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• Pergunta 1 0,5 em 0,5 pontos Leia a imagem e o texto a seguir. Por que a diversidade no ambiente de trabalho é necessária? Victor Neves Nos últimos anos, movimentos sociais que reivindicam a igualdade de minorias ganharam força globalmente. Promover a inclusão no mundo corporativo significa entender a importância do respeito e da valorização das diferenças. É aí que entra uma das principais vantagens desse posicionamento para as empresas: melhorar a employer brand (marca empregadora). Se uma empresa é reconhecida por sua diversidade, cada vez mais pessoas de diferentes origens terão interesse em se juntar a ela. Isso facilita a atração de talentos, já que as opções de candidatos para preencher as vagas serão sempre abundantes e qualificadas. Reter esses profissionais na organização também é mais fácil, afinal, um ambiente respeitoso e diverso favorece o clima interno. Com isso, os colaboradores ficam mais satisfeitos com seus empregos, e os conflitos no dia a dia diminuem, o que mantém a produtividade e a eficiência em alta. Outro grande benefício da diversidade no ambiente do trabalho é o enriquecimento cultural da empresa. Pessoas com origens, crenças, etnias, orientações sexuais e classes sociais diferentes trazem para a organização ideias e visões de mundo nada parecidas umas com as outras. Isso está associado ao desenvolvimento de produtos mais criativos e inovadores, que não seriam possíveis se todas as pessoas da equipe tivessem vivências parecidas. Disponível em <https://blog.woli.com.br/por-que-a-diversidade-no-ambiente-de-trabalho-e- necessaria/>. Acesso em 29 jun. 2021. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. As práticas de diversidade e inclusão adotadas pelas empresas têm o intuito de exercer a caridade com os indivíduos que se sentem excluídos. II. A inclusão da diversidade é um fator que favorece a valorização cultural das empresas e contribui para a boa imagem da marca. III. Uma equipe formada por colaboradores com culturas diferentes aumenta os resultados produtivos, mas também estimula os conflitos e a competição. É correto o que se afirma somente em Resposta Selecionada: b. II. • Pergunta 2 0,5 em 0,5 pontos Leia o texto a seguir, intitulado “Pandemia e acessibilidade: Entenda a importância da inclusão e os novos desafios causados pela Covid- 19”, de Brenda Xavier, publicado em 18/02/2021. A pandemia causada pelo novo coronavírus espalhou-se pelo mundo de forma rápida e impactante, fazendo com que muitas pessoas se isolassem. Antes de tudo isso, quem é cego, surdo, cadeirante ou tem algum tipo de deficiência física ou intelectual já enfrentava vários desafios e, com a pandemia, novas barreiras surgiram para a acessibilidade. Agora, um deficiente visual, que precisa tocar em superfícies ou ter o apoio de outras pessoas, está mais vulnerável do que nunca. Tocando em diferentes superfícies ou falando com pessoas que ele não sabe se estão usando máscara, como evitar a contaminação pela Covid-19? Quais são os impactos da pandemia na acessibilidade e no direito de ir e vir? Thays Martinez, advogada, responsável pela Lei estadual N° 10.784 (atualizada pela Lei Nº 12.907, de 15 de abril de 2008), que garante que cães-guia possam entrar em transporte público, compartilha sua experiência. Ela explica que as pessoas que têm deficiência visual estão mais vulneráveis à Covid-19, devido à necessidade de contato com pessoas e, sobretudo, superfícies. “Com a pandemia, as compras online aumentaram, mas muitos aplicativos e sites tornam inviável o uso por pessoas deficientes visuais”, relata. Com a visão comprometida, o tato é um dos principais sentidos utilizados por pessoas com deficiência visual. O contato físico se faz necessário sempre, e é justamente isso que os deixa mais expostos à Covid-19. De acordo com dados do IBGE no Censo 2010 (gráfico 1), 1.203.353 pessoas têm deficiência visual no estado de São Paulo. O que equivale a 40% do total de moradores com algum tipo de deficiência. Sobre as vulnerabilidades que pessoas deficientes enfrentam, Martinez ressalta a importância da consciência de quem oferece um produto ou serviço – uma reflexão que demanda revisão. “As empresas precisam pensar na inclusão e deixar que seus serviços sejam acessíveis para todos. A consciência sobre isso precisa ser desenvolvida, e a pandemia nos mostrou isso”, comenta. Disponível em <https://aupa.com.br/pandemia-e-acessibilidade/>. Acesso em 02 ago. 2021. Gráfico 1. Porcentagem da população, de acordo com o tipo de deficiência. (Brasil-2010). IBGE, Censo Demográfico, 2010. Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. I. A análise do gráfico confirma que são os portadores de deficiência auditiva os mais prejudicados pelas dificuldades de acessibilidade durante a pandemia do coronavírus. PORQUE II. As vulnerabilidades da acessibilidade são características presentes na vida dos portadores de deficiência e elas se acentuaram durante o período de pandemia. Assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: d. A asserção I é falsa, e a asserção II é verdadeira. • Pergunta 3 0,5 em 0,5 pontos Leia o texto. O último paradoxo da vida moderna: por que ficamos presos ao celular, mas odiamos falar por telefone? Não deixe uma ligação rápida arruinar uma longa e confusa série de mensagens de WhatsApp Sílvia Lopez – 01/06/2019 Para iniciar um texto, Hemingway dizia a si mesmo: “Escreva a frase mais verdadeira que você conhece”. Neste caso, seria: a psicóloga Cristina Pérez, do Siquia, respondeu por meio de mensagens de áudio às perguntas que lhe enviamos por e-mail. Essa curiosidade metajornalística não tem importância nem altera a qualidade de suas respostas, só ilustra a variedade e a fluidez de opções com as quais podemos nos comunicar hoje. Recebemos um e-mail? Respondemos com um áudio. Chegou um áudio de WhatsApp? Respondemos com um texto. Recebemos um telefonema? Não respondemos. Esperamos. Esperamos. E escrevemos: “Você me ligou? Não posso falar, é melhor me escrever”. O paradoxo do grande vício do século XXI é que estamos presos ao celular, mas temos fobia das ligações telefônicas. VOTO DE SILÊNCIO É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas etárias: só na Espanha, o uso diário de aplicativos de mensagens instantâneas como WhatsApp, Telegram e Facebook Messenger é quase o dobro do uso de ligações por telefone fixo e celular, segundo o Relatório da Sociedade Digital na Espanha de 2018, da Fundação Telefónica. Não só preferimos as mensagens instantâneas aos telefonemas, como também preferimos essas mensagens a interagir com outras pessoas. Ou pelo menos foi o que 95,1% da população espanhola disse preferir (o cara a cara só tem 86,6% de popularidade). A ligação telefônica − que, até não muito tempo atrás, esperávamos com alegria ou tolerávamos com resignação, mas nunca evitávamos com uma rejeição universal – tornou-se uma presença intrusiva e incômoda, perturbadora e tirânica, mas por quê? “Uma das razões é que quando recebemos uma ligação, ela interrompe algo que estávamos fazendo, ou simplesmente não temos vontade de falar nesse momento”, explica a psicóloga Cristina Pérez. “Por outro lado, também exige de nós uma resposta imediata, ao contrário do que ocorre na comunicação escrita, que nos permite pensar bem no que queremos dizer. E a terceira razão seria o fato de não poder saber de antemão qual será a duração do telefonema”, acrescenta. INTROVERTIDOS E ENTREGUES ÀS TELAS Perder tempo em um telefonema é uma perspectiva assustadora. No entanto, segundo um relatório mundial da Deloitte, consultamos nossas telas mais de 40 vezes ao dia, e uma de cada quatro pessoas faz isso entre 100 e mais de 200 vezes. Talvez a coisa mais valiosa que nosso interlocutor exija em uma ligação não seja o tempo, e sim a concentração.Será que o ódio de falar por telefone poderia ser sintoma de um problema mais profundo, como um distúrbio de déficit de atenção? “Em princípio não”, responde a psicóloga. Mas “sim, é possível que uma pessoa com déficit de atenção tenha dificuldade para manter uma longa conversa telefônica e até mesmo que às vezes perca o fio da meada e volte sua atenção para outra coisa, assim como lhe ocorreria em uma conversa frente a frente, mas isso não quer dizer que desenvolva um ódio de falar por telefone”. Cristina Pérez alerta: “Sim, pode ser sinal de uma personalidade introvertida. O imediatismo de um telefonema faz com que as pessoas introvertidas não se sintam confortáveis neles. São pessoas que dependem muito da observação e, por telefone, não podem examinar a expressão do interlocutor. Se uma interação social já é incômoda para elas, é muito pior quando não têm essa ajuda visual que utilizam tanto. De fato, esse tipo de personalidade prefere a comunicação escrita à falada”. COMO CORTAR A LIGAÇÃO Infelizmente, para esses introvertidos, não há uma fórmula que os libere de todos os telefonemas, embora o identificador do número que está ligando lhes dê certa autoridade. “Quando você recebe uma ligação, é você que decide se é o momento de atendê-la ou de deixá-la para mais tarde”, assinala a psicóloga. “Se você decidir atendê-la e precisar cortá-la, a melhor maneira de fazer isso é de forma assertiva (estabelecendo limites, embora inicialmente isso nos custe um pouco, já que podemos pensar que a outra pessoa ficará chateada, mas é questão de treinamento e paciência), só que você também deve detectar qual é o momento certo para cortar”. O problema não é apenas que nosso interlocutor queira falar ad infinitum. Ele muitas vezes quer de nós uma resposta rápida, se for, por exemplo, um telefonema de trabalho. O terror de não ter tempo para pensar o que devemos responder também nos impede de atender o telefone. A psicóloga também tem um truque para esses casos: “Se pedem uma resposta imediata que nesse momento você não pode dar, uma frase muito útil é ‘vou pensar com calma e amanhã conversamos’, já que se não temos certeza quanto a uma resposta, o melhor é adiá-la, porque o imediatismo nos faz agir impulsivamente e é possível que depois nos arrependamos da resposta dada”. ADEUS À DIALÉTICA? A aversão à conversa da chamada “geração muda” poderia ter mais consequências do que apenas evitar as reuniões sociais. “O preço a pagar por nascer nesta geração é, muitas vezes, a falta de habilidade na hora de iniciar ou manter uma conversa, embora essas pessoas possam passar horas e horas no celular, porque estão mais concentradas naquilo que seu dispositivo lhes pode oferecer (o que às vezes será uma conversa com outra pessoa, mas não frente a frente). São gerações nas quais o vício por novas tecnologias está na ordem do dia, e o problema não é apenas que não valorizem o quanto uma boa conversa pode ser enriquecedora. Os efeitos do uso excessivo do celular afetam também sua personalidade, já que são pessoas com baixa tolerância à frustração e com necessidade de um reforço social contínuo, que ocorre através das curtidas. Em suma, a tecnologia é boa desde que seja usada de forma compatível com a vida cotidiana da pessoa, ou seja, quando não interferir em sua vida social, trabalhista ou pessoal”, destaca a psicóloga. Disponível em <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/01/tecnologia/1559392400_168692.html?utm_source=Facebook&ssm=FB_BR_CM&fbclid=IwAR0tUqfDyfynJW1aheWqEnGYU1GxGvsGbJmdxD63FnvmY- jCT7CAkjKswWs#Echobox=1625268988>. Acesso em 06 jul. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. De acordo com a pesquisa, falar ao telefone ou encontrar alguém pessoalmente são ações indesejadas pela maioria da população. II. O paradoxo apontado no texto refere-se ao fato de as pessoas alternarem diversos formatos de respostas às mensagens do dia a dia. III. De acordo com a psicóloga, o telefonema apresenta, para muitas pessoas, a desvantagem de exigir uma resposta imediata e de interromper o que se está fazendo no momento. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: b. III, apenas. • Pergunta 4 0,5 em 0,5 pontos Leia a charge. O objetivo da charge é Resposta Selecionada: c. criticar os discursos propagados em redes sociais que se opõem à ciência. • Pergunta 5 0,5 em 0,5 pontos Leia a imagem e o texto a seguir. A rápida disseminação do novo coronavírus por todo o mundo, as incertezas sobre como controlar a doença e sobre sua gravidade, além da imprevisibilidade acerca do tempo de duração da pandemia e dos seus desdobramentos, caracterizam-se como fatores de risco à saúde mental da população geral (Zandifar & Badrfam, 2020). Esse cenário parece agravado também pela difusão de mitos e informações equivocadas sobre a infecção e as medidas de prevenção, assim como pela dificuldade da população geral em compreender as orientações das autoridades sanitárias (Bao, Sun, Meng, Shi, & Lu, 2020). Nesse sentido, videoclipes e mensagens alarmantes sobre a Covid-19 têm circulado em mídias sociais, por meio de smartphones e computadores, frequentemente provocando pânico (Goyal et al., 2020). Da mesma forma, notícias falsas vêm sendo compartilhadas (Barros-Delben et al., 2020; Shimizu, 2020), por vezes contrariando as orientações de autoridades sanitárias e minimizando os efeitos da doença. Isso parece contribuir para condutas inapropriadas e exposição a riscos desnecessários, pois os comportamentos que as pessoas apresentam estão ligados à compreensão que têm acerca da severidade da Covid-19 (Shojaei & Masoumi, 2020). Pessoas com suspeita de infecção pelo novo coronavírus podem desenvolver sintomas obsessivo-compulsivos, como a verificação repetida da temperatura corporal (Li et al., 2020b). A ansiedade em relação à saúde também pode provocar interpretação equivocada das sensações corporais, fazendo com que as pessoas as confundam com sinais da doença e se dirijam desnecessariamente a serviços hospitalares, conforme ocorreu na pandemia de influenza H1N1, em 2009 (Asmundson & Taylor, 2020). Ademais, medidas como isolamento de casos suspeitos, fechamento de escolas e universidades e estabelecimento de distanciamento social de idosos e outros grupos de risco, bem como quarentena, acabam por provocar diminuição das conexões face a face e das interações sociais rotineiras, o que também pode consistir em um estressor importante nesse período (Brooks et al., 2020; Zandifar & Badrfam, 2020; Zhang, Wu, Zhao, & Zhang, 2020b). Disponível em <https://www.scielo.br/j/estpsi/a/L6j64vKkynZH9Gc4PtNWQng/?lang=pt>. Acesso em 03 ago. 2021. Com base na figura e no texto apresentados, avalie as afirmativas. I. A difusão de fake news e de informações incoerentes sobre o processo pandêmico do Covid-19 colaboram para o acometimento da saúde física e mental da população. II. A suspeita de infecção pelo coronavírus pode favorecer o desenvolvimento de comportamentos obsessivo-compulsivos, como a verificação quase contínua da temperatura corporal. III. A redução do contato interpessoal, observado pelo fechamento de escolas e universidades e pelo isolamento social, tem contribuído para o aumento do estresse na população em geral. IV. O objetivo da figura é mostrar as atividades que podem melhorar a saúde mental, que foi afetada pela pandemia. É correto o que se afirma apenas em Resposta Selecionada: e. I, II e III. • Pergunta 6 0,5 em 0,5 pontos Leia o texto a seguir. Duas exigências comparecem no discurso científico: I) precisa ser lógico, não conter contradições, apresentar-se formalmente bem-feito, ordenado, com um texto bem tecido, sobretudo bem argumentado; II) precisa ser experimental, espelhar-se na realidade empírica, girando em torno de dados mensuráveis, comprováveis e retestáveis. (...) De fato, ciência é, substancialmente,questão de método: o que torna um discurso científico é o modo como é elaborado, metodicamente, analiticamente, ordenadamente, criticamente, muito diferente do que seria o discurso do senso comum. DEMO, Pedro. Praticar Ciência. Metodologias do Conhecimento Científico. São Paulo: Saraiva, 2011, p.26. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. Não basta que os dados científicos sejam mensuráveis, comprováveis e possam ser testados, é preciso também que a apresentação dos resultados tenha lógica, um bom texto e argumentos válidos. II. Os resultados dos estudos científicos estão sujeitos à interpretação de quem os recebe e às convicções pessoais de cada um; por isso, podem ser aceitos ou rejeitados. III. O senso comum não é constituído por análise crítica, método e possibilidade de comprovação. IV. Para duvidar de modo irrefutável de resultados científicos, é preciso apenas ter uma opinião diferente daquela que o pesquisador exprimiu. É correto apenas o que se afirma em Resposta Selecionada: e. I e III. • Pergunta 7 0,5 em 0,5 pontos Leia o texto a seguir, publicado em 5 de agosto de 2021. Baixo nível de empatia aumenta estresse do brasileiro durante a pandemia A incapacidade de se colocar no lugar do outro associada ao desgaste emocional e à falta de infraestrutura durante a pandemia elevou os níveis de sofrimento entre os brasileiros neste período — e nos colocou entre os povos mais estressados do mundo. A constatação veio com o resultado da primeira fase da pesquisa "Adaptação social em estresse na pandemia de covid-19: um estudo transcultural", coordenada pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em parceria com mais 24 países. O estudo revelou que houve uma percepção de aumento do individualismo por causa das medidas de isolamento e distanciamento social. Em contrapartida, governos que oferecem uma infraestrutura coletiva melhor reduzem o impacto emocional nos indivíduos. A ideia é que o trabalho contribua para o desenvolvimento de intervenções no campo da saúde mental e ajude a sociedade a lidar com esse tipo de problema em crises futuras. Brasileiro e o mito da alegria contagiante À primeira vista, o resultado do estudo pode parecer contraditório. Afinal, o brasileiro não é aquele povo alegre, sempre disposto a sorrir e ajudar o próximo na adversidade? Pois a realidade parece não ser bem essa. "Nós estamos habituados a estarmos juntos na festa, no futebol, é uma cultura baseada na celebração, na sensação de prazer", afirma a professora Edna Ponciano, do Instituto de Psicologia da UERJ e coordenadora da pesquisa. Segundo ela, não somos acostumados a dividir a dor, o sofrimento com os outros, e isso pode ser um problema. "Nossa maneira de lidar é se distrair para esquecer, mas, com isso, deixamos de lidar com os problemas e transformamos esses sentimentos em ansiedade, depressão e estresse", acredita a especialista. Cultura coletivista é mais resiliente Ponciano lembra ainda que o Brasil pontuou muito alto no individualismo — o que também parece ser um contrassenso, já que o brasileiro tem fama de ser solidário e prestativo. "De fato, o brasileiro é solidário, mas muito mais direcionado às pessoas que ele conhece, ao seu círculo social e familiar", avalia. "O outro desconhecido não nos toca tanto", acredita. Por outro lado, a pesquisadora lembra que as sociedades que estão passando pela crise sanitária de forma coletiva estão conseguindo lidar melhor com o sofrimento. Em outras palavras, a coletividade permite a construção de pessoas mais resilientes e satisfeitas. Para Gustavo Arns, especialista em felicidade e bem-estar, o aumento do estresse tem relação direta com o individualismo. "Essa falta de empatia nos deixa fechados para o outro, fechados em nós mesmos e isolados", afirma ele, que é idealizador do primeiro Congresso Brasileiro de Felicidade e professor da pós-graduação em psicologia positiva da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Para ele, a pandemia não vai solucionar todas as nossas relações e problemas sociais, mas é uma boa oportunidade para começarmos a solucionar essas questões. "Nunca se falou tanto em saúde mental e qualidade de vida", afirma. "Acredito que é o momento ideal para começarmos a refletir sobre como podemos começar a construir a nossa felicidade." Disponível em <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/08/05/baixo-nivel-de-empatia- aumenta-estresse-do-brasileiro-durante-a-pandemia.htm>. Acesso em 9 ago. 2021. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O Brasil é o país da festa e do futebol, e o brasileiro, por ser naturalmente cordial e alegre, tem se estressado de maneira moderada com o isolamento social. II. Os resultados da pesquisa apontam que o brasileiro é individualista, apesar da fama de solidário. III. A capacidade de se colocar no lugar do outro, ou seja, a empatia, pode auxiliar as pessoas a lidar melhor com o sofrimento. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: c. II e III, apenas. • Pergunta 8 0,5 em 0,5 pontos Leia a charge e o texto a seguir. Celular e tablets para crianças: passar muito tempo usando eletrônicos pode prejudicar o desenvolvimento Michelle Roberts (BBC News) Deixar uma criança pequena passar muito tempo usando tablets, celulares e outros eletrônicos com telas pode atrasar o desenvolvimento de habilidades de linguagem e sociabilidade, de acordo com o estudo canadense. A pesquisa, que acompanhou cerca de 2,5 mil crianças de 2 anos de idade, é a mais recente evidência no debate sobre quanto tempo de uso de telas é seguro para crianças. (...) Mães foram consultadas, entre 2011 e 2016, sobre o tempo de uso de telas e preencheram questionários sobre as habilidades e o desenvolvimento de seus filhos quando tinham 2, 3 e 5 anos. Isso incluiu assistir a programas de TV, filmes ou vídeos, jogar videogames e usar computador, tablet, celular ou qualquer aparelho com uma tela. Com a idade de 2 anos, as crianças passavam em média 17 horas em frente a telas por semana. Isso aumentou para cerca de 25 horas aos 3 anos, mas caiu para cerca de 11 horas aos 5 anos, quando as crianças começam a escola primária. As descobertas, publicadas no periódico JAMA Pediatrics, sugerem que há aumento do tempo de uso de telas antes que qualquer atraso no desenvolvimento seja notado (...). Mas não está claro se o aumento do uso de telas é diretamente responsável. O maior tempo da tela pode ser um aspecto simultâneo a outros ligados ao atraso no desenvolvimento, como a forma com que a criança é educada e o que a criança faz no restante do seu tempo de lazer. Os cientistas indicam que, quando as crianças pequenas estão olhando para telas, elas podem estar perdendo oportunidades de praticar e dominar outras habilidades importantes. Em teoria, isso poderia atrapalhar interações sociais e limitar o tempo com que as crianças passam correndo e praticando outras habilidades físicas. Mesmo sem provas concretas de danos, a cientista Sheri Madigan e seus colegas, autores do estudo, dizem que, ainda assim, faz sentido limitar o tempo de uso de telas das crianças e garantir que isso não atrapalhe as "interações interpessoais ou o tempo em família". (...) "Ainda precisamos de mais pesquisas para dizer se crianças são mais vulneráveis aos danos causados pelo uso de telas e qual impacto que isso pode ter na sua saúde mental", disse Bernadka Dubicka, do Royal College of Psychiatrists. "Também precisamos avaliar os efeitos de diferentes tipos de conteúdo, porque há também formas positivas de usar telas". Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/geral-47036386>. Acesso em 29 jun. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O texto e a charge apresentam uma crítica acerca da influência do uso das tecnologias nas relações interpessoais entre as crianças.II. O objetivo da tirinha é mostrar que o uso de celulares pode ser uma brincadeira produtiva e interativa. III. O texto indica que o uso excessivo e inadequado das telas pode influenciar negativamente no desenvolvimento infantil. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: d. I e III, apenas. • Pergunta 9 0,5 em 0,5 pontos Leia o texto a seguir, publicado em 8 de agosto de 2021 no site do jornal O Estado de S. Paulo. Pandemia faz país ter menor número de nascidos em 26 anos Dados do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde, mostram que, com a pandemia de covid-19, o número de nascimentos no País em 2020 foi o menor desde 1994, informam Fabiana Cambricoli e Paula Felix. Foram 2.687.651 recém- nascidos no ano passado, ante 2.849.146 em 2019, baixa de 5,66%. Os nascimentos já estavam em queda ou em estabilidade nos últimos anos, mas em ritmo menos acelerado. Entre 2018 e 2019, a diminuição no número de recém-nascidos havia sido de 3,2%. Entre 2017 e 2018, o país havia registrado leve alta, de 0,7%. Especialistas dizem que a queda de nascimentos é algo comum em períodos críticos e não significa que o fenômeno se manterá constante com o passar dos anos. No campo econômico, as mudanças na pirâmide etária impõem ao país o desafio de aumentar a produtividade nos anos seguintes. O impacto da pandemia no número de recém-nascidos foi maior até mesmo que o impacto do surto de zika e da microcefalia que afetou o país entre 2015 e 2016. Naquele período, em que muitos casais adiaram a gravidez por medo das sequelas deixadas pelo zika em algumas crianças, a queda de nascimentos foi de 5,3%. A última vez que o Brasil registrou número menor de nascimentos do que em 2020 foi há 26 anos, quando, em 1994, 2.571.571 bebês nasceram. Os dados de 2020 analisados mês a mês demonstram que as maiores quedas porcentuais ocorreram em novembro e em dezembro, justamente nove e dez meses depois de o coronavírus ser confirmado no Brasil. Nesses meses, a queda foi de 9%, quase o dobro da média do ano. Disponível em <https://digital.estadao.com.br/o-estado-de-s-paulo/20210808/281479279470929 >. Acesso em 15 ago. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. Com a pandemia de covid-19, houve decréscimo apreciável na população brasileira, pois a taxa de mulheres que engravidaram em 2020 diminuiu. II. A redução no número de nascimentos altera a pirâmide etária da população brasileira e tem impactos econômicos na sociedade. III. Desde 1994, o número de nascidos vem decrescendo continuamente. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: e. II, apenas. • Pergunta 10 0,5 em 0,5 pontos Observe a pintura de Kevin Lee, intitulada “A invisibilidade da pobreza'', e leia o texto a seguir. Falta de dados reflete invisibilidade da população em situação de rua no Brasil CNN, São Paulo – 01.06.2021 "Eu até me emociono quando me fazem essa pergunta, porque dói muito ver a pessoa em situação de rua. Pra mim, dói muito". Poucas pessoas que não experimentaram o que é dormir sem um teto sobre a cabeça poderiam dar uma resposta como essa. O músico Wellington Antônio Vanderlei sabe bem o que é isso e, entre suas idas e vindas na rua desde a adolescência, é certeiro quando responde qual o sentimento relegado à população que vive sem ter onde morar. "Ah, o sentimento é que você é invisível mesmo, né?". Invisível aos olhos da sociedade e, muitas vezes, também aos olhos do poder público. As discussões a respeito do adiamento do censo populacional que seria realizado neste ano lançaram luz sobre a importância de pesquisas para a formulação de políticas públicas. Políticas essas que reduzem os níveis de desigualdade, combatem a fome, o desemprego, o abandono escolar e tantos outros gargalos sociais. O problema é que quem vive na rua não entra nas estatísticas do Censo. A única vez em que foi realizado um levantamento nacional exclusivamente sobre a população em situação de rua foi em 2008, quando foram registradas informações extremamente relevantes e até inesperadas, como o fato de que 70% dessa população tinha algum tipo de trabalho. Outros dados, nem tão inesperados assim: 67% dessas pessoas eram negras, retrato do racismo e da desigualdade no nosso país. O que o país tem de mais recente sobre a população em situação de rua é uma estimativa produzida por Marcos Natalino, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que projetou 222 mil pessoas vivendo nas ruas do Brasil até março do ano passado. O cenário, é claro, agravou-se durante a pandemia. "Agora, na pandemia, eles são visíveis à medida que, quando fecha a cidade, menos pessoas circulam pelas ruas. Os únicos que circulam nas ruas são eles. Então, é um jogo. Ora eles são visíveis, ora eles são invisíveis. Quando incomodam, são visíveis. Quando não incomodam a ordem estabelecida, são invisíveis", opina o padre Júlio Lancellotti, que há anos é uma referência no apoio a quem vive nas ruas. Disponível em <https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/06/01/podcast-entre-vozes-alerta-para- invisibilidade-de-quem-vive-em-situacao-de-rua>. Acesso em 25 jul. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. A imagem e o texto jornalístico apresentam discursos antagônicos, pois o artista enfatiza, com seus traços, a visibilidade de um menino pobre, e a matéria aponta que as pessoas em situação de rua são ora visíveis, ora invisíveis. II. Segundo o texto, as pessoas em situação de rua são pouco visíveis ao poder público, e isso implica a criação insuficiente de políticas direcionadas a elas. III. O objetivo da imagem é mostrar que o menino, mesmo pobre, pode ter ascensão social, representada pela escada e pela rampa. IV. De acordo com o texto, a pandemia aumentou a visibilidade das pessoas que moram na rua porque gerou mais ações de solidariedade. É correto o que se afirma somente em https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/censo https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/censo https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/01/13/especialistas-veem-aumento-de-populacao-de-rua-mas-nao-ha-dados-oficiais Resposta Selecionada: e. II. • Pergunta 11 0,5 em 0,5 pontos Leia os textos 1 e 2 e avalie as afirmativas. Texto 1 A fome é exclusão da terra, da renda, do emprego, do salário, da educação, da economia, da vida e da cidadania. Quando uma pessoa chega a não ter o que comer é porque tudo o mais já lhe foi negado. É uma espécie de cerceamento moderno ou de exílio. O exílio da Terra. Mas a alma é política. A história do Brasil pode ser contada de vários modos e sob vários ângulos, mas, para a maioria, ela é, na verdade, a história da indústria da fome e da miséria. Um modo perverso de dividir o mundo em dois, produzindo um gigantesco apartheid. SOUZA, Herbert. A alma da fome é política. IN MEDINA, C.; GRECO, M. (Orgs). Saber plural. São Paulo: ECA/USP/CNPq, 1994. Texto 2 No Brasil, 84,9 milhões de pessoas estão com fome ou em insegurança alimentar. Número corresponde a 41% da população. Na Venezuela, são 33% no patamar da insegurança, segundo dados do Programa Mundial de Alimentos da ONU Agência O Globo|Brasil Econômico - 19/08/2021 Cerca de 41% da população brasileira, ou 84,9 milhões de pessoas, convivem com fome ou com algum grau de insegurança alimentar. Os números são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE, e compreendem o período entre 2017 e 2018. Para colocar em perspectiva, na Venezuela essa realidade assola um terço na população, segundo dados do Programa Mundial de Alimentos da ONU (Organização das Nações Unidas). Dessa parcela brasileira, 27% vivem com insegurança alimentar leve, quando há preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro, além de perda na qualidade dos alimentos, a fim de nãocomprometer a quantidade de alimentação consumida. Já a população residente em domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave, em que a qualidade e a quantidade desejadas em relação aos alimentos já estavam comprometidas, o percentual é de 13,9%. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio. Como os dados são anteriores ao período da pandemia, a tendência é que a dificuldade para garantir alimentação de qualidade e quantidade (segurança alimentar) esteja ainda maior. Isso porque o desemprego bateu recorde, e o país se recupera lentamente da sua pior recessão. Apesar da manutenção do auxílio emergencial às famílias, o valor menor do programa neste ano frente ao avanço da inflação não reduz o difícil acesso à compra de itens básicos, como alimentos, sobretudo pelos mais pobres. Disponível em <https://economia.ig.com.br/2021-08-19/fome-inseguranca-alimentar-no-brasil.html>. Acesso em 13 set. 2021. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. De acordo com o texto 1, a fome é a condição dos exilados políticos, daqueles que deixam sua terra. II. Os dois textos apontam que a fome é um problema presente na realidade brasileira: o texto 1 culpa a indústria pela desigualdade, e o texto 2 aponta os efeitos da pandemia na falta de segurança alimentar. III. Segundo o texto 1, a fome é um estágio daqueles que já foram destituídos de seus direitos básicos. É correto o que se afirma Resposta Selecionada: e. III, apenas. • Pergunta 12 0,5 em 0,5 pontos Leia o poema. Porta do armário aberta Marina Colassanti Abro a porta do armário como abro um diário, a minha vida ali dependurada meu frusto cotidiano sem segredos intimidade exposta que os botões não defendem nem se veda nos bolsos, espelho mais real que todo espelho entregando à devassa as medidas do corpo. Armário tabernáculo do quarto que abro de manhã como à janela para sagrar o ritual do dia. Sala de Barba Azul coalhada de pingentes longas saias e véus emaranhados sem que sangue goteje. Corpos decapitados ausentes minhas mãos dos murchos braços. Do armário minhas roupas me perseguem como baú de herança ou maldição. Peles minhas pendentes em repouso silenciosas guardiãs dos meus perfumes tessituras de mim mais delicadas que a luz desbota que o tempo gasta que a traça rói ainda assim durarão nos seus cabides muito mais do que eu sobre meus ossos. Nenhuma levarei. Irei despida deixando atrás de mim a porta aberta. COLASSANTI, Marina. Rota de colisão. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O objetivo do poema é questionar a necessidade de substituição das roupas no guarda-roupa de acordo com os ditames da moda. II. Metaforicamente, o poema tem por objetivo revelar, por meio do armário e de suas roupas penduradas, a perda de um amor. III. A questão central do poema é o ressentimento da mulher pelo fato de que suas roupas estão desbotadas e roídas pelas traças. IV. A poetisa compara o armário a um diário: as roupas penduradas revelam aspectos da sua vida. É correto o que se afirma apenas em Resposta Selecionada: d. IV. • Pergunta 13 0,5 em 0,5 pontos Leia o texto a seguir. O que é desemprego O desemprego, de forma simplificada, refere-se às pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Assim, para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego. Veja alguns exemplos de pessoas que, embora não possuam um emprego, não podem ser consideradas desempregadas: • um universitário que dedica seu tempo somente aos estudos; • uma dona de casa que não trabalha fora; • uma empreendedora que possui seu próprio negócio. De acordo com a metodologia usada pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, o estudante e a dona de casa são pessoas que estão fora da força de trabalho; já a empreendedora é considerada ocupada. A PNAD Contínua é a nossa pesquisa que mostra quantos desempregados há no Brasil. Nela, o que é conhecido popularmente como “desemprego” aparece no conceito de “desocupação”. Confira, no gráfico a seguir, os dados de ocupação, desocupação e outras divisões do mercado de trabalho no Brasil, de acordo com os últimos resultados da PNAD Contínua. Considerando o texto, as informações apresentadas nos gráficos e seus conhecimentos, assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: b. Aproximadamente, 7% da população brasileira é formada por desocupados. • Pergunta 14 0,5 em 0,5 pontos Na chamada “black friday”, é comum vermos anúncios como o mostrado na figura a seguir. Com base nessa situação, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. I. Se o cliente comprar a segunda unidade de um produto que custe R$300,00, pagará o equivalente a R$225,00 por unidade. PORQUE II. O cliente terá 50% de desconto no valor total a ser pago. Assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: c. A asserção I é verdadeira, e a asserção II é falsa. • Pergunta 15 0,5 em 0,5 pontos Leia o texto a seguir, retirado do artigo publicado no site da Fiocruz, complementado pelo artigo do Instituto Butantan. Entenda como acontece o estudo clínico de uma vacina (...) O processo de pesquisa e desenvolvimento de uma nova vacina é constituído de diversas etapas, tratando-se, portanto, de um processo de alto investimento. A primeira etapa corresponde à pesquisa básica e é onde as novas propostas de vacinas são identificadas. Na segunda etapa, há a realização dos testes pré-clínicos (in vitro e/ou in vivo), que têm por objetivo demonstrar a segurança e o potencial imunogênico da vacina. Por fim, há a terceira etapa, composta pelos ensaios clínicos (fases I, II, III e IV). A fase I é o primeiro estudo a ser realizado em seres humanos e tem por objetivo principal demonstrar a segurança da vacina. A fase II tem por objetivo estabelecer a sua imunogenicidade (capacidade que a vacina tem de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos). A imunogenicidade, frequentemente, é medida por coletas de sangue, utilizando metodologias de análise adequadas, para avaliar a resposta imunológica à vacina administrada. A fase III é a última fase de estudo antes da obtenção do registro sanitário e tem por objetivo demonstrar a sua eficácia. Somente após a finalização do estudo de fase III e obtenção do registro sanitário é que a nova vacina poderá ser disponibilizada para a população. A fase IV é o estudo pós comercialização, em que é analisado o que ocorre já com a vacina disponível às pessoas. Os critérios para seleção dos participantes do ensaio dependem fundamentalmente do objetivo do estudo. De modo geral, os participantes devem representar o grupo de indivíduos/população para os quais o produto foi desenvolvido e aqueles que mais poderiam se beneficiar da intervenção. Além disso, é necessário selecionar áreas de maior transmissão onde o número esperado de casos é suficiente para a realização do estudo e interpretação dos resultados. Disponível em <https://www.bio.fiocruz.br/ /index.php/br/noticias/1992-entenda-como-acontece-o-estudo- clinico-de-uma-vacina>. Acesso em 31 jul. 2021 (com adaptações). Ensaios clínicos (...) A Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan (IB) coordena todos os ensaios clínicos, desde a fase I até a fase IV, para os imunobiológicos produzidos pelo instituto incluindo as vacinas. Com isso, ela garante a internalização do conhecimento adquirido com a realização desses estudos e contribui para a integração de todas as etapas do processo de pesquisa e desenvolvimento. Cabe ressaltar ainda que esta Divisão também realiza atividades de farmacovigilância para todos os soros e vacinas produzidaspelo IB, ou seja, realiza monitoramento contínuo da segurança desses produtos quando eles já se encontram disponibilizados e em uso pela população. Disponível em <https://butantan.gov.br/pesquisa/ensaios-clinicos>. Acesso em 31 jul. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. . Uma nova vacina só pode ser disponibilizada à população após o registro sanitário, que ocorre após a fase IV dos ensaios clínicos, os quais compõem a terceira etapa do processo de sua pesquisa e seu desenvolvimento. I. As atividades de Farmacovigilância para vacinas são realizadas durante a fase IV dos ensaios clínicos. II. A avaliação da capacidade de o organismo produzir anticorpos contra um microrganismo como o coronavírus e o monitoramento da segurança das vacinas em uso pela população são efetuados durante as fases II e IV dos ensaios clínicos, respectivamente. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: d. II e III, apenas. • Pergunta 16 0,5 em 0,5 pontos Leia o texto e a charge, publicada em jornal carioca no início do século XX, sobre a gripe espanhola. Conheça as 5 maiores pandemias da história. O coronavírus não é o primeiro causador de uma pandemia. Relembre outras doenças que mudaram os rumos da história da humanidade. Letícia Rodrigues. 28 de outubro de 2020 A pandemia do novo coronavírus causou medo em todo o mundo – e não é para menos. O cenário é semelhante ao que já aconteceu em outros momentos da história, em que doenças se espalharam pelo mundo e causaram estragos. Conheça as principais pandemias que assolaram o planeta. 1. Peste bubônica A peste bubônica é causada pela bactéria Yersínia pestis e pode se disseminar pelo contato com pulgas e roedores infectados. Seus sintomas incluem inchaço dos gânglios linfáticos na virilha, na axila ou no pescoço. Outros sinais são: febre, calafrios, dor de cabeça, fadiga e dores musculares. A doença é considerada, historicamente, a causadora da Peste Negra, que assolou a Europa no século 14, matando entre 75 milhões e 200 milhões pessoas na antiga Eurásia. No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de 450 milhões de pessoas para 350 milhões. 2. Varíola A doença atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. O faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bexiga”. O vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa por meio das vias respiratórias. Os sintomas eram: febre, seguida de erupções na garganta, na boca e no rosto. Felizmente, a varíola foi erradicada do planeta em 1980, após campanha de vacinação em massa. 3. Cólera Sua primeira epidemia global, em 1817, matou centenas de milhares de pessoas. Desde então, a bactéria Vibrio cholerae sofre diversas mutações e causa novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos e, portanto, ainda é considerada uma pandemia. Sua transmissão acontece a partir do consumo de água ou alimentos contaminados, e é mais comum em países subdesenvolvidos. Um dos mais atingidos pela cólera foi o Haiti, em 2010. O Brasil já teve vários surtos da doença, principalmente em áreas mais pobres do Nordeste. No Iêmen, em 2019, mais de 40 mil pessoas morreram devido à enfermidade. 4. Gripe Espanhola Acredita-se que entre 40 milhões e 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia de Gripe Espanhola de 1918, causada por um subtipo de vírus influenza. Mais de um quarto da população mundial na época foi infectado e até o então presidente do Brasil, Rodrigues Alves, morreu da doença, em 1919. Os sintomas da doença eram muito parecidos com os do atual coronavírus Sars-CoV-2, e não existia cura. Em São Paulo, a população foi atrás de um remédio caseiro feito com cachaça, limão e mel. De acordo com o Instituto Brasileiro da Cachaça, foi dessa receita supostamente terapêutica que nasceu a caipirinha. 5. Gripe Suína (H1N1) O vírus H1N1, causador da chamada gripe suína, foi o primeiro a gerar uma pandemia no século 21. O vírus surgido em porcos no México, em 2009, espalhou-se rapidamente pelo mundo, matando 16 mil pessoas. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em maio daquele ano e, no fim de junho, 627 pessoas estavam infectadas no país, de acordo com o Ministério da Saúde. O contágio acontece a partir de gotículas respiratórias no ar ou em uma superfície contaminada. Seus sintomas são os mesmos de uma gripe comum: febre, tosse, dor de garganta, calafrio e dor no corpo. Disponível em <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/03/conheca-5-maiores- pandemias-da-historia.html>. Acesso em 02 ago. 2021 (com adaptações). Ela: Faça o favor de chamar o diretor e dizer que estou às suas ordens. Funcionário: Mas.... creio que não há mais lugar... Ela: Como não? Se o diretor me disse que aqui tinha um lugar seguro. Isso é um embuste. Disponível em <https://box.novaescola.org.br/etapa/3/educacao-fundamental-2/caixa/90/a-rota-das- epidemias-pelo-mundo/conteudo/18980>. Acesso em 27 set. 2021. Com base na leitura, avalie as afirmativas. . Das seis maiores pandemias da história (incluída a pandemia do novo coronavírus), quatro foram causadas por vírus e duas por bactérias. I. As cinco doenças pandêmicas mencionadas na matéria estão erradicadas no mundo. II. A charge, ao representar a gripe espanhola como uma mulher com cara de caveira que bate à parte do gabinete da “Saúde Pública”, tem por objetivo mostrar que a sua entrada no Brasil foi bloqueada por medidas sanitárias eficientes. É correto o que se afirma apenas em Resposta Selecionada: c. I. • Pergunta 17 0,5 em 0,5 pontos Leia o texto e o gráfico. Seca e fogo amplificam morte de árvores e emissões de CO2 na Amazônia Elton Alisson, Agência FAPESP – 20/07/2021 As secas extremas estão se tornando cada vez mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas, o que pode ter grandes impactos na Amazônia. Entre o final de 2015 e o início de 2016, durante o verão, o bioma foi atingido por uma grande estiagem e incêndios florestais associados ao El Niño. Os efeitos do evento climático duraram pelos três anos posteriores, resultando, até 2018, na morte de 3 bilhões de árvores e na emissão de 495 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) – superior à média anual do desmatamento em toda a Amazônia brasileira. (...) Em circunstâncias normais, por causa dos altos níveis de umidade, a floresta amazônica não queima. No entanto, a seca extrema torna a floresta temporariamente inflamável. Dessa forma, o fogo utilizado para queimar a floresta derrubada em uma área desmatada ou para auxiliar na limpeza de um pasto pode escapar do controle e se dispersar pela floresta, provocando grandes incêndios florestais. (...) A perda de árvores foi muito pior nas florestas secundárias e em outras florestas afetadas pela intervenção humana. As árvores com menor densidade de madeira e cascas mais finas foram mais propensas a morrer com a seca e os incêndios. Essas árvores menores são mais comuns em florestas afetadas pelo homem. (...) As emissões de CO2 das florestas queimadas por incêndios florestais foram quase seis vezes maiores do que as florestas afetadas apenas pela seca. (...) Após três anos, apenas cerca de um terço (37%) das emissões foi reabsorvido pelo crescimento das plantas na floresta. Disponível em <https://agencia.fapesp.br/seca-e-fogo-amplificam-morte-de-arvores-e-emissoes-de-co2--na- amazonia/36372/>. Acesso em 14 ago. 2021 (com adaptações). Desmatamento da Amazônia dispara de novo em 2020 Herton Escobar – 07.08.2020 . O texto afirma que o principal causador dos incêndios na floresta Amazônica em 2020 foi a seca decorrente das mudanças climáticas do fenômeno El Niño. I. Embora as emissões de CO2 a partir do ano de 2015 estejam associadas ao fenômeno El Niño, danos ambientais também são provocados por intervenção humana na florestaAmazônica. II. O gráfico mostra que a taxa de desmatamento na Amazônia em 2019/2020 aumentou mais de 50% em comparação com o mesmo período do ano anterior. É correto o que se afirma somente em Resposta Selecionada: d. II. • Pergunta 18 0,5 em 0,5 pontos Leia a tabela a seguir. Com base nas informações apresentadas na tabela, avalie as afirmativas. . Observando-se a tabela, é possível concluir que, em termos de desempenho das exportações brasileiras de proteína animal, considerados os períodos 2019 e 2020, a carne de suíno é a que obteve a maior variação positiva, seguida pela carne de bovino e pela carne de frango. I. Em termos de valor, em 2019, o Oriente Médio foi responsável pela compra de exatamente metade das compras de carne de frango realizadas pela China, pela Ásia exceto China e pela União Europeia somadas. II. A maior variação percentual negativa nas compras de carne de frango observada na tabela refere-se ao Oriente Médio, apresentando, entre 2019 e 2020, uma redução de 1.753 para 1.372 milhões de dólares. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: a. I, apenas. • Pergunta 19 0,5 em 0,5 pontos Leia o texto e a figura a seguir, publicados na revista Pesquisa Fapesp. A Amazônia perde o gás Divulgado em dezembro passado, o mais recente relatório do Global Carbon Project estima que, desde a década de 1960, as plantas terrestres retiraram da atmosfera cerca de um quarto do dióxido de carbono (CO2), o principal gás de efeito estufa que contribui para o aumento do aquecimento planetário, emitido pela queima de combustíveis fósseis. Esse efeito benéfico ao clima ocorre porque a taxa com que os vegetais fazem fotossíntese – e, portanto, consomem o CO2 disponível no ar para se manter vivos e crescer – é ligeiramente maior do que o ritmo de emissão de dióxido de carbono por meio da queima de biomassa, da decomposição de material orgânico e da respiração das plantas. A diferença a favor da coluna das absorções em relação à coluna das emissões é pequena, de cerca de 2%, mas suficiente para tornar as florestas, sobretudo as densas e exuberantes matas tropicais, importantes sumidouros de carbono. Esse termo é usado para designar as áreas em que as absorções de carbono superam as emissões. Por ser a maior floresta tropical, com cerca de 80% de sua área ainda preservada, a Amazônia é considerada um dos mais importantes sumidouros de carbono. Mas estudos feitos ao longo dos últimos 10 anos, com o emprego de diferentes metodologias analíticas, como dados de satélites, registros de crescimento e mortalidade de árvores e amostras sistemáticas do ar sobre a floresta, indicam que o leste da Amazônia virou uma fonte de carbono na década passada, ou seja, a quantidade de CO2 que saiu desse setor do bioma superou a que entrou. A situação é particularmente preocupante no sudeste da Amazônia, entre Pará e Mato Grosso, região em que fica o chamado Arco do Desmatamento, que concentra o grosso das intervenções humanas, sobretudo o desflorestamento, sobre a área. Disponível em <https://revistapesquisa.fapesp.br/a-amazonia-perde-o-gas/>. Acesso em 14 ago. 2021. De acordo com o texto e com os seus conhecimentos, avalie as afirmativas. . Os vegetais têm a capacidade de emitir e de absorver o CO2. Em geral, a quantidade absorvida é maior do que a quantidade emitida, o que contribui indiretamente para a regulação da temperatura da superfície terrestre. I. Por conta do desmatamento, apenas 2% do CO2 emitido pela queima de combustíveis fósseis são absorvidos pelas árvores da floresta amazônica. II. Entre 2010 e 2018, a região leste da floresta amazônica emitiu aproximadamente dez vezes mais CO2 do que a região oeste, como consequência da diminuição da pluviosidade e do aumento da temperatura durante a estação seca. III. Atualmente, apenas Rio Branco e Tabatinga/Tefé, a oeste da floresta amazônica, atuam como sumidouros de carbono. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: a. I, apenas. • Pergunta 20 0,5 em 0,5 pontos A tabela a seguir mostra o número de doentes e de mortes por covid-19 nas diferentes regiões brasileiras, segundo dados fornecidos pelas secretarias de saúde dos estados em 15 de agosto de 2021. Com base na leitura da tabela, avalie as afirmativas. . A região Sudeste concentra o maior número de casos de covid-19 e responde por aproximadamente 38% do total de casos observados no país. I. A taxa de letalidade da doença no Brasil, calculada como a proporção entre o número de óbitos e o número de casos, é da ordem de 25%. II. Os óbitos por covid-19 na região Centro-Oeste correspondem a aproximadamente 10% do total de mortos pela doença. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: d. I e III, apenas.
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