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Redação separação dos poderes A separação dos poderes representa um dos mais relevantes princípios constitucionais. O primeiro a falar sobre a tripartição é Platão, que expõe a importância de dividir as funções do Estado, pois o homem perde sua virtude se tiver em suas mãos o poder concentrado. Aristóteles acreditava que atribuir a um indivíduo o exercício do poder era perigoso e injusto, porque uma única pessoa não poderia ser capaz de prever tudo aquilo que sequer a lei era capaz de prever, então ele afirma que em todo governo existem três poderes: o poder que delibera sobre os negócios do Estado, função deliberativa; o poder que compreende todos os poderes necessários à ação do Estado, função executiva; por fim, aquele que abrange os cargos de jurisdição, função judicial. Maquiavel, em sua obra “O Príncipe”, revela uma França com três poderes bastante distintos: legislativo, que representa o parlamento; executivo, materializando a figura do rei; e o judiciário autônomo. Ele previa a Separação de Poderes como uma forma de beneficiar o Rei, que ao não ter que decidir conflitos e editar leis, o Rei era poupado de eventual deterioração à sua imagem. A Revolução Gloriosa ocasionou a assinatura de uma declaração de direitos que limitavam o poder real, a “Bill of Rights”. A declaração estipulava que o Rei não tinha poder de revogar as leis feitas pelo parlamento ou de impedir a sua execução, e também proibiu a exigência de fianças excessivamente elevadas para que alguém fosse processado em liberdade, bem como a imposição de penas cruéis ou incomuns. John Locke, publica sua obra “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”, onde delimita quais os três poderes e suas respectivas funções, que são: poder legislativo, o qual competia ao parlamento, como um poder superior aos demais; poder executivo, incumbia a aplicação das leis; e o poder federativo, era atribuído a ele o cuidado das relações internacionais do governo. Montesquieu traz a ideia de três poderes harmônicos e independentes entre si, sendo eles o poder legislativo, executivo e judiciário. Para ele, o poder do Estado deveria dividir-se em funções específicas, atribuídas a órgãos independentes, possibilitando a limitação do poder em razão da sua incompletude. Ele criou o Sistema de Freios e Contrapesos que é formado pela faculdade de estatuir, que deve ser interpretada como o poder de ordenar ou corrigir o que foi por outro ordenado, e pela faculdade de impedir, que consiste no poder de tornar nula a ação efetuada por outro. A aplicação das faculdades possibilita ao legislativo examinar o modo como foram executadas as leis que ele elaborou, permitem que o executivo freie iniciativas que tornariam o legislativo um poder despótico. O poder judiciário não tem faculdade atribuída, pois sua função era considerada restrita. Assim, pode-se concluir, que para um governo em total harmonia é necessário a tripartição do poder pois não se pode deixar na mão de uma única pessoa a responsabilidade de decidir por toda uma sociedade.
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