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Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período APG 18 - OBJETIVOS: 1. COMPREENDER A ANATOMOFISIOLOGIA DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES; O sistema respiratório é responsável pela captação do oxigênio (O2) liberação do gás carbônico (CO2) por meio das respirações (trocas gasosas). A respiração é a troca de gases entre a atmosfera, o sangue e as células, e é composto de 3 processos separados, mas relacionados: A ventilação pulmonar é o processo mecânico que move o ar para o interior ou para o exterior do pulmões. A respiração externa/pulmonar é a troca gasosa entre os alvéolos dos pulmões com os capilares sanguíneos. A respiração tecidual/interna consiste na troca de gases entre o sangue e as células dos tecidos do corpo. O sangue entrega o O2 para as células e recolhe o CO2 vindo do metabolismo celular. O sistema respiratório também tem as funções de: Auxiliar no controle do pH sanguíneo, já que controla as concentrações de CO2; Filtra e aquece o ar inspirado, através dos cílios e muco nasal; Contém receptores do olfato; Emite sons. O sistema respiratório é composto por estruturas que são divididas em 2 zonas funcionais: 1- Zona de condução: vias aéreas que conduzem o ar do meio externo do corpo até a zona respiratória. Sua função é filtrar, aquecer e umedecer o ar e conduzi- lo para os pulmões. Nariz Faringe Laringe Traqueia Brônquios e bronquíolos 2- Zona respiratória: onde acontecem as trocas gasosas. Bronquíolos respiratórios Ductos alveolares Sacos alveolares Alvéolos pulmonares VIAS AÉREAS SUPERIORES: NARIZ O ar entra pelo sistema respiratório pelo nariz, que é composto por uma parte externa visível e por uma parte interna, localizada dentro do crânio. A cavidade que está dentro do nariz externo e interno é chamada de CAVIDADE NASAL, e ela é separada em dois lados, direito e esquerdo, pelo SEPTO NASAL. A parte anterior do septo nasal é composta principalmente por cartilagem hialina; o restante é formado pelos ossos vômer, lâmina perpendicular do etmoide, maxila e palatinos A porção externa do nariz possui duas cavidades que é chamada de NARINAS, e logo que o ar entra nessa região ele se depara com os PELOS NASAIS, que são pelos grossos que ajudam a filtrar partículas maiores que entram no sistema respiratório. A parte externa do nariz consiste em uma estrutura de suporte constituída por osso e cartilagem hialina recoberta por músculo e pele e revestida por túnica mucosa. As estruturas internas do nariz têm três funções: (1) aquecimento, umidificação e filtragem do influxo de ar; (2) detecção de estímulos olfatórios; e (3) modificação das } Vias aéreas superiores } Vias aéreas inferiores Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período vibrações da fala à medida que elas passam pelas grandes e ocas câmaras de ressonância. A ressonância se refere a prolongar, amplificar ou modificar um som pela vibração. Na porção interna o ar passa pelas CONCHAS NASAIS OU CORNETOS, região extremamente vascularizada, o que promove no aquecimento do ar. As cavidades nasais também contém CÉLULAS CILIADAS, que são células com cílios que se movem e também ajudam no processo de limpeza do ar inspirado. Essas células também são produtoras de MUCO, que funcionam como um filtro adesivo que retém as partículas menores de ar, que não conseguiram ser filtradas nos pelos nasais. O muco também serve para umidificar o ar que está entrando no sistema respiratório. As conchas nasais aumentam a superfície de contato com o ar fazendo com que esse ar chegue filtrado, aquecido e umidificado aos pulmões. Acima das conchas nasais tem-se o epitélio olfatório, que é uma região que se conecta com o nervo olfatório responsável pela sensação de olfato. A cavidade nasal também possui abertura para regiões chamadas de SEIOS PARANASAIS, que são espaços preenchidos de ar no interior dos ossos do crânio, que ajudam a aumentar a ressonância da voz e auxiliam na produção do muco. A inflamação da mucosa desses seios paranasais é conhecida como SINUSITE. FARINGE: Logo depois de passar pela cavidade nasal, o ar chega na FARINGE, tubo que se estende na direção do pescoço, localizado posteriormente da cavidade nasal e oral, e anteriormente às vertebras cervicais. Sua parede é constituída por músculos esqueléticos e é revestida por túnica mucosa. Músculos esqueléticos relaxados ajudam a manter a faringe patente. A contração dos músculos esqueléticos auxilia na deglutição. A faringe atua como uma passagem para o ar e comida, fornece uma câmara de ressonância para os sons da fala e abriga as tonsilas, que participam das reações imunológicas contra invasores estranhos. A faringe é dividida em 3 partes: A NASOFARINGE é a porção superior da faringe, a única em que só há passagem de ar (já que se situa acima do nível da cavidade oral). Se comunica com a cavidade nasal pelas coanas e com o sistema auditivo pelo óstio faríngeo da tuba auditiva (que está anterior à tonsila faríngea). Possui as seguintes funções: - Conduzir o ar para as vias aéreas; - Equilibrar o gradiente de pressão entre a tuba auditiva e a faringe (através do óstio faríngeo da tuba auditiva). A parte nasal da faringe é revestida por epitélio colunar pseudoestratificado ciliado, e os cílios movem o muco para baixo em direção à parte mais inferior da faringe. A OROFARINGE é a porção que se encontra posterior à cavidade oral e se estende desde o palato mole inferiormente até o nível do hioide (osso em forma de U, localizado na parte anterior do pescoço. Nesta região há ainda as tonsilas palatinas e as tonsilas linguais. Esta porção da faringe tem funções respiratórias e digestórias, servindo como uma via comum para o ar, a comida e a bebida. Como a parte oral da faringe está sujeita à abrasão por partículas de alimentos, é revestida por epitélio escamoso estratificado não queratinizado. A LARINGOFARINGE, a porção inferior, localiza-se no nível do hioide. Em sua extremidade inferior, se abre no esôfago (tubo alimentar) posteriormente e na laringe (pregas vocais) anteriormente. Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período Como a parte oral da faringe, a parte laríngea da faringe é tanto uma via respiratória quanto digestória e é revestida por epitélio escamoso estratificado não queratinizado. Possui uma pequena depressão, chamada de recesso piriforme, por onde passam ramos dos nervos laríngeo interno e laríngeo recorrente. LARINGE Por fim, depois do ar passar pela cavidade nasal e pela faringe, o ar chega na LARINGE, que é um órgão curto que se conecta superiormente com a faringe e inferiormente com a traqueia. Ela está localizada logo à frente da 4º, 5º e 6º vértebra cervical. A parede da laringe é composta por nove fragmentos de cartilagem. Três ocorrem isoladamente (cartilagem tireóidea, epiglote e cartilagem cricóidea) e três ocorrem em pares (cartilagens aritenóidea, cuneiforme e corniculada). Das cartilagens pares, as cartilagens aritenóideas são as mais importantes, porque influenciam as mudanças na posição e na tensão das pregas vocais (cordas vocais verdadeiras para a fala). Os músculos extrínsecos da laringe conectam as cartilagens a outras estruturas na garganta; os músculos intrínsecos conectam as cartilagens entre si. A cavidade da laringe é o espaço que se estende desde a entrada da laringe até a margem inferior da cartilagem cricóidea. Tem a função principal de proteger as vias respiratórias, principalmente durante a deglutição, servindo de esfíncter das vias aéreas inferiores para mantê-las pérvias. A laringe contém estruturas cartilaginosas importantes: Cartilagem tireóidea = (pomo de Adão) consiste em duas lâminas fundidas de cartilagem hialinaque formam a parede anterior da laringe e conferem a ela um formato triangular. Ela é encontrada tanto em homens quanto em mulheres, mas geralmente é maior no sexo masculino em decorrência da influência dos hormônios sexuais masculinos em seu crescimento durante a puberdade. O ligamento que liga a cartilagem tireóidea ao hioide é chamado membrana tíreo-hióidea. Epiglote = um segmento grande de cartilagem elástica em forma de folha que é recoberta por epitélio. Durante a deglutição, a faringe e a laringe se movem para cima. A elevação da faringe amplia-a para receber alimentos; a elevação da laringe faz com que a epiglote se mova para baixo e cubra a glote, fechando-a. A glote é composta por um par de pregas de túnica mucosa, as pregas vocais (cordas vocais verdadeiras) na laringe, e o espaço entre elas é chamado de rima da glote. O fechamento da laringe desta maneira durante a deglutição desvia líquidos e alimentos para o esôfago e os mantêm fora da laringe e das vias respiratórias. Quando pequenas partículas de poeira, fumaça, alimentos ou líquidos passam para a laringe, ocorre um reflexo de tosse, geralmente expelindo o material. Cartilagem cricóidea = anel de cartilagem hialina que forma a parede inferior da laringe. Ela está fixada ao primeiro anel cartilaginoso da traqueia pelo ligamento cricotraqueal. A cartilagem cricóidea é o marco para fazer um acesso de emergência às vias respiratórias chamado de traqueotomia. O par de cartilagens aritenóideas são segmentos triangulares formados principalmente por cartilagem hialina localizados na margem posterior superior da cartilagem cricóidea. Eles formam articulações sinoviais com a cartilagem cricóidea e têm uma ampla gama de mobilidade. O par de cartilagens corniculadas, peças em forma de chifre de cartilagem elástica, está localizado no ápice de cada cartilagem aritenóidea. O par de cartilagens cuneiformes, cartilagens elásticas em forma de taco anteriores às cartilagens corniculadas, apoia as pregas vocais e as faces laterais da epiglote. Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período Na laringe também são encontradas as pregas vocais, que emitem sons quando são vibradas, quem promove essas vibrações é a passagem do ar. // Fisiologicamente, as vias aéreas podem ser divididas em porção condutora e porção respiratória, ou seja, porção por onde o ar é conduzido e porção onde realmente ocorrem as trocas gasosas. Durante seu transporte até o pulmão, o ar é aquecido e purificado pelas estruturas presentes no epitélio respiratório, além da própria constituição anatômica do trato respiratório, que força o ar a “fazer voltas” antes de chegar até o pulmão, aquecendo e esfriando esse ar até a alcançar a temperatura ideal. O epitélio respiratório é constituído por epitélio ciliado pseudoestratificado colunar, contendo muitas células caliciformes, que produzem o muco responsável por reter as partículas carregadas pelo ar. As cavidades nasais são a porta de entrada do sistema respiratório e possuem em suas superfícies as vibrissas, pelos que filtram o ar até a faringe. As conchas nasais, que formam a parede das cavidades nasais, são estruturas que oferecem grande área de superfície para troca de calor, ou seja, participam do processo de aquecimento e umidificação do ar inspirado. A faringe conduz o ar até a laringe, fazendo parte da porção condutora do sistema Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período respiratório, e leva o alimento ao esôfago com o auxílio da epiglote, fazendo parte também do sistema digestório. Com isso, a faringe é dividida em nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Essa estrutura possui bastante tecido linfoide, sendo importante no processo de purificação do ar. A laringe é formada por cartilagens unidas por membranas e ligamentos que contêm as pregas vocais, responsáveis pela fonação. Além disso, une-se a parte inferior da faringe pelo ádito da laringe, formando a laringofaringe e ligando a faringe a traqueia. A principal função da laringe é proteger as vias respiratórias, principalmente durante a deglutição, servindo de esfíncter das vias aéreas inferiores com o intuito de mantê- las pérvias. 2. DISCUTIR OS MECANISMOS DE DEFESA DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES (MUCO, TONSILAS); Os cílios, minúsculas projeções musculares parecidas com cabelo nas células que revestem as vias aéreas, representam um dos mecanismos de defesa do sistema respiratório. Os cílios impelem uma camada fluida de muco que recobre as vias aéreas. A camada de muco captura patógenos (micro-organismos potencialmente infecciosos) e outras partículas, evitando que cheguem aos pulmões. Os cílios batem mais de 1.000 vezes por minuto, movendo o muco que reveste a traqueia para cima cerca de 0,5 a 1 cm por minuto (0,197 a 0,4 polegada por minuto). As partículas e os patógenos que estão presos nessa camada mucosa são expelidos pela tosse ou arrastados para a boca e engolidos. Os mecanismos de defesa do aparelho respiratório envolvem uma série de fatores que atuam na remoção de partículas inaladas e micro-organismos. A barreira mecânica é o primeiro mecanismo de defesa e, junto com o sistema imunológico, atua com o objetivo de proteger os pulmões contra as infecções. O primeiro mecanismo de defesa do aparelho respiratório, o mecânico, inicia-se nas narinas que impedem, através dos cílios e do turbilhonamento aéreo, a passagem de micro-organismos, seguidos do fechamento da glote. Quando essa atitude defensiva mais imediata do aparelho respiratório não é capaz de deter o agente infeccioso, tornam-se importantes outros meios, incluindo a filtração aerodinâmica e o transporte mucociliar - mecanismo de autolimpeza das vias aéreas no sistema respiratório -. Além dos diversos meios que dificultam a progressão do agente infeccioso no trato respiratório, existem aqueles que são responsáveis pela sua expulsão, incluindo os atos voluntários de fungar e assoar e o reflexo de espirrar. Também a tosse, um complexo mecanismo reflexo de instalação explosiva, atua na limpeza das vias aéreas inferiores, de onde propulsionam-se secreções e outros materiais estranhos acumulados, levando- os até a orofaringe. O aparelho mucociliar constitui-se em um revestimento mucoso que recobre as vias aéreas em acoplamento mecânico com as células ciliadas, de cuja função mútua ocorre a propulsão do muco em direção à orofaringe. O prejuízo da função mucociliar determina retenção de microorganismos, aumentando a eficiência lesiva e, com isso, elevando à probabilidade de infecções broncopulmonares. O mecanismo de transporte mucociliar constitui-se em exemplo notável de eficiência contra as infecções pulmonares. Como consequência dos processos irritativos da árvore respiratória causados por infecções repetidas, o perfil celular do epitélio e glândulas altera-se, mudando a composição do muco. Essa composição alterada traduz-se em aumento da viscosidade deste, por estarem as células submetidas a tal ambiente, produzindo secreção de mucopolissacarídeos ácidos e sulfatados que alteram as propriedades físico-químicas do muco. O resultado final é a retenção de muco no trato respiratório, difícil de ser eliminado e com ele os micro- organismos inalados, aumentando a susceptibilidade às infecções. Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período REFERÊNCIAS LOPES, Agnaldo José; NORONHA, Arnaldo; MAFORT, Thiago. Mecanismos de defesa do aparelho respiratório. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto (TÍTULO NÃO- CORRENTE), v. 9, n. 2, 2010. TORTORA, Gerard J.. Principios de anatomia e fisiologia . 14 ed. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 1201 p.
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