamento que teve. Neste caso, é o próprio carro que se perdeu, ele não tem mais a posse.
b) Destruição da coisa: no mesmo sentida da perda da própria coisa, ou seja, por destruição, caso que ele também perde a posse, e passará ser exercida exclusivamente por outra pessoa. 
c) Abandono da coisa: deixa a coisa (difere de esquecer). “Achado não é roubado quem perdeu é relaxado” – não se trata de uma verdade jurídica.
Exemplo: joguei no lixo o celular, e alguém pega (apreensão da coisa). 
A regra no ordenamento é que eu não tenho a direito de arrependimento, somente permitido onde a lei expressamente autorize (1- artigo 49° CDC - “que as vendas feitas fora do estabelecimento comercial, o possuir teria o prazo de 7 dias a contar do arrependimento do produto e da conclusão do serviço para exercer o direito de arrependimento” fora do estabelecimento comercial; 2- resilição unilateral – pela vontade de apenas um sujeito o contrato se desfaz, isso é possível quando a lei expressa ou explicitamente autoriza (p. exemplo: nos contratos com prazos indeterminados, ENERGIA ELÉTRICA) 3 - Contrato com trato sucessivo -mesmo que com prazo determinado, p. exemplo a prestação de serviços educacionais, que a partir do momento que paro de pagar eu paro de estudar.). Se hoje eu abandonei, que não quero mais ser possuir, “Problema é seu”, se a posse for adquirida por um terceiro de boa-fé de forma regular, isso na teoria. Se eu não conseguir provar o abandono judicialmente, fica configurado que houve esbulho. 
A qualificação do abandono é a manifestação da vontade, não tem um prazo para ser qualificado como abandono. Pois eu também posso perder, nesse caso não perco a posse nem a propriedade, eu apenas não sabia que estava abandonada. 
d) Posse da coisa por outrem: 
e) Tradição: transmissão da posse, nesse caso eu perco a posse. 
f) Constituto possessório: é uma forma de tradição, apesar de não ter sido uma tradição real, houve uma perda da posse porque teve uma tradição ficta.
g) A coisa ter sido posta fora do comércio: eu tenho um bem e ele foi objeto de desapropriação, nesse caso eu perdi a posse (pois eu não posso comercializar bens públicos, são eles: de uso comum, de uso especial e dominicais, nenhum deles é usucapíveis e apenas de uso comum e especial são alienáveis), esse bem que está fora do comercio, existe alguma maneira de aquisição da posse? Não, a partir do momento que o bem foi desapropriado, eu permaneço eu posso falar que tenho a posse do bem? Não, pois é uma mera detenção. 
Efeitos da posse
A posse é uma questão de fato, mas que impacta em direitos. 
São os direitos que decorrem legalmente de efeitos sobre essa situação fática. 
1- Tutela possessória: maneira de defesa da posse.
Autotutela: a chamada defesa com as próprias mãos, é uma legitima defesa de uma certa perspectiva. Pois é sem a necessidade de intervenção do estado (1.210). Eu não perdi a posse ainda, mas posso fazer para evitar que eu perca a posse. 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
· Legitima defesa na Turbação: Eu não perco a posse, mas tenho uma perturbação da possibilidade de usufruir da sua posse, eu posso usar da força quando isso acontece. Exemplo: um carro que estaciona na frente da minha garagem. Intenção é a manutenção da posse.
§ 1° O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
· Desforço imediato esbulho: exemplo: roubaram meu celular, e eu localizo ele, e vou buscar pois o detentor tem essa prerrogativa e essa legitimidade, meu amigo pode ir junto, e pode ir somente meu amigo como representante (não vai eximir da pratica de outro crime). Na situação de esbulho eu tenho minha posse, mas alguém usurpa ela (tira ela de mim). Intenção é a reintegração da posse. 
· Ameaça que eu possa perder a posse exemplo: interdito proibitório contra as empresas de ônibus de Curitiba, pois havia uma ameaça dos sindicatos dos motoristas e cobradores de que eles impediriam a saída dos ônibus de dentro da garagem.
Não fala de autotutela quando tem a violência eminente (violência que ainda não aconteceu), dessa maneira ainda tem a possibilidade de buscar a tutela (o correto, pois eu tenho tempo). 
Requisitos – legitimidade, desde logo e força moderada. 
Legitimados:
· Não é obrigatório o próprio possuidor praticar esses atos em defesa, com a possibilidade de terceiros podem tutelar, tais como: familiares, cônjuge, caseiro, etc.
· Tem alguma controvérsia doutrinaria no que diz respeito quando é uma empresa contratada para tutelar a sua posse. No contexto do que eu sempre tive uma empresa de segurança para cuidar da minha casa, eu não terei esse problema pois já está considerado um detentor (um exercício de posse em nome dele), pode ser considerado quando posteriormente eu contratar uma empresa.
Desde logo: não é um prazo definido. A partir do momento que tomar conhecimento (entendimento da Katia), cada um vai ter uma forma de interpretação, e mesmo assim vai ter diferenças no caso concreto. Exemplo: roubaram minha bicicleta e só 1 ano eu descubro onde está, dessa maneira sobre a concepção da professora, ele teria a possibilidade de reaver pois só nesse momento eu tive conhecimento. (Anteriormente – detentor, após ter a visibilidade – possuidor injusto). 
Força moderada: proporcional a ofensa, mas também que levar em contas vários fatores que vão impactar na forma de reação. 
2- Heterotutela: tutela exercida pelo estado. 
Porque o legislador quer proteger a posse e não direto a propriedade? R: é apenas um facilitador no que diz respeito a comprovação. 
1- Proteção possessória (ação possessória): eu não discuto domínio, somente posse como uma questão de fato. Eventualmenteeu firmei uma escritura pública de compra e venda, mas não houve posse, entro com uma ação de reintegração de posse mostro ao proprietário (não tem relevância no domínio neste caso). (Posse antiga prevalece sobre a posse nova). 
Jus possessiones: direito de posse, eu só discuto esse. 
Jus possidente: do título que me confere a posse, não é pertinente em uma ação possessória (irrelevante). 
Artigo 1.210, § 2° Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Sendo vedada ter uma ação petitória e uma ação possessória, salvo se a posse em face de 3° pessoa. 
Art. 557.  Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único.  Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.
Não discuto domínio no âmbito ação possessória e uma ação petitória. Não pode ter ações paralelas, apenas se for em face de terceiro. 
Exemplo: discutir posse com Alessandra (posse), e propriedade com a Letícia (domínio). 
Não era uma coisa fácil de se provar, tinha que ser todo o vínculo que teve sobre a propriedade (todas as transmissões realizadas até chegar na pessoa que detém a posse) – PROVA DIABÓLICA.
1.1. Ações possessórias típicas:
a) Princípio da fungibilidade das ações possessórias: que diz que não importa o que eu peça, eu vou estar recalcada pelo fato dentro daquela modalidade. Se eu entrar com uma ação possessória, mas na verdade for de conteúdo de petitória, isso não vigora. 
Mas se eu entro com manutenção, e na verdade por de turbação, vai decidir de acordo com as espécies típicas. 
Art. 554.  A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àqueles cujos pressupostos estejam provados.
§ 1° No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
§ 2° Para fim da citação pessoal prevista no § 1o, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados.
§ 3° O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1o e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios.
b) Princípio da cumulação dos pedidos: por meio do rito ordinário. 
Indenização por frutos – decorre naturalmente da coisa. Se fosse uma indústria, tudo aquilo que eu deixei de produzir estaria falando em frutos e posso acumular esse pedido de reparação. 
Perdas e danos
Na possessória eu discuto posse, podendo discutir perdas e danos e indenização por frutos, adequando pena para caso de descumprimento (no mesmo momento ou futuro). 
Art. 555.  É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - Condenação em perdas e danos;
II - Indenização dos frutos.
Parágrafo único.  Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
I - Evitar nova turbação ou esbulho;
II - Cumprir-se a tutela provisória ou final.
c) Caráter dúplice: quando contesta eu já estou afirmando a minha posse. Ao contrario do que tem, no qual pedido é somente realizado na PI, na ação possessória é possível formular pedido na contestação. Por que? Porque especificamente quando eu falo a posse é minha não é sua, eu estou pedindo que você proteja a minha posse também, na contraparte posse formular pedidos recessoria, o réu também pode. Então posso dizer que eu entrei com uma ação de reintegração de posse em face da Alessandra, porque eu digo que ela esbulhou uma propriedade minha. 
Legitimidade ativa 
O proprietário não é sempre a parte legitima, pois tem que analisar se ele tem a posse (indireta e direta). 
Legitimidade passiva 
É o autor da ameaça, turbação ou esbulho. Quando tem um terceiro para esbulhar/ ameaça/ turbação a posse (não tem como saber quem é que mandou), responde tanto o terceiro, tanto aquele que deu as ordens (se souber). 
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Com terceiro de má-fé cabe ação possessória.
· Terceiro é menor, ou absolutamente incapaz: quem responde é os representantes dos filhos, respondem independentemente de culpa. 
O patrimônio do filho apenas responde subsidiariamente ao patrimônio dos filhos. Se os pais não têm dinheiro, o patrimônio do filho responde.
· Terceiro de boa-fé: se ele recebeu a coisa de boa-fé não está sujeito a ação possessória. 
Exemplo: Adilson roubou o celular e vendeu para o Renan, e o Renan vendeu para Alessandra. Quando o dono vê o celular com Alessandra pode propor ação possessória? Não, pois Alessandra comprou de boa-fé. 
É inadmissível o direcionamento de demanda possessória ou ressarcitória contra terceiro possuidor de boa-fé, por ser parte passiva ilegítima diante do disposto no art. 1.212 do CC. Contra o terceiro de boa-fé, cabe tão-somente a propositura de demanda de natureza real. 
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.
§ 1° Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição.
§ 2° Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
· Perturbação por ordem de outrem: perturbação causada por alguém em virtude de ordem imediata, a ação pode ser proposta contra o autor do ato, contra aquele que ordenou, ou contra ambos. 
· O sucessor mortis causa e o inter vivos: o herdeiro a título universal ou mortis causa também é legitimada passivo. Porque continua de direito na posse de seu antecessor, com as mesmas características (1.207).
A ação de Força Nova e a Ação de Força Velha
Art. 558. CPC.  Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único.  Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Se ação proposta antes de ano e dia (recente), segue o rito especial das ações possessórias. Após esse período + de ano e dia, tem que seguir o rito ordinário. 
A diferença entre o rito possessório e rito ordinário. 
Posse nova – de ano e dia.
Posse velha + de ano e dia.
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
A diferença entre o rito possessório e o ordinário é que basicamente está ligada a necessidade de deferimento de liminar de reintegração de posse ou de não turbação. 
Eu proponho uma ação de força nova o julgador necessariamente deve conferir a liminar de manutenção ou de reintegração de posse. 
Ação de manutenção de posse e reintegração de posse
Quando eu falo de manutenção de posse, o meu objetivo é evitar a turbação a minha posse, eu não perdi a minha posse eu só tenho o ato de ingerência da minha posse (perturbando, não deixando que eu usufrua de forma plena ou esporadicamente usando da minha coisa sem a minha permissão). Seguindo o rito possessório, no qual se demorar mais de ano e dia para propor a sanção,seguira o rito ordinário, se for menos de ano e dia segui o rito especial. 
Quando eu falo de reintegração de posse eu tenho, esbulho, eu perdi a posse, não tenho a prerrogativa de usar e gozar da coisa, é um terceiro que agora tem essa prerrogativa.
Exemplo: hoje eu entrei no seu imóvel, e você já sabe, eu tenho posse injusta. Se na semana que vem você propõe uma reintegração de posse, a minha posse é uma posse nova ou velha? NOVA (-menos de ano e dia), seguindo o rito possessório (especial). 
Art. 560.  O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
= o artigo 1.210
Com a necessidade de provar que tinha uma posse anterior (de maneira fática, cartas, pagamentos dos tributos decorrentes, que provem que a posse era minha). Também provar a turbação ou o esbulho praticado pelo réu (fotos, qualquer coisa que comprove e até mesmo a data). Se for caso de manutenção eu tenho que provar que eu continue na posse embora turbada, e no caso da reintegração tem que provar que eu perdi. 
Feito isso, 
 Art. 562.  Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
· Diz que se na Petição inicial estiver especificamente comprovado (que eu tinha a posse, e foi turbada ou esbulhada, comprovar a data que houve a turbação ou o esbulho e que comprovar que eu perdi ou tive prejuízo, preenchidos esses pressupostos o artigo 562, diz o juiz deverá CONFERIR LIMINAR DE REINTEGRAÇÃO OU MANUTENÇÃO DE POSSE), não tem como negar, pois ele DEVE. Se ele ficou na dúvida a respeito da comprovação dos pressupostos realiza uma audiência de justificação prévia, na qual eu terei que produzir provas com esse objetivo de evidenciar que aqueles pressupostos estão preenchidos.
· A audiência de justificação prévia só será determinada quando o juiz não tiver certeza sobre os documentos e as provas produzidas na inicial. Mas não é obrigatória, mas apenas se for pedido (“se o juiz não se convencer das provas produzidas da PI, quer a audiência de justificação previa”), caso contrário o juiz não tem que deferir esse momento. 
O réu é citado, mas ele tem a possibilidade de produzir provas também? Ele tem a necessidade de comparecer, contraditar as testemunhas, podendo as próprias testemunhas dele inquirirem em seu favor, mas ele pode produzir provas em seu favor? A priori não, pois esse é o momento de produção probatória do autor (pois se não posse as provas documentais e o seu pedido, não haveria este momento que é apenas para fechar o convencimento do juiz).
Parágrafo único.  Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Se eu não tenho uma posse nova eu não faço jus a priori a essa liminar. Não tem as prerrogativas dispostas no código civil.
Regra geral, se eu não entrar antes de ano e dia, terei que esperar o desenrolar total da demanda para aí sim ser remitida na posse. 
Embargos de retenção por benfeitoria 
Benfeitorias útil, necessárias e voluptuárias. 
Eu tenho direito de reparação das benfeitorias (manutenção ou reintegração), preciso necessariamente pleitear o ressarcimento em tese de contestação. Se eu deixar para momento posterior, eu não tenho o direito de retenção da coisa até que haja o ressarcimento dessas benfeitorias. Retenção, é quando eu faço 10 benfeitorias, nas quais enquanto não receber por elas eu não devolvo a coisa, se não fizer isso em contestação eu tenho o direito de reparação? NÃO. Eu posso em ação autônoma pleitear o ressarcimento dessas benfeitorias, o que eu não posso mais é reter a coisa. Se eu pretendo ficar com a coisa até que as benfeitorias sejam reparadas, eu preciso pleitear isso em sede de contestação.

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