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Monitorização Hemodinâmica DEFINIÇÕES E CONCEITOS Paciente criticamente doente: paciente com risco de descompensação ou aquele fisiologicamente instável, necessitando de constante vigilância e titulação contínua do tratamento, de acordo com a evolução da sua doença. Porque monitorizar o paciente? A monitorização de funções vitais é uma das mais importantes e essenciais ferramentas no tratamento de pacientes críticos. É possível detectar e analisar uma grande variedade de sinais fisiológicos através de diferentes técnicas, invasivas e não invasivas. É utilizada para diagnóstico, terapêutica e prognóstica com os dados obtidos. Tem como finalidade reconhecer e avaliar as possíveis complicações do estado hemodinâmico do paciente e intervir em tempo hábil com terapia adequada, prevenindo maiores complicações. Indicações: Em período pós-operatório de grandes cirurgias Estado de choque Síndrome da disfunção múltipla dos órgãos Múltiplas lesões traumáticas Insuficiência respiratória, entre outros Observação de parâmetros clinico-laboratoriais, mensuráveis de forma objetiva, que permitirão a vigilância contínua de um sistema do organismo, fornecendo dados para orientação diagnóstica e terapêutica. MONITOR MULTIPARAMÉTRICO Consiste em equipamentos que reúnem várias informações, em valores numéricos e registros gráficos, relacionados aos parâmetros vitais e outras medidas importantes, facilitando o acompanhamento da evolução do paciente. É uma ferramenta obrigatória em unidades de terapia intensiva, ambulâncias com suporte para UTI, unidades semi-intensivas e centros cirúrgicos. MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA NÃO INVASIVA Frequência respiratória Frequência cardíaca Eletrocardiograma contínuo Saturação de pulso de O2 Diurese (parâmetro de volemia) Pressão arterial não invasiva Temperatura Capnografia (ETCO2) MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA INVASIVA Pressão arterial invasiva Pressão venosa central Pressão intracraniana Pressão da artéria pulmonar (cateter Swan Ganz) FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Mensurada por meio da observação da expansão torácica contando o número de inspirações por minuto ou através da ventilação mecânica. Durante a avaliação da respiração, deve-se avaliar a frequência, profundidade, ritmo e característica da respiração. Valores de referência (repouso e sem febre): Faixa etária Limites normais Limite de alerta Recém – nascidos 35 a 55 rpm 60 rpm Lactentes < 6 meses 30 a 50 rpm 50 rpm Entre 6 meses a 2 anos 25 a 35 rpm 40 rpm Pré-escolares e escolares 20 a 30 rpm 40 rpm Adolescentes 16 a 20 rpm 30 rpm Adultos 12 a 20 rpm 25 rpm FREQUÊNCIA CARDÍACA Representa o número de vezes que o coração bate por minuto, sendo, portanto, um indicador do trabalho cardíaco. Pode ser verificada pela palpação dos locais anatômicos das artérias, pelo senso do oxímetro ou pelo monitor multiparamétrico através dos eletrodos conectados ao tórax do paciente. Objetivos: Detectar e monitorar arritmias cardíacas Avaliar efeitos de medicamentos que alterem a frequência cardíaca Verificar a frequência, ritmo e amplitude do pulso, obtendo valores fidedignos para embasamento das ações de enfermagem e condutas médicas Valores de referência (repouso e sem febre): Faixa etária Limites normais Média Limite de alerta Recém-nascidos 100 a 150 bpm 140 < 80 e > 170 Lactentes 80 a 140 bpm 120 <70 e > 160 Crianças 1 a 2 anos 80 a 130 bpm 110 < 60 e > 140 Pré-escolares 70 a 120 bpm 100 < 60 e > 140 Escolares 70 a 110 bpm 95 < 60 e > 130 Adolescentes 60 a 90 bpm 80 < 55 e > 120 Adultos 60 a 100 bpm 80 < 50 e > 120 Aumento da FC ( > 100 bpm): Déficit no fluxo e volume sanguíneo Aumentada em casos como infecção, ansiedade, estresse, febre, exercícios, dor e mal-estar Quanto mais rápida a frequência cardíaca, maior a hipovolemia ou déficit cardíaco Queda da FC (< 50 bpm): Diminuída em casos como isquemia e bloqueio do nodo sinoatrial, doenças cardíacas arterioescleróticas Fluxo sanguíneo coronariano insuficiente Deve-se avaliar o ritmo, onde o ritmo desordenado pode indicar arritmia, o que exige realização de eletrocardiograma MONITORIZAÇÃO ELETROCARDIOGRÁFICA Nas UTIs, unidades semi-intensiva e centro cirúrgico o paciente é submetido à monitorização contínua de seu eletrocardiograma para detecção de arritmias e outras complicações, tais como: isquemias, alterações do marca-passo e distúrbios eletrolíticos graves. Para monitorização eletrocardiográfica são necessários apenas três eletrodos, onde dois deles servem para captar a atividade elétrica cardíaca e o terceiro é o eletrodo “terra”, o qual retira do circuito as correntes elétricas provenientes de outras fontes que não são do coração. Mas nas UTIs a preferência é pela monitorização com cabo de cinco vias, pois este cabo possibilita monitorização de mais derivações eletrocardiográficas, possibilitando monitorização com cabo de cinco vias, pois este cabo possibilita monitorização de mais derivações eletrocardiográficas, possibilitando assim a rápida identificação das arritmias. SATURAÇÃO DE PULSO DE O2 Monitorização não invasiva do oxigênio. Porção de hemoglobina no sangue capaz de combinar-se com oxigênio. É realizada através de um foco de luz vermelha e infravermelha, dirigido de um diodo emissor para o leito tecidual pulsátil. Situações que podem interferir na acurácia da SatO2: Posicionamento incorreto do sensor no dedo Baixa amplitude de pulso, como ocorre na hipotermia, hipotensão e choque hemodinâmico Presença de esmaltes e extremidades frias Cuidados: Posicionamento correto do oxímetro de pulso (sensor) Locais mais indicados para mensuração: dedos dos MMSS e MMII e lóbulo da orelha Queda de SatO2 < 90% em ar ambiente é indicação de oxigenoterapia Rodiziar os dedos para a utilização do oxímetro, a fim de evitar possíveis lesões de pele PRESSÃO ARTERIAL NÃO INVASIVA Refere-se à pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias. Normalmente acima da pressão atmosférica, sendo a diferença de pressões responsável por manter as artérias e demais vasos não colapsados. Em uma pessoa saudável, o valor da pressão pode variar continuamente, dependendo do stress, a emotividade ou se está fazendo atividade física. A verificação da PA não invasiva pode ser realizada de 2 formas: método auscultatório tradicional e método automatizado, através do monitor multiparamétrico. Método auscultatório: Vantagens: Equipamento mínimo e de fácil manuseio Desvantagens: Variação do examinador Necessidade de calibração frequente do aparelho Tamanho inapropriado do manguito (obeso e paciente muito magro) Em pacientes em choque e com severa vasoconstrição, as medidas não são fidedignas Método automatizado: Vantagens: Elimina a variação do examinador Método não invasivo Possibilidade de medidas mais frequentes em comparação ao método auscultatório Desvantagens: A atividade muscular pode ser confundida pelo equipamento, fornecendo falsos valores de pressão arterial Incômodo para alguns pacientes Possibilidade de congestão venosa por medidas frequentes Circunferência do braço (cm) Dominação do manguito Largura do manguito (cm) Comprimento da bolsa (cm) Menor ou igual 6 Recém-nascido 3 6 6 - 15 Criança 5 15 16 - 21 Infantil 8 21 22 - 26 Adulto pequeno 10 24 27 - 34 Adulto 13 30 35 - 44 Adulto grande 16 38 45 - 52 Coxa 20 42 Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg) Normal Menor ou igual 120 Menor ou igual 80 Pré-hipertensão 121 - 139 81 – 89 Hipertensão estágio 1 140 - 159 90 – 99 Hipertensão estágio 2 160 - 179 100 – 109 Hipertensão estágio 3 Maior ou igual 180 Maior ou igual a 110 Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da PA. Considera-sehipertensão sistólica isolada se PAS for maior ou igual a 140 mmHg e PAD for < 90 mmHg, devendo a mesma ser classificada em estágios 1, 2 e 3. TEMPERATURA Temperatura corpórea é a diferença entre a quantidade de calor produzido por processos do corpo e a quantidade de calor perdido para o ambiente externo. Temperatura central Reto Membrana timpânica Artéria temporal Esôfago Artéria pulmonar Bexiga urinária Temperatura superficial Pele Oral Axilas Medida Normal Maior que axilar Subfebril Febril Axilar 35,5 – 36,9 °C --------------------- 37 – 37,7 °C Acima de 37,8 °C Oral 36 – 37,3 °C 0,5 – 0,6 °C 37,4 – 37,7 °C Acima de 38 °C Retal 36 – 37,5 °C 0,5 – 0,8 °C 37,6 – 37,9 °C Acima de 38 °C O hipotálamo é o centro de controle da temperatura corporal. Os neurônios localizados nessa região são sensíveis a frio ou calor. Quando sentimos calor, alguns desses neurônios são estimulados e produzem respostas que visam diminuir nossa temperatura. Assim, quando esses neurônios (sensíveis ao calor) são estimulados, a sudorese aumenta e, consequentemente, aumentamos a perda de calor. Outras respostas condicionadas pelo estímulo desses neurônios são: a dilatação dos nossos vasos sanguíneos, que representa uma maior possibilidade de transferirmos calor para o ambiente externo; e a inibição de fenômenos que produzem calor, como os calafrios. Outros neurônios, sensíveis ao frio, quando estimulados, induzem mecanismos opostos: contração dos vasos, diminuindo, portanto a transferência de calor; ereção dos pelos e aumento da produção de calor com eventos como calafrios ou secreção de hormônios que estimulem o metabolismo corporal. Hipertermia – temperatura corporal elevada relacionada com a incapacidade do organismo de promover perda de calor ou de reduzir sua produção. Resulta de uma sobrecarga dos mecanismos que fazem a termorregulação do organismo. Temperatura axilar acima de 37,8°C ou retal acima de 38°C. Hipotermia – perda de calor durante a exposição prolongada ao frio, superando desta forma a capacidade do organismo em produzir calor. Leve: 34 – 36°C Moderada: 30 – 34°C Acentuada: < 30° CAPNOGRAFIA (ETCO2) Analisam e registram a pressão parcial de CO2 durante o ciclo respiratório por um sensor aplicado nas vias aéreas do paciente intubado ou pela aspiração de uma amostra de ar nas vias aéreas processada por um senso (boca ou nariz) no paciente não intubado. Refere-se à representação gráfica da curva de pressão parcial de CO2 na mistura gasosa expirada, em relação ao tempo, ou seja, é uma medida não invasiva da pressão parcial de CO2 do gás alveolar (PACO2). Considerando que a pressão parcial arterial de dióxido de carbono (PaCO2) e a pressão parcial de CO2 no alvéolo (PACO2) possuem valores semelhantes devido à grande capacidade de difusão desse gás, pode-se presumir que a PaCO2 = PACO2. Assim, a medida de concentração de CO2 ao final da expiração (ETCO2) permite a monitorização contínua e não invasiva do gás alveolar, refletindo de forma indireta a PaCO2. Vale ressaltar que, em pacientes com doença pulmonar, embolia pulmonar e estados de baixo débito cardíaco, pode ocorrer diferença entre as medidas de ETCO2 e a PaCO2 devido a presença de distúrbio entre a ventilação e a perfusão (V/Q) dos pulmões. Desta forma a PaCO2 deve ser medida diretamente do sangue arterial, quando for necessário um controle rigoroso da ventilação. Este recurso possui as vantagens de medição em tempo real e pelo caráter não invasivo. Indicações: Verificação do correto posicionamento do tubo traqueal no momento da intubação. Acompanhar a qualidade e a eficácia das manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP). Confirmar a restauração da circulação espontânea durante a RCP. Monitorização da ventilação mecânica invasiva, não invasiva e espontânea. Acompanhar de forma indireta o estado metabólico, acidemias sanguíneas e a gravidade da doença pulmonar. A capnografia é utilizada como parâmetro indicativo de acido respiratória incipiente e como ferramenta ao desmame do ventilador. Uma capnografia com valor zero significa que o paciente não está respirando, ou algumas vezes pode também representar uma desconexão do equipamento ou mau funcionamento. O valor normal do capnografo é de 35 a 45 mmHg Uma diminuição da capnografia indica hipotermia, choque hipovolêmico, diminuição da atividade muscular, hipotireoidismo, anestesia geral, hiperventilação alveolar ou até um mau funcionamento do equipamento. Um aumento da capnografia indica hipertermia ou sepsis, aumento da atividade muscular, hipertireoidismo, hipoventilação alveolar e também pode ser mau funcionamento do equipamento. Devemos estar atentos não apenas aos valores apresentados em monitores, mas sim na clínica do paciente, permitindo distinguir uma alteração clínica de uma “monitorite”. Através da curva do capnografo, podemos identificar e intervir rapidamente nas complicações respiratórias. 1. Uma diminuição de CO2 por um período prolongado pode estar ligado ao: Aumento da frequência respiratória Aumento do volume corrente Diminuição do metabolismo e diminuição do consumo de O2 Queda da temperatura corporal 2. Um aumento de CO2 por um tempo prolongado pode estar ligado ao: Diminuição da frequência respiratória Diminuição do volume corrente Aumento do metabolismo e aumento do consumo de O2 Rápido aumento da temperatura corporal (hipertermia maligna) 3. Uma elevação da linha basal indica reinalação do CO2: Defeito da válvula respiratória Tempo respiratório curto A – B: linha de base, inspiração B – C: começo expiração C – D: platô da expiração (pico Max) D: concentração final expiratória – ETCO2 D – E: começo da inspiração Fluxo inspiratório inadequado Funcionamento inadequado do sistema de absorção do CO2 4. Obstrução do fluxo por: Broncoespasmo Oclusão das vias aéreas superiores Oclusão do circuito ventilatório 5. Quando começa a terminar o efeito do relaxante muscular, e o paciente retorna a ventilação espontânea, aparecem umas ranhuras nas ondas da capnografia. 6. Há um escape de ar devido à má insuflação ou perfuração do cuff 7. Intubação esofágica MONITORIZAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL INVASIVA (PAI) Permite a avaliação de forma contínua e mais precisa dos níveis pressóricos. Um dos principais objetivos durante o suporte hemodinâmico é manter a pressão arterial em nível suficiente para garantir adequada perfusão tecidual. Pressão Arterial média -> utilizada para avaliar a perfusão dos órgãos vitais Normalidade: 70 mmHg a 105 mmHg Material necessário para a aferição da PAI Cateter para cateterização arterial Equipo de pressão não complacente + transdutor de pressão Bolsa pressórica Régua de nível Meio de registrar ou demonstrar as informações coletadas – monitor multiparamétrico cabo e módulo Técnica Montar o circuito extra-arterial, antes da punção: Conectar o sistema do transdutor no frasco de SF 0,9% e remover o ar do circuito (se for prescrito pelo médico, acrescentar 0,25 ml de heparina no frasco – a amioria utiliza solução heparinizada). Envolver a bolsa pressórica no frasco de SF 0,9% e insuflar até 300 mmHg. Acoplar a placa de domo em suporte do soro. Ajustar o diafragma do transdutor na placa do domo (lado do cliente para cima e o cabo do transdutor para baixo). Conectar o cabo do transdutor no cabo do monitor. Puncionar a artéria com o cateter em ângulo de 30° a 45°, com direção ao seu contra fluxo, até verificar o retorno de sangue no canhão do cateter. Diminuir o ângulo de inserção do cateter e, continuar a avançar o cateter. Conectar o cateter ao equipo do transdutor. Nivelar o diafragma do transdutor no 4° espaço intercostal e na altura da linha axilar média, utilizando a régua niveladora. Fixar o cateter com curativo estéril. Calibrar (zerar) o sistema: fechar a torneirinha distal em direção para o cliente e abrir para o ambiente. Acionar o dispositivo de calibragem do monitor, conforme instruções do equipamento. Após calibração, liberar transdutor para o cliente e fechar para ambiente. Ativar os alarme Onda de pulso 1. Subida sistólica 2. P. sistólica de pico 3. Descida sistólica 4. Comissura dicrótica 5. Rampa diastólica 6. P. diastólica final Principais cuidados na Monitorização da PAMI Cuidados no local da inserção do cateter: Avaliar sinais de flogose Avaliar sinais de sangramento Avaliar perfusão periférica do membro Avaliar presença de trombo no cateter Troca diária da fixação ou sempre que necessário Manter a bolsa pressórica insuflada: 300 mmHg – 3 ml/h Principais complicações da Monitorização da PAMI Embolização arterial sistêmica Insuficiência vascular Isquemia Infecções Injeção acidental de drogas por via intra-arterial Hematoma Dor no local PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC) Mensuração da PVC: estimativa da pressão de enchimento do átrio direito, sendo dependente do volume de sangue, do tônus vascular e da função cardíaca. Utilizada de maneira criteriosa e associada a outros parâmetros clínicos e hemodinâmicos (ausculta pulmonar, frequência cardíaca e respiratória, ECG, ingurgitamento de veias jugulares e débito urinário) avaliação da volemia e da função cardíaca de pacientes graves. Para a mensuração da PVC, é necessário o posicionamento de um cateter em via central (veia cava superior), comumente utilizando-se de punção percutânea de via subclávia ou veia jugular interna. Métodos de monitoramento da Pressão Venosa Central (PVC) Pode-se verificar a PVC através de um manômetro de H2O graduado (coluna de H2O) ou com um transdutor eletrônico de pressão. Converter cm H2O em mmHg dividir por 1,36 Aferição por meio dos transdutores de pressão: Características das ondas da PVC no monitor: duas pequenas elevações onda “a” representa a pressão diastólica ventricular direita final; onda “v” enchimento atrial direito. Monitorização da Pressão Venosa Central (PVC) – Transdutor de pressão Material necessário: Cateterização de um acesso central Equipo de pressão não complacente + transdutor de pressão Bolsa pressórica Régua de nível Meio de registrar ou demonstrar as informações coletadas – monitor multiparamétrico cabo e módulo 1 equipo de monitorização de PVC 1 frasco de SF 0,9% (100 ou 250 ml) Fita adesiva Régua de nível Encontrando o zero hidrostático Posicione o paciente em decúbito dorsal horizontal, encontre o cruzamento existente entre a linha axilar média e o 4° espaço intercostal. Com a régua de nível, delimite a linha “zero”, de referência, marcando no suporte de soro a altura encontrada. Principais cuidados na monitorização da PVC Coluna de H2O Medido em cm H2O Ocorre oscilação da coluna de H2O Intervalo de normalidade de 5 a 12 cm H2O Transdutor Medido em mmHg Presença de curva no monitor Intervalo de normalidade de 3 a 8 mmHg Transdutor de pressão: 3 a 8 mmHg Coluna de água: 5 a 12 cm de H2O Procurar e reparar vazamentos ou bolhas Posição supina Observar conexões e extensões Zerar o sistema em relação à pressão atmosférica posicionamento do paciente Analisar a morfologia da curva Fixar adequadamente o cateter e o sistema Rotular uma quantidade mínima de torneiras Cateter central de vários lumens uma via exclusiva para PVC No momento da aferição, suspender infusão de outros líquidos no mesmo lúmen Observar rigorosamente o local de inserção do cateter venoso central PRESSÃO INTRACRANIANA (PIC) É exercida pelo volume combinado de três componentes intracranianos: 1. Componentes parenquimatosos – estruturas encefálicas – 80% 2. Componentes liquóricos – líquido cefalorraquidiano – 10% 3. Componente vascular – sangue circulante – 10% Medida normal PIC = 5 a 15 mmHg Pressão de Perfusão Cerebral (PPC) Estimativa da adequação da circulação cerebral para fornecer oxigênio ao tecido encefálico. Medida norma PPC = 60 a 130 mmHg Hipertensão Intracraniana (HIC) Estado clínico que acomete pacientes em UTIs. Caracterizado pela elevação da pressão intracraniana (PIC) acima de 20 mmHg por no mínimo vinte minutos em adultos e cinco minutos em criança. A HIC surge quando há alteração no volume de qualquer componente (tecido, LCR ou sangue). Requer medidas terapêuticas específicas, dada a vulnerabilidade do sistema nervoso central. A monitorização da pressão intracraniana fornece informações que facilitam intervenções precoces para evitar a isquemia cerebral e distorção do tronco encefálico. Indicações para medida de PIC Aumento do volume do encéfalo: edema cerebral, traumatismo, cirurgia, acidente vascular cerebral, tumor. Aumento do volume de sangue: hematoma, malformação arteriovenosa (MAV), aneurisma, acidente vascular cerebral. Aumento do volume de LCR: diminuição da reabsorção de LCR, hidrocefalia congênita. Lesões: tumores e abcessos. Glasgow inferior a 9 com tomografia computadorizada (TC) de crânio anormal. Vantagens da monitorização Detectar precocemente a elevação da PIC, sendo possível suspeitar de risco de herniação ou lesões expansivas intracranianas. Permitir a drenagem de LCR, reduzindo a PIC e melhorando a perfusão cerebral. Permitir a adoção de tratamento adequado Avaliar os resultados (evolução) do tratamento Auxiliar na determinação do prognóstico A monitorização da PIC é feita por meio da análise da pressão liquórica, a partir de parafusos cranianos e cateteres de silicone ou polietileno e, também de fibra ótica, conectados a monitores. Posição do cateter Ventricular – maior precisão Parenquimatosa – boa precisão Subdural / subaracnóide / epidural – menor precisão A atuação do enfermeiro deve estar voltada para a manutenção da circulação encefálica efetiva mediante a preservação da pressão de perfusão cerebral e oferta de oxigênio e glicose. Técnicas O cateter de PIC ventricular é conectado a um sistema de drenagem e ao monitor multiparamétrico por meio de equipo em “Y” com dânulas nesse equipo, o que permite realizar medidas de valores da PIC e se necessário à drenagem do conteúdo liquórico a partir da abertura da dânula no equipo aliviando a PIC. O valor da PIC é decodificado por um transdutor que fica acoplado ao monitor multiparamétrico. Avaliação Valor normal – 5 a 15 mmHg Moderadamente elevada – 20 a 30 mmHg Gravemente elevado – acima de 30 mmHg Quase sempre fatal – acima de 60 mmHg Verificação Higienizar as mãos Preparar material e ambiente Após preenchido o sistema de equipo de PI, retirar a parte de equipo com SF utilizado para preencher o sistema. Fechar a abertura com uma tampinha. Explicar ao paciente / família os benefícios e objetivos do procedimento. Posicionar o paciente em decúbito dorsal, cama horizontal e membros ao longo do corpo. O ponto zero é determinado altura da linha do tragus auricular (conduto auditivo). Anotar ou marcar a altura da cabeceira (30° a 45°) Alinhar o ponto zero na mesma altura da via de saída da torneirinha do dômus. Instalar o equipo de PI na torneira própria do extensor do cateter de PIC/DVE, utilizando técnica asséptica. Esta torneira deve estar aberta entre o sistema de PI e o cateter e fechada parao sistema de drenagem. Realizar a calibração (zerar): fechar a torneirinha do dômus para o paciente e abrir para o ambiente. Selecionar no monitor a opção para “zerar”. Após, fechar a torneirinha para o ambiente e abrir para o paciente. Neste momento deve ser possível a visualização da onda característica da PIC. Aguardar estabilizar a medida e realizar as anotações necessárias. Controlar sinais vitais. Higienizar as mãos CATETER DE SAWN – GANZ A monitorização do paciente crítico por meio do cateter de swan ganz ou cateter artéria pulmonar engloba a monitorização da pressão do átrio direito (PAD), pressão da artéria pulmonar (PAP), pressão de capilar pulmonar (PCP), débito cardíaco (DC), índice cardíaco (IC) e para obtenção de amostras de sangue venoso-misto para gasometria, permitindo com estes parâmetros estabelecer um diagnóstico, guiar e aperfeiçoar o tratamento a este paciente. A inserção do cateter de swan-ganz ocorre por meio de uma veia central podendo ser a jugular, subclávia e femoral. A veia jugular é a mais indicada pois tem como vantagem ser de fácil acesso ao átrio e oferecer pequeno risco de pneumotórax. Com 4 vias Via distal: transmite a pressão da artéria pulmonar e da pressão de oclusão da artéria pulmonar. Pode ser coletado sangue venoso misto desta via, já que a ponta do cateter está na artéria pulmonar. Drogas ou soluções hiperosmóticas não devem ser administradas nesta via, pois podem causar lesão vascular ou reação tecidual. Via do balão: via para insuflar o balão. Via proximal: localiza-se a 30 cm da ponta do cateter, no átrio direito e transmite a pressão do mesmo. Pode-se administrar drogas, fluídos e eletrólitos. A solução para a realização da medida do débito cardíaco é injetada nesta via. Via do termistor: está localizada de 4 a 6 cm da ponta do cateter e transmite a variação da temperatura no sangue. Esta variação é importante para a medida do débito cardíaco, onde é injetada uma solução fria e identificada a variação da temperatura na passagem do sangue neste local. Também é utilizado para a medida da temperatura sanguínea. É um modelo de cateter que permite a infusão de drogas por vias acessórias que se localizam no átrio. Neste caso, a utilização da via proximal torna-se exclusiva para a medida do débito cardíaco. Pressões A medida do DC é obtida pelo princípio da termodiluição. Um volume definido de soro (geralmente 10ml) é injetado rapidamente da via proximal a uma temperatura menor que a temperatura do paciente. A variação da temperatura do sangue é registrada por um termostato localizado na extremidade do cateter e é igual ao DC. Realizam-se, em média, 3 aferições aceitando 10% de variação entre os valores obtidos. Volume sistólico: volume de sangue ejetado pelo coração a cada batimento. Índice cardíaco: compara diferenças individuais do DC em relação ao tamanho do corpo. Resistência Vascular Sistêmica: sua avaliação é importante, pois orienta o uso de drogas vasoativas. Resistência Vascular Pulmonar: sua variação correlaciona-se com a gravidade e morbi-mortalidade de certas patologias. Fração de ejeção do VE: representa o percentual do volume ventricular diastólico final ejetado na sístole a cada batimento. Relacionadas com a obtenção do acesso vascular: Punção inadvertida da artéria carótida. Pneumotórax. Relacionadas com a passagem do cateter: Arritmias ventriculares. Relacionadas com a presença do cateter: Infarto pulmonar. Trombose venosa. Infecção.
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