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3 E 4 Ciclo de Cori e produção calórica dos nutrientes

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1 
 
POTÊNCIAS BIOENERGÉTICAS NO EXERCÍCIO - 
CICLO DE CORI E PROD. CALÓRICA DOS NUTRIENTES: 
Fisiologia - Vilmar 
 Ciclo de Cori* (o que é, sua importância...): Durante uma atividade física intensa, a oferta de oxigênio pode não 
ser suficiente para oxidar todo o grupo acetil CoA advindo da glicose (cadeia respiratória – ATP), então o NADH 
obtido na reação do gliceraldeido 3 fosfato para 1,3 difosfoglicerato doa seu par de hidrogênio ao piruvato, sob 
ação da lactato desidrogenase, formando o lactato, sendo este o produto final da via glicolítica (processo 
anaeróbio). O NAD poderá voltar para receber mais íons hidrogênio da reação acima mencionada, com elevação 
da concentração de lactato no músculo e, por difusão, no sangue (lactacidemia). O acúmulo do ácido lático no 
músculo e no sangue leva a diminuição do processo contrátil muscular, redução da velocidade de algumas 
enzimas e a uma acidose metabólica no sangue. Assim, para evitar os efeitos da acidificação dos meios 
(intracelular e sangue), duas moléculas de lactato são captadas pelos hepatócitos (fígado) e, através de algumas 
reações no citoplasma celular e nas mitocôndrias, estas moléculas do ácido lático formam uma molécula de 
glicose que poderá ser novamente ofertada ao músculo em exercício. Esta via de reconversão do lactato para a 
glicose é uma das vias da gliconeogênese, porém recebe o nome de via glicose – lactato – glicose ou Ciclo de 
Cori. É uma via bioquímica com desvantagem termodinâmica (gasta mais ATP do que produz), porém com 
vantagem biológica, pois “retém“ a cadeia carbônica do lactato no organismo para reaproveitamento. Este 
processo ocorre durante o exercício de baixa intensidade ou (principalmente) na condição de repouso após um 
exercício muito intenso. A descrição desta via foi realizada pelos bioquímicos Carl Ferdinand Cori e sua esposa, 
Gerty Theresa Radnitz Cori, ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina em 1947. Eles descreveram como as 
moléculas do lactato são convertidas em uma nova molécula de glicose; tal reação ocorre no fígado com gasto 
de energia (aeróbia). 
 RESUMO *: Via com intenção de converter a molécula de ácido lático (2 moléculas) e trazendo de volta a 
uma hexose (glicose), e será ofertada ao músculo esquelético no exercício, e desse forma evita a 
lactacidemia elevada do meio, que é o fator limitante na atividade física. Assim, é descrita como uma via 
de reconversão do lactato em glicose (é uma das vias da gliconeogênese [= formação de novas moléculas 
de glicose a partir de substâncias que não são carboidratos] – recebe o nome de Ciclo de Cori). Reduz 
concentração de lactato no músculo ativo no exercício e plasma, contribuindo para o equilíbrio / controle 
ácido-base. 
 Fígado realiza isso (hepatócito) – controlador da glicemia em estados de jejum prolongado e durante o 
exercício físico. 
 Via com desvantagem termodinâmica: gasta mais ATP do que produz; porém, tem vantagem biológica, 
pois tem a capacidade de manter a cadeia carbônica do lactato no organismo para seu 
reaproveitamento, mesmo que para isso gaste mais ATP do que produza. Gasto energético (aeróbia – 
gasta 6 ATPs). 
 Ocorre em exercício de baixa intensidade ou na condição de repouso em exercícios muito intensos. 
 
 
 
Uma das partes da via da gliconeogenese (= Ciclo de 
Cori), durante o exercício é novamente ofertado ao 
musculo que esta ativa. 
 
2 
 
 
 Gliconeogênese*: formação de glicose “de novo” a partir de compostos aglicanos (não carboidratos) que 
ocorre no fígado e muito pouco nos rins (< 5%), aproveita a cadeia carbônica destas moléculas e as 
transformam em glicose, mesmo que o gasto de energia para isso possa ser elevado (desvantagem 
termodinâmica, mas vantagem biológica de reaproveitar a cadeia carbônica várias vezes). 
 A importância desta via deve-se que alguns tecidos só utilizam a glicose como fonte energética, tais 
como o cérebro, hemácias e o cristalino e córnea ocular. Desta forma, a manutenção da glicemia é 
fundamental. 
 O hormônio insulina inibe a gliconeogênese, mas o glucagon e a adrenalina (catecolamina) estimulam 
esta via. 
 A estimulação da gliconeogênese esta presente nas condições de jejum duradouro, exercício físico 
prolongado, estresse mantido e dieta (dieta baixa em carboidratos e rica em proteínas). A glicólise e a 
gliconeogênese são reciprocamente inibidas, isto é, quando uma destas vias está sendo estimulada, a 
outra será inibida (enzimas chaves). A gliconeogênese não é “o inverso” da glicólise, pois algumas 
reações são irreversíveis e exige um caminho alternativo. 
 De forma resumida, a glicólise e a gliconeogênese podem ser representadas por: 
Glicólise: 
Glicose + 2 ADP + 2 NAD + 2 Pi → 2 Piruvato (ou lactato) + 2 ATP (saldo) + 2 NADH + 2 H2O + 2 H2 
Gliconeogênese: 
2 Piruvato (ou lactato) + 4 ATP + 2 GTP + 2 NADH + 4 H2O → 1 Glicose + 4 ADP + 2 GTP + 6 Pi + 2 NAD + 2 
H2 
 
 
- Todas as outras formas que se pode ter a - 
gliconeogênese. 
Aproveitando todas essas cadeias carbônicas de 
novo, forma-se a glicose pelo fígado – fundamental 
ao organismo. 
- Graças à gliconeogênese, mantem-se a glicemia. 
 
 
 Ciclo Alanina Glicose: Uma outra forma de formação de glicose hepática é pela utilização de aminoácidos como 
fonte de carbonos. Os aminoácidos alanina, glutamato, glutamina além do aspartato são os principais doadores 
do grupo amina e permitem a formação de piruvato e/ou produtos intermediários do Ciclo de Krebs; dentre 
estes Aas destaca-se a alanina, formando o chamado Ciclo Alanina – Glicose. A alanina pode vir do piruvato (da 
seguinte forma: piruvato + NH4 = alanina) ou da proteólise muscular (e outros AAs) e levar a formação de 
piruvato e glutamato. 
 Então 2 moléculas de piruvato poderão ser convertidas no fígado em nova molécula de glicose. 
Alanina + Alfa cetoglutarato → Piruvato + Glutamato (alanina amino transferase) 
2 Piruvato → 1 Glicose VIA DA GLICONEOGÊNESE 
 Durante o exercício físico o Ciclo Alanina Glicose pode ser responsável por até 5% da formação de 
energética, a partir da glicose formada nesta via; a proteólise é maior nos músculos inativos no exercício. 
 
 Catabolismo e Anabolismo: No organismo há constante formação e degradação de diversas substâncias ou 
nutrientes. A conversão dos nutrientes obtidos pela alimentação (ou estocados no organismo) pode sofrer 
3 
 
catabolismo (degradação – processo catabólico), reduzindo estes macronutrientes em produtos finais do 
metabolismo e obtendo-se energia (ATP) para o indivíduo. Por sua vez, moléculas precursoras (menores), com 
gasto de energia, podem ser transformadas em macromoléculas, processo este denominado de anabolismo 
(formação). O catabolismo e anabolismo (com sentido metabólico invertidos) estão sempre em harmonia para 
manter o organismo vivo em condições metabólicas adequadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Produção Calórica dos Nutrientes *: Diferentes nutrientes, quando totalmente oxidados, fornecem quantidades 
diferentes de energia. A mensuração desta quantidade de energia (expressa em Kcal) é realizada com a utilização 
de um calorímetro selado, onde uma amostra de nutriente é oxidado e, pelo aquecimento da água a seu redor, 
estipula-se a geração de energia. Este experimento pode ser realizado quando o nutriente (carboidrato OU 
lipídeo OU proteína) é oxidado em duas condições experimentais: 
1) Com a oferta de muito oxigênio (abundante). 
2) Com oferta de 1 litro de oxigênio (restrito). 
Observe que nesta técnica é possível quantificar APENAS a produção energética oxidativa (aeróbia), mas não 
quantifica a produção anaeróbia de ATP vindas da glicólise e da fosfocreatina. 
Os resultados da tabela nos permite concluir que: 
1) Na disponibilidade de muito oxigênio no organismo, a metabolização de lipídeos é o que fornece a maior 
quantidade de energia (9,46 Kcal por grama de lipídeo). 
2) Na restrição de oxigênio (apenas 1 litro) então é mais vantajosometabolizar carboidratos (5,05 Kcal por grama 
de carboidrato) do que lipídeo. 
3) A glicose é o único nutriente que pode formar energia pela via anaeróbia (glicólise). 
4) Em repouso o QR é cerca de 0,82, onde metaboliza-se 60% de lipídeos e 40% de carboidratos (produção 
energética média de 7,35 Kcal por grama de nutrientes – da mistura carboidratos-lipídeos). Saindo da condição 
de repouso, essa taxa será mudada. Dependendo do exercício físico, pode se ter uma taxa de quase 100% de 
lipídeos, agora, tem outros exercícios também em que a taxa de utilização do carboidrato pode-se chegar 
próximo a 100%. Proteínas auxiliam com pouco, e não pode ser quantificado pelo calorímetro aberto. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
QR: quociente respiratório. 
- Saber o QR e kcal. 
- Quando se tem muito O2, é mais vantajoso metabolizar lipídeos do que carboidratos, apesar de gastar mais O2, 
pois a produção energética / calórica é maior. 
- No entanto, quando-se tem uma restrição de O2, a produção dos carboidratos é superior à dos lipídeos (mais 
vantajoso). OU se não há nada de O2, só se utiliza carboidrato na via glicolítica na formação de ácido lático. 
- Indíviduo faz opção metabólica a cada momento à condição que mais se adequa / seja ideal para este. 
- Esses valores também são iguais ao calorímetro aberto, porem, não se tem os valores da proteína daí. 
 Potências Bioenergéticas: Em função da via bioquímica predominante a ser recrutada na produção de ATP, as 
diferentes atividades físicas podem ser classificadas em diferentes potências (trabalho realizado num tempo) 
bioenergéticas, isto é, a capacidade de produção de ATP por unidade de tempo (=velocidade da produção de 
energia).Isto dependerá de 2 aspectos: (há predomínios, e não necessariamente exclusividade) 
a) intensidade e duração do exercício e 
b) disponibilidade de oxigênio para os músculos ativos. 
As 3 potências bioenergéticas são: (mais comentários sobre o gráfico) 
1. POTÊNCIA ANAERÓBIA ALÁTICA: deve-se à produção de ATP advindo da hidrólise da fosfocreatina (CP), 
caracteriza-se por ser muito rápida, mas as reservas de CP se exaurem muito rapidamente. Via da 
bioquímica que produz ATP (saldo de 1 ATP) que não necessita de O2 e não forma ácido lático. Na 
ordenada, tem a concentração de ATP/seg e no eixo X, o tempo. Nessa vida, que depende apenas de uma 
reação química, e sua velocidade para a formação de ATP/seg é a maior de todas, seu pico chega ao redor 
de 3 seg e, em torno de 8-12 segundos (média de 10s), se exaure totalmente. Via mais rápida de todas, 
ocorre em exercícios de alta intensidade e curta duração (correr 50 metros). Medindo fosfocreatina, tem-se 
o conhecimento dessa via (biopsia muscular / RNM). 
2. POTÊNCIA ANAERÓBIA LÁTICA: deve-se à via glicolítica (glicólise), onde uma molécula de glicose é 
quebrada até a formação de duas moléculas de lactato e forma-se um saldo de 2 ATPs; o acúmulo de 
lactato é a principal causa da fadiga e interrupção do exercício. Via da bioquímica que produz ATP que não 
necessita de O2 e tem como produto final o ácido lático. É uma via que tem 11 reações, portanto, demora 
mais, tem uma produção por unidade de tempo menor que da CK, tem um pico máximo ao redor de 30-40 
segundos e se exaure em torno de 2-3 minutos, é feita no exercício intenso. O produto final dessa via é o 
ácido lático. Quantificar o ácido lático, terá o conhecimento dessa vida / ação (coleta de sangue venoso / 
lóbulo da orelha - lactímetro). 
3. POTÊNCIA AERÓBIA: deve-se à produção oxidativa de ATP (aeróbia) e advém predominantemente dos 
carboidratos e lipídeos e das proteínas (muito pouco). Envolve muitas etapas bioquímicas (mais lenta), 
mas é uma via “infinita” de produção de ATP. Produção de ATP que requer O2 para a oxidação (desde o 
feto até a morte). É uma via que não tem um pico, e sim um platô, a partir de mais ou menos 3 minutos e 
vai até 3 horas para um corredor de maratona mediocre. Tem a menor velocidade de condução de energia 
pois tem muitas etapas intermediárias (aproximadamente de 30 a 50 etapas).Presente num exercício de 
baixa a moderada intensidade, porém num longo período, mas também não necessariamente. Para 
quantificá-la, medirá em consumo de O2.Equipamento será o ergoespirômetro / analisador de gases 
respiratórios. Necessário consumo de O2. 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro resumo***! 
- CP não há nutriente – apenas hidrolise de CK. 
- Na oxidativa: nutrientes são carboidratos, 
proteínas e lipídios. 
- Produção de ATP na oxidativa: 38 de glicose e 129 
acido graxo (palmitato). 
 
 
 
 Limiar anaeróbico: Se um voluntário realizar um exercício físico incremental, na esteira, por exemplo, iniciando 
numa velocidade muito baixa (caminhar lento) e, gradativamente (a cada 2 ou 3 minutos), aumentar a 
velocidade da esteira até atingir o máximo suportado pelo voluntário (velocidade máxima com corrida muito 
intensa), pode-se observar uma série de ajustes fisiológicos e bioquímicos neste voluntário durante este 
exercício incremental; alguns destes ajustes são: 
1) A medida que aumenta a intensidade do exercício aumenta-se, na mesma proporção, a demanda metabólica. 
Tem que produzir mais ATP. 
2) O indivíduo terá, então, que produzir maiores quantidades de ATP para poder manter o exercício. 
3) Fisiologicamente, ocorrerão muitos ajustes, tais como: elevação da frequência cardíaca e da pressão arterial 
sistólica, redistribuição do fluxo sanguíneo para os músculos ativos, aumento da ventilação e do consumo de 
oxigênio, entre outros. 
4) Bioquimicamente, também ocorrerão outros ajustes, tais como: maior produção energética (maior 
biossíntese de ATP), aumento da taxa de nutrientes a serem ofertados aos músculos ativos e reorganização das 
vias metabólicas (e nutrientes) mais adequados à intensidade do exercício (leve, moderado, intenso e máximo). 
5) Quando a oferta de oxigênio for adequada (exercícios leve e moderado), a via bioquímica recrutada é a 
oxidativa (aeróbia), inicialmente com predomínio da utilização de lipídeos (AGL) como fonte energética (beta 
oxidação), com grande utilização de oxigênio (já que há grande disponibilidade de O2). 
6) Ainda neste tipo de exercício, gradativamente a oferta relativa de oxigênio fica ligeiramente inferior em 
relação à demanda metabólica, então o nutriente predominante passa a ser agora os carboidratos, 
porém ainda de maneira aeróbia. Muda nutriente, pois AGL gasta muito O2. 
7) Num exercício moderado a intenso (60 a 75% da carga máxima) a oferta de oxigênio fica aquém das 
6 
 
necessidades metabólicas e, para não interromper o exercício, o organismo recruta a via glicolítica (com a 
formação de ácido lático) para suplementar a formação de ATP. Quando acumula, é um fator de limitação / 
interromper o exercício. 
8) Assim, a partir deste momento, o exercício passa a ser concomitantemente aeróbio e anaeróbio lático, o que 
caracteriza uma mudança do estado metabólico no voluntário denominado de Limiar Anaeróbio. 
9) A medida que continua a elevar a intensidade do exercício, o componente lático fica proporcionalmente 
maior, com acúmulo de ácido lático (nas células musculares e sangue - plasma), caracterizando uma acidificação 
do meio e limitando a continuidade do exercício. 
10) Finalmente, no exercício máximo, o voluntário interrompe o exercício por exaustão (fadiga), com 
lactacidemia elevada e também com consumo de oxigênio muito elevado, denominado de consumo 
máximo de oxigênio. Observe, então, que no início do esforço, o exercício era exclusivamente aeróbio e, a 
partir do limiar anaeróbio (diferente em cada indivíduo), a produção de ATP ocorre por duas vias bioquímicas, a 
aeróbia e anaeróbia lática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema respiratório tem que captar mais O2. Graças ao SCV sanguíneo, transporta esse O2 para todo o 
organismo; e o músculo ativo, que vai captar esse O2 do capilar e entrega-lo na ultimaetapa da cadeia 
respiratória a fim de produzir ATP de forma aeróbica exclusivamente (formação de energia ATP + CO2) – exercício 
de baixa intensidade. Em duas etapas do ciclo de Krebs, há a formação de moléculas de CO2 respiratório, que 
segue em sentido contrário, da fibra muscular para capilar tecidual, o SCV sg vai até capilar pulmonar, o qual o 
SR vai eliminá-lo ao ambiente. Se aumentar a demanda metabólica imposta pelo músculo ativo, tem que ter mais 
O2 e eliminar mais CO2 – “engrenagem” do pulmão, SCV e músculos, para tudo isso, tem que girar mais rápidos, 
afinal, estão ligadas diretamente. Quanto maior demanda metabólica, essas 3 engrenagens giram juntas, 
garantindo a oferta de O2 e a eliminação de CO2. No entanto, num dado momento, uma das engrenagens não 
gira o quanto necessário: fator limitante da oferta de O2 ao tecido (que pode ser no SR em pneumopatas; que 
pode ser SCV, nos cardiopatas – coração como bomba, anêmicos e na grande maioria da população, mesmo em 
indivíduos saudáveis e treinados; e no músculo, caso miopatias).Caso não gire adequadamente, e não haja essa 
oferta suficiente de O2, os músculos tem 2 possibilidades: parar o exercício ou recrutar via adicional para 
complementar / suplementar a via, e este não necessário O2 (glicólise – via glicolítica – anaeróbio lático). A via 
vem complementar / suplementar a via aeróbica, até que ocorra elevação da concentração intracelular e 
plasmática de ácido lático, e que o individuo interrompa o exercício por exaustão. Quanto mais intenso exercício, 
maior componente lático. 
 
 DENIFIÇÕES LIMIAR ANAERÓBIO*: 
1. É o momento, em relação à intensidade do esforço físico ou consumo de oxigênio, quando a produção 
de ATP é suplementada pela glicólise anaeróbia, com formação de ácido lático. 
2. É a intensidade de um exercício crescente onde ocorre a transição do metabolismo aeróbio para 
também o componente anaeróbio lático. O exercício passa a ser aeróbio + anaeróbio lático. 
7 
 
3. É a mais alta intensidade do esforço físico mantida plenamente (totalmente) pelas vias aeróbias, 
acima desta intensidade ocorre também a produção anaeróbia lática de ATP, com formação de ácido 
lático. 
 
 
LACTACIDEMIA E LIMIAR ANAERÓBICO: 
 
 
 PRINCIPAIS FORMAS DE IDENTIFICAÇÃO DO LIMIAR ANAERÓBICO PELA LACTACIDEMIA: 
1. TESTE EM EXERCÍCIO INCREMENTAL / CRESCENTE: Começa com baixa intensidade e gradualmente vai 
aumentando até o máximo suportado pelo indivíduo. 
Ele pode ser aplicado em cicloergômetro, esteira (corridas), natação ou outras modalidades dinâmicas de 
exercício. Esta metodologia consiste em: 
1) Mensurar a lactacidemia ou alguns parâmetros ergoespirométricos em diferentes intensidades crescente de 
exercício, começa de baixa intensidade e vai aumentando, por exemplo, pedalando em um cicloergômetro. 
2) Após a mensuração do parâmetro considerado em repouso (em especial a lactacidemia), iniciar o teste 
incremental; a carga inicial e a intensidade do “step” deve ser adequado ao voluntário. 
3) Na metodologia do Teste de Balke, inicia-se com uma intensidade (carga) de 25 W e o voluntário pedala por 
dois minutos, quando a carga é elevada em mais 25 W (exemplo: 25, 50, 75, ... W) e assim sucessivamente. 
Pacientes deverão iniciar o teste em cargas menores. 
4) No final de cada carga é coletado uma amostra de sangue (do lóbulo da orelha) e dosado a lactacidemia, a 
qual deve ser plotada em um gráfico (carga na abcissa e lactacidemia na ordenada). Analisar o comportamento 
visual dessa curva. 
5) Nas cargas iniciais, apesar do aumento da intensidade, não há elevação da lactacidemia, pois o exercício é 
exclusivamente aeróbio. 
6) Num dado momento (carga), a produção de ATP passa a ser suplementada pela via anaeróbia lática, com 
formação e acúmulo de ácido lático. A lactacidemia tem então um crescimento abrupto ou exponencial a partir 
desse momento. 
7) No momento desta inflexão da curva identifica-se o Limiar Anaeróbio. O exercício continua a ser incremental 
até o máximo suportado pelo voluntário. 
8) Na carga máxima o indivíduo interrompe o exercício por exaustão (fadiga) com elevada lactacidemia e 
também com seu consumo máximo de oxigênio. 
 
Em cada uma das cargas coleta-se a lactacidemia (início: repouso). 
Células do sangue estão sempre produzindo um pouco de ácido 
lático, por isso que não se inicia no 0. Coleta-se então agora no 25W 
(tem 15 segundos para realizar essa coleta). Até 100 watts, está 
quase que constante e baixo. Num dado momento, a oferta de O2 
não é suficiente à demanda, e a produção de ATP passa a ser 
suplementada pela via glicolítica com a formação de ácido lático e a 
elevação da lactacidemia. Exercício está ficando mais intenso, e 
requer mais ATP para ser mantido, e vai recrutando cada vez mais 
essa via anaeróbica. Há um ponto de quebra / inflexão, que deixa de 
ser constante e começa a ser mais abrupto = limiar anaeróbico. Até 
esse momento, o exercício é totalmente aeróbico, a partir desse 
momento, começa a suplementação com o processo anaeróbico. 
 
 
 
8 
 
 
 
2. TESTE DO LACTATO MÍNIMO: 
Um outro teste de identificação do Limiar Anaeróbio é chamado de Lactato Mínimo (LACMIN), criado por 
Tegtbur (1991) e sua metodologia é: Apenas em indivíduos saudáveis e bem treinados (é mais forte). 
1) Após um aquecimento, o voluntário deverá executar um exercício físico máximo com a duração entre 30 
segundos a 2 minutos. A intensão neste caso é induzir uma acidose lática. Recrutando a via anaeróbia lática. 
2) Como exemplo, para um nadador, ele devera realizar um sprint máximo de 100 metros. Como nesta 
intensidade a oferta de oxigênio é insuficiente para a demanda exclusivamente aeróbia, será recrutada 
também a via anaeróbia lática para a produção de ATP, com elevação da lactacidemia. 
3) Exatamente 7 minutos após encerrado o exercício da indução da acidose lática (repouso), deve-se coletar uma 
amostra de sangue e dosar a lactacidemia, que estará bem alta. A espera destes 7 minutos deve-se ao tempo 
médio para as moléculas de ácido lático formadas nos músculos ativos chegarem no local da coleta (em geral é o 
lóbulo da orelha). 
4) Em seguida, iniciar uma série de sprints de nado (de 100 m), iniciando com velocidade de nado baixa 
(exemplo 60 m/min) e gradualmente ir elevando a intensidade do esforço até a exaustão. 
5) Entre cada velocidade de nado deve-se coletar nova amostra de sangue e dosar a lactacidemia. O crescimento 
da intensidade do nado devera ser de 5 a 10 m/min, tal que, no final do teste, o voluntário deve realizar de 5 a 
10 sprints. Não há descanso entre os sprints, somente cerca de 1 minuto para a coleta de sangue. 
6) Após encerrado o teste por exaustão, e ter dosado a lactacidemia, plotar em um gráfico a intensidade do 
exercício (velocidade de nado, na abcissa) e a lactacidemia (na ordenada); não esquecer de plotar a 
intensidade do exercício na indução da acidose lática, próximo à origem da abcissa. 
7) Observar que o primeiro valor da lactacidemia, 7 minutos após à indução da acidose lática, é muito alta 
(geralmente superior a 10 mmol/l). 
8) Nas séries iniciais de nado (velocidades baixas) observa-se, apesar de aumentos na intensidade do exercício, 
uma redução da lactacidemia. 
*9) Nestes momentos tem-se que a velocidade do Ciclo de Cori (gliconeogênese ) é superior à velocidade da 
produção de ácido lático (glicólise), havendo redução da lactacidemia (gliconeogênese > glicólise). 
10) Num dado momento (em uma ou duas intensidades de exercício) a lactacidemia atinge o seu menor valor 
(LACTATO MÍNIMO), pois agora a velocidade do Ciclo de Cori é igual à velocidade de produção de 
ácido lático (gliconeogênese = glicólise). 
11) Quando observa-se o menor valor da lactacidemia, esta intensidade de exercício é identificada como o Limiar 
Anaeróbio do voluntário. Seu valor, para um bom nadador, situa-se entre 85 a 100 m/min e uma 
lactacidemia na faixa entre 2 a 6 mmol/l.12) Em intensidades superiores ao limiar anaeróbio (velocidades altas), observa-se agora elevação da 
lactacidemia, pois para a continuidade do exercício, a via aeróbia sozinha não é suficiente para a produção de 
ATP e é então recrutada a via anaeróbia lática para suplementar a demanda energética. Nestes momentos a 
velocidade da glicólise é superior à velocidade do Ciclo de Cori (glicólise > gliconeogênese). 
13) Esta metodologia para a identificação do limiar anaeróbio (LACMIN) por ser de altíssima intensidade 
(exercício máximo) só pode ser realizada por indivíduos saudáveis, jovens e bem treinados. 
14) No final do exercício, por fadiga da musculatura ativa no exercício, o gesto motor fica prejudicado e a 
eficiência mecânica do exercício acentuadamente reduzida. Este teste pode ser também realizado em 
corridas (pista ou esteira), cicloergômetro ou outro tipo de exercício dinâmico. 
15) Este teste além de identificar o limiar anaeróbio, permite conhecer também a velocidade do Ciclo de 
Cori (gliconeogênese) e da produção de ácido lático (glicólise). A curva da lactacidemia em função do 
exercício assemelha-se à letra V ou U. 
 
 
 
 
9 
 
 
 Aplicações: 
1) Determinação da reserva funcional. 
2) Determinação da capacidade física. 
3) Determinação da intolerância ao exercício em certas doenças. 
4) Mensuração da capacidade aeróbia. 
5) Proposição e avaliação do treinamento aeróbio. 
6) Auxílio diagnóstico para certas doenças. 
7) Prognostico e evolução de certas doenças e formas de tratamento. 
 
 Equipamentos: lactímetro (1: semelhante ao glicosímetro – mas, sensível ao ácido lático, feito com a fitinha / 2: 
método eletroenzimático (faz a reação química – enzima – forma elétrons – muito preciso). 
 
 CONSUMO MAXIMO DE OXIGÊNIO: Num exercício físico incremental o consumo de oxigênio tem uma 
elevação proporcional à intensidade do esforço físico (relação linear) para fornecer oxigênio às células 
musculares ativas no exercício. No final do exercício, o consumo de oxigênio tende a formar um platô e 
então é denominado de Consumo Máximo de Oxigênio. O consumo máximo de oxigênio (ou VO2 máx.) 
pode ser expresso em litros/min (valor absoluto) ou ml.(kg.min)-1, relativo ao peso corporal. pode variar O 
VO2 máx. entre 20 a 75 ml.(kg.min)-1 em indivíduos sedentários e atletas maratonistas bem treinados, 
respectivamente. O maior valor. Consumo Máximo de Oxigênio é a capacidade máxima que um indivíduo 
apresenta de captar (sistema respiratório), transportar (SCV) e metabolizar (músculos ativos) o oxigênio para 
a biossíntese oxidativa de ATP. É o principal parâmetro que reflete a eficiência cardiopulmonar de um 
indivíduo. 
 
 
A medida que aumenta intensidade de exercício, o oxigênio vai 
aumentando linearmente, e no final, pode formar-se um platô. 
 
 
 
 
 
 Equipamentos: Analisador de gases respiratórios = ergoespirômetro. 
 
 Valores de Referência: 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
Caráter desportivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aspecto clínico neste, e não desportivo, demais idades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ERGOESPIROMETRIA: 
 
 Conceitos e princípios da Ergoespirometria: é um procedimento não invasivo para a determinação do 
desempenho cardiopulmonar, mas pode envolver também a participação muscular e outros sistemas fisiológicos 
(ex: função renal). O objetivo da ergoespirometria é a mensuração contínua da respiração e do metabolismo 
dos gases respiratórios (espirometria) através da aplicação do esforço físico controlado e reprodutível 
(ergometria). A ergoespirometria é aplicada atualmente na prática clínica e desportiva com propósitos de 
diagnóstico, terapia, reabilitação, treinamento físico e pesquisa. O termo, de origem alemã, foi introduzido por 
H. W. KNIPPING (1929), quando utilizou procedimentos clínicos padronizados (espirometria + ergometria). 
- Débito cardíaco = FC x Volume de Ejeção (problemão para 
mensurar); 
- Diferença arterio-venosa de O2 (problemão para mensurar). 
- São muito invasivos e complicados – exercício com os 
cateteres! Não dá. 
- Ação da bomba cardíaca; 
 
- Não invasivo e chega aos mesmos resultados! 
- V = ventilação 
- Fração inspirada de oxigênio menos a fração expirada de 
oxigênio. 
 - Ação da bomba respiratória. 
11 
 
 
 
Ergoespirômetro, indivíduo fazendo o exercício, ar 
expirado desce ao conduto, vai ao analisador de gases e 
ele emite sinais elétricos / valores ao computador (analise 
gasosa). Dosando também a analise metabólica (sangue) 
que pode dosar lactacidemia, glicemia... Tem também o 
registro eletromiográfico nesta imagem. 
 
 
 
 
 
 Princípios de Mensuração da Ventilação: (técnicas) 
1. Pneumotacógrafo: princípio de: o fluxo expirado, passa por esse equipamento, ele tem uma abertura 
interna em forma de X, antes e após essa abertura, tem 2 pontos de tomada de pressão, e ele mede a 
diferença de pressão entre antes e após essa abertura, que é proporcional ao fluxo de ar que passa. 
Dentro do equipamento tem um integrador analógico para medir ventilação (ventilação/min). 
2. Rotâmetro: quando individuo expira, gira as pás do rotâmetro, e será contata os números de rotações 
(quanto maior fluxo, maior rotação). Tem também um integrador analógico (que transforma esse fluxo 
em volume). Conseguindo assim, a ventilação (mensuração). 
 
 Princípios de Mensuração de Oxigênio e Dióxido de Carbono: 
1. Oxigênio: princípio da célula polarográfica, onde o oxigênio do ar expirado atravessa uma membrana 
permeável a este gás (teflon) e alcança um eletrodo polarizado negativamente (anodo) imerso em 
solução eletrolítica, que promove a formação de elétrons no catodo (ddp), proporcional à quantidade de 
oxigênio no meio (Clark, 1954). Princípio polarográfica de Clark. 
2. Dióxido de Carbono: princípio da absorção infravermelha pelo CO2 (Luft, 1943). Quanto maior a 
concentração de CO2 no ar expirado, maior a absorção da radiação e menor atividade na fotocélula. 
CO2: propriedade, só dele, de absorver radiação infravermelha.

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