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Processamento SP6 Objetivo 4: definir débito cardíaco e apresentar os fatores que o influenciam O débito cardíaco é o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo para a artéria aorta a cada minuto. O sistema cardiovascular é um sistema fechado, não deve haver perdas, portanto em um coração eficiente, o débito cardíaco deve ser igual ao retorno venoso (volume de sangue que chega ao átrio direito a cada minuto). Em média, são ejetados 5.250 ml/ min (débito cardíaco), e a mesma quantidade deve retornar ao átrio direito (retorno venoso – RV). O débito cardíaco (DC) pode ser calculado pela frequência cardíaca (FC) x débito sistólico (DS). Mas então, o que é frequência cardíaca? A FC é quantas vezes o coração ejetou sangue por minuto, ou seja, os batimentos dados em um minuto (bpm). A FC pode variar normalmente numa faixa entre 60 e 100 bpm, a média é cerca de 75 bpm. E débito sistólico, o que é? O débito sistólico corresponde a quantidade de volume ejetado a cada batimento, normalmente está próximo de 70ml. Com isso temos: DC = FC x DS → DC = 75 X 70 → DC = 5.250 ml/min. O débito cardíaco é regulado por toda a vida, quase diretamente proporcional à atividade metabólica total. Portanto, o índice cardíaco (débito cardíaco por m² da área da superfície corporal) diminuído é indicativo do declínio da atividade ou da massa muscular com a idade. Fatores que influenciam o débito cardíaco: Nível de metabolismo - DC não informará como o sangue será distribuído entre os tecidos corporais, ou seja, a variável cardiovascular DC não dará a informação da quantidade ou do volume de sangue que cada órgão ou tecido receberá. Esse controle da quantidade de sangue que “entrará” em cada tecido dependerá a que nível encontra-se o metabolismo do mesmo https://www.treinoemfoco.com.br/fisiologia-da-corrida/sistema-cardiovascular-parte-1/ Idade – com o avanço da idade, a atividade corporal e massa de alguns tecidos (ex, músculo esquelético) diminuem. O débito cardíaco para o adulto em repouso em números inteiros é declarado, muitas vezes, quase 5l/min. Aumentando rapidamente para o nívem acima de 4l/min/m² aos 10 anos de idade, o índice cardíaco diminui para cerca de 2,4L/min/m² aos 80 anos de idade. Guyton – Capítulo 20, página 245 Exercícios – aumenta em consequência do aumento da frequência cardíaca. Dimensão do corpo – experimentos têm mostrado que o débito cardíaco aumenta, em termos aproximados, proporcionalmente à área de superfície corporal. https://unicardio.com.br/artigos/consequencias-da-obesidade-para-o-coracao/ Hormônios - alguns estudos demonstram que os hormônios da tireóide provocam também aumento do retorno venoso, o que contribui para o aumento do débito cardíaco e da resistência arterial sistêmica. https://www.treinoemfoco.com.br/fisiologia-da-corrida/sistema-cardiovascular-parte-1/ https://unicardio.com.br/artigos/consequencias-da-obesidade-para-o-coracao/ https://www.scielo.br/j/abc/a/gtmSYJVfvM3kWSW8SJByLWg/#:~:text=Alguns%20estudos%2014- 16%20demonstram%20que%20os%20horm%C3%B4nios%20da,do%20d%C3%A9bito%20card%C3%ADaco%20e% 20da%20resist%C3%AAncia%20arterial%20sist%C3%AAmica. Gênero - em homens saudáveis e jovens o débito cardíaco em repouso ficará em torno de 5,6 L/mim. Já em mulheres jovens e saudáveis o débito cardíaco de repouso fica em torno de 4,9 L/mim. Essa diferença ocorre em virtude da diferença no tamanho corporal. Guyton – Capítulo 20, pág 245 É o que acontece por exemplo, quando você realiza uma atividade física, onde a frequência cardíaca aumenta e consequentemente leva ao aumento do débito cardíaco. Outro exemplo é quando você fica nervoso, assustado, enfim, são inúmeras as situações fisiológicas que podem aumentar o débito sistólico temporariamente e compensatoriamente, pois o retorno venoso também aumenta. Porém, há situações patológicas onde o débito cardíaco sofre alterações, como por exemplo na hipertensão arterial sistêmica, o volume ejetado (débito sistólico) é menor devido ao aumento da pressão na artéria aorta, dificultando a ejeção do sangue pelo ventrículo esquerdo. Em casos de patologias, onde o DC < RV, temos um coração ineficiente/insuficiente, onde o VS está reduzido, alterando todo o processo hemodinâmico de manutenção da homeostase. Mecanismo Frank-Starling Capacidade do coração de aumentar o débito cardíaco com o aumento do retorno venoso. Quando mais o músculo cardíaco é distendido nas fases de enchimento, maior será a força de contração. Existe um limite a partir do qual a força de contração começa a cair progressivamente. Lei que diz que quando quantidades levadas de sangue fluem para o coração, essa maior quantidade de sangue distende as paredes das câmaras cardíacas. Como resultado da distensão, o músculo cardíaco se contrai com mais força, fazendo com que seja ejetado todo o sangue adicional que entrou da circulação sistêmica. Desse modo, o sangue que flui para o coração é automaticamente bombeado sem demora para aorta para fluir de novo pela circulação. https://www.sanarmed.com/o-que-e-a-lei-de-frank-starling-colunistas Objetivo 5: Conhecer as propriedades cardíacas Automatismo: o próprio coração tem capacidade de gerar seus impulsos elétricos (auto excitável). Cronotropismo: ritmo em função do tempo. Inotropismo/contratilidade: capacidade do coração de se contrair ativamente como um todo único (sístole). Força de contração. Excitabilidade/batmotropismo: todas as células cardíacas são excitáveis, capazes de responder estímulos. https://www.scielo.br/j/abc/a/gtmSYJVfvM3kWSW8SJByLWg/#:~:text=Alguns%20estudos%2014-16%20demonstram%20que%20os%20horm%C3%B4nios%20da,do%20d%C3%A9bito%20card%C3%ADaco%20e%20da%20resist%C3%AAncia%20arterial%20sist%C3%AAmica https://www.scielo.br/j/abc/a/gtmSYJVfvM3kWSW8SJByLWg/#:~:text=Alguns%20estudos%2014-16%20demonstram%20que%20os%20horm%C3%B4nios%20da,do%20d%C3%A9bito%20card%C3%ADaco%20e%20da%20resist%C3%AAncia%20arterial%20sist%C3%AAmica https://www.scielo.br/j/abc/a/gtmSYJVfvM3kWSW8SJByLWg/#:~:text=Alguns%20estudos%2014-16%20demonstram%20que%20os%20horm%C3%B4nios%20da,do%20d%C3%A9bito%20card%C3%ADaco%20e%20da%20resist%C3%AAncia%20arterial%20sist%C3%AAmica https://www.sanarmed.com/o-que-e-a-lei-de-frank-starling-colunistas Refratariedade: propriedades das células (não só cardíacas) de não responder a estímulos num determinado tempo. Condutibilidade/dromotopismo: capacidade de conduzir estímulos (umas mais rapidamente, outras mais lentamente. Objetivo 6: apresentar o o ciclo cardíaco Ciclo cardíaco O ciclo cardíaco é um conjunto de atividades que ocorre entre o início de um batimento até o próximo. Este ciclo se inicia pelo regulamento do nó sinusal (ou nodo sinusal), localizado na parte superior do coração no átrio direito (AD). O potencial de ação começa neste ponto para os dois átrios e depois vai para os ventrículos através do feixe atrioventricular, originando o ciclo e começando a circulação sanguínea. O ciclo cardíaco abrange o período de diástole (relaxamento), no qual o coração se enche de sangue, e o período de sístole que é de contração, onde o sangue é ejetado. Consiste de quatro estágios que ocorrem no intervalo de um batimento, incluindo a sístole e a diástole cardíacas. Existem dois tipos de circulação: Pulmonar ou pequena circulação, que ocorre do lado direito do coração onde o sangue é bombeado para os pulmões e voltam ricos em oxigênio para o lado esquerdo. Circulação sistêmica ou grande circulação, que ocorre do lado esquerdo do coração, onde o sangue que veio dos pulmões é bombeado para todo o corpo por intermédio inicial da artéria aorta. Fases do ciclo cardíaco 1. Bomba de escova (primer pump) ou enchimento ventricular lento (diástase) Geralmente, cerca de 80% do sangue que está no átrio escoa diretamente para o ventrículo sem o auxílio da contração, ficando apenas 20% com ela para terminar de encher os ventrículos.2. Enchimento ventricular rápido O sangue vai se acumulando nos átrios durante a sístole ventricular. Quando termina essa fase e o ventrículo volta para a fase de diástole, que é o relaxamento, o volume sanguíneo que ficou nos átrios exerce pressão nas valvas atrioventriculares (direita: tricúspide; esquerda: mitral ou bicúspide) e, então, passa rapidamente para os ventrículos. Isso ocorre no primeiro momento da diástole. No segundo momento, pouco sangue escoa diretamente para os ventrículos, e o sangue vindo das veias continua a chegar nos átrios. Esses dois momentos correspondem aos 80% do enchimento ventricular. E, por último, no momento final da diástole ventricular, ocorre a sístole atrial (contração do átrio) para terminar de encher o ventrículo, essa parte se refere aos 20% do enchimento dos ventrículos. 3. Contração isovolumétrica ou isométrica Logo após o início da contração ventricular, ocorre o aumento da pressão ventricular e as valvas atrioventriculares se fecham. Então, o ventrículo começa a se contrair, mas o sangue ainda não é ejetado, pois, para que isso ocorra, é preciso até 0,03 segundos a mais para que tenha a pressão necessária para que as valvas semilunares (direita: pulmonar; esquerda: aórtica) se abram e o sangue seja ejetado de encontro à pressão nas artérias correspondentes, pulmonar ou aorta. 4. Ejeção rápida As valvas semilunares abrem quando a pressão no interior do ventrículo direito está por volta dos 8mmHg e do ventrículo esquerdo aos 80mmHg; logo o sangue é ejetado para as respectivas artérias. No primeiro momento da ejeção, 70% do sangue é expelido, esse período é chamado de ejeção rápida. 5. Relaxamento isovolumétrico (isométrico) Quando acaba o período de contração dos ventrículos, o relaxamento deles começa a ocorrer, e as pressões em seu interior começam a diminuir. As valvas semilunares se fecham quando as artérias começam a empurrar o sangue de volta para os ventrículos. Neste momento, o ventrículo continua a relaxar, mas o volume não altera, sendo o período de relaxamento isovolumétrico. Depois disso, as pressões dos ventrículos diminuem e voltam ao momento de diástole. Assim, as valvas atrioventriculares se abrem dando início a um novo ciclo. 1. Enchimento ventricular – passagem passiva de 70% do sangue dos átrios para os ventrículos. 2. Contração atrial – empurra o restante do sangue que sobrou nos átrios para os ventrículos 3. Sístole ventricular – fechamento das valvas atrioventriculares e a contração isovolumétrica 4. Sístole ventricular e ejeção do sangue – abertura das valvas semilunares e a ejeção do sangue em direção as grandes artérias 5. Relaxamento isovolumétrico – fechamento das valvas semilunares e o relaxamento isovolumétrico dos ventrículos 6. Por fim, abertura novamente das valvas atrioventriculares e o escoamento do sangue dos átrios para os ventrículos, recomeçando o ciclo. Um diagrama de Wiggers mostrando os eventos do ciclo cardíaco que ocorrem no ventrículo esquerdo.
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