Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO PROF.A MARCIA TATHIANE DA SILVA RIBEIRO MANTOVANI Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica: Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Luana Cimatti Zago Silvério Marta Yumi Ando Renata da Rocha Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Aliana de Araujo Camolez © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR UNIDADE 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................4 1. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO ......................................................................................................................5 2. FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO ......................................................................................................................... 10 3. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ......................................................................................................................... 12 4. DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL ..................................................................................................................... 16 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................20 GESTÃO EMPRESARIAL PROF.A MARCIA TATHIANE DA SILVA RIBEIRO MANTOVANI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO APLICADA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 4WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Iniciaremos nossos estudos falando sobre a gestão empresarial, desmiti� cando alguns conceitos inerentes a essa área, para que você possa compreender a ciência da administração. Nesse sentido, em um primeiro momento, vamos discutir sobre e� ciência, e� cácia e produtividade, bem como as principais escolas que fazem parte da evolução da administração. Em seguida, você terá acesso às funções que compõem o processo de administração, o famoso PODC: planejar, organizar, dirigir e controlar. Também estudaremos o processo de elaboração, execução e monitoramento do planejamento estratégico, tático e operacional. E, por � m, destacaremos duas formas de diagnóstico empresarial, a Análise SWOT e o diagnóstico por meio de questionários e entrevistas, lembrando que este último tem maior ênfase na avaliação do ambiente interno da empresa. Espero que você faça uma ótima leitura e não se esqueça de acessar os elementos extras presentes no decorrer do texto. Abraço e sucesso! 5WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO Os pro� ssionais da área de saúde e segurança do trabalho, em especial os engenheiros em segurança do trabalho, precisam entender que o SESMT é uma unidade empresarial, ou seja, é importante atuar na gestão dessa área. Para tanto, é necessário compreender os princípios e o funcionamento da administração de empresas. Mas, a� nal, o que signi� ca administração? Existem vários signi� cados, é um termo muito complexo, mas no contexto do nosso estudo, podemos destacar que A administração constitui a maneira pela qual se utilizam os diversos recursos organizacionais-humanos, materiais, � nanceiros, de informação e de tecnologia – para alcançar objetivos e atingir elevado desempenho por intermédio das competências disponíveis. Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos e das competências organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira e� ciente e e� caz (CHIAVENATO, 2014, p. 4). Também pode ser considerada uma ciência (análise metódica e sistematizada de fatos e evidências), arte (visão, intuição, abordagem criativa e inovadora) e tecnologia (aplicação prática e metódica de princípios de teorias cientí� cas). Junto à Revolução Industrial surgiu a necessidade de organização dos meios e recursos nos diversos estabelecimentos, visando a maximização dos lucros e da produção de bens. E para se alcançar essa maximização foi necessário analisar e solucionar problemas que surgiram com a industrialização e suas mudanças decorrentes, envolvendo pro� ssionais de várias áreas e ciências. Dessa forma, estabeleceram-se os princípios básicos da ciência da administração (OLIVEIRA; PIZA, 2017, p. 75). Administração como ciência é explicada por meio de teorias ou escolas clássicas e contemporâneas; nesse sentido, para que você possa compreender a sua evolução, apresentamos um resumo dessas escolas no quadro a seguir. Você sabia que ainda existem empresas com características observadas nas pri- meiras Escolas da Administração? Saiba mais sobre a história da administração por meio do vídeo: Estrada para Administração. Disponível em: https://youtu.be/RusNqMwVkhw. 6WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Escola da Administração Descrição Escola da Administração Científi ca (1903) A Administração Científi ca, também conhecida como taylorismo, foi criada pelo engenheiro Frederick W. Taylor, nos Estados Unidos. Ela se caracteriza pela ênfase nas tarefas, divisão de trabalho, especialização das pessoas e objetiva o aumento da efi ciência em nível operacional por meio do estudo dos tempos e movimentos. Trata-se do primeiro esforço consistente para transformar a administração em uma ciência. Escola Clássica (1916) Foi criada pelo francês Henri Fayol e se caracteriza pela ênfase na maneira correta de estabelecer a estrutura organizacional e as responsabilidades dos administradores, bem como a busca da máxima efi ciência. Ele acre- ditava que a capacidade administrativa podia e devia ser adquirida, assim como acontecia com a capacidade técnica, tanto na teoria (escola) como na prática (ofi cinas). Escola Burocrática (1909) Essa escola foi criada pelo alemão Max Weber e se caracteriza pela racio- nalidade, formalização, hierarquia, profi ssionalização, autoridade, impes- soalidade, competência técnica dos funcionários e ênfase na efi ciência e efi cácia. Weber tinha uma visão mais abrangente, envolvendo a organiza- ção burocrática e suas relações com outras burocracias dentro de uma so- ciedademaior. Escola das Relações Humanas (1932) A Escola das Relações Humanas foi liderada por Elton Mayo, que enfatizava a compreensão de que é necessário adaptar o homem ao trabalho, mas também o trabalho ao homem, sem esquecer os aspectos de comunicação, motivação, características pessoais e de personalidade. Escola Estruturalista (1947) O estruturalismo enfatizava a maneira pela qual as partes de um todo estão dispostas entre si, designando ao mesmo tempo um conjunto, as partes desse conjunto e as relações entre si. Ou seja, as organizações estão inter- -relacionadas com o ambiente e demais organizações presentes nele. Escola de Sistemas (1951) A Teoria de Sistemas trouxe o conceito do homem funcional, segundo o qual a pessoa comporta-se em um papel dentro das organizações inter-re- lacionando-se com os demais indivíduos como um sistema aberto, uma vez que as organizações são sistemas de papéis, nas quais os indivíduos agem desempenhando papéis. Ou seja, na teoria sistêmica, os papéis funcionais são mais importantes do que as características pessoais para a compreen- são do funcionamento das empresas. Escola Neoclássica (1954) A Escola Neoclássica enfatiza as funções do administrador: planejamento, organização, direção e controle que, no conjunto, formam o processo admi- nistrativo, sem se esquecer dos aspectos humanos e do comportamento grupal dentro da organização. A Teoria Neoclássica nada mais é que uma redenção e atualização, agora ampliada e mais abrangente, dos princípios e das ideias defendidas pelos clássicos, décadas antes, sem descuidar dos fatores humanos. Escola Comportamental (1957) A Escola Comportamental apresenta ainda o conceito de Homem Admi- nistrativo, aquele que não procura a melhor alternativa, o máximo absoluto, mas sim aquela alternativa mais satisfatória, que se mostre sufi ciente dian- te das possibilidades da situação, que abriu espaço para os estudos sobre a motivação humana aplicada à Administração (Teoria de Maslow). Escola Contingencial (1972) Essa escola enfatiza que o sistema organizacional, para funcionar bem, de- pende da perfeita integração de todos os seus subsistemas. O sucesso de uma empresa é expressão da capacidade de alta diferenciação conjugada a uma grande habilidade de integração, de modo a manter a organização permanentemente ajustada às necessidades de seu meio ambiente. Teoria segundo a qual não existe uma única maneira certa de organizar uma em- presa, mas sim várias alternativas, dependendo de cada caso. Quadro 1 – Resumo das Escolas da Administração. Fonte: Mañas (2018). 7WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA É importante destacar que as escolas continuam a evoluir no tempo e espaço, mas com os avanços tecnológicos, esse processo � cou mil vezes mais rápido, então � ca quase inviável registrar em livros. Como mencionamos no início da unidade, o foco da nossa discussão é o papel do administrador dentro das empresas. O administrador proporciona direção e ruma às suas organizações, oferece liderança às pessoas e decide como os recursos e as competências organizacionais devem ser desenvolvidos, arranjados e utilizados para o alcance dos objetivos da organização. Essas atividades se aplicam não somente ao executivo de topo da organização, mas a todos os demais administradores intermediários até o nível do supervisor de primeira linha. Em outras palavras, aplicam-se ao administrador situado em qualquer nível hierárquico de uma organização (CHIAVENATO, 2014, p. 19). A área de saúde e segurança do trabalho, denominada SESMT, Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho, normalmente faz parte do departamento ou diretoria de recursos humanos das empresas. Nesse sentido, podemos concluir que existem diretores, gerentes, coordenadores, supervisores e líderes trabalhando nesse local. E você, futuro engenheiro em segurança do trabalho, pode atuar como diretor de recursos humanos, gerente do SESMT, coordenador de segurança do trabalho, supervisor de segurança do trabalho e meio ambiente, entre outros. Cada empresa adota sua própria nomenclatura de cargos e plano de carreira. Independentemente disso, o engenheiro de segurança do trabalho sempre vai atuar como um administrador. Muitos empresários e pro� ssionais não acham importante implantar um sistema de gestão na área de segurança e saúde do trabalho (vamos estudar sobre isso com mais detalhes na Unidade III do livro). Pensar assim é um engano, pois como todos os departamentos da empresa têm o papel de trazer lucratividade, a área de SST também tem. Lembre-se de que reparar um mal é sempre mais caro que preveni-lo, portanto a palavra-chave é administrar. Dentro desse foco, a segurança deve ser tratada como área de contribuição para o alcance dos objetivos da empresa, participando de sua administração e trabalhando para a lucratividade do negócio. Para tanto, deve atuar de forma e� caz e participar em um sistema de gestão. A área de segurança deve fazer parte da administração da empresa, e quando bem administrada, pode ser fonte de lucro. E para poder dar a sua contribuição, é importante que o pro� ssional de segurança e saúde desenvolva competências de administrador (OLIVEIRA; PIZA, 2017, p. 97). No quadro a seguir, você tem acesso às habilidades técnicas, humanas e conceituais que um administrador deve possuir para atuar com e� ciência e e� cácia na gestão de uma empresa. 8WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Habilidades Descrição Habilidades técnicas São habilidades ligadas à execução do trabalho e que necessi- tam de conhecimento especializado e procedimentos específi - cos para a execução do trabalho. São conhecimentos e práticas de saber utilizar os princípios, as técnicas e as ferramentas ad- ministrativas, saber decidir e solucionar problemas. Habilidades humanas São aquelas necessárias para o relacionamento com outras pessoas. São competências para interagir com as pessoas, in- cluem aspectos de liderança, comunicação, negociação, traba- lho em equipe, entre outras. Habilidades conceituais São as habilidades ligadas ao negócio e à empresa, conheci- mento do funcionamento da empresa, dos departamentos e dos inter-relacionamentos. Envolvem, também, criatividade, visão abrangente dos negócios, da relação com outras empresas/or- ganizações e da política relacionada aos negócios da empresa. Quadro 2 – Habilidades do administrador. Fonte: Oliveira e Piza (2017, p. 79). Agora vamos mudar de assunto: abordaremos sobre o local onde o administrador atua, ou seja, a organização empresarial, que [...] é uma entidade social composta por pessoas que trabalham em conjunto e é deliberadamente estruturada em uma divisão de trabalho para atingir um objetivo comum. O propósito de toda organização é produzir um produto, serviço, informação ou entretenimento para satisfazer necessidades dos clientes, que podem ser consumidores, usuários, associados ou contribuintes (CHIAVENATO, 2014, p. 11). Essas organizações podem ser de grande, médio e pequeno porte, em geral, com � ns lucrativos. Também existem as organizações sem � ns lucrativos, como as agências governamentais, bem como as chamadas organizações não governamentais (ONG), que perseguem objetivos sociais sem dependerem de recursos do governo. Dentro das organizações, existem três níveis administrativos: o institucional, o intermediário e o operacional. O nível institucional tem abrangência global (envolve toda a organização), atuação estratégica, toma as decisões de longo prazo, ou seja, de� ne o futuro da empresa. Nesse nível, podemos encontrar os presidentes e diretores que compõem a alta administração. Já o nível intermediário tem abrangência parcial (envolve uma unidade da organização) e atuação tática.Ele também é conhecido como nível gerencial, pois é composto pelos gerentes que recebem as decisões da alta administração e transformam em programas de ação que serão executadas pelo nível operacional. Para mais informações sobre as Escolas da Administração, procure o livro: CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 9. ed. São Paulo: Manole, 2014. 9WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O nível administrativo que supervisiona a execução e a realização das tarefas cotidianas é o operacional, ele possui abrangência especí� ca (envolve determinada operação ou tarefa) e incorpora os supervisores de primeira linha (supervisores e líderes de equipe). Esses níveis representam a administração, mas abaixo deles, existem os funcionários não administrativos e operários que atuam na operação, ou seja, realizam as tarefas e atividades rotineiras no dia a dia da organização. Existem três conceitos que norteiam o mundo da administração de empresas e provocam muitas dúvidas e confusões, estou falando dos termos e� ciência, e� cácia e produtividade. E� ciência signi� ca fazer bem-feito, ou seja, fazer corretamente as coisas com ênfase nos métodos e procedimentos, com preocupação com os meios, por exemplo, cumprir os regulamentos internos e ser pontual no trabalho. Já e� cácia é fazer aquilo que efetivamente precisa ser feito para atingir resultados válidos, ou seja, fazer as coisas necessárias com ênfase nos objetivos e resultados, levando em consideração a preocupação com os � ns. Atingir metas e objetivos, bem como alcançar resultados podem ser exemplos de e� cácia. Ainda � cou com dúvidas? Dê uma olhadinha na � gura a seguir, tenho certeza de que vai compreender a importância desses dois conceitos. Figura 1 – Relação entre e� ciência e e� cácia. Fonte: Chiavenato (2014, p. 9). Também é importante mencionar o termo produtividade, que está intimamente ligado com os dois anteriores, pois juntas, a e� ciência e a e� cácia aumentam a produtividade. Esse termo indica a relação entre os produtos obtidos e os fatores de produção empregados na sua obtenção, ou seja, produzir cada vez mais com cada vez menos recursos (LACOMBE, 2015). Agora você conhece os principais conceitos relacionados à administração, já está preparado para darmos continuidade aos estudos dessa ciência. Vejo você no próximo tópico. 10WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2. FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO As funções da administração estão diretamente relacionadas com os processos administrativos. Processo signi� ca sequência de coisas que se sucedem em ciclos repetitivos. É uma maneira planejada e sistemática de fazer as coisas. É um meio, um método ou uma maneira de conduzir certas atividades. Dentro dessa perspectiva, a administração é um processo conduzido por administradores nos vários níveis ou funções para planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades da organização no sentido de alcançar objetivos estabelecidos (CHIAVENATO, 2014, p. 16). A primeira função é o planejamento, ou seja, estabelecer o que, quando, como e quem deve fazer as atividades dentro da empresa. Quanto melhor é o planejamento, maiores as chances de obter sucesso e alcançar os objetivos. Para tanto, é necessário criar a política, missão, visão e valores organizacionais que nortearão a elaboração do planejamento estratégico, tático e operacional. Planejar constitui um processo contínuo em que os objetivos estão sempre se renovando ou sendo atualizados conforme são alcançados ou parcialmente alcançados. Caso não se obtenha o sucesso desejado, devem-se reavaliar os objetivos para de� nir se são realmente exequíveis e, conforme for, reiniciar ou adequar o planejamento (MAÑAS, 2018, p. 95). A próxima função é a organização, lembre-se de que não estamos falando da organização de� nida como entidade social (empresa), mas sim de uma função administrativa. Organizar tem que ver com alocar recursos, uma função absolutamente necessária, principalmente no início das atividades, pois antes mesmo de a empresa começar a funcionar ela precisa de antemão organizar a sua capacidade produtiva e gerencial, com as instalações ideais e os recursos essenciais. Para isso requer a organização, isto é, a alocação de recursos, o que também deve ser realizado de forma estruturada, organizada e estratégica (MAÑAS, 2018, p. 96). Essa função é responsável pela criação e de� nição do desenho ou estrutura organizacional, departamentalização, relações de subordinação, desenho de sistemas e processos, controle vertical da organização, divisão de trabalho, autoridade, responsabilidade e delegação, cadeia de comando, amplitude de controle, grau de descentralização ou centralização, entre outros. O comando ou direção representa a terceira função da administração, que é diretamente relacionada com as pessoas que compõem a empresa. Dirigir signi� ca liderar no sentido de mobilizar as pessoas para que os resultados desejados sejam alcançados, portanto, dirigir não se limita a apenas distribuir as tarefas, mas inclui in� uenciar e motivar os colaboradores de maneira positiva. Direção é conduzir a empresa e a força de trabalho tendo em vista os objetivos, procurando obter o máximo retorno dos recursos disponíveis (MAÑAS, 2018, p. 99). 11WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Essa função também envolve negociação, tomada de decisões e resolução de problemas. Algumas literaturas a� rmam que essa função pode ser desmembrada em três: prover recursos humanos, liderar e coordenar. Lembre-se de que essa função é responsável pelo desenvolvimento do processo decisório, dos sistemas de comunicação, das punições e recompensas, dos relacionamentos interpessoais, entre outros, dentro da empresa. Por � m, temos a função controle cuja principal característica é a regulação. O controle é a veri� cação sistemática e exaustiva para con� rmar se tudo está indo conforme o planejado e, caso contrário, adotar os ajustes necessários. Seu objetivo é identi� car todas as desconformidades, erros, falhas, problemas e fraquezas, corrigi-los e evitar que voltem a se repetir. Constitui-se basicamente em comparar resultados com padrões preestabelecidos, ou com o que foi planejado, para con� rmar se está tudo conforme e, caso contrário, adotar as providências necessárias para correção, adequação ou melhoria dos resultados (MAÑAS, 2018, p. 101). Esses padrões preestabelecidos, também conhecidos como padrões de desempenho, são valores mensuráveis, compreensíveis e realistas para medir o progresso ou resultado desejado, ou seja, são os indicadores que podem ajudar na execução dessa função. Eles são mensuráveis, portanto, podem ser facilmente interpretados pelos gestores da empresa. Lembre-se de que o controle é importante, mas quando existe um excesso, torna-se um problema no funcionamento da empresa, pois engessa os processos e o crescimento organizacional. A seguir, temos um quadro que demonstra as quatro funções administrativas dentro do processo organizacional. Figura 2 – Processo administrativo. Fonte: Chiavenato (2014, p. 18). Essas quatro atividades são de� nidas individualmente nas organizações, mas são realizadas em conjunto, de forma sequencial e contínua. É importante mencionar que elas compõem os processos administrativos, portanto têm as entradas ou recursos, bem como as saídas ou desempenho. Vamos ver um exemplo: no planejamento, são de� nidos os planos; na organização, esses planos são desmembrados em atividades; nessa mesma etapa, são alocados os recursos necessários para a sua realização. Já na direção, são designadas as pessoas que executarão asatividades, bem como nessa fase elas são orientadas e motivadas enquanto fazem seus trabalhos. 12WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Por � m, no controle, essas atividades e pessoas são monitoradas e avaliadas visando identi� car os pontos de melhoria e aplicar as ações corretivas, caso necessário. Finalizamos o estudo sobre o famoso PODC – planejar, organizar, dirigir e controlar. Espero que você tenha compreendido todo o processo; a seguir, vamos desmembrar as etapas de elaboração do planejamento estratégico. 3. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO É primordial iniciar nossos estudos sobre planejamento estratégico discutindo o conceito de estratégia, tenho certeza de que, nesse momento, você se lembrou do � lme Tropa de elite, em que o capitão Nascimento faz seus recrutas falarem em voz alta a palavra estratégia em todas as línguas. Você sabia que a escolha da estratégia está diretamente ligada à sobrevivência de uma empresa? O objetivo da estratégia é direcionar, isto é, mostrar quais são as oportunidades e as formas de como alcançar o resultado com ações que devem ser implantadas para conquistar as metas estabelecidas. A estratégia relaciona-se diretamente com o ambiente externo, por exemplo, uma empresa não consegue controlar seus concorrentes, restando-lhe apenas acompanhar as estratégias utilizadas pela concorrência e adotar ações para defender-se, atacar ou contra-atacar (MAÑAS, 2018, p. 270). O planejamento e as estratégias empresariais são conceitos inerentes à atividade empresarial, os quais correspondem aos procedimentos básicos de conhecimento do negócio e de suas perspectivas para o futuro (CHIAVENATO, 2014, p. 44). Portanto, o planejamento estratégico é chave do sucesso e sobrevivência de uma organização. Ele é registrado e documentado por meio do plano estratégico, cuja participação da alta administração é imprescindível, sendo a contratação de consultores especializados facultativa. O primeiro passo para a elaboração do planejamento estratégico de uma empresa, seja ela pequena, média ou de grande porte, é de� nir os seus valores organizacionais, ou seja, a missão, visão e valores. A missão expressa as expectativas dos fundadores da empresa, “[...] é a razão pela qual a organização existe, sua razão de ser, o propósito do negócio. Nesse ponto procura-se determinar qual o negócio da empresa, porque ela existe, ou ainda em que tipos de atividades a empresa deve concentrar-se” (MAÑAS, 2018, p. 274). Já a visão representa o futuro da empresa, ou seja, onde “[...] a empresa quer chegar, são as aspirações e ambições, e sempre há determinado período para alcançá-las. Pode ser considerada os limites que os principais responsáveis pela empresa conseguem enxergar dentro de um período mais longo” (MAÑAS, 2018, p. 274). Você conhece a missão, visão e valores organizacionais da empresa onde trabalha? 13WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E, por � m, os valores, que são voltados tanto para o mercado quanto para os colaboradores, os valores servem de base para o ambiente interno da empresa, pois “[...] explicitam os princípios da organização para que todos os envolvidos conheçam e também os apliquem, é fundamental para orientar o comportamento da força de trabalho e gerar diferenciação competitiva” (MAÑAS, 2018, p. 274). Agora que a missão, visão e valores organizacionais foram de� nidos, é importante elaborar a política da empresa. Mas, a� nal, o que é essa política? Política é um conjunto de declarações escritas a respeito das intenções da instituição em relação a determinado assunto. As políticas indicam os meios e a forma para se atingir os objetivos principais. As políticas, se bem estabelecidas e executadas, conduzem a esses objetivos. São formuladas, em geral, de forma ampla e proporcionam as linhas mestras para orientar as decisões mais importantes e a formulação dos objetivos setoriais e das normas. Elas também podem signi� car o conjunto de guias e intenções que traçam o rumo de uma instituição e governam suas atividades e decisões para atingir o objetivo geral para o qual a instituição foi criada (LACOMBE, 2015, p. 167). O texto da política deve ser genérico; caso exista a necessidade, e normalmente há, de descrever melhor direitos, obrigações, entre outros detalhes, temos os manuais, normas, procedimentos, regulamentos, que, por sua vez, devem ser elaborados de acordo com a política e valores organizacionais. Em seguida, é o momento de fazer a análise do ambiente interno e externo, ou seja, o diagnóstico que servirá de base para a elaboração da estratégia empresarial; para tanto, a ferramenta mais utilizada é a Análise ou Matriz SWOT. A matriz SWOT é composta por quatro variáveis, sendo elas os pontos fortes (forças) e os pontos fracos (fraquezas) que são pertencentes ao ambiente interno e podem ser controlados pela empresa, e as oportunidades e ameaças, variáveis externas (ambiente externo), que não podem ser controladas pela empresa, pois não dependem dela. O quadro a seguir apresenta mais informações sobre as variáveis. Forças O que se busca analisar aqui são as características internas para aplicá-las a todas as áreas da organização, contribuindo com benefícios que possam agregar valor ao negócio. A força envolve fatores que estão sob o controle da empresa. Ela consegue utilizá-los para compartilhar as melhores práticas e gerar com isso vantagem competitiva. Uma equipe bem treinada, profi ssionais capacitados, sistema de distribuição efi ciente, melhor imagem e práticas inovadoras são exemplos de forças. Oportuni- dades Analisar a qualidade do ambiente externo, verifi car benefícios para os clientes, atender ne- cessidades que até então estão descobertas, planejar com antecedência, constituir me- lhores estratégias e diferenciar ou inovar. Acesso a novas tecnologias antecipadamente, mudanças na lei e contratar um bom capital intelectual são alguns exemplos. Fraquezas Podem ser considerados os pontos de desvantagem internos que interferem e prejudi- cam a empresa. A tecnologia obsoleta, baixa qualidade dos produtos ou serviços, poucos recursos para investimentos, falta de capacitação e lacunas nos treinamentos etc. Ameaças Mudanças externas que infl uenciam negativamente a empresa e precisam ser constante- mente controladas, pois podem afetar o resultado do negócio. Novos concorrentes, perda de capital intelectual, alteração em leis, mudanças tecnológicas, pirataria, catástrofes cli- máticas e vazamento de informações confi denciais. Quadro 3 – De� nição das variáveis da Matriz SWOT. Fonte: Mañas (2018, p. 277). 14WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Todas essas informações devem ser cruzadas na matriz, conforme exemplo na � gura a seguir. Figura 3 – Matriz SWOT. Fonte: Oliveira (2015). Analisando a matriz, podemos dizer que, se a empresa apresenta mais pontos fracos e muitas ameaças advindas do mercado, signi� ca que ela está em situação de sobrevivência; nesse caso, as estratégias mais indicadas para a empresa são reduzir custos, desinvestir ou fechar a empresa. Já no caso de a empresa apresentar mais pontos fortes e um alto índice de ameaças, é preciso investir em estratégias de manutenção, por exemplo, buscar a estabilidade, dominar um determinado segmento do mercado com um único produto ou a especialização. Quando a empresa tem muitas oportunidades e muitos pontos fracos, nesse caso, as estratégias são direcionadas ao crescimento da empresa, podendo investir em inovação, internacionalização, joint venture ou expansão. Por � m, temos o momento em que a empresa apresenta muitos pontos fortes e um alto índice de oportunidades,isto é, é hora de a empresa investir em desenvolvimento; para tanto, pode utilizar estratégias como abertura de novos mercados com produtos existentes, desenvolvimento de novos ou aprimorados produtos ou serviços, fusão ou aquisição de outras empresas, entre outros (OLIVEIRA, 2015). Existem outras ferramentas e modelos teóricos de análise para a tomada de de- cisão sobre a estratégia da organização. Dentre elas, destacamos o ciclo de vida do produto, matriz Ansoff, matriz BCG, matriz GE, forças competitivas, VBR, entre outras, sendo a matriz SWOT a mais conhecida e utilizada. 15WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Depois da aplicação da Análise SWOT, temos o diagnóstico organizacional e as possíveis estratégias que a empresa pode utilizar. Essas informações ajudarão no desenvolvimento propriamente dito do planejamento estratégico. É necessário desdobrar as estratégias em estratégico, tático e operacional, conforme o quadro a seguir. Planeja- mento Características Estratégico É o início do planejamento da empresa. Começa com os proprietários, sócios e diretores, que definem as estratégias de longo prazo, a direção a ser seguida. A organização desse planejamento é feita pensando em um horizonte de tempo de 5 a 10 anos, por isso precisa ser bem detalhado e ter uma visão geral da empresa. Leva em conta o ambiente interno (controlável) e o externo (não controlável), para atuar de forma inovadora no mer- cado, bem como analisa o cenário econômico, mercado, sociedade e recursos. Um ponto importante do planejamento estratégico é a missão, visão e valores, pois defi ne quem é a empresa, aonde ela quer chegar, de que forma ela pretende atingir seus objetivos. A partir dessas defi nições, estabelecem-se as metas e os objetivos com o intuito de atingir o resultado esperado no período estabelecido pelo planejamento. Tático Está ligado a níveis intermediários de gerência e coordenação da empresa, e seu objetivo é de médio prazo, de 1 a 3 anos, sem muitos detalhes, como no caso do planejamento estratégico, mas ainda com um olhar para a empresa no geral. É voltado para áreas e departamentos. Assim, busca-se, sob as orientações do planejamento estratégico, atin- gir as metas e os objetivos estabelecidos. Seu foco está em otimizar determinada área para obter um resultado individual, não a empresa como um todo. O objetivo é garantir a produção sem desperdícios ou defeitos e manter uma alta formação da gerência e coordenação. Para obter o resultado esperado, cada área e departamento (contabilida- de, produção, fi nanceira, RH, entre outras) devem atingir seus resultados, auxiliando nas políticas que direcionam o processo de tomada de decisão para manter a efi ciência e disponibilização dos recursos. Operacio- nal Está focado na execução em quem trabalha na produção, tem um objetivo de curto pra- zo, de até um ano, e busca a otimização dos sistemas e processos produtivos. Esse pla- nejamento é bem detalhado, pois são muitos colaboradores envolvidos e cada um fi ca responsável por sua tarefa, função, atividade, assim como pelos recursos necessários para colocar o plano em prática. O objetivo é estabelecer prazos, metas e de que forma as atividades serão desenvolvidas. Um plano de ação deve existir para auxiliar a contro- lar todos os detalhes necessários. Quadro 4 – Níveis de planejamento. Fonte: Mañas (2018, p. 275). Com o planejamento concluído, chegamos ao momento da implementação e execução da estratégia, por meio da elaboração de planos de ação estratégicos, táticos e operacionais. Para tanto, a ferramenta mais utilizada é a 5W2H; a maior vantagem dessa ferramenta é organizar e de� nir claramente como serão realizadas as ações, pois os principais elementos dela são: Joint venture é uma expressão de origem inglesa, que signifi ca a união de duas ou mais empresas já existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade econômica comum, por um determinado período e visando, dentre outras motiva- ções, ao lucro. 16WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA • O quê? / What – O que será feito (etapas). • Por quê? / Why – Por que será feito (justi� cativa, benefícios, entre outros). • Onde? / Where – Onde será feito (local, departamento, entre outros). • Quando? / When – Quando será feito (tempo, cronograma, entre outros). • Quem? / Who – Por quem será feito (nome do responsável). • Como? / How – Como será feito (método, atividades, processos, entre outros). • Quanto? / How much – Quanto custará fazer (custo, orçamento, entre outros). Depois que o planejamento foi implantado e colocado em prática, é necessário fazer o monitoramento, controle e avaliação visando identi� car se os objetivos e metas estão sendo alcançados, e caso haja imprevistos ou mudanças inesperadas, promover os ajustes necessários para adequação do planejamento. Nesse sentido, podemos concluir que o planejamento estratégico impacta o sucesso e a continuidade de uma empresa. 4. DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL No tema apresentado anteriormente, discutimos sobre o planejamento estratégico, em que mencionamos o diagnóstico, utilizando a matriz SWOT. Agora vamos estudar uma ferramenta para análise do ambiente interno da empresa, o diagnóstico organizacional, que visa veri� car e demonstrar a situação atual da empresa em todas as áreas, ou seja, apresenta uma visão macro do sistema de gestão empresarial, emitindo um parecer com resultados, perspectivas e conclusões relacionadas aos pontos fortes e fracos de cada área ou departamento, e sugestões do que se deve fazer para diminuir ou eliminar suas fraquezas. O diagnóstico empresarial é uma metodologia que pode ser utilizada tanto na elaboração do planejamento estratégico quanto na avaliação da sua execução, pois fornece informações con� áveis. Nesse sentido, essa ferramenta também ajuda a compreender o funcionamento de uma empresa antes da implantação de um novo projeto ou implementação de qualquer mudança na estrutura organizacional, ou ainda, detectar problemas, evidenciar oportunidades, veri� car a visão dos funcionários em relação à cultura organizacional, entre outros. Existem diferentes tipos de diagnóstico: temos o geral, que contempla todos os setores da empresa, e o especí� co, que abrange uma determinada área ou processo da empresa, como, por exemplo, a produção, visando veri� car a produtividade, o � uxo de produção, qualidade dos produtos e serviços da empresa, entre outros. Outras áreas onde o diagnóstico também é fortemente aplicado é o � nanceiro, para veri� car a saúde � nanceira da empresa; as vendas, para medir a e� ciência das vendas; e a área de tecnologia da informação, para analisar o desempenho dos sistemas de informações. 17WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Como essa ferramenta representa um conjunto de ações e análises muito complexas, dependendo do porte e tamanho da empresa, sua execução acontece em quatro etapas, sendo elas: a coleta de informações, a análise dos dados, a identi� cação dos problemas e o plano de ação. Na etapa de coleta de informações, é necessário escolher os mecanismos para levantar as informações; nesse caso, podem ser utilizados questionários aplicados eletronicamente abrangendo um número maior de fontes ou por meio de visitas com membros especí� cos da alta administração, ou ainda, roteiros que servirão de base para a aplicação de entrevistas com os principais gestores da empresa. A coleta de dados também pode incluir a observação do local de trabalho, conversas informais com os gestores, coordenadores e trabalhadores que planejam, supervisionam e executam o processo que está sendo estudado,bem como a análise de documentos para complementar as informações coletadas. Lembre-se de que é muito importante contar com a participação dos funcionários diretamente envolvidos com as atividades analisadas. E que nos questionários e roteiros de entrevistas devem constar itens ou perguntas que abordem todas as principais áreas da empresa (produção, � nanceira, contabilidade, recursos humanos, vendas, marketing, logística, qualidade, segurança do trabalho, tecnologia da informação, entre outros), assim como a missão, visão, valores organizacionais, histórico e caracterização da empresa, estrutura organizacional, planejamento estratégico, entre outras informações pertinentes. A segunda etapa é a análise de dados, ou seja, é nesse momento que as informações são transformadas em planilhas, grá� cos, mapas e tabelas que ajudam na análise e comparação dos dados. Em seguida, temos a etapa de identi� cação dos problemas, das causas das falhas ou gargalos encontrados nas operações da empresa. Nesse sentido, deve-se elaborar um relatório com todas as informações, análises e recomendações, que, por sua vez, servem de base para o plano de ação. O plano é a última e quarta etapa do diagnóstico, em que as recomendações de melhoria se tornam estratégias e ações para resolver os problemas elencados anteriormente. Ele deve conter um cronograma detalhado com a implementação das mudanças necessárias. Lembre-se de que as áreas com piores desempenhos ou que representam um impacto signi� cativo nos resultados da empresa devem ser priorizadas. A execução desse plano deve ser acompanhada e, caso tenha desvios ou ações que não surtiram o efeito desejado, o plano deve ser revisado e alterado. Agora gostaria de compartilhar com você algumas dicas importantes relacionadas ao diagnóstico da área de segurança do trabalho. As etapas a seguir não estão em ordem cronológica, pois podem ser realizadas em paralelo: A matriz SWOT, a matriz Porter, o Balanced Scorecard (BSC), a matriz BCG, entre outros, são ferramentas que ajudam a verifi car a saúde da empresa e defi nir ações e melhorias. 18WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA • Conhecer todos os setores e departamentos da empresa, bem como os seus membros. • Conhecer as dependências da empresa para compreender os processos da empresa. • Analisar as documentações da empresa, em especial as que envolvem a área de SST, como, por exemplo, o PPRA. • Identi� car as pendências imediatas existentes na área de SST. • Veri� car quais são as atribuições de cada membro, bem como identi� car os desvios de função. • Veri� car se existem multas ou processos trabalhistas. • Identi� car os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais que ocorrem com maior frequência. • Avaliar o engajamento dos membros da CIPA. • Conversar informalmente com os líderes da manutenção. • Solicitar a convenção coletiva de trabalho. • Levantar quais equipamentos estão sob a responsabilidade do SESMT, como, por exemplo, os anemômetros (para medir a velocidade do ar), bomba para amostragem de gases e poeira, detectores de gás, decibelímetro (para medir o nível de pressão sonora), dosímetro (para medir o nível de ruído), monitor de IBUTG (para medir o calor), medidores de vibração humana, luxímetro (para medir o nível de iluminância), higrômetro (para medir a umidade relativa do ar), explosímetro (para detectar misturas in� amáveis e explosivas), entre outros. • Listar os equipamentos de proteção individual por atividades. • Conhecer o processo da empresa para veri� car os possíveis riscos existentes em cada fase de produção ou atividade de trabalho. • Sistematizar a consulta diária ao site do INSS, visando monitorar os benefícios acidentários. • Conhecer os terceirizados que prestam serviços na empresa. • Criar uma parceria com o setor de compras. • Veri� car a organização dos arquivos. • Veri� car a existência do registro ou requerimento para alteração do SESMT. • Analisar o cronograma de inspeções. • Analisar os procedimentos relacionados às atividades do SESMT. • Analisar o orçamento mensal e anual, entre outros. 19WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Com esse assunto, � nalizamos a unidade sobre gestão empresarial, agora você poderá compreender como funciona a empresa onde trabalha, bem como conseguirá tomar decisões mais assertivas com base em uma visão sistêmica. No processo de diagnóstico, é importante conhecer a estrutura organizacional de uma empresa. Uma explicação interessante sobre esse tema pode ser vista no vídeo: FERRARI, M. Organização: estruturas organizacionais. 2019. Disponível em: https://youtu.be/U3-rlkm1Zsk. 20WWW.UNINGA.BR AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) aluno(a), chegamos ao � nal da nossa primeira unidade, na qual estudamos sobre os fundamentos da gestão empresarial, ou seja, todos os conceitos que norteiam o gerenciamento propriamente dito de uma empresa. Tenho certeza de que você, a partir de agora, conseguirá compreender o funcionamento de uma empresa, bem como aplicar técnicas e ferramentas para efetuar e analisar o diagnóstico organizacional. Além disso, você saberá avaliar os pontos fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades que envolvem a empresa, e indicar se ela precisa aplicar estratégias de sobrevivência, estabilidade, crescimento ou manutenção. Por � m, espero que tenha despertado em você a vontade de aprender mais sobre esse assunto. Lembre-se de realizar as pesquisas indicadas durante o texto e nas fontes disponíveis nas referências ao � nal do livro. Abraço e sucesso! 2121WWW.UNINGA.BR UNIDADE 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................22 1. INTRODUÇÃO AO SESMT .....................................................................................................................................23 2. IMPLANTAÇÃO DO SESMT .................................................................................................................................. 27 3. POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SST ................................................................................................................... 31 4. GERENCIAMENTO DA EQUIPE DE TRABALHO .................................................................................................35 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................39 GESTÃO DO SESMT PROF.A MARCIA TATHIANE DA SILVA RIBEIRO MANTOVANI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO APLICADA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 22WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 INTRODUÇÃO Olá! Nesta unidade, vamos estudar a estrutura e o funcionamento do principal órgão de saúde e segurança do trabalho dentro das empresas, o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho, mais conhecido como SESMT. Em um primeiro momento, abordaremos as características, a função e a importância do SESMT para a área de SST, bem como os tipos existentes e sua posição hierárquica no organograma da empresa. Depois você conhecerá o processo de dimensionamento e registro do SESMT, os pro� ssionais obrigatórios e complementares que podem atuar nele, entre outros assuntos pertinentes. Também discutiremos sobre a política, programas, procedimentos e manuais de segurança do trabalho, que servem de suporte parao funcionamento do SESMT. E, por � m, apresentarei o processo de gerenciamento da equipe de trabalho, informações importantes para que o trabalho dentro do SESMT seja produtivo e e� caz. Portanto, abordaremos toda a gestão do SESMT, desde sua implantação até o dia a dia de trabalho, onde os programas e procedimentos são colocados em prática. Espero que você goste dos assuntos que vamos estudar. Abraço e sucesso! 23WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 1. INTRODUÇÃO AO SESMT Vamos iniciar nossos estudos com um questionamento: a� nal, quem é o responsável pela saúde e segurança dentro das empresas? A resposta é simples: a empresa (estrutura organizacional e gestores) é a maior responsável pelas ações de saúde e segurança do trabalho, mas os trabalhadores também têm suas responsabilidades. Entenda as responsabilidades de cada membro da organização na � gura a seguir. Figura 1 – Responsabilidades sob a SST por nível hierárquico. Fonte: Rossete (2015, p. 67). As responsabilidades começam de cima para baixo, ou seja, quem garante a segurança é a alta administração, e não os cipeiros. Agora podemos discutir sobre o SESMT propriamente dito, essa sigla signi� ca Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, que, por sua vez, tem como � nalidade promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. O SESMT é normatizado pela norma regulamentadora 4 da Portaria n.º 3.214 de 08 de junho de 1978 e pelo Art. 162 da CLT. Essa é uma das normas regulamentadoras de maior importância dentre as 36 existentes, pois versa a respeito do conjunto pro� ssional ativo, responsável pela manutenção da segurança no ambiente de trabalho, ao passo que também é responsável pela execução de estratégias capazes de garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Todas as empresas que possuam trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) são obrigadas a constituir o SESMT, ou seja, [...] as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (BRASIL, 1978). 24WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 É importante mencionar que existem vários tipos de SESMT, dentre eles: • SESMT individual (NR 4.2): é aquele restrito ao próprio estabelecimento conforme enquadramento do Quadro II da NR 04. • SESMT estadual (NR 4.2.5): é aquele composto por todos os estabelecimentos da empresa em um mesmo Estado. • SESMT regional (NR 4.2.4): quando a empresa apresenta pelo menos uma � lial enquadrada no Quadro II da NR 04, as demais � liais localizadas na mesma unidade de federação devem ser atendidas por esse SESMT. • SESMT centralizado (4.2.3): é aquele com dois ou mais estabelecimentos no qual a distância entre o estabelecimento onde está instalado o SESMT e os demais não ultrapassa 5000 metros. • SESMT individual com obras (NR 4.2.1): é aquele composto por estabelecimento individual, matriz ou � lial, responsável por obras que tenham menos de 1000 trabalhadores e dentro da mesma unidade da federação do estabelecimento. • SESMT obra (NR 4.2.1): é aquele cujas obras têm 1000 ou mais trabalhadores ou enquadramento no Quadro II da NR 04 com qualquer número de trabalhadores, cujo estabelecimento responsável situa-se fora do estado onde a obra é realizada. • SESMT externo: são as consultorias contratadas por aquelas empresas que não são obrigadas a manter um SESMT, mas que tenham interesse em manter todos os programas desenvolvidos pelo Serviço Especializado (BRASIL, 1978). Todos os tipos de SESMT apresentados, com exceção do SESMT externo, precisam de um gestor, que pode ser escolhido pela empresa desde que atenda os seguintes requisitos: [...] os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser che� ados por pro� ssional quali� cado, segundo os requisitos especi� cados no subitem 4.4.1 desta norma regulamentadora. [...] Os pro� ssionais integrantes do SESMT devem possuir formação e registro pro� ssional em conformidade com o disposto na regulamentação da pro� ssão e nos instrumentos normativos emitidos pelo respectivo Conselho Pro� ssional, quando existente (BRASIL, 1978). Ainda segundo a Norma Regulamentadora 4, as atribuições do SESMT são: a) Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador; b) Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija; 25WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 c) Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea “a”; d) Responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto na NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos; e) Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5; f) Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração permanente; g) Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção; h) Analisar e registrar em documento(s) especí� co(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s); i) Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo o empregador manter a documentação à disposição da inspeção do trabalho; j) Manter os registros de que tratam as alíneas ‘h’ e ‘i’ na sede dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas ‘h’ e ‘i’ por um período não inferior a 5 (cinco) anos; k) As atividades dos pro� ssionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou dequalquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades. Saiba mais sobre a importância do SESMT e os seus principais componentes, as- sistindo ao vídeo disponível em: https://youtu.be/wvoV3GdZb6w. 26WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 Na maioria das empresas, o SESMT é subordinado à área de recursos humanos, à área de produção, ou, ainda, pode estar diretamente ligado à presidência da empresa como órgão de sta� . A descrição desse organograma pode mudar de empresa para empresa, não tem uma regra, mas lembre-se de que o SESMT precisa ter muita autonomia para trabalhar, portanto a posição de sta� ligado à presidência seria a melhor opção. A seguir, temos um modelo de organograma com as três situações citadas anteriormente para sua compreensão. Figura 2 – Exemplo de organograma com SESMT. Fonte: A autora. Portanto, o SESMT é subdividido em segurança no trabalho e medicina do trabalho, sendo que o primeiro é responsável pelos programas e pelas estratégias relacionadas à prevenção de acidentes de trabalho representada pelos tecnólogos, técnicos e engenheiros de segurança do trabalho. Já o segundo é responsável pelos serviços médicos da empresa, visando à prevenção de doenças ocupacionais, representado pelo médico, enfermeiro e auxiliar de enfermagem do trabalho, bem como outros pro� ssionais da área da saúde. O SESMT e a CIPA devem trabalhar juntas, sendo que o primeiro recebe as observações e solicitações da segunda, enquanto a segunda propõe soluções corretivas e preventivas para o primeiro. A seguir, veremos as etapas de implantação do SESMT e suas particularidades. 27WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 2. IMPLANTAÇÃO DO SESMT O processo de implantação do SESMT inicia no seu dimensionamento, ou seja, deve- se identi� car quais e quantos pro� ssionais deve compor esse órgão. A resposta depende da quantidade de trabalhadores e do grau de risco da atividade econômica (CNAE) principal do estabelecimento, bem como das orientações disponíveis nas normas regulamentadoras vigentes, em especial a NR-4. O primeiro passo do processo é identi� car todos os estabelecimentos onde haja atividades na empresa. Nesse sentido, cada uma das unidades da organização que funcione em lugares diferentes é considerada um estabelecimento. Em seguida, é necessário calcular quantos trabalhadores prestam serviços em cada estabelecimento, ou seja, os empregados, terceirizados e estagiários, todos que executam tarefas dentro do ambiente da empresa. Identi� car qual a atividade principal desempenhada naquele estabelecimento por meio do número do CNAE (Código Nacional de Atividades Econômicas) encontrado no cartão de CNPJ é a terceira etapa. Essa informação ajuda a localizar o grau de risco da empresa no Quadro I da NR-4, conforme exemplo a seguir. Quadro 1 – Quadro I da NR-4. Fonte: Brasil (1978). Leia a norma regulamentadora 4 na íntegra por meio do link disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-04.pdf. 28WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 Agora é necessário consultar o Quadro II da NR-4 para de� nir quem e quantos pro� ssionais são obrigatórios para compor o SESMT, bem como a carga horária de trabalho de cada um deles. Para tanto, deve-se cruzar o número de trabalhadores do estabelecimento com o grau de risco no Quadro II da NR-4, conforme exemplo a seguir. Quadro 2 – Quadro II da NR-4. Fonte: Brasil (1978). Nesse exemplo, a empresa precisa selecionar e contratar 04 técnicos de segurança do trabalho, 01 engenheiro de segurança do trabalho, 01 auxiliar de enfermagem do trabalho e 01 médico do trabalho, todos em tempo integral. Esse é o processo mais conhecido para o dimensionamento do SESMT, mas existem outras formas para realizar esse processo. Portanto, é extremamente importante analisar as características da organização e seguir as orientações dispostas na NR-4. No caso das empresas portuárias e das propriedades rurais, existem normas regulamentadoras especí� cas para orientar o dimensionamento do serviço especializado em segurança e saúde do trabalhador. A NR-29 regulamenta o Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário (SESSTP) e a NR-31 orienta o Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural (SESTR). O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho, o enfermeiro do trabalho, o técnico de segurança do trabalho e o técnico de enfermagem ou auxiliar técnico de enfermagem são os componentes obrigatórios do SESMT, ou seja, é a composição mínima da equipe. A formação, atribuições e registro de cada pro� ssão são determinados pelos conselhos de classe ou órgãos governamentais, como, por exemplo, o CREA, no caso dos engenheiros e técnicos de segurança do trabalho. 29WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 Dependendo da necessidade da empresa, é possível contratar outros pro� ssionais para complementar esse quadro, seja celetista (CLT) ou terceirizado. Nesse sentido, temos outros médicos, como o clínico geral ou especialistas, assim como o tecnólogo de segurança do trabalho, o ergonomista, o educador físico, o higienista do trabalho, o assistente social, ou, ainda, outros pro� ssionais da saúde como o � sioterapeuta, o psicólogo organizacional, o o� almologista, o dentista do trabalho, o terapeuta ocupacional, o nutricionista do trabalho, entre outros. É importante mencionar que, dependendo do porte da empresa, é preciso contratar uma equipe administrativa para cuidar da burocracia e de serviços operacionais, como a recepcionista, o auxiliar administrativo e o motorista, para que os pro� ssionais de SST possam se dedicar, exclusivamente, ao atendimento de suas atribuições, especialmente, quando existe ambulatório médico com caráter preventivo e curativo vinculado ao SESMT. Esses pro� ssionais normalmente são registrados em regime de CLT e podem possuir nomenclaturas diferentes, ou seja, os pro� ssionais obrigatórios e complementares podem adotar níveis hierárquicos, como, por exemplo, diretor, gerente, coordenador, supervisor, analista, assistente, auxiliar de segurança do trabalho, entre outros. Ou ainda podem apresentar descrição de cargo por nível de complexidade, caso a empresa tenha plano de carreira, como, por exemplo, técnico de segurança do trabalho I, II e III ou analista de segurança do trabalho júnior, pleno e sênior. Agora que você já sabe quais são os pro� ssionais que devem compor o SESMT é necessário escolher ou construir o local onde será alocado esse órgão dentro da empresa, bem como comprar os móveis, materiais, insumos e equipamentos necessários para o seu funcionamento. Em seguida, deve-se recrutar, selecionar, contratar e treinar todos os pro� ssionais indicados no dimensionamento, assim como os pro� ssionais que podem complementar as atribuições do SESMT; para tanto, é possível contar com a ajuda do departamento de recursos humanos da empresa. Gostaria de conhecer as experiências de um engenheiro de segurança do traba- lho? Então leia os volumes 1 e 2 do livro Segurança do trabalho: organizando o setor: SOBRAL JÚNIOR, M. Segurança do trabalho: organizando o setor. Manaus: Sin- duscon AM, 2013. v. 1. SOBRAL JÚNIOR, M. Segurança do trabalho: organizando o setor. Manaus: Sin- duscon AM, 2015. v. 2. Você já atua no SESMT de alguma empresa? Em caso negativo, pretende trabalhar? 30WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BALH O | U NI DA DE 2 Lembre-se de que é necessário registrar os pro� ssionais obrigatórios junto ao órgão regional da Secretaria de Inspeção do Trabalho (ENIT) antes da abertura do SESMT e, também, fazer atualizações quando houver movimentações (admissão, substituição e desligamento de pro� ssionais). O registro do SESMT é realizado por meio do Sistema SESMT, disponibilizado pela Secretaria de Inspeção do Trabalho de acordo com a Portaria n.º 559 de 03 de agosto de 2016. As empresas que não conseguem cadastrar o SESMT no sistema recebem uma justi� cativa no e-mail do responsável pelo cadastro. Quando acontece isso ou quando a empresa não tem acesso à internet devido à infraestrutura da cidade, bem como no caso do SESSTP e do SESTR, o processo de registro continua sendo realizado mediante o preenchimento do formulário de requerimento na unidade do ENIT mais próxima. Quando a empresa é obrigada a contratar o médico e enfermeiro do trabalho, para que eles possam exercer suas funções, é necessário manter um local de trabalho adequado; nesse caso, a empresa pode acoplar ao SESMT um ambulatório médico simples ou completo dependendo da demanda de trabalho e do porte da organização. Os serviços médicos ou ambulatório médico [...] tem por função principal o fornecimento de serviços de saúde ocupacional que visam, através de exames médicos admissionais, periódicos e outros, rastrear ou diagnosticar precocemente as doenças relacionadas ao trabalho, bem como reabilitar e readaptar pessoas acidentadas ou portadoras de doenças incapacitantes. Em menor escala, os ambulatórios tentam suprir uma parte das necessidades de assistência médica, principalmente, pela rapidez e facilidade de acesso por parte do trabalhador (POSSIBOM, 2006, p. 35). É importante mencionar também que toda a documentação referente à saúde e segurança do trabalho da empresa � ca sob responsabilidade do SESMT. Estamos falando aqui do preenchimento dos quadros III, IV, V e VI dispostos na NR-4, que fazem parte do mapa de avaliação anual do SESMT, pois [...] compete aos pro� ssionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo o trabalhador manter a documentação à disposição da inspeção do trabalho (BRASIL, 1978). Não podemos esquecer que esses documentos devem ser arquivados corretamente, assim como todos os programas, projetos, registros de segurança do trabalho, exames ocupacionais, prontuário médico dos trabalhadores, documentos especí� cos da CIPA, FISPQs, controle de EPIs, entre outros documentos. No caso de � scalização, eles serão solicitados e devem ser apresentados em curto prazo de tempo. Realizar, semestralmente, auditorias no SESMT ou ambulatório é uma estratégia muito interessante para identi� car pontos falhos e corrigi-los para evitar pagamento de multas desnecessárias posteriormente. Você gostaria de saber mais sobre o sistema de registro do SESMT? Então acesse o link disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e- saude-no-trabalho/sst-menu/sst-sesmt?view=default. 31WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 3. POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SST As ações de saúde e segurança do trabalho implantadas pelo SESMT somente ganham força dentro da empresa se os funcionários compreenderem a importância delas. Para tanto, é necessário criar uma política de segurança do trabalho. A política de SSO deve indicar quais resultados devem ser atingidos, quais os caminhos principais a ser seguidos para alcançar esses resultados e mostrar que a direção da empresa está comprometida com a promoção do bem-estar, a manutenção das condições ideais para a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho e também com a qualidade de vida (ROSSETE, 2015, p. 137). Portanto, a política representa o conjunto de princípios gerais da atitude de uma organização em relação à segurança do trabalho. O processo da sua criação envolve a identi� cação da missão, visão e valores do negócio, a de� nição do sistema de gestão da empresa, a formação de uma equipe multidisciplinar, a de� nição dos pontos relevantes, a reunião de elaboração, a aprovação e formalização e, por � m, a formatação do documento. Nesse processo, é muito importante contar com a presença e o apoio da alta administração, pois eles são responsáveis pela aprovação e pela garantia da sua implantação. Lembre-se de que a política deve ser elaborada com base nas normas regulamentadoras que orientam o segmento da empresa e no planejamento estratégico, contendo os objetivos, princípios e valores que representam o comprometimento da empresa com a gestão de SST. Nesse sentido, precisa atender, no mínimo, quatro requisitos, dentre eles, a maneira como a organização vê e trata as questões de SST, o que a organização faz ou fará para a eliminação ou redução dos riscos, o que a organização faz para a minimização e correção das consequências, e o que a organização faz ou fará para informar seus trabalhadores e contratados. Com base nesses requisitos, são elaborados de 10 a 12 objetivos, no máximo. Eles devem ser mensuráveis para que possam ser monitorados por meio de indicadores (estudaremos esse assunto na Unidade III). É importante mencionar que as principais fontes desses indicadores são os relatórios de auditorias, inspeções, diagnósticos, entre outros. Também gostaria de mencionar que deve haver sua publicação no manual de segurança do trabalho ou manual do trabalhador e sua constante divulgação aos demais trabalhadores por meio de treinamento, folhetos, placas e banners expostos na empresa. Agora que a política já está pronta e implantada, é necessário criar os programas de saúde e segurança do trabalho que ajudarão no seu cumprimento. “Enquanto um programa diz quais ações serão tomadas, uma política de� ne quais são os requisitos de segurança e saúde ocupacional que a empresa deve atender” (ROSSETE, 2015, p. 138). Portanto, as empresas precisam planejar, elaborar, implantar e monitorar programas de saúde e segurança do trabalho para atender as normas regulamentadoras que regem suas atividades. 32WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 Existem os programas obrigatórios criados para dar suporte às normas e os programas criados para contribuir com a gestão de segurança da empresa, como uma espécie de complemento. O programa de segurança é uma carta de intenções do que se pretende praticar para atender às normas regulamentadoras. Trata-se, também, de uma prática de gestão mínima a ser adotada em segurança e saúde no trabalho. Para a elaboração é importante interpretar a realidade da empresa e adequá-la por meio de elementos básicos que devem ser considerados para sua implementação. O programa bem elaborado possibilita que todos atuem na prevenção em segurança e saúde no trabalho como um item integrante da vida da empresa (ROSSETE, 2015, p. 193). Eles são escolhidos de acordo com o segmento de cada empresa, temos programas que abrangem todas as empresas, como o PPRA e PCMSO, mas também temos os programas especí� cos por segmento, como o PCMAT, que é aplicado à indústria da construção civil. No quadro a seguir, veremos alguns exemplos de programas. Programa Objetivo NR PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional Promoção e preservação da saúde dos trabalhadores, a pre- venção e o diagnóstico precoce de doenças relacionadas às funções desempenhadas e ao ambiente de trabalho. Moni- toramento por anamnese, exames ocupacionais e comple- mentarescom o objetivo de identifi car precocemente des- vios que possam comprometer a saúde dos trabalhadores. NR-7 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Levantamento e identifi cação de todos os agentes presen- tes no ambiente do trabalho que possam ocasionar danos à saúde e à integridade física do empregado. Após detectado o agente, realizam-se as medições ou análises necessárias, elabora-se um programa, e indicam-se as medidas necessá- rias para eliminar ou atenuar os efeitos dos agentes sobre o trabalhador. NR-9 LTCAT – Laudo Técnico das Condições do Am- biente de Trabalho Documentar a existência ou não de agentes nocivos presen- tes no ambiente laboral, concluindo se há ensejo à Aposen- tadoria Especial ou não. Lei 8.213/91 Mapa de Risco Informar e conscientizar os colaboradores dos riscos pre- sentes no dia a dia para determinar as medidas de preven- ção e segurança do trabalho. Ele serve como um instrumen- to preliminar dos riscos, informação para os empregadores e visitantes e planejamento para as ações preventivas. Portaria 25/1994 PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Cons- trução Garantir a saúde e a segurança de todos que trabalham, di- reta ou indiretamente, na realização de uma obra ou serviço na área de construção civil por meio do estabelecimento de diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de or- ganização nos processos, nas condições e no meio ambien- te de trabalho. NR-18 PGR – Programa de Ge- renciamento de Riscos Preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores, devendo avaliar as atividades desenvolvidas pelos emprega- dos no exercício de todas as suas atividades, determinando se estão expostos a agentes nocivos, com potencial de cau- sar danos à sua saúde ou integridade física, além de prever as medidas de controle voltadas para a atividade. NR-22 PPR – Programa de Proteção Respiratória Proteger e proporcionar o controle de doenças ocupacionais provocadas pela inalação de poeiras, fumos, névoas, fuma- ças, gases e vapores. Estabelecer as recomendações neces- sárias para selecionar e usar corretamente os equipamentos protetores das vias aéreas (respiratórias). Instrumento Normativo n. 1 do MTE 33WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 PCA - Programa de Conservação Auditiva Prevenir a instalação de perdas auditivas induzidas por ruído ocupacional (PAIR), controlar a evolução das perdas auditi- vas já existentes e diagnosticar precocemente tais perdas por meio de um processo dinâmico e contínuo, em que se desenvolvem atividades planejadas e coordenadas entre as diversas áreas envolvidas na empresa. Complemen- to a NR-7 PPRPS – Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares Garantir a proteção adequada à integridade física e à saúde de todos os trabalhadores envolvidos com as diversas for- mas e etapas de uso das prensas e/ou dos equipamentos similares. Complemen- to a NR-12 PPRMIP - Programa de Prevenção de Riscos em Máquinas Injetoras de Plásticos Garantir proteção adequada à integridade física e à saúde de todos os trabalhadores envolvidos com as diversas formas e etapas de uso desse tipo de máquinas. Complemen- to a NR-12 PQV – Programa de Qualidade de Vida Gerar estratégias com o intuito de promover um ambiente que estimule e dê suporte ao indivíduo e à empresa, cons- cientizando-os como sua saúde está diretamente relaciona- da à produtividade e segurança. Complemen- to a NR-7 Quadro 3 – Exemplos de programas de SST. Fonte: Oliveira e Piza (2017, p. 193-214). Existem muitos outros programas de SST, apresentei apenas os principais exemplos. Cada um deles segue um processo de planejamento, elaboração, execução e monitoramento especí� co; nesse sentido, indico que você faça pesquisas e cursos adicionais para conhecer melhor esse assunto. Tanto a política quanto os programas geram procedimentos, que, por sua vez, são utilizados no dia a dia das empresas, orientando as atividades do setor de SST, bem como os demais setores a colocá-los em prática. Esses procedimentos são elaborados pelo SESMT e podem ser divididos por periodicidade, como, por exemplo, na rotina diária, temos a entrega de EPIs e o preenchimento das � chas de controle; na rotina mensal, veri� ca-se a validade dos atestados de saúde ocupacional; já na rotina anual, providencia-se renovação da CIPA, realiza-se a SIPAT, veri� ca-se a atualização do PCMSO e PPRA, entre outros. Mas, a� nal, o que é um procedimento? O procedimento tem o objetivo de padronizar e diminuir a ocorrência de desvios na execução de tarefas, independente de quem as faça. Ou seja, um procedimento coerente e que seja seguido, garante ao trabalhador a qualidade de suas ações, aumentando a previsibilidade de seus resultados, minimizando as variações causadas por imperícia, independente da falta de um trabalhador (SOBRAL JÚNIOR, 2015, p. 33). Portanto, os procedimentos de segurança do trabalho visam detalhar o passo a passo das tarefas que compõem uma atividade para que o executor e terceiros não sofram acidentes de trabalho e doenças ocupacionais durante sua execução. Para tanto, é necessário formar uma equipe de trabalho para realizar a descrição do procedimento propriamente dito (o que será feito), de� nir as responsabilidades (por quem será feito), bem como citar as referências ou fontes de informações utilizadas na elaboração dos procedimentos. Também é importante ter um glossário com os principais termos, siglas e expressões utilizadas no processo. Programa Objetivo NR 34WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AD M IN IS TR AÇ ÃO A PL IC AD A À EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 Outro item que deve ser de� nido são os receptores, ou seja, quem irá receber o procedimento. Também deve ser visto se terá planilhas, quadros, � uxogramas, manuais, desenhos, entre outros anexos. Os procedimentos podem ser documentados por meio de formulário, como o Procedimento Operacional Padrão (POP) ou a Instrução de Trabalho (IT), que são documentos emprestados da gestão da qualidade. Portanto, os processos devem ser padronizados e documentados, para que todos possam ter acesso, seguir e executar seu trabalho de maneira e� ciente, independentemente do dia, do trabalhador ou dos fatores envolvidos. É importante reforçar que os procedimentos devem ser divulgados aos envolvidos mediante treinamento e aos demais trabalhadores por meio de e-mail, intranet ou impresso. Depois de � nalizados, os procedimentos devem compor o manual de normas e procedimentos da empresa. Esses manuais são mais numerosos, bem como de utilização mais acentuada na empresa. Tem como objetivo descrever as atividades que envolvem as diversas unidades organizacionais da empresa, bem como detalhar como elas devem ser desenvolvidas (OLIVEIRA, 2009, p. 367). É um dos manuais mais comuns dentro das empresas, pois é utilizado no treinamento de integração dos novos trabalhadores, assim como em outros treinamentos especí� cos. Lembre-se de que o manual de procedimentos de segurança no trabalho é diferente do manual de normas de segurança no trabalho, pois o primeiro apresenta os procedimentos relacionados ao trabalho dos pro� ssionais de segurança do trabalho dentro da empresa, bem como os processos que envolvem os demais trabalhadores, como, por exemplo, o procedimento em caso de emergência ou acidente de trabalho com vítimas, em que todos os presentes dentro da empresa estão envolvidos. Já o manual de normas em segurança no trabalho contém a política e as diretrizes que orientam a cultura de segurança da empresa. Lembre-se de que a política, programas, procedimentos e manuais são muito importantes para a gestão da área de segurança e saúde ocupacional da empresa, bem como serve para documentar o cumprimento da NR-1. A gestão
Compartilhar