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A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO PEDAGOGO NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DO MARANHÃOCAMPUS CAXIAS 
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA EM EDUCAÇÃO 
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (EPT) 
 
 
 
 
 
 
VALMIR PINHEIRO LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO PEDAGOGO NA CONSTRUÇÃO DE UMA 
ESCOLA INCLUSIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS - MA 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VALMIR PINHEIRO LOPES 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO PEDAGOGO NA CONSTRUÇÃO DE UMA 
ESCOLA INCLUSIVA 
Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de 
Licenciatura em Pedagogia EPT, do Instituto Federal 
de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - 
Campus Caxias, para obtenção de notas das 
disciplinas Metodologia da Pesquisa, Inovação e 
Extensão em Educação; Oficina de Projetos de 
Iniciação Científica e Tecnológica – Elaboração de 
projeto de pesquisa; Seminário TCC I. 
 
Orientadores: 
Prof.ª Drª Flávia Alexandra Pereira Pinto. 
Prof.ª Drª Patrícia De Sousa Santos. 
Prof.º Dr. Paulo Roberto De Jesus Silva. 
 
Linha de Pesquisa: Educação especial e 
processos inclusivo – Praticas pedagógicas e 
currículo na perspectiva inclusiva. 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS- MA 
2021 
 
SUMÁRIO 
 
1. DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................. 4 
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4 
3. PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................... 5 
4. JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 6 
5. OBJETIVOS ................................................................................................... 7 
5.1 Objetivo Geral: ............................................................................................. 7 
5.2 Objetivo Específicos: ................................................................................... 7 
6. REVISÃO TEÓRICA ...................................................................................... 7 
6.1 A PEDAGOGIA DE OUTRORA ..................................................................... 7 
6.2 O PROFESSOR DE OUTRORA .................................................................... 8 
6.3 O ALUNO DE OUTRORA ............................................................................ 11 
6.4 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA PEDAGOGIA 
NUMA VISÃO EDUCACIONAL, SOCIAL E INCLUSIVA ..................................... 13 
6.5 ADAPTAÇÃO DO PROFESSOR À REALIDADE DO ALUNO ESPECIAL . 17 
7. METODOLOGIA .......................................................................................... 21 
8. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 22 
9. CRONOGRAMA .......................................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. DELIMITAÇÃO DO TEMA 
O fato de crianças e jovens com diferentes possibilidades de frequentarem os 
mesmos espaços escolares exige do pedagogo um trabalho e como agente que 
promove a aprendizagem, atuando com base em uma pedagogia centrada no aluno, 
e não no conteúdo, com ênfase na aprendizagem, e não apenas no ensino, que 
desloque o eixo da ação pedagógica do ensinar e aprender. O trabalho do pedagogo 
na construção dessa escola inclusiva será o principal objetivo desse projeto de 
pesquisa, conscientizando sobre a importância da preparação de todos na construção 
do conhecimento em educação especial, enfocando os diversos autores como Arroyo 
(2000), Bueno (2006), Esteves (1990), dentre outros que analisam os fundamentos 
filosóficos e teóricos da educação especial para que toda a escola possa compartilhar 
experiências que são determinantes no ensino aprendizagem. Assim cabe ao 
pedagogo promover neste processo uma análise crítica de suas propostas de modo a 
diminuir as desigualdades, promovendo um amplo processo de inclusão. 
 
Palavras-chave: Escola; Inclusão; Fundamentos; Pedagogo. 
 
2. INTRODUÇÃO 
Quando se pensou no desenvolvimento deste trabalho, fomentou-se a questão 
de uma sociedade mais igualitária e a participação da escola nessa construção, visto 
que a própria Escola também tem como missão assumir as diferenças dos alunos 
como valores, proporcionando-lhes o desenvolvimento das suas potencialidades e 
fazendo no próprio âmbito escolar a construção de cidadãos conscientes sobre as 
indiferenças humanas. 
A sociedade deve valorizar todas as pessoas e é papel da escola permitir assim 
o seu desenvolvimento e facultando a cada indivíduo em situação considerada de 
dificuldade na aprendizagem, uma educação inclusiva que promova a autonomia 
emocional e cognitiva dos alunos. 
A escola não pode ser apenas um espaço privilegiado de transmissão de 
saberes, mas deve também ser um lugar para partilhar vivências e experiências, de 
forma a favorecer o desenvolvimento de todos os alunos. Neste sentido, a instituição 
educativa deve estar preparada para dar oportunidade de sucesso a todos, 
respeitando e aproveitando as suas diferenças como valores. Segundo Leitão (2010) 
a inclusão é 
5 
 
um esforço de mudança e melhoria da própria escola, de forma 
a proporcionar a todos as melhores condições de aprendizagem, 
sucesso e participação, na base das circunstâncias específicas 
de cada um. Inclusão é, antes de tudo, uma questão de direitos 
e valores, é a condição da educação democrática. 
 
Para que essa educação democrática aconteça é fundamental que os 
professores tenham uma postura de aceitação quanto à diversidade, que conheçam 
verdadeiramente e que se interessem por todos os alunos com que trabalham, sendo 
alguns ditos diferentes, que se moldem perante os diferentes desafios que esses 
alunos com NEE (Necessidades Educativas Especiais) lhe irão colocar e que atuem 
de forma colaborativa com toda a comunidade escolar. Neste sentido, o presente 
trabalho destina-se a abordar o papel do pedagogo na inclusão de alunos com 
Necessidades Educativas Especiais, ou seja, perceber se as atitudes e estratégias 
dos professores estão adequadas à inclusão e se estes a aceitam e atuam naquele 
sentido. 
 
3. PROBLEMA DE PESQUISA 
 Considerando o oficio de futuramente ser pedagogo como uma ação 
significativa para as praticas cotidianas nos espaços escolares. Tal ação deve incluir 
o desafio de pensar as articulações pedagógicas, contemplando a inclusão escolar. 
Pensando nas questões presentes no ambiente escolar, buscando visualizar como 
vem sendo tensionado o fazer dos pedagogos em colaboração com os profissionais 
da Educação. 
Percebendo que este é um tema bastante pertinente e atual, uma vez que hoje 
muito se fala de inclusão e de escola inclusiva sem que se reflita sobre o seu 
verdadeiro significado, houve a necessidade de abordar o verdadeiro papel do 
pedagogo na construção de uma escola inclusiva. Sendo que um dos muitos objetivos 
da escola inclusiva é pretender que os alunos, sejam quais forem as suas 
necessidades, estejam inseridos no meio escolar e na sala de aula regular ao mesmo 
tempo que os alunos sem Necessidades Educativas Especiais. “Aqueles com 
Necessidades Educacionais Especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria 
acomodá-los dentro de uma pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais 
necessidades.” (Declaração de Salamanca, 1994:1) 
 
 
6 
 
4. JUSTIFICATIVA 
As discussões sobre o processo de inclusão, tem se tornado rotineiro na 
dinâmica escolar. Muito disso, deve-se aos avanços conquistados nos termos legais 
brasileiros, a exemplo, a Lei Nº 13.146, de 06 de julho de 2015 que institui a Lei 
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com 
Deficiência), destinadaa assegurar e a promover, em condições de igualdade, o 
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, 
visando à sua inclusão social e cidadania (BRASIL, 2015), que diretamente contribui 
para formação de uma sociedade mais respeitosa e dialética. 
Ao incluir as pessoas com deficiência, a escola necessita se reinventar desde 
o conjunto teórico a efetividade da prática educativa, ou seja, da gestão escolar à 
experiência da sala de aula, para somente assim se constituir enquanto um ambiente 
propício à aprendizagem (PAPA et al, 2015). 
Inevitavelmente, a escola, a comunidade e a família têm papéis fundamentais 
na luta de construir e garantir a efetividade dos direitos desses sujeitos que por muito 
tempo ficaram as margens da sociedade. Mas, qual seria o papel do pedagogo nesse 
processo? Quais são suas contribuições para garantir a construção da escola 
verdadeiramente inclusiva? Que escola é essa? Quais são os desafios? São questões 
que circundam o debate sobre inclusão. 
De acordo com Libânio (2010) o pedagogo é um profissional que lida com fatos, 
estruturas, contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias 
modalidades e manifestações. Portanto, é o profissional que está diretamente 
relacionado entre ação educativa intencional e a dinâmica das relações entre a 
contextualidade a qual está imersa a educação. 
Com base nessas questões, busca-se tecer algumas reflexões acerca da 
construção da escola inclusiva, com objetivo de apontar alguns dos desafios 
enfrentados pelo pedagogo e seu papel nesse processo, a fim de apontar algumas 
saídas, compreendendo que não se trata de um caminho linear ou consonante, mas 
sim de exercício contínuo de muitas variantes e feito por muitos sujeitos. 
Inclusão não é algo inatingível. É sim um grande desafio apresentado aos 
pedagogos e professores, que só será vencido quando todos os intervenientes 
educativos tiverem uma postura de abertura e de ruptura com a ideia de que só quem 
é especializado na área da Educação Especial tem capacidade de trabalhar com 
alunos que apresentem Necessidades Educativas Especiais. Este desafio de incluir 
7 
 
é um trabalho contínuo e cooperativo no sentido de partilhar experiências. Neste 
sentido o professor de Educação Especial além de trabalhar com os alunos, tem 
também o papel de moderador de todo o processo. Pode ser visto como o porto de 
abrigo onde os restantes professores podem pedir dicas para ultrapassar dificuldades. 
 
5. OBJETIVOS 
5.1 Objetivo Geral: 
• Analisar o trabalho do pedagogo na construção da escola inclusiva é o principal 
objetivo desse projeto de pesquisa. 
5.2 Objetivo Específicos: 
• Identificar se essa escola inclusiva está presente na escola de hoje, se os 
professores a aceitam realmente e realizam todos os esforços ao alcance para 
concretizá-la. 
• Identificar dificuldades e duvidas relativas à educação inclusiva. 
• Investigar melhorias e apoio na pratica docente. 
 
6. REVISÃO TEÓRICA 
6.1 A PEDAGOGIA DE OUTRORA 
No início do século IX surgem os sistemas nacionais de ensino e se 
embasavam no que dizia que a educação é direito de todos e dever do Estado, nisto 
a educação é visada diretamente no orientador e que tem como função fazer os 
indivíduos vencerem a barreira da ignorância, ou seja, a questão era fazer com esses 
indivíduos pensassem por si só, como diz Saviani, “o objetivo é transformar os súditos 
em cidadãos”, fazer com que eles se libertem dessas grilhetas através do 
esclarecimento e do esforço próprio, fato este que só poderia ser feito pela escola já 
que a alienação era muito grande em vários sentidos. 
Então o papel da escola tradicional e sua pedagogia era justamente fazer com 
que o aluno crescesse pelo próprio mérito a partir do professor que repassava a ele 
todo o conhecimento obtido pela humanidade, de uma forma extremamente mecânica, 
fria e crua, e de uma forma generalizadora na qual as particularidades não eram 
respeitadas, alunos sempre seriam alunos independente das especificidades, e o 
professor seria o dono do saber e do conhecimento, deixando assim vigente a posição 
do professor como sujeito ativo, e o aluno como sujeito passivo, sujeito este que 
8 
 
deveria apenas receber o conhecimento e por si só desenvolver suas características 
sociais, políticas e humanas em geral de uma forma que os menos capazes ficariam 
para trás nessa escala de desenvolvimento. 
 
“O caminho cultural em direção ao saber é o mesmo para todos 
os alunos, desde que se esforcem. Assim, os menos capazes 
devem lutar para superar as dificuldades e conquistar um lugar 
junto aos mais capazes. Caso não consigam, devem procurar 
um ensina mais profissionalizante.” (GÔNGORA.1985, p. 23). 
 
Com isso pode-se notar que a educação vinha direta de um professor que não 
se preocupava com aluno e sim com o conhecimento repassado, os alunos menos 
capazes, deveriam procurar um curso que seria mais profissionalizante, ou seja, um 
curso de puro ensino sem desenvolvimento humano. Observa-se então que o 
professor é o centro do processo educativo e sendo o responsável pela transmissão 
dos conteúdos, ele deve ser muito bem preparado e desta forma é visto como um 
“Mestre todo poderoso”, o doutor de toda a sapiência e incontestável. 
A experiência relevante que o aluno deve vivenciar é a de ter acesso 
democrático às informações, conhecimento e ideias, podendo assim conhecer o 
mundo físico e social. Enfatiza-se a disciplina intelectual para o que se necessita de 
atenção e concentração, silêncio e esforço. A escola é o lugar por excelência onde se 
raciocina e o ambiente deve ser convenientemente austero para o aluno não se 
dispersar, de tal forma que o interesse seja dos alunos em geral, o ensino aberto para 
eles e para que eles busquem, corram atrás e demonstrem essa vontade de aprender. 
A pedagogia de outrora é marcada por um ensino baseado em verdades 
impostas, os conteúdos repassados eram basicamente os valores sociais acumulados 
com o passar dos tempos com o intuito de prepará-los para a vida, e esses conteúdos 
eram determinados pela sociedade e ordenados na legislação independente da 
experiência do aluno e das realidades sociais, fazendo com que a pedagogia 
tradicional seja vista como enciclopedista. 
 
6.2 O PROFESSOR DE OUTRORA 
O professor do passado tem como conceito o ser ditador ou alheio total ao que 
fugia ao padrão, pois a imposição de suas convicções sem dar espaço ao educando 
para questionar e nem muito menos querer saber mais afundo, o impedia ser 
conhecedor e transmissor de um ensinamento que mexe com questões como a 
9 
 
aceitação do novo, numa visão de sala de aula, a aceitação do aluno portador de 
deficiências e que necessita de atenção especial. 
Pode-se também enfatizar que o modelo antigo de professor não se coloca a 
dialogar com o educando e o meio social que o mesmo faz parte. Isso evidencia uma 
posição de autoritarismo, marca predominante de um ditador e de quem não conhece 
nem se disponibiliza a conhecê-lo. Pode-se afirmar sem preocupação que esse 
modelo também tinha benefícios, uma vez que os alunos “aprendiam” o conteúdo 
transmitido, mas o que se deixa como pergunta é: Por que esse conteúdo “absorvido” 
não era posto numa prática cotidiana como o reconhecer que o ser humano é diferente 
e que algumas pessoas necessitam de um apoio especial nos eu desenvolvimento 
tanto como ser pensante como ser social? 
A missão do educando aparentemente estava sendo cumprida, pois qualquer 
erro era colocado no educando, mas como colocar tal culpa em uma pessoa que não 
teve como questionar, que não pôde indagar e nem menos pedir uma orientação mais 
bem trabalhada? Ensinar era, numa visão institucional, a transferência de conteúdo 
tão criticada por especialistas na educação como Paulo Freire (1996), onde ele expõe 
da seguinte forma seu posicionamento sobre essetipo de educação: “"Não há 
docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças 
que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina 
aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender". Ou seja, para Freire, o 
aluno deve ser um colaborador do processo ensino-aprendizagem e do trabalho do 
educador, isso também está centrado no lidar com as diferenças entre os alunos. 
Professores, ou melhor, educadores que, ao respeitar no aluno o 
desenvolvimento que este obteve através de suas experiências de vida 
(conhecimentos já assimilados), idade e desenvolvimento mental, são 
imprescindíveis. Então como Friedrich Froebel afirma: 
 
A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a 
condição humana, com todos os seus poderes funcionando com 
harmonia e completa, em relação à natureza e à sociedade. 
Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, 
como um todo, se elevando do plano animal e continuaria a se 
desenvolver até sua condição atual. Implica tanto a evolução 
individual quanto a universal. 
 
Tendo uma visão pedagógica mais centrada, nota-se a relação estabelecida 
entre professores e alunos, que compõe o eixo do processo pedagógico. É impossível 
10 
 
desassociar a realidade escolar da realidade de mundo vivenciada pelos educandos, 
uma vez que essa relação é uma “rua de mão dupla”, pois ambos (professores e 
alunos) podem ensinar e aprender através de suas experiências. O que se pode 
evidenciar no real papel de um educador é que ele é capaz de levar a interação dentro 
de todo processo de aprendizagem, onde se pressupõe confiança, paciência, respeito 
à diferença de pontos de vista e de opiniões, ou seja, atitudes que promovam uma 
renovação educacional. 
A educação inclusiva tem força transformadora e aponta para uma nova era 
não somente educacional, mas para uma sociedade que tende a ser inclusiva e não 
que descarte aquilo que para ela, e aparentemente, não trará nenhuma contribuição 
educativa e social, sendo assim o papel do pedagogo indispensável para que essa 
visão renovada seja trabalhada de maneira enfática dentro do ambiente escolar. 
O professor deve ser um “artista da educação”, ou seja, ele deve ser dotado da 
arte de ensinar, não bastando ser um bom pesquisador, necessário também ser um 
bom transmissor de conhecimentos e de formador seres sociais e críticos. 
Enfim, o professor deve ser um aliado na construção do indivíduo - aluno- e 
não, simplesmente, um transmissor de disciplinas. O professor deve ainda estar apto 
as contínuas mudanças do dia a dia do seu educando, possibilitando a ele uma gama 
de informações e conhecimentos, não só de fundo escolar, mas de âmbitos diversos. 
Segundo Gadotti, o educador deve ser aquele profissional que busca 
diagnosticar as necessidades dos seus alunos, ele afirma que 
 
“o educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se 
na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na 
posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um 
analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da 
vida.” 
 
Logo se pode dizer que o professor é aquele que busca construir e que pode 
verdadeiramente ser chamado de educador, que buscar conhecer o universo do 
educando, que ter bom senso, que busca permitir e proporcionar o desenvolvimento 
da autonomia de seus alunos. O papel do professor é entusiasmar, apaixonar; 
vibrando com as conquistas de cada um de seus alunos, não discriminando ninguém, 
não se mostrando mais próximo de alguns, deixando os outros à deriva. O verdadeiro 
papel do professor é ser participativo, onde suas opiniões têm sentido para os alunos, 
sabendo sempre que ele é um líder que tem nas mãos a responsabilidade de conduzir 
11 
 
um processo de crescimento humano, de formação de cidadãos, de fomento de novos 
líderes. 
 
6.3 O ALUNO DE OUTRORA 
Na perspectiva passada não tão distante, ainda se via o educando como 
apenas um ser “passivo”, onde ele era sobrecarregado de conteúdo, o que em nada 
acrescentaria até no processo de socialização, visto que por ser centrada a educação, 
o educando era “motivado” a trabalhar individualmente, esquecendo a importância da 
coletividade e com isso o aprendizado de que nenhum ser humano é igual, mas sim 
dotado de variáveis diferenças, inclusive sensoriais e cognitivas. Sendo assim, a 
educação e a pedagogia também eram consideradas áreas estáticas, nas quais não 
havia espaço para a renovação e o educando não poderia inovar, já que o aprendizado 
era pré-determinado. 
Nesse período da história educacional, o ideal era que o aluno apenas 
assimilasse o conteúdo, sem sentir prazer em aprender, ler, receber informações, ir à 
escola naturalmente, sendo que todo comportamento era determinado pelo ambiente, 
considerando-se que, dada as condições adequadas para que ocorresse a 
aprendizagem que todo ser humano necessariamente precisasse ter, ou seja, o aluno 
era uma espécie de “robô”, um ser mecânico que precisava ser “adestrado”. Mas como 
ensinar de maneira sistemática a lidar com o novo, o “diferente”? 
Até o momento se o papel do educador estava funcionando nos parâmetros 
exigidos, a função do educando era apenas receber esses conteúdos e meramente 
aprendê-los. O que evidencia mais uma vez que a necessidade da transformação do 
educador, ampliando sua visão crítica, criativa, reflexiva, empreendedora e com mais 
consciência de sua função na sociedade enquanto educador. 
Pois além da instituição que necessita de tantas transformações e mudanças 
estruturais e pedagógicas, o seu recurso humano também necessita respeitar as 
deficiências e diferenças, reconhecendo que todos são diferentes, e que as escolas e 
os velhos paradigmas de educação precisam ser extintos para atender às 
necessidades individuais de cada educando que necessite de uma atenção especial, 
não como ser improdutivo, mas como grande colaborador para a sociedade, ou seja, 
se os profissionais da educação como os próprios pedagogos não se aterem a esta 
nova visão educacional, não se conseguirá romper com velhos paradigmas e fazer a 
reviravolta que a inclusão propõe. 
12 
 
É de suma importância o papel ativo do aluno na construção do próprio 
conhecimento, pois, dentro do atual contexto educacional, no processo 
ensino/aprendizagem, o professor não ensina; antes, ajuda o aluno a aprender como 
foi dito anteriormente, uma visão pedagógica que trabalha com as duas extremidades, 
aluno e professor. A construção do saber somente é possível mediante a existência 
de uma interação mútua e interdependente entre o aluno e o objeto a ser aprendido, 
ou seja, o aluno precisa fazer correlação entre aquilo que está sendo passado e a sua 
vida cotidiana. 
A postura do aluno neste processo amplia seus horizontes, tornando-o mais 
independente e autônomo frente às situações cotidianas, estimulando-o a encontrar 
novos caminhos que possibilitem direcioná-lo rumo à valorização da sua autoestima. 
A postura ativa do aluno no processo ensino/aprendizagem não somente é 
fundamental para a construção do seu próprio conhecimento, como para a sua 
formação enquanto ser humano, uma vez que estimula o auto desenvolvimento e a 
autocrítica, quesitos fundamentais na atual estrutura escolar. Logo, para Vera Vaz, o 
aluno terá como papel e dever fundamental 
 
o de entender o porquê de estar na escola e o de saber que tem 
que se respeitar e respeitar aos outros para que se consiga um 
ambiente propício a se adquirir conhecimentos com alegria e 
prazer, para, dentro de uma visão até cívica, tirar nosso país do 
atraso cultural em que se encontra, e conseguir faze-lo transpor 
a barreira que o separa do mundo dos letrados (reais), sem 
distinção de classes sociais ou nível de conhecimento dos pais. 
Ele tem saber que, apesar de ter sido tão usada como tal, não é 
balela eleitoreira dizer que a Educação é um caminho paramelhorar este país. 
 
O aluno de outrora era passivo, só recebia os conteúdos, seguindo regras 
impostas pela escola, sem questionar, o que acabava gerando uma visão 
individualizada do mundo, algo que prejudica por exemplo, o saber lidar com o colega 
portador de necessidade especial, e sua função enquanto estudante encerrava-se 
com sua formação. Já o papel do professor é de total ação, onde o mesmo busca 
conhecimento além da sala de aula, o que gera um reflexo na sociedade, dotando-o 
de responsabilidade e sua formação se torna contínua enquanto ser ativo, crítico e 
participativo dentro de uma sociedade que busca ser mais democrática. 
 
 
13 
 
6.4 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA PEDAGOGIA NUMA 
VISÃO EDUCACIONAL, SOCIAL E INCLUSIVA 
A Pedagogia deve estar voltada para o futuro, ou seja, a Pedagogia que ajude 
no processo de formação do ser humano que apresenta, naturalmente, percalços e 
obstáculos que precisam ser encarados de maneira objetiva e madura, estruturando 
esse educando como um ser pronto a respeitar todas as diferenças necessariamente 
destacadas nas eficiências e sentidos humanos como a visão, audição ou fala. Essas 
pessoas têm diferenças e igualdades, mas entre elas nem tudo deve ser igual, assim 
como nem tudo deve ser diferente. 
Então, como conclui Santos (apud MANTOAN,2003, p.34), "é preciso que 
tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o 
direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza". A própria escola tem 
perdido o entendimento de pensar em si mesma como instituição, o que se pode 
apresentar como um paradoxo, já que a mesma é um local de ensino e aprendizagem, 
e que pode possibilitar ao educando a questão do questionar e transformar a 
sociedade numa visão crítica e construtiva, e que inclui, aceita e não descarta. 
O mundo pedagógico deve ser um universo onde o profissional possa 
emancipar-se e ter autonomia para refletir sobre aquilo que lhe é passado como 
conhecimento, uma vez que o educando é um ser que pensa e pode agir, de acordo 
com os seus próprios conhecimentos. Logo o pedagogo deve aprender a se socializar, 
passando por um processo dinâmico e que como ferramenta de formação educacional 
e social desse educando que por sua vez o tornará um indivíduo que também passe 
a ser ferramenta de manutenção e transformação de uma sociedade, pois quem é o 
socializado é também um que socializa, e tal interação e integração estará sempre 
presente quando se trabalha a questão da inclusão escolar, pois enquanto houver 
relação humana haverá socialização. 
Esta relação com o seu meio resulta no desenvolvimento do potencial do 
indivíduo, dando a este um papel social a exercer e que para ser exercido cria nele 
expectativas (funcionando como motivações) e determinando a reciprocidade nas 
relações onde o papel exercido por um tem como referência o outro e o outro passa a 
ter que corresponder para equilibrar a equação social, ou seja, o aluno especial, 
“diferente” deve ser tratado como uma pessoa capaz de corresponder e responder a 
qualquer estímulo que a ela é apresentado. 
14 
 
Sendo assim é necessária de fato uma renovação na visão do pedagogo 
enquanto a pessoa responsável pela aprendizagem de seus educandos. E isso é mais 
sério quando se faz referência às séries iniciais, pois se pode definir esse período 
como o alicerce, a base da educação, de onde se começa a estruturar não só o ser 
educado, mas o ser enquanto constituinte de caráter. 
Mais uma vez se enfatiza que a escola hoje, requer um professor crítico, 
criativo, reflexivo, empreendedor, com mais consciência profissional e transmissor da 
aceitação do novo, do “diferente”. E isso só será obtido se esse professor 
compreender a importância de se renovar sempre enquanto profissional da 
Pedagogia. 
A educação é uma prática social e política do saber, e sua importância política 
reside na sua função de socialização do conhecimento. A construção do saber social 
não se faz de modo isolado, está articulado com as atividades de dimensão política. 
(SAVIANI, 1983) Ou seja, ao pedagogo é dada a liberdade que certamente influencia 
positivamente no preparo e na execução profissional desse docente, tirando de um 
estado de passividade. 
A formação profissional da Pedagogia deve mostrar uma proposta pedagógica 
baseada nas relações humanas, sociais e no aprendizado escolar, é óbvio. Sendo que 
este se torna um desafio ao educador, pois o faz repensar seu objeto de estudo, 
explicitar a relação objetivo-conteúdo-forma, e levar ao funcionamento não só quando 
profissional da educação, mas também como profissional empenhado e cônscio de 
sua importância nesse desenvolvimento educacional e social de cada um dos seus 
alunos. 
A era da comunicação trouxe mudanças nos comportamentos pessoais e 
sociais das pessoas, exigindo uma reflexão sobre o papel da educação, da escola e 
do pedagogo. 
Precisa-se de uma nova equipe, que saiba trabalhar com um mundo cheio de 
tecnologias, e principalmente, de diferenças. Seu papel precisa ser redimensionado, 
papel de mediadora, como usuária e crítica das novas tecnologias e mediador entre 
essas e os educandos. As tecnologias que são meios úteis de difundir conhecimentos, 
desde que não sejam objetos de desumanização do ser humano, promovendo no 
educando como conscientização de que todos devem ser inseridos num processo 
social que possibilita um crescimento aos “diferentes” e que demonstre suas reais 
eficiências. 
15 
 
O meio imprescindível disponibilizado ao pedagogo e sua equipe docente é a 
liberdade de reflexão, valorizando em si suas competências e adequando-as da 
melhor maneira possível, para que aquilo que é exigido de um professor, ou seja, o 
educador é personagem central na formulação e no desenvolvimento de inovações 
que visam um ensino de qualidade social, ampliando o papel do educador e do 
educando em todo processo de ensino-aprendizagem. 
O conhecimento da realidade escolar passa a ser uma exigência no processo 
de transmissão dos conteúdos, pois mais do que conhecer um método de transmissão 
de conteúdo, aquele que transmite deve possuir um bom conhecimento da realidade 
a ser trabalhada, e isso também é função ou prioridade na formação profissional do 
pedagogo que leva a processos embasados na relação teoria-prática, no 
desenvolvimento de habilidades de investigação, num trabalho de reflexibilidade 
crítica sobre as práticas, no desenvolvimento de competências. E para que essas 
mudanças aconteçam, é necessária a reestruturação do modo de transmissão, uma 
vez que não se busca mais alunos “robôs”, mas alunos críticos e com assimilaram 
uma consciência de inclusão, seja escolar, seja em qualquer outro âmbito. A formação 
do profissional na área pedagógica merece a atenção de todos os setores 
profissionais, em especial da sociologia e psicologia, pois a escola hoje requer 
profissionais críticos, criativos, reflexivos, empreendedores, com mais consciência 
profissional e sabendo lidar com as diferenças e transmitir esse aprendizado aos seus 
educandos. 
Essa formação social e educacional oferecida pelos profissionais da Educação 
não se destina apenas a aceitação do novo, mas a superação das deficiências 
apresentadas por qualquer educando, seja especial ou não, o que torna necessária a 
articulação entre escola – professor - família. 
Ao reconceituar inclusão escolar, torna-se necessário situá-la, originalmente, 
como processo do desenvolvimento que ocorre ao longo da vida profissional do 
educador e do processo de aprendizagem do educando, em continuidade a uma 
formação social e coletiva e em estreita relação com a prática pedagógica. Segundo 
MANTOAN, a inclusão escolar é 
 
é uma força renovadora na escola, ela amplia a participação dos 
estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de 
uma ampla reestruturação da cultura, da nossapráxis e das 
políticas vigentes na escola. É a reconstrução do ensino regular 
que, embasada neste novo paradigma educacional, respeita a 
16 
 
diversidade de forma humanística, democrática e percebe o 
sujeito aprendente a partir de sua singularidade, tendo como 
objetivo principal, contribuir de forma que promova a 
aprendizagem e o desenvolvimento pessoal para que cada um 
se construa como um ser global. 
 
A formação profissional contínua do pedagogo é uma forma deliberada e 
organizada de crescimento profissional, ministrada através de cursos, seminários, 
palestras, oficinas, estágios etc., que servem como propostas voltadas para a 
qualificação do pedagogo, tendo como meta a melhoria de sua prática docente. O 
êxito nessa formação está ligado à pesquisa. Não pode haver dicotomia entre o ensino 
e a pesquisa. É através da pesquisa que se reconstrói a visão de um docente. 
Trabalhar a relação teoria-prática é reconstruir a teoria a partir da pesquisa e 
da prática. A unidade teoria-prática, se caracteriza pela ação-reflexão-ação. Não se 
pode priorizar uma em detrimento da outra. Na pesquisa-ação, educador e educandos 
são parceiros numa empreitada onde teoria-prática transforma-se na práxis 
pedagógica. 
Na formação profissional da Pedagogia, as Ciências da Educação têm um 
papel fundamental. Considerando-se que a aprendizagem é a mola mestra da 
formação inicial e continuada do professor, é nas correntes ou teorias da Psicologia e 
nas tendências da Pedagogia que está o fundamento da Educação. 
Também deve se observar que o processo educacional tem por objetivo auxiliar 
o educando ou alterar uma dada realidade, ou seja, apesar de parecer "óbvia" esta 
afirmativa torna-se necessária, pois ainda está muito presente entre os profissionais 
da educação a visão de que não passa de mera formalidade legal. 
Essa visão acaba por impedir ações que garantam a renovação na instituição 
escolar, no crescimento do pedagogo, na maturidade de prática dos educandos e na 
conexão do ensinar dos conteúdos e da prática desses conteúdos à organização. 
Nesse sentido, de nada adianta dar-se novos nomes e formas ao modo de ensino se 
este será elaborado dentro de uma visão ultrapassada. Muda-se a forma, introduzem-
se novos e sofisticados conteúdos, mas o seu significado permanece o mesmo, uma 
teoria sem “frutos produtivos”, o que de fato não é objetivo no continuar da formação 
docente e no assimilar dos educandos. 
Segundo Augusto Cury (2003), “bons educadores educam para uma profissão, 
professores fascinantes educam para a vida”, ou seja, o autor quer determinar que o 
educador tem as diretrizes, mas a ele é dada a capacidade de modificar e inovar, onde 
17 
 
paradigmas podem ser derrubados, destinos podem ser transformados e seus alunos 
educados para serem verdadeiros “espetáculos” no que diz respeito a criação de 
novas ideias e conceitos, que se tornam imprescindíveis no seu cotidiano social. 
O que se pode enfatizar também é que Cury mostra que o profissional da 
educação que ama seu educando o ensina a ser mestre no aceitar, respeitar e no 
possibilitar as relações humanas entre os membros de um mesmo processo como é 
o educacional, uma vez que todos são dotados de “diferenças”, mas todos possuem 
um mesmo objetivo, o de crescer como ser pensante e social. 
A escola deve ser um campo de “treinamento” para recrutas habilitados a 
transformar a sociedade como define Rubem Alves: 
 
"Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que 
elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros 
coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, 
porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser 
ensinado. Só pode ser encorajado." 
 
A melhoria do sistema educacional está a exigir o resgate e a valorização da 
profissão de pedagogo e educador como um transmissor de uma educação que 
abraça as diferenças e possibilita relações saudáveis entre os que se denominam 
normais e os que de fato são especiais. A educação deve ser o alicerce da sociedade, 
e o pedagogo passa a ser o profissional estratégico que vai contribuir para que a 
educação consiga desempenhar esse papel, o papel de torná-la uma sociedade 
educada para incluir e não descartar. 
 
6.5 ADAPTAÇÃO DO PROFESSOR À REALIDADE DO ALUNO ESPECIAL 
O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das 
sociedades amplia-se ainda mais no despertar do novo milênio e aponta para a 
necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos críticos 
e com uma visão para o bem comum, o que pode ser inserida a questão da inclusão 
no ambiente escolar. Vive-se numa era marcada pela competição e pela excelência, 
em que progressos científicos e avanços tecnológicos definem exigências novas para 
os jovens que ingressarão no mundo do trabalho. Tal demanda impõe uma revisão de 
como os conteúdos devem ser transmitidos, que orientam o trabalho cotidianamente 
realizado pelos professores e especialistas em educação do Brasil e que precisam 
estar renovados no que tange a sua habilitação, com a intenção de ampliar e 
18 
 
aprofundar um debate educacional que envolva escolas, pais, governantes e 
sociedade e dê origem a uma transformação positiva no sistema educativo e na 
formação da sociedade e dos seus valores. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados procurando, de um 
lado, respeitar diversidades regionais, culturais, políticas existentes no país e, de 
outro, considerar a necessidade de construir referências nacionais comuns ao 
processo educativo em todas as regiões brasileiras. Com isso, pretende-se criar 
condições, nas escolas e especificamente nas salas de aula, que permitam aos jovens 
ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos 
como necessários ao exercício da cidadania e ao senso crítico e construtivo dentro da 
sociedade. 
Visto que no meio escolar, fica mais evidente nos dias de hoje, a necessidade 
de lidar com o novo, o “diferente”, onde as escolas passem a ter o ensino inclusivo 
como ferramenta de respeito às deficiências e diferenças, destacando a necessidade 
de se compreender que nenhum educando é igual, e que o ambiente escolar precisa 
romper com dogmas e ensinamentos que não supre apenas as necessidades de uma 
parte do alunado, mas do mesmo como um todo, seja aos alunos que tenham 
necessidades especiais, seja aos que não possuem. 
É indiscutível o processo de mudanças e nelas a formação profissional do 
pedagogo tem um papel extremamente relevante, ainda mais quando implicam novos 
desafios e inquestionáveis que demandam questões sociais e culturais. Logo, essa 
adaptação necessita ser bem articulada, visto vez que o aluno estar atrás de uma 
melhoria no seu cotidiano, e através da educação isso será possível, seja no ambiente 
escolar quanto no ambiente familiar e social. 
O pedagogo e sua equipe têm papel fundamental durante esse processo de 
adaptação, pois ele é importante peça para que assim o processo ensino-
aprendizagem funcione como um veículo de reconstrução de conhecimentos prévios 
que são tomados à prática do dia a dia, e de ensinamentos que possibilite um repensar 
a respeito de paradigmas que impedem sua relação com o aluno especial, “diferente”. 
O pedagogo reciclado, renovado e em contínua formação vê o processo 
ensino-aprendizagem como a “porta da esperança” para os educandos, visto que essa 
adaptação educacional abrange uma gama de áreas sejam interpessoais, sociais, 
familiares, culturais, econômicas dentre outras. 
19 
 
O pedagogo como mediador, necessita de uma formação mais específica para 
que haja um efeito positivo na transmissão desses conhecimentos, tendo que essa 
adaptação tira a ideia de que esses alunos são apenas meros recipientes de conteúdo, 
mas como geradores independentes de informação, ou seja, a educação elaborada 
pelo docente intervenha numa mudançano mundo, onde seres são criados para 
renovar conteúdos em conceitos práticos na vivência diária do educando, o que a cada 
dia se torna essencial numa formação de educandos que aceitem as diferenças e 
busquem entendê-las e ver nas mesmas a possibilidade de uma transformação no 
meio em estão inseridos através de exemplos de superação e estímulo. 
Como Paulo Freire (1996) afirma que “o ato de ensinar é um ato inacabado, ou 
seja, o conteúdo é transmitido, mas não é estático”. Vendo por essa perspectiva, 
também pode-se ver a educação como um processo que deve respeitar a autonomia 
do educando, onde o mesmo possa atribuir a importância do processo educacional à 
sua vida diária. 
Uma adaptação é sempre um processo dificultoso, mas a habilidade do 
educador é colocada em xeque, uma vez que esse professor precisa ensinar, usando 
o bom senso, a humildade, a tolerância e a luta em defesa dos seus direitos e dos 
seus alunos. E essa inovação no ato de ensinar é aprendida ou aperfeiçoada em sua 
formação profissional e em situações práticas onde, por exemplo, um aluno com 
problemas de audição e por isso com problemas de aprendizagem seja rejeitado em 
um trabalho feito em grupos. Essa situação deixará clara a habilidade do professor 
que renovou sua postura, sua metodologia e sua maneira de conduzir uma real 
situação em sala de aula. 
Como já foi colocado no decorrer do artigo exposto “ensinar exige uma forma 
de intervenção no mundo” (Freire, 1996), onde os conteúdos são ensinados e 
passados de maneira sistemática, mas que promovam uma alteração ideológica na 
participação dos educandos no que diz respeito a tomada de decisões que influenciam 
o processo social humano, uma vez que essa educação se torna uma educação 
crítica, reflexiva e construtiva. 
No processo ensino-aprendizagem, o educador que passa por uma real 
formação profissional aperfeiçoa sua habilidade em mostrar aos seus alunos o quão 
importante é intercalar seus conhecimentos à vida cotidiana, e esse ensino quanto 
mais cedo, melhor resultado será obtido. 
20 
 
O pedagogo que pensa e age certo, deixa transparecer aos educandos que 
uma das belezas de nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres 
históricos, é a capacidade de interferir no mundo e conhecê-lo. Ensinar, aprender e 
pesquisar lidam com dois momentos: o em que se aprende o conhecimento que já 
existe e o em que se trabalha a produção do conhecimento que ainda não existe, ou 
seja, o falar dobre as diferenças humanas é bem diferente do tratar com alguém 
especial, como no caso de um aluno com deficiências. 
Ensinar, para Freire, requer aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto 
inovador, enriquecedor, e rejeitar quaisquer formas de discriminação e exclusão que 
separe as pessoas em raça, classes ou em qualquer outro âmbito, ou seja, tendo 
certeza de que faz parte de um processo inacabado, apesar de saber que o ser 
humano é um ser condicionado, portanto haverá sempre possibilidades de interferir 
na realidade a fim de modificá-la. Acima de tudo, ensinar as diferenças e transformar 
a exclusão num ato de aceitação do novo, do “diferente” exige que o educando seja 
um ser capaz de decidir e produzir algo benéfico a si mesmo, ao seu meio social e à 
sua vida cotidiana. 
Por isso, pode-se afirmar também que o pedagogo precisa se reciclar (papel 
da formação continuada), renovando paradigmas ultrapassados que só tendem a 
atrapalhar o crescimento na qualidade do processo ensino-aprendizagem. Essa 
reciclagem abrange muitos campos que constituem o papel desse profissional da 
educação, tais como: o aprimoramento do educando como pessoa humana, onde sua 
grande tarefa como pedagogo, professor ou educador não é a de instruir, mas a de 
educar o seu aluno como pessoa humana, ser pensante e social, como pessoa que 
vai trabalhar no mundo tecnológico, mas povoado de sentimentos, dores, incertezas 
e inquietações humanas, ou seja, a escola não se pode limitar a educar pelo 
conhecimento destituído da compreensão do ser humano, que possui uma alma 
(mente humana); a preparação desse educando para o exercício da cidadania, 
buscando cumprir seus deveres e “brigar” por seus direitos; a transformação da escola 
num ambiente democrático, onde se possa expor opiniões e pensamentos diversos; 
a capacitação do educando para o mercado de trabalho; o fortalecimento do respeito 
ao próximo e das diferenças; o zelo pela aprendizagem dos seus alunos; a conexão 
entre a educação familiar e a educação escolar; e a conscientização do aluno como 
ser participante ativo do processo ensino-aprendizagem, sendo um auxiliador do 
21 
 
pedagogo, que juntamente com ele pode ser responsável pelo sucesso desse 
processo. 
Pode-se reafirmar então que essa adaptação dos conteúdos à realidade do 
aluno e à reciclagem do profissional de Pedagogia geram um aprendizado que produz 
“frutos” que determinam o surgimento de cidadãos críticos e que usam esse 
aprendizado como um aliado na solução de problemas como a exclusão dentro da 
escola e na ampliação de novos conhecimentos, o que tende só a acrescentar no 
desenvolvimento humano como indivíduo e como ser pensante e social. 
A escola deve ser uma instituição que media a construção do conhecimento, 
tendo como objetivo levar ensinamentos para um número cada vez maior de pessoas, 
leva para si uma grande responsabilidade, pois é através da escola que a sociedade 
adquire, fundamenta e modifica conceitos de participação, colaboração e adaptação. 
Embora outras instituições como a família ou a igreja tenha papel muito importante, é 
da escola a maior parcela. 
O desafio dos profissionais da educação será o de trabalhar por uma escola 
inclusiva, com qualidade de ensino, pois se sabe da importância da educação básica, 
a mola mestra do desenvolvimento econômico e social de um país. É claro que ela 
não está só neste desafio, há a necessidade de uma justiça que de fato funcione, de 
uma saúde que cuida de todos e de uma política comprometida com o cidadão. 
Porém, a escola com seus profissionais deve assumir este compromisso, 
acreditando que as mudanças são possíveis desde que haja uma transformação nos 
atuais modelos do ensino, sendo "a escola uma das instituições (senão a mais 
importante) responsável pela construção desta sociedade, atendendo a todos de 
forma indiscriminada. 
Acredita-se, que ao incluir o aluno com necessidade especial na escola regular, 
estão sendo exigidos desta instituição novos posicionamentos diante dos processos 
de ensino e de aprendizagem, à luz de concepções e práticas escolares mais eficazes 
e que gere cidadãos mais comprometidos em formar e transformar essa sociedade. 
 
7. METODOLOGIA 
No primeiro momento consiste em analisar junto ao pedagogo e aos 
profissionais envolvidos na escola de que forma se é feito o planejamento das aulas 
e os critérios adotados para abranger os alunos como todo e se o formato adotado 
contempla os alunos especiais especificadamente. Momento impar para uma analise 
22 
 
de construção da escola inclusiva observando assim uma escola homogenia sem 
disparidade, um aspecto onde todos tem direitos iguais valores iguais respeitando-se. 
Em seguida identificar se a escola pesquisada esta presente na escola de hoje, 
de que forma? Observando o docente realiza todos as formas para contemplar o 
ensino/aprendizado a este alunado com medidas mitigadoras para uma situação 
problema, buscando com que o aluno especial se sinta em uma zona de conforto e 
que seja prazeroso e não frustrador o momento educativo inibindo-o. 
Mediante situações problemas vivenciados em sala de aula identificar duvidas 
ao docente relativa à educação inclusiva adotando através de analises vivenciadas 
em sala objetivando soluções para tal fato. A educação inclusiva requer mudanças no 
ensino aprendizagem. O professor deve ser preparado adequadamente por meio de 
processo permanente de desenvolvimentoprofissional, envolvendo formação inicial e 
continuada baseada em princípios e leis, com o objetivo de contemplar as 
necessidades de alunos com necessidades especiais. 
A troca de experiência por meio do convívio com colegas deve ser introduzida 
como uma forma de sanar os desafios e as dúvidas. O contato com outros professores 
faz com que tenhamos visões diferentes em relação ao ensino pedagógico, este 
contato vem somar à nossa metodologia de ensino e facilitar a aprendizagem dos 
alunos. Ao mesmo tempo em que acredito que o processo de formação continuada 
de professores se apresenta como um dos pilares que sustentam a estrutura da 
educação inclusiva, porém, sem a interatividade e o trabalho conjunto entre colegas, 
familiares e governo, somados à disposição profissional, para que a pesquisa não se 
apaga na teoria e nos métodos. Isso quer dizer que a efetivação acontece de forma 
conjunta e continuada em uma investigação de apoio na pratica docente. 
 
8. REFERÊNCIAS 
AZEVEDO, M. S. Um olhar sobre a Pedagogia Freireana. Brasília, 2005. 
BARBOSA, H. Por que Inclusão. In: Agenda para a promoção da Inclusão. São 
Paulo:s.n. 2009. 
CARVALHO, Rosita E. Inclusão, educação para todos e remoção de barreiras para a 
aprendizagem. Tecno. Inep, Brasília. 2003. 
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 
2003. 
23 
 
FREIRE, PAULO. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 
São Paulo: Paz e Terra, 1996. 
MANTOAN, Maria Tereza Eglêr. Inclusão escolar: o que é? por quê? Como fazer? 
São Paulo: Ed. Moderna, 2003. 
PAPA, F. et al. Inclusão: uma mudança no olhar da comunidade escolar para a 
construção de uma escola melhor inclusiva. Boas Práticas na Perspectiva da 
Educação Especial Inclusiva, p. 70. 
SAVIANI, Dermeval. A Nova Lei de Educação: trajetória, limites e perspectivas. 
Campinas: Autores Associados, 1996. 
ESPAÇO COMPARTILHADO. Frases de Paulo Freire. Disponível: 
< http://espacompartilhado.blogspot.com/2007/10/para-refletirmos-frases-depaulo-
freire.html > Acesso: 23 out. 2021. 
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 5.ed. Rio 
de Janeiro: WVA, 2003. 
______. Inclusão: o paradigma do século 21. In: INCLUSÃO: Revista da Educação 
Especial Ano 1 - Nº 01, MEC, Brasília - Outubro de 2005. 
 
9. CRONOGRAMA 
 
ATIVIDADES ANO 2021/2022 
 JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR 
Escolha do tema X 
Levantamento bibliográfico 
inicial 
X 
Elaboração do projeto X X X 
Apresentação do projeto X 
Coleta de dados X X 
Análise dos dados X X 
Organização do roteiro/partes X X 
Redação do TCC X X X 
Revisão crítica X X 
Revisão Ortográfica, gramatical 
e formatação 
 X X 
Encadernação e entrega do 
TCC 
 X X 
Defesa X 
 
http://espacompartilhado.blogspot.com/2007/10/para-refletirmos-frases-depaulo-freire.html
http://espacompartilhado.blogspot.com/2007/10/para-refletirmos-frases-depaulo-freire.html

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