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Aula 2 TOXICOLOGIA - Estudo dos efeitos adversos de xenobióticos em sistemas vivos - Avaliação dos riscos - Classificação dos mecanismos (fisiológicos, moleculares e celulares) Na História CRITÉRIOS PARA DETERMINAR CAUSALIDADE Força de associação – Relação entre variáveis dependentes e independentes Consistência das descobertas – (os resultados podem ser replicados) Gradiente Biológico – curva dose / resposta – Aumenta a dose, aumenta a resposta Sequência temporal – causa antes do efeito Plausabilidade teórica / biológica – possível estabelecer o mecanismo pelo qual o composto é tóxico Coerência com o que já é conhecido – não há teorias que o contradigam Especificidade de associação – a causa está muito relacionada com a resposta PRINCIPIOS PREVENTIVOS Quando uma atividade levanta ameaças de causar danos à saúde humana ou ambiental, devem ser tomadas medidas de precaução mesmo que as relações causa-efeito não sejam totalmente certificadas p.ex. ao estudar um novo composto para o qual existem relatos sobre provocar X efeito perigoso, os estudos devem ser pausados até que se verifique a associação do efeito Compostos químicos estranhos ao organismo Associado a venenos animal ou extratos de plantas Hipócrates; Sócrates Medicamentos (descoberta, aumento da produção, patenteação...) Vital amines, FDA Parcelsus “A dose faz o veneno” Experimentos para identificar a resposta aos químicos Terapia vs. Toxicidade O papel da dose Especificidade e efeito da terapia/toxicidade Etiologia da toxicidade química / física Toxicologia ocupacional Farmacologia vs. Toxicologia Clorofórmio, metanol, nacrófagos... Tratamento e efeito das doses Antiguidade Média Idade Moderna Renascimento Idade Média DOSE – quantidade de algo que pode ser administrado (injeção, alimento ou exposição) a um organismo (C/Kg ou m/Kg) VENENO – agente prejudicial a um organismo TÓXICO – substância tóxica prejudicial ao homem TOXINA – substância venenosa produzida por um organismo TERATOGENIO – agente ou fator que induz ou aumenta a incidência de desenvolvimento anormal do feto CARCINÓGENO – substância ou agente físico envolvido diretamente no desenvolvimento do cancro RISCO – probabilidade de ser ferido; situação que representa uma ameaça à vida, saúde ou ambiente ADME Momentos chave da exposição de um organismo a uma substância Administração / Exposição Distribuição – muitas vezes pelo sistema linfático Metabolização – processamento de xenobióticos Excreção – remoção do xenobiótico ou dos seus metabólitos DOSE TÓXICA Qualquer químico tem potencial de ser prejudicial se estiver presente em quantidade suficiente. LD50 - dose letal que provoca morte a 50% dos organismos testados (mg/Kg ou ml/Kg) - Medição de toxicidade aguda (ou morre ou não morre) - Fornece pouca informação sobre a gama de efeitos • Agentes com baixa toxicidade aguda são relevantes como carcinogénicos ou teratogénicos - Testes animais (CBPA – cell based que mimetizam órgãos) EXPOSIÇÃO Via e local de exposição • Via para aceder ao corpo: Ingestão (gastrointestinal) Inalação (pulmões) Tópica (pele), percutâneo (entre derme e epiderme), dérmico (direto na derme) Parenteral (infusão, injeção ou implantação) – IntraVenoso, IntraMuscular - Efetividade de agentes tóxicos pela via de entrada: IV – sem barreira entre xenobiótico e organismo p.ex. soro Inalação Intra peritoneal – peritónio (camada inter abdominal) Subcutâneo (SC) IM – efeito lento p.ex. vacinas: demora para ser absorvido Intra dermal Oral (PO) - comprimido Dermal • Veículo de administração tem efeito na Absorção e na Biodisponibilidade. p.ex. para um mosquito, por exposição dérmica é muito eficiente, ao contrário do humano • Organismo – um xenobiótico afeta diferentes organismos de forma diferente. p.ex. fumo de tabaco provoca cancro de pulmão em humano, mas não em peixe Natural não perde atividade pois vai diretamente ao coração e só depois ao fígado Via retal também é muito eficaz pois a substância vai diretamente para a corrente sanguínea sem passar pelo fígado FREQUÊNCIA Aguda – A dose é administrada de uma só vez (pode ser tóxica, mas é só 1x) ou várias vezes em doses mais baixas, em menos de 24h - 4h se for por inalação Sub-aguda – repetido em pelo menos 1 mês Sub-crónica – repetido entre 1 e 3 meses Crónica – repetido em 3 meses Em humanos Aguda – 1 vez Sub-crónica – repetido por várias semanas ou meses Crónica - repetido por vários meses ou anos ---- Um indivíduo com um certo peso tem a medicação adaptada à sua massa corporal. Considerando uma substância com tendência para adipócitos, irá ocorrer acumulação desta substância no tecido adiposo do individuo. Caso o individuo perca peso, haverá erosão da massa gorda acumulada no corpo, e os adipócitos que tinham pequenas porções de fármacos lipossolúveis, começam a re-libertar para o sistema sanguíneo os xenobióticos acumulados, havendo uma recirculação interna e reabsorção das substâncias. É comum em antidepressivos – os indivíduos têm tendência a começar a comer mais (aumenta massa corporal) e a tomar antidepressivos que atuam no sistema sanguíneo central, e que são muito lipossolúveis. Quando deixam de comer em maior quantidade, há libertação do xenobiótico e começa a libertar aquilo que acumulou, podendo se tornar tóxico. Assim, torna-se um problema ao tentar determinar o momento de administração/exposição. Aula 3 EFEITO - É a resposta mesurável. - Pressupostos: - Há um recetor molecular/celular específico (ou não) com o qual o químico interage para produzir a resposta (output mensurável) - A produção de resposta está relacionada com a concentração do composto no local ativo - A concentração do composto no local ativo está relacionada com a dose administrada FREQUÊNCIA DE EXPOSIÇÃO E TAXA DE ELIMINAÇÃO - A frequência, o meio e a forma de exposição são relevantes pois pode disponibilizar maior ou menor concentração no local alvo – varia a velocidade de aumento de concentração Dose Única - No momento de administração, a concentração é máxima. - A partir daí, através de processos de metabolização, clearance e reciclagem de recetores, turn-around proteico, síntese proteica, transcrição génica etc. há uma diminuição da concentração. - Há um movimento em direção ao alvo. Posteriormente há um uma clearance / limpeza / excreção / movimento a sair do alvo. *linha azul clara – clearence (out-put) *linha preta – administração (in-put) - Se o período em que ocorre clearence (out-put) for inferior ao periodo no qual há repetição de dose (in-put), não há alteração na concentração de substância disponível. Quando a segunda dose é administrada, já não há vestígios da dose anterior. - Se o período em que ocorre out-put for superior ao período de in- put, ao administrar a dose, haverá aumento da concentracão disponível, superior ao que era suposto, sendo que ainda havia resíduos da dose anterior. Ao fim de algumas doses, pode se tornar tóxico. Há condições que afetam a eficiência da dose: diarreia, transpiração, perda de peso, muita água indivíduo Geralmente um aumento da dose dá um aumento da resposta Existe um intervalo importante: Abaixo, não há efeito esperado; Dentro, o efeito é máximo; Acima, é tóxico. Ao tomar um medicamento (com indicação de 8 em 8 horas durante 3 dias), a primeira dose pode não atingir o intervalo, a segunda já chega, até à segunda dose do 3º dia. Passado essa 6ª dose, pode passar o limite máximo do intervalo. Repetir doses em menos de 8h pode provocar aumento brusco. REAÇÕES ALÉRGICAS Sensibilização – O organismo entra em contato com a substância pela primeira vez e produz um tipo de resposta. Ao se encontrar mais vezes com a substância,a resposta aumenta Reação Alérgica Hiper sensitividade – a curva dose / resposta não corresponde. Uma ínfima dose provoca num indivíduo uma resposta muito superior ao esperado REAÇÕES IDIOSINCRÁTICAS Reações adversas imprevisíveis que não ocorrem na maioria dos pacientes, mas quando ocorrem são ameaças à vida – não é detetável em testes animais. O efeito pode ser: - Imediato (p.ex. paracetamol) vs. Atrasado (p.ex. carcinogénico) - Reversível (p.ex. álcool) vs. Irreversível - Local (p.ex. infeção na orelha) vs. Sistémico (p.ex. álcool – laringe, estômago, intestino, fígado, rins..) INTERAÇÃO ENTRE QUÍMICOS - Alteração de ADME – um dos químicos influencia um dos momentos do outro p.ex. Y complica a excreção de X - Aditivo (3+1=4) – um químico atua num processo que influencia o outro p.ex. beber álcool e depois café – a cafeina aumenta a pressão arterial, a respiração e a velocidade de circulação, (no entanto aumenta a filtração no rim e assim excreta mais rapidamente o etanol; sendo o etanol volátil, há mais eliminação pela expiração) - Sinergístico (2+3 = 20) – a administração conjunta leva ao aumento brutal do efeito de ambos p.ex. terapêuticos – administrar dois antibióticos em doses baixas tem o mesmo efeito que administrar 1 em dose alta; usar medicação para quimioterapia para morte celular e radiação, a radiação fragiliza a célula que fica mais propensa a morrer com os químicos - Potenciação (5+0=15) – Um químico não tem efeito no organismo, mas aumenta o efeito de um medicamento. p.ex. adicionar um agente lipofílico que ajuda a absorção de um medicamento – adicionar pó para formigas no pé não faz nada, mas se for em gel/espuma, é mais lipofílico e é mais facilmente absorvido pela pele - Antagonismo (7+(-7)=0) – administrar um químico diminui o efeito do outro p.ex. inalação de fumo de CO e ingerir leite – o leite absorve parte do fumo de CO; carvão ativo reduz os efeitos por ingestão de raticida ANTAGONISMO - Funcional – efeitos fisiológicos diferentes p.ex. um induz a vaso dilatação e o outro induz a vaso constrição; sal e diurético – um absorve água e outro liberta - Químico – Inativação química direta p.ex. um químico é redutor/oxidante do outro - Disposicional – alteração do ADME p.ex. fornecer O2 diluído para combater intoxicação por CO – o O2 associa-se à hemoglobina, diminuindo o transporte do CO - Recetor – bloqueadores p.ex. em indivíduos com hipertensão sistémica derivada da adrenalina, fornecer bloqueadores β- adrenérgicos que se ligam aos mesmos recetores que a adrenalina Gronsam – juntamente com muita água para aumentar excreção Cafeina - aumenta a pressão arterial, a respiração e a velocidade de circulação, aumentando a filtração no rim e assim excreta mais rapidamente o etanol; sendo o etanol volátil, há mais eliminação pela expiração Vitamina C – antioxidante; combate o aumento de radicais livres formados do metabolismo do álcool. Gulcoronamida – faz a conjugação de xenobióticos para aumentar o processamento. Aula 4 TOLERÂNCIA A resposta diminuída em relação ao esperado por exposição prévia ao agente ou relacionado. Afetado por: físico (altura / peso) etc - Alterações disposicionais – diminuição de tóxico a chegar ao alvo p.ex. alguém que já ingeriu álcool apresenta metabolismo deste mais acelerado do que quem nunca ingeriu; atleta possui maior velocidade de circulação, excretando álcool mais rápido - Menor resposta do alvo MEDIDAS LD50 – dose letal LC50 – concentração letal IC50 – concentração inibitória (de um processo enzimático ou crescimento celular) LCXXt – t = tempo LD01 – dose letal para 1% da população de teste animal LD100 – dose letal para 100% da população de teste animal LDLO – menor dose que causa morte TDLO – menor dose que causa efeitos tóxicos DOSE – RESPOSTA - Variação da curva de efeito relacionado com um aumento da dose - Dependendo do local/mecanismo alvo, cada tóxico pode apresentar várias curvas dose/resposta p.ex. a toxicidade do álcool varia se for ingerido, injetado ou por contacto na pele ou no olho - Individual vs. Quantal (população) p.ex. é preferível experimental em 1000 indivíduos que em 4 Quanto mais indivíduos, mais verídicos será a frequência dos efeitos e o range de intensidade - Mais comum (aritmético) - um aumento da dose leva a um aumento do efeito - Tende para uma curva de saturação (chega a um valor onde os efeitos deixam de acompanhar) - Para comparar químicos com efeitos muito diferentes, utiliza-se função logarítmica - Para doses mais baixas, a frequência de morte é baixa. Essa frequência aumenta com um aumento da dose. - Geralmente é uma curva normal – é possível passar de % de efeito para % cumulativa – 20% de morte foi o efeito máximo, que corresponde a 100% de efeito cumulativo - Efeito cumulativo - Obtém-se o número total de mortes para uma dose X, incluído para dose X-n - Obtém-se LD50 - Os 50% de mortalidade passam a ser o eixo dos x - Adiciona-se +5 aos valores das unidades de probabilidade - Remove-se os extremos - Fazemos uma adaptação da informação assumindo que temos uma distribuição normal – para atribuir à população PESO VS. ÁREA SUPERFICIAL Podemos comparar massa com massa dentro de uma população normalizada p.ex. humano – humano U-SHAPED CURVE p.ex. vitaminas (A), Oxigénio - o organismo necessita de vitamina, sendo que com deficiência, o organismo não sobrevive. À medida que se aumenta a dose, o efeito vai diminuindo até que se chega a um efeito tóxico mínimo para uma dose já significante – Zona de Homeostase. Ao continuar o aumento da dose, volta a se tornar tóxica. ED – Dose Efetiva TD – Dose Tóxica LD – Dose Letal p.ex. veneno – queremos TD = ED raticida - veneno letal - TD = ED = LD Para um medicamento, é perigoso ter uma janela entre ED e TD muito pequena. Para aumentar, podemos: aumentar a eficiência do medicamento para não ser necessário fornecer muitas doses; ou diminuir a toxicidade, para que se torne tóxico apenas se for fornecido em doses muito altas. Índice Terapêutico – Quociente da dose necessária para produzir um efeito tóxico e a dose que faz produzir o efeito terapêutico desejado IT = LD50 / ED50 Margem de Segurança – LD1 / ED99 Potência – alcance das doses para respostas crescentes (ao longo do eixo xx) Eficácia – Ponto máximo da Dose-Resposta (eixo yy) Treshold – Há uma dose abaixo do qual, a probabilidade de um individuo responder, é 0% p.ex. radiação é um fator carcinógeno; estar exposto a radiação 1x não é nocivo, mas 4 ou 5x começa a mostrar efeito Poder dos números – Quanto mais indivíduos forem analisados ou quantas mais análises forem feitas, menor a possibilidade de um tumor passar despercebido --- TOXICIDADE SELETIVA – Vários fatores alteram a toxicidade de um composto p.ex. para espécie – a correlação entre animais de laboratório e humanos não é direta para grupos populacionais, géneros (carcinoma da próstata), etnicidade, polimorfismos genéticos – uns podem fornecer defesa ou tornar mais vulnerável Aula 5 1. A caraterização do Material deve ser adequando ao tipo de fator a analisar p.ex. não fazer análise química a radiação 2. Após caraterização e análise na literatura ficamos com boa ideia sobre o seu mecanismo p.ex. um químico apenas solúvel em tolueno, não vale a pena ser estudado quanto à toxicidade pois o seu meio de transporte é tóxico 3. A forma e estrutura molecular podem estar relacionadas com o seu mecanismo de atividade do agente. São necessários estudos enzimáticos, de associação/dissociação a um fator e ensaios celulares p.ex. conhecer outro material com estrutura semelhante, pode ser indicativo do seu mecanismo 4. Após ver a sua toxicidadeem pequenos organismos e em pequenos números (toxicidade aguda) temos de determinar qual o efeito tóxico, mecanismo, órgão alvo etc. que nos permite tirar pistas para fazer ensaios do metabolismo e farmacocinética (tempo de semivida) e fazer análises in vitro para toxicidade genética (capacidade de interagir com DNA). 5. Se o composto for tóxico (agudo), é testado para análise do risco de toxicidade sub-crónica – probabilidade de risco é a probabilidade de estarmos exposto a concentrações tóxicas do composto. 6. Só é feito para substâncias que entram em contato direto com o homem, e algumas vezes só são feitos após verificar vários casos de apresentação de efeitos. Para análise de toxicidade crónica, reprodutividade/teratologia, oncogenicidade TESTES DE TOXICIDADE Aguda - LD50; LC50; etc Irritação na pele ou olhos Sensibilização Repetição de dose (sub-aguda) Sub-crónica (em humanos) LOAEL – nível mínimo de efeito adverso observável (concentração mais baixa ao qual já é observado efeito adverso) NOAEL – nível mínimo de efeito não observável (concentração máxima até à qual não é observado nenhum efeito) Crónica Mutagénese – testes de Ames - direcionados ao DNA, onde se espera aparecimento de mutações. Se aparecerem mutações, verifica-se se ocorrem em linhagens celulares (elas próprias já possuem instabilidade cromossómica). Pode-se usar ratos transgénicos (muito sensíveis ao aparecimento de tumores) para avaliar se é single ou multiple targeted. Oncogenicidade – deve-se aumentar o número e variedade dos tumores e fazer normalização à tipologia de tumores que a geração teria (de acordo com a natureza e outros fatores cancerígenos à qual está exposta) p.ex. não remover as mulheres em análises de cancro à próstata. 1 2 3 4 5 6 É importante que o agente tóxico entre no organismo em doses suficientes depois da distribuição e metabolização, ainda faça alguma coisa e consiga passar barreiras 1. Absorção vs. Eliminação pré-sistémica (p.ex. durante uma corrida, apesar de haver maior inalação, há também maior exalação, não havendo grande acumulação; beber muito em pouco tempo, provoca eliminação por vómito, não havendo acumulo no sistema) 2. Distribuição para o alvo vs. para fora do alvo – Principais vias: urinária, suor, lágrimas, leite materno. Para sair por estes meios, têm de sofrer alterações que os tornem mais hidrofílicos (p.ex. o alvo é o rim, mas ao aumentar a velocidade de circulação, há pouco tempo de contacto com o alvo) 3. Reabsorção vs. Excreção – (p.ex. voltar a engolir o vómito) 4. Toxificação vs. Detoxificação – há substâncias que apenas após entrar no organismo se tornam ativos (o xenobiótico ingerido pode não ter o princípio ativo e necessitar de ser metabolizado) *1º Ativação química – muitas vezes associado ao equilíbrio redox (p.ex. se for pouco solúvel, queremos torná-la mais solúvel). Há formação de superóxidos, que depois têm de ser removidos por peroxidases ou catálases, caso contrário pode ocorrer formação de outros radicais como hidroxilo. Este stress oxidativo pode levar a peroxidação das membranas, alquilação das proteínas e ácidos gordos, ativação de enzimas envolvidas na degradação de H2O2 BIOTRANSFORMAÇÃO Conversão metabólica de xenobióticos para torná-los mais hidrossolúveis (fica mais fácil de o eliminar) Se for viável, tornamos menos solúvel (p.ex. se for volátil, torná-lo solúvel diminui volatilidade) 1ª FASE – TORNÁ-LO MAIS REATIVO Hidrólise – quebra de ligações Redução – diminui a capacidade de reação com outros compostos Oxidação – em ambientes de cadeias oxirredutivas Introdução de grupos reativos (OH, NH2; SH. COOH) Aumento ligeiro de hidrosolubilidade 2ª FASE – CONJUGÁ-LO PARA TORNAR MAIS SOLÚVEL Conjugação – permite aumentar a solubilidade e diminuir a toxicidade Feita com monómeros endógenos (aminoácidos e radicais glicosídicos) Glucoronidação; sulfuração; Acetilação; Metilação; Conjugação com Glutationa Isto ocorre por todo o organismo, em vários compartimentos sub-celulares: A maioria é no fígado Citoplasma e ER Outros organelos Microflora – responsável por passar de nitritos a nitratos... MOLÉCULA ALVO É necessário verificar o seu potencial biológico: reatividade, acessibilidade (p.ex. DNA em cadeia dupla ou região a ser transcrita), função, etc TIPOS DE LIGAÇÃO Não-covalente Covalente Abstração de Hidrogénio (há redução) Transferência de eletrão Reação Enzimática OUTCOMES Perda de função (p.ex. enzima que perde atividade enzimática) Destruição Formação de Neoantigenes (p.ex. produção de novos antigenes que são não são reconhecidos e por isso causam uma resposta imunitária causando a própria destruição, ou conseguem causar uma alteração na célula que passam a ser reconhecidos como externos e não fazer a sua função) Desregulação da Expressão Génica TOXICIDADE GENÉTICA Alvo: DNA Em células somáticas (indivíduo) Em células germinativas (geração seguinte) Dano em DNA Químico (acrilamida) Radiação Ionizante Ultravioleta – Direto – leva a hiperreação que leva à formação de ligação ente timinas (mismatch) - Indireto – formação de radicais livres Pode causar: Tumores – desarranjo do crescimento celular Neoplasias – crescimento de novo Benigno vs. Maligno Origem – epitelial vs. mesenquimatosa DESENVOLVIMENTO DE CANCRO Iniciação – início de alterações até fixação do dano Promotores – expansão e aumento Progressão / Transformação – Maligno Metáteses Muitas vezes alterações em: Oncogenes – são oriundos de proto-oncogenes responsáveis pela regulação do crescimento e diferenciação celular, que sofreram mutação (ou existem muitas cópias) Genes supressores de tumores (TSG) – param o ciclo celular e outros processos como apoptose (p.ex. p53) Danos no DNA; ligação a proteínas; Alterações celulares; Invasão local e metástase; SI e vascular; sufixos: Benigno – oma Maligno mesenquimatoso – sarcoma Maligno epitelial - carcinoma Crescimento desmesurável, invasão, neoangiogénese Mecanismos de reparação não foram suficientes Formação de nova lesão tumoral a partir de outra, devido a transferência Aula 6 DISTRIBUIÇÃO Existem fenómenos que afetam o transporte Barreiras Pele - mecânica e química Placenta Barreira sangue-cérebro Barreira sangue-testicular Excreção Respiratória Limpeza mucociliar – partículas finas e pouco densas Excreção Gastrointestinal Excreção Biliar Circulação entero-hepática Excreção Urinária (Rim) Filtração Glomerular – ocorre ativamente a nível da corrente sanguínea Secreção trans-tubular – transporte ativo a favor de enriquecimento da urina Outras Leite, suor, cabelo, unhas, saliva Há uma barreira física (mais eletroquímica) com pequenas fenestrações que permitem trocas rápidas para o espaço extracelular. Têm um determinado diâmetro, capacidade de ser hidrofílico (se for hidrofóbico é obrigado a entrar nas células da barreira com gastos de energia para depois sair para o meio) e efeito de carga. Se as moléculas são muito grandes, há um certo tropismo e ativação do sistema imunológico (ativam necrófagos); muito pequenas, passam quase livremente pelas fenestrações. Para o lúmen encefálico e meio do sistema nervoso central, é mais comum por astrócitos. Estas barreiras podem sofrer alterações fisiológicas e fisiopatológicas. P.ex. em caso de corte e inflamação, aumenta o diâmetro das fenestrações nesta zona, havendo maior acumulação. Nos tumores, o diâmetro também é maior. TIPOS DE TRANSPORTE 1. Por espaços entre células 2. Canais 3. Difusão – a carga e hidrofilia têm papel muito importante 4. Transporte Ativo 5. Transporte Facilitado – a toxicidade pode ser devida à competição pelo mesmo recetor 6. Endocitose Xenobióticos Fatores que afetam o transporte membranar Peso molecular Carga – q- é poucovantajosa pois há repulsão (fosfolípidos com q-) Solubilidade lipídica – torna mais fácil passar pelas membranas (do que por vesículas). Podem ganhar função na membrana Composição e grossura membranar – tecido epitelial do estômago diferente do tecido do intestino grosso Do ambiente passa pela pele ou mucosa, entra no capilar, é diluído no plasma ou associa-se a proteínas (ex. albumina), atravessa a membrana, de acordo com o seu local de atividade, fica no citosol ou entra num organelo Mitocôndria – atividade de oxirredução muito elevada Sistemas porta – secreção hétero-hepática (através da bilis) chega ao intestino e as fezes são reabsorvidas Momentos de toxicidade em cada órgão FÍGADO Morte celular – há muita morte celular, mas o fígado consegue suportar poia há muita regeneração Perturbação em canais e células (se não houver danos no Duto biliar, etc. não é muito grave) Degenerescência gorda do fígado – rapidamente envolve para continuação do processo de cirrose Fibrose e Cirrose (devido a inflamação contínua) Tumores RIM Dano Glomerular – Não há filtração (pode haver sangue na urina) Dano Tubular Ança de Henle – se estiver afetado complica a reabsorção de água Dano Papilar Função Renal – se houver problemas com as enzimas, pode haver uma alteração da pressão arterial que afeta outros órgãos PULMÕES Lesão no nariz (septo nasal) Deposito de inalantes tóxicos, gases e partículas ultrafinas Tamanho das partículas Limpeza das partículas SANGUE Células – formação de adutos com proteínas Medula-óssea – danos pode provocar leucemia pois deixa de produzir células do sangue Hemoglobina MÚSCULO CARDÍACO Capacidade de contração Fibrilação In-fluxo de cálcio (músculo) Cronotopia (coração) – responsáveis pelo ritmo cardíaco – danos deixam-nas arrítmicas OLHO Tudo o que entra no sangue pode afetar a zona ocular pois é uma zona altamente vascularizada Humor vítreo – se houver perda de volume, pode descolar? Córnea – exposição direta
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