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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA, DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA. CURSO: ENGENHARIA QUÍMICA, DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA – 216, TURMA: 7 RELATÓRIO: ELUTRIAÇÃO ALUNOS: BRUNA MIYASAKI GONÇALVEZ RA: 99488 GUILHERME CAVICHIONI RA: 100677 KAROLINA BEATRIZ ALBERTI RA: 99887 LARISSA YUKIE PIANHO RA: 98776 LÍVIA MARIA BORGES SALLA RA: 100132 STELLA CABRAL GUIMARÃES RA: 100667 PROFESSOR: QUELEN LETÍCIA MARINGÁ, 2019 1. INTRODUÇÃO No ramo da Engenharia Química há diversas Operações Unitárias, as quais são divisões que compõem os processos industriais. Sendo que, foi no período de 1915 a 1960 que houve um crescimento científico acerca das etapas que aconteciam, e se repetiam, na planta de uma indústria. Nesse contexto, a Elutriação é um método indireto que consiste na medida na medida de velocidade de decantação de uma partícula e um fluido. A Elutriação é uma operação unitária de separação de sólido-sólido que se baseia no princípio da diferença de velocidades terminais. Um universo de partículas com diferentes diâmetros e massas específicas apresentam uma distribuição de velocidades terminais, e essa diferença é usada como fator determinante na separação dessas frações de sólido. Dessa forma, a Elutriação permite uma classificação granulométrica mais precisa, uma vez que a técnica não ocorre aglomeração do processo de peneiramento. As partículas, então, são classificadas de maneira mais eficiente e o processo é mais rápido em comparação a outros métodos. A grande vantagem do elutriador é que ele permite efetuar medidas instantâneas das partículas separadas. Uma desvantagem é que a velocidade dos elutriadores terão sempre a mesma razão, dependendo então da vazão dos mesmos. O processo de Elutriação pode ocorrer de duas formas: em batelada e contínua. Em batelada é realizada objetivando a separação das variadas frações, deve-se parar o processo e alterar a vazão de entrada, sendo que a entrada pode ser na parte inferior do sistema. A contínua é realizada por um conjunto de elutriadores de diferentes diâmetros, geralmente em ordem crescente de diâmetro e operando a uma vazão de fluido constante. Para cada um desses diâmetros, há uma área de seção transversal diferente, gerando, então, diferentes velocidades. Sendo que, quanto maior o diâmetro, menor a velocidade, de acordo com a Equação 1, onde Q é a vazão de entrada do elutriador, 𝜐 é a velocidade e A é a área transversal de entrada do equipamento. 𝜐 = 𝑄 𝐴 (Equação 1) Na indústria, muitas vezes a Elutriação é realizada com o ar sendo uma medida importante na determinação de poeiras contaminantes. Além disso, esse processo é amplamente utilizado nas mineradoras, no setor alimentício e nas indústrias de óleo. Seu formato está expresso na Figura 1. Figura 1 – Módulo de um Elutriador (Fonte. Cremasco, 2014) 2. OBJETIVOS Realizou-se a prática referente a este relatório com o objetivo de fazer um estudo hidrodinâmico de separação e caracterização de partículas a partir de um conjunto de elutriadores. 3. PROCEDIMENTOS 3.1 Materiais Conjunto de três elutriadores; Rotâmetros R1, R2, R3; Três erlenmeyers (coletores), devidamente enumerados de 1 a 3; Microesferas de vidro; Balança analítica; Solução de hexametafosfato de sódio; Funil conectado a uma mangueira; Béqueres numerados de 1 a 4; Balde de plástico; Estufa. 3.2 Métodos 1) Verificou-se inicialmente se a válvula de alimentação do reservatório de água V1 (registro verde) estava totalmente aberta; 2) Encheu-se com águas os 3 coletores devidamente numerados, que foram posteriormente acoplados na parte inferior de cada elutriador. Posicionou-se o balde de plástico na saída do elutriador 3. 3) Abriu-se a válvula de alimentação dos rotâmetros V2 (registro azul) e regularam-se os rotâmetros R1, R2 e R3 para a vazão máxima. Os três elutriadores começaram a encher. 4) Pesaram-se as microesferas de vidro (peso em torno de 50g) e anotou- se a massa na Tabela 6. Em seguida, transferiram-se as microesferas para um béquer, adicionando vagarosamente a solução de hexametafosfato de sódio utilizando um bastão de vidro, agitando vagorosamente à mistura. 5) Regulou-se a vazão de cada elutriador. Para os rotâmetros 1 e 2 as vazões foram estabelecidas previamente e estavam marcadas na escala de cada rotâmetro. Para o terceiro rotâmetro o que estava marcado era uma faixa de valores de vazão. Ajustou-se um valor arbitrário dentro da faixa estabelecida. 6) Com um béquer e um cronômetro aferiu-se a vazão do terceiro elutriador, medida que foi repetida ao final do experimento. 7) Com os elutriadores cheios, adicionaram-se as microesferas de vidro em suspensão, na parte superior do elutriador 1 (utilizou-se um funil acoplado a uma mangueira). As partículas em suspensão foram adicionadas cuidadosamente e em pequenas porções. 8) Com o sistema em operação, observou-se a sedimentação do material que aconteceu nos três elutriadores e sua deposição ao fundo dos três coletores. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A massa de microesferas de vidro adicionada aos elutriadores foi de m=49,34 g. Os dados obtidos para cada elutriador encontram-se na tabela 1. Tabela 1. Dados Elutriação Dados Elutriador 1 Elutriador 2 Elutriador 3 vazão (mL/min) 114 316 97,80 diâmetro (cm) 2,13 5,26 9,22 massa béquer vazio (g) 61,1 84,31 84,37 massa béquer após secagem (g) 74,020 106,048 91,426 massa de partículas (g) 12,92 21,738 7,056 Pode-se considerar que a velocidade terminal das partículas é a mesma velocidade do fluido nos elutriadores. Partículas com a velocidade terminal maior decantam e com velocidade menor são carregadas até o próximo elutriador. As velocidades terminais foram calculadas através da Equação 1. O diâmetro das partículas pode ser calculado sabido os valores das velocidades terminais. Primeiramente o diâmetro foi calculado pelas correlações de Coelho&Massarani (1996), para 0,65≤Φ≤1 e Re<5x104, correspondentes as Equações 2 a 6. Os dados utilizados encontram-se na Tabela 2 e os valores obtidos através das equações encontram-se na Tabela 3. 𝑉𝑡 = 𝑄 𝐴 (Equação 1) 𝐶𝑑 𝑅𝑒 = 4.𝑢.(𝜌𝑠−𝜌𝑓).𝑔 3.𝜌𝑓 2.𝑉𝑡 3 (Equação 2) 𝑅𝑒 = [( 24 𝐾1. 𝐶𝑑 𝑅𝑒 ) 𝑛/2 + ( 𝐾2 𝐶𝑑 𝑅𝑒 ) 𝑛 ] 1/𝑛 n=0,88 (Equação 3) 𝐾1 = 0,843. log ( Φ 0,065 ) (Equação 4) 𝐾2 = 5,31 − 4,88. Φ (Equação 5) 𝐷𝑝 = 𝑅𝑒.𝜇 𝜌𝑓.𝑉𝑡 (Equação 6) Tabela 2. Dados. Dado s Valores ρf (Kg/m3) 1000 ρs (Kg/m3) 2600 μ água (Kg/m.s) 0,00001 g (m/s2) 10 Φ vidro 1 K1 1 K2 0,43 n 1,3 Tabela 3. Resultados obtidos. Vt (m/s) Cd/Re Re Dp (μm) 0,0107 0,174 15,181 14,419 0,00485 1,870 3,947 8,138 0,000488 1835,690 0,115 2,357 Através destes dados pode-se concluir que as microesferas com diâmetros iguais ou maiores que 14,419μm ficaram retidas no elutriador 1. As de diâmetros maiores ou iguais 8,138μm ficaram retidas no elutriador 2 e as de diâmetros iguais ou maiores que 2,357μm no elutriador 3. Microesferas com diâmetros menores que 2,357μm foram descartadas no balde, após passagem pelo elutriador 3. A massa adicionada aos elutriadores foi de 49,34g e a recolhida de 41,714g. As perdas podem ser devido a existência de partículas de diâmetros menores que as retidas no elutriador 3, sendo descartadas no balde, além disso, microesferas podem ter ficado retidas no filtro ou no béquer ao serem adicionadas aos elutriadores. As frações acumuladas de grossos e finos encontram-sena Tabela 4. Tabela 4. Frações de grossos e finos. Massa total (g): 49,34 Massa retida (g) Δφ Δφ> Δφ< Dst Elutriador 1 12,920 0,2619 0,2619 0,7381 14,419 Elutriador 2 21,738 0,4406 0,7025 0,2975 8,138 Elutriador 3 7,056 0,1430 0,8455 0,1545 2,357 Fundos e perdas 7,626 0,1546 1 0 <2,357 Então, confeccionou-se um histograma de caracterização das partículas. Figura 2 – Histograma de caracterização das partículas. Com os dados da Tabela 4, confeccionou-se o gráfico de dispersão da fração acumulada pelo diâmetro das partículas, na Figura 2. 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 Histograma 14.419μm 8,138μm 2,357μm Figura 3 – Fração acumulada de grossos e finos x Diâmetro da partícula 5. CONCLUSÃO Conseguiu-se atingir o objetivo da prática classificando as partículas por seus respectivos tamanhos, utilizando elutriadores. Dessa forma, a amostra foi dividida em escalas de tamanhos, sendo esses muitos pequenos. Logo, conclui-se que o método é eficiente, uma vez que partículas desse tamanho não seriam devidamente separadas em outros processos de separação como o peneiramento, por exemplo. Como era de se esperar, as partículas têm diâmetro em ordem decrescente para os elutriadores, uma vez que as velocidades terminais das partículas maiores são maiores, e por consequência ficam retidas no primeiro elutriador. Isso ocorre analogamente nos demais elutriadores. 6. DIFICULDADES ENCONTRADAS E SUGESTÃO DE MELHORIAS DO EXPERIMENTO Notou-se durante a realização do experimento que uma grande quantidade de água é desperdiçada, visto que no fim do experimento, a água utilizada para preencher o sistema de elutriação é toda jogada fora. Uma solução seria não esvaziar os elutriadores até que todas as turmas realizem o experimento, economizando, assim, uma considerável quantidade de água. 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 2 3 Grossos Finos 7. REFERÊNCIAS (1) KLINGER, CAROLINE; LEIDENS, NATAL Y; NUNES, ISAAC DO S S. Construção de módulo de elutriação como ferramenta de contextualização para ensino. Santo Ângelo – RS: URI, 2017. Disponível em: <http://www.santoangelo.uri.br/anais/ciecitec/2017/resumos/poster/2903.pdf>. Acesso em: 02 maio, 2019. (2) CREMASCO, MARCO AURÉLIO. Operações unitárias em sistemas particulados e fluidomecânicos. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2014.
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