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Feridas, curativos e enfaixamentos - Habilidades Cirúrgicas

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1 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
 
 
Habilidades Cirúrgicas I | Aula 5 | UC17 
FERIDAS 
• Feridas são lesões resultantes da perda da integridade tecidual, provocados por algum agente traumático. 
 Estão associados a dor de intensidade variável. 
 Podem apresentar sangramento, exsudação, exposição de estruturas nobres como nervos, tendões, ossos e vísceras. 
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS 
• As feridas se enquadram dentro das lesões abertas, e são classificadas de acordo com a profundidade, o agente causador, grau 
de contaminação e complexidade. 
Profundidade 
• Superficiais: as lesões acometem pele, tecido subcutâneo, aponeuroses e músculos. 
• Profundos: as lesões atingem nervos, vasos de grande calibre, tendões, ossos e vísceras. 
Agente causador 
• Incisas: se caracterizam como lesões de bordas regulares e bem delimitadas, sendo causadas por 
objetos cortantes como as lâminas, bisturis e navalhas. Processos infecciosos e complicação 
geralmente estão ausentes. 
• Perfurantes: são causadas por objetos pontiagudos, com alta capacidade de penetração, podendo 
causar lesões superficiais ou profundas. São exemplos de objetos perfurantes agulhas e alfinetes. 
• Puntiformes: são lesões causadas por objetos pontiagudos e relacionadas a alto grau de 
contaminação, a exemplo de pregos. 
• Corto-contusas: se caracterizam como lesões de bordas irregulares, sendo causadas por objetos 
rombos ou semi-rombos submetidos à pressão de alta intensidade, a exemplo enxadas e machados. 
Produzem lesão de avulsão e tem grande chance de contaminação. 
• Abrasivas: se caracterizam por lesões ocasionadas por abrasão da pele com uma superfície áspera, 
podendo haver permanência de detritos sobre a lesão e perda da epiderme e parte da derme. 
• Pérfuro-contusas: são lesões causadas por armas de fogo, podem se apresentar através da presença 
de dois orifícios, o de entrada e o de saída do projétil. 
Grau de 
contaminação 
• Limpa: são feridas operatórias nas quais não há manipulação dos tratos digestório, urinário e 
respiratório, não havendo inflamação. 
• Limpa-contaminada: são feridas operatórias, nas quais há manipulação dos tratos digestório, urinário 
e respiratório, podendo ser potencialmente contaminada. 
• Contaminada: são feridas abertas em que há presença de inflamação e contato da lesão com material 
do trato gastrointestinal ou de foco infeccioso. 
• Infectada: são feridas com intenso processo inflamatório e franco processo infeccioso. 
Comprometimento 
tecidual 
• Estágio I: não ocorre perda tecidual, apenas há comprometimento da epiderme, sem perda tecidual. 
• Estágio II: é visto perda tecidual e comprometimento da das camadas: epiderme, derme ou ambas. 
• Estágio III: nessa fase constata-se comprometimento total da pele e necrose de tecido subcutâneo, 
contudo a fáscia muscular não é atingida. 
• Estágio IV: observa-se extensa destruição de tecido, ao ponto de ocorrer lesão óssea ou muscular ou 
necrose tissular. 
Grau de 
complexidade 
• Simples: lesões sem sinais de infecção. 
• Complexos: lesões com sinais de infecção. 
Evolução 
• Aguda: são feridas caracterizadas por curto tempo de cicatrização e tempo de evolução. Podem ser 
subdivididas em traumáticas e cirúrgicas. 
➔ Feridas traumáticas: são decorrentes de trauma de grau variável e se apresentam como cortes, 
lacerações, abrasões, queimaduras e outras. 
➔ Feridas cirúrgicas: são feridas intencionais que se caracterizam por perda tecidual mínima. 
• Crônica: são feridas caracterizadas por tempo prolongado de cicatrização ou recidiva frequente, a 
exemplo das úlceras 
Curativos e Enfaixamento 
 
2 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
Às lesões abertas, podem ainda ser classificadas em tipos especiais de feridas, que são elas: feridas necróticas, infectadas, com 
crosta, granuladas ou epitelizadas. 
• FERIDAS NECRÓTICAS: se caracterizam por um acúmulo de células mortas que se apresenta como crosta negra, a qual torna 
mais difícil a avaliação de sua extensão. 
• FERIDAS INFECTADAS: são feridas contaminadas por bactérias. Podem apresentar sinais de vermelhidão, edema, calor 
localizado e drenagem purulenta se caracterizando como sinais negativos na avaliação da ferida. 
• FERIDAS COM CROSTA: se apresentam como crostas, com acúmulo predominante de resíduos de neutrófilos, que possuem 
curta duração. 
• FERIDAS GRANULADAS: se caracteriza pela presença de tecido cicatricial, bem vascularizado. A ferida tende a reduzir seu 
tamanho quando preenchida pelo tecido de granulação. 
• FERIDAS EPITELIZADAS: feridas de coloração rósea em fase de epitelização. 
CURATIVOS 
• Curativo objetiva permitir cicatrização rápida e natural, evitando infecção (influenciada por fatores como local, procedimento, 
doença etc.). Auxilia organismo no combate à infecção da ferida quando bem indicado e bem-feito. 
• A escolha do curativo seja adequada às condições específicas da ferida. 
• A cicatrização de feridas é mais bem-sucedida em um ambiente: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nem todos os curativos possuem as características, e nem todas as feridas necessitam de todas as funções. 
TIPOS DE CURATIVOS 
Curativos podem ser categorizados em quatro classes – não aderentes, curativos absortivos, curativos oclusivos, e cremes, pomadas 
e soluções 
1. NÃO ADERENTES: Em geral são de gaze suplementada com uma substância para aumentar suas propriedades oclusivas 
ou propriedades antibacterianas. 
2. ABSORTIVOS: Usados principalmente para feridas que produzem uma quantidade significativa de exsudato. 
3. OCLUSIVOS: proporciona retenção de umidade, proteção mecânica e uma barreira a bactérias. A classe oclusiva pode ser 
dividida em curativos biológicos e não biológicos. 
a. Homoenxerto → Enxerto transplantado entre seres humanos geneticamente parecidos. 
Quente Úmido Limpo 
FINALIDADE DOS CURATIVOS 
1. Auxiliar a hemostasia. 
2. Proteger a ferida contra trauma mecânico. 
3. Proteger a ferida contra infecção. 
4. Limitar o movimento dos tecidos em torno da ferida. 
5. Prover um ambiente úmido na superfície da ferida. 
6. Absorver secreções. 
7. Prevenir e/ou diminuir espaço morto. 
8. Dar conforto psicológico o paciente. 
9. Diminuir a dor. 
10. Evitar o acúmulo de secreções. 
CARACTERÍSTICAS DO CURATIVO IDEAL 
1. Cria um ambiente úmido. 
2. Remove excesso de exsudato. 
3. Previne a dissecação. 
4. Possibilita a troca gasosa. 
5. Impermeável aos microrganismos. 
6. Isolante térmico. 
7. Previne a contaminação por partículas. 
8. Não tóxico às células hospedeiras benéficas. 
9. Fornece proteção mecânica. 
10. Não traumático. 
11. Fácil de manusear. 
12. Custo-benefício. 
 
3 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
b. Xenoenxerto → Enxerto transplantado entre espécies (ex: pele de porco). 
c. Temporários pelo fato de ambos serem rejeitados se deixados em uma ferida por um período longo. 
4. CREMES, LOÇÕES E SOLUÇÕES: Se estende dos materiais tradicionais (pasta de óxido de zinco) a preparações 
contendo fatores de crescimento. A aplicação destes produtos é indicada quando sinais clínicos de infecção, como um 
aumento do exsudato ou celulite, estão presentes ou se a cultura quantitativa demonstrar. 
Os mais novos tipos de curativos de ferida são substitutos de pele que podem ser usados para apoio estrutural e arcabouço para 
regeneração. 
Outras formas de caracterizar os curativos são: 
• MECANISMO DE AÇÃO: Maneira que os curativos agem sobre as feridas. 
 Passivos: Usados apenas para oclusão e proteção da ferida, não interferindo na cicatrização (ex: Gaze, algodão). 
 Interativos: Agem mantendo um microambiente adequado para uma reparação tecidual eficiente (ex: Hidrogel, hidrocolóide). 
 Bioativos: Atuam estimulando de forma direta ou indireta substâncias que participam da cicatrização(ex: Alginato de cálcio). 
• INTERAÇÃO COM A FERIDA: Segundo contato que o curativo faz com a ferida. 
 Primário: Faz contato direto com a ferida. 
 Secundário: Quando é posto sobre a cobertura primária. 
Material Indicação Mecanismo de Ação 
Hidrogel 
Feridas secas, pois atuam mantendo um 
ambiente úmido e são não aderentes 
Promove o desbridamento autolítico 
Hidrocoloide 
Feridas com exsudato, uma vez que possuem boa 
capacidade de absorção 
Promove a formação de novos vasos e estimula o 
processo de granulação 
Espuma 
Feridas com perda de substância e feridas 
exsudativas 
Possui uma camada hidrofílica, que fica em contato 
com a ferida e uma hidrofóbica que evita a 
contaminação 
Filme 
Feridas superficiais e secas e feridas com 
necessidade de visualização 
São à prova d’água e bactérias, não absorve exsudato 
Alginato de cálcio 
Principal escolha para feridas exsudativas devido 
sua alta capacidade de absorção, feridas abertas 
e sangrantes 
Troca iônica entre o cálcio presente no curativo e o 
sódio presente no exsudato induz a formação de um 
gel que promove o desbridamento autolítico e mantém 
o meio úmido 
Carvão ativado Feridas infectadas e com mal cheiro Absorve o exsudato e filtra o odor da ferida 
Gaze não aderente Indicada para evitar aderência do curativo na ferida. 
MATERIAIS PARA CURATIVO 
Os materiais para curativos correspondem a todo insumo necessário para a sua realização, que são eles: 
• Frascos com soro fisiológico; 
• Antissépticos; 
• Esparadrapo, micropore ou adesivo recomendado; 
• Gaze esterilizada; 
• Tesoura; 
• Pacote com os curativos a serem utilizados; 
• Pinça anatômica e dente de rato; 
• Pinça Kocher; 
• Luva estéril; 
• Saco plástico para lixo; 
• Chumaço ou compressa; 
• EPIs. 
 
Para fixação do curativo, podem ser usados: 
• Esparadrapo. 
• Atadura: curativo em locais onde o uso de esparadrapo 
torna-se difícil pela mobilidade ou pela presença de pelos 
ou de secreção, como, por exemplo, mão, região perianal 
e couro cabeludo. 
• Malhas elásticas. 
• Coloides. 
 
4 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
TIPOS DE ATADURA 
Atadura de Crepom 
Boa adaptação na superfície do corpo 
pela sua elasticidade, mantém o local 
aquecido e de baixo custo. 
 
Atadura de Gaze 
É de pouco peso e com boa adaptação. 
 
Atadura de Flanela 
Mantém a temperatura local e para peles 
sensíveis. Usadas em aparelhos 
gessados de crianças 
 
Atadura de algodão hidrofóbico 
Não adere à água é usada para bandar os 
membros sob a atadura de gesso, pois 
mantém o membro aquecido. 
 
Atadura de Gesso 
É constituído de sulfato de cálcio 
desidratado. 
 
Atadura elástica 
Atadura de fibras de algodão 
entrelaçadas de fios de borracha. 
 
Atadura de cretone: Usada em ataduras improvisadas. 
CURATIVOS ESPECIAIS 
Úlceras crônicas de perna 
secundárias à deficiência na 
drenagem venosa 
• São um problema extremamente comum em ambulatórios de cirurgia. 
• Dois objetivos a serem alcançados no tratamento dessa afecção: melhora da drenagem 
venosa e curativos adequados. Um não será eficaz sem o outro. Drenagem venosa pode ser 
melhorada por meio de exercícios, de elevação da perna e por meio de compressão. A 
compressão é conseguida através de bandagens ou meias de compressão e deve ser 
graduada, isto é, a pressão no tornozelo deve ser maior do que na panturrilha. 
• As bandagens estão mais indicadas nos estágios iniciais, quando os curativos tendem a ser 
volumosos. Alternativa: solução hipertônica NaCl; açúcar refinado após lavagem com 
permanganato. 
Couro cabeludo 
• Curativos sobre o cabeludo são dificultados devido à presença de pelos e só devem ser 
feitos se for necessário compressão ou cobertura da ferida. 
• Pode-se também, para fixar o curativo, amarrá-lo com os próprios fios com os quais se fez 
a sutura no couro cabeludo. Os fios são deixados longos e a(s) gaze(s) colocada(s) no ângulo 
entre as duas extremidades dos fios, amarrando-se em seguida. Esse método fixa o curativo 
e faz uma compressão sobre a ferida, impedindo a formação de hematoma 
Pós tireoidectomia 
• Curativos sobre a região cervical às vezes são difíceis de ser realizados devido às dobras e 
mobilidade da região. Pode apenas ser colocada uma faixa adesiva transparente que 
permite avaliar o estado da ferida e evita a troca frequente dos curativos. 
• Se ocorrer sangramento, o sangue escorrerá por falta de material absorvente. Um curativo 
utilizando gaze sobre a ferida é uma alternativa que pode ser usada. 
Tie over 
• Tipo especial de curativo utilizado nas áreas receptoras dos enxertos. 
• Exerce as funções básicas de proteção da ferida. Compressão leve e contenção das gazes 
no local. 
 
5 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
• A técnica consiste em se deixar longos os fios usados para fixar o enxerto na área doadora 
e amarrar os fios diametralmente opostos, em número de 8 a 10, sobre a gaze que cobre o 
enxerto. Essa gaze deve ser untada com vaselina ou pomada para evitar sua aderência e 
sua remoção inadvertida ao se trocar o curativo. A primeira troca de curativo deve ser feita 
no quinto dia. 
Curativos biológicos 
• A ausência de pele, devido à drenagem de líquidos e proteínas e ao risco de infecção 
invasiva, requer a cobertura da área cruenta com um substituto de pele. 
• Usados como cobertura temporária de feridas abertas, exercem efeitos fisiológicos e 
mecânicos. 
• Possuem as propriedades desejáveis: protegem a ferida e mantêm controle microbiano, 
além de acelerarem a cicatrização. 
• A indicação mais importante para esse tipo de curativo são as queimaduras extensas sem 
áreas doadoras disponíveis. O curativo biológico sobre essas áreas diminui a densidade 
microbiana, bem como a perda de água e calor, induz a cicatrização e atenua a dor. 
 Naturais: Pele autóloga, Pele homóloga, Pele de cadáver, Pele heteróloga, Membrana 
amniótica 
 Sintéticos: Membrana bilaminada de tecido heterólogo biodegradável e material 
sintético, Membrana bilaminada sintética, Membrana de tecido homólogo, Colágeno 
de suíno, Colágeno de bovino, Copolímero sintético de aminoácido. 
TÉCNICAS DE CURATIVO 
• Estéril: curativo realizado na unidade de saúde, com material estéril (pinças ou luvas), solução fisiológica 0,9% aquecida e 
cobertura estéril. 
• Limpa: curativo realizado no domicílio, pelo usuário e/ou familiar. Realizado com material limpo, água corrente ou soro fisiológico 
0,9% e cobertura estéril. 
• Tipos de coberturas: 
 Passivo: somente protegem e cobrem as feridas. 
 Interativos: proporcionam um micro-ambiente ótimo para a cura da ferida. 
 Bioativos: resgatam ou estimulam a liberação de substâncias durante o processo de cura. 
• Tipos de curativos: 
 Incisões cirúrgicas com bordos aproximados, cicatrização por primeira intenção 
 Feridas abertas 
 Lesões fechadas 
 Drenos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTO 
1. Lavar as mãos 
2. Preparar material e ambiente. 
3. Orientar o paciente. 
4. Calçar luvas. 
5. Remover curativo antigo com cuidado para não lesar a pele utilizando a pinça anatômica dente 
de rato ou com as mãos enluvadas. Usar SF 0,9% pode ajudar na remoção. 
6. Desprezar a pinça utilizada para remoção do curativo, bem como trocar as luvas se contaminadas. 
7. Examinar a ferida observando: pele e adjacências (coloração, hematomas, saliências) aparência 
dos bordos, características do exsudato, presença de tecido necrosado, de granulação, sinais de 
infecção (hiperemia, edema, calor, dor). Se ferida fechada: realizar a limpeza começando pelo 
local da incisão utilizando a pinça Kocher. 
8. Limpar o leito da ferida com gaze embebida em SF 0,9% aquecido e com pinça. Realizar 
movimentos rotatórios do punho, de forma rítmica e firme, iniciar de dentro para fora, do local 
mais limpo para o maiscontaminado. Utilize todas as faces da gaze apenas uma vez, desprezando 
em seguida. Caso utilize a solução de Phmb 0,2%, recomenda-se cobrir o leito da ferida com gaze 
e umedecê-la com a solução de Phmb 0,2%, deixando sobre o leito da ferida por 15 minutos, para 
que a solução atue nos tecidos contra microorganismos. 
 
6 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
Se ferida aberta: 
1. Realizar irrigação com solução fisiológica 09% morna, utilizando seringa de 20ml e agulha 40x12 ou frasco de SF 0,9% 
perfurado com agulha 40x12; 
2. Se necessário, remover exsudatos e/ou fibrina e/ou restos celulares da lesão; 
3. Secar a região perilesional, aplicando no leito da ferida a cobertura indicada; 
4. Cobrir com curativo secundário; 
5. A utilização de soluções anti-sépticas deve ser realizada somente após criteriosa avaliação; 
6. Utilizar a pinça anatômica para cobrir a ferida; 
7. Ao final, recolher o material, deixar o ambiente em ordem, desprezar o material descartável contaminado em lixo hospitalar 
(saco branco). 
TIPOS DE VOLTA DAS ATADURAS 
CIRCULAR 
Para fazer essa bandagem, você deve 
fazer um contorno completo da atadura 
em si. Portanto, a atadura é enrolada em 
volta da parte lesionada, sobrepondo-se 
uma volta completa à volta anterior. 
 
ESPIRAL 
É aplicada nas partes em forma 
cilíndricas. Fixa-se com uma circular e 
conduz o rolo em forma de espiral, da 
esquerda para direita, com movimentos 
lentos, até cobrir toda parte desejada. 
 
ESPIRAL INVERSA OU REVERSA 
Começa por um espiral lento até o ponto 
onde deve iniciar a reversa. Coloca-se 
então o dedo polegar da mão esquerda 
sobre a última volta, firmando-se a 
atadura. Vira-se o rolo sobre a mão 
esquerda que fixa esta volta, dirigindo-se 
ao mesmo tempo para baixo, formando 
assim um ângulo de modo que o avesso 
da atadura fique para cima. Faz-se uma 
ligeira tração com o rolo para ajustar a 
atadura, rodeia-se o membro, passando 
em seguida o rolo para mão esquerda. 
Completa a primeira volta, continua-se 
com o mesmo movimento até o final da 
bandagem. 
 
ESPIRAL ASCENDENTE 
É fixada na parte inferior de um membro, 
e sobe até atingir a parte superior. 
 
ESPIRAL EM OITO 
Inicia a circular e as voltas descrevem 
espiga. 
 
BANDAGEM DO POLEGAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
Iniciar com bandagem circular sobre 
o punho. 
Levar o rolo de crepom até a ponta do 
dedo polegar passando 
obliquamente sobre o dorso da mão. 
Fazer uma circular em volta da ponta 
do polegar. 
Voltar com o rolo sobre o polegar em 
direção ao punho de maneira que 
esta volta cruze a primeira. 
Levar novamente o rolo por trás 
do punho sobre o dorso da mão 
até a ponta do polegar. 
Continuar até cobrir todo o 
polegar até alcançar a base do 
dedo. 
Terminar com circular. 
Obs.: Segurar o rolo de crepom com a mão esquerda e a ponta do rolo de crepom 
com a mão direita. 
 
7 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
BANDAGEM DO INDICADOR 
 
 
 
 
 
 
 
BANDAGEM DO DORSO E PALMA DA MÃO COM DEDO S DESCOBERTOS 
 
 
 
 
 
 
 
GAUNTLET 
 
 
 
 
 
 
BANDAGEM DO ANTEBRAÇO 
 
 
 
 
 
 
Levar a o crepom até a ponta do dedo 
fazendo uma circular na ponta do 
dedo indicador, passando 
obliquamente sobre o dorso da mão. 
Voltar com o crepom sobre o dedo em 
direção ao punho de maneira que 
esta volta cruze a primeira. 
Continuar com a bandagem até 
cobrir a base do dedo. 
Terminar com uma circular no 
pulso. 
Iniciar a bandagem circular no punho. Levar novamente o rolo por trás 
do punho sobre o dorso da mão 
até a ponta do indicador. 
Iniciar a bandagem circular no punho. 
Segunda volta circular passa pela 
palma da mão, vai obliquamente pelo 
dorso da mão até a articulação do 
polegar, fazer uma volta na palma da 
mão e sobe até o punho e continuar 
fazendo uma espica até cobrir toda a 
mão. 
Terminar com uma circular no 
punho. 
Iniciar a bandagem circular no punho. 
Levar o rolo de crepom até o dorso da 
mão até a ponta do dedo polegar, 
fazer uma circular sobre o dedo. 
Cobrir o polegar com voltas 
de espiral lenta, voltar ao 
punho, passando pelo dorso 
da mão, cobrir o indicador 
com as mesmas voltas, e 
cobrir o dedo médio, anular e 
mínimo. 
Iniciar a bandagem circular no punho. 
Continuar com uma espiral lenta ou 
espica até o início do cotovelo onde 
termina a bandagem com uma 
circular. 
 
8 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
BANDAGEM DO MEMBRO SUPERIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANDAGEM AXILAR 
 
 
 
 
 
 
 
Iniciar a bandagem circular no punho. 
 
Levar o rolo transversalmente sobre 
o dorso da mão até a extremidade 
dos dedos e fazer uma circular, 
cruzando com a primeira volta 
Repetir as voltas até cobrir 
completamente o dorso da mão, 
voltar ao punho fazendo uma circular 
Bandar o antebraço iniciando por 
uma espiral lenta e continuar com a 
espiral ou se preferir com a figura 
oito até o início do cotovelo. 
No início do cotovelo fazer uma 
espiral lenta e flexionar 
ligeiramente o braço do 
paciente passar o crepom EM 
CIMA do cotovelo, ACIMA e 
EMBAIXO do cotovelo. 
Voltar com o rolo acima do 
cotovelo e continuar a bandar o 
braço. 
Terminar com circular. 
Início do enfaixamento. Vista anterior (faixa não enruga). 
Vista posterior. Aspecto final, com uso de tipoia para evitar desconforto. 
 
9 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
BANDAGEM DO PÉ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANDAGEM DO PÉ COM CALCANHAR DESCOBERTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANDAGEM DO JOELHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bandagem circular no tornozelo, 
acima do maléolo. 
Continua transversalmente sobre o 
dorso do pé até as extremidades dos 
dedos. 
Fazer uma circular, deixando as 
extremidades descobertas. 
Subir sobre o dorso do pé 
cruzando com a primeira volta 
em direção ao calcanhar. 
Passar a atadura na ponta do 
calcanhar, em cima e embaixo 
do calcanhar, repetir as voltas 
até cobrir todo o pé. 
Bandagem circular no tornozelo 
Bandagem circular no tornozelo. 
Seguir obliquamente sobre o peito do pé até a raiz dos dedos. 
Fazer uma circular em volta dos dedos. 
Continuar a bandagem ascendente usando as voltas da figura oito 
até cobrir todo o pé, deixando o calcanhar descoberto. 
Terminar com uma circular no tornozelo 
Iniciar a bandagem com uma circular acima do joelho. 
Levar o rolo obliquamente abaixo do joelho. 
Fazer uma circular e levar o rolo em cima do joelho, abaixo 
e em cima do joelho. 
Continuar a bandagem até cobrir todo o joelho. 
Terminar com uma circular acima do joelho. 
 
10 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
BANDAGEM DO TORNOZELO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANDAGEM DA PERNA 
 
 
 
 
 
 
BANDAGEM DO COTO DA COXA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Iniciar com uma circular em cima dos maléolos. 
Continuar pelo dorso do pé e continuar pelo 
maléolo interno. 
Repetir as voltas em forma de S até cobrir o 
calcanhar e consequentemente o tornozelo. 
Terminar com uma circular em cima do tornozelo. 
Circular o tornozelo. 
Espiral ascendente cobrindo toda a perna. 
Terminar com uma circular abaixo do joelho. 
Iniciar a bandagem com uma circular na raiz da coxa. 
Descer obliquamente o rolo de crepom até a ponta do 
coto e fazer uma circular. 
Continuar a bandagem ascendente com uma circular 
lenta até chegar novamente a raiz da coxa. 
Terminar com uma circular. 
 
11 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
BANDAGEM DO MEMBRO INFERIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANDAGEM DA CABEÇA – RECORRENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANDAGEM DA CABEÇA – RECORRENTE COMROLO DUPLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bandagem circular no tornozelo. 
Levar o rolo até a parte distal 
dos dedos e fazer uma circular, 
deixando as extremidades 
descobertas. 
Bandar o pé com uma espiral 
ascendente até cobrir todo 
Volta até o tornozelo e faz uma circular então conduz a bandagem com uma 
espiral lenta e/ou 8 até abaixo do tornozelo. 
Fazer uma espiral abaixo do joelho. Flexionar a perna e passar o crepom em 
cima do joelho, e embaixo do joelho. 
Voltar com a bandagem por cima do tornozelo e continuar a bandagem até a 
coxa. 
Terminar com uma circular. 
Iniciar com uma circular na cabeça, 
passando abaixo do osso occipital 
e levar o rolo até a parte frontal. 
Volta-se à atadura sobre si mesma 
prendendo a dobra feita com o 
dedo polegar. 
Leva-se em seguida o rolo para o 
centro da cabeça em direção ao 
occipital. 
Volta-se com o rolo a direção 
frontal pelo lado esquerdo, com o 
mesmo movimento, pelo lado 
direito, em direção ao occipital. 
Repetir as voltas até cobrir toda a 
cabeça. 
Terminar com uma circular. 
OBS.: Ter o cuidado de passar a primeira volta bem no centro da cabeça e não deixar espaços entre uma volta e outra. 
Usar 2 rolos da bandagem e emendar com o 
esparadrapo de modo que o rolo fique com 
duas pontas. 
Inicie colocando o rolo de crepom em cima 
da testa levando os dois rolos até a região 
occipital. 
Então o rolo da mão esquerda cruzará com o 
da MÃO DIREITA de modo de fixar a primeira 
volta. 
Dirigir o rolo da direita pelo centro da cabeça até a região frontal e o 
rolo da MÃO ESQUERDA vai circulando a cabeça e o da mão direita 
vai da região frontal a occipital e da occiptal a frontal, passando do 
lado direito e do lado esquerdo até cobrir toda a cabeça. 
Então fixar com uma circular. 
 
12 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
BANDAGEM COMPLETA OU TIPOIA 
• É utilizada para dar suporte ao braço em caso de luxação do ombro ou fratura do 
antebraço. 
• Essa bandagem pode ser feita a partir de um único pedaço de tecido dobrado em 
forma de triângulo e amarrada por cima do ombro. 
• É contraindicada se o membro não estiver naturalmente na posição desejada (braço 
ao longo do corpo e antebraço dobrado 90 °). 
• A mão deve ser posicionada ligeiramente mais elevada do que a do cotovelo. 
 
 
 
 
 
CONTROLE DE HEMORRAGIAS 
• O controle do sangramento deve fazer parte da avaliação primária. A compressão direta é frequentemente suficiente para 
controlar e fazer cessar a hemorragia da maioria dos pacientes. Pontos hemorrágicos persistentes devem ser identificados e 
submetidos a ligaduras. 
• Uso de cautério deve ser muito criterioso, pois podem causar lesões teciduais extensas. favorecendo infecção da ferida. Poderá 
ser usado com segurança em ferimentos maiores, desde que somente os vasos lesados sejam cauterizados, preservando-se os 
tecidos adjacentes. 
TRATAMENTO DE FERIDAS 
Corpo estranho 
• A retirada de corpo estranho de feridas requer anestesia adequada, de preferência regional, assepsia, 
instrumental adequado, conhecimento anatômico. 
• O controle da hemorragia facilita esse processo. 
• Se o objeto não for localizado em 20 a 30 minutos, o risco de maior dano é provável. 
• Pode haver necessidade de ampliar a ferida cutânea. 
• Corpos estranhos menores que não forem localizados podem ser retirados após formação de granuloma 
ou abcesso que indicam a localização exata. 
Desbridamento 
• É fundamental no tratamento de ferimentos contaminados. 
• Deve tirar todo tecido necrosado, macerado ou isquêmico e corpos estranhos. 
• Deve ser diferenciado o tecido viável do não viável (ausência de coloração e ausência de enchimento 
capilar). 
• O azul de metileno + água oxigenada sobre os tecidos cora em azul os recessos profundos que devem 
ser desbridados. 
• Não deve se realizar desbridamento de tecidos nobres: tendões, fáscias... 
O tecido necrosado age como meio de cultura, inibe a fagocitose por leucócitos e propicia ambiente 
anaeróbio, favorável ao desenvolvimento de infecções. 
Irrigação 
• Após retirada de corpos estranhos e desbridamento, a ferida é irrigada sobre moderada pressão. 
• A irrigação pode remover uma grande quantidade de detritos e bactérias. 
• A pressão produzida por expressão vigorosa em seringa de 35ml com agulha calibre 18 contendo solução 
salina isotônica é de aproximadamente 500gr/cm², capaz de remover bactérias aderidas e corpos 
estranhos pequenos e dificilmente visíveis. 
• Essa elevada pressão só deve ser usada em ferimentos maciçamente contaminados pois pode provocar 
alterações na defesa teciduais. 
• Não é aconselhável usar compressas ou esponjas para lavar a ferida pois provoca trauma tecidual. 
Passe uma das extremidade do triângulo atrás do pescoço, no lado oposto 
ao braço lesionado. 
Traga a outra extremidade por cima do membro afetado, de modo que as 
duas extremidades possam ser amarradas logo acima da clavícula do lado 
lesionado. 
 
13 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 17 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 
Profilaxia 
antitetânica 
• Indicada em feridas contaminadas e naquelas com presença de corpo estranho e principalmente de 
tecidos necróticos. 
• Pacientes com ferimentos puntiformes, abrasões e lacerações devem receber tratamento profilático. 
 
Antibiótico 
Indicações: 
• feridas penetrantes em espaço articular ou associadas a fraturas 
• feridas grosseiramente contaminadas 
• quando o desbridamento adequado não é satisfatório ou foi tardio 
• em lesões sujeitas a infecções por clostridium (corpo estranho retido, membros em insuficiência 
vascular, edemas infáticos 
• ferimentos moderadamente contaminados associados a fatores sistêmicos ou locais que comprometam 
a resistência do paciente 
• pacientes sujeitos a ter endocardite 
• pacientes com próteses deve-se escolher antibióticos de largo espectro, de preferência por via 
endovenosa 
Deve-se escolher antibióticos de largo espectro, de preferência por via endovenosa. 
Fechamento da 
ferida 
• O fechamento primário só deve ser realizado em feridas cortantes, sem laceração extensa, sem 
contaminação por fezes, saliva, pus ou impurezas grosseiras, terra e atendida dentro das primeiras 6 
horas após o trauma. 
• Feridas maciçamente contaminadas devem permanecer abertas para fechamento retardado.

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