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Livro-8-Criminologia

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XI CONGRESSO RECAJ-UFMG: DESAFIOS, 
TRAVESSIAS E POTENCIALIDADES PARA O DIREITO 
E O ACESSO A JUSTIÇA FACE AOS ALGORITMOS, AO 
BIG DATA E À INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 
CRIMINOLOGIA E 
CYBERCRIMES
MARCO ANTÔNIO ALVES
THIAGO DIAS DE MATOS DINIZ
VIVIANE VIDIGAL DE CASTRO
 
 
C929 
Criminologia e cybercrimes [Recurso eletrônico on-line] organização XI Congresso RECAJ-
UFMG: UFMG – Belo Horizonte; 
 
 Coordenadores: Marco Antônio Alves, Thiago Dias de Matos Diniz e Viviane Vidigal de 
Castro – Belo Horizonte: UFMG, 2020. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN: 978-65-5648-251-4 
 Modo de acesso: www.conpedi.org.br em publicações 
 Tema: Desafios, travessias e potencialidades para o direito e o acesso à justiça face aos 
algoritmos, ao big data e à inteligência artificial. 
 1. Criminologia. 2. Cybercrimes. 3. Tecnologia. I. XI Congresso RECAJ-UFMG (1:2020: 
Belo Horizonte, MG). 
 
 CDU: 34 
_____________________________________________________________________________ 
 
 
XI CONGRESSO RECAJ-UFMG
CRIMINOLOGIA E CYBERCRIMES
Apresentação
É com imensa satisfação que o Programa RECAJ-UFMG – Acesso à Justiça pela Via dos 
Direitos e Solução de Conflitos da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas 
Gerais e o CONPEDI – Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Direito tornam 
público à comunidade científica o conjunto dos oito livros produzidos a partir dos Grupos de 
Trabalho do XI Congresso RECAJ-UFMG: Desafios, travessias e potencialidades para o 
Direito e o Acesso à Justiça face aos algoritmos, ao big data e à inteligência artificial. As 
discussões ocorreram em ambiente virtual ao longo dos dias 18, 19 e 20 de novembro de 
2020, dentro da programação que contou com grandes nomes nacionais e internacionais da 
área, além de cento e sessenta e três pesquisadoras e pesquisadores inscritos no total, 
provenientes de quatorze Estados da federação (AC, AM, BA, CE, MG, PA, PE, PR, RJ, RO, 
RS, SC, SE e SP). Os livros compõem o produto deste congresso, que há mais de uma década 
tem lugar cativo no calendário científico nacional.
Trata-se de coletânea composta pelos cento e oito trabalhos aprovados e que atingiram nota 
mínima de aprovação, sendo que também foram submetidos ao processo denominado double 
blind peer review (dupla avaliação cega por pares) dentro da plataforma PublicaDireito, que é 
mantida pelo CONPEDI. Os oito grupos de trabalho geraram cerca de seiscentas páginas de 
produção científica relacionadas ao que há de mais novo e relevante em termos de discussão 
acadêmica sobre diversos temas jurídicos e sua relação com a tecnologia: Acesso à Justiça e 
tecnologias do processo judicial; Direito do Trabalho no século XXI; Estado, governança, 
democracia e virtualidades; tecnologias do Direito Ambiental e da sustentabilidade; formas 
de solução de conflitos, educação e tecnologia; Direitos Humanos, gênero e tecnologias da 
contemporaneidade; inteligência artificial, startups, lawtechs e legaltechs; e Criminologia e 
cybercrimes.
Os referidos Grupos de Trabalho contaram, ainda, com a contribuição de vinte e quatro 
proeminentes pesquisadores ligados a renomadas instituições de ensino superior do país, 
dentre eles alguns mestrandos e doutorandos do próprio Programa de Pós-graduação em 
Direito da UFMG, que indicaram os caminhos para o aperfeiçoamento dos trabalhos dos 
autores. Cada livro desta coletânea foi organizado, preparado e assinado pelos professores e 
pós-graduandos que coordenaram os trabalhos. Sem dúvida, houve uma troca intensa de 
saberes e a produção de conhecimento de alto nível foi, certamente, o grande legado do 
evento.
Nesta esteira, a coletânea que ora se apresenta é de inegável valor científico. Pretende-se, 
com esta publicação, contribuir com a ciência jurídica e com o aprofundamento da relação 
entre a graduação e a pós-graduação, seguindo as diretrizes oficiais da Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Importante lembrar, ainda, da 
contribuição deste congresso com a formação de novos pesquisadores na seara 
interdisciplinar entre o Direito e a tecnologia, uma vez que o número de graduandos que 
apresentaram trabalhos de qualidade foi expressivo.
O Programa RECAJ-UFMG existe desde 2007 e foi criado poucos meses após o Conselho 
Nacional de Justiça ter iniciado o Movimento pela Conciliação. Durante a I Semana Nacional 
de Conciliação, em 2006, a Faculdade de Direito da UFMG, por meio de seu então diretor, 
Professor Doutor Joaquim Carlos Salgado, firmou o compromisso, em 4 de dezembro de 
2006, de envidar esforços para incluir disciplina sobre as formas de solução de conflitos na 
grade curricular da faculdade.
De forma pioneira no país e observando a necessidade de estudo e aprofundamento dos temas 
do acesso à justiça e das formas de solução de conflitos complementares ao Poder Judiciário, 
a Professora Doutora Adriana Goulart de Sena Orsini passou a ofertar a disciplina “Formas 
de Resolução de Conflitos e Acesso à Justiça” no período de 2007-2017, em todos os seus 
semestres na Faculdade de Direito da UFMG.
Nesse contexto, o Programa RECAJ-UFMG atua desde o início em atividades de ensino, 
pesquisa e extensão em acesso a justiça pela via dos direitos e soluções de conflitos. Reúne 
grupos de alunos e ex-alunos da graduação e da pós-graduação stricto sensu que, sob 
orientação da Prof. Adriana, passaram a estudar de forma aprofundada os temas nucleares do 
Programa e aqueles que lhes são correlatos. Desenvolvendo uma série de projetos, tais como 
grupo de estudos, disciplinas optativas, seminários, pesquisas, cursos de formação, atividades 
de extensão, dentre outras, o Programa RECAJ-UFMG honra a sua vocação para ações 
variadas em seus temas de forma responsável, séria, atualizada, científica e contemporânea. 
No RECAJ-UFMG, a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e a extensão é uma marca 
distintiva.
Agradecemos ainda a todas as pesquisadoras e pesquisadores pela inestimável contribuição e 
desejamos a todos uma ótima e proveitosa leitura!
Belo Horizonte-MG, 26 de novembro de 2020.
Profª. Drª. Adriana Goulart de Sena Orsini - Coordenadora do Programa RECAJ-UFMG
Prof. Dr. Caio Augusto Souza Lara - SKEMA Business School/ESDHC/CONPEDI
Prof. Dr. José Eduardo Resende Chaves Júnior - SKEMA Business School/PUC Minas
ESTUPRO VIRTUAL: A FOMENTAÇÃO DA TECNOLOGIA E PORNOGRAFIA 
PARA O NOVO EMPECILHO DO JUDICIÁRIO
VIRTUAL RAPE: THE PROMOTION OF TECHNOLOGY AND PORNOGRAPHY 
FOR THE NEW OBSTACLE OF THE JUDICIARY
Clara Aguiar de Freitas Alves
Resumo
A presente pesquisa tem o intuito de analisar acerca do estupro virtual, buscando evidenciar 
seu conceito e suas motivações. É investigado, também, os avanços tecnológicos, e a 
evolução da internet fizeram com que esse crime se dissipasse. Além disso, é importante 
salientar que a pornografia reflete as visões machistas, reforçando o ideal de que a mulher é 
objeto, que, por isso, poderia ser violentada. Para tanto, a pesquisa está inserida na vertente 
metodológica jurídico-sociológica, a técnica trata-se de pesquisa teórica, usando-se do 
raciocínio dialético. Quanto à investigação, pertence à classificação de Witker (1985) e 
Gustin (2010), o tipo jurídico-projetivo.
Palavras-chave: Pornografia, Internet, Estupro virtual, Machista
Abstract/Resumen/Résumé
This research aims to analyze about virtual rape, seeking to highlight its concept and 
motivations. It is also investigated, technological advances, and the evolution of the Internet 
caused this crime to dissipate. In addition, it is important to point out that pornography 
reflects the sexist views, reinforcing the ideal that the woman is an object, which, therefore, 
could be raped. Therefore, the research is inserted in the legal-sociologicalmethodological 
aspect, the technique is theoretical research, using dialectical reasoning. As for the 
investigation, it belongs to the classification of Witker (1985) and Gustin (2010), the legal-
projective type.
Keywords/Palabras-claves/Mots-clés: Porn, Internet, Virtual rape, Sexist
6
1 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
A pesquisa em pauta aborda sobre um imbróglio surgido na contemporaneidade com 
o avanço cada vez mais rápido da tecnologia, a qual é o surgimento de uma nova modalidade 
de estupro: o virtual. Diante disso, é possível afirmar que a internet permitiu um maior alcance 
de informações e troca de dados para todos os indivíduos em uma velocidade extraordinária. 
Porém, deu a possibilidade também de ser um meio alternativo de reprodução do patriarcado 
enraizado na sociedade, o qual normaliza a violência contra a mulher. 
Nesse tocante, o surgimento desse novo tipo de violência vem se mostrando um desafio 
para o sistema Judiciário do Brasil, o qual, assim como toda a sociedade, tinha o entendimento 
de estupro como a necessidade de conjunção carnal. Assim, no ano de 2009, através da lei 
12.015, o Código Penal passou por tranformações em seu artigo 213 para ampliar o conceito de 
estupro: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou 
a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso” (BRASIL, 2015). 
A partir disso, tem-se a abertura do leque de violência contra o gênero feminino para 
o âmbito virtual, onde é o ambiente em que o agressor se sente protegido, uma vez que se 
esconde por trás de usuários falsos, o uso da identidade de outro indivíduo e das diversas senhas. 
Ademais, esses não estão no mesmo local físico que sua vítima, mas mesmo assim consegue 
fazer com que essas passem por uma sensação de constrangimento e medo, dando a eles o 
sentimento de impunibilidade. 
Além disso, é preciso salientar sobre a banalização da pornografia, a qual fornece para 
o seu público um conteúdo de extrema violência contra a mulher, a fazendo de submissa e 
evidenciando que a figura masculina tem total poder sobre essa. Levando isso em conta, é 
ensinado à esses últimos que a figura feminina é somente um objeto que pode ser usado 
exclusivamente para seu prazer sexual. Logo, tem-se que a internet foi um instrumento que 
possibilitou que esse homem perpetuasse as ações descritas contra a mulher, a obrigando a fazer 
o que esse queria. 
A pesquisa que se propõe pertence à vertente metodológica jurídico-sociológica. No 
tocante ao tipo de investigação, foi escolhido, na classificação de Witker (1985) e Gustin 
(2010), o tipo jurídico-projetivo. O raciocínio desenvolvido na pesquisa será 
predominantemente dialético. Dessa maneira, a pesquisa busca investigar como o mundo da 
tecnologia, bem como o uso excessivo de pornografia foram crusciais para que o estupro virtual 
começasse a ocorrer, além de esclarecer o problema do sistema Judiciário em relação à essa 
problemática.
7
2 
 
2. A PORNOGRAFIA, O INCENTIVO A AGRESSÃO E OS IMPACTOS NAS 
AÇÕES MASCULINAS 
A pornografia é uma indústria de entreterimento a qual não surgiu no mundo 
hodierno, entretanto teve seu uso incentivado pelo surgimento da tecnologia e das redes 
sociais. Segundo o texto “Consumo de pornografia midiática e masculinidade”, dos autores 
Melissa Toledo Borges e Rafael de Tilio, tem-se que: 
O avanço tecnológico ocorrido nas décadas finais do século XX promoveu uma 
explosão da exibição de corpos em fotografias, cinema, televisão e internet – em 
outras palavras, uma proliferação da produção, distribuição e consumo da 
sexualidade. A internet e a rede mundial de computadores facilitaram não somente 
o consumo de material pornográfico, mas igualmente sua produção (profissional ou 
amadora). (BORGES; TILIO, 2018, p.3) 
 
A partir desse trecho, é possível afirmar que a internet fomentou essa indústria de 
modo a maximizar seu uso pelos indivíduos. Entretanto, em decorrência de seu maior público 
ser homem, todo seu conteúdo demonstra uma visão masculina do ato sexual, o qual é mais 
objetiva, visual e sem nenhum envolvimento emocional entre as partes. Com isso, nota-se 
que todo esse mercado é controlado por esses indivíduos, inclusive no que tange aos 
bastidores do filme, como os câmeras. 
Nesse tocante, fica evidenciado uma perpetuação dos estigmas do patriarcado e 
machismo, o qual evidencia a mulher semelhante a um mero objeto de propriedade, sendo 
passível de submissão. Desse modo, elas são vendidas como mercadorias que servem para 
alimentar o desejo e o prazer sexual da figura masculina, estimulando a violência e a 
humilhação dessas perante a dominação. Segundo o texto “Feminismo e pornografia: 
distaciamento e aproximações e possíveis”, das autoras Léa Menezes de Santana e Lindinalva 
da Silva Rubim, afirma-se que: 
A pornografia é o veículo que apresenta a verdade do sexo, já que ali está 
representado como os homens veem o mundo, como eles acreditam que este deveria 
operar. Também no que diz respeito à relação entre homens e violência, 
MacKinnon concorda com Dworkin, quando coloca que os homens se excitam com 
imagens de mulheres degradas e ultrajadas. (SANTANA; RUBIM, s.d., p.7) 
 
É revelado para a figura masculina como que o ato sexual deve ser e como ele deve 
ser portar perante a situação, além de evidenciar sobre o que a mulher deve se submeter nesse 
momento. Isso faz com que as ações do homem sejam extremamente impactadas, se fazendo 
mais agressivas e de uma dominação maior, além de não demonstrar nenhum respeito perante 
a figura feminina, excluindo que essas não possuem desejos nem vontades próprias, tendo 
que se submeter a condições péssimas de tratamento. 
8
3 
 
Além disso, os filmes pornográficos, ao evidenciarem essa relação de dominação 
em que a figura femina serve de mercado para consumo, revela à figura masculina a 
necessidade de demonstração de sua força viril hora do ato sexual. Acerca disso, o filósofo 
Pierre Bourdieu, em seu livro “A dominação masculina” afima que: 
Mas, em cima ou embaixo, ativo ou passivo, essas alternativas paralelas descrevem 
o ato sexual como relação de dominação. De mogo geral, possuir sexualmente, como 
em françês baiser ou em ingles fuck, dominar é no sentido de submeter a seu poder, 
mas significa tambem enganar, abusar ou, como nós dizemos, ‘possuir’ (ao passo 
que resistir à redução é não se deixar enganar, nao ‘se deixar possuir’). As 
manifestações (legímitas ou ilegítimas) da virilidade se situam na lógica da proeza, 
da exploração, do que traz a honra. (BORDIEU, 2019,p. 39) 
Com isso, afirma-se que o homem deseja possuir a mulher como um forma de 
mostrar para os demais que possui virilidade e força, seja de qualquer modo pelo qual ela é 
representada, como através da violência. Nesse tocante, a ativista, poeta, e líder do 
movimento feminista mundial Robin Morgan, sintetiza que “a pornografia é a teoria, e o 
estupro é a prática” (MORGAN, 1980 apud RUBIM; SANTANA, s.d., p.7). A maneira pela 
qual foi aprasentado para seu público alvo a maneira como o ato sexual deveria acontecer, 
ensinou para os indivíduos que as mulheres podem ser usadas e abusadas do jeito que 
quiserem. O estupro é a prática desse ensinamento, sendo esse uma forma de humilhação do 
homem perante a figura feminina, na tentativa de mostrar sua grandiosa masculinidade. 
Esse crime citado, diferentemente do senso comum, para o agressor, o mais 
importante não é o ato em si, mas sim como que esse se percebe em uma situação de 
dominação sobre sua vítima, notando todo o medo e receio que está sendo ezalado por ela. 
Com isso, afirma-se que isso pode ocorrer tanto em um ambinete fiísico ou em um ambiente 
virtual, uma vez que nesse último, quem está praticando o crime citado também se vê em 
uma situação de superioridade, ao ameaçar a fugura femina com a exposição de suas fotos e 
vídeos íntimos na internet. 
3.O ESTUPRO VIRTUAL, O MUNDO SECRETO DA INTERNET E OS 
EMPECILHOS NO SISTEMA JUDICIÁRIO 
O crime de estupro, previamente à mudança realizada pela lei de número 12.015 de 
2009, era previsto no artigo 213 do Código Penal e era tipificado como: “Constranger mulher 
à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça” (BRASIL,1940). Entretanto, com 
as alterações promovidas pela lei mencionada, a nova redação desse crime se tornou 
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a 
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso” (BRASIL, 2015). 
9
4 
 
Percebe-se que houve um aumento do alcance na lei acerca do ato de estuprar, 
afirmando que não é necessário a existência do contato físico da vítima com o agressor. Nesse 
casos, a presença da grave ameaça realizada pelo agente é essencial para a consumação do 
crime, a qual se apresenta através da possível exposição e divulgação de fotos e vídeos de 
cunho sexual onde a ofendida mostra-se nua. Essa ação detém o objetivo de a constranger e 
a impor medo afim de que se efetive o ato libidinoso. Posto isso a sofrente é coagida a exercer 
esse ato em si mesma, contribuindo para o desejo libidinoso do ofensor, para que seja 
preservado o sigilo de sua intimidade por meio do receio e da frustração. 
Baseado na mudança de entendimento da lei de violação sexual, abrangendo os 
crimes digitais, tem-se o trecho abordado pela autora Letícia Ferreira dos Santos, em sua 
monografia “Estupro virtual: uma abordagem jurídica”: 
Ao falar sobre violência contra a mulher no ambiente virtual, existe uma nova 
estrutura social, no qual se tange os avanços da inserção da internet nas relações 
sociais, pelo qual existe uma responsabilidade por mudanças em diversos âmbitos 
da sociedade. A denominada sociedade em rede que apresentada nos dias de hoje 
tem tantos desafios como também possibilidades á quais se destacam os riscos no 
ciberespaço que proporcionam para a ocorrência de crimes. (SANTOS, 2019, p. 32) 
Diante desse fragmento, é inegável que a internet foi um meio de extrema 
importância para o desenvolvimento e evolução da humanidade, permitindo a troca de 
informação de maneira mais rápida e eficaz, bem como a disseminação de conteúdos e 
opiniões. Entretanto, foi um dos intrumentos pelo qual o patriarcado, ideologia enraizada 
desde os primórdios na sociedade, se fez mais presente no cotidiano dos indivíduos. Esse 
forneceu aos seres humanos uma outra possibilidade, além das convencionais, de tratar a 
mulher como um objeto de dominação da figura masculina, normalizando as violências 
sofridas por elas, o que fez com que criasse novos desafios para seu combate. 
Outrossim, nesse ambiente virtual é viável que um indivíduo crie diversos usuários 
das mais distintas redes sociais existentes, contendo, cada um deles, diferentes tipos de senhas 
e proteções. Isso proporciona ao agressor formas de se camuflar perante o vasto mundo da 
internet, o qual se emprega uma mascára ao simular ser um indivíduo que ele não é. Desse 
modo, fica extramemente dificil rastreá-lo quando esse comete um dos inúmeros crimes, os 
quais, muitos não estão tipificados em lei. Nesse tocante, os autores Tamires Amanda Belani 
Vignoto e Ricardo Silveira e Silva revelam que: 
“Resumindo, com a internet é possível o pobre fingir ser rico e o culto ser totalmente 
ignorante, não há limitações e nem diferenciações no que tange à cor, raça, religião, 
idade, estética corporal, enfim, todos têm os mesmos direitos e podem se destacar 
por mérito e habilidades, sem nenhum preconceito aparente.”(SILVA; VIGNOTO, 
10
5 
 
2019, p. 7) 
Em vista disso, esse surgimento de novas modalidades de violência contra a mulher 
de modo mais rápido no ciberespaço exige do sistema Judiciário do Brasil uma maior 
velocidade de adaptação frente as novas realidades. Porém, esse poder, assim como o 
Executivo e Legislativo, reflete a visão machista persistente no país, comprovada a partir da 
maior quantidade de homens do que de mulheres em sua composição, o que faz com que, 
mesmo presente em menor número, essas sejam silenciadas, tendo suas falas e pensamentos 
rejeitados em todos os assuntos. 
Além disso, esse ponto de vista também é comprovado na medida em que os 
indivíduos que redigem as leis, no poder legislativo, sejam de maioria da figura masculina, e 
fazem com que se prevaleça uma ideologia do patriarcado, sendo essa prejudicial à vítima. 
Acerca desses dois fatos as autoras Karine Lopes Nunes e Larissa Aparecida da Costa, 
abordam em seu texto “O surgimento de um novo crime: o estupro virtual”: 
Não é justo que seja tomado como verdade absoluta e que essa seja imposta a todos, 
a experiência de quem apenas leva em consideração o texto de lei, não oferecendo o 
suporte e pacificação necessária para a vítima. (NUNES; COSTA, 2019, p.7). 
A partir desse fato, é inegável que o poder judicial brasileiro impõe para seus 
cidadãos uma visão doutrinária exclusivamente masculina, a qual exclui completamente o 
lado da vítima, a tratando como se ela fosse aquele indivíduo que agiu de modo errôneo no 
contexto do estupro virtual ao, por exemplo, fornecer as irmagens nuas à seu invasor. Assim, 
decorre a supressão do auxílio àquela mulher, uma vez que, por não demonstrar uma 
percepção do lado da pessoa ofendida, não é sabido o que é necessário para que a justiça seja 
feita e sua saúde mental seja reestabelecida. 
Junte à esse cenário a dificuldade de comprovação da palavra da vítima já que ,assim 
como no estupro ocorrido com contato físico entre as duas partes, unicamente a palavra da 
ofendida não é levada em consideração no jugamento. Entretanto as novas tecnologias 
concederam ao agressor a fácil eliminação de todas as provas de seu delito, a partir do ato de 
deletar todas os vídeos e provas de seu aparelho celular, além de alegar que tudo que a vítima 
está evidenciando está distorcindo e alterado por ela, fazendo com que, portanto, sejam 
fundamentais a coleta de outras evidências. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Frente ao exposto, é necessário ressaltar a urgência da feitura de legislações que 
tipificam os novos crimes que surgiram com a evolução da humanidade, a partir do 
11
6 
 
surgimento das milhares de inteligências artificiais. Com isso, é imprescindível que essas leis 
considerem o lado da vítima, tendo a finalidade de a proteger de seu agressor, mesmo que, 
evidentemente, o sistema judiciário brasileiro seja um grande exemplo de reflexo da visão 
machista enraizada no país. 
Além disso, é inquestionável que a conscientização dos usuários que se utilizam 
dessas plataformas digitais também se faz primordial para que o estupro virtual seja 
combatido não somente por um dos poderes do Estado, e sim por toda a população. Para isso, 
um dos meios de divulgação é a própria internet, a partir da disseminação dos perigos que 
existem ao se compartilhar uma foto ou vídeo sensual com qualquer um dos utilizadores dessa 
rede, bem como a demonstração de como o crime discutido repercute na vida de sua vítima. 
Tem-se igualmente o estímulo ao apoio acerca dos movimentos feministas, os quais lutam 
para a proteção dos direitos básicos para a figura feminina, bem como a desconstrução de 
ideologias as quais fazem com que a ofendida seja considerada errônea. 
Tendo tudo isso em vista, acrescente-se a desconhecida perspectiva de que a 
pornografia contribui com o estigma de que o homem exerce um domínio sobre a mulher, o 
que faz com que, supostamente, seja permitido à ele agredi-la e violentá-la, já que ela é 
meramente uma propriedade. Por conseguinte, houve a banalização do estupro na sociedade 
hodierna através da pornografia, o qual, juntamente com os riscos oferecidos pela internet, 
sustentaram o maior aparecimento desse crime no âmbito virtual. 
5. REFERÊNCIAS 
BORGE, Melissa Toledo; TILIO, Rafael de. Consumo de pornografia midiática e 
masculinidade.Periódicus, Salvador, v.1, n. 10, p. 402-426, nov. 2018. Disponível em: 
https://cienciasmedicasbiologicas.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/25851/171
62. Acesso em: 2 nov. 2020. 
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. 16 ͣ. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019. 
BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da 
União, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940 
BRASIL. Lei n. 12.015, de 7 de agosto de 2009. Altera o Título VI da Parte Especial do 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e o art. 1o da Lei no 8.072, 
de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do inciso XLIII do 
art. 5o da Constituição Federal e revoga a Lei no 2.252, de 1o de julho de 1954, que trata de 
corrupção de menores. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l12015.htm#:~:text=Constranger%20algu%C3%A9m%2C%20mediante%20vi
ol%C3%AAncia%20ou,a%2010%20(dez)%20anos. Acesso em: 3 nov. 2020. 
 
12
https://cienciasmedicasbiologicas.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/25851/17162
https://cienciasmedicasbiologicas.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/25851/17162
7 
 
COSTA, Larissa Aparecida; NUNES, Karine Lopes. O surgimento de um novo crime: 
estupro virtual. In: ENCONTRO TOLEDO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 15. 2019, 
Presidente Prudente. Artigo. Presidente Prudente: Toledo Prudente Centro Universitário, 
2019. p. 1-18. 
GUSTIN, Miracy Barbosa de Sousa; DIAS, Maria Tereza Fonseca. (Re)pensando a pesquisa 
jurídica: teoria e prática. 3ª. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2010. 
RUBIM, Lindinalva da Silva; SANTANA, Léa Menezes. Feminismo e pornografia: 
distanciamentos e aproximações possíveis. S.d. Disponível em: 
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/42594558/SANTANA__Lea._Feminismos_e_pornogra
fia.pdf?1455237662=&response-content-
disposition=inline%3B+filename%3DFEMINISMO_E_PORNOGRAFIA_DISTANCIAMEN
TOS.pdf&Expires=1604620273&Signature=TspMQFcOflLGkmWH20ymoqdy7qoTcvOTHp
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CRIMES SEXUAIS E A VULNERABILIDADE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
NOS MEIOS DIGITAIS
SEXUAL CRIMES AND THE VULNERABILITY OF CHILDREN AND 
ADOLESCENTS IN THE DIGITAL MEDIA
Clara de Freitas Barbosa
Marina Apolônio Martins
Resumo
A internet é responsável por avanços na sociedade, possibilitando o amplo acesso às 
informações e o exercício da cidadania. A partir de uma análise contemporânea, o meio 
digital, diante do anonimato e da sensação de impunidade, proporciona um aumento de 
indivíduos que praticam atos de cunho violentos. Assim, a presente pesquisa porta como 
finalidade analisar a vulnerabilidade de crianças e adolescentes frente aos crimes sexuais nos 
meios virtuais. Procurar-se-á compreender, por uma perspectiva jurídica, os impactos 
causados pelos cometimentos desses crimes, perpassando por uma análise de medidas 
capazes de evitá-los.
Palavras-chave: Crimes sexuais, Meios digitais, Adolescentes
Abstract/Resumen/Résumé
The internet is responsible for advances in society, enabling broad access to information and 
the exercise of citizenship. From a contemporary analysis, the digital medium, in the face of 
anonymity and the feeling of impunity, provides an increase in individuals who practice acts 
of a violent nature. Thus, the present research aims to analyze the vulnerability of children 
and adolescents to sexual crimes in virtual environments. We will try to understand, from a 
legal perspective, the impacts caused by the committing of these crimes, going through an 
analysis of measures capable of avoiding them.
Keywords/Palabras-claves/Mots-clés: Sexual crimes, Digital media, Adolescents
14
INTRODUÇÃO 
A priori, a vulnerabilidade é uma condição inerente pela qual o indivíduo se 
enquadra em uma posição suscetível a um maior de risco. Nesse sentido, crianças e 
adolescente são seres mais vulneráveis, de modo que, diante da facilitação de acesso aos 
meios digitais, são constantes alvos de crimes cibernéticos. 
O artigo 227 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 afirma que é 
dever da família, sociedade, bem como do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao 
jovem direitos, dentre eles, colocá-los a salvo de negligência, discriminação, exploração, 
crueldade, opressão, como também violência (BRASIL, 1988). Diante dessa proteção 
constitucional e de outros meios legais, como os presentes no Estatuto da Criança e do 
Adolescente e na Lei da Carolina Dieckmann, nota-se a necessidade de um maior amparo a 
esses indivíduos. 
Por meio desta perspectiva, será abordado, em um viés histórico, o desenvolvimento 
tecnológico e sua evolução na realidade brasileira. Ainda, será exposto números relativos às 
denúncias feitas quanto aos crimes cibernéticos, uma análise direcionada ao direito brasileiro 
e tratamento oferecido por esse diante da prática desses crimes, além da sua aplicação no 
ordenamento jurídico atual. Por fim, será disposto acerca das novidades legislativas, inclusive 
da Lei Carolina Dieckmann e inovações no Código Penal quanto à aplicação de penas mais 
severas nos casos de crimes cibernéticos. 
A presente pesquisa tem seu nascedouro na análise dos crimes sexuais cometidos 
contra crianças e adolescentes, com ênfase no sexo feminino, perpassando por uma análise da 
influência dos meios digitais como meios para a sua ocorrência, a fim de fundamentar 
juridicamente a necessidade de inovações no âmbito da segurança digital e assegurar maior 
proteção constitucional a esses indivíduos. Ademais, o viés metodológico utilizado é o 
hipotético-dedutivo, através da análise de bibliografia especializada, pelo método qualitativo e 
quantitativo. Em relação ao modelo de investigação, adota-se a classificação de Witker (1985) 
e Gustin (2010), bem como o tipo jurídico-projetivo e a técnica estudo de caso. O raciocínio a 
ser desenvolvido caracteriza-se por ser preponderantemente hipotético-dialético, através da 
análise de bibliografia especializada, pelo método qualitativo e quantitativo. 
 
1. DA GLOBALIZAÇÃO E OS CRIMES CIBERNÉTICOS 
Com o advento do desenvolvimento tecnológico, principalmente proporcionado pela 
Guerra Fria, houve um grande avanço no tocante ao acesso a internet. Diante disso, em 1996, 
15
o Brasil teve um notável aprimoramento de tecnologias em relação a utilização da internet, de 
modo que, com a globalização, bem como com o crescente desenvolvimento tecnológico, foi 
possível uma maior conexão de pessoas e, por conseguinte, uma maior transmissão de 
informação. 
Cabe salientar que, de acordo com uma pesquisa feita pelo Centro Regional de 
Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) em 2019, 74% dos 
brasileiros, entre dez anos ou mais, são usuários da internet. Ainda, segundo a Cetic, em 2017, 
85% das crianças e adolescentes, entre nove a dezessete anos, são usuários da internet. Logo, 
a partir dos dados supracitados, nota-se que a maior parte dos brasileiros possuem acesso aos 
meios digitais. 
Nesse sentido, a Lei 12.965 de 2014, popularmente conhecida como Marco Civil da 
Internet, afirma, no artigo sétimo, que o acesso à internet é essencial para o exercício da 
cidadania, de maneira que, aos usuários, são assegurados: 
I a inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação; 
II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, salvo por 
ordem judicial, na forma da lei; 
III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, salvo por 
ordem judicial; 
IV - não suspensão da conexão à internet, salvo por débito diretamente decorrente de 
sua utilização; 
V - manutenção da qualidade contratada da conexão à internet; (BRASIL, 2014). 
Logo, ainda que o acesso à internet seja uma condição de cidadania, não são todos 
que possuem acesso a esse meio, bem como não são assegurados de modo efetivo as garantias 
supracitadas. Dessa forma, embora haja inúmeros benefícios advindos dos meios digitais, 
existem determinados indivíduos que usam das prerrogativas que esses meios oferecem, como 
a dificuldade de punição e o anonimato para empregarem meios ilícitos, como para o 
cometimento de crimes digitais contra crianças e adolescentes. 
As inovações advindas dos meios digitais permitiram uma maior liberdade, bem 
como uma máxima igualdade individual. Todavia, de acordo com Renato Nunes Bittencourt, 
“ela lhes retira a habilidade de distinguir as pessoas com as quais se relacionavam 
virtualmente, além de lhes restringir a capacidade de diferenciar a sensação de segurança da 
ideia de segurança como realidade” (2016, p. 3). Dessa forma, partindo de premissas, 
principalmente a presente no artigo 227 da Constituição Federal, os direitos das crianças e 
adolescentes são de absoluta prioridade e, como são mais suscetíveis a riscos em razão da 
16
vulnerabilidade, nota-se uma criminalização de atitudes aparentemente consensuais, mas essas 
não podem ser consideradas livres, tendo em vista a ausência de capacidade da vítima (DA 
CUNHA, 2017). 
 
2. DOS CRIMES CIBERNÉTICOS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
Inicialmente, não há um consenso doutrinário quanto a terminologia adequada para 
conceituar crime cibernético. Nesse sentido, Patrícia Santos da Silva afirma que: 
(...) não há uma nomenclatura sedimentadapelos doutrinadores acerca do conceito 
de crime cibernético. De uma forma ou de outra o que muda é só o nome atribuído a 
esses crimes, posto que devem ser observados o uso de dispositivos informáticos, a 
rede de transmissão de dados para delinquir, o bem jurídico lesado, e ainda deve a 
conduta ser típica, antijurídica e culpável. (DA SILVA, 2015, p. 39). 
Assim, adotamos o conceito de que o crime cibernético é definido como uma ação ou 
omissão, através de um computador, celular ou qualquer outro meio virtual, tanto público 
quanto privado, que viole a lei ou algum direito fundamental do indivíduo. 
Aludindo à temática dos crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes, de 
acordo International Centre for Missing and Exploited Children (ICMEC), as tipologias mais 
comuns referentes aos crimes virtuais contra esses são: sexting (trocas de mensagens de cunho 
sexual), sextortion (chantagem diante posse de imagens de cunho sexual) e grooming 
(relação entre adulto e uma criança com objetos sexuais). (BRASIL, 2015) 
 Dessa maneira, tendo em vista os dados supracitados quanto ao uso da internet, com 
ênfase nas crianças e adolescentes entre nove a dezessete anos, nota-se que esses configuram 
um grupo vulnerável em relação aos crimes cometidos no meio digital. Nesse viés, segundo 
dados disponibilizados pela associação civil SaferNet, em 14 anos, o número de denúncias 
anônimas de crimes cibernéticos passou de 20 mil (SAFERNET, 2018). 
Ainda, segundo TIC Kids 2013/CGI, de 100 crianças, 52 de nove a dez anos 
possuem perfil próprio na rede de maior uso (BRASIL, 2015). Portanto, com o decorrente 
avanço e a publicização dos meios digitais, o acesso é crescente ao longo do tempo, de 
maneira que as crianças que já eram consideradas vulneráveis, configuram-se ainda mais 
suscetíveis a serem vítimas de crimes nos meios virtuais. 
Os crimes digitais contra as crianças e adolescentes, principalmente do sexo 
feminino, precisam ser analisados de maneira cautelosa e com mais veemência, pois há um 
constante crescimento de dados relativos aos crimes cibernéticos contra esses. Diante disso, é 
indispensável medidas mais eficazes para conter crimes virtuais e proteger crianças e 
17
adolescentes em qualquer âmbito, a fim de exercerem o direito de acesso à informação, à 
tecnologia e sua liberdade sem ter seus direitos violados. 
 
3. DO TRATAMENTO DO DIREITO BRASILEIRO E CRIMES 
CIBERNÉTICOS 
Com o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos meios digitais, principalmente da 
internet, é indispensável que o Ordenamento Jurídico brasileiro tente acompanhar, de modo 
mais efetivo, as mudanças sofridas na sociedade. O meio digital é caracterizado pelo 
anonimato e acesso amplo dos indivíduos, de maneira que pode acarretar ao usuário uma 
sensação de impunidade em relação aos seus atos no cyber espaço, frente a ausência de 
legislação específica e pela ausência estatal no controle social nesse meio. Conforme expõe: 
Percebe-se de forma indutiva que muitos indivíduos que não seriam capazes de 
cometer delitos nas relações concretas (indivíduo x indivíduo), encontram no meio 
virtual segurança para o cometimento de delitos, seja tendo o virtual como meio 
(tráfico de drogas), seja como forma direta de prática de crime (estelionato). 
(SILVA, 2012, p. 10). 
 
 Nesse sentido, direito penal visa proteger os bens mais essenciais, assim como a 
vida e dignidade humana. Dessa maneira, em razão da hodierna realidade tecnológica, 
ocorreram mudanças no tocante a modalidade de crimes, uma vez que se deu abertura para o 
advento de crimes nos ambientes virtuais. Assim, diante da premissa constitucional de que as 
crianças e adolescentes possuem absoluta prioridade, o respeito à dignidade desses deve ser 
veementemente assegurado. 
A partir disso, entende-se os Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente 
como: 
[...] direitos de inafastável interdependência entre os chamados “direitos civis”, 
“direitos da personalidade”, “direitos sociais”, dentre outros. Da situação de 
interdependência, decorre a circunstância de que apenas se alcançará a efetividade 
plena de qualquer dessas classes de direitos, quando todos estiverem efetivamente 
atendidos. (RICHTER; VERONESE, 2013, p. 228) 
 
Sob essa perspectiva, como crianças e adolescentes são mais vulneráveis aos crimes 
nos ambientes virtuais, tem-se a necessidade de frisar o Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA), uma vez que, como estabelecido no artigo primeiro desta Lei, visa a proteção integral 
a esses indivíduos. O ECA, ao se referir aos crimes de cunho sexual, entende-se que a 
violência sexual contra menores é um gênero, cujas espécies são a prostituição infantil e a 
exploração sexual. Assim, segundo o artigo quarto do ECA, é dever da família, comunidade 
sociedade e do poder público assegurar dignidade, respeito e, dentre outros elementos, a 
proteção e o socorro às crianças e adolescentes. (BRASIL, 1990). 
18
Ademais, em relação ao Marco Civil da Internet, (Lei 12.965 de 2014), o parágrafo 
único do artigo 29 estabelece que cabe ao poder público, em consonância com provedores de 
conexão e aplicações de internet e a sociedade civil, promover a educação, fornecer 
informações sobre uso de programas e a definição de boas práticas para a inclusão digital de 
crianças e adolescentes. E, ainda, a Lei 12.737 de 2012, popularmente nomeada como Lei 
Carolina Dickman, promoveu alterações no código penal para definir crimes cibernéticos no 
Brasil, regulamentando-os. 
Destarte, é evidente a presença de legislações para a proteção de crianças e 
adolescentes, assim como a legislação tipificando crimes nos meios digitais, apesar de serem 
recentes. Todavia, necessita-se de garantias mais efetivas capazes de garantir a devida 
proteção as crianças e adolescentes nos meios digitais. 
 
CONCLUSÃO 
Portanto, a partir do resultado da pesquisa, pode-se concluir que o desenvolvimento 
tecnológico propiciou um aumento em relação aos crimes sexuais nos meios digitais, 
principalmente relacionados a crianças e adolescentes do gênero feminino, e dentro das 
tipologias mais comuns de sexting, sextortion e grooming (BRASIL, 2015). Logo, se faz 
necessário alternativas para tamanho problema, haja vista a devida falta de proteção aos 
usuários das redes digitais, amparo efetivo legal e meios adequados e eficientes para conter os 
autores dos crimes sexuais. 
Assim, as novas tecnologias móveis representam um maior desafio para a tentativa 
de amenizar esta problemática diante dos crimes sexuais no meios digitais serem cometidos 
principalmente por homens adultos, de modo que urge o fortalecimento das legislações, 
acompanhamento das crianças e adolescentes, além do desenvolvimento de tecnologias 
adequadas para que esses crimes em ambientes cibernéticos possam ser amenizados e, por 
conseguinte, garantir uma maior amparo às crianças e adolescentes vulneráveis. 
 
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CRESCE número de crianças e adolescentes que buscam notícias na Internet, Aponta 
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20
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TRÊS em cada quatro brasileiros já utilizam a Internet, aponta pesquisa TIC Domicílios 2019. 
Cetic, 26 maio 2019. Disponível em: https://cetic.br/pt/noticia/tres-em-cada-quatro-
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21
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CRIMES CIBERNÉTICOS
CYBER CRIMES
Eduardo Soares Da Silva
Najah Jamal Daakour Barakat
Resumo
Os avanços técnicos na área da informática aumentam o risco de abuso, pois agora é possível 
atacar longe e com a possibilidade relativa do anonimato oferecido pela rede de 
computadores. Logo, demonstrando a evolução pandêmica do cibercrime as autoridades 
estão encarando a luta contra esses crimes cibernéticos com leis como a Lei de Geral de 
Proteção de Dados Pessoais para que a sociedade continue contando com o bom 
funcionamento dos sistemas de informação e com novas tecnologias que são alvo de ataques 
de criminosos cibernéticos, a segurança desses sistemas é de importância estratégica 
particular.
Palavras-chave: Direito, Cibercrime, Tecnologia
Abstract/Resumen/Résumé
Technical advances in the field of information technology increase the risk of abuse, as it is 
now possible to attack from afar and with the relative possibility of anonymity offered by the 
computer network. Therefore, demonstrating the pandemic evolution of cybercrime, the 
authorities are facing the fight against these cyber crimes with laws such as the General Law 
for the Protection of Personal Data so that society continues to rely on the smooth 
functioning of information systems and new technologies that are the target of attacks by 
cyber criminals, the security of these systems is of particular strategic importance.
Keywords/Palabras-claves/Mots-clés: Law, Cybercrime, Technology
22
INTRODUÇÃO 
 
 Apresente pesquisa aborda os crimes cibernéticos e tem como elemento principal 
analisar o crescimento do acesso à internet nos últimos anos junto a um rápido desenvolvimento 
devido a conectividade computacional e os smartphones. O advento da globalização tomando 
conta das comunicações através da rede mundial de computadores, assim como o crescimento 
exponencial da tecnologia digital, trouxeram enormes benefícios, mas juntamente com eles 
vieram os maiores riscos internos e externos ultrapassandoas fronteiras, por este motivo o 
estudo sobre crimes cibernéticos torna-se imprescindível. 
As novas oportunidades criadas no "ciberespaço" aumentaram a capacidade dos 
delinquentes individuais e das redes criminosas que surgiram para encontrar brechas nas 
vulnerabilidades na "nova" economia. Assim é essencial discutir: qual o papel das tecnologias 
digitais? Isto significa que os novos riscos associados a essas mudanças exigem atenção em 
todas as frentes: nacional, regional e internacional. 
Logo, deve-se analisar o processo de globalização que continua crescendo 
sobremaneira, sendo que uma resposta universal aos problemas da segurança na era digital 
ainda tem que sugerir novos esforços para garantir a segurança e isto tem sido reativo, em vez 
de proativo. 
 O objetivo principal é fomentar a discussão acerca do direito frente as novas 
tecnologias, perpassando por temas artificiais, de modo a colaborar na disseminação e nos 
debates sobre os referidos temas de forma atualizada, como o acesso à justiça, a Lei Geral de 
Proteção de Dados, os algoritmos, o big data e a inteligência, seguido por objetivos específicos 
buscando demonstrar os crimes cibernéticos e a cooperação jurídica sobre o sistema de justiça 
brasileiro e a perspectiva do acesso à justiça na atualidade. 
O estudo se dará com pesquisas bibliográficas em livros acadêmicos, revistas científicas 
e sites confiáveis que mencionam crimes cibernéticos. Como critério de inclusão serão 
observados sites em português que busquem sobre o tema, como critério de exclusão quaisquer 
materiais que não envolvam o assunto. 
Sob esse estudo de crimes cibernéticos pode-se analisar como países desenvolvidos 
lidam com o tema e com o crescente número de pessoas que se tornam alvos pelo simples 
motivo de compartilhar informações tais quais: fotos, filmagens, ou mesmo Fake News, 
ocorrendo assim o crime virtual. Contudo pode se observar a precariedade de leis envolvendo 
o assunto no Brasil, tendo como consequência por vezes a banalização de muitos crimes 
cibernéticos. 
23
1 CRIMES CIBERNÉTICOS E O SISTEMA DE JUSTIÇA BRASILEIRO E A 
PERSPECTIVA DO ACESSO À JUSTIÇA NA ATUALIDADE 
 
Crimes cibernéticos possuem uma noção ampla que inclui todas as ofensas criminais 
cometidas através de redes de computadores e, mais especificamente, através da Internet. Com 
o governo, indústrias, mercados e consumidores cada vez mais dependentes de conectividade, 
eles são propensos a uma série de ameaças (CABETTE, 2013). 
O âmbito das atividades criminosas e as suas consequências sociais podem ser 
resumidas por uma tipologia de crimes virtuais como pornografia infantil, furto de propriedade 
intelectual, ataques a redes de computadores e criminosos convencionais como nos casos em 
que existem evidências em formato digital. 
De acordo com Rocha (2013) alguns tipos de criminalidade abrangem a seguinte lista: 
• Interferência no uso legal de um computador: cibervandalismo e terrorismo; negação 
de serviço; inserção de vírus, worms e outros códigos maliciosos; 
• Divulgação de materiais ofensivos: pornografia/pornografia infantil; conectados a 
jogos apostas; conteúdo racista; conteúdo traiçoeiro ou de ódio; 
• Ameaçar Comunicações: extorsão; cyber-stalking; 
• Falsificação: roubo de identidade; Ofensas de IP; software, pirataria de CDs e DVDs; 
violações de direitos autorais etc; 
• Fraude: fraude de cartão de pagamento e fraude de transferência de e-fundos; roubo 
de Internet e serviços telefônicos; fraude em leilões; fraude contra o consumidor e vendas 
diretas; fraude de valores mobiliários online; 
• Outros: interceptação ilegal de comunicações; comercial/corporativo espionagem; 
comunicações em promoção de conspirações criminosas; lavagem de dinheiro. 
Muitos desses riscos parecem imitar a exploração criminosa tradicional, embora 
executado com facilidade, velocidade e impacto sem precedentes em todas as jurisdições e, 
portanto, a resposta apropriada é guiada por novas disciplinas tecnológicas. As tarefas de 
identificar os cibercriminosos e levá-los à justiça representam desafios formidáveis para 
agências de aplicação da lei em todo o mundo, e exigem um grau e oportunidade de cooperação 
que até há pouco tempo era considerada difícil, se não impossível, alcançar. 
No entanto, a intrusão de computadores é agora mais provável um predicado para 
ofensas mais graves. Computação forense e protocolos de preservação de evidências são 
essenciais para investigação e acusação eficazes, especialmente tendo em conta a natureza 
transfronteiriça. 
24
Consequentemente, como em outros tipos de crime, a ênfase está seguindo as regras 
tradicionais da cadeia de provas e assegurando que o comando e controle atribui prontamente 
os especialistas relevantes à tarefa em questão. Os principais estudiosos de prevenção ao crime 
fornecem uma revisão de prevenção do crime no contexto do comércio eletrônico. Na 
"situação" online, o furto de informação e manipulação de identidade e confiança são os 
personagens principais e as armas mais utilizadas (NARTINS et al., 2007, p.79). 
Um fator crucial para o sucesso do cometimento dos crimes é como a confiança é 
adquirida e mantida quando os comerciantes devem ser mais intrusivos sobre suas identidades 
e o risco de crédito dos clientes, além da aparente facilidade em que a confiança é manipulada 
por fraudadores e outros que operam na situação online. Há de se ter grande atenção aos riscos 
colocados na fase pós-transação (ou seja, entrega de bens ou serviços encomendados), um 
assunto muitas vezes negligenciado nas discussões de cibercrime. 
 
2 A RESPEITO DA LGPD - LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS 
 
A relativa novidade do crime informático significou que a maioria das agências de 
policiamento apenas recentemente desenvolvessem medidas específicas para registrá-las. O 
advento de legislação relacionada com computadores e processos conexos e o estabelecimento 
de resposta a emergências informáticas e unidades dedicadas ao crime tecnológico dentro das 
delegacias, juntamente com o desenvolvimento da conscientização das vítimas de crimes e 
defesa do consumidor, levaram as jurisdições à frente do mercado digital revolução para 
começar a registrar a incidência da ilegalidade no ciberespaço (CASTRO, 2003, p.36). 
 No entanto, no Brasil o marco da internet também denominada Lei N° 12.965/14, que 
regula princípios e garantias que quem utiliza a internet podem servir como base para a 
elaboração de estatísticas policiais sobre crimes denunciados e que frequentemente dizem mais 
sobre as atividades e prioridades da polícia do que sobre a extensão do crime. Isso porque em 
muitos crimes tradicionais, as vítimas não as reportam às autoridades. A natureza transnacional 
do crime cibernético reflete o processo de globalização, que se intensificou nas últimas duas 
décadas (BRASIL, 2014). 
O surgimento do comércio eletrônico, bem como a dimensão social da Internet e os 
crimes cibernéticos associados chegam juntamente com os desafios à capacidade independente 
dos Estados para regular a ordem social e econômica dentro de seus territórios. Versões radicais 
da globalização vão mais adiante e sugerem que o sistema de relações internacionais do Estado 
não fornece uma metodologia eficaz para regulamentar os mercados domésticos ou 
25
transnacionais, em especial o comércio internacional. Com o advento da Lei Geral, o Brasil se 
insere na lista das centenas dos países que atualmente são considerados adequados na proteção 
da privacidade dos usuários, bem como a utilização de dados. Da mesma forma a GPDR 
(General Data Protection Regulation) um regulamento de dados pessoais europeu, que abrange 
toda a União e Espaço Econômico Europeu, a LGPD produzirá uma mudança de paradigmas 
na gestão de informação de dados, corroborando a indispensabilidade de adequação interna e 
da edificação da cultura de amparo de dados no Brasil. Em qualquerversão da globalização, 
tais como grandes instituições comerciais, desempenham um papel crucial no surgimento de 
um sistema de estado transnacional (BRASIL, 2018). 
As perspectivas de segurança dos brasileiros aumentaram com as normas gerais contidas 
na Lei Geral de Proteção de dados a qual é uma disciplina que abarca a proteção de dados 
pessoais tem como fundamento lidar com ameaças complexas colocadas pelo cibercrime 
argumentam o que o garante uma confiança no Estado e um desenvolvimento eficaz ao que diz 
respeito os meios tecnológicos, a polícia vem cada vez mais se especializando, para resolver 
questões de segurança cibernética que sem leis de proteção poderia expor diversos dados 
originando conflitos sociais na Internet. 
Embora agora existam convenções e tratados internacionais expressamente destinadas 
a inibir redes criminosas sérias ou infratores que operam através das fronteiras, o alcance desses 
instrumentos é limitado pela velocidade e escala da ratificação interna e o advento de leis 
habilitadoras. Ao lidar com crimes de TI, a aplicação da lei está em desvantagem por causa da 
notável velocidade em que os crimes cibernéticos se desdobram para a típica cooperação de 
baixa velocidade oferecida pelas formas tradicionais de assistência. 
O papel das agências multinacionais, como a Interpol e as Nações Unidas nunca foram 
tão essenciais. Em diversos países os resultados ficam muito aquém de criar uma teia sem 
emenda de acordos bilaterais ou multilaterais e de fiscalização, isso garantiria um ambiente 
hostil para os criminosos cibernéticos. A compatibilidade de atividade criminosa com essas 
mudanças globais é ilustrada pela expansão e convergência dos negócios rentáveis do 
contrabando de seres humanos, da pornografia, narcóticos ou outras mercadorias ilícitas com o 
desenvolvimento da comunicação, infraestrutura e comércio. 
 
3 ASPECTOS ATUAIS DO DIREITO FACE AOS ALGORITMOS, AO BIG DATA E 
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 
 
26
A circulação de informação na Web está sujeita ao que é conhecido como uma bolha de 
filtros cuja própria existência contradiz a visão de uma democracia digital baseada no acesso 
igual para todos ao conhecimento e uma habilidade compartilhada para discutir publicamente e 
racionalmente tópicos de interesse geral. 
Embora aparentemente a massa de informação nunca tenha sido tão vasta e rapidamente 
disponível, a informação não filtrada por algoritmos torna-se uma mercadoria mais rara do que 
as escolhas pessoais anteriores na Web isolam as pessoas por causa de uma lógica cumulativa 
característica do círculo vicioso característica da inteligência artificial. Se às vezes eles recebem 
muito poder, mecanismos de seleção algorítmica operam diariamente, anonimamente, durante 
e fora dos períodos eleitorais. 
Um usuário do Google que deseja saber mais sobre a situação da Turquia em julho de 
2016, com base em seu histórico de pesquisas e, portanto, em seu perfil, será exibido nos sites 
turísticos da primeira página, enquanto outro será direcionado para últimas notícias da repressão 
neste país (BARROSO, 2010, p.56). 
Mas os algoritmos também têm uma ligação direta com as notícias falsas, na medida em 
que estes últimos não são de interesse para o remetente se não forem capazes de compartilhá-
los em grande escala por meio de programas capazes de automatizar a transmissão de notícias 
e de conteúdo, criando artificialmente uma onda de popularidade, uma tendência que lhes 
permitirá entrar no fluxo de atualizações do Facebook. 
Para chegar o público alvo, é suficiente que apenas um dos amigos o tenha validado, 
integrando-o em seu segmento de notícias, enquanto a viralidade dessa informação se baseia 
em uma máquina de venda automática baseada nos trabalhadores pagos pelo clique. Além disso, 
o efeito de bolha dos filtros pode ser combinado com o efeito de câmara de eco que acentua o 
viés de confirmação: Os amigos pensam iguais. 
A informação compartilhada em determinado perfil fortalece as predisposições, 
expondo o usuário à propaganda inequívoca. Não obstante, não basta estar satisfeito com uma 
explicação do suporte técnico, neste caso a Internet, mas de colocar essa ferramenta no contexto 
de uma economia de atenção em si dependente do “tecnocapitalismo” neoliberal. 
 
 
 
 
 
 
27
REFERÊNCIAS 
 
BARROSO, Luis Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo. 2.ed. São Paulo: 
Saraiva, 2010.p.78- 82. 
 
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Diponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm 
Acesso em: 4 de nov. de 2020. 
 
NARTINS, Adalberto et al. O Direito na sociedade da informação. 1. São Paulo: Atlas, 2007, 
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28
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http://www.conjur.com.br/2013-fev-04/eduardo-cabette-crime-invasao-dispositivo-informatico%3eAcesso
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm
1 Graduanda em Direito, modalidade Integral, pela Escola Superior Dom Helder Câmara.1
SEXTORSÃO: A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER NA ERA VIRTUAL 
À LUZ DO DIREITO PENAL
SEXTORSION: SEXUAL VIOLENCE AGAINST WOMEN IN THE VIRTUAL AGE 
IN THE LIGHT OF CRIMINAL LAW
Edwiges Carvalho Gomes 1
Resumo
A presente pesquisa tem como finalidade abordar um dos efeitos do avanço tecnológico: a 
sextorsão, sob o prisma do Direito Penal. Pois, essa conduta tem aumentado as possibilidades 
de transgressão à intimidade do indivíduo, sobretudo da mulher. Conclui-se que esse 
fenômeno é extremamente recente o que dificulta sua normatização no ordenamento jurídico 
brasileiro, por não haver uma tipificação própria que o regule. A pesquisa pertence à vertente 
metodológica jurídico-sociológica. Quanto à averiguação das informações, foi selecionado na 
classificação de Witker (1985) e Gustin (2010), o tipo jurídico-projetivo. Predominará o 
raciocínio dialético.
Palavras-chave: Sextorsão, Tecnologia, Sexual, Direito penal
Abstract/Resumen/Résumé
This research aims to address one of the effects of technological advancement: sextortion, 
under the prism of Criminal Law. This conduct has increased the possibilities of 
transgressing the individual's intimacy, especially of the woman. It is concluded that this 
phenomenon is extremely recent, which makes it difficult to standardize it in the Brazilian 
legal system, as there is no specific classification that regulates it. The research belongs to the 
juridical-sociological methodological aspect. As for the investigation of the information, the 
legal-projective type was selected in the classification of Witker (1985) and Gustin (2010). 
Dialectical reasoning will predominate.
Keywords/Palabras-claves/Mots-clés: Sextorsion, Technology, Sexual, Criminal law
1
29
1. INTRODUÇÃO 
A presente pesquisa expõe seu primórdio na temática do crime cibernético, com 
maior especificidade na questão da sextorsão, que por ser um vocábulo recente, assim como 
sua prática, não possui uma definição pacífica. Sob esse viés, a sextorsão é um reflexo do 
crescente aperfeiçoamentotecnológico que tem possibilitado às pessoas maior facilidade de 
conhecer e se relacionar com aquelas que estão distantes, novas formas de entretenimento e 
serviços digitais, por exemplo, o que contribui para relações mais fluidas, menos duradouras, 
como é possível dialogar com a referência baumaniana. À vista disso, a comodidade 
concedida pela tecnologia tem acarretado surgimento de novos crimes virtuais, como a 
sextorsão. 
A princípio, por se tratar de uma conduta nova e até mesmo impensável há poucos 
anos atrás, a sextorsão pode apresentar diversos sentidos. Todavia, o conceito examinado 
nesta pesquisa, sobretudo, foi apresentado pela promotora de justiça Ana Lara Camargo de 
Castro e pelo professor Spencer Toth Sydow e exteriorizado em trabalho científico 
recentemente. Assim, os objetivos desta pesquisa estão centrados, especificamente, em qual 
contexto essa temática se insere e como é tratada pelo ordenamento jurídico brasileiro, 
principalmente pelo Direito Penal. 
Segundo Castro e Sydow (2016, p. 23), “a sextorsão encontra na era tecnológica um 
imenso propulsor da coerção psicológica, que beneficia os autores e apavora as vítimas, uma 
vez que o potencial de difusão e de danos à intimidade é incalculável”. Nessa perspectiva, é 
compreensível que a sextorsão é marcada pela tecnologia e expande, infelizmente, o espaço 
de violência contra a mulher, o que simboliza uma circunstância complexa que pode trazer 
sérios problemas para a vítima. Portanto, por ser um tema que os profissionais do direito não 
possuem expressa familiaridade, majoritariamente, sua regulação jurídica ainda é divergente. 
Dessa forma, a pesquisa que se apresenta pertence à vertente metodológica jurídico-
sociológica. No que se refere à averiguação das informações, foi selecionado na classificação 
de Witker (1985) e Gustin (2010), o tipo jurídico-projetivo. O raciocínio desenvolvido na 
pesquisa será predominantemente dialético. Logo, a presente pesquisa propõe a analisar a 
temática da sextorsão e como o direito brasileiro regula essa conduta, tendo como base o 
Direito Penal. 
 
2. SEXTORSÃO: NOVA FORMA DE TRANSGRESSÃO À INTIMIDADE 
FEMININA NO ESPAÇO VIRTUAL 
30
O avanço das tecnologias de informação, processamento e comunicação, sobretudo a 
internet, possibilitou expressiva mudança nas relações humanas em todo o mundo. Entretanto, 
esse fenômeno acarretou o surgimento de novos crimes, principalmente na seara eletrônica, 
tendo em vista que a facilidade de “comunicação entre indivíduos não fisicamente próximos, 
rompe barreiras, extrapola os limites e os territórios do mundo moderno, fazendo com que as 
relações, em nossa sociedade imersa em cultura digital, assumam aspecto “fluido”” (MOLON 
et al., 2020, p. 223). Em virtude disso, é importante destacar a manifestação de um novo 
crime cibernético, a sextorsão. 
A princípio, não há um consenso doutrinário e jurisprudencial sobre o conceito de 
sextorsão, porque se constitui uma temática nova e ainda pouco conhecida no Brasil. Por esse 
ângulo, a expressão em seu caráter primário trata da união dos termos sex e corruption, na 
língua inglesa, que modificada para o contexto brasileiro contempla a junção das palavras 
“sexo” e “extorsão”, que retrata uma circunstância de exploração sexual por meio de pressão 
psicológica, tendo em vista vantagens sexuais, principalmente, como garantia da não 
divulgação de imagens e vídeos íntimos da vítima. Dessa forma, a prática da sextorsão é uma 
conduta abrangente, sendo exercida “por homens contra homens, mulheres contra mulheres, 
mulheres contra homens, e, o mais comum, homens contra mulheres” (CASTRO; SYDOW, 
2016, p. 14). 
Em diálogo com D’ Urso (2017), portal de notícias jurídicas Migalhas, a expressão 
consiste em “uma chantagem online pelo constrangimento de uma pessoa à prática sexual ou 
pornográfica registrada em foto ou vídeo para envio, em troca da manutenção do sigilo de 
seus nudes, previamente armazenados por aquele que faz a ameaça”. Nesse sentido, a 
popularização do nudes – palavra de origem inglesa que quando traduzida para o português 
possui o sentido de estar sem roupa – pode trazer inúmeras complicações inclusive contribuir 
para que a pessoa se torne vítima da sextorsão (SANTOS, 2018). À vista disso, o medo da 
exposição pessoal, invasão à intimidade e a chantagem são aspectos centrais que o indivíduo 
que pratica esse crime exerce sobre a vítima, sendo esta preponderantemente mulheres. 
O vocábulo adveio dos Estados Unidos, em 2010, quando foi aplicado inicialmente 
pelo FBI (Federal Bureau Investigation) “em um caso no qual um hacker chantageou 
mulheres, ameaçando expor sua intimidade, caso não atendessem suas exigências, que 
consistiam no envio de novas fotos nuas” (D’ URSO, 2017). De acordo com Castro e Sydow 
(2016), existem várias situações em que uma pessoa tem posse de conteúdo pornográfico ou 
sexual alheio, seja porque adquiriu exclusivamente da vítima seja por terceiros através de 
mídias digitais. Assim, a sextorsão possui distintas formas de ser construída no meio virtual. 
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Em conformidade com Safernet (2020), organização não governamental, as 
principais maneiras de ocorrer a sextorsão, são: 
Alguém finge ter posse de conteúdos íntimos como forma de iniciar as conversas e 
as ameaças; como desdobramento de conversas sexuais, experimentações e 
exposição voluntária em um suposto relacionamento online; cobrança de valores 
após conversa sexual com mútua exposição; ameaças por ciúmes ou chantagem em 
relacionamentos abusivos; invasão de contas e dispositivos para roubar conteúdos 
íntimos; falsas ofertas de emprego e agências de modelos com pedido de fotos e 
vídeos íntimos; falsos grupos de autoajuda ou falsos grupos de vítimas que pedem 
conteúdos íntimos (SAFERNET, 2020). 
 
Neste diapasão, há casos de obtenção desses conteúdos por invasão em equipamento 
informático alheio ou pela elaboração de material de cunho erótico mediante fotografia ou 
vídeo empregando dispositivos eletrônicos. Em virtude disso, a sextorsão encontra no campo 
digital espaço para repressão psicológica que privilegia os violadores de privacidade e 
amedronta vítimas pelo receio de terem suas intimidades divulgadas e compartilhadas na 
internet. Portanto, “a posse de material restrito (...) coloca o possuidor da mídia numa situação 
de poder. Permite que alguém mal intencionado ameace a divulgação do material e faça 
chantagem em troca de dinheiro ou favores sexuais” (CASTRO; SYDOW, 2016, p. 20). 
Nesse contexto, a ideia de fluidez acerca da modernidade líquida cunhada por 
Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, se relaciona com a problemática em análise. Pois, a 
perspectiva baumaniana “definiu o conceito de modernidade líquida, em que a solidez do 
mundo seria substituída por relações fluidas, imprevisíveis e em movimento para 
desestabilizar várias esferas da vida social” (LARA, 2019, p. 100). A partir disso, em 2016 
Bauman concedeu uma entrevista em Burgos, na Espanha, cuja circunstância abordou para o 
risco das redes sociais, como é possível observar a seguir: 
 
As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia… 
Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao 
contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som 
que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que veem são os reflexos 
de suas próprias caras. As redes são muito úteis, oferecem serviços muito 
prazerosos, mas são uma armadilha (BAUMAN, 2016). 
 
Nesse ponto de vista, é possível concluir que Bauman já discutia sobre o perigo das 
redes e explanava, especialmente, o artifício ilusório e enganador que essas exercem sobre as 
pessoas. Pois, é na era tecnológica que os crimes cibernéticos encontram campo fértil para se 
propagarem devido a dinamicidade e velocidade que as informações e conteúdos chegam às 
pessoas, bem como a sensação de

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