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FASES DO DESENVOLVIMENTO

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CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO
HUMANO E
APRENDIZAGEM
MOTORA
Patrick da Silveira Gonçalves
Fases do desenvolvimento 
nas teorias motora, 
cognitiva, afetiva e social
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Apontar as principais características das diferentes teorias do desen-
volvimento humano.
 � Comparar o desenvolvimento humano a partir das teorias motora, 
cognitiva, afetiva e social.
 � Definir desenvolvimento afetivo e suas características. 
Introdução
As transformações que ocorrem ao longo do período do ciclo vital e que 
aumentam ou diminuem as capacidades funcionais são denominadas 
desenvolvimento. Essas modificações ocorrem em diversas dimensões 
do ser humano, como os aspectos físicos, motores, sociais e afetivos, e 
se apresentam de diferentes formas, dependendo de fatores genéticos 
relacionados aos estímulos ambientais ou às histórias de vida e contexto 
que permeiam cada um dos indivíduos.
Para evidenciar os processos de desenvolvimento humano, muitos 
teóricos buscaram compreender as modificações que os sujeitos apre-
sentam em cada uma de suas dimensões. Neste capítulo, você estudará 
algumas das principais teorias do desenvolvimento motor, além de com-
preender aspectos gerais do desenvolvimento humano de acordo com 
as teorias motoras, cognitivas, afetivas e sociais. Você compreenderá, 
também, algumas das características e conceitos acerca do desenvolvi-
mento afetivo de seres humanos.
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
Teorias do desenvolvimento humano
O desenvolvimento pode ser definido como uma série de mudanças que ocorrem 
durante a vida de todos os seres vivos. Essas mudanças podem ser observadas 
a partir de diversas óticas, como na maturação fisiológica, nas mudanças 
comportamentais e por meio das habilidades cognitivas. Nos seres humanos, o 
interesse pelo desenvolvimento ganhou força a partir do início do século XIX, 
quando o debate científico sobre as experiências na infância e suas relações 
com as características inatas das crianças buscavam ser compreendidas por 
cientistas. 
Papalia, Olds e Feldman (2013) explicam que esse fenômeno surgiu após 
um menino com características selvagens aparecer nu e com feridas por todo 
o seu corpo em uma cidade no sul da França, em 1798. Após ser nomeado 
como Victor, o “Selvagem de Aveyron” (como foi apelidado em alusão à 
cidade e condições em que foi encontrado), a criança foi encaminhada para 
uma escola de surdos. Lá, despertou a curiosidade de um educador e estudante 
de medicina mental (o equivalente ao psiquiatria atualmente), Jean Marc 
Gaspard Itard, que o acolheu e o abrigou em sua casa, a fim de estudar os 
processos de domesticação de um menino que aparentava nunca ter vivido 
em uma sociedade civilizada. 
Após anos desenvolvendo seus métodos com Victor, Itard percebeu avan-
ços em alguns aprendizados civilizatórios, como escrever poucas palavras e 
se vestir, por exemplo. No entanto, Victor jamais aprendeu a falar e sempre 
demonstrou maior motivação em correr em campos abertos e matas fechadas 
(como os animais selvagens), até morrer, por volta dos 40 anos. Outro fator 
observado foi a maior aceitação de tarefas estabelecidas e dirigidas, assim como 
o sentimento de orgulho e de necessidade de agradar quando em contato com 
a governanta Guérin, que o tratava com maior afetividade em relação a Itard.
Em 1969, a história de Victor foi transformada em obra cinematográfica sob o título de 
“O Garoto Selvagem (L’enfant sauvage, no título original), dirigido por François Truffaut.
Por um século, as teorias sobre a infância se desenvolveram e abriram 
espaço para as pesquisas e teorias ao longo da vida. Até o início do século XX, 
Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social2
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
a adolescência não era compreendida como uma fase separada da vida adulta, 
ou seja, a criança, tornava-se adulta à medida que seu corpo ganhava os vigores 
físicos característicos da nova fase e que a possibilitava exercer algum ofício. 
Os estudos promovidos pelo psicólogo Granville Stanley Hall, culminaram 
em um livro sobre a adolescência, no ano de 1904, que foi a primeira obra a 
retratar essa fase do desenvolvimento humano. 
Hall foi também o pioneiro nos estudos sobre o envelhecimento, produzindo 
uma obra voltada à senescência, em 1922. Contudo, a comunidade científica 
só voltou suas atenções ao envelhecimento na década de 1930, após a Uni-
versidade de Stanford, nos Estados Unidos, dedicar uma unidade acadêmica 
voltada a esses processos (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2013). Com o 
apoio das instituições científicas, muitos teóricos passaram a desenvolver 
seus estudos na tentativa de compreender como os seres humanos se desen-
volviam, acompanhando os sujeitos desde o seu nascimento até a velhice, em 
estudos longitudinais. Você verá algumas das principais características das 
teorias que tiveram relevância nas pretensões de compreender e explicar o 
desenvolvimento humano a seguir.
Os teóricos que buscaram estudar o desenvolvimento humano analisaram os aspectos 
físicos, cognitivos e psicossociais de forma indissociada. No entanto, seus estudos 
geralmente apontavam para uma dessas dimensões, ressaltando-a no processo de 
desenvolvimento.
Teoria do desenvolvimento psicossexual — Freud
Muitas das teorias atuais possuem influências da teoria psicanalítica desenvol-
vida por Sigmund Freud (1856-1939) que, por sua vez, foi influenciado pelas 
teorias evolucionistas de Charles Darwin (COUTO, 2017). Ainda que suas 
teorias não tenham se centrado especificamente nos processos de desenvol-
vimento, mas sim em aspectos relacionados à formação da personalidade e 
dos funcionamentos psíquicos anormais, Freud propôs que os seres humanos 
passam por estágios psicossexuais cujas bases são as atividades motoras e as 
sensações físicas. 
3Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
A teoria freudiana apresenta a formação da personalidade a partir de três 
dimensões do aparelho psíquico: o id, uma fonte inconsciente de busca de 
prazer, de motivos, de desejos e paixões; o ego, que busca realizar uma ade-
quação permanente entre o que os instintos almejam e aquilo que é eticamente 
correto; e o superego, uma forma contrária ao id, que produz a internalização 
dos pensamentos éticos e morais. A partir dessa tríade, Freud propõe que os 
estágios psicossexuais se apresentem a partir de conflitos e experiências que 
os sujeitos vão vivenciando, que os permitem seguir e fundamentam a fase 
seguinte. Com isso, Freud aborda que o desenvolvimento ocorre nos estágios 
oral, anal, fálico, latente e genital (COUTO, 2017).
No estágio oral, que se estende até o primeiro ano de vida, a boca é a prin-
cipal zona erógena, uma vez que as fontes de prazer estão no ato de mamar e de 
se alimentar. O principal conflito é o desmame, em que os indivíduos devem 
se afastar do contato contínuo de suas fontes de prazer. Já no estágio anal, de 
1 a 3 anos, o foco da libido se encontra na bexiga e na evacuação. O principal 
desafio é o controle das necessidades corporais, formadoras das sensações de 
controle e independência. O estágio fálico, aproximadamente entre os 3 e 6 
anos, tem o foco da libido nos órgãos genitais, é quando a criança começa a 
perceber a presença do “falo” (pênis). Freud expunha que o principal desafio 
nessa fase era lidar com o medo da castração para os meninos e o desejo 
de possuir um pênis e, para as meninas, o desejo em adquiri-lo (COUTO, 
2017). No estágio latente, que dura até a puberdade, o ego e o superego mais 
desenvolvidos contribuem para uma inibição da libido. A energia sexual é 
transferida paras as atividades socializadoras e intelectuais. Trata-se, portanto, 
de uma pausa para a transição do desenvolvimento psicossexual. Por último, 
no estágio genital, as funções da libidoatendem a um caráter reprodutivo. 
Nesse momento, o grande desafio é a desvinculação dos pais e a busca por 
um objeto de amor do mundo externo.
Teoria do desenvolvimento psicossocial — Erikson
As teorias de Freud serviram de influências para os estudos de Erik Erikson 
(1902-1994), seu aluno. No entanto, Erikson se opôs a algumas características 
freudianas por não considerar aspectos relativos às contribuições que o meio 
em que cada indivíduo está inserido exercem no desenvolvimento. Com isso, 
Erikson se concentrou nas influências que a sociedade exerce, estabelecendo 
consequências a partir das influências sociais e afetivas ocorridas ao longo da 
Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social4
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
vida, em vez do sexo. A teoria psicossocial de Erikson envolve oito estágios, em 
que os fatores ambientais exercem maior influência do que a hereditariedade no 
ciclo da vida humana, se apresentando de forma sequencial, conforme o avanço 
dos estímulos sociais e dos aspectos referentes às experiências (GALLAHUE; 
OZMUN, 2013). O equilíbrio entre os sentimentos experimentados durante 
as fases da vida é fundamental para o desenvolvimento.
No primeiro estágio, há a experimentação de confiança versus descon-
fiança, em que o desenvolvimento se baseia na confiança que a criança adquire 
por seus cuidadores. O processo inverso, a desconfiança, pode comprometer a 
segurança do indivíduo em se posicionar frente ao mundo. A partir do primeiro 
ano de vida, toma forma o estágio de autonomia versus vergonha e dúvida, 
cujo desenvolvimento parte do orgulho em conseguir controlar o próprio corpo 
e fazer coisas básicas, como se alimentar. O sentimento contrário, quando em 
excesso, provoca sensações de inadequação e insegurança. Entre 3 e 5 anos, 
surge o estágio de iniciativa versus culpa, no qual as crianças desenvolvem 
o seu poder de iniciativa junto a outras crianças, liderando e propondo jogos. 
Caso esses objetivos não sejam atingidos, passam por sentimentos de dúvida de 
si e de falta de iniciativa (GALLAHUE; OZMUN, 2013). A segunda metade da 
infância é caracterizada pelo estágio de produtividade versus inferioridade, 
que se mostra a partir do orgulho em dominar certas habilidades e realizar sua 
exposição para os outros sujeitos. As crianças que recebem pouco estímulo 
social passam a se sentir inferiores às demais. A chegada da adolescência 
pode ser um tanto confusa, sendo caracterizada pelo estágio de identidade 
versus confusão de identidade, que se constitui a partir das descobertas 
sobre os próprios interesses e de sua valorização. As pessoas que recebem o 
estímulo necessário se tornam seguras de si mesmas e de suas escolhas, mas 
as que não, podem apresentar um sentimento de insegurança em relação ao 
futuro. O início da vida adulta se dá a partir do estágio de intimidade versus 
isolamento, no qual o êxito ocorre a partir do estabelecimento de relações 
estreitas com outras pessoas, favorecendo as relações íntimas. No decorrer 
da vida adulta, ocorre o estágio de generatividade versus estagnação, em 
que os sentimentos de contribuição e atividade social devem prevalecer; caso 
contrário, os indivíduos adultos são tomados por sentimentos de improduti-
vidade (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2013). Por último, na velhice, há o 
estágio de integridade versus desespero, no qual o sentimento de que a vida 
valeu a pena e que muitos objetivos foram alcançados para o bem social devem 
prevalecer. Os indivíduos mal sucedidos nessa fase costumam experimentar 
diversos arrependimentos e medo de morrer.
5Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
Teoria do marco desenvolvimentista — Piaget
Uma das teorias mais populares atualmente é a postulada por Jean Piaget 
(1896-1980), que buscou caracterizar as fases de desenvolvimento a partir da 
cognição. Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo ocorre em um processo 
cíclico envolvendo a acomodação, a assimilação e a adaptação (GALLAHUE; 
OZMUN, 2013). Antes de descrever esse processo, no entanto, é necessário 
relembrar que a teoria de Piaget considera que toda criança já tem conhecimen-
tos cognitivos intrínsecos a ela, mesmo que sejam básicos reconhecimentos 
de padrões, os quais são chamados de esquemas. 
Considerando a criança em um estágio inicial de aprendizagem, com o 
repertório de esquemas cognitivos que possui, podemos dizer que ela está 
equilibrada. Por exemplo, ela possui um esquema que, ao identificar um objeto 
esférico, grande e de textura de couro, classifica este objeto como uma bola. 
De repente, o professor de educação física apresenta à criança um novo objeto, 
uma bola de futebol americano. Diante desse novo estímulo, a criança busca 
uma associação com seus esquemas prévios e encontra similaridades deste 
esquema (características que definem uma bola) com o novo objeto (bola de 
futebol americano), processo denominado assimilação. Após esse processo de 
assimilação, ocorre uma percepção (muitas vezes ocorre com intermédio de 
um professor), em que a criança percebe que se trata de um objeto diferente 
do que ela conhecia até então, que tem formato, textura e peso diferentes; 
logo, o esquema prévio que ela possuía já não é suficiente para compreender 
esse novo objeto. A partir da identificação dessas diferenças, ela constrói um 
novo esquema cognitivo, que agora possibilita o reconhecimento e a diferen-
ciação de uma bola de futebol e uma bola de futebol americano. A construção 
desse esquema é o processo chamado acomodação, que são os ajustes das 
respostas atuais a fim de atender demandas específicas de um objeto. Esses 
dois processos que atuam em conjunto (assimilação e acomodação) são as 
etapas que compõem a adaptação, termo que posteriormente foi modificado 
por Piaget para equilibração, e pode ser definido como os ajustes cognitivos 
à mudança do ambiente.
Podemos pensar esse ciclo de aprendizagem não só através do reconheci-
mento de um objeto, mas também baseado em uma ação. Imagine que um jovem 
pré-adolescente já costuma jogar futebol e futsal como goleiro, ou seja, possui 
esquemas cognitivos que o permitem racionalizar como uma bola se comporta 
no ar e reagir de forma a fazer contato com essa bola, agarrando-a. Ao possuir 
esquema de reconhecimento de trajetória, velocidade, oscilação, bem como 
os gestos motores que precisam ser feitos para agarrar uma bola de futebol, o 
Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social6
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
jovem está adaptado a aquela ação motora. De repente, em uma nova unidade 
didática da disciplina de educação física, seu professor apresenta o futebol 
americano. Considerando que o esporte envolve lançamentos do quarterback 
para os recebedores, o aluno imagina que terá sucesso com muita facilidade 
nesta nova modalidade por conta de seus esquemas prévios, ou seja, ele realiza 
inicialmente uma assimilação, pois nas duas ações existem similaridades, 
como a junção da coordenação espaço-temporal para calcular a trajetória da 
bola e a coordenação óculo-manual para perceber a bola se aproximando e 
agarrá-la. Porém, quando o aluno executa a ação de se deslocar e receber um 
lançamento, o aluno é exposto a um novo estímulo, afinal, a bola de futebol 
americano flutua no ar de uma maneira diferente, com velocidade e trajetória 
diferentes das observadas na bola de futebol, além de ter também um formato 
diferente, o que impactará no posicionamento de suas mãos para agarrar a bola 
no ar, portanto, logo ele percebe que seus esquemas previamente construídos 
não serão capazes de resolver esse problema. Há, então, a necessidade de 
construir um novo esquema para adequar-se às características diferentes da 
bola de futebol americano. Após diversas ações realizadas, o aluno percebe as 
particularidades dessa ação motora e ocorre o processo de acomodação, istoé, 
o estudante agora tem um esquema que o permite calcular a trajetória de uma 
bola de futebol americano e executar a ação motora de agarrá-la. Assim, há a 
construção e consolidação de um novo esquema cognitivo, que torna o aluno 
hábil em desempenhar a função de goleiro no futebol, bem como a função de 
recebedor no futebol americano, ou seja, houve uma adaptação.
Para entender melhor os conceitos de acomodação e assimilação, imagine que você 
deu uma bola (ou qualquer outro objeto) para uma criança que nunca manipulou 
esse brinquedo. Em um primeiro momento, ela irá explorar o objeto, tentando retirar 
diversas informações a respeito da bola (tamanho, textura, peso, resistência, etc.). Este 
é o processo de acomodação. Após o primeiro contato com essas novas informações, 
ela poderá, de modo espontâneo, brincar de diversas formas, como quicar e agarrar 
a bola, já tendo consolidado o processo de assimilação.
No mesmo estilo dos teóricos anteriores, Piaget elaborou fases de de-
senvolvimento. No entanto, suas teorias apontaram para a importância das 
atividades físicas, em específico os jogos na construção do desenvolvimento 
7Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
da cognição. Com isso, os estágios do desenvolvimento são separados nas fases 
sensório-motora, do pensamento pré-operacional, das operações concretas e 
das operações formais. 
Na fase sensório-motora, que se estende até os 2 anos, a criança cons-
trói os significados do seu mundo a partir das experimentações motoras e 
sensoriais, que são possíveis com os movimentos. Na fase do pensamento 
pré-operacional, que ocorre entre 2 e 7 anos, há uma ligação simbólica do seu 
mundo com as palavras e com as imagens. A atividade física é utilizada para 
realizar os processos cognitivos. Na fase das operações concretas, entre 7 e 
11 anos, as crianças conseguem raciocinar sobre eventos e objetos concretos, 
realizando a classificação e o pareamento com outros eventos, objetos e seres 
que já conhece. Por último, a fase das operações formais, que se dá a partir dos 
11 anos, o adolescente consegue deduzir e formular hipóteses abstratas a partir 
de processos de raciocínio mais complexos (GALLAHUE; OZMUN, 2013). 
Com isso, você pode perceber que muitos teóricos apresentaram diversas 
formulações acerca do desenvolvimento humano. Contudo, não existe uma 
teoria completamente correta ou equivocada, mas diferentes perspectivas de 
descrever e interpretar o fenômeno do desenvolvimento. Embora alguns teóricos 
tenham ganhado destaque ao longo da história, não podemos esquecer que 
muitas outras teorias apresentam considerações relevantes sobre este tema. 
A psicologia da Gestalt, por exemplo, propôs que o desenvolvimento está 
baseado nas estruturas biológicas que vamos conseguindo utilizar ao longo 
da vida. Já o Behaviorismo traduzia os aprendizados como as percepções que 
ocorriam por meio dos estímulos e das respostas. A psicologia da Gestalt, 
na qual seus pesquisadores expunham que o desenvolvimento está baseado 
nas estruturas biológicas que vamos conseguindo utilizar ao longo da vida; o 
Behaviorismo, que traduzia os aprendizados como as percepções que ocorriam 
por meio dos estímulos e das respostas; e o sociointeracionismo de Vygotsky, 
que buscava compreender o desenvolvimento baseado nas relações sociais e 
culturais que os indivíduos construíam, entre tantas outras perspectivas, são 
fundamentais para compreender o desenvolvimento humano (PAPALIA; 
OLDS; FELDMAN, 2013). Sem dúvida, as teorias que surgem atualmente 
sofrem influências de um ou mais teóricos no intuito de explicar o desenvol-
vimento nas mais diversas dimensões humanas. Na seção a seguir, você verá 
uma breve análise do desenvolvimento humano a partir dos aspectos físicos 
e motores, cognitivos e psicossociais. 
Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social8
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
Desenvolvimento humano nas teorias motora, 
cognitiva, afetiva e social
As contribuições que os estudos tiveram para a ciência do desenvolvimento 
humano permitiram a elaboração das ideias acerca das diversas influências que 
podem estar relacionadas a fatores como os períodos histórico-sociais em que 
a criança se desenvolveu. De modo geral, essas investigações evidenciaram 
que o processo de desenvolvimento se dá ao longo da existência dos indiví-
duos, gerando a ideia de desenvolvimento do ciclo vital. Nesse conceito, o 
desenvolvimento é vitalício e cumulativo, ou seja, todos os fenômenos que 
cada um dos sujeitos experimenta em seu desenvolvimento são fruto de eventos 
passados e constituem marcas para os eventos futuros. Com isso, Papalia, 
Olds e Feldman (2013) apresentam algumas características relevantes sobre 
o desenvolvimento humano. Veja a seguir.
 � Desenvolvimento depende da história e do contexto: indivíduos 
com histórias de vida e localizados em contextos diferentes tendem 
a apresentar desenvolvimento desigual. Por exemplo, crianças que 
nascem e vivem em condições de vulnerabilidade social, com condi-
ções de alimentação inadequadas, possivelmente irão apresentar um 
desenvolvimento físico e cognitivo menor do que aquelas que possuem 
condições adequadas.
 � Desenvolvimento é multidimensional e multidirecional: o desenvol-
vimento ocorre o tempo todo e em todas as dimensões humanas e de 
forma conjunta, ou seja, uma dimensão afeta a outra. Apresenta mo-
mentos de grande aumento, de estabilização e de declínio. Por exemplo, 
crianças desenvolvem-se adquirindo capacidades cognitivas, motoras, 
afetivas e sociais nos seus primeiros anos de vida.; já no início da 
fase adulta, algumas capacidades tendem a se estabelecer; e, quando 
idosos, há um declínio, sobretudo, dos aspectos físicos, como declínios 
no desenvolvimento cognitivo por meio da evolução das demências, 
como o Alzheimer, ainda que o vocabulário possa continuar evoluindo. 
 � Desenvolvimento é flexível e plástico: muitas das capacidades funcio-
nais são passíveis de modificações e aperfeiçoamento ao longo da vida 
dos indivíduos. Em idades avançadas, por exemplo, é possível melhorar 
as capacidades de força, memória e atenção. No entanto, quanto mais 
se avança na evolução de capacidades, menor é a amplitude de suas 
possíveis modificações, ou seja, a evolução das capacidades tem limites, 
mesmo em crianças pequenas. 
9Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
Assim, você pode perceber que a transformação ocorre o tempo todo 
em todas as dimensões do ser humano. No entanto, embora muitos teóricos 
tenham analisado o desenvolvimento humano a partir da totalidade humana, 
eles geralmente se dedicaram a apontar características que ressaltam os as-
pectos do desenvolvimento motor, cognitivo, social ou afetivo. O Quadro 1 
apresenta as principais características do desenvolvimento humano em suas 
diversas dimensões. 
Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social10
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
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15Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
Assim, para cada fase da vida, algumas características se tornam mais 
evidentes, frutos das transformações contínuas e graduais que ocorrem ao 
longo do ciclo da vida. É importante ressaltar que essas características são 
bastante subjetivas, isto é, ainda que haja uma aproximação nas oito fases 
etárias geralmente encontradas na literatura, nem sempre indivíduos da mesma 
idade apresentarão as mesmas características, pois sofrem influências dos 
estímulos aos quais são exposto ao longo da vida. Nesse sentido, os processos 
de desenvolvimento sofrem influências de aspectos afetivos, os quais serão 
discutidos na próxima seção.
Conceitos e características do 
desenvolvimento afetivo
Como discutido até aqui, o desenvolvimento motor foi estudado por diversos 
teóricos que buscaram compreender como o ser humano se desenvolve, dando 
ênfases para algumas dimensões específicas. Portanto, é bastante difícil eleger 
teorias que possam abordar de forma integral a complexidade do desenvol-
vimento humano. No entanto, algumas parecem ganhar mais evidência, à 
medida que são incorporadas aos processos de compreensão dos ambientes 
sociais comumente frequentados. 
O link e o código a seguir mostram o papel da afetividade 
e da conduta humana na perspectiva de Jean Piaget.
https://goo.gl/hoVURV
Além da de Piaget, uma das principais teorias que enfatiza o desenvol-
vimento afetivo ao longo do ciclo da vida foi proposta por Henri Wallon 
(1879-1962), que indicou que a primeira forma de interação dos seres humanos 
com o meio ambiente se dá a partir da afetividade. 
Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social16
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
O enfoque teórico em determinadas dimensões não exclui os outros pro-
cessos na construção dos sujeitos. Nesse sentido, Wallon (1985, p. 135) explica 
que “os domínios funcionais entre os quais se dividirão o estudo das etapas que 
a criança percorre serão, portanto, os da afetividade, do ato motor, do conhe-
cimento e da pessoa”. O conjunto dos domínios afetivos ocorre por meio das 
emoções, dos sentimentos e da paixão; o conjunto de domínio motor oferece 
as possibilidades de deslocamento biológicas, possibilitando movimentos que 
permitem a expressão da afetividade; o conjunto do domínio do conhecimento, 
que expressa a cognição, representa o domínio de símbolos e linguagens que 
possibilitam a compreensão e a expressão de eventos passados e presentes, 
fornecendo subsídios para os eventos futuros; e o domínio da pessoa indica 
a integração dos sujeitos em todas as suas possibilidades. 
Assim, a afetividade se propõe a dar início a todos os domínios que são 
necessários para o desenvolvimento humano. O conceito de afetividade tra-
balhado por Wallon se refere à capacidade que qualquer ser humano tem de 
ser afetado pelo mundo interno ou externo por meio de sensações agradáveis 
ou desagradáveis (MAHONEY; ALMEIDA, 2005). A afetividade evolui em 
três momentos distintos, sendo eles a emoção, o sentimento e a paixão.
 � Emoção: é a representação corporal e motora da afetividade. Surge no 
início da vida, por meio dos espasmos dos bebês recém-nascidos, que 
causam sensações de bem-estar ou mal-estar, constituindo a primeira 
ligação entre o ser orgânico e ser social. As emoções como medo, 
alegria, riso, choro sugerem padrões corporais específicos nos sujeitos 
ao longo de suas vidas, podendo ser contagiosos, por exemplo, os risos 
coletivos. A emoção é importante para o desenvolvimento mental, 
uma vez que processos cognitivos são desencadeados para regular as 
alterações musculares e viscerais que são exercidas.
 � Sentimento: ao contrário da emoção, o sentimento não se dá de forma 
instantânea e corporal, mas como expressões dotadas de motivos e 
circunstâncias. Portanto, sua base é psicológica. É introspectivo e re-
presentacional, ou seja, os sentimentos são liberados após a reflexão do 
sujeito, que o guia de forma a identificar onde, quando e como deve se 
expressar. Surge junto com o simbolismo na primeira infância.
 � Paixão: é caracterizada por formas de expressões individuais, como o 
ciúmes, a exclusividade e as exigências, surgindo entre 3 e 6 anos (está-
gio do personalismo), quando a criança já adquire algum autocontrole. 
17Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
Para Wallon, a afetividade se constitui e se expressa por meio da integração 
psicomotora das sensibilidades interoceptiva, proprioceptiva e exteroceptiva 
(Figura 1). 
Figura 1. Sistemas de integração psicomotora.
Fonte: Fonseca (2008, p. 21).
SISTEMAS DEINTEGRAÇÃO PSICOMOTORA
Exteroceptivos
estabilidade emocional, consciência corporal
e desenvolvimento práxico-simbólico
Proprioceptivos
Integração vestibular e tátil-
cinestésica função postural,
segurança gravitacional e
emergência do EU
Interoceptivos
Re�exos neonatais
perfeição da motilidade visceral
diálogo tônico mãe-�lho
insu�ciência motora
A partir da presença de um ou mais desses momentos, o ser humano se 
desenvolve em seu ciclo vital, expressando a afetividade de maneiras diversas. 
Wallon classifica os estágios do desenvolvimento como sistemas completos, 
ou seja, todos eles apresentam todos os componentes constitutivos da pessoa 
(MAHONEY; ALMEIDA, 2005). Sua teoria está baseada nos papéis que a 
afetividade exerce em seis estágios da vida: impulsivo-emocional, sensório-
-motor, projetivo, personalismo, categorial e puberdade e adolescência. Ainda 
que Wallon não tenha especificado uma idade para cada estágio, cada fase 
da vida será apresentada a seguir, tentando estabelecer idades próximas que 
estão presentes na literatura atual.
Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social18
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
Estágio impulsivo-emocional
Surge no nascimento e se estende até aproximadamente o primeiro ano de 
vida. Nessa fase, a criança apresenta movimentos descoordenados e, em sua 
maioria, desprovidos de intencionalidade racional. Assim, suas respostas 
afetivas dizem respeito às expressões emocionais que ocorrem por meio da 
sensibilidade muscular (sensibilidade proprioceptiva) e visceral (sensibilidade 
interoceptiva). É um movimento afetivo, portanto, de direção centrípeta, que 
vai para o conhecimento de si. 
A fusão com o outro, que geralmente ocorre com a mãe, indica ao bebê a 
sua principal aprendizagem, que vai na direção de entender o que é. Quando 
as primeiras palavras começam a ser dotadas de significados e a capacidade 
de locomoção aparece, a criança passa a participar ativamente do ambiente 
social ao qual pertence, permitindo que, aos poucos, o controle e a consciência 
corporal possibilitem a expressão de suas emoções.
Estágio sensório-motor e projetivo
A fase sensório-motora ocorre entre, aproximadamente, 12 e 18 meses de vida; 
já a fase projetiva, entre os 18 meses e os 3 anos. Nesse período, a marcha 
começa a se definir, permitindo que a criança possa se voltar à sensibilidade 
do mundo externo (sensibilidade exteroceptiva), explorando os diversos objetos 
e formando símbolos que representam o que são, para que servem e como se 
chamam (MAHONEY; ALMEIDA, 2005). Trata-se de um momento marcado 
por muitas indagações, ainda que não sejam exteriorizadas na capacidade da 
fala. 
Assim, o segundo estágio tem uma predominância dos domínios do co-
nhecimento, em que a afetividade se demonstra em uma direção centrífuga 
(para a compreensão e expressão do mundo exterior). Há, nessa fase, o início 
da representatividade, por meio das imitações, dos mimetismos e dos simula-
cros, que possibilitam o reconhecimento de si como algo diferente de outras 
pessoas e objetos. 
Estágio do personalismo
O estágio do personalismo se estende dos 3 aos 6 anos, e é marcado pelo 
reconhecimento de outras pessoas, produzindo a análise e a diferenciação 
19Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
dos sujeitos e a constituição de um sentimento de pertencimento aos grupos 
compostos por outras crianças. Com isso, a afetividade se expressa pelo re-
conhecimento das diferenças entre os sujeitos. A direção da afetividade volta 
a ser centrípeta. 
Os desejos subjetivos são constituintes dessa fase, em que a própria vontade 
nem sempre prevalecerá, como geralmente ocorria nas fases anteriores. O 
sentimento de frustração pelas respostas negativas que parte dos desejos de 
outras crianças e de adultos são importantes para a formação afetiva. As rela-
ções interpessoais são expressadas a partir de três características marcantes: a 
oposição aos outros sujeitos, a sedução de outros sujeitos para satisfazer suas 
vontades e a imitação de outros sujeitos, ampliando suas competências afetivas.
Estágio categorial
Esta fase está presente entre 6 e 11 anos. Como a linguagem já está bem-definida 
e o domínio dos símbolos já é bastante considerável, há a possibilidade de 
um maior conhecimento do mundo externo, evidenciando as abstrações do 
pensamento. Um dos principais desafios que as crianças conseguem atingir 
nesta fase é a inibição das ações motoras por meio da disciplina mental.
O início da fase categorial é marcado por certo sincretismo, ou seja, uma 
dificuldade em categorizar as pessoas, os conceitos e os objetos (MAHONEY; 
ALMEIDA, 2005). Por volta dos 9 anos, a categorização é mais evidente e 
eficiente, permitindo que os pensamentos concretos organizem o mundo em 
que vive, no qual a criança passa a perceber o seu papel na sociedade, na relação 
com os outros sujeitos e com o seu meio. Portanto, as correlações permitem 
compreender os fenômenos sociais através por meio da racionalidade, e não 
apenas de um viés afetivo. 
Estágio da puberdade e adolescência
A puberdade começa a acontecer por volta dos 11 anos. Por ser a última fase 
antes da vida adulta, a personalidade se solidifica. As mudanças corporais, 
potencializadas pelo amadurecimento biológico e sexual, produzem um de-
sequilíbrio emocional e social, caracterizado na crise da adolescência. 
A adolescência é marcada pelo autoconhecimento, em que os sujeitos 
buscam responder, novamente, quem são e a que grupos pertencem, além das 
indagações a respeito do próprio futuro. Essa ruptura no desenvolvimento é 
Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social20
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
permeada por diversas emoções e sensações, fazendo a afetividade tomar 
novamente um papel importante na construção dos sujeitos. Na busca da 
autoafirmação, tenta-se ditar as próprias regras, conduzidas pelos próprios 
desejos e pela busca de autovalorização. 
Estágio adulto
A fase adulta é marcada pelo ápice do desenvolvimento afetivo. Os domínios, 
motores, cognitivos e afetivos tendem a se equilibrar, permitindo que os 
sujeitos identifiquem com clareza quem são e quais os seus papéis frente ao 
mundo e aos outros. O significado de ser adulto é a plena consciência moral 
e basear seus atos a partir dos seus valores (GALLAHUE; OZMUN, 2013). 
A perspectiva centrípeta da adolescência deixa de existir, fazendo o adulto 
voltar sua visão aos outros, permitindo a solidariedade e a adaptação em 
ambientes sociais diversos. 
Com isso, as compreensões do desenvolvimento do ciclo vital tem sido 
objetos de diferentes teorias. De fato, em alguns aspectos, muitos teóricos 
se aproximam ao identificar características nos diversos momentos da vida 
humana, ao passo que outros tendem a se distanciar. De modo geral, o que 
podemos perceber é que as diferentes perspectivas, que versam sobre o desen-
volvimento, nos proporcionam subsídios para a compreensão dos diferentes 
aspectos que nele estão implicados. Não podemos deixar de tornar evidente 
que o desenvolvimento sempre ocorre, havendo progressões e/ou regressões 
em cada uma das dimensões humanas e que, se bem compreendidos, tornam o 
trabalho com os diferentes sujeitos mais fácil de ser realizado, potencializando 
e auxiliando a constituição dos sujeitos.
21Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1
COUTO, D. Freud, Klein, Lacan e a constituição do sujeito. Psicologia em Pesquisa, v. 
11, n. 1, p. 1-10, 2017.
FONSECA, V. Desenvolvimento motor e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008. 577 p.
GALLAHUE, D.; OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, 
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MAHONEY, A.; ALMEIDA, L. Afetividade e processo ensino-aprendizagem:contri-
buições de Henri Wallon. Revista da Psicologia da Educação, v. 1, n. 20, p. 11-30, 2005.
PAPALIA, D.; OLDS, S.; FELDMAN, R. Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: 
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WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1985.
Leituras recomendadas
BEE, H.; BOYD, D. A criança em desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
MARTORELL, G. O desenvolvimento da criança: da infância à adolescência. Porto Alegre: 
AMGH, 2014.
SALLES, J.; HAASE, V.; MALLOY-DINIZ, L. Neuropsicologia do desenvolvimento: infância 
e adolescência. Porto Alegre: Artmed, 2016.
Fases do desenvolvimento nas teorias motora, cognitiva, afetiva e social22
Identificação interna do documento 03OVCADS0F-86AUGO1

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