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Direito e Legislação Tributaria - Bruno

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Prévia do material em texto

Caderno de Direito e Legislação Tributária 
Dom Alberto
Prof: Bruno César Faller
Ciênciasontábeis
ADMINISTRAÇÃO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C122 FALLER, Bruno César 
 Caderno de Direito e Legislação Tributária Dom Alberto / Bruno 
César Faller. – Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010. 
Inclui bibliografia. 
 
1. Administração – Teoria 2. Ciências Contábeis – Teoria 3. Direito e 
Legislação Tributária – Teoria I. FALLER, Bruno César II. Faculdade 
Dom Alberto III. Coordenação de Administração IV. Coordenação de 
Ciências Contábeis V. Título 
 
CDU 658:657(072) 
 
 
 Catalogação na publicação: Roberto Carlos Cardoso – Bibliotecário CRB10 010/10 
 
Página 2
 Apresentação 
 
 
 
O Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto iniciou sua 
trajetória acadêmica em 2004, após a construção de um projeto pautado na 
importância de possibilitar acesso ao ensino superior de qualidade que, 
combinado à seriedade na execução de projeto pedagógico, propiciasse uma 
formação sólida e relacionada às demandas regionais. 
Considerando esses valores, atividades e ações voltadas ao 
ensino sólido viabilizaram a qualidade acadêmica e pedagógica das aulas, bem 
como o aprendizado efetivo dos alunos, o que permitiu o reconhecimento pelo 
MEC do Curso de Administração em 2008. 
Passados seis anos, o curso mostra crescimento quantitativo e 
qualitativo, fortalecimento de sua proposta e de consolidação de resultados 
positivos, como a publicação deste Caderno Dom Alberto, que é o produto do 
trabalho intelectual, pedagógico e instrutivo desenvolvido pelos professores 
durante esse período. Este material servirá de guia e de apoio para o estudo 
atento e sério, para a organização da pesquisa e para o contato inicial de 
qualidade com as disciplinas que estruturam o curso. 
A todos os professores que com competência fomentaram o 
Caderno Dom Alberto, veículo de publicação oficial da produção didático-
pedagógica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto, um agradecimento 
especial. 
 
 
 
Lucas Jost 
Diretor Geral 
Página 3
PREFÁCIO 
 
A arte de ensinar e aprender pressupõe um diálogo entre aqueles que 
interagem no processo, como alunos e professores. A eles cabe a tarefa de 
formação, de construção de valores, habilidades, competências necessárias à 
superação dos desafios. Entre estes se encontra a necessidade de uma 
formação profissional sólida, capaz de suprir as demandas de mercado, de 
estabelecer elos entre diversas áreas do saber, de atender às exigências legais 
de cada área de atuação, etc. 
Nesse contexto, um dos fatores mais importantes na formação de um 
profissional é saber discutir diversos temas aos quais se aplicam 
conhecimentos específicos de cada área, dispondo-se de uma variedade ampla 
e desafiadora de questões e problemas proporcionada pelas atuais 
conjunturas. Para que isso se torne possível, além da dedicação daqueles 
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, é preciso haver suporte 
pedagógico que dê subsídios ao aprender e ao ensinar. Um suporte que 
supere a tradicional metodologia expositiva e atenda aos objetivos expressos 
na proposta pedagógica do curso. 
Considerando esses pressupostos, a produção desse Caderno Dom 
Alberto é parte da proposta pedagógica do curso da Faculdade Dom Aberto. 
Com este veículo, elaborado por docentes da instituição, a faculdade busca 
apresentar um instrumento de pesquisa, consulta e aprendizagem teórico-
prática, reunindo materiais cuja diversidade de abordagens é atualizada e 
necessária para a formação profissional qualificada dos alunos do curso. 
 Ser um canal de divulgação do material didático produzido por 
professores da instituição é motivação para continuar investindo da formação 
qualificada e na produção e disseminação do que se discute, apresenta, reflete, 
propõe e analisa nas aulas do curso. Espera-se que os leitores apreciem o 
Caderno Dom Alberto com a mesma satisfação que a Faculdade tem em 
elaborar esta coletânea. 
 
Elvis Martins 
Diretor Acadêmico de Ensino 
Página 4
Sumário 
 
Apresentação......................................................................................................... 
 
Prefácio.................................................................................................................. 
 
Plano de Ensino..................................................................................................... 
 
Aula 1 
Direito Tributário.................................................................................................... 
 
Aula 2 
Normas Tributárias Básicas.................................................................................. 
 
Aula 3 
Continuação dos Princípios Constitucionais Tributários........................................ 
 
Aula 4 
Continuação dos Princípios Constitucionais Tributários (Continuação)................ 
 
Aula 5 
Exercícios.............................................................................................................. 
 
Aula 6 
Fato Gerador......................................................................................................... 
 
Aula 7 
Crédito Tributário................................................................................................... 
 
Aula 8 
Os Tributos no Brasil............................................................................................. 
 
Aula 9 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988...................................... 
 
Aula 10 
ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços........ 
 
Aula 11 
Substituição Tributária........................................................................................... 
 
Aula 12 
Impostos Federais................................................................................................. 
 
Aula 13 
Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI...................................................... 
Página 5
3
4
6
12
20
30
42
49
57
62
69
75
87
98
110
121
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
Centro de Ensino Superior Dom Alberto 
 
Plano de Ensino 
 
Identificação 
Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Direito e Legislação Tributária 
Carga Horária (horas): 72 Créditos: 4 Semestre: 5º 
 
Ementa 
Introdução ao Direito Tributário. Fontes do Direito Tributário. Obrigação Tributária. Fato Gerador e Sujeitos 
Ativos e Passivos. Crédito Tributário. Tributos Federais, Estaduais e Municipais. Contribuições Especiais e 
Parafiscais. Tributação na Fonte, Tributação da Receita e Tributação do Lucro. 
 
Objetivos 
Geral: Proporcionar ao acadêmico de Ciências Contábeis conhecimentos específicos do Direito Tributário e 
que serão utilizados no exercício profissional futuro. Compreender o estudo tributário em todas as esferas, 
ou seja, união, estados, e municípios. Interpretar a questão tributária e seus múltiplos aspectos mediante 
conhecimentos básicos e gerais da legislação pertinente. 
 
Específico: Compreender os mecanismos do Sistema Tributário Brasileiro. 
 
Inter-relação da Disciplina 
Horizontal: Se relaciona assim como as demais disciplinas de caráter final juntamente com a disciplina de 
Contabilidade Fiscal. 
 
Vertical: Esta relacionada com todas as disciplinas do Curso de Ciências Contábeis, sendo uma disciplina 
de caráter complementar e básico para a formação do profissional de Ciências Contábeis. 
 
Competências Gerais 
Compreender a dinâmica do sistema tributário nacional, os papéis e os resultados esperados de ações de 
gestão tributária no contexto organizacional, aplicando adequadamente a legislação tributária inerente às 
funções contábeis. 
 
Competências Específicas 
Utilizar adequadamente a linguagem e a terminologiada legislação tributária; 
Desenvolver uma visão sistêmica e interdisciplinar do direito tributário e a sua interligação com as atividades 
contábeis. 
 
Habilidades Gerais 
Desenvolver nos alunos, a partir da leitura, exposição e análise de aspectos teóricos e práticos, 
proporcionando uma visão crítica analítica que permita a tomada de decisões diante de problemas 
característicos das organizações. 
 
Habilidades Específicas 
Desenvolver nos alunos, a partir da leitura, exposição e análise de aspectos teóricos e práticos, 
proporcionando uma visão crítica analítica que permita a tomada de decisões diante de problemas 
característicos das organizações. 
 
Conteúdo Programático 
PROGRAMA: 
 
FAZENDA PÚBLICA: 
- O Estado e suas necessidades Públicas 
- A atividade financeira do Estado 
RECEITAS PÚBLICAS: 
- Receitas originárias 
Página 6
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
- Receitas derivadas 
QUADRO JURÍDICO DA TRIBUTAÇÃO: 
- Constituição Federal 
- Código Tributário Federal 
REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS: 
- Definição 
- Tratamento Constitucional 
DIREITO TRIBUTÁRIO: 
- Conceito 
- Direito Tributário na Constituição de 1988 
- Objeto 
- Fontes 
- Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA: 
- Conceito 
- Espécies 
- Natureza Jurídica 
- Características 
- Elementos 
- Fontes (nascimento) 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO: 
- Conceito 
- Suspensão 
- Extinção 
- Exclusão 
- Garantias e privilégios 
- Base de cálculo 
- Contribuinte (responsável) 
- Lançamento 
IMPOSTOS MUNICIPAIS: 
- Imposto Predial e Territorial Urbano 
- Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Intervivos 
- Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza 
IMPOSTOS ESTADUAIS: 
- Imposto Sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos 
- Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias 
- Imposto Sobre Veículos Automotores 
IMPOSTOS FEDERAIS: 
- Impostos Sobre Importação e Exportação 
- Impostos sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza 
- Imposto sobre Produtos Industrializados 
- Imposto Sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro e Títulos Valores Mobiliários 
- Imposto Territorial Rural 
PROCESSO TRIBUTÁRIO: 
- Dualidade de Jurisdição 
 
Estratégias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula) 
Aulas participativas, aulas expositivas, seminários, palestras, visitas a empresas, trabalhos individuais e em 
grupo, leituras e discussões de textos. 
 
Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem 
A avaliação do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma contínua, cumulativa e 
sistemática com o objetivo de diagnosticar a situação da aprendizagem de cada aluno, em relação à 
programação curricular. Funções básicas: informar sobre o domínio da aprendizagem, indicar os efeitos da 
metodologia utilizada, revelar conseqüências da atuação docente, informar sobre a adequabilidade de 
currículos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc. 
 
Para cada avaliação o professor determinará a(s) formas de avaliação podendo ser de duas formas: 
 
1ª Avaliação 
 – Peso 8,0 (oito): Prova; 
 – Peso 2,0 (dois): Trabalho com questões de múltipla escolha 
 2ª Avaliação 
- Peso 8,0 (oito): Prova; 
Página 7
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
- Peso 2,0 (dois): referente ao Sistema de Provas Eletrônicas – SPE (maior nota das duas 
provas do SPE) 
 
 
 
 
Avaliação Somativa 
A aferição do rendimento escolar de cada disciplina é feita através de notas inteiras de zero a dez, 
permitindo-se a fração de 5 décimos. 
O aproveitamento escolar é avaliado pelo acompanhamento contínuo do aluno e dos resultados por ele 
obtidos nas provas, trabalhos, exercícios escolares e outros, e caso necessário, nas provas substitutivas. 
Dentre os trabalhos escolares de aplicação, há pelo menos uma avaliação escrita em cada disciplina no 
bimestre. 
 
O professor pode submeter os alunos a diversas formas de avaliações, tais como: projetos, seminários, 
pesquisas bibliográficas e de campo, relatórios, cujos resultados podem culminar com atribuição de uma 
nota representativa de cada avaliação bimestral. 
Em qualquer disciplina, os alunos que obtiverem média semestral de aprovação igual ou superior a sete 
(7,0) e freqüência igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) são considerados aprovados. 
Após cada semestre, e nos termos do calendário escolar, o aluno poderá requerer junto à Secretaria-Geral, 
no prazo fixado e a título de recuperação, a realização de uma prova substitutiva, por disciplina, a fim de 
substituir uma das médias mensais anteriores, ou a que não tenha sido avaliado, e no qual obtiverem como 
média final de aprovação igual ou superior a cinco (5,0). 
 
Sistema de Acompanhamento para a Recuperação da Aprendizagem 
Serão utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantões Tira-Dúvidas que 
são realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h30min às 18h50min, na sala de aula. 
 
Recursos Necessários 
Humanos 
Professor. 
Físicos 
Laboratórios, visitas técnicas, etc. 
Materiais 
 Recursos Multimídia. 
 
Bibliografia 
Básica 
CASSONE, Vittorio. Direito Tributário. SP: Atlas, 1991. Número de localização na biblioteca: 34:336 / 
C345d 
 
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Tributário e Financeiro. Rio de Janeiro: Renovar, 1997. 
Número de localização na biblioteca: 34:336 / T693c 
 
COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 2003. 
Número de localização na biblioteca: 34:336.22 / C672c 
 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. São Paulo: Malheiros, 2003. Número de 
localização na biblioteca: 34:336.22 / M149c 
 
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003. Número de localização na 
biblioteca: 34:336.22 / A485d. 
Complementar 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito financeiro e de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 1999. 
Número de localização na biblioteca: 34:336 / B327c 
 
BORGES, José Souto Maior. Obrigação Tributária: uma introdução metodológica. SP: Malheiros, 1998. 
Número de localização na biblioteca: 34:336.22 / B732o 
 
CAMPOS, Dejalma. Direito processual tributário. São Paulo: Atlas, 2004. Número de localização na 
Página 8
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
biblioteca: 347.9:336.2(81) / C186d 
 
ICHIHARA, Yoshiaki. Direito tributário: uma introdução. São Paulo: Atlas, 2006. Número de localização na 
biblioteca: 34:336/16d 15.ed 
 
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. São Paulo: Malheiros, 2006. 
Número de localização na biblioteca: 34:336.22 / C313c. 
Periódicos 
Jornal: Gazeta Mercantil 
Revistas: RAE, RAE Executivo, Você S/A, Exame, HSM Manegement 
Sites para Consulta 
http://www.abcustos.org.br 
http://www.crcrs.org.br 
http://www.cfc.org.br 
Outras Informações 
Endereço eletrônico de acesso à página do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: 
http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por 
 
 
Página 9
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
 
Cronograma de Atividades 
Aula Consolidação Avaliação Conteúdo Procedimentos Recursos 
1ª 
Introdução da disciplina (apresentação, acordos e 
cronograma) Fazenda Pública. Atividade Financeira do 
Estado. Receitas Públicas. Receitas Tributárias.História do 
Direito Tributário 
AE QG 
2ª Quadro Jurídico da Tributação -Repartição das Receitas 
Tributárias 
AE QG 
3ª Direito Tributário AE QG 
4ª Princípios Constitucionais Tributários (continuação) AE QG 
5ª Princípios Constitucionais Tributários (continuação) AE QG 
6ª Obrigação Tributária - Fato gerador AE QG 
7ª Crédito Tributário TI QG 
 1 
Consolidação e Sistematização dos Conteúdos da 1a 
Avaliação. 
TI QG 
 1 Primeira Avaliação. TI 
8ª 
Correção da prova 
Impostos Municipais - Imposto predial e territorial urbano e 
Imposto de transmissão de bens imóveis intervivos 
AE QG 
9ª 
Impostos Municipais – Imposto sobre serviços de qualquer 
natureza. 
Impostos Estaduais – Imposto sobre a transmissão causa 
mortis 
AE QG 
10ª Impostos Estaduais – Imposto sobre circulação de 
mercadorias e Imposto s/ veículos automotores. 
AE QG 
11ª Impostos Federais – Imposto sobre importação e exportação, Impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza. 
SE QG 
12ª 
Impostos Federais – Imposto sobre produtos industrializados, 
Imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro e títulos 
valores mobiliários e Imposto territorial rural. 
AE QG 
13ª Processo Tributário. AE QG 
 2 
Consolidação e Sistematização dos Conteúdos da 2a 
Avaliação. 
SE QG 
 2 Segunda Avaliação. TI QG 
 3 Avaliação Substitutiva TI 
 
Legenda 
Código Descrição Código Descrição Código Descrição 
AE Aula expositiva QG Quadro verde e giz LB Laboratório de informática 
TG Trabalho em grupo RE Retroprojetor PS Projetor de slides 
TI Trabalho individual VI Videocassete AP Apostila 
SE Seminário DS Data Show OU Outros 
PA Palestra FC Flipchart 
 
Página 10
 
 
 
 
 
PLANO DE AULA nº 01 
 
I –IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA 
1 – Disciplina: Direito e Legislação Tributária 5º semestre 
2 - Turma: 301 
3 - Curso: Ciências Contábeis 
4 – Professor: Bruno Cesar Faller 
5 – Semestre/Ano: 1º/2010 
6 - Data da Aula: 23/02/2010 
II – EMENTA 
Introdução Ao Direito Tributário. Fontes Do Direito Tributário. Obrigação Tributária. Fato Gerador e 
Sujeito Ativos e Passivos. Crédito Tributário. Tributos Federais, Estaduais E Municipais. 
Contribuições Especiais e Parafiscais. Tributação Na Fonte, Tributação Da Receita e Tributação Do 
Lucro. 
III – OBJETIVO GERAL 
Geral: Proporcionar ao acadêmico de Ciências Contábeis conhecimentos específicos do Direito 
Tributário e que serão utilizados no exercício profissional futuro. Compreender o estudo tributário 
em todas as esferas, ou seja, união, estados, e municípios. Interpretar a questão tributária e seus 
múltiplos aspectos mediante conhecimentos básicos e gerais da legislação pertinente. 
IV – OBJETIVO ESPECÍFICO 
Compreender os mecanismos do Sistema Tributário Brasileiro. 
V – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
FAZENDA PÚBLICA: O Estado e suas necessidades Públicas;- A atividade financeira do Estado 
RECEITAS PÚBLICAS:- Receitas originárias;- Receitas derivadas 
VI – METODOLOGIA 
 Será ministrada a aula expositiva, com inserção de arquivos adicionais na respectiva Comunidade. 
VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Básicas: 
CASSONE, Vittorio. Direito Tributário. SP: Atlas, 1991. Número de localização na biblioteca: 
34:336 / C345d 
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Tributário e Financeiro. Rio de Janeiro: Renovar, 
1997. Número de localização na biblioteca: 34:336 / T693c 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito financeiro e de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 
1999. Número de localização na biblioteca: 34:336 / B327c 
ICHIHARA, Yoshiaki. Direito tributário: uma introdução. São Paulo: Atlas, 2005. Número de 
localização na biblioteca: 34:336/16d 15.ed 
Endereço eletrônico de acesso à página do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: 
http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por 
LEGENDA 
Procedimentos Recursos 
Código Descrição Código Descrição Código Descrição 
AE Aula expositiva QG Quadro verde e giz LB Laboratório de 
informática 
TG Trabalho em 
grupo 
RE Retroprojetor PS Projetor de slides 
TI Trabalho 
individual 
VI Videocassete AP Apostila 
SE Seminário DS Data Show OU Outros 
PA Palestra FC Flipchart Página 11
 
 
 
 
 
AULA 1 
 
 
1. DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 O estudo da disciplina Direito e Legislação Tributária pode seguir dois caminhos: a 
crítica a voracidade do Estado na busca de receitas tributárias ou analisar a regulação do 
Sistema Tributário Nacional. 
 Por entendermos que esta disciplina é fundamental para que os futuros bacharéis 
possam compreender os principais aspectos dos impostos de nosso sistema jurídico-
tributário, optamos por seguir a linha da análise do regime tributário brasileiro. 
 
1.1 O DIREITO TRIBUTÁRIO NO QUADRO GERAL DO DIREITO 
 
 
Público
Privado
Interno
Externo
Direito Constitucional
Direito Administrativo
Direito Financeiro (Direito 
Tributário)
Direito Judiciário
Direito Penal
Direito Internacional
Interno
Direito Civil
Direito Comercial
Direito do Trabalho
Externo Direito Internacional
DIREITO
 
 
 
 O direito tributário é parte do direito financeiro. Este último é o conjunto de 
princípios e normas que rege a arrecadação, a gestão patrimonial e os dispêndios 
efetuados pelo Estado no desempenho de sua função. 
 
 
 
Direito Tributário é parte do direito financeiro que estuda as relações 
jurídicas entre o Estado (fisco) e os particulares (contribuintes), no que 
diz respeito a instituição, arrecadação, fiscalização e extinção do 
Página 12
tributo. É direito autônomo, pois se rege por princípios e normas 
próprias. 
 
 Relevante, igualmente, é a finalidade do Direito Tributário. O Direito, de um modo 
geral, tem por finalidade promover o equilíbrio nas relações entre os que têm e os que 
não têm poder. Ou entre os que têm mais e os que têm menos poder. Sabido que o 
Estado é a maior expressão de poder, que se conhece, fácil é concluir-se que o Direito 
Tributário tem por finalidade limitar o poder de tributar e proteger o cidadão contra abusos 
desse poder. 
 Dito isso, é possível conceituar o Direito Tributário como o ramo do Direito que se 
ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de 
qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos 
de poder. 
 A denominação Direito Tributário, tem predominado entre nós, entretanto, outras 
denominações têm sido utilizadas, tais como Direito Financeiro, Direito Fiscal, Legislação 
Tributária. 
 Direito Financeiro é disciplina jurídica diversa que, sob certo aspecto, pode ser tida 
como abrangente do Direito Tributário. 
 Direito Fiscal é denominação utilizada como sinônimo de Direito Tributário talvez 
por influência do francês Droit Fiscal, e do inglês, Fiscal Law. Considerando a origem da 
palavra, parece que fiscal designa algo mais amplo, abrangendo não apenas os tributos, 
mas todo o erário, aproximando-se mais do Financeiro. 
 Legislação Tributária é expressão de abrangência menor. É o conjunto de regras 
jurídicas a respeito de tributos e a relação a eles pertinentes. Não envolve estudo da 
aplicação e da interpretação, nem dos exames dos julgados, nem o estudo dos princípios 
jurídicos elaborados pela doutrina. 
 Legislação Fiscal, além do defeito apontado relativamente à expressão legislação 
tributária (algo menor), tem ainda o que se mostrou em relação ao Direito Fiscal (algo 
mais amplo). 
 O Direito Tributário existe para delimitar o poder de tributar, transformando a 
relação tributária, que antigamente foi uma relação simplesmente de poder, em relação 
jurídica. A finalidade essencial do Direito Tributário, portanto, não é a arrecadação do 
tributo, até porque esta sempre aconteceu, e acontece, independente daquele. O Direito 
Tributário surgiu para delimitar o poder de tributar e evitar os abusos no exercício 
deste. 
 
2. O ESTADO E SUAS NECESSIDADES PÚBLICAS 
 
 Estado é a nação, o povo ou a sociedade, politicamente organizada. Povo são oshabitantes de uma localidade ou região. Nação é um povo geralmente fixo num território, 
ligado por origem, tradição, lembranças, costumes, cultura, interesse e aspirações 
comuns e, em geral, por uma língua. Sociedade é o conjunto de pessoas que vivem em 
certas faixas de tempo e espaço, unidas pelo sentimento de consciência de vida em 
grupo. 
 O Estado desenvolve atividades políticas, econômicas, sociais, administrativas, 
financeiras, educacionais, policiais, que tem por finalidade regular a vida humana em 
sociedade, por isso que a finalidade essencial do Estado é a realização do bem comum. 
 O Estado é a organização que objetiva realizar, por meio de seus agentes e 
órgãos, as finalidades que lhe são determinadas pela Constituição. 
 Para prover as finalidades que lhe são assinaladas (atividades políticas, 
econômicas, sociais, administrativas, financeiras, educacionais, policiais, que visam 
Página 13
regular a vida humana em sociedade) pelo Direito Positivo, contribuem os particulares 
com parcelas. 
 Os fins da atividade do Estado variam no tempo e no espaço, segundo as escolhas 
políticas, feitas para atender as necessidades públicas (aquelas de interesse geral 
providas pelo regime do serviço público). 
 Funções do Estado (modos pelos quais o Estado exerce suas atribuições) - 
legislativa, executiva e jurisdicional. 
- Atividades do Estado - internas e externas. 
- Soberania - característica do Estado como ente nacional: 
 Quando o Estado utiliza seu poder impositivo para editar a norma jurídica-fiscal 
tem-se uma relação de soberania. 
 Mas quando a norma incorpora-se ao Direito o próprio Estado sujeita-se a ela e a 
relação jurídica tributária é relação obrigacional "ex lege" e não relação de poder. 
 A distinção do tipo de relação está no momento da criação no momento de atuação 
da regra jurídica. Para alguns autores a relação tributária não tem o caráter de relação 
jurídica, mas de relação de poder ou de soberania. 
 No Estado Federal os Estados-membros não são soberanos. 
 Os órgãos supranacionais vêm limitando a soberania. 
 
 
3. ORÇAMENTO PÚBLICO 
 
 Tradicionalmente o orçamento é compreendido como uma peça que contém 
apenas a previsão das receitas e a fixação das despesas para determinado período, sem 
preocupação com planos governamentais de desenvolvimento, tratando-se assim de 
mera peça contábil - financeira. Tal conceito não pode mais ser admitido, pois a 
intervenção estatal na vida da sociedade aumentou de forma acentuada e com isso o 
planejamento das ações do Estado é imprescindível. 
 Hoje, o orçamento é utilizado como instrumento de planejamento da ação 
governamental, possuindo um aspecto dinâmico, ao contrário do orçamento tradicional já 
superado, que possuía caráter eminentemente estático. 
 Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público “é o ato pelo qual o Poder Executivo 
prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a execução das 
despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela 
política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas 
em lei”. 
 A Constituição orçamentária está traçada nos seguintes artigos: 
 - Arts. 165 a 169 (Dos orçamentos); 
- Arts. 70 a 75 (controle da execução orçamentária); 
 - Art.99 (orçamento do Judiciário); 
 - Art. 31 (fiscalização orçamentária dos Municípios). 
 
4. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO: 
 É o conjunto de atos que o Estado pratica na obtenção, na gestão e na aplicação 
dos recursos financeiros de que necessita para atingir seus fins. 
 O Estado necessita de “entradas” (dinheiro) suficiente para custear as despesas. 
Tais entradas podem se: 
a. originárias: pela utilização dos bens que o estado possui como qualquer outro 
sujeito privado: 
b. derivadas: prestações patrimoniais impostas aos cidadãos. 
 
 
 
 
Página 14
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENTRADAS OU INGRESSO PÚBLICOS 
1. Movimento de fundos de caixa 
a. empréstimos ao tesouro; 
b.restituições de empréstimo ao tesouro; 
c. caução, fianças, deposito, indenizações de direito civil etc. 
 2. Receitas 
I – Originárias ou de Economia 
Privada, ou direito Privado, ou 
Voluntárias: 
a. a título gratuito 
 a.1 doação pura e simples; 
 a.2 bens vacantes, prescrição 
aquisitiva etc. 
 
II – Derivadas, de Economia Pública, de 
direito Público ou Coativas 
a. tributos: impostos, taxas, 
contribuições de melhoria e 
contribuições parafiscais*; 
b. multas, penalidade e confisco; 
c. reparações de guerra 
b. a título oneroso 
b.1 doações e legados sob 
condições 
b.2 preços quase-privados 
b.3 preços públicos 
b.4 preços políticos 
 
* Observamos que esta classificação foi dada na vigência da CF de 1967/69 
Fonte: CASSONE 
 
5. RECEITAS PÚBLICAS. RECEITAS TRIBUTÁRIAS. 
 
 Receita é o ingresso de dinheiro aos cofres públicos. Todo ingresso de dinheiro 
chama-se entrada, entretanto, nem toda entrada compõe a receita do Estado. Temos: 
 
a) entradas provisórias: que não estão destinadas a permanecer nos cofres públicos (ex. 
caução); 
b) entradas definitivas: que se realizam por meio da cobrança de tributos e dos preços 
públicos (ex. tarifas) 
 
MODALIDADES DE RECEITA: 
• Extraordinária - auferidas nas hipóteses de anormalidade (Ex. imposto 
extraordinário), receitas aprovadas e arrecadadas no curso do exercício do 
orçamento; 
• Ordinárias - de entrada regular, periódica, receitas previstas no orçamento; 
• Originária ou facultativa - são oriundas do patrimônio do Estado e se traduzem 
nos preços cobrados; 
• Derivadas ou compulsórias - advém de constrangimento do patrimônio particular 
(ex. cobrança de tributos); 
Página 15
• Transferidas: repassadas por outro entre político, que as arrecadou, pelo sistema 
de cobrança de tributos, preços públicos ou tarifas; 
• Gratuita: é aquela que o Fisco arrecada sem nenhuma contrapartida (ex. herança 
jacente) 
• Contratual: que deriva de um ajuste (ex. compra e venda) 
• Obrigatória: é a arrecadada de forma vinculada, obrigatoriamente, como na 
cobrança dos tributos. 
 
 RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
 São obrigatórias, porque o seu pagamento decorre da lei e não de um contrato, ao 
qual o particular adere voluntariamente. 
 
 COMPETÊNCIA 
 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: 
 
• impostos � receitas que o Estado cobra tendo em vista, unicamente, o interesse 
público da atividade desempenhada pelo Governo; os impostos terão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte 
 
• taxas � receitas que o Estado cobra em razão do poder de policia ou pela 
utilização dos serviços públicos, prestados ao contribuinte ou postos a sua 
disposição; Ex.: serviços de justiça, saúde pública, segurança, prestados pelo 
Governo. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. 
 
• contribuições de melhoria � decorrente de obras públicas e que venham a 
valorizar os imóveis vizinhos; Ex.: construção de pontes, estradas, viadutos 
 
Além destes tributos, o Estado conta com mais 2 tipos de receitas: 
 
• Preços quase-privados � são as receitas cobradas pelo Estado tendo em vista 
exclusivamente o interesse dos particulares na atividade desempenhada pelo 
Governo, sendo o interesse público meramente acidental. Ex.: exploração de ramo 
industrial ou comercial pelo Estado. 
 
• Preços Públicos � são as receitas cobradas pelo Estado tendo em vista 
principalmente o interesse dos particulares na atividade desempenhada pelo Poder 
Público, e atendendo à existência de um interesse geral e coletivo nessa atividade. 
Ex.: exploração dos Correios e Telégrafos pela União. 
 
 
Página 16
Sistema
Tributário
Nacional
Impostos
Patrimônio
e
Renda
Produção 
e
Circulação
ITR
ITBI
I.Causa Mortis e Doação
IPTU
IPVA
IR
I. Grandes Fortunas
ICMS
IPI
IOF
ISS
IE
IITaxas
de serviço
de polícia
Contribuições
de melhoria sociais Para a seguridade socialPara a educação e cultura
de intervenção no domínio econômico
deinteresse de categorias profissionais (OAB, CRC
de interesse de categorias econômicas
(contribuição sindical)
Empréstimos compulsórios
 
 
DIREITO E LEGISLAÇÃO 
TRIBUTÁRIA
Professor Bruno Cesar Faller
• Bacharel em Direito
• Bacharel em 
Administração
• Especialista em Direito 
da Economia e da 
Empresa – FGV
• Mestre em Administração 
– UFRGS
• Doutorando em 
Administração - UDE
• Advogado
• Consultor de Projetos de 
Modernização
• Consultor de Financiamentos 
Nacionais e Internacionais
 
 
Página 17
DIREITO E LEGISLAÇÃO 
TRIBUTÁRIA
Professor Bruno Cesar Faller
• faller@compusat.com.br
• bruno.faller@hotmail.com
• bruno.faller@domalberto.edu.br
• Fone 2109-1012
 
Página 18
 
 
 
 
 
PLANO DE AULA nº 02 
 
 
 
I –IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA 
1 – Disciplina: Direito e Legislação Tributária 5º semestre 
2 - Turma: 
3 - Curso: Ciências Contábeis 
4 – Professor: Bruno Cesar Faller 
5 – Semestre/Ano: 1º/2010 
6 - Data da Aula: 02/02/2010 
II – EMENTA 
Introdução Ao Direito Tributário. Fontes Do Direito Tributário. Obrigação Tributária. Fato Gerador e Sujeito Ativos e 
Passivos. Crédito Tributário. Tributos Federais, Estaduais E Municipais. Contribuições Especiais e Parafiscais. Tributação 
Na Fonte, Tributação Da Receita e Tributação Do Lucro. 
III – OBJETIVO GERAL 
Geral: Proporcionar ao acadêmico de Ciências Contábeis conhecimentos específicos do Direito Tributário e que serão 
utilizados no exercício profissional futuro. Compreender o estudo tributário em todas as esferas, ou seja, união, estados, 
e municípios. Interpretar a questão tributária e seus múltiplos aspectos mediante conhecimentos básicos e gerais da 
legislação pertinente. 
IV – OBJETIVO ESPECÍFICO 
REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS: 
- Definição 
- Tratamento Constitucional 
- Princípios Constitucionais Tributários 
V – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
Fazenda Pública. Atividade Financeira do Estado. Receitas Públicas. Receitas Tributárias. História do Direito Tributário. 
Princípios Constitucionais Tributários. 
VI – METODOLOGIA 
 Será ministrada a aula expositiva, com inserção de arquivos adicionais na respectiva Comunidade. 
 
VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Básicas: 
CASSONE, Vittorio. Direito Tributário. SP: Atlas, 1991. Número de localização na biblioteca: 34:336 / C345d 
 
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003. Número de localização na biblioteca: 
34:336.22 / A485d 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito financeiro e de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 1999. Número de 
localização na biblioteca: 34:336 / B327c 
 
ICHIHARA, Yoshiaki. Direito tributário: uma introdução. São Paulo: Atlas, 2005. Número de localização na biblioteca: 
34:336/16d 15.ed 
 
Endereço eletrônico de acesso à página do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: 
http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por 
 
 
 
 
Página 19
 
1.NORMAS TRIBUTÁRIAS BÁSICAS 
DO QUE ESTAREMOS TRATANDO? 
Apesar de muito conceitual, esta introdução é fundamental para entender as regras 
básicas de tributação. Muitas entrevistas e matérias nos principais jornais do País são 
realizadas com advogados e consultores, que utilizam conceitos e regras previstos na 
Constituição e em nosso ordenamento jurídico que precisam ser melhor compreendidos 
entre os que não militam na área. 
Na ordem econômica brasileira, prevalece a regra da liberdade de iniciativa, sendo 
o exercício da atividade econômica desenvolvido, em grande parte, pelo setor privado, O 
Estado, por sua vez, não desenvolve a atividade econômica no mercado, exceto nos 
casos expressamente previstos na Constituição Federal, quando necessário aos 
imperativos da segurança nacional ou diante de relevante interesse coletivo, conforme 
definido em lei (art. 173 da Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988). 
Para alcançar seus objetivos, o Estado desenvolve a atividade financeira, 
compreendida como o conjunto de atos que ele pratica na obtenção, na gestão e na 
aplicação dos recursos financeiros de que necessita para atingir seus fins. 
O Estado é uma entidade soberana, representando a nação em suas relações com 
outras nações, no plano internacional, e governando todos os indivíduos que se 
encontrem em seu território, no plano interno. No exercício de sua soberania, o Estado 
exige que os indivíduos lhe forneçam os recursos de que necessita para desenvolver sua 
atividade financeira, por meio da instituição de tributos. 
É importante observar que, nos dias atuais, a relação tributária entre o Estado e os 
particulares não é uma relação de poder, mas sim uma relação jurídica que encontra seus 
limites fixados na Constituição Federal. Tal poder encontra-se limitado pelos princípios 
tributários gerais e pelas imunidades (art. 150 da Constituição). 
 
2.O QUE É TRIBUTO? 
É uma prestação em dinheiro obrigatória, instituída por lei e cobrada mediante 
atividade do Estado. Temos como principais características de um tributo que: 
a) é sempre devido a um ente público; 
b) sua arrecadação fundamenta-se no poder de império do Estado; 
c) visa à arrecadação de recursos financeiros para o Estado realizar suas tarefas; 
d) é obrigatório; 
e) deve ser pago em moeda nacional ou em valor que nele se exprima; 
f) deve ser previsto em lei; 
g) cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
3. O QUE É UM IMPOSTO? 
É uma espécie de tributo exigido de acordo com as hipóteses de incidência 
previstas em lei, não vinculado diretamente a nenhuma atividade específica do Estado em 
relação ao contribuinte. 
Assim, a hipótese de incidência do imposto ocorre devido a um comportamento do 
contribuinte ou a uma situação jurídica na qual ele se encontra. 
Página 20
 
 
4. A REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
Pelo Sistema Tributário Nacional vigente após a Constituição Federal de 1988, 
apesar da intenção de ser uma Carta Magna de cunho distributivo entre os entes 
federados, a União ainda permanece como a pessoa política que concentra, 
majoritariamente, a instituição e a arrecadação de tributos. 
Normalmente, a pessoa política fica com o produto da arrecadação de seus tributos 
como meio de prover a manutenção da máquina administrativa e atender às 
necessidades da população. 
Por vezes, porém, a Constituição determina que haja uma partilha entre os entes 
públicos no tocante às receitas tributárias, em nome daquela intenção distributiva. É o que 
se verifica nos termos dos artigos 157 a 162, e ainda, no art. 153, parágrafo 5.º da Carta 
Maior. 
Antes de analisarmos os citados dispositivos, vale repetir algumas considerações 
doutrinárias: 
1) As repartições no nosso ordenamento jurídico se referem a impostos;situação, 
aliás, bastante combatida por Estados e Municípios, já que esses não participam do “bolo” 
que a União está arrecadando a título de contribuições sociais (CPMF, CIDE, COFINS, 
etc.); 
2) A partilha se verifica sempre do ente “maior” para o ente “menor”; 
 
 
3) Classificam-se as repartições em diretas (as previstas nos art. 157 e 158, e 
ainda, 153, parágrafo 5.º) e indiretas, estas quando viabilizadas mediante fundos de 
participação (art. 159, I, a, b e c) ou compensatórios (art. 159, II). 
Os artigos 157 e seguintes da Constituição cuidam do sistema federal de 
transferências fiscais. 
O Sistema Tributário da Constituição reserva a Seção VI à questão da repartição 
das receitas tributárias, ou seja, à partilha dos recursos arrecadados pelas pessoas 
políticas. 
Existem duas formas de participação de uma pessoa política no produto da 
arrecadação de outra: a direta e a indireta. 
• A forma direta impõe uma relação simples. Exemplo:Os municípios fazem jus a 
25% (vinte e cinco por cento) do ICMS do estado arrecadado em seus territórios. 
• A forma indireta põe uma relação complexa: são formados fundos aos quais afluem 
parcelas de receitas de dados impostos. Depois, são rateados entre os partícipes 
beneficiários segundocritérios legais preestabelecidos. 
A Constituição de 1988 adotou as duas formas ou fórmulas, estabelecendo um 
complicado sistema de transferências fiscais entre as pessoas políticas que convivem na 
Federação. 
Vale observar que esta questão da repartição de receitas fiscais não tem 
absolutamente nenhum nexo com o Direito Tributário. Em verdade são relações 
intergovernamentais, que de modo algum dizem respeito aos contribuintes. 
Página 21
 
 
 
4.1 PARTICIPAÇÃO DIRETA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL NO 
PRODUTO DA ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS FEDERAIS 
O Estado-Membro e o Distrito Federal têm direito: 
A) ao imposto de renda federal arrecadado na fonte sobre os vencimentos e proventos 
dos seus funcionários (administração direta, autarquias e fundações) e ao imposto de 
renda federal arrecadado na fonte sobre os rendimentos pagos pelo estado 
(administração direta, autarquias e fundações) a qualquer título. Certamente, o maior 
volume de recursos previstos decorrerá dos rendimentos pagos aos tomadores de títulos 
públicos estaduais e dos pagamentos aos funcionários. Em suma, o imposto de renda na 
fonte sobre rendimentos que couber ao Estado-Membro reter (obrigação de fazer) a ele 
pertence; 
 
 
B) a vinte por cento do produto da arrecadação dos impostos que vierem a ser cria dos 
pela União com base na competência residual do art. 154, I. 
 
 
 4.2 PARTICIPAÇÃO DIRETA DOS MUNICÍPIOS 
Aos municípios pertencem: 
 
 
Página 22
A) o imposto de renda retido na fonte nas mesmas condições previstas para o 
estado 
B) cinqüenta por cento do ITR federal, relativamente aos imóveis rurais situados 
em seus territórios; 
C) cinqüenta por cento do IPVA estadual, relativamente aos veículos licenciados 
em seus territórios; 
D) vinte e cinco por cento do ICMS estadual arrecadado em seus territórios, na 
proporção de três quartos, no mínimo, e de um quarto conforme dispuser lei estadual. 
 
 
1.3. O FUNDO OURO 
Estados e municípios participam, respectivamente, em 30 e 70% do IOF sobre o 
ouro — quando definido como ativo financeiro — conforme a sua origem, a teor do art. 
153, § 5°, I e II. 
 
 
 
 
 
 
Página 23
4.4. PARTICIPAÇÕES INDIRETAS 
Existem três fundos: o Fundo de Participação dos Estados (FPE), o Fundo de 
Participação dos Municípios (FPM) e o Fundo para Programas de Financiamento das 
Regiões Norte (Sudam), Nordeste (Sudene) e Centro-Oeste (Sudeco). 
Estes fundos são formados por recursos provenientes do produto da arrecadação 
global dos seguintes impostos federais: 
A) Imposto de Renda, excluída a participação direta dos estados e municípios no 
mesmo; 
B) Imposto sobre Produtos Industrializados. 
A divisão do “bolo fiscal” formado por estes impostos se faz na seguinte proporção: 
A) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao FPE; 
B) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao FPM; 
C) três por cento para o FARP (Fundo das Agências Regionais de Fomento). 
Total dos recursos do IR e do IPI comprometidos com os fundos: 47% (quarenta e 
sete por cento), ou seja, quase a metade do produto da arrecadação desses impostos, 
excluídas as participações diretas dos estados e municípios no IR federal (por eles retido 
na fonte). 
 
4.5. O FUNDO COMPENSATÓRIO 
Existe um fundo de compensação aos estados por suas exportações imunes ao 
ICMS. A União deve entregar, do produto da arrecadação do IPI, 10% (dez por cento) aos 
estados, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações. Todavia, nenhum 
estado poderá, individualmente, receber mais de 20% (vinte por cento) desses 10% (dez 
por cento). Alcançado este limite, o restante cabente ao estado que alcançar o índice 
(certamente São Paulo) será rateado entre os demais estados, proporcionalmente à sua 
força exportadora. Mas cada estado entregará aos respectivos municípios 25% (vinte e 
cinco por cento) do que receberem pelo export-drive, isto é, do que receberem por força 
do mecanismo previsto no inciso II do art. 159. 
 
4.6. A VEDAÇÃO DE “NEGOCIAÇÃO” 
O art. 160 veda à União Federal a “negociação política” na entrega das parcelas 
cabentes a estados e municípios, sob as penas da lei, providência de resto salutar, pois o 
Governo Federal sempre usou o processo de entrega dessas parcelas para obter 
vantagens políticas e, quem sabe, econômicas, favorecendo a corrupção, em beneficio de 
uns poucos. 
Todavia, a vedação não impede a União de condicionar a entrega dos recursos ao 
pagamento dos seus créditos contra estados e municípios (art. 160, parágrafo único). 
Os artigos 161 e 162 reforçam o sistema. 
“Art. 161. Cabe à lei complementar: 
1— definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I; 
II — estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, 
especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, 
objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios; 
111 — dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo 
Página 24
das quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 e 159. 
(...)“ 
4.7. O PAPEL DO TRIBUNAL DE CONTAS 
O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos 
de participação, retirando do Executivo Federal a manipulação da matéria. Cabe ao 
Executivo Federal, apenas, cumprir as determinações da Constituição. O sistema de 
repartição dos impostos e o sistema de repartição dos produtos quebraram o centralismo 
fiscal da União Federal, promovendo uma melhor distribuição de recursos entre as 
pessoas políticas da Federação e obrigando, de sobredobro, o Executivo Federal a 
diminuir a sua ingerência no organismo federativo, que se agigantara durante os 21 anos 
da ditadura militar (1964 a 1985), a mais longa de nossa história e, queira Deus, a última. 
 
5. FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 Fontes são os modos de expressão do Direito. Isso significa que as fontes do 
Direito brasileiro são as normas jurídicas, uma vez que é por meio delas que o direito se 
manifesta 
 
5.1. CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES: 
 
O direito tributário possui fontes formais e materiais. 
 
- Fontes materiais: As fontes materiais são os fatos do mundo real sobre os quais 
haverá a incidência tributária. São os fatos geradores da incidência tributária. Ex: Os 
produtos industrializados, as operações de crédito e etc. 
 
- Fontes formais: As fontes formais são os atos normativos que introduzem regras 
tributárias no sistema. As fontes formais são formadas pelas normas constitucionais, 
emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis 
delegadas, decretos legislativos e resoluções (art 59 da CF). Espécies de fontes formais: 
 
• Fontes formais primárias (principais ou imediatas): São fontes que modificam o 
ordenamento jurídico. Ex: Constituição Federal, emenda constitucional, lei 
complementar, lei ordinária, lei delegada, decreto legislativo, resolução e etc. 
• Fontes formais secundárias: Diferentemente das fontes primárias, não modificam 
o ordenamento jurídico, apenas conferem executividade aos dispositivos primários. 
Ex: Decreto regulamentar, regulamento, instruções ministeriais, ordens de serviço, 
normas complementares e etc. 
 
 
5.1.2 - CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 A Constituição contém a estrutura básica do Estado, a forma de governo, a 
sistemática tributária – principalmente no que concerne às competências e às 
Materialidades impositivas e os direitos e garantias individuais. 
 
5.2.2 - EMENDAS À CONSTITUIÇÃO 
 A Constituição poderá ser modificada mediante “Emendas Constitucionais”. Isto 
ocorre para que a mesma não se transforme num diploma jurídico estático e permanente 
divorciado da vontade popular. O processo de “reforma”, todavia, deve observar o 
disposto no art. 60 da CF/88. (votação em dois turnos com aprovação de 3/5 dos 
membros de cada Casa do Congresso Nacional). 
 Algumas matérias, sequer por Emendas poderão ser modificadas.São as 
denominadas “Cláusulas Pétreas”, previstas no § 4o do art. 60 da CF/88. 
Página 25
 
5.2.3 - LEI COMPLEMENTAR 
 A lei complementar objetiva explicitar a norma constitucional de eficácia limitada, 
caracterizando-se como lei nacional, que serve de fundamento a legislação federal, 
estadual e municipal. A lei complementar é aprovada pela maioria absoluta dos membros 
do Congresso Nacional (art. 69 CF/88). 
 Em relação ao direito tributário, a lei complementar trata, principalmente, das 
matérias previstas no art. 146, 148, 154, 155 XII e 195 § 4º da CF/88. 
 
5.2.4 - CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL 
 O CTN foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 como lei complementar, 
sendo que os dispositivos nele previstos, que não estavam em consonância com o novo 
texto constitucional promulgado em 05.08.88, não foram recepcionados. Ex: art. 15, 
inciso III do CTN. 
 
5.2.5 - LEI ORDINÁRIA 
 Lei, norma geral e abstrata aprovada pelo legislativo, é a fonte das obrigações 
tributárias, sendo que o art. 97 do CTN estabelece que somente lei pode estabelecer a 
instituição de tributos ou a sua extinção, a majoração ou redução, a definição do fato 
gerador, a fixação da alíquota e da base de cálculo, observado a exceção prevista no § 1o 
do art. 153 da CF/88. A lei ordinária é aprovada por maioria simples. 
 Quando a Constituição menciona apenas o termo “lei”, entende-se que a matéria 
respectiva possa ser tratada por “lei ordinária”. 
 
5.2.6 - MEDIDA PROVISÓRIA 
 Em caso de relevância e de urgência o Presidente de República poderá adotar 
Medidas Provisórias com força de lei (art. 62 da CF/88). As Medidas Provisórias perderão 
a eficácia, desde a edição, caso não forem convertidas em lei no prazo de trinta dias. 
Todavia, a jurisprudência tem admitido a reedição de Medidas Provisórias. 
 
 5.2.7 - TRATADOS INTERNACIONAIS 
 São celebrados pelo Presidente da República, ou seus auxiliares, e estão sujeitas 
ao referendo do Congresso Nacional (art. 49, I e 84, VIII da CF/88). 
 Os tratados em matéria tributária, via de regra, dispõem sobre a eliminação de 
direitos alfandegários ou visam evitar a bitributação da renda e estão previstos no art. 98 
do CTN. 
 
5.2.8 -DECRETOS LEGISLATIVOS 
 São utilizados para aprovar os tratados internacionais celebrados pelo nosso país 
(art. 49 I). 
 
5.2.9 -CONVÊNIOS 
 Os Estados têm competência para celebrar convênios para dispor sobre concessão 
de isenções e benefícios fiscais relativos ao ICMS (art. 155, XII, “g” da CF/88), nos termos 
da Lei Complementar no 24/75. 
 
5.2.10 -DECRETOS, REGULAMENTOS E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 Estes atos oriundos do Poder Executivo têm como objetivo regrar a aplicação de lei 
a qual institui tributos, de forma específica, tendo como limite os estritos termos da lei, 
dando condições de executoriedade à mesma. Conforme dispõe o art. 99 do CTN, o 
conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam 
expedidos. 
 
Página 26
6. A CONSTITUIÇÃO E O DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Na Constituição encontramos fundamentos básicos do direito tributário: os 
princípios que norteiam o todo o sistema, as garantias dos cidadãos frente o poder de 
tributar, a divisão da competência tributária e a partilha das receitas. 
 
 
 
6.1 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
 
São normas explícitas ou implícitas na Constituição Federal que balizam ou limitam 
o poder de tributar. 
 
6.2 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
 Os tributos não poderão ser instituídos ou majorados, senão através de lei, nullum 
tributum sine lege (art. 150 I da CF/88). 
 Este princípio é informado pelos ideais de justiça e de segurança jurídica, os 
valores que poderiam ser solapados se à administração pública fosse permitido, 
livremente, decidir quando, como e de quem cobrar tributos. 
 Este princípio é multissecular, tendo sido consagrado, na Inglaterra, na Magna 
Carta de 1215, do Rei João Sem Terra, a quem os barões ingleses impuseram a 
necessidade de obtenção prévia dos súditos para a cobrança de tributos (no taxation 
without representation). 
Tal princípio é derivado do princípio geral da legalidade, segundo o qual ninguém é 
obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei (art. 50, II, da 
Constituição), sendo, entretanto, específico em relação à ordem tributária. 
Pelo princípio da legalidade tributária, tem-se a garantia de que nenhum tributo 
será instituído ou aumentado a não ser por meio de lei (art. 150, 1, da Constituição 
Federal), exceto nas hipóteses ressalvadas pela própria Constituição. 
A lei é a manifestação legítima da vontade do povo, por meio de seus 
representantes no parlamento, entendendo-se que, ao ser o tributo instituído por lei, o 
povo consente que o Estado invada seu patrimônio para dele retirar os meios 
indispensáveis à satisfação das necessidades coletivas. 
Além disso, tal princípio visa garantir a segurança das relações entre particulares 
(contribuintes) e o Estado (Fisco), que devem ser inteiramente disciplinadas por lei, 
obrigando ambas as partes na relação tributária. 
A criação de um tributo significa o estabelecimento de todos os elementos 
necessários a sua existência válida, conforme segue: 
Fato gerador: concretização da hipótese de incidência prevista na lei, gerando a 
obrigação tributária; em outras palavras, é a situação ou causa de conteúdo econômico 
que, ocorrendo, cria a obrigação de pagar determinado imposto. É um ato ou fato que 
gera uma obrigação tributária. Exemplo: a entrada de produtos importados para o Imposto 
de Importação (II); a saída de uma mercadoria da loja para o Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços (ICMS); 
Base de cálculo: valor sobre o qual é aplicado um percentual (alíquota) para apurar 
o valor do tributo apagar. Exemplo: a totalidade das receitas para a Contribuição Social 
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); 
Alíquota: percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de cálculo, 
determina o valor do tributo a ser recolhido (pago); e 
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Contribuinte: sujeito passivo da obrigação tributária que tem relação pessoal e 
direta com o fato gerador. 
Como exceção à regra, é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e 
os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos sobre (art. 153, § 1° da 
Constituição): 
a) importação de produtos estrangeiros (Imposto de Importação, II); 
b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (Imposto 
de Exportação, TE); 
e) operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos e valores mobiliários 
(Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos e Valores 
Mobiliários, IOF); 
d) produtos industrializados (Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI). 
 
Jurisprudência (decisões que formam precedentes para casos análogos): 
Acórdão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Primeira Turma 
Recurso Especial n° 64.3071RJ 
Decisão: por unanimidade, dar provimento ao recurso. 
Data do julgamento: 18/9/1997 
Ementa: 
Tributário. IPTU. Majoração. Ato do Poder Executivo. Principio da Legalidade Tributária 
(art. 97,11, § 1° e 2° do Código Tributário Nacional (CTN). Vedada a atualização do valor 
venal dos imóveis por decreto do Executivo: 
i) pelo princípio da reserva legal, a majoração do tributo é privativa da lei, formalmente 
elaborada, ainda quando esta majoração decorra da modificação da base de cálculo; 
ii) in casu, era vedado ao Prefeito, por mero decreto, atualizar o valor venal dos imóveis 
sobre os quais incide o IPTU, com base em uma tabela (planta de valores), ultrapassando 
sensivelmente a correção monetária a que estava autorizado efetivar, por via de ato 
administrativo; 
iii) recurso provido, por unanimidade. 
Relator: Ministro Demócrito Reinaldo 
 
 
 
 
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PLANO DE AULA nº 03 
 
 
I –IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA 
1 – Disciplina: DIR 0017 Direito eLegislação Tributária 5º semestre 
2 - Turma: 112 
3 - Curso: Ciências Contábeis 
4 – Professor: Bruno Cesar Faller 
5 – Semestre/Ano: 1º/2010 
6 - Data da Aula: 09/03/2010 
II – EMENTA 
Introdução Ao Direito Tributário. Fontes Do Direito Tributário. Obrigação Tributária. Fato Gerador e Sujeito Ativos e 
Passivos. Crédito Tributário. Tributos Federais, Estaduais E Municipais. Contribuições Especiais e Parafiscais. Tributação 
Na Fonte, Tributação Da Receita e Tributação Do Lucro. 
III – OBJETIVO GERAL 
Geral: Proporcionar ao acadêmico de Ciências Contábeis conhecimentos específicos do Direito Tributário e que serão 
utilizados no exercício profissional futuro. Compreender o estudo tributário em todas as esferas, ou seja, união, estados, 
e municípios. Interpretar a questão tributária e seus múltiplos aspectos mediante conhecimentos básicos e gerais da 
legislação pertinente. 
IV – OBJETIVO ESPECÍFICO 
Compreender os mecanismos do Sistema Tributário Brasileiro. 
V – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
Continuação dos estudos referentes aos Princípios Constitucionais Tributários. 
VI – METODOLOGIA 
 Será ministrada a aula expositiva, com inserção de arquivos adicionais na respectiva Comunidade. 
 
VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Básicas: 
 
CASSONE, Vittorio. Direito Tributário. SP: Atlas, 1991. Número de localização na biblioteca: 34:336 / C345d 
 
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003. Número de localização na biblioteca: 
34:336.22 / A485d 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito financeiro e de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 1999. Número de 
localização na biblioteca: 34:336 / B327c 
 
ICHIHARA, Yoshiaki. Direito tributário: uma introdução. São Paulo: Atlas, 2005. Número de localização na biblioteca: 
34:336/16d 15.ed 
 
Endereço eletrônico de acesso à página do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: 
http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONTINUAÇÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
 
1. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
 
É vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que 
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (art. 150 III “b”). O disposto na letra 
“b”, do inciso III, do artigo 150 da Constituição, que consubstancia o princípio da 
anterioridade, comporta as exceções previstas no § 1° do mesmo artigo 150. Assim é que 
não estão sujeitos ao princípio da anterioridade da ao exercício financeiro, podendo ser 
cobrados, portanto, no mesmo exercício financeiro em que for publicada a lei que os 
institui ou aumenta, os impostos sobre (a) importação de produtos estrangeiros; (b) 
exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; (c) operações de 
crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos e valores mobiliários; (d) produtos 
industrializados; (e) o imposto de guerra; (f) o empréstimo compulsório destinado a 
atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa 
ou sua iminência. 
 Sem dúvida, o mais importante desta regra é atentar para o fato de que ela não diz 
respeito à vigência da lei, mas só à publicação. Sua aplicação é bem simples: para que 
uma lei que crie ou aumente tributo possa ser aplicada (produzir efeitos) em um ano é 
necessário que ela tenha sido publicada no ano anterior. 
 Para a observância da anterioridade do exercício financeiro, prevista no art. 150, III, 
“b”, da Constituição, é só isso mesmo. Como veremos adiante, a EC 42/2003 instituiu 
uma exigência geral de um prazo mínimo de 90 dias entre a publicação e o início de 
produção de efeitos da lei que cria ou aumenta tributo e essa exigência, como regra, é 
cumulativa com a anterioridade do exercício financeiro. 
 Mas trataremos da “noventena” (art. 150, III, “c”) depois. 
 Vejamos, agora, um tributo sujeito só à anterioridade do exercício financeiro. O 
imposto de renda. Imaginemos que uma lei publicada em 15 de novembro de 2004, 
vigente a partir dessa data, aumente as alíquotas do IR sobre o ganho de capital das 
pessoas físicas de 15% para 17%. 
 Quando ela começa a produzir efeitos? 
 Resposta: em 1º de janeiro de 2005. 
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 Isso significa que ela alcançará os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de 
janeiro de 2005 (o fato gerador do IR sobre o ganho de capital é instantâneo e ocorre na 
data de alienação do imóvel). Para eu saber se foi respeitada a anterioridade do exercício 
financeiro basta verificar se a lei foi publicada no ano anterior (no caso, até 31 de 
dezembro, porque o IR não está sujeito à noventena). 
 Como a lei foi publicada no ano anterior, o IR a 17% pode ser cobrado em relação 
às alienações realizadas já em 1º de janeiro de 2005. 
 E é só isso mesmo. Lógico que se a lei do nosso exemplo contivesse um artigo 
dizendo, por exemplo, “esta lei entra em vigor em 120 dias contados de sua publicação”, 
ela só poderia produzir efeitos a partir do 120º dia, data do início de sua vigência . 
Entretanto isso não tem nada a ver com a anterioridade do exercício financeiro, mas sim 
com a regra de vigência que a própria lei estabeleceu para ela mesma. Mas isso não é 
comum. O comum é a lei dizer que entra em vigor na data de sua publicação. Nesse 
caso, temos a lei vigente com uma condição suspensiva que impede a produção de seus 
efeitos. 
 Que condição é essa? 
 O princípio da anterioridade do exercício financeiro. 
 Vejam como esse ponto já foi cobrado: 
(CESPE/AUDITOR/INSS/2001) Se o Congresso Nacional aprovar lei instituindo o IR 
sobre os rendimentos dos Planos Garantidores de benefícios livres (PGBLs) e essa lei for 
publicada no Diário Oficial do dia 31/12/2001, o imposto incidirá sobre os fatos geradores 
ocorridos a partir do dia seguinte, 1º/1/2002. 
O gabarito é verdadeiro (V). Exatamente o que acabamos de ver. 
Uma observação: o princípio da anterioridade do exercício financeiro não tem nenhum 
relação com exigência de previsão de receita do tributo na lei orçamentária. Na 
Constituição de 1946 era exigida autorização na lei de orçamento para o tributo poder ser 
cobrado no ano seguinte. Esse princípio era chamado princípio da anualidade e não 
existe mais no Direito Tributário. 
Vejam esta questão do CESPE: 
(CESPE/FISCAL/INSS/98) O princípio da anualidade apresenta índole marcadamente 
democrática, uma vez que implica a necessidade de autorização dos representantes do 
povo, na lei orçamentária anual, para a arrecadação de determinado tributo; nada 
obstante, a Constituição Federal em vigor não consagra, de modo expresso, esse 
princípio. 
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 O gabarito é verdadeiro (V). Nosso ordenamento, em Direito Tributário, só 
estabelece a exigência de anterioridade da publicação, não de anualidade (autorização 
expressa da cobrança na lei orçamentária anual). 
 Outra quase igual: 
(CESPE/PROCURADOR/INSS/99) Considere a seguinte situação hipotética: O 
Congresso Nacional aprovou lei criando determinado tributo, cuja receita, todavia, não foi 
prevista na lei orçamentária para o exercício seguinte. Nessa situação a cobrança do 
tributo pode ser realizada, mesmo se não houver alteração na lei orçamentária, pois esse 
quadro não se choca com o princípio da anterioridade. 
 Gabarito verdadeiro(V), também. 
Para finalizarmos essas noções gerais, é importante observar que o STF já afirmou que o 
princípio da anterioridade constitui garantia individual fundamental e, portanto, é cláusula 
pétrea, nos termos do art. 60, § 4º, IV, da Constituição. 
 Disso trata a questão abaixo: 
(CESPE/AUDITOR/INSS/2001) Suponha que uma emenda à Constituição resolva permitir 
a criação de um novo tributo, não-previsto na Lei Maior, afastando, com relação a ele, 
expressamente, a incidência do princípio da anterioridade. Nesse caso, é correto afirmar 
que essa emenda é inconstitucional por ferir uma cláusula pétrea. 
O gabarito é verdadeiro (V). 
 
1.2 EXCEÇÕES ÀANTERIORIDADE DO EXERCÍCIO FINANCEIRO 
 A primeira parte do art. 150, § 1º, da Constituição enumera as mais importantes 
exceções ao princípio da anterioridade. Devemos acrescentar à lista, ainda, as 
contribuições de seguridade social, previstas no art. 195 da Constituição. São os 
seguintes os tributos que excepcionam a anterioridade do exercício financeiro: 
1) II; 
2) IE; 
3) IPI; 
4) IOF; 
5) Empréstimo compulsório de guerra externa ou calamidade pública (art. 148, I); 
6) Impostos extraordinários de guerra (art. 154, II); 
7) Contribuições de seguridade social (art. 195, § 6º), incluídas a contribuição para o 
PIS/PASEP, a COFINS e a CPMF. 
 Vejam essa questão: 
(CESPE/PROCURADOR/INSS/98) Não estão sujeitos ao princípio da anterioridade da lei 
tributária os impostos de importação, de exportação, sobre produtos industrializados, e 
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sobre operações de crédito, câmbio, seguros e operações com títulos e valores 
mobiliários, assim como os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais. 
 O gabarito é falso (F), por causa dos empréstimos compulsórios. É errado afirmar, 
genericamente, que eles são exceção à anterioridade. Só os instituídos em razão de 
guerra ou calamidade (art. 148, inciso I) são exceção. Os outros, de investimento urgente 
e relevante interesse nacional (art. 148, inciso II), não são. 
 Além disso, só as contribuições de seguridade social são exceção à anterioridade, 
e não todas as contribuições sociais. A contribuição do salário-educação (art. 212, § 5º) é 
social (mas não de seguridade) e está sujeita à anterioridade do exercício financeiro. 
 Entendam bem o que significa ser exceção à anterioridade do exercício financeiro: 
a lei que institua ou aumente um desses tributos não precisa ter sido publicada no ano 
anterior ao de sua produção de efeitos. Significa só isso, mais, nada. 
 Pergunto: com a publicação da lei o tributo vai poder ser exigido imediatamente? 
 Depende. Se ele for, também, exceção à noventena, poderá ser exigido 
imediatamente após a publicação da lei que o instituiu ou aumentou. Se estiver sujeito à 
noventena ou ao princípio da anterioridade nonagesimal, só vai poder ser exigido noventa 
dias após a publicação da lei que o instituiu ou aumentou. 
 Já adiantando, da lista acima são exceções à anterioridade do exercício financeiro 
e também à noventena o II, o IE, o IOF, o empréstimo compulsório de guerra externa ou 
calamidade pública e os impostos extraordinários de guerra. 
 Estão sujeitos só à noventena ou ao princípio da anterioridade nonagesimal o IPI e 
as contribuições de seguridade social, incluídas a contribuição para o PIS/PASEP, a 
COFINS e a finada CPMF. 
 A má notícia é que não acabou por aqui. Precisamos, ainda, analisar duas 
situações. 
 A primeira é a da CIDE-combustíveis. Lembram que, quando falamos em 
“ressalvas” ao princípio da legalidade, dissemos que o constituinte derivado acrescentou 
uma regra ao art. 177, § 4º, I, “b”, permitindo que a alíquota da CIDE-combustíveis seja 
“reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no 
art. 150,III, b”. 
 Pois bem, nesse “restabelecimento”, a CIDE-combustíveis também é exceção ao 
princípio da anterioridade do exercício financeiro. E é só nesse “restabelecimento” 
mesmo. Se a lei institui nova hipótese de incidência da CIDE-combustíveis, ou aumenta 
suas alíquotas, estará sujeita à anterioridade do exercício financeiro. 
 Além disso, em todos os casos, a instituição ou aumento (incluído o 
“restabelecimento” das alíquotas) estão sujeitos à noventena prevista no art. 150, III, “c”. 
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Isso porque o art. 177, § 4º, I, “b”, somente afasta a aplicação do art. 150, III, “b”, no 
“restabelecimento” das alíquotas, ou seja, o ato do Poder Executivo que “restabeleça” 
uma alíquota de CIDE-combustíveis só produzirá efeitos em 90 dias, contados de sua 
publicação. 
 Por último, há também uma previsão de exceção à anterioridade do exercício 
financeiro no art. 155, § 4º, IV, “c”. Essa exceção segue a mesma lógica da vista acima 
para a CIDE-combustíveis e se aplica à hipótese específica do ICMS incidente em etapa 
única sobre combustíveis e lubrificantes definidos em lei complementar, cujas alíquotas 
devem ser fixadas mediante convênios de ICMS, celebrados no âmbito do CONFAZ 
(como eu disse antes, não acho o estudo detalhado dessa hipótese útil para os concursos 
da esfera federal). 
 Em resumo, temos 9 exceções à anterioridade do exercício financeiro: os sete 
tributos a lista do início deste tópico, mais a CIDE-combustíveis, no “restabelecimento” de 
suas alíquotas, e o ICMS monofásico sobre combustíveis definidos em lei complementar, 
também só no “restabelecimento” de suas alíquotas. 
 
1.3 O PRINCÍPIO DA NOVENTENA 
 A regra que estudaremos neste tópico foi introduzida pela EC 42/2003, que 
originou a chamada “reforma tributária”. O objetivo foi, visivelmente, reforçar, tornar mais 
efetivo, o princípio maior que está por trás do princípio da anterioridade, conhecido como 
“princípio da não-surpresa”. 
 Acontece que o STF já havia, há muito, estabelecido que, para respeitar a 
anterioridade do exercício financeiro, basta a lei ser publicada até 31 de dezembro do ano 
anterior ao de sua aplicação. 
 Pois bem, é evidente que esse entendimento, em certos casos, transformava o 
princípio da anterioridade do exercício financeiro em mera formalidade, sem assegurar, 
efetivamente, uma não-surpresa relacionada ao aumento de carga tributária. Vale dizer, o 
princípio da não-surpresa, cujo objetivo é permitir que o contribuinte saiba com 
antecedência e estruture seus negócios para se adaptar a um aumento de carga 
tributária, ficava frustrado nesses casos de aumentos por leis publicadas no final do ano. 
 Assim sendo, a EC 42/2003 passou a prever, no art. 150, III, “c”, como regra geral, 
a exigência de aguardar-se um prazo mínimo de 90 dias entre a publicação da lei que 
institui ou aumenta tributo e sua exigência. Essa regra, que pode ser chamada “princípio 
da anterioridade nonagesimal” ou, simplesmente, “noventena” deve ser observada 
cumulativamente com o princípio da anterioridade do exercício financeiro, a menos, é 
claro, que o tributo se enquadre como exceção a um dos princípios ou a ambos. 
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 É a seguinte a redação do “princípio da noventena”, previsto no art. 150, III, “c”, da 
Constituição: “é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar 
tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou.” 
 Repita-se, essa regra deve ser aplicada sem prejuízo da exigência de publicação 
da lei no ano anterior ao de sua aplicação, a menos, é claro, que o tributo não esteja 
sujeito à anterioridade do exercício financeiro. 
 Outro assunto que deve ser observado é que essa regra de “noventena” do art. 
150, III, “c”, não é, literalmente, idêntica à regra de anterioridade nonagesimal a que estão 
sujeitas as contribuições de seguridade social. 
 A diferença literal é que o art. 195, § 6º, aplicável às contribuições de seguridade 
social, determina sejam aguardados 90 dias contados da publicação da lei que as instituiu 
ou modificou. O art. 150, III, “c”, aplicável aos tributos em geral, fala em 90 dias contados 
da publicação da lei que os instituiu ou aumentou. 
 Vejam bem, a diferença está só na literalidade, porque o STF já decidiu que a regra 
do art. 195, § 6º, também só tem aplicação nos casos de instituição ou de aumento das 
contribuições de seguridade social. Portanto, para o STF, as hipóteses de cabimento de 
observância da “noventena” (art. 150, III, “c”) e da “anterioridade nonagesimal” (art. 195, § 
6º) são idênticas, só existindo mesmo uma diferença na literalidade das normas 
constitucionais que veiculam essas regras. 
 Para concurso, ficamos com a posição do STF, a menos que seja uma questão 
referindo-se expressamenteà literalidade do texto constitucional. 
 Vamos finalizar este tópico com um exemplo de aplicação do art. 150, III, “c”, da 
Constituição. 
 Imaginemos que uma lei que aumentou um tributo foi publicada em 1º de dezembro 
de 2004. O aumento não poderá ser exigido a partir do primeiro dia do exercício seguinte, 
por causa do princípio da noventena (art. 150, III, “c”). Neste exemplo, embora tenha sido 
cumprido o princípio da anterioridade do exercício financeiro (art. 150, III, “b”), terá que 
ser aguardado o prazo de noventa dias, contado da publicação da lei, para que possa ser 
feita a cobrança majorada. 
 Diferentemente, se a mesma lei tivesse sido publicada em 15 de junho de 2004, o 
tributo poderia ser cobrado com o aumento em 1º de janeiro de 2005, porque, nesse caso, 
já teria sido respeitado o intervalo mínimo de 90 dias entre a publicação da lei e o início 
da produção de seus efeitos. 
 
1.4 EXCEÇÕES À NOVENTENA 
Página 35
 A lista de exceções à nova regra de noventena criada pela EC 42/2003 está na 
parte final do § 1º do art. 150 da Constituição, também acrescentada pela “reforma 
tributária”. São os seguintes os tributos não sujeitos ao art. 150, III, “c”, da Carta Política: 
1) Imposto de importação; 
2) Imposto de exportação; 
3) Imposto sobre operações financeiras; 
4) Imposto sobre a renda; 
5) Impostos extraordinários de guerra; 
6) Empréstimos compulsórios instituídos em caso de guerra externa ou calamidade 
pública; 
7) Fixação da base de cálculo do imposto sobre propriedade de veículo automotor (IPVA); 
8) Fixação da base de cálculo do imposto sobre propriedade territorial urbana (IPTU). 
 Certamente vocês já perceberam que não há coincidência total entre as exceções 
ao princípio da anterioridade do exercício financeiro e o da noventena. Isso torna difícil a 
vida de quem está estudando para concurso. Mas a verdade é que não tem jeito mesmo: 
é absolutamente imprescindível decorar toas as hipóteses de exceções a ambos os 
princípios. Principalmente nos casos em que não há coincidência, ou seja, quando há 
exceção a um mas não a outro. 
 Que casos são esses? 
Vamos enumerar para facilitar o estudo: 
1) O IPI é exceção à anterioridade, mas não à noventena; 
2) O IR é exceção à noventena, mas não à anterioridade; 
3) O IPVA é integralmente sujeito à anterioridade, mas a fixação da sua base de cálculo 
não está sujeita à noventena; 
4) O IPTU é integralmente sujeito à anterioridade, mas a fixação da sua base de cálculo 
não está sujeita à noventena; 
5) O restabelecimento das alíquotas da CIDE-combustíveis é exceção à anterioridade, 
mas não à noventena (art. 177, § 4º, I, “b”); 
6) O restabelecimento das alíquotas do ICMS incidente em etapa única sobre 
combustíveis e lubrificantes definidos em lei complementar é exceção à anterioridade, 
mas não à noventena (art. 155, § 4º, IV, “c”). 
 Não custa lembrar, ainda para facilitar nosso estudo, que são exceções à 
anterioridade do exercício financeiro e também à noventena: 
1) II; 
2) IE; 
3) IOF; 
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4) Empréstimos compulsórios de guerra externa ou calamidade pública; 
5) Impostos extraordinários de guerra. 
 Vale fazermos alguns comentários. 
 Para o IR nada mudou. Ele está e sempre esteve sujeito à anterioridade do 
exercício financeiro e a nova regra de noventena não vale para ele. Portanto, como já era 
antes da EC 42/2003, a lei que institui nova hipótese de incidência ou aumenta ou IR, 
desde que seja publicada até 31 de dezembro, já pode atingir fatos geradores ocorridos a 
partir de 1º de janeiro. 
 Para o IPVA e o IPTU a situação ficou bem “estranha”. 
 Vejam só: Uma lei que aumente alíquotas de IPVA, se for publicada, por exemplo, 
em novembro de 2004, não poderá alcançar os fatos geradores ocorridos já em primeiro 
de janeiro de 2005, pois está sujeita à noventena. Portanto, se a lei estadual dispuser que 
o fato gerador do IPVA se considera ocorrido em 1º de janeiro de cada ano, a lei só 
alcançará o fato gerador ocorrido em 1º de janeiro de 2006. A majoração não produzirá 
efeitos em 2005, porque a lei majoradora das alíquotas só pôde ser aplicada depois de 
ocorrido o fato gerador (no nosso exemplo, a lei estadual considera o fato gerador 
ocorrido em 01/01/2005). O mesmo raciocínio vale para o IPTU. 
 Diferentemente, se a mesma lei, em vez de aumentar alíquotas, estivesse 
aumentado as bases de cálculo do IPVA ou do IPTU, poderia produzir efeitos já a partir 
de primeiro de janeiro de 2005, contanto que fosse publicada até 31/12/2004. 
 Por último, lembro que para as contribuições de seguridade social nada foi 
alterado. Elas não se sujeitam nem ao art. 150, III, “b”, nem ao art. 150, III, “c”. 
 Aplica-se a elas regra própria, prevista no art. 195, § 6º, da Constituição, conhecida 
como anterioridade nonagesimal, que, segundo o texto constitucional, deve ser observada 
em caso de instituição ou modificação das contribuições de seguridade social (incluída a 
CPMF, por força dos arts. 74, 75 e 84 do ADCT). 
 Como já vimos, entretanto, o STF entende que a palavra “modificado”, usada no § 
6º do art. 195, deve ser entendida como “aumentado”, equiparando, na prática, a 
anterioridade nonagesimal do art. 195, § 6º, à noventena do art. 150, III, “c”. 
 
 
 Importante é perceber que não se exige que a lei que institui ou aumenta 
contribuição de seguridade social tenha sido publicada no ano anterior ao de sua 
aplicação. 
 
3. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
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A lei tributária não pode retroagir, isto é, não pode ser aplicada em 
relação a fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência (art. 150 III, “a” da 
CF/88). 
Como princípio geral, a Constituição prevê a irretroatividade relativa 
da lei, ao determinar que esta não pode atingir o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e 
a coisa julgada (art. 5º, XXXVI); há, ainda, outras vedações à aplicação retroativa da lei 
(de que é um exemplo a que decorre do inciso XXXIX, do mesmo artigo: “não há lei sem 
crime anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”). Obedecidas as 
restrições, a lei pode, em princípio, voltar-se para o passado, se o disser expressamente 
ou se isso decorrer da própria natureza da lei. 
A regra é a aplicação da lei vigente ao momento da ocorrência 
do fato gerador. Mas nas hipóteses previstas no artigo 106 do CTN permite-se a 
aplicação retroativa, desde que nos mesmos contornos da retroatividade do Direito Penal. 
Isso implica dizer que no direito tributário, tal como no direito penal, apenas admite-se 
a retroatividade benigna. Nos termos do artigo 106 do CTN: A lei aplica-se a ato ou fato 
pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a 
aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato 
não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe 
de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha 
sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe 
comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 
A lei não está proibida e reduzir ou dispensar o pagamento de 
tributos em relação a fatos passados, subtraindo-os dos efeitos oriundos da lei vigente à 
época, desde que o faça expressamente. 
O aplicador da lei não pode dispensar o tributo (nem reduzi-lo), em 
relação a fatos pretéritos, a pretexto de que a lei nova extinguiu ou reduziu o gravame 
fiscal previsto na lei anterior. 
No campo da criação ou aumento de tributo, o princípio é 
inafastável: a lei não pode retroagir; aplica-se tão-só aos fatos futuros, propostos 
cronologicamente ao momento de entrada em vigor da lei de tributação. 
(ESAF/AFRF/2002-2) O princípio da irretroatividade protege de alterações a tributação 
dos lucros apurados no período-base a ser encerrado em data futura. 
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Gabarito: falso.

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