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Resumo por: Yasmin Barros - @idealizavet @yasminbarro.s Monitoração anestésica Chave para a segurança anestésica, minimizando ou evitando possíveis complicações. Objetivo: assegurar adequada perfusão tecidual com sangue oxigenado, nutrindo órgãos vitais e de periferia. Deve-se avaliar: Sistema nervosos central Cardiovascular Respiratório Renal Temperatura Ficha anestésica: Documento comprovatório para o mostrar ao tutor, caso tenha alguma intercorrência, mostrando que foi feito de forma correta e que tem todos os parâmetros vitais Permite observar e avaliar o estado do paciente em intervalos regulares durante o transoperatório. Sistema nervoso central Estágios e planos segundo Guedel: Reflexos oculares: palpebral ausente, corneal presente Tônus muscular: relaxado Movimentações musculares: indica superficialização da anestesia. Grau de consciência BIS (índice biespectral): aparelho colocado em região frontal após tricotomia que, mede amplitude e frequência das ondas cerebrais – eletroencefalograma 98 a 100 = animal acordado 55 a 65 = animal em plano cirúrgico Zero = sem atividade cerebral Custo: inviabiliza uso rotineiro, muito utilizado na medicina humana em crianças; cirurgias encefálicas e cerebelares e em pesquisas Monitoração respiratória Auscultação do tórax no pré, no trans e no pós operatório. Observar coloração das mucosas, pois mostra informações sobre a ventilação, se o animal estiver com cianose, pode indicar uma inadequada ventilação ou hematose inadequada (hipotenso). Análise da Frequência Respiratória -Observação torácica: expansão do tórax -Estetoscópio -Observar movimentação no balão reservatório (não pode ficar nem totalmente cheio e nem totalmente vazio). Quando o paciente inspira, o balão murcha, quando ele expira, o balão se enche. O excesso sai pela válvula de escape. Capinografo: sensor conectado ao tubo orotraqueal Avalia a qualidade de troca gasosa; Mostra frequência respiratória Mostra a pressão parcial de CO2 no final da expiração (ETCO2) em curvas; Valores normais de capnografia: 35-45 mmHg. Apresenta 4 fases distintas: Fase I: linha de base inspiratória Fase II: traço ascendente expiratório Fase III: platô expiratório Fase IV: traço descendente expiratório (pausa entre uma expiração e uma inspiração). No momento da inspiração a curva está no 0, pois o capnografo só capta CO2. A medida que o animal começa expirar a curva começa a subir. Quanto maior a frequência respiratória (ex: animal superficializando), maior é a eliminação de CO2, observando valor de ETCO2 abaixo da referência. Diminuição da frequência respiratória (ex: aprofundação da anestesia), observando afastamento de uma respiração e outra, tendo acúmulo de CO2, dessa forma o ETCO2 começa a subir. Reinalação de CO2: fase inspiratória acima da base 0; há longo prazo, aumenta o ETCO2 (>45mmHg): é uma emergência, é preciso descobrir a causa (ex: cal sodada velha; circuito de anestesia com espaço morto muito grande; hipoventilação) Broncoespamo: comum quando entuba o paciente e ele tosse (não está induzido da forma correta), paciente tem dificuldade na eliminação do Co2 que ficou retido por um tempo, causando um certo grau de hipóxia logo após a intubação. Não consegue manter platô, pois os brônquios estão com espasmo. É passageiro. Situações de aumento da ETCO2: Ventilação pulmonar prejudicada: paciente com depressão respiratória acentuada, impedindo que haja eliminação adequada de CO2. Aumento do metabolismo celular (hipertermia ou sepse), pois o resultado do metabolismo celular é a produção de CO2. Reinalação de Co2: exaustão da Cal sodada; válvula de alívio trancada (fechada); fluxo de O2 baixo. Situações de diminuição da ETCO2 Hiperventilação com amplitude respiratória (elimina mais CO2: pode ser por dor); parada respiratória ou cardíaca; intubação esofágica; desconexão do tubo orotraqueal; alto fluxo de O2. Figura demonstra reinalação – curva em amarelo: 52.8 de ETCO2 (acima dos valores de referência); quantidade de inspiração de CO2 a cada ciclo: 4.3 (deveria ser 0); frequência respiratória: 15. Oximetria de Pulso (SpO2) Saturação de oxigênio na hemoglobina Infravermelho: deve colocar em uma parte do corpo menos pigmentada: geralmente usa-se a língua, em casos de chow-chow procurar um lugar sem o pigmento ou colocar em outro local: bochecha, digito, ponta de orelha, prepúcio, vulva. 95-100% Mostra o pulso do paciente oriundo de cada batimento cardíaco. Deve confiar quando todas as ondas tiveram iguais. A oximetria de pulso pode ser afetada por: vasoconstrição, luminosidade, hipotensão (falta de fluxo no local), pigmentação da mucosa, interferência por movimentação. Monitoração cardiovascular Auscultação do tórax: estetoscópio ou estetoscópio esofágico Palpação de pulso periférico: Cães e gatos: língua Grandes animais: artéria auricular marginal, artéria facial, artéria fácil transversa, femoral, metatársica Avaliação das mucosas e TPC ECG (eletrocardiograma) Atividade elétrica do coração (FC e ritmo): diagnóstico de arritmias, desequilíbrio eletrolítico e oxigenação adequada. Não avalia hemodinâmica nem contratilidade. Frequência cardíaca: palpação arterial; palpação torácica; estetoscópio, eletrocardiograma, oximetria de pulso Onda P: despolarização dos átrios (evento elétrico), seguido da contração atrial (evento mecânico) Complexo QRS: despolarização dos ventrículos, seguido da contração ventricular (sístole) Onda T: repolarização dos ventrículos Massete: brasil do lado esquerdo do peito e flamengo do lado direito. Cores escuras em baixo e cores claras em cima. Localização em equinos: Pressão arterial (PA): Fluxo sanguíneo adequado para os tecidos (perfusão tecidual) Mensuração de pressão arterial sistólica, diastólica e média PAS: mais alta – pressão que o liquido está exercendo sobre o vaso sanguíneo no momento da sístole ventricular PAD: menor pressão - momento do relaxamento ventricular PAM: > 60mmHg (pequenos); >70mmHg (grandes) – pressão suficiente para garantir que o sangue chegue nos lugares que tem maior dificuldade mecânica de chegar, pois possuem extremidades distantes da circulação central. Além disso, quando grandes animais estão em decúbito, o peso se distribui sobre os próprios membros contralateral do decúbito que ele se encontra, fazendo compressão dos vasos sanguíneos, dificultando a perfusão tecidual daquele local, o que pode gerar miosite compartimental (inflamação generalizada no musculo que ficou comprimido e que não recebeu perfusão adequada), gerando muita dor. Hipotensão prolongada: Vasoconstrição renal, por ser órgão de periferia, podendo ter insuficiência renal. Translocação bacteriana intestinal, podendo virar um paciente séptico. Hipóxia cerebral > quadro mais grave, onde não há perfusão adequada para órgãos vitais. Grandes animais: deficiência na perfusão muscular > miosite compartimental, além da acidose láctea. Pode ser aferida por: Método invasivo (direto): canulação de uma artéria – em pequenos animais geralmente canula-se a metatársica, tomando cuidado em fazer uma boa tricotomia e assepsia, e sempre utilizar luvas, evitando contaminação e sepse. Em equinos geralmente canula-se a facial transversa ou a facial ou a ramificação da facial transversa; pode pegar a metatársica em grandes animais dependendo do decúbito; em bovinos, pequenos ruminantes e suínos geralmente pega-se a marginalauricular. Conecta o cateter que está canulado a artéria a um manômetro aneroide que afere a PAM ou conecta a um monitor multiparamétrico que permite avaliar PAM, PAS e PAS. Vantagens: precisão em hipotensão; monitoração constante; probabilidade de ter acesso para colheita de sangue para hemogasometria arterial Desvantagens: exige experiência; hematoma em casos de estourar a artéria, pois a pressão arterial é maior que a pressão venosa; riscos de embolia e infecção Verde: eletrocardiograma Azul: oximetria de pulso Laranja: pressão invasiva (onda semelhante a oximetria de pulso) – 120/100 (100) > PAS/PAD (PAM) Lilás: EtCO2 – referência (35-45) Amarelo: duas vias de temperatura Roxo: movimento respiratório Vermelho: aferição da pressão arterial pelo método não invasivo Fecha a torneira pro manômetro, preenchendo o equipo com solução heparinizada (heparina+soro): usada para não coagular o sangue do cateter Abre a torneira de 3 vias para os dois lados do equipo. A medida que a pressão sanguínea exerce uma força sobre a coluna de água, ela se descola empurrando a coluna de ar pro lado do manômetro, aferindo a PAM. Linha tracejada: mostra a divisão entre a coluna de água e a coluna de ar. A coluna de água que foi deslocada pela pressão arterial, deve ficar na altura do átrio direito, pois senão a gravidade altera a medição do ponteiro. A cada 5-10 min, deve-se fechar a mangueira pro manômetro, abrir pro cateter e lavar com solução heparinizada para evitar obstrução por coagulo. Método não invasivo (indireto): pode ser aferido com doppler arterial (amplifica o pulso) ou sistema oscilométrico. Doppler: precisa colocar o manguito no braço do paciente, localizar o pulso com o doppler e apertar o esfigmomanômetro até não escutar mais o pulso, aos poucos abre- se o manômetro e quando conseguir escutar o pulso marca o valor da PAS. Doppler Oscilométrico: coloca-se o manguito no paciente, conectado a um cabo, que por sua vez é conectado ao monitor multiparametrico, conseguindo aferir a PAS, PAD e PAM. Muito sensível, qualquer movimento do paciente, pode interferir na aferição. Vantagens: fácil execução; não há lesão tecidual Desvantagens: imprecisão em hipotensão; ineficiência em animais muito pequenos, por não ter manguito adequado (varia de 1 a 5, porém o 1 pode ser grande para animais muito pequenos). O tamanho do manguito deve ser de no máximo 40 a 60% da circunferência do membro. Nunca se deve aferir somente uma vez, deve ser aferido no mínimo 3 vezes e fazer a média da PAS. Em animais de grande porte, a escolha para aferição de pressão é o método invasivo, pela facilidade de canular a artéria. É possível aferir com o método não invasivo pela cauda, porém não é muito utilizado. Monitoração cardiovascular em aves: coloca o doppler em região de artéria para acompanhar a frequência cardíaca Monitoração cardiovascular por débito cardíaco (DC) Termodiluição (muito caro) – introduz na veia jugular o cateter swan-ganz que vai até na artéria pulmonar que, por diferencial de temperatura da solução gelada que é injetada, detecta a quantidade de sangue ejetado pelo coração, sendo mostrado no monitor multiparamétrico; Ecocardiograma: utilizado em grandes centros veterinários em pacientes em beira leito, mais utilizado na medicina humana. Na prática preconiza-se a avaliação do DC, através da FC, PAS e a condição do paciente como todo. DC = FC x VS ambos interfere na PAS. Função renal no transoperatório Débito urinário: é necessário sondar o paciente 1 a 2 ml/kg/hora. Manter o paciente hidratado Aferir pressão arterial, pois influência de maneira direta no debito urinário, já que para ter filtração glomerular, precisa de pressão arterial. Se o rim não estiver sendo perfundido adequadamente, o débito urinário diminui (<1 ml/kg/hr), podendo levar a morte celular de forma rápida. A periferia causa vasoconstrição para manter a pressão em casos de hipotensão, por isso deve analisar os órgãos de periferia (intestino, rins, músculo, pele). Pode utilizar o TPC como auxilio, por exemplo, se o paciente estiver com TPC de 4’’ e pressão estável, significa que é a vasoconstrição periférica que está mantendo a pressão estável, nesses casos é indicado entrar com fluidoterapia agressiva para aumentar volume sanguíneo. Monitoramento da temperatura Acima de 36°C Mantem os órgãos vitais Sensor multiparamétrico: entrada esofágica ou pastilha colocada entre o paciente e o colchão térmico. Termômetro O paciente perde temperatura no transoperatório no ar condicionado, na mesa, por perda sanguínea e por abertura de cavidade. Tomar cuidado com colchão térmico, pois pode causar queimaduras, o risco de queimadura aumenta na presença de líquido (sangue, água, soro). Outra causa de queimadura é a pressão do corpo do animal sobre o colchão, pois a pressão favorece o aumento da temperatura. Pode esquentar de outras formas: papel alumínio/atadura nos coxins (em aves e animais pequenos); soro aquecido (morno – se estiver quente pode causar apoptose e lesão no endotélio), luvas aquecidas, aquecedor portátil. Delta T: usado na UTI, para analisar se o paciente está com muita vasoconstrição por algum distúrbio hemodinâmico. Realiza-se a tricotomia entre os coxins dos dois membros anteriores e afere a temperatura interdigital com um termômetro infravermelho. Subtrai a temperatura retal da média da temperatura periférica → o valor não pode ser maior que 6 ou 7, se for maior que esse número demonstra que o pacientes está com uma vasoconstrição exacerbada (problema hemodinâmico grave). Monitoramento dos gases e eletrólitos sanguíneos Hemogasometria: Realizado em pacientes críticos Analisa os gases no sangue Amostra: sangue arterial (avalia-se função pulmonar) ou venoso (avalia-se a perfusão tecidual) – no mínimo 0,3 ml na seringa heparinizada comercialmente e no mínimo 0,5 ml caso a seringa não seja a comercial. Sangue heparinizado – seringas especificas previamente heparinizadas, depois da coleta do sangue, é necessário que vede a seringa para não ter contato com o meio externo. Se não tiver essa seriga, utiliza-se seringa de 1 ml com heparina sódica: deve puxar todo o embolo com a heparina e descartar 3 vezes toda heparina. Processamento da amostra – máximo 4h conservada no gelo.
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