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UNIFACS - SALVADOR - CURSO: ENFERMAGEM DISCENTE: CELSIUS PALMEIRA TEMA: APARELHO LOCOMOTOR ON – ATIVIDADE 01 CASO CLÍNICO José, 33 anos de idade, atleta profissional de Artes Marciais Mistas (MMA), sofreu fratura fechada na tíbia durante uma competição, após ter levado um golpe do oponente. Assim, após ter recebido os cuidados imediatos da equipe médica, foi encaminhado ao Hospital Geral para avaliação médica. O médico realizou o exame físico no qual constatou dor, edema, vermelhidão, aumento da temperatura local, limitação de amplitude de movimento e fraqueza muscular em músculos adjacentes caracterizando um processo inflamatório agudo. Além disso, solicitou exames de imagem e decidiu que o caso tinha indicação cirúrgica. O médico explicou à José como a cirurgia seria realizada e que para que o processo de reparação e cicatrização tecidual pudesse ocorrer efetivamente ele seria mantido com fixador externo, inicialmente por 15 dias, ficando aos cuidados da equipe de enfermagem e da equipe médica neste período. O médico explicou também que um dia após a intervenção cirúrgica, José seria encaminhado para a reabilitação fisioterapêutica, a fim de otimizar o processo de cicatrização óssea e recuperação das sequelas funcionais ocorridas em decorrência da fratura e da imobilização. Porém, segundo o médico, José só poderia voltar a treinar com seu educador físico após reavaliação médica. Considerando a fratura sofrida por José e o tratamento dado ao caso, explique como ocorre o processo de reparação e cicatrização tecidual e quais são as características de uma fratura óssea fechada. Explicação As atividades esportivas têm sido cada vez mais periódica atualmente. Todavia, se não praticados de jeito correto pode ocasionar alguns incidentes que podem acarretar danos ao corpo. Entre esses incidentes as fraturas são mais periódicas em esportes, como foi o caso do paciente/cliente na questão proposta. A consolidação de fratura é um dos mais notáveis processos de reparação do corpo humano, porque dele resulta reconstituição do tecido lesado em outro semelhante à sua forma original. Com isso, a fratura ocorre em três fases intimamente integradas e sequenciais: 1) Inflamatória, durante a qual o tecido necrótico é removido; 2) Reparatória, quando a rápida síntese de nova matriz ocorre; e 3) Remodelação, na qual a desorganizada matriz da fase de reparo sofre processo de maturação, transformando-se em estrutura compacta e funcionalmente eficiente De acordo com Kodi Edson Kojima; Ramon Venzon Ferreira, A fratura de osso longo mais frequente é a da diáfise da tíbia, e seu tratamento adequado evita o aparecimento de falhas da consolidação, consolidação viciosa e reoperações. Para classificar a fratura ainda se utiliza a classificação AO/OTA, mas vale a pena conhecer a classificação de Ellis, que também inclui a avaliação da lesão das partes moles. A síndrome compartimental é uma associação frequente, e o diagnóstico precoce pode ser feito precocemente com avaliação dos parâmetros clínicos e uma monitorização clínica constante. Feito o diagnóstico, deve-se realizar a fasciotomia. A avaliação da consolidação sempre é difícil, mas o método de RUST pode ajudar nessa avaliação. Avalia-se a radiografia em duas projeções, dando-se pontos para a presença da linha de fratura e a presença de calo ósseo visível. O uso do dogma das seis horas para a limpeza da fratura exposta. Considera-se de mais importância o início precoce da antibioticoterapia endovenosa e a gravidade da lesão. A questão do fechamento precoce ou tardio da lesão em uma fratura exposta passou por várias fases, com épocas se indicando o fechamento precoce e épocas o tardio. Atualmente se preconiza, sempre que possível, o fechamento precoce da lesão, pois isso diminui o risco de infecção. A fresagem do canal quando da introdução da haste intramedular ainda é um assunto controverso. Apesar de fortes posições pessoais a favor da fresagem, os estudos mostram haver alguma vantagem nas fraturas fechadas, mas não nas expostas. (DOT - FMUSP, 2011) A profª. dra. Taís Tinucci (2009), define as fraturas como um resultado de forças aplicadas ao osso que ultrapassa a sua resistência e ocasionando uma descontinuidade óssea, podendo formar diversas formas de rompimentos. De acordo com o conteúdo estudado, as fraturas ósseas podem se classificar em: transversa, longitudinal, oblíqua, espiral, galho verde, cominutiva, fechada, aberta/exposta e por estresse. Como informado na questão e de acordo com os sintomas avaliados pelo médico que o entendeu, a fratura ocorrida na competição de José foi fechada e localizada na tíbia; (SANTOS et al., [200?]) As fraturas fechadas se sucedem na parte interna, não se vendo os fragmentos ósseos externamente, ou seja, a pele permanece íntegra., o que a torna mais perigosa por ser propícia a uma infecção. (TINUCCI, 2009, P. 7 ) Após a lesão é necessário que ocorra uma regeneração do tecido lesionado. A reparação passa pelas seguintes fases: fase inflamatória, fase de proliferação e a fase de reparo e remodelação. A fase inflamatória acontece imediatamente após ocorrer a lesão, e ocasionalmente se divide em duas partes: formação de coágulos sanguíneos e migração de células de inflamação. (SANTOS et al., [200?]) A fase de proliferação, por sua vez, é responsável pelo fechamento da lesão, onde age formando uma matriz extracelular com tecido conjuntivo de granulação, que preencherá o espaço da ferida. O estágio da proliferação é dividido em 3 fases, neo-angiogênese, fibroplasia e epitelização. Nessas fases ocorre o processo de formação de novos vasos sanguíneos. Na fibroplasia ocorre a atração dos fibroblastos para o local inflamatório, onde se dividem e produzem os componentes da matriz extracelular. E, por fim, a fase epitelização acontece nas primeiras das 24h a 36h após a lesão e são capazes de sintetizar diversas citocinas que estimulam a cicatrização das feridas cutâneas (Tazima et al, 2008). Por último, o processo de reparo e remodelação, onde o osso é decomposto, reconstruído e restaurado ao seu estágio original. Nessa fase ocorre a contração da ferida. “Remodelação: dura meses e permite que o tamanho da cicatriz e a vermelhidão diminuam. responsável pelo aumento da força de tensão e pela diminuição do tamanho da cicatriz e do eritema. Mais tarde a cicatriz é considerada avascular. (SANTOS et al., [200?])”. Sobre o tratamento proposto, para a maior eficácia do reparo tecidual o ideal é Imobilização do local lesionado, para reduzir a dor, ajudar na consolidação prevenindo de novas lesões e da embolia gordurosa. Além disto, a indicação médica para a reabilitação fisioterapêutica é fundamental para prevenir que articulações fiquem rígidas, ou os músculos encurtem-se ou atrofiem-se. A fisioterapia irá ajudá-lo a manter a força, amplitude de movimento e função dos membro lesionado. (CAMPAGNE, 2019, P. 14-15) Em outros casos a síndrome da reação inflamatória sistêmica, não há tratamento específico e as tentativas de controle se multiplicam em iatrogenias, razão por que um número relativamente grande de pacientes afetados evolui inexoravelmente para óbito, o que nos faz supor que a prevenção é a única solução, por enquanto, disponível. Cuidados de Enfermagem REFERÊNCIAS MOORE, K. L. Anatomia orientada para a clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. PORTH, C. M.; GROSSMAN, S. Porth: Fisiopatologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Departamento de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP, Laboratório de Investigação Médica do Sistema Musculoesquelético - LIM41. CAMPAGNE, Danielle. Considerações gerais sobre fraturas: Imobilização. University of San Francisco - Fresno, 2019. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/les %C3%B5es-e-envenenamentos/fraturas/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais- sobrefraturas#v829739_pt.Acesso em: 02 mai. 2021. SANTOS, Ricardo et al. APARELHO LOCOMOTOR TB: UNIDADE 1 – COMO O APARELHO LOCOMOTOR É FORMADO?. [S. l.: s. n.], [200?]. 26 p. Disponível em: https:// unp.blackboard.com/webapps/late- Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/ Controller. Acesso em: 23/10/2021 Tazima MFGS, Vicente YAMVA, Moriya T. 2008. Biologia da ferida e cicatrização. Medicina (Ribeirão Preto). 41(3): 259-64. TINUCCI, Taís. Fraturas: socorro de urgência, 2009. 18 slides. Disponível em: . Acesso em: 23/10/2021 Cuidados de Enfermagem https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_enfermagem_ortopedia_v2.pdf . Acesso em: 23/10/2021
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