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Revisão de Teoria Geral do Processo

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Revisão de Teoria Geral do Processo
Os institutos fundamentais do direito processual são quatro: jurisdição, ação, processo e defesa. Há quem diga que são três, mas o novo pensamento processual defende que são quatro (incluiu a defesa). Esses quatro institutos são fundamentais para a garantia da harmonia social. O Estado veda a autotutela e, para isso, fornece as ferramentas para que as lides sejam resolvidas. Este, porém, é inerte. Ele aguarda que uma das partes provoque a sua atuação. Essa capacidade de atuação é a jurisdição. A jurisdição é provocada pela ação. A ação judicial é o meio pelo qual se provoca a jurisdição e se solicita a tutela do Estado. Uma vez provocada, a jurisdição se manifesta por meio do processo. A parte ré exerce o seu direito de defesa. Ao fim do processo, o Estado garante a tutela jurisdicional a quem possui o direito material.
A jurisdição é a função do Estado cujo objetivo é proteger o direito material. Dentro disso, é necessário lembrar o conceito de tutela jurisdicional já que este é o produto da jurisdição. É diferente, porém, de prestação jurisdicional. A prestação jurisdicional é dada sempre. A prestação é a resposta à provocação da jurisdição. Todos recebem a prestação, mas só quem recebe a tutela é quem tem o direito material. A ação é o meio de provocar a jurisdição a dar a prestação e a tutela jurisdicional. Aquela tem três condições: legitimidade das partes, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido. As condições não subordinam o direito, mas sim a possibilidade de agir. O novo código de processo civil deve excluir a possibilidade jurídica do pedido já que isso se confunde com a existência de direito material.
Apesar de ser um dos quatro institutos fundamentais, a defesa entra em conflito com a necessidade de celeridade dos processos. É necessário que se entenda que a defesa não pode ser prejudicada. A celeridade é importante, mas para que todos sejam ouvidos, é necessário que o processo passe por todas as fases processuais. Hoje, entende-se que o processo não é apenas do autor, mas também do réu. Se o autor tiver seu pedido julgado procedente, ele recebeu a tutela jurisdicional. Porém, se o pedido foi julgado improcedente, quem recebe a tutela jurisdicional é o réu. A old school entende que o autor recebe ou não a tutela, mas o novo pensamento processual entende que o réu também pode recebê-la.
Nas noções gerais de processo, também é importante lembrar dos conceitos de pretensão, resistência e lide. Franccesco Carneluti é o primeiro a conceituar essas ideias. Para entendê-los, é necessário que se leve em consideração a existência do plano da vida (plano fático) e o plano do direito (quando aquele fato tem consequências jurídicas). O plano do direito tem outros dois planos: o plano material (plano dos direitos materiais que, quando violados ou ameaçados de violação, dão direito à tutela jurisdicional) e o plano processual (da tutela jurisdicional). O conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida (lide) surge no plano material. Da lide, vamos ao plano processual, que é a tutela jurisdicional à parte que provou ter o direito material.
O direito à ação ou à tutela jurisdicional é renunciável. Aí surgem os meios alternativos de solução da lide. Esses meios são a negociação (partes buscando um consenso), a mediação (um terceiro sem poder de decisão auxilia as partes na solução da lide) e a arbitragem (um terceiro, que não é o Estado, e tem poder decisório). A diferença entre o processo e a arbitragem é, além do sujeito que os exercem, também aquilo que embasa as decisões. No processo, motiva-se as decisões na lei. A arbitragem, por sua vez, pode ser motivada pela equidade.
Sobre o conflito intertemporal de leis processuais, é necessário conhecer a teoria dos atos processuais. Esta determina que a lei civil nova deve ser aplicada aos atos processuais que estão por vir respeitando os atos que já foram praticados. Arruda Alvim diz que a teoria dos atos processuais tem relação direta com a teoria do direito adquirido. Os atos processuais já praticados se tornam direito adquirido pelas partes.
Sobre os princípios constitucionais, é bom lembrar dos princípios do contraditório e da ampla defesa. Há quem defenda que são ideias diferentes, há quem defenda que o princípio do contraditório garante os dois. É necessário levar em conta o binômio ciência e defesa. Quem defende que há diferença entre os dois, acredita que o princípio do contraditório é aquele que garante que o réu tenha ciência do processo. A ampla defesa seria aquilo que garante que o réu se manifeste. O contraditório, de um modo geral, seria um meio de cooperação para que o juiz profira uma sentença, para que forme o convencimento do juiz. É preciso ter isso em mente: a relação processual é cooperativa. Juiz, autor e réu devem cooperar para alcançar uma sentença justa.
As condições da ação só não serão cumpridas se o autor cometer erros grosseiros. Isso ocorre porque é interesse do Estado que seja dada a tutela jurisdicional. Porém, o processo não pode solucionar a si mesmo. Ele deve solucionar a lide.
A ação tem três elementos: partes, causa de pedir e pedido. As partes são o autor e o réu. A causa de pedir são os fatos e fundamentos jurídicos do pedido. O pedido é o pedido da tutela jurisdicional. O fundamento jurídico é diferente do fundamento legal. O primeiro é a forma como o fato é classificado pelo direito. O segundo é o dispositivo legal que ampara e fundamenta aquele fundamento jurídico. Isso será importante, por exemplo, quando virmos que, após a citação do réu, o autor fica preso aos fundamentos jurídicos, mas não aos fundamentos legais.
A defesa é exercida pelo réu, mas só em um primeiro momento. O autor exerce a ação e o réu exerce a defesa. Porém, ao longo do processo, autor e réu exercem a defesa. Assim como o conceito de ação, o conceito de defesa também implica em provocação dos órgãos de prestação jurisdicional. Você provoca a jurisdição para que não seja dada a tutela jurisdicional ao pedido do autor.
As defesas preliminares são defesas a fim de fazer o magistrado julgar sem resolução de mérito. As defesas de mérito são defesas em relação à tutela jurisdicional. Nega os fatos alegados pelo autor. Estas podem ser diretas ou indiretas. As diretas ocorrem quando o réu não admite os fatos alegados pelo autor. As indiretas, por sua vez, ocorrem quando o réu admite os fatos alegados, mas alega outros fatos que são modificativos, impeditivos ou extintivos do direito do autor. Isso é importante para o ônus da prova. Na defesa direta, o ônus da prova é do autor. Na defesa indireta, do réu.
A defesa também é regida por princípios como o da eventualidade. Este determina que o réu só tem um momento para defender-se: no momento da contestação. A defesa deve alegar todos os seus argumentos em um só momento. Assim, fica permitido que o réu alegue argumentos contraditórios entre si. O princípio do ônus da impugnação especificada dos fatos determina que o réu deve contestar todos os fatos alegados pelo autor. Se ele deixa de contestar um dos fatos, ele admite que aquele fato é verdadeiro então o fato é admitido como incontroverso. O ônus da prova da inexistência daquele fato fica para o réu, enquanto que seria do autor em um primeiro momento.
O último pilar do direito processual é o processo. Este tem seus sujeitos, que são o autor, o réu e o juiz. Eles compõem a chamada relação processual. No plano material, a relação jurídica de direito material é uma reta entre alguém exercendo uma pretensão e alguém resistindo a ela. No plano processual, isso é levado a julgamento. A relação muda e se torna um triângulo entre autor, réu e Estado-juiz. Entendia-se que a relação era angular, mas hoje vê-se que há um contato entre as partes estabelecido pelo dever de lealdade processual. Os sujeitos do processo são os sujeitos dessa relação processual.
O processo também impõe que o juiz avalie as condições mínimas para um julgamento de mérito. Por isso, existem os chamados pressupostosprocessuais que são a existência, a validade e o negativo. A existência e a validade são aqueles que devem ser preenchidos para que o processo se desenvolva até o mérito. Os negativos são aqueles que não podem existir para que haja esse desenvolvimento. Estes são a perempção, litispendência e coisa julgada. A primeira ocorre quando uma mesma ação é juizada por três vezes e é abandonada pelo autor. Abandonado pela terceira vez, fica vedado o ajuizamento dessa mesma ação. A litispendência é o ajuizamento de uma ação idêntica a outra que já está ocorrendo. A coisa julgada, a grosso modo, é o ajuizamento de uma ação que já teve seu mérito julgado anteriormente.
As nulidades processuais são a ocorrência de problemas no transcurso do processo. Não devemos confundir as nulidades processuais com as nulidades do direito material. Estas nulidades são três: inexistência, nulidade absoluta e nulidade relativa. O vício de existência pode ser alegado em qualquer momento do processo. Não há, portanto, preclusão. Ocorre quanto o ato processual não preenche todos os elementos constitutivos no plano processual. A nulidade absoluta ocorre quanto o ato processual tem seus elementos constitutivos, mas viola uma norma processual que foi estabelecido em prol do interesse público. Os vícios relativos ocorrem quando um ato processual viola uma norma de interesse privado.
A nulidade absoluta, assim como a inexistência, não sofre preclusão. A nulidade relativa, porém, pode ser suportada pelo direito processual, então sofre preclusão. A diferença entre inexistência e nulidade absoluta é que a primeira pode ser alegada após o fim do processo. Já o direito de alegar nulidade absoluta é extinto com o fim do processo. As irregularidades não chegam a ser vícios e, portanto, podem ser corrigidas a qualquer momento e não acarretam a nulidade do processo.
O processo também é regido por princípios. Estes são o princípio da liberdade das formas e da instrumentalidade das formas e estão previstos nos arts. 154, 244 e 249, §2º, CPC. O primeiro prevê que, não havendo forma prevista em lei, o ato processual pode ser praticado de qualquer modo desde que atinja a sua finalidade. A instrumentalidade das formas, por sua vez, determina que, mesmo que um ato processual tenha forma prevista em lei, esta pode ser infringida desde que não haja prejuízo da defesa.

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