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Universidade Estadual de Maringá Centro de Tecnologia - Departamento de Eng. Química Engenharia Química, 223-6 – Lab. de Eng. Química II Relatório Moagem e Separação Granulométrica Equipe: Eduarda Aouada Biágio - RA: 107086 Erick Alessandro Barbosa Vieira - RA: 107776 Geovani Rodrigues Guerra - RA: 108142 Henrique David João Pabis - RA: 103468 Lucas Hideki Yamaguti - RA: 106775 Thaís Gomes do Nascimento - RA: 89930 Professor: Cassio Henrique Zandonai. Maringá, 22 de Setembro de 2021. Resumo O experimento ora relatado consistiu na redução do tamanho das partículas de um sólido (moagem) e na caracterização do material obtido por meio de análise granulométrica (peneiramento e pipeta de Andreasen). Para a moagem e peneiramento, cerca de 1,0 kg de areia grossa foi pesada e adicionada ao moinho de cilindros. Em seguida, retirou-se uma amostra de 300g dessa areia moída e esta passou pelo processo de peneiramento no conjunto de peneiras montado adequadamente. O peneiramento foi realizado por 20 minutos em cada corrida, e os resultados foram 224,0 g, 18,7 g, 14,3 g, 14,9 g, 12,1 g e 15,1 g de areia para as peneiras 80, 100, 115, 170, 250 e fundo, respectivamente. A partir desses valores foi possível encontrar um diâmetro de Sauter de 0,1310 mm, e utilizando o modelo GGS um de 0,1514 mm, apresentando um desvio 15,57% entre eles. Já para a prática da pipeta de Andreasen, foram pesados 8,0 g de areia moída com tamanho menor que 400 mesh, e essa amostra foi adicionada a um volume de 465 mL de solução de hexametafosfato de sódio formando uma suspensão de concentração de 17,2043 g/L. Em uma proveta com uma pipeta dentro, a suspensão foi colocada até atingir a marca de 20 cm, para então ser agitada. Quando a suspensão atingiu uma concentração uniforme, utilizando béckeres de 25 mL numerados e previamente pesados, foram retiradas amostras de 10 mL em diferentes tempos de retiradas. Por fim, essas amostras foram deixadas em uma estufa por 22 horas a 50˚C, e o abaixamento do nível da suspensão na pipeta foi de 6,3 cm. No dia seguinte, os béckeres foram pesados e os resultados obtidos foram 0,0683 g, 0,0880 g, 0,0689 g, 0,0596 g, 0,0483 g, 0,0343 g, 0,0391 g, 0,0330 g, 0,0353 g, 0,0306 g, 0,0406 g, 0,0218 g e 0,0683 g de areia para os tempos 1 min, 2 min, 3 min, 5 min, 8 min, 12 min, 16 min, 20 min, 30 min, 40 min, 50 min, 60 min e 90 min, respectivamente. 1. Introdução Os métodos de Moagem e Separação Granulométrica se mostram de suma importância em indústrias que trabalham em seus principais processos com partículas sólidas, como por exemplo, indústrias de cimento, indústrias de fertilizante, e as grandes mineradoras, pois estas querem muitas vezes trabalhar com amostras menores ou precisam utilizar as partículas com tamanho reduzido. Esses métodos também se mostram muito importantes para a análise de solos e locais de mineração, pois separando as amostras, podemos definir melhor a composição do solo ou do terreno para mineração. A redução do tamanho das partículas, reduzindo assim a amostra, se mostra muito importante para melhorar a precisão dos cálculos das propriedades e acaba por melhorar o desempenho das operações unitárias no sistema. 2. Fundamentação Teórica As partículas de um sólido podem ter o seu tamanho reduzido para obter um material de dimensões trabalháveis, para aumentar a sua área superficial de modo a acelerar reações químicas ou facilitar a extração de alguns componentes, melhorar o processo de mistura de sólidos, entre outros motivos (GOMIDE, 1983). A fragmentação de um sólido pode ser realizada pelos métodos de compressão, impacto, atrito e corte, os equipamentos empregados para essa operação são os britadores e os moinhos (GOMIDE, 1983). De modo superficial pode-se distinguir os dois equipamentos dizendo que moinhos fornecem produtos mais finos do que os britadores. Cada equipamento possui limites mínimo e máximo de tamanho das partículas de alimentação (GOMIDE, 1983). Sólidos de grandes dimensões são colocados em britadores, e geralmente o seu produto é alimentado a um moinho para ser transformado em pó. (McCABE; SMITH; HARRIOTT; 1993) Em operações que envolvem sólidos particulados é importante conhecer as dimensões dos mesmos ou pelo menos uma faixa de tamanhos dentro da qual se encontram. Existem diversos métodos para realizar essa tarefa, neste trabalho serão abordados o peneiramento e a decantação (GOMIDE, 1983). O tamanho de uma partícula pode ser a sua dimensão linear de maior importância como o diâmetro no caso de partículas esféricas ou outra dimensão escolhida arbitrariamente para partículas irregulares. Os sólidos podem ser classificados de acordo com o tamanho das suas partículas em (GOMIDE, 1983): Pós: partículas de 1 m a 0,5 mm; Sólidos granulares: 0,5 a 10 mm; Blocos pequenos: 1 a 5 cm; Blocos médios: 5 a 15 cm; Blocos grandes: maiores do que 15 cm; No peneiramento o material particulado é colocado sobre um conjunto de peneiras que possuem abertura da malha e diâmetro do fio padronizados, sendo que a abertura das malhas é reduzida de cima para baixo. Abaixo da última peneira há uma panela para coletar as partículas mais finas. O conjunto de peneiras é agitado por um equipamento. Uma série de peneiras muito utilizada é a série Tyler que consiste de catorze peneiras com 200, 150, 100, 65, 48, 35, 28, 20, 14, 10, 8, 6, 4 e 3 mesh de baixo para cima, respectivamente. O termo “mesh” indica a quantidade de aberturas por polegada em cada peneira (GOMIDE, 1983). Algumas partículas são muito finas e passam por todas as peneiras ou podem até ficar em suspensão no ar e não passar pelas aberturas das peneiras. Para essas partículas a análise granulométrica pode ser feita por meio da decantação utilizando a pipeta de Andreasen (GOMIDE, 1983) (GREEN; PERRY, 2008). A decantação é um método indireto, as dimensões das partículas são obtidas com base na velocidade de decantação das mesmas tendo em vista que partículas de tamanhos diferentes decantam com velocidades diferentes. A distribuição de tamanho das partículas será baseada no diâmetro de Stokes. O diâmetro de Stokes é definido como o diâmetro da esfera que tem a mesma densidade e velocidade terminal que a partícula em decantação em um líquido de mesma densidade e viscosidade que aquele no qual a partícula se move (GOMIDE, 1983) (GREEN; PERRY, 2008). Para preparar a suspensão são utilizados agentes dispersantes e estabilizadores, dentre os quais destacam-se o hexametafosfato de sódio e o pirofosfato de sódio (DIAS, 2004). É preparada uma suspensão da amostra de modo que as interações entre as partículas possam ser desprezadas, por isso a sua concentração volumétrica fica entre 0,2 e 1%. A suspensão preparada é colocada em uma proveta e agitada até ficar homogênea (DIAS, 2004). A pipeta de Andreasen, mostrada na figura 1, é constituída por uma proveta dentro da qual é colocada a suspensão e uma pipeta para coletar amostras. Na parte superior há um recipiente que geralmente tem volume de 10 mL e pode ser conectado por uma torneira, mostrada na figura 2, à pipeta ou a um tubo de saída. As amostras são coletadas por sucção. (DIAS, 2004) Figura 1: Pipeta de Andreasen. Fonte: GREEN, PERRY, 2008 Figura 2: Torneira da pipeta de Andreasen Fonte: DIAS, 2004 A amostra coletada inicialmente contém partículas de todas as dimensões, as amostras seguintes conterão partículas cada vez menores, pois as partículas maiores já terão ultrapassado a profundidade de coleta (DIAS, 2004). Através da divisão do abaixamento do nível da suspensão pelo tempo obtém-se a velocidade de decantação. A relação entre o tamanho das partículas e a sua velocidade terminal é dada pela lei de Stokes, representada pela equação1 (GREEN, PERRY, 2008). Segundo a lei de Stokes, uma esfera caindo em um fluido está sujeita à ação das forças de arraste, gravitacional e de empuxo. (DIAS, 2004) (Equação 1) 𝐷𝑠𝑡 - diâmetro de Stokes; 𝜇 - viscosidade do fluido; 𝑉𝑡 - velocidade terminal; g - aceleração gravitacional; ρs - massa específica das partículas; 𝜌𝑓 - massa específica do fluido; Os resultados das dimensões das partículas podem ser apresentados sob a forma de uma análise granulométrica diferencial ou de uma análise granulométrica acumulada (GOMIDE, 1983). A razão entre a massa retida em uma peneira pela massa total analisada é conhecida como fração retida e calculada pela equação 2 (GOMIDE, 1983). (Equação 2) ∆𝜑𝑖- fração retida; 𝑚𝑖 - massa retida na peneira i; M - massa total da amostra; Na análise granulométrica diferencial adota-se que o diâmetro das partículas é igual à média aritmética entre o diâmetro das aberturas da peneira em que ficaram retidas com o das aberturas da peneira anterior. O diâmetro das partículas é mostrado ao lado das frações retidas e dos números das peneiras entre as quais ficou retida (i- 1/i) (GOMIDE, 1983). A análise granulométrica acumulada pode ser dividida em duas, a acumulada de grossos ou retidos e a acumulada de finos, ambas apresentam as frações em função da abertura de cada peneira (GOMIDE, 1983). A análise acumulada de grossos utiliza a fração acumulada retida (φi), que é igual a soma da fração retida na peneira i com as das peneiras anteriores que estão acima dela. A segunda análise acumulada é semelhante, porém ela utiliza a fração acumulada de finos (1-φi), ou seja, a fração da massa total que atravessa a peneira i. Geralmente a análise acumulada é mais precisa que a análise diferencial (GOMIDE, 1983). Como as partículas de um sistema geralmente são irregulares e os seus tamanhos variam dentro de algumas faixas, é comum utilizar valores de diâmetro médio. Um desses valores muito utilizados para sistemas particulados é o diâmetro médio de Sauter, calculado pela equação 3, que fornece o diâmetro de partícula cuja relação volume superfície é igual para todas as partículas (CREMASCO, 2012). (Equação 3) 𝑑𝑝𝑠 - diâmetro médio de Sauter; 𝑥𝑖 - fração mássica de partículas retidas na peneira i; 𝐷𝑖 - diâmetro das partículas retidas na peneira i; Existem modelos matemáticos que buscam descrever a distribuição granulométrica de um sistema, dois modelos muito utilizados são o de Gates, Gaudin e Schumann (GGS) e o de Rosin, Rammler e Bennet (RRB) (CREMASCO, 2012). A equação 4 é característica do modelo GGS (CREMASCO, 2012). (Equação 4) 𝑋𝑖 - fração cumulativa de massa relativa à partícula de diâmetro Di; 𝐷𝑖 - diâmetro das partículas retidas na peneira i; k, m - parâmetro do modelo GGS; Aplicando o logaritmo neperiano em ambos os lados da equação 4 obtém-se a equação 5, que possui a forma da equação de uma reta. Ao confeccionar um gráfico de ln(Xi) em função de ln(Di) e fazer regressão linear, o coeficiente angular será igual a m, e o termo -m.ln(k) será o coeficiente linear, desse modo obtém-se os valores dos parâmetros k e m (CREMASCO, 2012). (Equação 5) O modelo RRB é representado pela equação 6 (CREMASCO, 2012). (Equação 6) 𝑋𝑖 - fração cumulativa de massa retida na peneira i; 𝐷𝑖 - diâmetro das partículas retidas na peneira i; n, D’ - parâmetros do modelo RRB; Ao rearranjar a equação 6 e aplicar duas vezes o logaritmo neperiano nos dois lados obtém-se a equação 7 que é a equação de uma reta. Analisando essa última equação nota-se que ao confeccionar um gráfico de lnln11-Xi em função de ln(Di) e fazer regressão linear dos dados, o coeficiente angular é o parâmetro n e o coeficiente linear é igual o termo -n.ln(D’) . Desse modo encontram-se os valores dos dois parâmetros do modelo RRB (CREMASCO, 2012). (Equação 7) 3. Objetivos Tomar contato com um equipamento de redução do tamanho das partículas de um sólido (Moagem) e caracterizar o material obtido por meio de análise granulométrica (Peneiramento e Pipeta de Andreasen). 4. Procedimento Experimental 4.1 Materiais Utilizados Areia, Balança, Béckeres, Estufa, Cronômetro, Moinho de cilindros, Peneiras da série Mesh Tyler, Pipeta de Andreasen, Solução de Hexametafosfato de sódio a 0,1% em peso, Vibrador de peneiras para análise granulométrica (Figura 3). Figura 3: Vibrador de peneiras para análise granulométrica 4.2 Procedimento Experimental 4.2.1 Moagem e Peneiramento 1) Pesou-se cerca de 1,0 kg de areia grossa; 2) Em seguida adicionou-se ao moinho de cilindros observando-se o processo de moagem da areia; 3) Após a moagem, retirou-se uma amostra de 300g da areia moída para a separação e posterior caracterização da areia por meio do método do peneiramento, e anotou-se o valor da massa da amostra na Tabela 4. 4) Para o método do peneiramento, foi montado o conjunto de peneiras de acordo com a sequência MESH Tyler. 5) Logo após a montagem, peneirou-se a massa da amostra de areia moída, de 20 em 20 minutos para cada corrida, e depois de cada corrida pesou-se cada peneira. Realizou-se tantas corridas de 20 minutos quanto foram necessárias para obter-se massa constante de areia em cada peneira e anotou-se os valores na Tabela 4. 4.2.2 Pipeta de Andreasen 1) Pesou-se 8g de areia moída com tamanho menor que 400 mesh e anotou-se o valor na Tabela 4; 2) Em seguida, para preparar a suspensão a ser caracterizada, adicionou-se a massa de areia moída a um volume de solução de hexametafosfato de sódio de forma a preparar uma suspensão de concentração entre 0,2 e 1,0% em volume. Anotou-se o volume de hexametafosfato de sódio adicionado para preparar a suspensão na Tabela 4. 3) Com a pipeta já dentro da proveta, adicionou-se a suspensão à proveta até atingir a marca de 20 cm; 4) Agitou-se a suspensão; 5) Após a suspensão atingir concentração uniforme, retirou-se amostras da seguinte forma: • Utilizou-se béckeres de 25,0 mL, numerados e previamente pesados. • Anotou-se o valor das pesagens na Tabela 4. • Retirou-se amostras de 10,0 mL anotando o tempo de retirada (tempo cumulativo) de acordo com exemplo da Tabela 3. A retirada de amostra, realizada por sucção de uma pipeta, foi realizada durante 20 segundos, iniciando 10 segundos antes de completar o tempo desejado e continuar durante 10 segundos após. • Após terem sido retiradas todas as amostras, levou-se à estufa e deixou-se secar por 22 horas a 50ºC. Anotou-se então, na Tabela 4, a altura final da suspensão na proveta; • No dia seguinte retiraram-se os béckeres da estufa e pesá-los em balança de precisão, anotando os respectivos valores na Tabela 1. Tabela 1 – Tempo de retirada das alíquotas 5 Análise e Discussão de Resultados 5.1 Moagem e Peneiramento Inicialmente foi realizada uma pesagem de cada uma das peneiras separadamente, estando suas massas descritas abaixo, na tabela 2: Tabela 2 – Massas de cada peneira Mesh. Nº da Peneira 80 100 115 170 250 Fundo Massa da Peneira (g) 347,2 341,8 335,0 328,9 332,3 300,5 Em seguida, as peneiras foram acopladas em ordem, de modo em que as com maiores espaçamentos ficaram acima, e as com menores na parte de baixo. No topo, foi adicionada uma amostra de 300,0 g de areia moída. Feito isso, o conjunto foi encaixado a um vibrador de peneiras, e realizou-se seis peneiramentos de 20 minutos, seguidos pelas respectivas pesagens de cada Mesh. Assim, foi possível montar a tabela 3. Tabela 3 - Massa da Mesh + Areia após cada peneiramento. Peneira Massa 1ª pesagem (g) Massa 2ª pesagem (g) Massa 3ª pesagem (g) Massa 4ª pesagem (g) Massa 5ª pesagem (g) Massa 6ª pesagem(g) 80 575,5 572,9 571,8 571,4 571,2 571,2 100 358,6 360,3 360,9 361,1 360,5 360,5 115 348,8 349,0 349,1 349,0 349,3 349,3 170 344,2 343,6 343,7 343,6 343,8 343,8 250 344,2 344,3 344,3 344,4 344,4 344,4 fundo 314,3 314,5 315,3 315,4 315,6 315,6 Como a sexta pesagem obteve os mesmos resultados da quinta, considera-se que os tamanhos se estabilizaram e os erros foram reduzidos. Após a última pesagem, diminui-se a massa obtida pela massa da peneira, a fim de se encontrar a quantidade de areia em gramas contida em cada uma. Assim, a Tabela 4 mostra: Tabela 4 – Massa total de areia. Peneira Massa da peneira + areia (g) Massa da peneira (g) Massa de Areia (g) 80 571,2 347,2 224,0 100 360,5 341,8 18,7 115 349,3 335,0 14,3 170 343,8 328,9 14,9 250 344,4 333,2 12,1 fundo 315,6 300,5 15,1 A partir dos dados apresentados, usou-se de uma tabela com as diferentes peneiras Mesh-Tylers para se obter tanto o diâmetro de cada uma quanto o médio, proveniente da média entre duas peneiras consecutivas. Assim, foi possível construir a tabela 5 contendo a fração acumulada. Tabela 5 – Análise granulométrica diferencial e cumulativa Com o auxílio da Tabela 5, foi possível ainda, construir o Gráfico 1 que demonstram o crescimento das frações acumuladas bem como o histograma demonstrado pela Figura 4. Gráfico 1 – Frações acumuladas de Finos e Grossos. Figura 4 – Histograma do peneiramento Usando dos dados obtidos anteriormente, é possível construir dois diferentes modelos matemáticos o Gates-Gaudin-Schulman (GGS) e o Rosin-Ramler-Bennet (RRB), uma vez que eles representam métodos diferentes para a obtenção do diâmetro de Sauter (Equação 3). Para o primeiro dos modelos usa-se as Equações 4 e 5 respectivamente. (𝜑 <) = ( 𝐷 𝑘 ) 𝑚 (Equação 4) ln(𝜑 <) = 𝑚. 𝑙𝑛𝐷 − 𝑚. ln 𝑘 (Equação 5) Baseado nesses dados foi possível montar a Tabela 4.5, e com o auxílio dele o gráfico 2 Esse gráfico fornece como coeficientes angular o valor de m da equação 5, e à partir dele é possível calcular o valor de k. Tabela 6 – Tabela para os cálculos GGS. Gráfico 2 – linearização da Análise GGS. A linearização da equação forneceu o valor de m= 1,5364, uma vez que esse é o coeficiente angular. De modo análogo, é possível calcular o valor de k como k=0,4336 usando o coeficiente linear, assim: −𝑚. ln 𝑘 = 1,2836 𝑘 = 𝑒 1,2836 −𝑚 𝑘 = 𝑒 1,2836 −1,5364 𝑘 = 0,4336 Com esses dados usou-se a Equação 8, de modo a descobrir Sauter proveniente de GGS, assim, tem-se: 𝐷𝑠 = (𝑚 − 1)𝑘 𝑚 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 8) 𝐷𝑠 = (1,5364 − 1) ∗ 0,4336 1,5364 = 0,1514 𝑚𝑚 Esse diâmetro de Sauter GGS foi comparado com aquele proposto pela equação 3: Para a realização desses cálculos, aplicou-se os diâmetros médios provenientes da Tabela 5.4 aos Di, com exceção de D1, o qual optou-se por usar 0,175 mm, o mesmo da Peneira de Mesh 80. Assim, obtém-se o valor de dps. 𝑑𝑝𝑠 = 1 ∑ ( 𝜑 𝐷𝑖 )𝑛𝑖=1 0,1310 𝑚𝑚 No que se diz respeito ao outro modelo (RRG), utilizam-se as equações 6 e 7. (Equação 6) (Equação 7) Usando desses dados foi possível montar a tabela 7, e com os dados dela foi possível descobrir os parâmetros “n” e D’. Tabela 7 – Dados tabelados para o modelo RRB. Essas tabelas forneceram o gráfico 3, bem como a equação da sua linearização. Gráfico 3 - linearização da Análise RRB. Usando da análise gráfica, foi possível determinar o valor do parâmetro como n=1,6434, tendo em vista que esse é o coeficiente angular. De mesmo modo, ao comparar a equação com o coeficiente linear obtém-se o valor do outro parâmetro como sendo D’= 0,3786. −𝑛. ln 𝐷′ = 1,5962 𝐷′ = 𝑒 1,5962 −𝑛 𝐷′ = 𝑒 1,5962 −1,6434 𝐷′ = 0,3786 Analisando os gráficos, foi possível obter os valores dos mínimos quadrados para as linearizações tanto no GGS (R2=0,9969) quanto no RRB (R2 = 0,9967). Como as análises de mínimos quadrados mostraram que o modelo GGS está mais perto de 1 do que o RRB, considera-se que esse contenha menos erros e se aproxime dos resultados ideais. Comparando o diâmetro de Sauter (dps) com o obtido pelo GGS, foi possível chegar a um desvio usando a equação 9. 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 (%) = |𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑜𝑐𝑜 − 𝐸𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙| 𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑥 100 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 9) 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 (%) = |0,1310 − 0,1514| 0,1310 𝑥 100 = 15,57% Em geral o desvio entre os diâmetros de Sauter podem ser considerados pequenos, e estes podem ter sido ocasionados por prováveis imprecisões nas coleta de dados, bem como perda mássica durante o processo, tal qual a massa total não totalizar as 300g inicialmente usadas. Outro fator que pode ser levado em consideração é como para os cálculos do primeiro ponto decidiu-se por usar o diâmetro da própria peneira, e o mesmo não ocorreu nos demais, sendo um média das duas consecutivas, isto pode ter gerados falhas que divergiram os resultados finais. 5.2. Pipeta de Andreasen Foram anotados os seguintes dados referentes ao experimento da pipeta de Andreasen: Massa de areia: 8g Volume de solução de hexametafosfato (g) = 465 mL Abaixamento do nível da suspensão na pipeta = 6,3 cm C0 (g/l) = 8𝑔 0,465 𝐿 = 17,2043 𝑔/𝐿 As informações com relação à massa dos beckeres e massas de areia estão contidas na Tabela 8: Tabela 8 – Dados obtidos experimentalmente para a Pipeta de Andreasen. Com os dados do abaixamento da suspensão bem como a informação de que a pipeta de Andreasen possui 20,0 cm, é possível estimar a partir do volume inicial e da diferença de alturas quanto é o volume de hexametafosfato retirado da pipeta através da Equação 10. 𝑉𝑓 = 𝑉𝑖 (ℎ𝑖− ℎ𝑓) ℎ𝑖 (Equação 10) 𝑉𝑓 = 0,465 𝐿 𝑥 (20,0 − 6,3 𝑐𝑚) 20 𝑐𝑚 = 0,3185 𝐿 Em que Vf é o volume final, Vi o volume inicial, hi é altura inicial e hf, a altura final. Com base nesses valores, foi possível estimar a variação de líquido através do tempo, deste modo montou-se a Tabela 9, em que se há a informação estimada da concentração de areia em cada uma das amostras medidas. Tabela 9 – Concentração para cada amostra Com o intuito de se calcular a velocidade de decantação utilizou-se a equação 11, em que z é definido como uma média da variação da altura da pipeta para cada alíquota, portanto z= (20,0 -6,3 cm)/13 = 1,0538 cm. Em que 13 são os números de amostras retiradas. 𝑉𝑡 = 20,0 − 𝑧. 𝑛 𝑡𝑛 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 11) Em que Vt é a velocidade terminal, n é a representação da alíquota e tn é o tempo em que alíquota foi medida. De modo similar, com as equações 12 e 13, foi possível calcular o diâmetro de Stokes e as variações da concentração estimadas (X(DST)). 𝐷𝑆𝑇 = √ 18𝜇𝑉𝑡 (𝜌𝑆 − 𝜌𝑓)𝑔 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 12) 𝑋(𝐷𝑆𝑇) = 𝑐(𝑡) 𝑐(0) (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 13) Em que: 𝜇 é a viscosidade da água (pela literatura: µ=0,5346 g/cm.min); ρS é a massa específica da areia (pela literatura: ρS =3 g/cm³) ρf: massa específica da água (ρf =1 g/cm³) g: aceleração da gravidade (g=9,81 m/s2= 3531600 cm/min²). Assim, com base nas equações acima foi possível montar a Tabela 10, e a partir dela fazer a distribuição dos diâmetros de partículas (Gráfico 4). Tabela 10 – Dados calculados para a prática da pipeta. Gráfico 4 - Diagrama da Relação entre a fração mássica (X(Dst)) vs DST para a Pipeta de Andreasen. O diagrama em si mostra um comportamento parecido com o linear com a exceção de alguns pontos que provavelmente foram tirados erroneamente (como o primeiro, muito longe dos demais). O significado disso diz respeito à relação entre velocidade terminal e diâmetro de Stokes, uma vez que há a tendência de partículas maiores decantarem mais rapidamente. O mesmo experimentomostra como a concentração de areia em líquido tende a diminuir conforme a decantação ocorre, porém, às partículas menores que o diâmetro de strokes tendem a se manter retidas. 6 Conclusão A prática Moagem, Peneiramento e Pipeta de Andreasen, se mostraram um conjunto de processos simples e eficazes, que podem ser considerados muito interessantes, desde que os devidos cuidados sejam tomados na hora de executá-los. De maneira geral, o resultado obtido para o diamêtro médio de Sauter para as frações classificadas foi de 0,1310mm e para diâmetro médio de Sauter pelo modelo GGS têm-se como valor 0,1514mm, apresentando um desvio percentual de 15,57%, considerado relativamente baixo, mostrando-se assim um resultado satisfatório. Referências GOMIDE, R.; Operações Unitárias – 1o volume – Operações com sistemas sólidos granulares. São Paulo: Edição do autor, 1983. GREEN, Don W.; PERRY, Robert H.; Perry’s Chemical Engineers’ Handbook. 8a edição; McGraw-Hill; 2008. McCABE, Warren L.; SMITH, Julian C.; HARRIOTT, Peter; Unit operations of chemical engineering. 5a edição. McGraw-Hill, 1993. CREMASCO, Marco Aurélio; Operações unitárias em sistemas particulados e fluidomecânicos. São Paulo: Blucher, 2012. DIAS, J. Alveirinho; A análise sedimentar e o conhecimentos dos sistemas marinhos. 2004. Disponível em: <https://www.ufjf.br/baccan/files/2012/11/Granulometria.pdf >. Acesso em: 11 de setembro de 2021.
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