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ARTIGO 99
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inicial de 9,01 anos (±06 meses), pertencentes ao arquivo do Curso de Aperfeiçoa- mento em Ortodontia Preventiva e Interceptiva da PROFIS (Sociedade de Promoção do Fissurado Lábio-Palatal), Bauru- São Paulo. Alguns critérios de seleção foram utilizados para inclusão dos indivíduos no grupo experimen- tal: 1) padrão facial de Classe II, deficiência man- dibular, avaliado pelo ângulo nasolabial e compri- mento da linha queixo-pescoço (Fig. 1); 2) padrão esquelético de Classe II, determinado pelo ângulo ANB 5º e pela diferença entre o comprimen- to da mandíbula (Co-Gn) e o comprimento do terço médio da face (Co-Sn) 20mm15 (Fig. 2); 3) relação dentária de Classe II, 1ª divisão de Angle (determinada pela relação de molares de Classe II completa bilateral); 4) overjet 6mm (média de 7,45mm) 5) estágio de dentadura mis- ta (período intertransitório), com atresia maxilar e ausência de discrepância dente-osso negativa no arco inferior. O grau de atresia maxilar foi avaliado manipulando-se os modelos de estudo até obter-se uma relação de molares de Classe I. REGO, M. V. N. N.; THIESEN, G.; MARCHIORO, E. M.; SILVA FILHO, O. G. ; RIZZATTO, S. M. D. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 127 Maringá, v. 10, n. 6, p. 120-140, nov./dez. 2005 FIGURA 6 - Mecanismo telescópico instalado com avanço mandibular único até uma relação de topo entre os incisivos. Do total da amostra, 5 indivíduos já apresentavam mordida cruzada posterior em Máxima Intercus- pidação Habitual (MIH) (Fig. 3); 6) ausência de tratamento ortodôntico prévio; 7) idade óssea correspondendo 6 meses a 1 ano do início do sur- to de crescimento puberal (estágios FP= e FM=). Para localização do paciente na curva de cresci- mento puberal, utilizou-se o método proposto por Martins30 - Programa da Curva de Crescimento (Radiodoc 2000). Quanto ao padrão de crescimento, determi- nado pelas grandezas SNGoGn (33,41º ± 4,31) e FMA (28,3º ± 2,25 ), os indivíduos do grupo ex- perimental apresentavam um equilíbrio entre os vetores de crescimento vertical e horizontal. Con- siderando-se o padrão facial, 68,2% dos indivíduos apresentavam padrão mesocefálico, 22,7% padrão dólicocefálico e 9,1% padrão braquicefálico. Grupo controle O grupo controle, de caráter transversal, en- volveu 105 indivíduos com má oclusão de Classe II, 1ª divisão de Angle, deficiência mandibular, não tratados ortodonticamente, pareados quanto à idade óssea e idade cronológica ao grupo ex- perimental, correspondendo aos três tempos de avaliação (T1 - início do tratamento, antes da instalação do aparelho Herbst; T2 - após 12 me- ses de utilização do aparelho Herbst; T3 - 2 anos após a remoção do aparelho Herbst). Os indiví- duos do grupo controle, portanto, foram subdivi- didos em três grupos: T1C - 35 indivíduos (mé- dia de idade de 9,2 anos, ± 4 meses) nos estágios FP= e FM=; T2C - 35 indivíduos (média de ida- de de 10,3 anos, ± 2 meses) nos estágios G1 e Psi= e T3C - 35 indivíduos (média de idade de 12,4 anos, ± 3 meses) nos estágios S e G2 da cur- va de crescimento puberal. Os critérios para seleção do grupo controle foram semelhantes aos aplicados ao grupo experimental. Sistema de ancoragem Arco superior O sistema de ancoragem utilizado em todos os pacientes no arco superior foi um aparelho expan- sor tipo Haas modificado, confeccionado com fio de aço 1,2mm (DENTAURUM), contendo barras de conexão vestibular e lingual (Fig. 4). Foram bandados, sempre que possível, os primeiros mo- lares permanentes. Quando da impossibilidade de bandagem dos referidos dentes permanentes, rea- lizou-se a bandagem dos segundos molares decí- duos (Kit com bandas universais – Morelli – REF. 40.02.900). O parafuso expansor utilizado foi de 11 mm (DENTAURUM – REF. 600.303.30) e o protocolo de ativação aplicado envolveu 4/4 de voltas por dia (2/4 pela manhã e 2/4 à noite) durante um período médio de sete dias. Após a fase ativa da expansão, instalou-se o mecanismo telescópico do aparelho Herbst e realizou-se um avanço mandibular único até obter-se uma relação de topo entre os incisivos, como preconizado por Pancherz39. O avanço mandibular médio do grupo experimental foi de 7mm (Fig. 6). Arco inferior O sistema de ancoragem utilizado no arco in- ferior foi um arco lingual de Nance modificado, confeccionado com fio de aço 1,2mm (DENTAU- RUM), contendo barra de conexão vestibular (Fig. 5). Foram bandados os 1os molares permanentes ou Estudo cefalométrico do tratamento precoce da má oclusão de Classe II, 1ª divisão, com o aparelho Herbst: alterações esqueléticas sagitais R Dental Press Ortodon Ortop Facial 128 Maringá, v. 10, n. 6, p. 120-140, nov./dez. 2005 os 2os molares decíduos. (Kit com bandas univer- sais –Morelli – REF. 40.02.900). A conexão entre as barras vestibular e lingual, na região de caninos, foi confeccionada com fio 0,9mm, no intuito de evitar interferências oclusais. Para estabelecer a conexão entre as ancora- gens superior e inferior, utilizou-se o mecanismo telescópico da GAC (REF. 47.610.05), que per- mite, basicamente, movimentos de abertura e fe- chamento e limita os movimentos de lateralidade (Fig. 6). Não foi realizado nenhum aumento do orifício do tubo telescópico, a fim de permitir a realização de movimentos de lateralidade, como proposto por Pancherz40. Todos os indivíduos do grupo experimental utilizaram o aparelho Herbst por um período mé- dio de 12 meses, seguido da instalação de um Bio- nator como contenção (uso noturno). Mensuração das alterações esqueléticas sagitais As alterações esqueléticas sagitais foram ava- liadas por meio de telerradiografias em norma la- teral obtidas em três tempos distintos: T1) início do tratamento, antes da instalação do aparelho Herbst; T2) após 12 meses de utilização do apa- relho Herbst, 3 a 4 semanas após a remoção do aparelho; T3) 2 anos após a remoção do aparelho Herbst. Todas as radiografias foram obtidas utilizando- se o mesmo aparelho de Raios X (Orthoceph 10 – Siemens, regulado para 16 mA e 62KV e tempo de exposição de 1,2 segundos). Os traçados cefalométricos foram realizados manualmente pelo mesmo examinador, previa- mente calibrado, utilizando lápis HB preto. A aná- lise comparativa entre os dois grupos foi realizada por meio de mensurações angulares e lineares (Fig. 7 e 8), obtidas das telerradiografias de perfil, com escala de 0,5º e 0,5mm, pareando-se os três tem- pos do grupo experimental (T1, T2, T3) com os três tempos do grupo controle (T1C, T2C, T3C). Nenhuma correção foi feita para a ampliação li- near (aproximadamente 7% em relação ao plano mediano), visto que o grau de ampliação foi simi- lar nos grupos experimental e controle. Para determinação do cálculo do erro intra- examinador, 20% das radiografias do grupo expe- rimental e 20% das radiografias do grupo controle foram, de maneira aleatória, novamente traçadas e medidas com um intervalo de duas semanas en- tre a primeira e a segunda avaliação9,18. O cálculo do erro foi determinado pelo Teste t de Student para amostras pareadas, comparando-se os valores obtidos da primeira mensuração com os valores encontrados na segunda mensuração, em um nível de significância de 5%. Após a coleta dos dados, realizou-se a estru- turação de um banco de dados para possibilitar a aplicação de testes estatísticos, utilizando o softwa- re SAS for Windows versão 8 (Statistical Analysis System). Para o grupo experimental, as grande- zas cefalométricas foram comparadas quanto ao tempo através da Análise de Variância (ANOVA), considerando nível de significância de 5% e uti- lizando o delineamento em blocos casualizados. O delineamento em blocos casualizados tem como objetivo controlar uma causa de variação maior entre as unidades experimentais, decorren- te de variações intrínsecas das mesmas ou de fato- res que atuam sobre elas. Neste delineamento as comparações entre tratamentos são feitas dentro de cada bloco, por isso são mais eficientes. Para complementar a análise de variância