Buscar

DJi - Territorialidade - Territorialidade da Lei Penal Brasileira

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

- Índice Fundamental do Direito
Legislação - Jurisprudência - Modelos - Questionários - Grades
Territorialidade da Lei Penal Brasileira - Territorialidade - Art. 5º, Territorialidade - Aplicação da Lei
Penal - CP - Código Penal - DL-002.848-1940 - Introdução ao Código Civil - DL-004.657-1942 -
Territorialidade - Contravenções Penais - DL-003.688-1941 - Territorialidade - Antitruste -L-008.884-
1994 - Eficácia da Lei no Espaço - Eficácia da Lei Penal no Espaço - Princípio da Territorialidade
Processo Penal
- regência do processo penal: Art. 1º, CPP
Territorialidade da Lei Penal Brasileira
"Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente
ou em alto-mar.
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-
se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Princípio da Territorialidade: a lei penal só tem aplicação no território do
Estado que a editou, pouco importando a nacionalidade do sujeito ativo ou
passivo.
Princípio da territorialidade absoluta: só a lei penal brasileira é aplicável aos
crimes cometidos no território nacional.
Princípio da territorialidade temperada: a lei penal brasileira aplica-se, em
regra, ao crime cometido no território nacional. Excepcionalmente, porém, a
lei estrangeira é aplicável a delitos cometidos total ou parcialmente em
território nacional, quando assim determinarem tratados e convenções
internacionais. A isso denomina-se intraterritorialidade, pois a lei estrangeira
estaria sendo aplicada no território nacional, ou seja, de fora para dentro do
nosso país.
Princípio adotado: o da territorialidade temperada. O ordenamento penal
brasileiro é aplicável aos crimes cometidos no território nacional, de modo
que ninguém, nacional, estrangeiro ou apátrida, residente ou em trânsito
pelo Brasil, poderá subtrair-se à lei penal brasileira por fatos criminosos
aqui praticados, salvo quando normas de direito internacional dispuserem
em sentido co~trário.
Território nacional: sob o prisma material, compreende o espaço delimitado
por fronteiras geográficas. Sob o aspecto jurídico, abrange todo o espaço
em que o Estado exerce a sua soberania.
Componentes do território
Referências e/ou
Doutrinas
Relacionadas:
Ação Penal
Aplicação da Lei
Penal
Aplicação da Pena
Causas de Extinção
da Punibilidade
Circunstâncias
Classificação dos
Crimes
Competência
Internacional
Comunicabilidade e
Incomunicabilidade
de Elementares e
Circunstâncias
Concepção do
Direito Penal
Concurso de
Crimes
Concurso de
Pessoas
Conduta
Conflito de
Normas no Espaço
Contagem do
Prazo
Crime Continuado
Crime Preterdoloso
ou Preterintencional
Crimes Culposos
Crimes Dolosos
Culpabilidade
Desistência
Voluntária e
a) Solo ocupado pela corporação política.
b) Rios, lagos, mares interiores, golfos, baías e portos.
c) Mar territorial: é a faixa de mar exterior ao longo da costa, que se
estende por 12 milhas marítimas de largura, medidas a partir da baixa-mar
do litoral continental e insular brasileiro, de acordo com o disposto no art.
1º da Lei n. 8.617, de 4 de janeiro de 1993. Nesse espaço territorial, o
Brasil exerce sua soberania plena, excepcionada apenas pelo chamado
"direito de passagem inocente", pelo qual navios mercantes ou militares de
qualquer Estado podem passar livremente pelo mar territorial, embora
sujeitos ao poder de polícia do Estado costeiro.
d) Zona contígua: também mencionada pela Lei n. 8.617/93, compreende
uma faixa que se estende das 12 às 24 milhas marítimas, na qual o Brasil
poderá tomar medidas de fiscalização, a fim de evitar ou reprimir infrações
às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários, no
seu território ou mar territorial. Não está compreendida no território
nacional, mas, como o próprio nome diz, em área a este contígua.
e) Zona econômica exclusiva: outra disposição da referida lei. Compreende
uma faixa que se estende das 12 às 200 milhas marítimas, contadas a partir
das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial, onde
o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento,
conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos, das águas
sobrejacentes ao leito do mar, deste e seu subsolo e, ainda, no que se
refere a outras atividades visando à exploração e ao aproveitamento da
zona para finalidade econômica. Para efeito de aplicação da lei penal
brasileira, no entanto, também não é considerada território nacional.
f) Espaço aéreo: trata-se da dimensão estatal da altitude. O art. 11 da Lei n.
7.565, de 19 de dezembro de 1986, estatui que "o Brasil exerce completa e
exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar
territorial". Portanto, a camada atmosférica que cobre o território é
considerada parte integrante deste, sendo certo que a soberania que o
Estado exerce sobre o espaço aéreo é ditada por imperativos de segurança
nacional. Assim, o nosso sistema adota a teoria da soberania sobre a coluna
atmosférica.
g) Espaço cósmico: o Brasil subscreveu o Tratado sobre Exploração e Uso
do Espaço Cósmico, negociado e aprovado no âmbito da Assembléia
Geral das Nações Unidas, em 1967, devidamente aprovado pelo Decreto
Legislativo n. 41/68 e ratificado pelo Decreto n. 64.362/69. De acordo
com os arts. 12 e 22 do referido tratado, o espaço cósmico poderá ser
explorado e utilizado livremente por todos os Estados, em condições de
igualdade e sem discriminação, não sendo objeto de apropriação nacional
por proclamação de soberania, por uso ou ocupação, nem por qualquer
meio.
h) Navios e aeronaves: quando públicos, consideram-se extensão do
território nacional; quando privados, também, desde que estejam em mar
territorial brasileiro, alto-mar ou no espaço aéreo correspondente a um ou
outro, conforme o caso.
Extensão do território nacional: o alto-mar não está sujeito à soberania de
qualquer Estado. Regem-se, porém, os navios que lá navegam pelas leis
nacionais do pavilhão que os cobre, no tocante aos atos civis ou criminais a
Arrependimento
Eficaz
Direito
Internacional
Direito Penal no
Estado
Democrático de
Direito
Efeitos da
Condenação
Eficácia da Lei no
Espaço
Eficácia da Lei
Penal no Espaço
Eficácia de
Sentença
Estrangeira
Eficácia Territorial
do Poder
Financeiro
Elementares
Estrito
Cumprimento de
Dever Legal
Exercício Regular
do Direito
Extraterritorialidade
Extraterritorialidade
da Lei Penal
Brasileira
Fato Típico
Fontes do Direito
Penal
Função Ético-
Social do Direito
Penal
Ilícito Penal
Ilicitude
Imputabilidade
Interpretação da
Lei Penal
Irretroatividade da
Lei Penal
Lei de Introdução
às Normas de
Direito Brasileiro
Lei Penal no
Espaço
Lei Penal no
bordo deles ocorridos. No tocante ao espaço aéreo, sobre a camada
atmosférica da imensidão do alto-mar e dos territórios terrestres não
sujeitos a qualquer soberania, também não existe o império da
ordemjurídica de Estado algum, salvo a do pavilhão da aeronave, para os
atos nela verificados, quando cruzam esse espaço tão amplo. Assim,
cometido um crime a bordo de um navio pátrio em alto-mar, ou de uma
aeronave brasileira no espaço livre, vigoram as regras sobre a
territorialidade: os delitos assim cometidos se consideram como praticados
em território nacional.
Princípio do pavilhão ou da bandeira: consideram-se as embarcações e
aeronaves como extensões do território do país em que se acham
matriculadas(quando a embarcação ou aeronave estiver em alto-mar ou no
espaço aéreo correspondente, aplica-se a lei do país cujo pavilhão, que é
sinônimo de bandeira, ela ostentar, o que vale dizer, a lei do país em que ela
estiver registrada, matriculada). Não serão consideradas extensão do
território brasileiro as nacionais que ingressarem no mar territorial
estrangeiro ou o sobrevoarem. No tocante aos navios de guerra e às
aeronaves militares, são considerados parte do território nacional, mesmo
quando em Estado estrangeiro. Assim, às infrações penais neles cometidas
aplicam-se as leis brasileiras, se brasileiros forem os navios ou as
aeronaves. O mesmo ocorre com os navios e aeronaves militares de outra
nação, os quais, embora em águas ou espaço aéreo brasileiros, não estão
sujeitos à lei penal pátria. O julgamento das infrações penais neles
cometidas incumbe ao Estado a que pertençam. Nesse sentido dispõe o art.
3º do Código Brasileiro de Aeronáutica. Quanto aos atos praticados pela
tripulação dessas embarcações, quando se encontrarem fora de bordo, a
título particular, estarão sujeitos à jurisdição penal do Estado em cujo
território se encontrem.
Navios públicos: são os navios de guerra, em serviço militar, ou em serviço
oficial (postos a serviço de chefes de Estado ou representantes
diplomáticos). Onde quer que se encontrem são considerados parte do
território nacional.
Navios privados: são os mercantes ou de propriedade privada. Em mar
territorial estrangeiro, submetem-se à lei do país correspondente; quando
em alto-mar, à lei do país cuja bandeira ostentam; em mar territorial
brasileiro, a lei brasileira é a aplicável.
Crime cometido a bordo de navio mercante estrangeiro: "Ao crime
cometido em águas territoriais do Brasil a bordo de navio mercante de outra
nacionalidade se aplica a lei penal brasileira, tanto mais quando os países de
nacionalidade do autor e vítima e da bandeira do navio não são signatários
da Convenção de Havana de 1928" (STJ, RT, 665/353).
Crimes cometidos a bordo de navios: competência da Justiça Federal (STJ,
RHC 1.386, DJU, 9-1-1991, p. 18044.). "Compete à Justiça Federal de
Primeiro Grau processar e julgar os crimes comuns praticados, em tese, no
interior de navio de grande cabotagem, autorizado e apto a realizar viagens
internacionais, ex vi do inciso IX, art. 109, da CF" (STJ, 3ª Seção, CComp
14.488-0-PA, ReI. Min. Vicente Leal, unânime, DJU, 1112-1995.).
Aeronaves públicas e privadas: valem as mesmas regras, considerando-se,
nas privadas, o espaço aéreo correspondente a alto-mar ou ao mar
Tempo
Leis de Vigência
Temporária
Limites de Penas
Livramento
Condicional
Lugar da Infração
Lugar do Crime
Medida de
Segurança
Nexo Causal
Objeto do Direito
Penal
Pena de Multa
Pena Cumprida no
Estrangeiro
Penas Privativas de
Liberdade
Penas Restritivas
de Direitos
Potencial
Consciência da
Ilicitude
Prescrição
Princípio da
Legalidade
Princípio da
Territorialidade
Princípio da
Territorialidade das
Leis Processuais
Reabilitação
Reincidência
Resultado
Sanção Penal
Suspensão
Condicional da
Pena
Tempo do Crime
Tempo do Crime e
Conflito Aparente
de Normas
Teoria do Crime
Terrenos
Terrestre
Territorialidade (lei
processual penal no
espaço)
Território
territorial do país sobrevoado. As públicas são entendidas como extensão
do território do Estado a que pertençam. De acordo com o art. 107 do
Código Brasileiro da Aeronáutica, as aeronaves são civis e militares.
Militares, as integrantes das Forças Armadas, inclusive as requisitadas, na
forma da lei, para missões militares (§ lº). As aeronaves civis compreendem
as públicas e as privadas (§ 2º). As aeronaves públicas são as destinadas
ao serviço do Poder Público, inclusive as requisitadas na forma da lei; todas
as demais são aeronaves privadas (§ 3º).
Crime cometido a bordo de aeronave brasileira no espaço aéreo
correspondente ao alto-mar: competência da Justiça Federal brasileira do
Estado-Membro em cujo aeroporto primeiro pousou o avião (TFR,
RJTFR, 51/46.).
Aeronave estrangeira sobrevoando território pátrio: se nele não pousou,
aplica-se a lei penal brasileira ao crime nela praticado, em face do disposto
no art. 5º, § 2º, do Código Penal.
Asilo: pode ser concedido ao indivíduo que o procura em navio nacional,
em caso de crime político, de opinião ou puramente militar. Nos demais
delitos, não.
Princípio da passagem inocente: se um fato é cometido a bordo de navio ou
avião estrangeiro de propriedade privada, que esteja apenas de passagem
pelo território brasileiro, não será aplicada a nossa lei, se o crime não afetar
em nada nossos interesses. Ex.: um passageiro croata arrebenta uma taça
de suco na cabeça de um bebê sérvio, a bordo de um avião americano
privado sobrevoando o território brasileiro, de passagem, com destino a
outro país. Como nós não temos nada que ver com isso, não se aplica a lei
brasileira, muito embora o crime tenha sido cometido no Brasil.
Hipóteses de não-incidência da lei a fatos cometidos no Brasil
1) Imunidades diplomáticas: o diplomata é dotado de inviolabilidade
pessoal, pois não pode ser preso, nem submetido a qualquer procedimento
ou processo, sem autorização de seu país. Embora as sedes diplomáticas
não sejam mais consideradas extensão do território do país em que se
encontram, são dotadas de inviolabilidade como garantia dos representantes
estrangeiros, não podendo ser objeto de busca, requisição, embargo ou
medida de execução (cf. Convenção de Viena). Por essa razão, as
autoridades locais e seus agentes ali não podem penetrar sem o
consentimento do diplomata, mesmo nas hipóteses legais. Não haverá
inviolabilidade, contudo, se o crime for cometido no interior de um desses
locais por pessoa estranha à legação.
a) Imunidade diplomática e ofensa ao princípio da isonomia: não. há ofensa
ao princípio da isonomia, porque o privilégio é concedido em razão do
exercício da função, pública ou internacional, e não da pessoa. Assim, os
representantes diplomáticos de governos estrangeiros gozam de imunidade
penal, não lhes sendo aplicável a lei brasileira em relação às infrações penais
cometidas no Brasil. A Convenção de Viena, aprovada, entre nós, pelo
Decreto Legislativo n. 103/64 e ratificada em 23 de fevereiro de 1965,
tendo, portanto, força de lei, dispõe nesse sentido.
b) Entes abrangidos pela imunidade diplomática: são os seguintes:
b.1) agentes diplomáticos (embaixador, secretários da embaixada, pessoal
técnico e administrativo das representações);
Tipicidade
Tipo Penal nos
Crimes Culposos
Tipo Penal nos
Crimes Dolosos
Tratados
b.2) componentes da fanu1ia dos agentes diplomáticos;
b.3) funcionários das organizações internacionais (ONU, OEA etc.) quando
em serviço;
bA) chefe de Estado estrangeiro que visita o País, inclusive os membros de
sua comitiva.
c) Os empregados particulares dos agentes diplomáticos: não gozam de
imunidade, ainda que sejam da mesma nacionalidade deles.
2) Imunidades parlamentares: com a vigência da EC n. 35, de 21 de
dezembro de 2001, o instituto da imunidade parlamentar sofreu importantes
modificações, com novíssimos, intrincados e polêmicos temas. Luiz Flávio
Gomes analisou tais alterações, uma a uma, em precioso artigo veiculado
pela Internet (Imunidades parlamentares, disponível em
www.estudoscriminais.com.br. 14-1-2002.).
Existem duas modalidades de imunidade parlamentar: a material, também
chamada de penal (CF, art. 53, caput), e a processual ou formal. A
imunidade processual subdivide-se em: (a) garantia contra a instauração de
processo (CF, art. 53, §§ 3º,4º e 5º); (b) direito de não ser preso, salvo em
caso de flagrante por crime inafiançável (CF, art. 53, § 2º); (c) foro
privilegiado (competência originária do STF para processar deputados e
senadores - CF, art. 53, § 1º); (d) imunidade para servir como testemunha
(CF, art. 53, § 6º).
Imunidade material: os deputados e senadores são invioláveis, civil e
penalmente, em quaisquer de suas manifestações proferidas no exercício ou
desempenhode suas funções. Essa inviolabilidade abrange qualquer forma
de manifestação, escrita ou falada, exigindo-se apenas que ocorra no
exercício da função, dentro ou fora da Casa respectiva. Mais do que a
liberdade de expressão do parlamentar, objetiva-se tutelar o livre exercício
da atividade legislativa, bem como a independência e harmonia entre os
Poderes. A partir da EC n. 35/2001, ampliou-se a imunidade para que,
além de penal, se tomasse também civil, o que significa que o parlamentar
não pode mais ser processado por perdas e danos materiais e morais, em
virtude de suas opiniões, palavras e votos no exercício de suas funções.
"De outro lado, não havendo nexo funcional ou mesmo qualquer interesse
público emjogo não se pode conceber a inviolabilidade. Se um deputado,
por exemplo, está assistindo em um estádio a uma partida de futebol e
nessa ocasião (eminentemente privada) emite uma série de conceitos
negativos e injuriosos contra o adversário, o árbitro etc., nada disso pode
estar amparado pela inviolabilidade penal parlamentar, que visa a
resguardá-lo no exercício de suas funções e dar-lhe a devida autonomia e
independência para cumprir sua missão (constitucional) de representante
dos interesses do povo, podendo extemar críticas e denunciar desmandos,
descalabros e irregularidades. A inviolabilidade penal parlamentar não pode
albergar abusos manifestos. Não foi certamente pensada para abrigar
discursos e manifestações escabrosos, desconectados totalmente do
interesse público e patentemente ofensivos inclusive ao decoro parlamentar
(RT 648, p. 321; STF, Inq. 803-SP, Pleno, Octavio Gallotti, DJU de 13-
10-95, p. 34249)".
O suplente não tem direito à imunidade, pois não está no exercício de suas
funções.
Quanto à natureza jurídica do instituto, entendemos, com Luiz Flávio
Gomes (Site cit.), que a imunidade material exclui a própria tipicidade, na
medida em que a CF não pode dizer ao parlamentar que exerça livremente
o seu mandato, expressando suas opiniões e votos, e considerar tais
manifestações fatos definidos como crime. A tipicidade pressupõe lesão ao
bem jurídico e, por conseguinte, só alcança comportamentos desviados,
anormais, inadequados, contrastantes com o padrão social e jurídico
vigente. O risco criado pela manifestação funcional do parlamentar é
permitido e não pode ser enquadrado em nenhum modelo descritivo
incriminador. Por essa razão, sendo o fato atípico, não existe possibilidade
de co-autoria, nem participação, pois não existe nenhuma infração da qual
se possa ser co-autor ou partícipe. Nesse ponto, irreparável a observação
de Luiz Flávio Gomes, no sentido de que "a Súmula 245 do STF ('A
imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa'),
nesse contexto, só é válida, como se percebe, em relação à imunidade
(processual) parlamentar. Não tem nenhuma pertinência no que concerne à
inviolabilidade penal parlamentar" (Site cit.).
A imunidade é irrenunciável, mas não alcança o parlamentar que se licencia
para ocupar outro cargo na Administração Pública, embora lhe fique
preservado o foro por prerrogativa de função. "Foi cancelada, de outro
lado, a Súmula 4 do STF, que dizia: 'Não perde a imunidade parlamentar o
congressista nomeado Ministro de Estado'' (Luiz Flávio Gomes, site cit.).
Imunidade processual: anteriormente à EC n. 35/2001, a imunidade
processual consistia na exigência de prévia licença da Casa respectiva para
processar o parlamentar, ou seja, depois de oferecida a denúncia, o STF
encaminhava um pedido de licença à Câmara dos Deputados ou ao Senado
Federal, conforme o caso, pleiteando autorização para a instauração do
processo. "Cuidava-se, como se vê, de condição de prosseguibilidade"
(Luiz Flávio Gomes, site cit.). Com a referida emenda constitucional,
ocorreram importantes mudanças.
A nova redação do art. 53, § 3º, dispõe que: "Recebida a denúncia contra
senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo
Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de
partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação".
Os §§ 4º e 5º do referido art. 53, por sua vez, estipulam: "O pedido de
sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora"; "a sustação
do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato".
O controle legislativo deixou de ser prévio, passando a ser posterior: não
existe mais a possibilidade de licença prévia. Por outro lado, no que toca ao
Presidente da República e ao Governador, continua vigente o instituto da
licença prévia da Câmara dos Deputados ou da Assembléia Legislativa. "O
instituto da licença prévia, que já não vale para os parlamentares, continua
vigente para o Presidente da República e os Governadores" (Luiz Flávio
Gomes, site cit.).
Quanto aos Prefeitos, não há que se falar nem em imunidade processual,
nem penal, tendo direito somente ao foro por prerrogativa de função
perante os Tribunais de Justiça.
"Terminada a investigação criminal, em caso de ação pública, abre-se vista
ao Procurador-Geral da República, que tem quinze dias para se manifestar.
Em se tratando de preso, cinco dias. Cuidando-se de ação privada,
aguarda-se a manifestação do interessado (RISTF, arts. 201 e s.). Em caso
de pedido de arquivamento do feito pelo Procurador-Geral da República,
só resta ao STF determinar esse arquivamento porque, por força do
princípio da iniciativa das partes, ne procedat iudex ex officio: RT 672, p.
384; STF, Pleno, Inq. 510-DF, Celso de Mello, DJU de 19-4-91, p.
4581. O tribunal competente, doravante, para receber a denúncia ou a
queixa, como já se salientou, não precisa pedir licença à Casa 1egislativa
respectiva. Necessita, isso sim, antes do recebimento, respeitar o
procedimento previsto na Lei 8.038/90, que prevê defesa preliminar" (Luiz
Flávio Gomes, site cit.).
"Recebida a denúncia, em se tratando de crime cometido antes da
diplomação, o processo terá seu curso normal perante o juiz natural (STF,
Tribunal de Justiça etc.), e não existe a possibilidade de sua sustação pelo
Parlamento. Por isso mesmo é que o STF não tem sequer a obrigação de
 
comunicá-lo sobre a existência da ação em curso. Em se tratando de crime
ocorrido após a diplomação, ao contrário, incide a nova disciplina jurídica
da imunidade processual (leia-se: da suspensão parlamentar do processo).
Impõe-se, nesse caso, que o Supremo Tribunal Federal dê ciência à Casa
respectiva que poderá sustar o andamento da ação. De qualquer modo,
essa possibilidade não alcança o co-autor ou partícipe do delito. A Súmula
245 do STF é esclarecedora: 'A imunidade parlamentar não se estende ao
co-réu sem essa prerrogativa"' (Luiz Flávio Gomes, site cit.).
Imunidade prisional: de acordo com o que dispõe o art. 53, § 2º, da CF,
"desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Neste caso,
os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva,
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão".
"Em crimes afiançáveis jamais o parlamentar pode ser preso. No que
concerne aos crimes inafiançáveis, somente é admissível aprisão em
flagrante. Nenhuma outra modalidade de prisão cautelar (temporária,
preventiva, decorrente de pronúncia, decorrente de sentença de primeiro
grau ou mesmo decorrente de acórdão de segunda instância) ou mesmo de
prisão civil (por alimentos, v.g.) tem incidência (STF, Pleno, Inq. 51O-DF,
Celso de Mello, DJU de 19-4-91, p. 4581). No caso de prisão em
flagrante por crime inafiançável há a captura do parlamentar, a autoridade
que preside o ato lavra normalmente o auto de prisão em flagrante,
tomandose todas as providências necessárias (requisição de laudos, quando
o caso, expedição de nota de culpa etc.), e, dentro de vinte e quatro horas,
remete os autosà Casa respectiva" (Luiz Flávio Gomes, site cit.). A Casa
tomará a sua deliberação por votação aberta, e não mais secreta. A
imunidade vale a partir da expedição do diploma pela Justiça Eleitoral, e
não alcança a prisão após a condenação transitada em julgado.
Do foro especial por prerrogativa de função: de acordo com o art. 53, § 1º,
da CF, "os deputados e senadores, desde a expedição do diploma, serão
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal" (CF, art.
102, I, b). Desse modo, com a diplomação, eventuais processos e
inquéritos em andamento deverão ser, de imediato, encaminhados ao STF,
ressaltando-se que os atos praticados no juízo de origem serão
considerados válidos, em face do brocardo tempus regit actum. Quanto à
permanência do foro especial mesmo após o encerramento do exercício
funcional, a questão é polêmica. Embora tivesse sido cancelada em 25-8-
1999 a Súmula 394 do STF (que mantinha o foro especial mesmo após o
término da função), a Lei n. 10.628/2002 determinou expressamente a
prorrogação desse privilégio mesmo depois do fim do mandato ou função
(cf. a nova redação do art. 84 do CPP, bem como seu § 1º). Há sérias
dúvidas quanto à constitucionalidade dessa verdadeira prerrogativa por ex-
função. Com efeito, como o foro privilegiado configura restrição ao
princípio constitucional da isonomia, não há como autorizá-Ia sem amparo
em nossa CF. É que a competência especial dos Tribunais Superiores
(STF, STJ, TRF etc.) vem fixada expressamente pela CF, de modo que sua
modificação não poderia ser feita por ato normativo de nível subalterno,
mas tãosomente por influxo do poder constituinte de revisão ou reforma,
leiase: por emenda constitucional. Lei inferior não pode assumir tal papel e
ampliar, ao arrepio da ordem constitucional vigente, as hipóteses que
diferenciam os cidadãos (A esse respeito, cf. Luiz Flávio Gomes,
Imunidades parlamentares, disponível em www.estudoscriminais.com.br.
14-1-2002.).
A competência especial por prerrogativa de foro não se estende ao crime
cometido após a cessação definitiva do exercício funcional, nos termos da
Súmula 451 do STF.
O foro especial por prerrogativa de função restringe-se, exclusivamente, às
causas penais, não alcançando as de natureza civil.
Imunidade para servir como testemunha: o agente diplomático não é
obrigado a prestar depoimento como testemunha; só é obrigado a depor
sobre fatos relacionados com o exercício de suas funções.
Os deputados e senadores não são obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato,
nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações
(CF, art. 53, § 6º). Os presidentes do Senado e da Câmara poderão,
inclusive, optar pelo depoimento escrito (CPP, art. 221, § 1º).
Imunidades parlamentares e estado de sítio: as imunidades de deputados e
senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas
mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos
de atos praticados fora do recinto do Congresso, que sejam incompatíveis
com a execução da medida (CF, art. 53, § 8º).
Vigência e retroatividade da EC n. 35/2001: a imunidade processual, por
ser regra de natureza processual, tem vigência imediata, alcançando os
crimes cometidos pelo parlamentar antes de sua entrada em vigor.
3) Inviolabilidade do advogado: é chamada de imunidade judiciária.
O art. 133 da Constituição Federal estatui que "o advogado é indispensável
à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações
no exercício da profissão, nos limites da lei". A Lei n. 8.906/94 (novo
Estatuto da OAB), no art. 7º, § 2º, dispõe que "o advogado tem imunidade
profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis
qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo
ou fora dele". O STF e o STJ têm entendido que essa imunidade não
alcança a calúnia, mas tão-somente a injúria e difamação (STF, 1ª T., HC
84.446/SP, ReI. Min. Sepú1veda Pertence, j. 23-11-2004, DJ, 25-22005,
p. 29 e STJ, 6ª T., HC 33.773/DF, ReI. Min. Paulo Medina, j. 16-12-
2004,DJ, 23-52005, p. 353.), e, mesmo assim, quando irrogadas emjuízo,
aplicando-se o disposto no art. 142, I, do Código Penal (no tocante ao
crime de calúnia, vide outros comentários na obra Direito Penal, Parte
Especial, v. 2). Do mesmo modo, não abrange ofensa dirigida ao juiz da
causa, limitando-se às partes litigantes (STF, Rü 69619-8, DJU, 20-8-
1993, p. 16319; e STJ, RHC 2.035-4, DJU, 28-91992, p. 16434.).
Finalmente, no que se refere ao crime de desacato, o preceito teve a sua
vigência suspensa pelo STF na ADlnMC 1.127, de 5-10-1994 (RTJ,
178/67).
STF, Rü 69619-8, DJU, 20-8-1993, p. 16319
STJ, RHC 2.035-4, DJU, 28-91992, p. 16434.
STF, 1ª T., HC 84.446/SP, ReI. Min. Sepú1veda Pertence, j. 23-11-
2004, DJ, 25-22005, p. 29 e STJ, 6ª T., HC 33.773/DF, ReI. Min. Paulo
Medina, j. 16-12-2004, DJ, 23-52005, p. 353.
STF, Pleno, Inq. 51O-DF, Celso de Mello, DJU de 19-4-91, p. 4581
RT 672, p. 384; STF, Pleno, Inq. 510-DF, Celso de Mello, DJU de 19-
4-91, p. 4581
RT 648, p. 321; STF, Inq. 803-SP, Pleno, Octavio Gallotti, DJU de 13-
10-95, p. 34249
Gomes, Luiz Flávio, Imunidades parlamentares,
<www.estudoscriminais.com.br>. 14-1-2002.
STJ, 3ª Seção, CComp 14.488-0-PA, ReI. Min. Vicente Leal, unânime,
DJU, 1112-1995.
Capez, Fernando, Curso de Direto Penal, parte geral, vol. 1, Saraiva,
10ª ed., 2006
(Revista Realizada por Suelen Anderson - Acadêmica em Ciências
Jurídicas - 17 de outubro de 2009)
Normas Relacionadas:
Art. 7º, Territorialidade, Extraterritorialidade - Aplicação da Lei
Penal Militar - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969
Convenção sobre a Prevenção e Punição de Crimes Contra Pessoas
que Gozam de Proteção Internacional, inclusive Agentes
Diplomáticos - D-003.167-1999
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional - D-004.388-
2002
Infrações Penais - Repercussão Interestadual ou Internacional -
Repressão Uniforme - L-010.446-2002
Introdução ao Código Civil - DL-004.657-1942
Introdução - Código Brasileiro de Telecomunicações - L-004.117-
1962
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB - DL-
004.657-1942
Territorialidade - Antitruste - L-008.884-1994
Territorialidade - Contravenções Penais - DL-003.688-1941
Anterioridade da Lei - Contagem de prazo - Eficácia de sentença
estrangeira - - Frações não computáveis da pena - Legislação especial -
Lei excepcional ou temporária - Lei penal no tempo
Concurso de Pessoas - Crime - Crimes contra a administração pública -
Crimes Contra a Família - Crimes contra a fé pública - Crimes Contra a
Incolumidade Pública - Crimes Contra a Organização do Trabalho - Crimes
Contra a Paz Pública - Crimes Contra a Pessoa - Crimes Contra a
Propriedade Imaterial - Crimes Contra o Patrimônio - Crimes contra o
sentimento religioso e contra o respeito aos mortos - Crimes Contra os
Costumes - Extinção da Punibilidade - Imputabilidade Penal - Medidas de
Segurança - Penas
Ir para o início da página
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ir para o início da página

Outros materiais