Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MARQUE ABAIXO AS RESPOSTAS DAS QUESTÕES OBJETIVAS. ATENÇÃO – SERÃO DESCONSIDERADAS RESPOSTAS RASURADAS OU COM MARCAÇÃO DUPLA RESPOSTAS OBJETIVAS: 1- B 2- D 3- A 4- B 5- D 6- C QUESTÃO 1 – 0,5 ponto Abaixo, reproduzimos alguns artigos da Magna Carta (1215), que foi o resultado de um conflito entre nobres e religiosos com o monarca inglês João Sem Terra, evidencia um forte esforço por retomar a ordem social e política anterior, em uma tentativa de reestabelecer antigos direitos e espaços de poder ocupados pelos senhores feudais. Art 39 - Nenhum homem livre será preso, aprisionado ou privado de uma propriedade, ou tornado fora-da-lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem agiremos contra ele ou mandaremos alguém FOLHA DE QUESTÕES CURSO: DISCIPLINA: DIREITO HISTÓRIA E FORMAÇÃO DOS SISTEMAS JURÍDICOS CONTEMPORÂNEOS PROF.: THIAGO DE SOUZA DOS REIS NOME: PAMELLA GONÇALVES DA SILVA DATA: GRAU: PROVA: TURMA MATRÍCULA: A1 (N2) INSTRUÇÕES GERAIS Leia com atenção as questões e escolha a alternativa que melhor responde a cada uma delas, cuja marcação deve ser feita obrigatoriamente para correção e bonificação no cartão de respostas. O cartão de respostas abaixo não poderá ser rasurado, apagado por borracha ou corretivo, com respostas em mais de uma alternativa ou conter qualquer marcação fora dos campos destinados às respostas, serão anuladas.Nas Questões Discursivas, desenvolva sua argumentação e dialogue com os autores dos textos lidos ao longo do semestre. O envio da avaliação deve ser feito EXCLUSIVAMENTE pela plataforma, salve suas respostas em arquivo com extensão .pdf e anexe no box da “Atividade Individual Avaliativa - A1”. Envios feitos fora desse padrão serão desconsiderados. contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares, ou pela lei da terra. Art 40 - A ninguém venderemos, a ninguém recusaremos ou atrasaremos, direito ou justiça. [...] (Magda Carta Libertatum seu Concordiaminter regem Johannenatbarones pro concessione libertatumecclesiae et regniangliae, 1215) Contudo, mais do que retomar essa ordem perdida, esse documento pode ser caracterizado como: a) a reafirmação do ideal feudal, ao reestruturar a fragmentação do poder político disperso nas mãos dos senhores feudais e impondo ao rei o exercício de soberania limitada aos seus próprios territórios e domínios senhoriais, realidade observada na estrutura da Monarquia Inglesa contemporânea. b) precursor de mudanças que afetariam a organização do Estado Moderno Inglês, já que pontuava o limite do poder real, além de instituir uma ideia de igualdade em todo o reino - percebida na padronização de alguns pesos e medidas -, como também a afirmação de liberdades e do direito de ir e vir. c) o triunfo do poder eclesiástico sobre o poder civil, já que instituía a Igreja Católica Inglesa, posteriormente denominada de Igreja Anglicana, como instituição do Estado Inglês responsável pelos registros civis (nascimento, casamento, óbito) e arrecadação de importantes impostos (dízimos), etapa fundamental na burocratização desse Estado. d) a sujeição da nobreza e do clero, representados no Conselho do Reino, aos interesses do monarca, já que sua função seria a de avalizar as inciativas reais no que tange a instituição de impostos e a convocação para a guerra, prerrogativas do monarca. RESPOSTA: B QUESTÃO 2 – 0,5 ponto O Direito Inglês, constituído no bojo dos processos históricos ligados ao surgimento do próprio Estado Inglês, é considerado um Direito “criado de precedente em precedente” (DAVID, René. O direito inglês. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 12). Nesse sentido, o principal exemplo dessa realidade é a observância pelos tribunais da chamada Common Law, que se confunde com a própria cultura jurídica inglesa, que pode ser entendida como: a) uma lei excepcional, um direito especial, já que só disciplina, de forma restrita e unilateral, as matérias que contempla, e só sobre elas prevalece, além de não interferir em matérias de outras naturezas. b) uma forma de evitar a imobilidade na ação do magistrado, já que o Parlamento age cotidianamente para atualizá-la diante das novas realidades jurídicas encontradas, o que demonstra o caráter dinâmico da Common Law. c) o próprio costume, fortemente influenciado pela dominação da Britânia pelo Império Romano que resultou na transliteração de diversas instituições latinas para o Direito Inglês, como o instituto do habeas corpus. d) um complexo de princípios que é resultado das decisões tomadas pelos Tribunais Reais de Justiça a partir de sua constituição no século XIII, caracterizando, assim, um Direito de base jurisprudencional. QUESTÃO 3 – 0,5 ponto Uma das ações mais ilustrativas do período de governo de Napoleão Bonaparte, foi a criação dos chamados “Códigos Napoleônicos”, entre 1804 e 1810: Código Civil, Código de Processo Civil, Código Comercial, Código Penal, Código de Processo Penal e Código de Instrução Criminal. Inspirado no Direito Romano, o Código Civil de Napoleão substituiu os inúmeros códigos editados durante o Absolutismo na França e as mais de 14000 leis, decretos e regulamentos do período da Revolução Francesa e foi responsável pela consolidação de uma tênue relação entre o liberalismo revolucionário e o conservadorismo remanescente do período monárquico. Essa última característica pode ser observada, respectivamente, no(a): a) possibilidade de divórcio, em caso de adultério reconhecido, e no reforço do poder patriarcal sobre filhos e esposa. b) reconhecimento de filhos nascidos fora do casamento através de escritura pública registrada em cartório e no fato de que esses filhos adquiriam os mesmos direitos dos filhos legítimos. c) direito de associação de empregados através de sindicatos, inclusive com a regulamentação da greve, e no fato de que, em uma disputa judicial sobre salários, só o testemunho do patrão é levado em consideração. d) liberdade religiosa, de reunião e de expressão, apesar de instituir a coletivização progressiva da propriedade privada, que deveria atender ao bem-público. QUESTÃO 4 – 0,5 ponto A Declaração de Direitos (Bill ofRights) da Inglaterra de 1689 e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 da França são documentos que expressam um processo revolucionário abrangente que pode ser caracterizado como: a) fortalecimento da liberdade individual, protagonismo político da burguesia, queda do poder absolutista. b) igualdade de direitos para todos, fim das monarquias e difusão das ideias iluministas. c) ascensão política da burguesia, fim do poder monárquico e redemocratização dos Estados. d) fim dos privilégios da nobreza, organização de repúblicas e difusão do positivismo. QUESTÃO 5 – 0,5 ponto “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles (...). A ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções.” (J.J. Rousseau, Do contrato social. in: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 22.). A respeito da citação de Rousseau, é correto afirmar: a) Aproxima-se do pensamento absolutista, que atribuía aos reis o direito divino de manter a ordem social. b) Filia-se ao pensamento cristão, por atribuir a todos os homens uma condição de submissão semelhante à escravatura. c) Aproxima-se do pensamento anarquista, que estabelece que o Estado deve ser abolido e a sociedade, governada por autogestão. d) Aproxima-se do pensamento iluminista, ao conceber a ordem social como um direito sagrado que deve garantir a liberdade e a autonomia dos homens. QUESTÃO 6 – 0,5 ponto Entre os filósofos iluministas,encontramos o italiano Cesare Beccaria, autor do livro “Dos delitos e das penas”. Nesta obra, o autor discute o sistema jurídico de sua época, aproximando suas críticas aos escritos de Montesquieu, Diderot e Rousseau, ou seja, buscava a “razão” em detrimento da tradição jurídica. Entre as frases célebres dessa obra, destacamos: Um dos maiores travões aos delitos não é a crueldade das penas, mas a sua infalibilidade [...] A certeza de um castigo, mesmo moderado, causará sempre impressão mais intensa que o temor de outro mais severo, aliado à esperança de impunidade. (Dos delitos e das penas, 1764.) Sobre o autor e sua obra, podemos afirmar que: a) defendem a casuística enquanto linha mestra do sistema penal, dado que a organização sistemática ou por tipologia dos delitos poderiam desvirtuar o acesso à Justiça, já que ignoram o indivíduo e suas particularidades. b) nos autorizam a concluir que o caráter da pena só atinge seu objetivo ao gerar medo nos agentes sociais, o que colabora para a inibição dos delitos. c) trazem à tona um conceito importante para a Criminologia atual que é a proporcionalidade da pena e do delito, observando o caráter pedagógico da ação punitiva. d) percebem que o caos do sistema penal absolutista está relacionado ao fato do magistrado não ter liberdade para interpretar as leis e normas, por isso sua ação entra em conflito aberto com o monarca e impede o acesso à Justiça. AS QUESTÕES DISCURSIVAS DEVEM SER RESPONDIDAS EM ATÉ 20 LINHAS QUESTÃO 7 – 1,0 ponto O Iluminismo, enquanto vertente filosófica, pode ser caracterizado como um movimento intelectual do século XVIII, que apregoava a centralidade da racionalidade crítica no questionamento filosófico, implicando na recusa a todas as formas de dogmatismo, especialmente o das doutrinas políticas e religiosas tradicionais daquele século. No que tange a França, como as críticas realizadas pelo Iluminismo foram incorporadas ao Direito Francês a partir de 1789 até o governo de Napoleão Bonaparte? Quais contribuições levaram para o Direito Ocidental? Observe que é necessário apontar os institutos que possibilitaram as mudanças e a realidade anterior a elas. • Resposta: Na Revolução Francesa, os ideais iluministas foram cruciais para alcançar o processo revolucionário. Já que não havia liberdade, econômica e social, a ideia de igualdade, liberdade e fraternidade, criadas pelos iluministas, foram essenciais para o direito Francês. O iluminismo fazia criticas ao governo absolutista, então a Revolução Francesa retirou sua base ideológica dos ideais iluministas. Antes da revolução, a França era uma monarquia absolutista governada por Luís XVI, os franceses viviam uma intensa crise econômica durante as décadas de 1770 e 1780, e isto também motivou o início da revolução. Além disso, No processo, os revolucionários produziriam um dos documentos mais importantes da história: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. De forte influência recebida pelo Iluminismo, o documento garantia direitos sociais e políticos. Com o Napoleão Bonaparte no poder, o iluminismo continuou inspirando o governo. Em 1804, o imperador outorgou o influente Código Napoleônico, que foi referência para diversos códigos posteriores. O Iluminismo contribuiu também para o Direito Ocidental, pois trouxe o Direito Natural, o qual está ligado à ideia da natureza humana, aquilo que não é sobrenatural; é a essência do homem, a sua capacidade racional (razão humana). QUESTÃO 8 – 1,0 ponto Tomando como base o texto sobre Direito Inglês, discuta as mudanças produzidas no cenário jurídico-estatal inglês após a imposição da “Declaração de Direitos” a Guilherme de Orange pelo Parlamento inglês no que tange o acesso aos direitos pelo povo inglês. Observe que é necessário apontar os institutos que possibilitaram tal mudança e a realidade anterior a ela. Resposta: A Inglaterra do século XVII foi marcada por um processo revolucionário que transformou sua história e tentou limitar o poder dos reis absolutistas à época. Conhecido como Revolução Inglesa, esse processo engloba dois movimentos principais: a Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa, ambas de caráter liberal. No período da Revolução Gloriosa, no qual não houve derramamento de sangue, o Parlamento escolheu o príncipe holandês Guilherme de Orange para ocupar o trono, como Guilherme II. Por conseguinte, assinou a Declaração de Direitos de 1689, a Bill of Rights, elaborada pelo Parlamento, considerado um dos mais importantes documentos constitucionais ingleses. Um dos principais objetivos da declaração é limitar o poder do monarca na Inglaterra e dar mais poder ao Parlamento, representando sua soberania sobre o rei. A monarquia parlamentar foi instituída e o absolutismo inglês chegava ao fim. Além disso, a declaração garantiu a liberdade individual, incluindo a liberdade de imprensa e o direito à propriedade privada, e definiu os deveres dos cidadãos ingleses, que deixavam de ser súditos. É importante destacar que, embora o documento tenha limitado os poderes do rei de acordo com a vontade popular, o povo foi representado pelo Parlamento. A Revolução Inglesa, encerrada com o fim da Revolução Gloriosa, e a Declaração de Direitos de 1689 fortaleceram a burguesia e o liberalismo na Inglaterra, contribuindo para o desenvolvimento do capitalismo e formando um cenário propício ao pioneirismo inglês na Revolução Industrial do século XVIII.
Compartilhar