Buscar

Habeas Corpus

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

1
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI
CURSO BACHARELADO EM DIREITO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO PENAL
 HERTZ ALEXANDRE NERY DE OLIVEIRA
HABEAS CORPUS
TERESINA
2021
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ
Impetrante: Hertz Alexandre Nery de Oliveira
Paciente: Gabriela dos Santos
Autoridade: Coatora: MM Juiz de Direito da Comarca de Parnaíba
HERTZ ALEXANDRE NERY DE OLIVEIRA, solteiro, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado xxxxx, sob o n° 123451,com seu escritório profissional na Rua 10, Centro, Parnaíba/PI, onde receberá intimações vem, com o devido respeito a presença de Vossa excelência, com base nos arts. 648, inciso II, do Código Processual Penal c/c 5, inciso LXVIII da Lei Fundamental, impetrar o presente
 
 HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR 
em favor GABRIELA DOS SANTOS, brasileira, convivente, 26 anos de idade, residente na Rua da Tristeza, 25, Centro, Parnaíba/PI, ora Paciente, posto que se encontra sofrendo constrangimento ilegal, por ato do iminente Juiz de Direito da Cidade de Parnaíba/PI o qual determinou sua prisão preventiva, pelos fundamentos fáticos e de direito a seguir expostos.
 1 - SÍNTESE DOS FATOS
 
 A prisão preventiva de GABRIELA DOS SANTOS foi requerida por meio de representação do Delegado de Polícia Civil, Dr. JOSÉ DIAS, na qual o mesmo narra ocorrência de homicídio onde figura como vítima o FILHO RECEM-NASCIDO da paciente a qual veio acompanhada dos depoimentos de JOÃO PEDRO DA SILVA, JOSÉ ALBUQUERQUE, OSVALDO ARANHA, além de ficha de atendimento médico-hospitalar e relatório de evolução de enfermagem, nos seguintes termos:
 “(...) Chegou ao meu conhecimento que na noite de 25 de janeiro de 2021, GABRIELA DOS SANTOS deu à luz a uma criança não-nominada, em sua própria casa, e que mais tarde compareceu ao Hospital Municipal de Paraibuna, onde passou a noite com dores abdominais. Consta que GABRIELA passou a noite no hospital e que na manhã seguinte, dia 26.01.2021, telefonou para um irmão chamado BENTO DOS SANTOS, e pediu que ele jogasse em um matagal um saco de lixo que continha “lavagem”. BENTO agiu conforme a solicitação. (...) No hospital, GABRIELA embora negasse estado de gravidez, apresentava sinais evidentes de que tinha gerado um filho recentemente, tanto que, segundo as funcionárias do estabelecimento ouvidas, estava com placenta e um cordão umbilical saindo pela vagina. Tais funcionários informaram ainda que a placenta estava “madura” e que, portanto, a criança gestada teria entre 37 e 40 semanas de concepção. (...)
 A autoridade policial alegou receio de vê frustrada a prisão em flagrante da indiciada, ora paciente tendo em vista a sua impossibilidade física de ser interrogado neste momento.
 A autoridade impetrada em sua decisão destacou a necessidade da medida cautelar para assegurar a ORDEM PÚBLICA diante da periculosidade da agente demonstrada com sua conduta agressiva que culminou com o homicídio de seu próprio filho recém-nascido, fatos que demonstram grande insensibilidade social e familiar por parte da representada. 
 Sustentou que há razões fáticas emanadas dos autos que autorizam a decretação da prisão preventiva da indiciada, uma vez que a mesma, em liberdade, se constitui uma ameaça eminente á ordem pública , vez que, ao tudo indica, a serem procedentes as imputações formuladas, representa uma ameaça para seus outros dois filhos, também de tenra idade e á si mesma, já que é flagrante a comoção social, gerada pelo crime de apreço.
 Ainda, destacou que a paciente pode, até ser primária e possuidora de bons antecedentes e gozar de ressunção de inocência, mas ordem pública que não pode ficar à mercê da ação de pessoas de elevado grau de periculosidade.
 A autoridade coatora sustentou em sua decisão que o direito a liberdade, em situações como a que se descortina nos autos, deve ceder ao interesse público e que  à evidência, OS INDÍCIOS DE AUTORIA E A MATERIALIDADE DO CRIME, requisitos do art. 312, caput, CPP, bem como a caracterização de delito doloso punido com reclusão com pena máxima em abstrato superior a 04 anos (art. 313, I do CPP, com redação dada pela Lei nº 12403/2011), restando evidenciada a insuficiência e inadequação de outras medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP. Também, satisfeitos por completo os pressupostos cautelares FUMUS DELICTI (prova de existência do crime e indício suficiente de sua autoria) e PERICULUM LIBERTATIS (garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou assegurar a aplicação da lei penal) presentes no caput do art. 312 do CPP.
 Assim, em suma, a autoridade coatora decretou a PRISÃO PREVENTIVA da Paciente, o fazendo, sobretudo e fundamentalmente, em homenagem á ordem pública, tudo de conforme com o que estabelecem os artigos 311 e 312 do Código de Processo Penal. 
 2. DO DIREITO: CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
 A qualificação delituosa em estudo se resume ao pretenso crime de aborto disposto no Art. 124 do Código Penal e não homicídio doloso. Esse delito tem previsão estatuída no Código Penal, que assim reza
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: 
 Pena - detenção, de um a três anos.
 Com as alterações da Legislação Adjetiva Penal, mais precisamente do conteúdo expresso no art. 313, vê-se que a prisão preventiva não mais se coaduna com crime de auto aborto:
 Art. 313 - Nos termos do art. 312 deste Código, será 
 admitida a decretação da prisão preventiva:
 I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa 
 liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
 De outro lado, infere-se que a Paciente não se enquadra em nenhuma outra das hipóteses fixadas na aludida regra processual, o que, de pronto, acosta-se as certidões comprobatórias. (em anexo)
 
 Tratando-se, portanto, de crime cuja pena máxima é de três anos, a mantença da prisão preventiva esbarra-se em expressa disposição legal, a despeito da repercussão que a infração penal tenha ensejado, em que pese o cenário realçado pela autoridade impetrada, não se vislumbra presente requisito instrumental de admissibilidade expressamente previsto na legislação pertinente, espelhado 313, inciso I, do Código de Processo Penal, porquanto se afigura imprescindível que o delito seja doloso, punido com pena privativa de liberdade superior a quatro anos.
 A decisão que decretou a preventiva da paciente fundamentou-se unicamente na comoção social, nada ostentou-se quanto ao enquadramento em uma das hipóteses que cabível se revelasse a prisão cautelar.(CPP, art. 312) É dizer, o Magistrado não cuidou de estabelecer qualquer liame entre a realidade dos fatos colhida dos autos do Inquérito Policial e algumas das hipóteses previstas no art. 312 da Legislação Adjetiva Penal.
 O clamor social inegavelmente não é motivo bastante para tal gravíssima providencia processual. Não há fundamento legal certamente. O Fato de tratar-se de imputação de crime que causara clamor público não possibilita, por s só o indeferimento da liberdade provisória. 
 De outro passo não há qualquer registro de que o Paciente cause algum óbice a conveniência da instrução criminal, muito menos fundamentou-se sobre a necessidade de assegurar-se a aplicação da lei penal, não decotando, também, quaisquer dados(concretos) de que a Paciente solta poderá evadir-se do distrito da culpa.
O Superior TribunalFederal, sobre o tema do clamor social e a prisão preventiva 
HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO AGRAVADO. PRISÃO PREVENTIVA. EVASÃO DO DISTRITO DA CULPA. GRAVIDADE DO DELITO. CLAMOR SOCIAL. COAÇÃO ILEGAL. ORDEM CONCEDIDA. 1) A prisão preventiva, como medida excepcional, deve ser decretada somente nas hipóteses previstas no artigo 312 do Código de Processo Penal. 2) O clamor social causado pelo delito e a gravidade do crime não justificam a decretação de prisão preventiva, se ausentes as hipóteses previstas no artigo 312 do Código de Processo Penal. 3) O desaparecimento do agente do distrito da culpa, só por só, não serve como fundamento para o decreto da prisão cautelar, que exige a demonstração inequívoca da necessidade da medida. 4) Ordem concedida, para revogar a prisão preventiva do paciente, expedindo-se contramandado de prisão, ou alvará de soltura, se for o caso, salvo prisão por motivo diverso.
(STJ - HC: 138096 CE 2009/0107158-9, Relator: Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), Data de Julgamento: 06/05/2010, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/05/2010)
O Superior Tribunal de Justiça sobre o tema de Prisão Preventiva 
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES DA PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO ABSTRATA DO DECRETO PRISIONAL. ILEGALIDADE. OCORRÊNCIA. HABEAS CORPUS CONCEDIDO. 1. O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento, segundo o qual, a prisão preventiva constitui medida excepcional ao princípio da não culpabilidade, cabível, mediante decisão devidamente fundamentada e com base em dados concretos, quando evidenciada a existência de circunstâncias que demonstrem a necessidade da medida extrema, nos termos dos arts. 312 e seguintes do Código de Processo Penal. 2. Não é válida a fundamentação do decreto prisional quando o Juiz de primeiro grau determina a segregação preventiva em face da gravidade abstrata e a natureza hedionda do crime de tráfico de drogas, indicando que a manutenção da prisão deve ser mantida e a cautela se mostra como necessária para garantia da ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal, razão pela qual a conversão da prisão em flagrante em preventiva é medida imperiosa, eis que presentes os requisitos constantes do art. 312 do CPB. 3. Habeas corpus concedido, para a soltura do paciente AGABO BARBOSA BORGES, o que não impede nova e fundamentada decisão de necessária medida cautelar penal, inclusive menos grave que a prisão processual.
(STJ - HC: 577404 MG 2020/0099703-3, Relator: Ministro NEFI CORDEIRO, Data de Julgamento: 04/08/2020, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/08/2020)
 A fundamentação para a manutenção de prisão da paciente deve se basear em fatos claros, reais e determinados que justifiquem a segregação. Assim, é ilegal o Decreto de prisão preventiva que, a título de garantia da ordem pública, se baseia na repercussão social e no clamor público causados pela gravidade do fato. Ademais o clamor social e a repercussão negativa figuram como consequências naturais de toda infração penal perpetrada e, justamente por isso, não se consubstanciam em fundamento suficiente a decretação de custódia preventiva.
 No caso em análise e imprescindível averiguar a necessidade concreta da custódia cautelar e por ser considerada medida de cunho excepcional, deve restar suficientemente fundamentada nas hipóteses legai do artigo 312 do Código Processo Penal, observando ainda as condições de admissibilidade nos termos preconizados no artigos 313 do Código Processo Penal, devendo o aplicador apreciar as circunstancias do caso concreto. 
 3. DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR
 No caso sob exame, o constrangimento ilegal é manifesto, diante da decisão do juiz de 1° grau que determinou o recolhimento da paciente a prisão sem que estejam presentes os requisitos da prisão preventiva elencados no art. 312 do Código de Processo Penal.
 Assim sendo, estando caracterizados os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, diante da determinação de expedição do mandado de prisão sem obediência aos ditames legais, mister se faz a expedição liminar de alvará de soltura em favor da paciente, a fim de que possa ser afastada qualquer ameaça de ser colocada em liberdade.
 4. DO PEDIDO
 Ante o exposto, requer o impetrante, seja a presente ordem de HABEAS CORPUS, conhecida e deferida, para cessar a coação ilegal de que está sendo vítima, a paciente, mandando que se expeça, o competente ALVARÁ DE SOLTURA, cassando e revogando a prisão cautelar de natureza processual da Paciente, oficiando-se o juiz, aqui nominada autoridade coatora para prestar suas informações em caráter de urgência. 
 Termos que,
 
 Pede deferimento
LOCAL E DATA
Xxxxxxxxxxxxxxx
 Advogado
 OAB/UF

Continue navegando