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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃOCAMPUS CAXIAS UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (EPT) VALMIR PINHEIRO LOPES A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO PEDAGOGO NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA CAXIAS - MA 2021 VALMIR PINHEIRO LOPES A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO PEDAGOGO NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia EPT, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - Campus Caxias, para obtenção de notas das disciplinas Metodologia da Pesquisa, Inovação e Extensão em Educação; Oficina de Projetos de Iniciação Científica e Tecnológica – Elaboração de projeto de pesquisa; Seminário TCC I. Orientadores: Prof.ª Drª Flávia Alexandra Pereira Pinto. Prof.ª Drª Patrícia De Sousa Santos. Prof.º Dr. Paulo Roberto De Jesus Silva. Linha de Pesquisa: Educação especial e processos inclusivo – Praticas pedagógicas e currículo na perspectiva inclusiva. CAXIAS- MA 2021 SUMÁRIO 1. DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................. 4 2. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4 3. PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................... 5 4. JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 6 5. OBJETIVOS ................................................................................................... 7 5.1 Objetivo Geral: ............................................................................................. 7 5.2 Objetivo Específicos: ................................................................................... 7 6. REVISÃO TEÓRICA ...................................................................................... 7 6.1 A PEDAGOGIA DE OUTRORA ..................................................................... 7 6.2 O PROFESSOR DE OUTRORA .................................................................... 8 6.3 O ALUNO DE OUTRORA ............................................................................ 11 6.4 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA PEDAGOGIA NUMA VISÃO EDUCACIONAL, SOCIAL E INCLUSIVA ..................................... 13 6.5 ADAPTAÇÃO DO PROFESSOR À REALIDADE DO ALUNO ESPECIAL . 17 7. METODOLOGIA .......................................................................................... 21 8. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 22 9. CRONOGRAMA .......................................................................................... 23 4 1. DELIMITAÇÃO DO TEMA O fato de crianças e jovens com diferentes possibilidades de frequentarem os mesmos espaços escolares exige do pedagogo um trabalho e como agente que promove a aprendizagem, atuando com base em uma pedagogia centrada no aluno, e não no conteúdo, com ênfase na aprendizagem, e não apenas no ensino, que desloque o eixo da ação pedagógica do ensinar e aprender. O trabalho do pedagogo na construção dessa escola inclusiva será o principal objetivo desse projeto de pesquisa, conscientizando sobre a importância da preparação de todos na construção do conhecimento em educação especial, enfocando os diversos autores como Arroyo (2000), Bueno (2006), Esteves (1990), dentre outros que analisam os fundamentos filosóficos e teóricos da educação especial para que toda a escola possa compartilhar experiências que são determinantes no ensino aprendizagem. Assim cabe ao pedagogo promover neste processo uma análise crítica de suas propostas de modo a diminuir as desigualdades, promovendo um amplo processo de inclusão. Palavras-chave: Escola; Inclusão; Fundamentos; Pedagogo. 2. INTRODUÇÃO Quando se pensou no desenvolvimento deste trabalho, fomentou-se a questão de uma sociedade mais igualitária e a participação da escola nessa construção, visto que a própria Escola também tem como missão assumir as diferenças dos alunos como valores, proporcionando-lhes o desenvolvimento das suas potencialidades e fazendo no próprio âmbito escolar a construção de cidadãos conscientes sobre as indiferenças humanas. A sociedade deve valorizar todas as pessoas e é papel da escola permitir assim o seu desenvolvimento e facultando a cada indivíduo em situação considerada de dificuldade na aprendizagem, uma educação inclusiva que promova a autonomia emocional e cognitiva dos alunos. A escola não pode ser apenas um espaço privilegiado de transmissão de saberes, mas deve também ser um lugar para partilhar vivências e experiências, de forma a favorecer o desenvolvimento de todos os alunos. Neste sentido, a instituição educativa deve estar preparada para dar oportunidade de sucesso a todos, respeitando e aproveitando as suas diferenças como valores. Segundo Leitão (2010) a inclusão é 5 um esforço de mudança e melhoria da própria escola, de forma a proporcionar a todos as melhores condições de aprendizagem, sucesso e participação, na base das circunstâncias específicas de cada um. Inclusão é, antes de tudo, uma questão de direitos e valores, é a condição da educação democrática. Para que essa educação democrática aconteça é fundamental que os professores tenham uma postura de aceitação quanto à diversidade, que conheçam verdadeiramente e que se interessem por todos os alunos com que trabalham, sendo alguns ditos diferentes, que se moldem perante os diferentes desafios que esses alunos com NEE (Necessidades Educativas Especiais) lhe irão colocar e que atuem de forma colaborativa com toda a comunidade escolar. Neste sentido, o presente trabalho destina-se a abordar o papel do pedagogo na inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais, ou seja, perceber se as atitudes e estratégias dos professores estão adequadas à inclusão e se estes a aceitam e atuam naquele sentido. 3. PROBLEMA DE PESQUISA Considerando o oficio de futuramente ser pedagogo como uma ação significativa para as praticas cotidianas nos espaços escolares. Tal ação deve incluir o desafio de pensar as articulações pedagógicas, contemplando a inclusão escolar. Pensando nas questões presentes no ambiente escolar, buscando visualizar como vem sendo tensionado o fazer dos pedagogos em colaboração com os profissionais da Educação. Percebendo que este é um tema bastante pertinente e atual, uma vez que hoje muito se fala de inclusão e de escola inclusiva sem que se reflita sobre o seu verdadeiro significado, houve a necessidade de abordar o verdadeiro papel do pedagogo na construção de uma escola inclusiva. Sendo que um dos muitos objetivos da escola inclusiva é pretender que os alunos, sejam quais forem as suas necessidades, estejam inseridos no meio escolar e na sala de aula regular ao mesmo tempo que os alunos sem Necessidades Educativas Especiais. “Aqueles com Necessidades Educacionais Especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades.” (Declaração de Salamanca, 1994:1) 6 4. JUSTIFICATIVA As discussões sobre o processo de inclusão, tem se tornado rotineiro na dinâmica escolar. Muito disso, deve-se aos avanços conquistados nos termos legais brasileiros, a exemplo, a Lei Nº 13.146, de 06 de julho de 2015 que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinadaa assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania (BRASIL, 2015), que diretamente contribui para formação de uma sociedade mais respeitosa e dialética. Ao incluir as pessoas com deficiência, a escola necessita se reinventar desde o conjunto teórico a efetividade da prática educativa, ou seja, da gestão escolar à experiência da sala de aula, para somente assim se constituir enquanto um ambiente propício à aprendizagem (PAPA et al, 2015). Inevitavelmente, a escola, a comunidade e a família têm papéis fundamentais na luta de construir e garantir a efetividade dos direitos desses sujeitos que por muito tempo ficaram as margens da sociedade. Mas, qual seria o papel do pedagogo nesse processo? Quais são suas contribuições para garantir a construção da escola verdadeiramente inclusiva? Que escola é essa? Quais são os desafios? São questões que circundam o debate sobre inclusão. De acordo com Libânio (2010) o pedagogo é um profissional que lida com fatos, estruturas, contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias modalidades e manifestações. Portanto, é o profissional que está diretamente relacionado entre ação educativa intencional e a dinâmica das relações entre a contextualidade a qual está imersa a educação. Com base nessas questões, busca-se tecer algumas reflexões acerca da construção da escola inclusiva, com objetivo de apontar alguns dos desafios enfrentados pelo pedagogo e seu papel nesse processo, a fim de apontar algumas saídas, compreendendo que não se trata de um caminho linear ou consonante, mas sim de exercício contínuo de muitas variantes e feito por muitos sujeitos. Inclusão não é algo inatingível. É sim um grande desafio apresentado aos pedagogos e professores, que só será vencido quando todos os intervenientes educativos tiverem uma postura de abertura e de ruptura com a ideia de que só quem é especializado na área da Educação Especial tem capacidade de trabalhar com alunos que apresentem Necessidades Educativas Especiais. Este desafio de incluir 7 é um trabalho contínuo e cooperativo no sentido de partilhar experiências. Neste sentido o professor de Educação Especial além de trabalhar com os alunos, tem também o papel de moderador de todo o processo. Pode ser visto como o porto de abrigo onde os restantes professores podem pedir dicas para ultrapassar dificuldades. 5. OBJETIVOS 5.1 Objetivo Geral: • Analisar o trabalho do pedagogo na construção da escola inclusiva é o principal objetivo desse projeto de pesquisa. 5.2 Objetivo Específicos: • Identificar se essa escola inclusiva está presente na escola de hoje, se os professores a aceitam realmente e realizam todos os esforços ao alcance para concretizá-la. • Identificar dificuldades e duvidas relativas à educação inclusiva. • Investigar melhorias e apoio na pratica docente. 6. REVISÃO TEÓRICA 6.1 A PEDAGOGIA DE OUTRORA No início do século IX surgem os sistemas nacionais de ensino e se embasavam no que dizia que a educação é direito de todos e dever do Estado, nisto a educação é visada diretamente no orientador e que tem como função fazer os indivíduos vencerem a barreira da ignorância, ou seja, a questão era fazer com esses indivíduos pensassem por si só, como diz Saviani, “o objetivo é transformar os súditos em cidadãos”, fazer com que eles se libertem dessas grilhetas através do esclarecimento e do esforço próprio, fato este que só poderia ser feito pela escola já que a alienação era muito grande em vários sentidos. Então o papel da escola tradicional e sua pedagogia era justamente fazer com que o aluno crescesse pelo próprio mérito a partir do professor que repassava a ele todo o conhecimento obtido pela humanidade, de uma forma extremamente mecânica, fria e crua, e de uma forma generalizadora na qual as particularidades não eram respeitadas, alunos sempre seriam alunos independente das especificidades, e o professor seria o dono do saber e do conhecimento, deixando assim vigente a posição do professor como sujeito ativo, e o aluno como sujeito passivo, sujeito este que 8 deveria apenas receber o conhecimento e por si só desenvolver suas características sociais, políticas e humanas em geral de uma forma que os menos capazes ficariam para trás nessa escala de desenvolvimento. “O caminho cultural em direção ao saber é o mesmo para todos os alunos, desde que se esforcem. Assim, os menos capazes devem lutar para superar as dificuldades e conquistar um lugar junto aos mais capazes. Caso não consigam, devem procurar um ensina mais profissionalizante.” (GÔNGORA.1985, p. 23). Com isso pode-se notar que a educação vinha direta de um professor que não se preocupava com aluno e sim com o conhecimento repassado, os alunos menos capazes, deveriam procurar um curso que seria mais profissionalizante, ou seja, um curso de puro ensino sem desenvolvimento humano. Observa-se então que o professor é o centro do processo educativo e sendo o responsável pela transmissão dos conteúdos, ele deve ser muito bem preparado e desta forma é visto como um “Mestre todo poderoso”, o doutor de toda a sapiência e incontestável. A experiência relevante que o aluno deve vivenciar é a de ter acesso democrático às informações, conhecimento e ideias, podendo assim conhecer o mundo físico e social. Enfatiza-se a disciplina intelectual para o que se necessita de atenção e concentração, silêncio e esforço. A escola é o lugar por excelência onde se raciocina e o ambiente deve ser convenientemente austero para o aluno não se dispersar, de tal forma que o interesse seja dos alunos em geral, o ensino aberto para eles e para que eles busquem, corram atrás e demonstrem essa vontade de aprender. A pedagogia de outrora é marcada por um ensino baseado em verdades impostas, os conteúdos repassados eram basicamente os valores sociais acumulados com o passar dos tempos com o intuito de prepará-los para a vida, e esses conteúdos eram determinados pela sociedade e ordenados na legislação independente da experiência do aluno e das realidades sociais, fazendo com que a pedagogia tradicional seja vista como enciclopedista. 6.2 O PROFESSOR DE OUTRORA O professor do passado tem como conceito o ser ditador ou alheio total ao que fugia ao padrão, pois a imposição de suas convicções sem dar espaço ao educando para questionar e nem muito menos querer saber mais afundo, o impedia ser conhecedor e transmissor de um ensinamento que mexe com questões como a 9 aceitação do novo, numa visão de sala de aula, a aceitação do aluno portador de deficiências e que necessita de atenção especial. Pode-se também enfatizar que o modelo antigo de professor não se coloca a dialogar com o educando e o meio social que o mesmo faz parte. Isso evidencia uma posição de autoritarismo, marca predominante de um ditador e de quem não conhece nem se disponibiliza a conhecê-lo. Pode-se afirmar sem preocupação que esse modelo também tinha benefícios, uma vez que os alunos “aprendiam” o conteúdo transmitido, mas o que se deixa como pergunta é: Por que esse conteúdo “absorvido” não era posto numa prática cotidiana como o reconhecer que o ser humano é diferente e que algumas pessoas necessitam de um apoio especial nos eu desenvolvimento tanto como ser pensante como ser social? A missão do educando aparentemente estava sendo cumprida, pois qualquer erro era colocado no educando, mas como colocar tal culpa em uma pessoa que não teve como questionar, que não pôde indagar e nem menos pedir uma orientação mais bem trabalhada? Ensinar era, numa visão institucional, a transferência de conteúdo tão criticada por especialistas na educação como Paulo Freire (1996), onde ele expõe da seguinte forma seu posicionamento sobre essetipo de educação: “"Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender". Ou seja, para Freire, o aluno deve ser um colaborador do processo ensino-aprendizagem e do trabalho do educador, isso também está centrado no lidar com as diferenças entre os alunos. Professores, ou melhor, educadores que, ao respeitar no aluno o desenvolvimento que este obteve através de suas experiências de vida (conhecimentos já assimilados), idade e desenvolvimento mental, são imprescindíveis. Então como Friedrich Froebel afirma: A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana, com todos os seus poderes funcionando com harmonia e completa, em relação à natureza e à sociedade. Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, se elevando do plano animal e continuaria a se desenvolver até sua condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal. Tendo uma visão pedagógica mais centrada, nota-se a relação estabelecida entre professores e alunos, que compõe o eixo do processo pedagógico. É impossível 10 desassociar a realidade escolar da realidade de mundo vivenciada pelos educandos, uma vez que essa relação é uma “rua de mão dupla”, pois ambos (professores e alunos) podem ensinar e aprender através de suas experiências. O que se pode evidenciar no real papel de um educador é que ele é capaz de levar a interação dentro de todo processo de aprendizagem, onde se pressupõe confiança, paciência, respeito à diferença de pontos de vista e de opiniões, ou seja, atitudes que promovam uma renovação educacional. A educação inclusiva tem força transformadora e aponta para uma nova era não somente educacional, mas para uma sociedade que tende a ser inclusiva e não que descarte aquilo que para ela, e aparentemente, não trará nenhuma contribuição educativa e social, sendo assim o papel do pedagogo indispensável para que essa visão renovada seja trabalhada de maneira enfática dentro do ambiente escolar. O professor deve ser um “artista da educação”, ou seja, ele deve ser dotado da arte de ensinar, não bastando ser um bom pesquisador, necessário também ser um bom transmissor de conhecimentos e de formador seres sociais e críticos. Enfim, o professor deve ser um aliado na construção do indivíduo - aluno- e não, simplesmente, um transmissor de disciplinas. O professor deve ainda estar apto as contínuas mudanças do dia a dia do seu educando, possibilitando a ele uma gama de informações e conhecimentos, não só de fundo escolar, mas de âmbitos diversos. Segundo Gadotti, o educador deve ser aquele profissional que busca diagnosticar as necessidades dos seus alunos, ele afirma que “o educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida.” Logo se pode dizer que o professor é aquele que busca construir e que pode verdadeiramente ser chamado de educador, que buscar conhecer o universo do educando, que ter bom senso, que busca permitir e proporcionar o desenvolvimento da autonomia de seus alunos. O papel do professor é entusiasmar, apaixonar; vibrando com as conquistas de cada um de seus alunos, não discriminando ninguém, não se mostrando mais próximo de alguns, deixando os outros à deriva. O verdadeiro papel do professor é ser participativo, onde suas opiniões têm sentido para os alunos, sabendo sempre que ele é um líder que tem nas mãos a responsabilidade de conduzir 11 um processo de crescimento humano, de formação de cidadãos, de fomento de novos líderes. 6.3 O ALUNO DE OUTRORA Na perspectiva passada não tão distante, ainda se via o educando como apenas um ser “passivo”, onde ele era sobrecarregado de conteúdo, o que em nada acrescentaria até no processo de socialização, visto que por ser centrada a educação, o educando era “motivado” a trabalhar individualmente, esquecendo a importância da coletividade e com isso o aprendizado de que nenhum ser humano é igual, mas sim dotado de variáveis diferenças, inclusive sensoriais e cognitivas. Sendo assim, a educação e a pedagogia também eram consideradas áreas estáticas, nas quais não havia espaço para a renovação e o educando não poderia inovar, já que o aprendizado era pré-determinado. Nesse período da história educacional, o ideal era que o aluno apenas assimilasse o conteúdo, sem sentir prazer em aprender, ler, receber informações, ir à escola naturalmente, sendo que todo comportamento era determinado pelo ambiente, considerando-se que, dada as condições adequadas para que ocorresse a aprendizagem que todo ser humano necessariamente precisasse ter, ou seja, o aluno era uma espécie de “robô”, um ser mecânico que precisava ser “adestrado”. Mas como ensinar de maneira sistemática a lidar com o novo, o “diferente”? Até o momento se o papel do educador estava funcionando nos parâmetros exigidos, a função do educando era apenas receber esses conteúdos e meramente aprendê-los. O que evidencia mais uma vez que a necessidade da transformação do educador, ampliando sua visão crítica, criativa, reflexiva, empreendedora e com mais consciência de sua função na sociedade enquanto educador. Pois além da instituição que necessita de tantas transformações e mudanças estruturais e pedagógicas, o seu recurso humano também necessita respeitar as deficiências e diferenças, reconhecendo que todos são diferentes, e que as escolas e os velhos paradigmas de educação precisam ser extintos para atender às necessidades individuais de cada educando que necessite de uma atenção especial, não como ser improdutivo, mas como grande colaborador para a sociedade, ou seja, se os profissionais da educação como os próprios pedagogos não se aterem a esta nova visão educacional, não se conseguirá romper com velhos paradigmas e fazer a reviravolta que a inclusão propõe. 12 É de suma importância o papel ativo do aluno na construção do próprio conhecimento, pois, dentro do atual contexto educacional, no processo ensino/aprendizagem, o professor não ensina; antes, ajuda o aluno a aprender como foi dito anteriormente, uma visão pedagógica que trabalha com as duas extremidades, aluno e professor. A construção do saber somente é possível mediante a existência de uma interação mútua e interdependente entre o aluno e o objeto a ser aprendido, ou seja, o aluno precisa fazer correlação entre aquilo que está sendo passado e a sua vida cotidiana. A postura do aluno neste processo amplia seus horizontes, tornando-o mais independente e autônomo frente às situações cotidianas, estimulando-o a encontrar novos caminhos que possibilitem direcioná-lo rumo à valorização da sua autoestima. A postura ativa do aluno no processo ensino/aprendizagem não somente é fundamental para a construção do seu próprio conhecimento, como para a sua formação enquanto ser humano, uma vez que estimula o auto desenvolvimento e a autocrítica, quesitos fundamentais na atual estrutura escolar. Logo, para Vera Vaz, o aluno terá como papel e dever fundamental o de entender o porquê de estar na escola e o de saber que tem que se respeitar e respeitar aos outros para que se consiga um ambiente propício a se adquirir conhecimentos com alegria e prazer, para, dentro de uma visão até cívica, tirar nosso país do atraso cultural em que se encontra, e conseguir faze-lo transpor a barreira que o separa do mundo dos letrados (reais), sem distinção de classes sociais ou nível de conhecimento dos pais. Ele tem saber que, apesar de ter sido tão usada como tal, não é balela eleitoreira dizer que a Educação é um caminho paramelhorar este país. O aluno de outrora era passivo, só recebia os conteúdos, seguindo regras impostas pela escola, sem questionar, o que acabava gerando uma visão individualizada do mundo, algo que prejudica por exemplo, o saber lidar com o colega portador de necessidade especial, e sua função enquanto estudante encerrava-se com sua formação. Já o papel do professor é de total ação, onde o mesmo busca conhecimento além da sala de aula, o que gera um reflexo na sociedade, dotando-o de responsabilidade e sua formação se torna contínua enquanto ser ativo, crítico e participativo dentro de uma sociedade que busca ser mais democrática. 13 6.4 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA PEDAGOGIA NUMA VISÃO EDUCACIONAL, SOCIAL E INCLUSIVA A Pedagogia deve estar voltada para o futuro, ou seja, a Pedagogia que ajude no processo de formação do ser humano que apresenta, naturalmente, percalços e obstáculos que precisam ser encarados de maneira objetiva e madura, estruturando esse educando como um ser pronto a respeitar todas as diferenças necessariamente destacadas nas eficiências e sentidos humanos como a visão, audição ou fala. Essas pessoas têm diferenças e igualdades, mas entre elas nem tudo deve ser igual, assim como nem tudo deve ser diferente. Então, como conclui Santos (apud MANTOAN,2003, p.34), "é preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza". A própria escola tem perdido o entendimento de pensar em si mesma como instituição, o que se pode apresentar como um paradoxo, já que a mesma é um local de ensino e aprendizagem, e que pode possibilitar ao educando a questão do questionar e transformar a sociedade numa visão crítica e construtiva, e que inclui, aceita e não descarta. O mundo pedagógico deve ser um universo onde o profissional possa emancipar-se e ter autonomia para refletir sobre aquilo que lhe é passado como conhecimento, uma vez que o educando é um ser que pensa e pode agir, de acordo com os seus próprios conhecimentos. Logo o pedagogo deve aprender a se socializar, passando por um processo dinâmico e que como ferramenta de formação educacional e social desse educando que por sua vez o tornará um indivíduo que também passe a ser ferramenta de manutenção e transformação de uma sociedade, pois quem é o socializado é também um que socializa, e tal interação e integração estará sempre presente quando se trabalha a questão da inclusão escolar, pois enquanto houver relação humana haverá socialização. Esta relação com o seu meio resulta no desenvolvimento do potencial do indivíduo, dando a este um papel social a exercer e que para ser exercido cria nele expectativas (funcionando como motivações) e determinando a reciprocidade nas relações onde o papel exercido por um tem como referência o outro e o outro passa a ter que corresponder para equilibrar a equação social, ou seja, o aluno especial, “diferente” deve ser tratado como uma pessoa capaz de corresponder e responder a qualquer estímulo que a ela é apresentado. 14 Sendo assim é necessária de fato uma renovação na visão do pedagogo enquanto a pessoa responsável pela aprendizagem de seus educandos. E isso é mais sério quando se faz referência às séries iniciais, pois se pode definir esse período como o alicerce, a base da educação, de onde se começa a estruturar não só o ser educado, mas o ser enquanto constituinte de caráter. Mais uma vez se enfatiza que a escola hoje, requer um professor crítico, criativo, reflexivo, empreendedor, com mais consciência profissional e transmissor da aceitação do novo, do “diferente”. E isso só será obtido se esse professor compreender a importância de se renovar sempre enquanto profissional da Pedagogia. A educação é uma prática social e política do saber, e sua importância política reside na sua função de socialização do conhecimento. A construção do saber social não se faz de modo isolado, está articulado com as atividades de dimensão política. (SAVIANI, 1983) Ou seja, ao pedagogo é dada a liberdade que certamente influencia positivamente no preparo e na execução profissional desse docente, tirando de um estado de passividade. A formação profissional da Pedagogia deve mostrar uma proposta pedagógica baseada nas relações humanas, sociais e no aprendizado escolar, é óbvio. Sendo que este se torna um desafio ao educador, pois o faz repensar seu objeto de estudo, explicitar a relação objetivo-conteúdo-forma, e levar ao funcionamento não só quando profissional da educação, mas também como profissional empenhado e cônscio de sua importância nesse desenvolvimento educacional e social de cada um dos seus alunos. A era da comunicação trouxe mudanças nos comportamentos pessoais e sociais das pessoas, exigindo uma reflexão sobre o papel da educação, da escola e do pedagogo. Precisa-se de uma nova equipe, que saiba trabalhar com um mundo cheio de tecnologias, e principalmente, de diferenças. Seu papel precisa ser redimensionado, papel de mediadora, como usuária e crítica das novas tecnologias e mediador entre essas e os educandos. As tecnologias que são meios úteis de difundir conhecimentos, desde que não sejam objetos de desumanização do ser humano, promovendo no educando como conscientização de que todos devem ser inseridos num processo social que possibilita um crescimento aos “diferentes” e que demonstre suas reais eficiências. 15 O meio imprescindível disponibilizado ao pedagogo e sua equipe docente é a liberdade de reflexão, valorizando em si suas competências e adequando-as da melhor maneira possível, para que aquilo que é exigido de um professor, ou seja, o educador é personagem central na formulação e no desenvolvimento de inovações que visam um ensino de qualidade social, ampliando o papel do educador e do educando em todo processo de ensino-aprendizagem. O conhecimento da realidade escolar passa a ser uma exigência no processo de transmissão dos conteúdos, pois mais do que conhecer um método de transmissão de conteúdo, aquele que transmite deve possuir um bom conhecimento da realidade a ser trabalhada, e isso também é função ou prioridade na formação profissional do pedagogo que leva a processos embasados na relação teoria-prática, no desenvolvimento de habilidades de investigação, num trabalho de reflexibilidade crítica sobre as práticas, no desenvolvimento de competências. E para que essas mudanças aconteçam, é necessária a reestruturação do modo de transmissão, uma vez que não se busca mais alunos “robôs”, mas alunos críticos e com assimilaram uma consciência de inclusão, seja escolar, seja em qualquer outro âmbito. A formação do profissional na área pedagógica merece a atenção de todos os setores profissionais, em especial da sociologia e psicologia, pois a escola hoje requer profissionais críticos, criativos, reflexivos, empreendedores, com mais consciência profissional e sabendo lidar com as diferenças e transmitir esse aprendizado aos seus educandos. Essa formação social e educacional oferecida pelos profissionais da Educação não se destina apenas a aceitação do novo, mas a superação das deficiências apresentadas por qualquer educando, seja especial ou não, o que torna necessária a articulação entre escola – professor - família. Ao reconceituar inclusão escolar, torna-se necessário situá-la, originalmente, como processo do desenvolvimento que ocorre ao longo da vida profissional do educador e do processo de aprendizagem do educando, em continuidade a uma formação social e coletiva e em estreita relação com a prática pedagógica. Segundo MANTOAN, a inclusão escolar é é uma força renovadora na escola, ela amplia a participação dos estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma ampla reestruturação da cultura, da nossapráxis e das políticas vigentes na escola. É a reconstrução do ensino regular que, embasada neste novo paradigma educacional, respeita a 16 diversidade de forma humanística, democrática e percebe o sujeito aprendente a partir de sua singularidade, tendo como objetivo principal, contribuir de forma que promova a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal para que cada um se construa como um ser global. A formação profissional contínua do pedagogo é uma forma deliberada e organizada de crescimento profissional, ministrada através de cursos, seminários, palestras, oficinas, estágios etc., que servem como propostas voltadas para a qualificação do pedagogo, tendo como meta a melhoria de sua prática docente. O êxito nessa formação está ligado à pesquisa. Não pode haver dicotomia entre o ensino e a pesquisa. É através da pesquisa que se reconstrói a visão de um docente. Trabalhar a relação teoria-prática é reconstruir a teoria a partir da pesquisa e da prática. A unidade teoria-prática, se caracteriza pela ação-reflexão-ação. Não se pode priorizar uma em detrimento da outra. Na pesquisa-ação, educador e educandos são parceiros numa empreitada onde teoria-prática transforma-se na práxis pedagógica. Na formação profissional da Pedagogia, as Ciências da Educação têm um papel fundamental. Considerando-se que a aprendizagem é a mola mestra da formação inicial e continuada do professor, é nas correntes ou teorias da Psicologia e nas tendências da Pedagogia que está o fundamento da Educação. Também deve se observar que o processo educacional tem por objetivo auxiliar o educando ou alterar uma dada realidade, ou seja, apesar de parecer "óbvia" esta afirmativa torna-se necessária, pois ainda está muito presente entre os profissionais da educação a visão de que não passa de mera formalidade legal. Essa visão acaba por impedir ações que garantam a renovação na instituição escolar, no crescimento do pedagogo, na maturidade de prática dos educandos e na conexão do ensinar dos conteúdos e da prática desses conteúdos à organização. Nesse sentido, de nada adianta dar-se novos nomes e formas ao modo de ensino se este será elaborado dentro de uma visão ultrapassada. Muda-se a forma, introduzem- se novos e sofisticados conteúdos, mas o seu significado permanece o mesmo, uma teoria sem “frutos produtivos”, o que de fato não é objetivo no continuar da formação docente e no assimilar dos educandos. Segundo Augusto Cury (2003), “bons educadores educam para uma profissão, professores fascinantes educam para a vida”, ou seja, o autor quer determinar que o educador tem as diretrizes, mas a ele é dada a capacidade de modificar e inovar, onde 17 paradigmas podem ser derrubados, destinos podem ser transformados e seus alunos educados para serem verdadeiros “espetáculos” no que diz respeito a criação de novas ideias e conceitos, que se tornam imprescindíveis no seu cotidiano social. O que se pode enfatizar também é que Cury mostra que o profissional da educação que ama seu educando o ensina a ser mestre no aceitar, respeitar e no possibilitar as relações humanas entre os membros de um mesmo processo como é o educacional, uma vez que todos são dotados de “diferenças”, mas todos possuem um mesmo objetivo, o de crescer como ser pensante e social. A escola deve ser um campo de “treinamento” para recrutas habilitados a transformar a sociedade como define Rubem Alves: "Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado." A melhoria do sistema educacional está a exigir o resgate e a valorização da profissão de pedagogo e educador como um transmissor de uma educação que abraça as diferenças e possibilita relações saudáveis entre os que se denominam normais e os que de fato são especiais. A educação deve ser o alicerce da sociedade, e o pedagogo passa a ser o profissional estratégico que vai contribuir para que a educação consiga desempenhar esse papel, o papel de torná-la uma sociedade educada para incluir e não descartar. 6.5 ADAPTAÇÃO DO PROFESSOR À REALIDADE DO ALUNO ESPECIAL O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades amplia-se ainda mais no despertar do novo milênio e aponta para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos críticos e com uma visão para o bem comum, o que pode ser inserida a questão da inclusão no ambiente escolar. Vive-se numa era marcada pela competição e pela excelência, em que progressos científicos e avanços tecnológicos definem exigências novas para os jovens que ingressarão no mundo do trabalho. Tal demanda impõe uma revisão de como os conteúdos devem ser transmitidos, que orientam o trabalho cotidianamente realizado pelos professores e especialistas em educação do Brasil e que precisam estar renovados no que tange a sua habilitação, com a intenção de ampliar e 18 aprofundar um debate educacional que envolva escolas, pais, governantes e sociedade e dê origem a uma transformação positiva no sistema educativo e na formação da sociedade e dos seus valores. Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados procurando, de um lado, respeitar diversidades regionais, culturais, políticas existentes no país e, de outro, considerar a necessidade de construir referências nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras. Com isso, pretende-se criar condições, nas escolas e especificamente nas salas de aula, que permitam aos jovens ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários ao exercício da cidadania e ao senso crítico e construtivo dentro da sociedade. Visto que no meio escolar, fica mais evidente nos dias de hoje, a necessidade de lidar com o novo, o “diferente”, onde as escolas passem a ter o ensino inclusivo como ferramenta de respeito às deficiências e diferenças, destacando a necessidade de se compreender que nenhum educando é igual, e que o ambiente escolar precisa romper com dogmas e ensinamentos que não supre apenas as necessidades de uma parte do alunado, mas do mesmo como um todo, seja aos alunos que tenham necessidades especiais, seja aos que não possuem. É indiscutível o processo de mudanças e nelas a formação profissional do pedagogo tem um papel extremamente relevante, ainda mais quando implicam novos desafios e inquestionáveis que demandam questões sociais e culturais. Logo, essa adaptação necessita ser bem articulada, visto vez que o aluno estar atrás de uma melhoria no seu cotidiano, e através da educação isso será possível, seja no ambiente escolar quanto no ambiente familiar e social. O pedagogo e sua equipe têm papel fundamental durante esse processo de adaptação, pois ele é importante peça para que assim o processo ensino- aprendizagem funcione como um veículo de reconstrução de conhecimentos prévios que são tomados à prática do dia a dia, e de ensinamentos que possibilite um repensar a respeito de paradigmas que impedem sua relação com o aluno especial, “diferente”. O pedagogo reciclado, renovado e em contínua formação vê o processo ensino-aprendizagem como a “porta da esperança” para os educandos, visto que essa adaptação educacional abrange uma gama de áreas sejam interpessoais, sociais, familiares, culturais, econômicas dentre outras. 19 O pedagogo como mediador, necessita de uma formação mais específica para que haja um efeito positivo na transmissão desses conhecimentos, tendo que essa adaptação tira a ideia de que esses alunos são apenas meros recipientes de conteúdo, mas como geradores independentes de informação, ou seja, a educação elaborada pelo docente intervenha numa mudançano mundo, onde seres são criados para renovar conteúdos em conceitos práticos na vivência diária do educando, o que a cada dia se torna essencial numa formação de educandos que aceitem as diferenças e busquem entendê-las e ver nas mesmas a possibilidade de uma transformação no meio em estão inseridos através de exemplos de superação e estímulo. Como Paulo Freire (1996) afirma que “o ato de ensinar é um ato inacabado, ou seja, o conteúdo é transmitido, mas não é estático”. Vendo por essa perspectiva, também pode-se ver a educação como um processo que deve respeitar a autonomia do educando, onde o mesmo possa atribuir a importância do processo educacional à sua vida diária. Uma adaptação é sempre um processo dificultoso, mas a habilidade do educador é colocada em xeque, uma vez que esse professor precisa ensinar, usando o bom senso, a humildade, a tolerância e a luta em defesa dos seus direitos e dos seus alunos. E essa inovação no ato de ensinar é aprendida ou aperfeiçoada em sua formação profissional e em situações práticas onde, por exemplo, um aluno com problemas de audição e por isso com problemas de aprendizagem seja rejeitado em um trabalho feito em grupos. Essa situação deixará clara a habilidade do professor que renovou sua postura, sua metodologia e sua maneira de conduzir uma real situação em sala de aula. Como já foi colocado no decorrer do artigo exposto “ensinar exige uma forma de intervenção no mundo” (Freire, 1996), onde os conteúdos são ensinados e passados de maneira sistemática, mas que promovam uma alteração ideológica na participação dos educandos no que diz respeito a tomada de decisões que influenciam o processo social humano, uma vez que essa educação se torna uma educação crítica, reflexiva e construtiva. No processo ensino-aprendizagem, o educador que passa por uma real formação profissional aperfeiçoa sua habilidade em mostrar aos seus alunos o quão importante é intercalar seus conhecimentos à vida cotidiana, e esse ensino quanto mais cedo, melhor resultado será obtido. 20 O pedagogo que pensa e age certo, deixa transparecer aos educandos que uma das belezas de nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de interferir no mundo e conhecê-lo. Ensinar, aprender e pesquisar lidam com dois momentos: o em que se aprende o conhecimento que já existe e o em que se trabalha a produção do conhecimento que ainda não existe, ou seja, o falar dobre as diferenças humanas é bem diferente do tratar com alguém especial, como no caso de um aluno com deficiências. Ensinar, para Freire, requer aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto inovador, enriquecedor, e rejeitar quaisquer formas de discriminação e exclusão que separe as pessoas em raça, classes ou em qualquer outro âmbito, ou seja, tendo certeza de que faz parte de um processo inacabado, apesar de saber que o ser humano é um ser condicionado, portanto haverá sempre possibilidades de interferir na realidade a fim de modificá-la. Acima de tudo, ensinar as diferenças e transformar a exclusão num ato de aceitação do novo, do “diferente” exige que o educando seja um ser capaz de decidir e produzir algo benéfico a si mesmo, ao seu meio social e à sua vida cotidiana. Por isso, pode-se afirmar também que o pedagogo precisa se reciclar (papel da formação continuada), renovando paradigmas ultrapassados que só tendem a atrapalhar o crescimento na qualidade do processo ensino-aprendizagem. Essa reciclagem abrange muitos campos que constituem o papel desse profissional da educação, tais como: o aprimoramento do educando como pessoa humana, onde sua grande tarefa como pedagogo, professor ou educador não é a de instruir, mas a de educar o seu aluno como pessoa humana, ser pensante e social, como pessoa que vai trabalhar no mundo tecnológico, mas povoado de sentimentos, dores, incertezas e inquietações humanas, ou seja, a escola não se pode limitar a educar pelo conhecimento destituído da compreensão do ser humano, que possui uma alma (mente humana); a preparação desse educando para o exercício da cidadania, buscando cumprir seus deveres e “brigar” por seus direitos; a transformação da escola num ambiente democrático, onde se possa expor opiniões e pensamentos diversos; a capacitação do educando para o mercado de trabalho; o fortalecimento do respeito ao próximo e das diferenças; o zelo pela aprendizagem dos seus alunos; a conexão entre a educação familiar e a educação escolar; e a conscientização do aluno como ser participante ativo do processo ensino-aprendizagem, sendo um auxiliador do 21 pedagogo, que juntamente com ele pode ser responsável pelo sucesso desse processo. Pode-se reafirmar então que essa adaptação dos conteúdos à realidade do aluno e à reciclagem do profissional de Pedagogia geram um aprendizado que produz “frutos” que determinam o surgimento de cidadãos críticos e que usam esse aprendizado como um aliado na solução de problemas como a exclusão dentro da escola e na ampliação de novos conhecimentos, o que tende só a acrescentar no desenvolvimento humano como indivíduo e como ser pensante e social. A escola deve ser uma instituição que media a construção do conhecimento, tendo como objetivo levar ensinamentos para um número cada vez maior de pessoas, leva para si uma grande responsabilidade, pois é através da escola que a sociedade adquire, fundamenta e modifica conceitos de participação, colaboração e adaptação. Embora outras instituições como a família ou a igreja tenha papel muito importante, é da escola a maior parcela. O desafio dos profissionais da educação será o de trabalhar por uma escola inclusiva, com qualidade de ensino, pois se sabe da importância da educação básica, a mola mestra do desenvolvimento econômico e social de um país. É claro que ela não está só neste desafio, há a necessidade de uma justiça que de fato funcione, de uma saúde que cuida de todos e de uma política comprometida com o cidadão. Porém, a escola com seus profissionais deve assumir este compromisso, acreditando que as mudanças são possíveis desde que haja uma transformação nos atuais modelos do ensino, sendo "a escola uma das instituições (senão a mais importante) responsável pela construção desta sociedade, atendendo a todos de forma indiscriminada. Acredita-se, que ao incluir o aluno com necessidade especial na escola regular, estão sendo exigidos desta instituição novos posicionamentos diante dos processos de ensino e de aprendizagem, à luz de concepções e práticas escolares mais eficazes e que gere cidadãos mais comprometidos em formar e transformar essa sociedade. 7. METODOLOGIA No primeiro momento consiste em analisar junto ao pedagogo e aos profissionais envolvidos na escola de que forma se é feito o planejamento das aulas e os critérios adotados para abranger os alunos como todo e se o formato adotado contempla os alunos especiais especificadamente. Momento impar para uma analise 22 de construção da escola inclusiva observando assim uma escola homogenia sem disparidade, um aspecto onde todos tem direitos iguais valores iguais respeitando-se. Em seguida identificar se a escola pesquisada esta presente na escola de hoje, de que forma? Observando o docente realiza todos as formas para contemplar o ensino/aprendizado a este alunado com medidas mitigadoras para uma situação problema, buscando com que o aluno especial se sinta em uma zona de conforto e que seja prazeroso e não frustrador o momento educativo inibindo-o. Mediante situações problemas vivenciados em sala de aula identificar duvidas ao docente relativa à educação inclusiva adotando através de analises vivenciadas em sala objetivando soluções para tal fato. A educação inclusiva requer mudanças no ensino aprendizagem. O professor deve ser preparado adequadamente por meio de processo permanente de desenvolvimentoprofissional, envolvendo formação inicial e continuada baseada em princípios e leis, com o objetivo de contemplar as necessidades de alunos com necessidades especiais. A troca de experiência por meio do convívio com colegas deve ser introduzida como uma forma de sanar os desafios e as dúvidas. O contato com outros professores faz com que tenhamos visões diferentes em relação ao ensino pedagógico, este contato vem somar à nossa metodologia de ensino e facilitar a aprendizagem dos alunos. Ao mesmo tempo em que acredito que o processo de formação continuada de professores se apresenta como um dos pilares que sustentam a estrutura da educação inclusiva, porém, sem a interatividade e o trabalho conjunto entre colegas, familiares e governo, somados à disposição profissional, para que a pesquisa não se apaga na teoria e nos métodos. Isso quer dizer que a efetivação acontece de forma conjunta e continuada em uma investigação de apoio na pratica docente. 8. REFERÊNCIAS AZEVEDO, M. S. Um olhar sobre a Pedagogia Freireana. Brasília, 2005. BARBOSA, H. Por que Inclusão. In: Agenda para a promoção da Inclusão. São Paulo:s.n. 2009. CARVALHO, Rosita E. Inclusão, educação para todos e remoção de barreiras para a aprendizagem. Tecno. Inep, Brasília. 2003. CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. 23 FREIRE, PAULO. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. MANTOAN, Maria Tereza Eglêr. Inclusão escolar: o que é? por quê? Como fazer? São Paulo: Ed. Moderna, 2003. PAPA, F. et al. Inclusão: uma mudança no olhar da comunidade escolar para a construção de uma escola melhor inclusiva. Boas Práticas na Perspectiva da Educação Especial Inclusiva, p. 70. SAVIANI, Dermeval. A Nova Lei de Educação: trajetória, limites e perspectivas. Campinas: Autores Associados, 1996. ESPAÇO COMPARTILHADO. Frases de Paulo Freire. Disponível: < http://espacompartilhado.blogspot.com/2007/10/para-refletirmos-frases-depaulo- freire.html > Acesso: 23 out. 2021. SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 5.ed. Rio de Janeiro: WVA, 2003. ______. Inclusão: o paradigma do século 21. In: INCLUSÃO: Revista da Educação Especial Ano 1 - Nº 01, MEC, Brasília - Outubro de 2005. 9. CRONOGRAMA ATIVIDADES ANO 2021/2022 JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR Escolha do tema X Levantamento bibliográfico inicial X Elaboração do projeto X X X Apresentação do projeto X Coleta de dados X X Análise dos dados X X Organização do roteiro/partes X X Redação do TCC X X X Revisão crítica X X Revisão Ortográfica, gramatical e formatação X X Encadernação e entrega do TCC X X Defesa X http://espacompartilhado.blogspot.com/2007/10/para-refletirmos-frases-depaulo-freire.html http://espacompartilhado.blogspot.com/2007/10/para-refletirmos-frases-depaulo-freire.html
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