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Requisitos da Petição Inicial

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da Petição Inicial 
@Elisastudies._ 
 
 
 
 
• Forma 
A Petição Inicial é a forma pela qual a demanda 
se apresenta (o conteúdo da petição inicial). Em 
regra, a petição inicial deve ser escrita. No 
entanto, há casos que é admitida a demanda 
oral: 
− Juizado especial; 
− Ação de alimentos; 
− Ação proposta pela mulher que se afirmar 
vítima de violência doméstica. 
Na petição inicial oral, a demanda pode ser 
formulada oralmente, mas deverá ser reduzida a 
termo (escrita). A demanda pode ser registrada 
em papel, mas existe também a demanda 
eletrônica. 
• Capacidade postulatória 
A petição deve ser assinada por quem tenha 
capacidade postulatória. Em regra: o 
advogado, membro do MP ou o Defensor 
Público. Há, porém, algumas hipóteses em que o 
leigo tem capacidade postulatória: 
− Ação de alimentos; 
− Habeas corpus; 
− Juizados especiais cíveis, na primeira 
instância, em causas cujo valor não exceda 
a 20 salários mínimos; 
− Pedido de concessão de medida protetiva 
de urgência em favor da mulher que se 
afirma vítima de violência doméstica ou 
familiar. 
O Novo CPC, no art. 287, traz uma nova regra: 
o advogado tem que indicar na petição inicial 
o seu endereço eletrônico e o não eletrônico e 
a petição deve, ainda, vir acompanhada de 
procuração. 
• Endereçamento 
A Petição Inicial deve ser dirigida ao órgão 
jurisdicional competente (Excelentíssimo Senhor 
Doutor Juiz de Direito da Vara... Da Comarca 
de...). 
Atentar-se a: 
 
 
− Juiz Estadual chama-se JUIZ DE DIREITO 
(Comarca); 
− Juiz federal chama-se JUIZ FEDERAL (Seção 
ou Subseção judiciária). 
Analisar se o caso não é de competência de 
TRIBUNAL, pois caso seja, chama-se de Egrégio 
Tribunal (Ex. Ação rescisória; mandado de 
segurança contra ato judicial – casos de 
competência originária de tribunal). 
OBS: Nota-se que houve melhoria na redação 
do dispositivo quando comparado com o inciso 
I do art. 282 do CPC/73, que previa o 
endereçamento para o "juiz ou tribunal". Agora, 
com o Novo CPC, fala-se em "JUÍZO a que é 
dirigida". 
• Qualificação das partes 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a 
existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica (CNPJ), o endereço 
eletrônico, o domicílio e a residência do 
autor e do réu. 
§ 1º Caso não disponha das informações 
previstas no inciso II, poderá o autor, na 
petição inicial, requerer ao juiz diligências 
necessárias a sua obtenção. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, 
a despeito da falta de informações a que se 
refere o inciso II, for possível a citação do 
réu. 
§ 3º A petição inicial NÃO será indeferida 
pelo não atendimento ao disposto no inciso 
II deste artigo se a obtenção de tais 
informações tornar impossível ou 
excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
Observações: 
− E quando o autor for um nascituro, qualifica-
se como “nascituro de fulana de tal (nome 
da mãe)”. 
− Quando se trata de pessoa Jurídica – “Com 
sede no endereço tal”; “Com filial no 
endereço tal”. 
− Quando o réu for incerto tem que constar 
isso na Petição Inicial, tendo que, ao 
menos, fornecer elementos a fim de identificar 
o réu na petição inicial (Ex. Credor do foro 
relativo ao imóvel tal). 
− Sempre que o réu for INCERTO, deverá ser 
citado por EDITAL. 
− Nos casos em que há uma multidão no polo 
passivo tem que designar alguns nomes e 
dizer “e todos” (exemplo: ... E todos os outros 
que estão ocupando o imóvel). Trata-se de 
uma espécie de encerramento, pois é 
impossível se saber todos os dados de todas 
as pessoas. 
• Causa de pedir 
Deve a Petição inicial conter a exposição dos 
fatos e fundamentos jurídicos do pedido. 
Compõem a causa de pedir: o fato (causa 
próxima) e o fundamento jurídico (causa 
remota). 
O Novo CPC adotou a teoria da 
substancialização da causa de pedir (se exige 
do demandante indicar, na petição inicial, 
qual o fato jurídico e qual a relação jurídica 
dele decorrente, não bastando indicar a 
relação jurídica, efeito do fato jurídico, sem 
indicar qual o fato jurídico que lhe deu causa). 
• Pedido 
É requisito essencial da petição inicial a 
indicação de sua pretensão jurisdicional. O 
pedido pode ser analisado sob a ótica: 
− PROCESSUAL (pedido imediato - representa 
a providência processual pretendida, tal 
como a condenação, por exemplo). 
− MATERIAL (pedido mediato - representa o 
bem da vida perseguido, ou seja, o 
resultado prático que o autor pretende 
obter com a demanda judicial). 
 
• Valor da causa 
O valor da causa deve ser certo e fixado em 
moeda corrente nacional, atribuída pelo autor 
(não pode ser em salário mínimo, em valor 
inestimável, por exemplo). 
TODA causa deve ter um valor, ainda que não 
haja valor econômico nela. 
Ex. Na ação de guarda de filhos deve ser 
atribuído um valor para a causa, mesmo não 
havendo valor econômico. 
O valor da causa cumpre diversos papéis no 
processo: 
− Define competência; 
− Define procedimento (ex. Juizados especiais). 
− Define custas judiciais (são calculadas a 
partir do valor da causa), possuindo uma 
função tributária. 
− Serve como base de cálculo para diversas 
punições processuais. 
− Prevê a possibilidade de o juiz, de ofício, 
controlar a atribuição do valor da causa (§ 
3º art. 292, NCPC). 
Existem duas espécies de valor da causa: 
− Valor da causa por previsão legal 
A lei determina o valor que a causa deve ter, 
cabendo ao autor cumpri-la. 
De acordo com o artigo 292 do Novo CPC, o 
valor da causa, em regra, é o VALOR DO 
PEDIDO. 
Art. 292. O valor da causa constará da 
petição inicial ou da reconvenção e será: 
− na ação de cobrança de dívida, a soma 
monetariamente corrigida do principal, dos 
juros de mora vencidos e de outras 
penalidades, se houver, até a data de 
propositura da ação; 
− na ação que tiver por objeto a existência, a 
validade, o cumprimento, a modificação, a 
resolução, a resilição ou a rescisão de ato 
jurídico, o valor do ato ou o de sua parte 
controvertida; 
− na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) 
prestações mensais pedidas pelo autor; 
− na ação de divisão, de demarcação e de 
reivindicação, o valor de avaliação da área 
ou do bem objeto do pedido; 
− na ação indenizatória, inclusive a fundada 
em dano moral, o valor pretendido; 
Nas ações indenizatórias, INCLUSIVE AS 
FUNDADAS EM DANOS MORAL, o valor da 
causa deve ser o valor pretendido. Ao tornar o 
pedido de dano moral em espécie de pedido 
determinado, exigindo-se do autor a indicação 
do valor pretendido o dispositivo CONTRARIA 
posição consolidada do STJ de admitir nesses 
casos o pedido genérico. 
− na ação em que há cumulação de pedidos, 
a quantia correspondente à SOMA dos 
valores de todos eles; 
− na ação em que os pedidos são alternativos, 
o de MAIOR valor; 
− na ação em que houver pedido subsidiário, 
o valor do pedido PRINCIPAL. 
 
− Valor da causa por arbitramento do autor: 
Nos casos que não se encaixe no art. 292 do 
CPC (Ex. Ação de guarda), o autor vai fixar o 
valor da causa a seu critério. 
Assim, o juiz não controlará o valor da causa 
quando ele for legal (controle objetivo). 
Entretanto, o juiz controlará o valor se houver 
irrazoabilidade na fixação do autor. 
Art. 292, § 3º, CPC: O juiz corrigirá, de 
ofício e por arbitramento, o valor da 
causa quando verificar que não 
corresponde ao conteúdo patrimonial em 
discussão ou ao proveito econômico 
perseguido pelo autor, caso em que se 
procederá ao recolhimento das custas 
correspondentes. 
A impugnação ao valor da causa, feita pelo 
réu, é realizada na preliminar da contestação e 
não mais em peça separada, distinta da 
contestação. Acabou o incidente ao valor da 
causa 
Art. 293 - O réu poderá impugnar, em 
preliminar da contestação, o valor 
atribuído à causa peloautor, sob pena 
de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, 
impondo, se for o caso, a 
complementação das custas. 
§ 1º Quando se pedirem prestações 
vencidas e vincendas, considerar-se-á o 
valor de umas e outras. (valor da causa 
= prestações vencidas + prestações 
vincendas). 
De acordo com o § 2º, o valor das prestações 
vincendas será: 
a) Igual a uma prestação anual, se: 
− A obrigação for por tempo indeterminado 
(Ex. Na ação de alimentos deve somar o 
valor das 12 prestações) ou; 
− A obrigação for por tempo superior a 01 
ano. 
b) Igual à soma das prestações se por tempo 
inferior a 01 ano. 
• Requerimento de produção de 
provas 
As provas com que o autor pretende demonstrar 
a verdade dos fatos alegados. Não fala mais 
na citação do réu. 
Os meios de prova são os instrumentos que 
permitem levar ao juiz os elementos que o 
ajudarão a formar seu entendimento acerca do 
caso. 
Existe uma diferença doutrinária entre fontes de 
prova e meios de prova. Fontes de prova são 
pessoas e coisas de onde provém a prova. 
As fontes de provas podem ser pessoais ou reais. 
Nas fontes pessoais, as informações são 
fornecidas diretamente pelas pessoas, como a 
prova testemunhal, por exemplo. Nas fontes reais, 
as informações são provenientes das provas, 
estas serão interpretadas por pessoas que 
vierem a examiná-las, como a prova pericial, por 
exemplo. 
Os meios legais de prova são definidos em lei, 
são os meios de prova típicos. O Código de 
Processo Civil enumera como meios de prova o 
depoimento pessoal, a exibição de 
documentos ou coisa, a prova documental, a 
confissão, a prova testemunhal, a inspeção 
judicial e a prova pericial. 
• Audiência de Conciliação ou 
Mediação 
Acontecerá antes de o réu apresentar defesa. 
Por isso, vem o inciso VII do art. 319 e diz: a 
opção do autor pela realização ou não de 
audiência de conciliação ou de mediação. 
Assim, a audiência preliminar não ocorrerá se 
autor e o réu assim não desejarem. Logo, se o 
autor silenciar, não cumprindo a exigência do 
inciso VII do art. 319 do CPC, há duas 
correntes. 
§ 1ª corrente – o silêncio do autor é uma não 
objeção à audiência – equivale que quer a 
realização da audiência. Não quer dizer que 
não vá conciliar (é a melhor posição, segundo 
Fredie Didier). 
§ 2ª corrente – o silêncio vai gerar a emenda 
da PI, podendo ainda haver o indeferimento 
desta. 
• Documentos indispensáveis à 
propositura da ação 
Art. 320. A petição inicial será instruída com 
os documentos indispensáveis à propositura 
da ação. 
− Por força de lei: são aqueles documentos 
que a própria LEI diz ser indispensável. Ex. A 
procuração; o título executivo na ação de 
execução; a prova escrita, na ação 
monitória. 
− Por força do autor: são aqueles 
documentos que o autor os torna 
indispensável. Ex. Se o autor se refere a um 
documento na PI ele tem que juntá-lo, pois o 
torna indispensável. 
Se o autor faz referência a um documento sem 
tê-lo, deve justificar porque não apresentou (Ex. 
Está com terceiro o documento) e cabe a ele 
pedir a exibição do documento na própria 
petição inicial, em relação a réu ou terceiro.

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